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ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA DE PESSOAS

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Relações Trabalhistas e Sindicais
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Sindicato é uma associação que reúne pessoas de um mesmo segmento


econômico ou trabalhista.
Por exemplo, existem sindicatos de trabalhadores (carteiros, metalúrgicos,
professores, médicos, etc.) e também de empresários (conhecidos como
sindicatos patronais).

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Octávio Bueno Magano (Manual de Direito do Trabalho, volume III, Direito


Coletivo do Trabalho, pág. 96) define sindicato como "a associação de
pessoas físicas ou jurídicas, que exerce atividade profissional ou econômica,
para a defesa dos respectivos interesses".

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Os sindicatos têm como objetivo principal a defesa dos interesses


econômicos, profissionais, sociais e políticos dos seus associados.
São também dedicados aos estudos da área onde atuam e realizam
atividades (palestras, reuniões, cursos) voltadas para o aperfeiçoamento
profissional dos associados.
Os sindicatos de trabalhadores também são responsáveis pela organização
de greves e manifestações voltadas para a melhoria salarial e das condições
de trabalho da categoria.

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A origem dos sindicatos é incerta. Existem, entretanto, indícios históricos de


que, no antigo Egito, na Índia e China, há milhares de anos, surgiram
instituições que poderiam ser confundidas com grupos sindicais, diante de
seus interesses.
Há, também, indícios de que a sua origem seria os colégios romanos, que
foram mantidos até o ano 56 d.C.

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A colaboração para o surgimento dos sindicatos se deu com o empresário


britânico Robert Owen, na segunda década do século XIX, incentivando "a
agremiação dos operários em sindicatos (trade unions)", o que transformou
o movimento sindical no mais poderoso instrumento de conquista dos
direitos sociais-trabalhistas

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No Brasil sua origem remonta nos últimos anos do século XIX e está
vinculada ao processo de transformação de nossa economia, cujo centro
agrário era o café: substituição do trabalho escravo pelo trabalho
assalariado; transferência do lucro do café para a indústria; e poder político
nas mãos dos cafeicultores

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Suas primeiras formas de organização foram:


1. Sociedades de socorro e ajuda mútua.
2. União operária, que com o advento da indústria passou a se organizar
por ramo de atividade dando origem aos sindicatos.

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1720 - Um dos primeiros e mais importantes movimentos grevistas ocorreu


no Porto de Salvador, na época o maior das Américas
1858 - Tipógrafos do Rio de Janeiro - primeira greve contra as injustiças
patronais e reivindicaram aumentos salariais.

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1903 – Decreto 979/1903 que regulamenta o sindicado rural que permitiu a


associação de trabalhadores da agricultura e indústrias rurais
1906 - I Congresso Operário Brasileiro. Um total de 32 delegados na sua
maioria do Rio e São Paulo, lançou as bases para a fundação
da Confederação Operária Brasileira (C.O.B.).
1907 – Decreto 1637/1907 que regulamenta os sindicatos urbanos.

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1917 - Primeira greve geral com 20.000 trabalhadores parados. Em São


Paulo, iniciada numa fábrica de tecidos e que recebeu a solidariedade e
adesão inicial de todo o setor têxtil, seguindo as demais categorias.
rabalhava-se em média 14 horas diárias, sem férias, sem descanso semanal
remunerado e sem nenhum tipo de assistência.

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1931 - Lindolfo Collor (Primeiro Ministro do Trabalho) cria os pilares do


sindicalismo oficial no Brasil (Decreto 19.770/1931) mantendo o controle
financeiro do Ministério do Trabalho sobre os sindicatos e os sindicalistas
como órgão de colaboração e cooperação do Estado.

