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SQUARISI, Dad1. Como escrever na internet. São Paulo: Contexto, 2014.

Carolina Dias Rocha2

Com tantas tecnologias é impossível guardar muitas informações em 24 horas,


textos longos e cheios de erudição caíram de moda, uma comprovação de que essas
tecnologias revolucionaram o modo da escrita e da leitura. Mensagens abreviadas
ganharam espaços simples de como falar muito com poucas palavras. Nesta base, Dad
Squarisi, formada em Letras, com especialização em linguística e mestre em Teoria da
Literatura, escreveu, neste ano de 2014, a obra “Como escrever na internet”. O livro
contém quatro capítulos, um posfácio e um índice por assunto. Aborda de modo
descontraído e simples assuntos relacionados ao universo do século XXI sem fim da
internet.
No primeiro capítulo, “com que língua”, a autora usa textos para exemplificar o
que é língua, mostrando os valores da vírgula e como ela é utilizada na escrita. O
capítulo segue com a autora dando exemplos de gêneros, faz uso de frases em que os
sinais de pontuações, fontes, citações e estrutura podem denunciar o falante como ele ou
ela, ou seja, seu gênero. Outros pequenos textos são citados falando como a linguagem é
utilizada, dependendo de cada ocasião, optando por palavras e estruturas que se adaptam
melhor ao meio, ao receptor, à mensagem e textos que dão impressão de que foi escrita
para aquele indivíduo, contendo previsões de fácil entendimento na escrita e na leitura
para quem lê.
Já no segundo capítulo, “vale o escrito”, a autora busca mostrar a importância da
escrita no que diz respeito aos fatos, por exemplo, em uma ocorrência policial. Outra
abordagem que vemos é que a língua tende a acompanhar a evolução tecnológica,
fazendo com que à língua se adapte ao estrangeirismo. Noutra situação, encontramos na
língua o que chamamos de juridiquês, em que cada profissão tem seus códigos e seus
entendimentos tornando cada profissional entendedor de sua língua técnica.
Prosseguindo o capítulo vemos, ainda, que em certos departamentos o falar já
não existe mais, textos longos com linguagem pretensiosa e oca dão lugar ao recado
direto sem muitos rodeios. No texto “a ordem é poupar”, o leitor tem que se adaptar à

1
Resenha apresentada na disciplina: “Discurso: Leitura e produção de texto e hipertexto”, ministrada pelo
Prof. Ms. Eliabe Procópio no semestre 2014.2.
2
Aluna do curso de Letras/Espanhol na Universidade Federal de Roraima. Email:
carolinadiasrochas@hotmail.com
regra, já que, nessas novas tecnologias, ultrapassar o sinal tem custo, sempre deixando o
devido recado para depois, por isso que em salas de bate-papo a internet exige a
velocidade e os recursos da fala com uso de abreviaturas e códigos desconhecidos, esses
tem a linguagem própria dos internetês (termo utilizado na linguística referente à
linguagem usada na internet), apesar de curta a língua é de fácil entendimento aos
brasileiros, porque é falada diariamente. Com isso, palavras se transformam em recursos
da própria língua, é quando percebemos que o internetês não é uma língua sem pai e
nem mãe.
Na web, vemos que os usuários escrevem conforme a sua fala, abreviando e
diminuindo palavras para ganhar mais espaço e tempo, substituindo o acento agudo
pelas oxítonas por “h”, recorrendo às apresentações de emoções criadas para compensar
a ausência física do interlocutor. A dica de Squarisi é que não deixemos de usar a norma
padrão, que é tanto exigida em redações para vestibular, por exemplo, mas, não deixar
de se desenquadrar do meio virtual. Se você escreve do modo virtual numa redação de
vestibular, você é reprovado, no entanto, se você escreve corretamente no mundo virtual
também é taxado. Por este motivo, a autora mostra como utilizar os dois, na mídia de
forma correta e curta, e como saber escrever sem que o internetês influencie nas
redações oficias.
Também no segundo capítulo, “Ajoelhou tem que rezar”, encontramos mais
textos como exemplos, e vemos que a metodologia dela aqui empregada, sempre vai ser
a de utilizar textos, tanto para incentivar a leitura como para se tornar um meio mais
fácil para a aprendizagem, facilitando o entendimento do leitor. Ela usa falas curtas,
pois, a meta aqui é informar, escrever pouco, com palavras que são fácies de entender,
usando siglas que fazem parte dessa língua moderna, em tudo que vemos ou lemos. As
abreviaturas são usadas para poupar espaço e tempo sem perder o limite da
compreensão, o leitor tem que entender esses códigos, inclusive, na web não tem
cerimônia, misturas de sinais são bem vindos, sinais de pontuações dão lugar às
palavras, ganharam novos empregos e dá o recado, ícones emocionais só devem ser
usados se o leitor realmente entende e compreende os seus significados, o lema aqui é
cortar, escrever é economizar palavras, respeitando a paciência do leitor.
O verbo e o substantivo são donos e senhores do enunciado, as demais classes
são subalternas, adjetivos, advérbios, pronomes e conjunções e companhia, são
caprichos poderoso. Exemplificando sua real intenção em relação aos textos com
palavras curtas que é basicamente essa proposta dela, saber escrever pouco, mais bem
explicativo, mostra que podemos utilizar esse método também na mídia. A autora faz
isso na sua obra, usando metodologia de sucesso já que ela conseguiu escrever um livro
com esse conceito que ela está nos indicando.
No quarto e ultimo capítulo, a autora denomina de desconstruir, pegando duas
frases anônimas que foram utilizadas na internet e vai fazer uma nova versão na
proposta que ela está colocando, ela vai pega uma frase e propõe uma nova e
melhorada, porém, de modo correto e curto como ela defende na obra, fazendo um
pequeno quadro com exemplos de pronomes possessivos, de distância, os porquês, onde
e aonde, diferença entre eu e mim, siglas, enfim, de tudo que ela sugeriu a priori.
A autora resume em um só paragrafo todas as explicações ditas anteriormente
com bastante coerência e coesão, fazendo com que a pessoa não precise se quer fazer
uma segunda leitura do paragrafo. Portanto, a obra pode ser lida tanto por uma pessoa
do ensino fundamental, ensino médio, quanto uma pessoa de ensino universitário, pois,
são dicas necessárias para o desenvolvimento de uma escrita com sucesso.

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