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NOÇÕES DE DIREITO

Lei Estadual n. 869/1952 – Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado


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LEI ESTADUAL 869/52 – ESTATUTO DOS FUNCIONÁRIOS


PÚBLICOS CIVIS DO ESTADO DE MINAS GERAIS

LEI 869, DE 5 DE JULHO DE 1952

Dos Direitos, Vantagens e Concessões


Art. 118. Além de vencimento ou da remuneração do cargo o funcionário poderá auferir as seguin-
tes vantagens:
I – ajuda de custo;
II – diárias;
III – auxílio para diferença de caixa;
IV – abono de família;
V – gratificações;
VI – honorários;
VII – quotas-partes e percentagens previstas em lei;
VIII – adicionais previstos em lei.

A ajuda de custo é paga quando, por exemplo, o servidor foi removido de ofício para outra
localidade, para que ele possa pagar as despesas com a mudança.
A diária é paga quando, por exemplo, o servidor vai fazer um curso em outro Estado e
ficará lá por vários dias. A diária será para que o servidor custeie suas despesas com ali-
mentação, hospedagem, locomoção etc. Para cada dia de afastamento, o servidor receberá
uma diária.
O auxílio para diferença de caixa (inciso III do artigo 118) apesar de ainda estar previsto
na lei, raramente é pago. Antigamente, o cidadão ia pessoalmente na repartição pública e
pagava seus tributos em dinheiro. Este auxílio para diferença de caixa era pago para o ser-
vidor responsável por receber estes tributos em dinheiro. Hoje em dia, não há mais estes
pagamentos de tributos em dinheiro diretamente na repartição pública, já que os pagamentos
são realizados no banco ou pela Internet.

Do Vencimento e da Remuneração
Art. 120. Vencimento é a retribuição paga ao funcionário pelo efetivo exercício do cargo correspon-
dente ao padrão fixado em lei.
Art. 121. Remuneração é a retribuição paga ao funcionário pelo efetivo exercício do cargo corres-
pondente ao padrão de vencimento e mais as quotas ou porcentagens, que, por lei, lhe tenham
sido atribuídas.
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Art. 123. O funcionário nomeado para exercer cargo isolado, provido em comissão, perderá o ven-
cimento ou remuneração ao cargo efetivo, salvo opção.
Art. 124. O vencimento ou a remuneração dos funcionários não poderão ser objeto de arresto,
sequestro ou penhora, salvo quando se tratar:
I – de prestação de alimentos, na forma da lei civil;
II – de dívida à Fazenda Pública.

Vencimento é diferente de remuneração. O vencimento é uma parcela que o servidor irá


receber como uma contraprestação por ter trabalhado durante o mês. No entanto, o servidor
não recebe apenas o valor referente ao vencimento, recebendo, também, outras parcelas
(como, por exemplo, gratificação, auxílio alimentação, indenização etc.) que, somadas, irão
totalizar a remuneração deste servidor.
Exemplo: Um servidor do Poder Judiciário federal recebe R$ 6.000,00 de vencimento.
Recebe, também, R$ 8.000,00 de Gratificação de Atividade Judiciária (GAJ). A remuneração
deste servidor será de R$ 14.000,00.
Cargo isolado é aquele que não admite promoção.
Quando o servidor é nomeado, por exemplo, para um cargo em comissão, ele perderá o
seu vencimento ou a sua remuneração, passando a receber a remuneração referente ao cargo
em comissão. Tal matéria está disciplinada nos regulamentos específicos de cada carreira.

ATENÇÃO
Geralmente, o servidor mantém a sua remuneração, passando a receber uma porcenta-
gem referente ao cargo em comissão. Porém, para fins de concurso, considerar o estipu-
lado no artigo 123, cabendo ao servidor optar entre sua remuneração e a remuneração do
cargo em comissão para o qual foi nomeado.