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1939 - Decreto-Lei 1402/1939 que tinha a função de aprovar ou não a


criação de sindicatos. Este órgão era vinculado ao ministério do Trabalho.
Nesse mesmo ano criou-se o imposto sindical.
1945 - Criou-se o MUT (Movimento Unificador dos Trabalhadores) cujo
objetivos era romper com a estrutura sindical vertical e retomar a luta da
classe operária por liberdade sindical. Foi proibido em 1946.
1960 - III Congresso Sindical Nacional. Fundação da CGT (Comando Geral
dos Trabalhadores), para combater o peleguismo (pelego é um termo
depreciativo para se referir aos representantes de um sindicato que em vez
de lutar pelo interesse dos trabalhadores, defende secretamente os
interesses do empregador).
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1983 - Fundação da CUT (Central Única dos Trabalhadores).


1991 – Fundação da Força Sindical cujo objetivo era fazer frente à CUT que
é ligada ao Partido dos Trabalhadores.

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Sindicalismo
O sindicalismo surge paralelamente ao capitalismo.
A sociedade capitalista encontrou em meados do século XVIII plenas
condições para a sua expansão.
O intenso desenvolvimento das máquinas, substituindo a produção artesanal
e manufatureira, consolidou o capitalismo, que agora ingressava na fase
industrial.
O sindicato surge da união dos trabalhadores que visa reverter a
desigualdade de forças existente na relação patrão x empregado.

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O objetivo principal do sindicalismo é a melhora das condições de vida da


classe operária, porém, o papel dos sindicalistas difere do dos operários, já
que eles não trabalham nas fábricas e nem são ameaçados pelo
desemprego.
Eles são como um advogado, pois estão ali para defender os interesses dos
trabalhadores.
Essa condição de mediadores fez com que eles conhecessem tanto o lado
capitalista quanto o lado operário.

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Categoria são classes que estão diretamente sob a jurisdição de


determinado sindicato, e por ele representadas nas negociações e dissídios
coletivos e/ou individuais.
As categorias são divididas em econômica e profissional.

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 As categorias profissionais representam os trabalhadores empregados,


como os industriários, os bancários, os comerciários, etc.
 As categorias econômica são os setores de atividades econômicas nas
quais as categorias estão inseridas, como os industriais e comerciais,
havendo em cada um deles várias subdivisões, como indústria
alimentícia, metalúrgica, comércio, hoteleiro, entre outras.

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Por exemplo, para a categoria econômica da construção civil, existe o


sindicato das indústrias da construção civil, e para a categoria profissional,
existe o sindicato dos trabalhadores na indústria da construção civil, ou seja,
o sindicato patronal e laboral de cada uma delas.

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Não se deve confundir categoria com profissão, que são conceitos distintos.
Por exemplo, pedreiro é uma profissão, mas se este profissional for
contratado aos serviços de uma indústria têxtil, pertencerá à categoria dos
têxteis, devido à atividade preponderante da mesma.
Porém, algumas profissões são consideradas por lei, categorias
diferenciadas, e terão o seu próprio sindicato.

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Categoria profissional diferenciada é aquela que se forma dos empregados


que exercem profissões ou funções diferentes, por força de estatuto
profissional especial ou em consequência de condições de vida singulares.
É o caso dos engenheiros que, reúnem todos os profissionais de uma
determinada base territorial. (art. 511 da CLT), assim, um engenheiro
contratado para uma indústria metalúrgica, para exercer este cargo, será
filiado ao sindicato dos engenheiros, e não ao sindicato dos metalúrgicos.

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Os Sindicatos têm cinco funções básicas:


 Negociação: negocia com governos e sindicatos patronais em favor de
seus associados s condições salariais e de trabalho.
 Assistencial: presta assistência médica, odontológica, farmacêutica,
laboratorial, treinamentos, recolocação profissional, lazer etc.
 Arrecadação: por intermédio de contribuições e mensalidades é possível
fornecer descontos assistenciais.

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 Colaboração: o sindicato com o governo na solução dos problemas que


se relacionam com a categoria e no desenvolvimento da solidariedade
social.
 Representação: o sindicato representa judicialmente e defende os
interesses coletivos da categoria ou individuais dos seus integrantes.

