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Sindicatos, hoje e sempre

Venho, no âmbito da disciplina de História, falar abertamente sobre o que são e o que
foram os sindicatos para a sociedade em que nos encontramos. Começo então por referir o
que se entende por sindicato.

Os sindicatos são organizações ou associações estáveis, constituídas por trabalhadores


assalariados, que visam a proteção e defesa dos seus interesses em diversos domínios,
domínios esses que são, a melhoria das condições laborais, o alcance de melhorias salariais e
a obtenção de estabilidade no emprego, entre muitos outros objetivos. Ao mesmo tempo, o
sindicalismo, é uma doutrina política segundo a qual os trabalhadores agrupados em
sindicatos devem ter um papel ativo na condução da sociedade, isto é, devem debater-se por
meios que a transforme num lugar mais justo e igualitário.

A principal ferramenta de luta adotada pelos sindicatos é através das greves. A greve é
uma forma de protesto em que os trabalhadores reduzem, de forma propositada, o ritmo, a
eficácia e a cadência da produção. Muitas vezes chegam também a interromper o trabalho
como forma de pressão para o alcance de objetivos comuns.

O direito à greve é, consequentemente, o instrumento mais importante de que os


sindicatos dispõem em exclusivo. Qualquer negociação entre entidades patronais e sindicatos
conta sempre com a possibilidade de, ao fracassar, ver acionado o mecanismo da greve como
forma legítima de reivindicação.

A palavra sindicato tem origem no latim e no grego. No grego, syn-dicos é aquele que
defende a justiça, enquanto que no latim, sindicus denominava o procurador escolhido para
defender os direitos de uma corporação. Está, portanto, relacionado à noção de defender e ser
digno com uma certa coletividade.

O movimento sindical surgiu com a industrialização e com a consolidação do


capitalismo na Europa durante o século XIX, num processo de defesa dos interesses dos
operários em relação às duras condições de trabalho que lhes eram impostas, aos baixos
salários e à inexistência de quaisquer leis que os protegessem da exploração e do desemprego
injusto.
Os sindicatos foram, por conseguinte, fundamentais para a construção e afirmação do
direito do trabalho, sobretudo a partir da Revolução Industrial, época marcada pelas péssimas
condições de vida e de trabalho, condições essas a que a maioria da população europeia
estava submetida.

Com a consolidação do capitalismo, os trabalhadores começaram a organizar-se com


o intuito de confrontar os seus patrões para que, assim, pudessem impedir que o operário
fosse obrigado a aceitar um salário inferior ao mínimo indispensável para o seu próprio
sustento e o da sua família.

No decorrer da história, o sindicalismo foi afetado por diferentes pareceres


ideológicos, o que proporcionou uma certa flexibilidade ao movimento, que assumiu ideias
reformistas, comunistas, populistas, entre outras.

O grande primeiro evento representativo das organizações dos trabalhadores deu-se na


Inglaterra e consistiu na destruição de máquinas fabris, ficando conhecido como o Ludismo.
O Parlamento Inglês aprovou, mais tarde, uma lei que veio permitir a livre associação dos
operários, proporcionando assim o surgimento das Trade-Unions, que significavam Uniões
Sindicais. As Trade-Unions possibilitaram a fixação dos salários e regulamentaram o salário
em função do lucro.

Em Portugal dispomos de uma imensa diversidade de sindicatos, dos quais destaco, a


nível do setor financeiro, o Sindicato dos Bancários do Centro, o Sindicato dos Bancários do
Norte e o Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas; no setor indústria, construção civil e
alimentação, realço o Sindicato Nacional da Indústria e da Energia, e o Sindicato
Democrático dos Trabalhadores dos Correios; no setor dos transportes, distingo o Sindicato
dos Trabalhadores dos Transportes; no setor dos escritórios, comércio e serviços, saliento o
Sindicato dos Trabalhadores e Técnicos de Serviços, Comércio, Restauração e Turismo, e o
Sindicato dos Meios Audiovisuais; por último, no setor da administração pública,
professores, educação e saúde, ressalto o Sindicato dos Trabalhadores da Administração
Pública e de Entidades com Fins Públicos, o Sindicato dos Oficiais de Justiça e a Federação
Nacional dos Professores.

Em suma, considero que, a existência de sindicatos, hoje e sempre, é um elo


fundamental para que a sociedade funcione de forma mais progressista nos diversos setores
laborais. Deste modo, é necessário lutar para que estes não sejam proibidos ou para que não
padeçam a estar extintos.

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