Apesar de estarem previstos no inciso II do artigo 124, o arresto, sequestro ou penhora


5m do vencimento ou remuneração quando se tratar de dívida à Fazenda Pública, não é mais
permitido. Cabe exceção no caso de a dívida à Fazenda Pública estar relacionada ao cargo
do servidor. Exemplo: servidor que deu prejuízo à Administração Pública. Mesmo neste caso,
a jurisprudência orienta que, para que tal valor seja descontado de sua remuneração, o ser-
vidor deve autorizar este desconto.

Do Abono de Família
Art. 126. O abono de família será concedido, na forma da Lei, ao funcionário ativo ou inativo:
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I – pela esposa;
II – por filho menor de 21 anos que não exerça profissão lucrativa;
III – por filho inválido ou mentalmente incapaz;
IV – por filha solteira que não tiver profissão lucrativa;
V – por filho estudante que frequentar curso secundário ou superior em estabelecimento de ensi-
no oficial ou particular fiscalizado pelo Governo, e que não exerça atividade lucrativa, até a idade
de 24 anos.
Parágrafo único. Compreende-se neste artigo os filhos de qualquer condição, os enteados, os
adotivos e o menor que, mediante autorização judicial, viver sob a guarda e sustento do funcionário.

No caso do inciso I do artigo 126, o servidor receberá o abono família pela esposa apenas
quando esta não estiver trabalhando. Caso a esposa do servidor trabalhe, este não receberá
abono família com relação a ela.
Caso o filho do servidor não esteja estudando, o abono família é devido até os 21 anos.
Caso ele estude, o abono será pago até os 24 anos.
Art. 127. Quando pai ou mãe forem funcionários inativos e viverem em comum, o abono de família
será concedido àquele que tiver o maior vencimento.
§ 1º Se não viverem em comum, será concedido ao que tiver os dependentes sob sua guarda.
Art. 130. O abono de família não está sujeito a qualquer imposto ou taxa, mas servirá de base para
qualquer contribuição ou consignação em folha, inclusive para fins de previdência social.

Não há pagamento de Imposto de Renda sobre o valor referente ao abono de família.

Do Auxílio para Diferença de Caixa


Art. 131. Ao funcionário que, no desempenho de suas atribuições comuns, pagar ou receber,
em moeda corrente, poderá ser concedido um auxílio, fixado em lei, para compensar as diferen-
ças de caixa.
Parágrafo único. O auxílio não poderá exceder a cinco por cento do padrão de vencimento e só
será concedido dentro dos limites da dotação orçamentária.

O auxílio para diferença de caixa é pago ao servidor que trabalha recebendo valores em
dinheiro para o Estado. Nestes casos, pode dar uma diferença no caixa, por causa de um
troco errado, por exemplo. Este auxílio é para compensar esta diferença. Trata-se, hoje em
dia, de um artigo inócuo.
10m

Da Ajuda de Custo
Art. 132. Será concedida ajuda de custo ao funcionário que, em virtude de transferência, remoção,
designação para função gratificada, passar a ter exercício em nova sede, ou quando designado
para serviço ou estudo fora do Estado.
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§ 1º A ajuda de custo destina-se a indenizar o funcionário das despesas de viagem e de nova


instalação.
§ 2º O transporte do funcionário e de sua família correrá por conta do Estado.

Exemplo: O servidor mora em Uberaba e passa a exercer um cargo em comissão em Belo


Horizonte. Este servidor receberá uma ajuda de custo para realizar a mudança de cidade.
Quando o servidor voltar a morar em Uberaba, receberá uma nova ajuda de custo.
Art. 133. A ajuda de custo será arbitrada pelos Secretários do Estado e Diretores de Departamento
diretamente subordinados ao Governador do Estado, tendo em vista cada caso, as condições de
vida na nova sede, a distância que deverá ser percorrida, o tempo de viagem e os recursos orça-
mentários disponíveis.
§ 1º A ajuda de custo não poderá ser inferior à importância correspondente a um mês de vencimen-
to e nem superior a três, salvo quando se tratar do funcionário designado para serviço ou estudo
no estrangeiro.