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A Contribuição Sindical é um tributo previsto na nossa Constituição Federal,


que prevê o recolhimento anual de um valor, correspondente a um dia de
trabalho, para custeio de atividades sindicais. Os Sindicatos são
associações de pessoas que se organizam em defesa dos interesses dos
trabalhadores.
Até 2017 o recolhimento desse valor era obrigatório e acontecia no mês de
março diretamente na folha de pagamento do trabalhador e
independentemente de sua autorização.

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A Lei 13.467/2017 (Reforma Trabalhista) mudou as regras do jogo e agora a


contribuição sindical deve ser uma escolha do trabalhador, que deverá,
através de uma carta escrita a próprio punho, permitir a emissão de um
boleto (MP 873/19) para que o Sindicato possa recolher o valor destinado à
contribuição.
Como visto, a contribuição sindical agora só pode ser exigida mediante
autorização prévia, voluntária, individual e expressamente autorizada pelo
empregado.

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https://www.conjur.com.br/2020-mar-12/stf-cassa-decisao-autorizava-
contribuicao-sindical-aprovada-assembleia
O art. 8º, inciso IV, da CF prescreve o recolhimento anual por todos aqueles que
participem de uma determinada categoria econômica ou profissional, ou de uma
profissão liberal, independentemente de serem ou não associados a um sindicato.
Contribuição Sindical: 1 dia de trabalho:
60% para o Sindicato.
10% MTE.
15% Federação
5% Confederação e
10% Centrais.

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a) Taxa Confederativa - Destina-se a custear o sistema confederativo de


representação sindical, é deliberada em assembleia geral dos associados e sua
obrigatoriedade ainda é controversa.
b) Contribuição Assistencial - Extinta por liminar do STF em 2016 - Tinha por
finalidade cobrir os custos de negociação coletiva objetivando firmar acordo ou
convenção coletiva de trabalho. O profissional poderia se opor a contribuição.
c) Mensalidade Sindical - É cobrada dos profissionais que voluntariamente se
associam ao sindicato.
d) Contribuição Sindical - Com a Reforma Trabalhista aprovada no ano passado, a
Contribuição Sindical deixou de ser obrigatória.

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Negociações mais comuns:


 Reajuste salarial.
 Antecipações salariais.
 Aumentos reais.
 Aumento ou bonificações por produtividade.
 Piso salarial.
 Horas extras.

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 Ganhos extras.
 Cláusulas relativas às condições de trabalho.
 Cláusulas sindicais.
 Cláusulas relativas à saúde, higiene e segurança.
 Cláusulas de aspectos formais.

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Vídeo: Contribuições; Negociação Coletiva


Negociação e acordos coletivos — TV ConJur entrevista Cristina Peduzzi ,
presidente do TST.
https://www.conjur.com.br/2020-mar-27/contribuicao-compulsoria-sindicatos-
terao-atrair-trabalhador
https://youtu.be/hphVFWx-yc0

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Questões baseadas no material didático:


1. Como está estruturada o organização sindical brasileira?
2. Diferencie as categorias de trabalhadores.
3. Cite as fontes de receita dos sindicatos.
4. Quais as formas de solução dos conflitos trabalhista?
5. Cite e explique os tipos de greve.
6. Explique o que é plano de contingência.
7. Explique o que é lockout?
8. Explique o que é piquete?

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DÚVIDAS FREQUENTES...

