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Para Platão, em um plano ideal, o governo deveria ser estabelecido por indivíduos que

fossem capazes de buscar o bem comum, racionalmente, vinculando a ideia de justiça.


Exemplificado com a alegoria do navio, quem deveria comandar o navio? deveria ser feita
uma eleição entre os tripulantes ou saber se há alguém com habilidades prévias que
facilitaria no comando? Esse raciocínio apresentado em “A Republica” demonstra que o
governo deve ser formado por homens cujas virtudes e educação específicas os tornassem
aptos e prestativos para exercer o comando da comunidade, de modo puro e honrado.
Platão defendia a “sofocracia”, governo dos sábios.

Platão era crítico quanto às opiniões populares e sua influência na escolha. No cerne da
diferenciação da Doxa, opinião, e Episteme, o conhecimento, habita a superficialidade do
pensamento. Sendo assim, esse sentimento se reflete nas escolhas da democracia, a
opinião popular pode ser manipulada ou tendenciosa, produzindo a degeneração do
sistema político de diversas formas, principalmente pela eleição dos menos preparados, nos
levando a uma forma falsa e fundamentalmente inferior à filosofia.

A dinâmica democrática se estabelece dentro de grupos, esses grupos são diferenciados


pelas características da alma tripartide, de modo que cada pessoa apresenta uma parte
mais forte de domínio intrínseco do ser, sendo assim, os de alma logística, ligada a filosofia,
devem governar e gerenciar os demais; os de alma irascível, caracterizada pela coragem
como virtude cavalheiresca, devem guerrear; e os de alma apetitiva, à qual se ligam a
artesãos, comerciante, devem se ater a obedecer e ser governados.
Essa diversidade de características individuais é encarada como algo nocivo a condução do
bom governo, a existência de características desprovidas de racionalidade filosófica
conduziria a sociedade a uma situação de desordem, quando sobrepostas a racionalidade.

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