A ajuda de custo terá como base o vencimento do servidor, sendo de, no mínimo, o equi-
valente a um mês de vencimento e, no máximo, três meses. Exceção: Caso o servidor se
mude para algum país estrangeiro, esta ajuda de custo poderá ultrapassar o equivalente a
três meses de vencimento.
Art. 134. A ajuda de custo será paga ao funcionário adiantadamente no local da repartição ou do
serviço do que foi desligado.
Parágrafo único. O funcionário sempre que o preferir, poderá receber, integralmente, a ajuda de
custo, na sede da nova repartição ou serviço.
Art. 135. Não será concedida a ajuda de custo:
I – quando o funcionário se afastar da sede, ou a ela voltar, em virtude de mandato eletivo;
II – quando for posto à disposição do Governo Federal, municipal e de outro Estado;
III – quando for transferido ou removido a pedido ou permuta, inclusive.

Na hipótese do inciso II do artigo 135, quem paga a ajuda de custo é o cessionário,


o órgão que receberá o servidor. Exemplo: o Estado de Minas Gerais cede um servidor
para trabalhar em um Ministério, na União. Quem pagará a ajuda de custo para o servidor
será a União.
Art. 136. Restituirá a ajuda de custo que tiver recebido:
I – o funcionário que não seguir para a nova sede dentro dos prazos determinados;
II – o funcionário que, antes de terminado o desempenho da incumbência que lhe foi cometida,
regressar da nova sede, pedir exoneração ou abandonar o serviço.
15m § 1º A restituição será feita parceladamente, salvo no caso de recebimento indevido, em que a
importância correspondente será descontada integralmente do vencimento ou remuneração, sem
prejuízo da aplicação da pena disciplinar cabível na espécie.
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§ 3º Se o regresso do funcionário for determinado pela autoridade competente, ou, em caso de


pedido de exoneração, apresentado pelo menos noventa dias após seu exercício na nova sede, ou
doença comprovada, não ficará ele obrigado a restituir a ajuda de custo.
Art. 137. O transporte do funcionário e de sua família compreende passagens e bagagens, obser-
vado, quanto a estas, o limite estabelecido no regulamento próprio.
§ 1º – Poderá ainda ser fornecida passagem a um serviçal que acompanhe o funcionário.
Art. 138. Compete ao Governador do Estado arbitrar a ajuda de custo que será paga ao funcioná-
rio designado para serviço ou estudo fora do Estado.
Parágrafo único. A ajuda de custo, de que trata este artigo, não poderá ser inferior a um mês de
vencimento ou remuneração do funcionário.

Das Diárias
Art. 139. O funcionário que se deslocar de sua sede, eventualmente e por motivo de serviço, faz
jus à percepção de diária, nos termos de regulamento.
§ 1º A diária não é devida:
1) no período de trânsito, ao funcionário removido ou transferido.
2) quando o deslocamento do funcionário durar menos de seis horas;
3) quando o deslocamento se der para a localidade onde o funcionário resida;
4) quando relativa a sábado, domingo ou feriado, salvo se a permanência do funcionário fora da
sede nesses dias for conveniente ou necessária ao serviço.
§ 2º Sede é a localidade onde o funcionário tem exercício.

A diária é paga ao servidor quando este vai participar de congressos ou reuniões em


outras cidades, para compensar despesas com alimentação, hospedagem, transporte etc.
Art. 140. O pagamento de diária, que pode ser feito antecipadamente, destina-se a indenizar o
funcionário por despesas com alimentação e pousada, devendo ocorrer por dia de afastamento e
pelo valor fixado no regulamento.
20m § 1º A diária é integral quando o afastamento se der por mais de doze horas e exigir pousada paga
pelo funcionário.
§ 2º Ocorrendo afastamento por até doze horas, é devida apenas a parcela da diária relativa a
alimentação.
Art. 141. É vedado o pagamento de diária cumulativamente com qualquer outra retribuição de
caráter indenizatório de despesa com alimentação e pousada.
Art. 142. Constitui infração disciplinar grave, punível na forma da lei, conceder ou receber diária
indevidamente.

No caso do artigo 142, serão penalizados tanto o servidor que receber a diária indevida
quanto o que conceder o benefício indevidamente.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Rodrigo Cardoso.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.

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