Principais Dúvidas
1) O que é a contribuição sindical urbana?
Resposta: É um tributo estabelecido no art. 8º, inciso IV da Constituição Federal de 1988 e também nos
artigos 578 a 591 da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), de pagamento obrigatório, recolhido uma vez
por ano. Todos que participam de uma determinada categoria econômica ou profissional ou de uma profissão
liberal devem pagar independente de filiação a alguma entidade sindical.
2) Qual a diferença em relação as demais contribuições cobradas pelo sindicato?
Resposta:
a) Taxa Confederativa - Destina-se a custear o sistema confederativo de representação sindical, é deliberada
em assembleia geral dos associados e sua obrigatoriedade ainda é controversa.
b) Contribuição Assistencial - Extinta por liminar do STF em 2016 - Tinha por finalidade cobrir os custos de
negociação coletiva objetivando firmar acordo ou convenção coletiva de trabalho. O profissional poderia se
opor a contribuição.
c) Mensalidade Sindical - É cobrada dos profissionais que voluntariamente se associam ao sindicato.
d) Contribuição Sindical - Com a Reforma Trabalhista aprovada no ano passado, a Contribuição Sindical
deixou de ser obrigatória.
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DÚVIDAS FREQUENTES...

Principais Dúvidas
3) Quem deve pagar a contribuição sindical?
Resposta: O art. 579 da CLT estabelece que a contribuição sindical é devida por todos aqueles que
participam de uma determinada categoria econômica ou profissional, ou de uma profissão liberal.
4) Como é o modelo sindical brasileiro?
Resposta: - O modelo sindical é formado pelos sindicatos, federações, confederações e centrais sindicais que
representam os trabalhadores enquanto instituições. Os trabalhadores pertencentes a uma categoria
profissional são os contribuintes do imposto sindical, classificados como empregados com vínculo
empregatício, trabalhadores autônomos, profissionais liberais, independente da forma de contratação, ou
seja, se autônomo ou com vínculo empregatício. Ministério do Trabalho e Emprego é o órgão que estabelece
as normas de cobrança da Contribuição Sindical Urbana, observando as disposições e é responsável pela
concessão do registro sindical.
5) Como é feita a divisão do valor arrecadado?
Resposta: Sindicato – 60%; Federação – 15%; Confederação – 5%; MTE – 10% e Centrais – 10%

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DÚVIDAS FREQUENTES...

Principais Dúvidas
6) Sou profissional liberal autônomo e não estou associado a nenhum sindicato. Estou obrigado ao
pagamento da contribuição sindical?
Resposta: Não. Com a Reforma Trabalhista aprovada em 2017, a Contribuição Sindical deixou de ser
obrigatória.
7) O profissional liberal pode ser assim considerado mesmo tendo vínculo empregatício, caracterizado com as
anotações na carteira de trabalho?
Resposta: O profissional liberal exerce seu trabalho tanto de forma autônoma quanto com vínculo
empregatício, pois o que o qualifica é o fato de ser possuidor de conhecimentos técnicos adquiridos em curso
técnico, graduação ou por força de lei que o reconheça como detentor de tais direitos.
8) Nunca paguei a Contribuição Sindical. Como faço para recolher o que está em atraso?
Resposta: O profissional poderá buscar, perante o setor financeiro do sindicato, o valor do débito da
contribuição sindical acrescido dos demais encargos financeiros elencados no Art. 600 da CLT.
9) Se eu não pagar a Contribuição Sindical, o que pode acontecer?
Resposta: Com a Reforma Trabalhista aprovada em 2017, a Contribuição Sindical deixou de ser obrigatória.
FONTE: http://www.seagro-sc.org.br/conteudo/contribui-es-vinculadas-ao-seagro-sc/
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Bibliografia

BOHLANDER, GEORGE W.; SNELL, SCOTT; SHERMAN, ARTHUR.


Administração de recursos humanos. São Paulo: Pioneira Thomson
Learning, 2010.
CHIAVENATO, IDALBERTO. Gestão de pessoas: O novo papel dos
recursos humanos nas organizações. São Paulo: Campus, 1999.
LUZ, RICARDO. Gestão de pessoas. Rio de Janeiro: LTC, 2008
(Universidade Estácio de Sá - Programa do Livro Universitário).

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