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UNIVERSIDADE CÁTOLICA DE MOÇAMBIQUE

FACULDADE DE ENGENHARIA

Avaliação da adaptabilidade na produção de diferentes variedades de girassol para as


condições Agro-Ecológias da Estação Agraria de Sussundenga

Berta Ismael Fibione

Chimoio, Junho de 2023


Avaliação da adaptabilidade na produção de diferentes variedades de girassol para as
condições Agro-Ecológias da Estação Agraria de Sussundenga

Berta Ismael Fibione

Projecto final a ser submetido ao Departamento de


Agronomia Universidade Católica de Moçambique, na
Faculdade de Engenharia, como um dos requisitos
básicos para a obtenção do grau de Licenciatura em
Agronomia.

Supervisor: Eng⁰ Mateus Pedro (Msc)

Tutor: Engo Custódio Jorge (Msc)


Chimoio, Junho de 2023

ÍNDICE

CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO....................................................................................................... 3
1.1 Contextualização..........................................................................................................................3

1.2 Problema de estudo.................................................................................................................4

1.3 Justificativa.............................................................................................................................5

1.4 Hipóteses................................................................................................................................6

1.5 Objectivos....................................................................................................................................6

1.5.1 Objectivo geral......................................................................................................................6

1.6 Aspectos éticos.............................................................................................................................7

CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA................................................................................8


2.1. Conceitos Básicos........................................................................................................................8

2.2 Cultura girassol............................................................................................................................8

2.2.1 Descrição da planta...............................................................................................................8

2.2.2 Classificação taxionómica do girassol...................................................................................9

2.2.3 Origem do girassol................................................................................................................9

2.2.4 Factores ecofisiológicos do girassol......................................................................................9

2.2.5 Adaptabilidade e comportamento do girassol......................................................................11

2.2.6 Maneio cultural....................................................................................................................11

CAPÍTULO III: METODOLOGIA............................................................................................... 17


1.1 Descrição biofísica da área de estudo...................................................................................17

3.1.1 Clima...................................................................................................................................17

3.1.2 Hidrologia............................................................................................................................17

3.1.3 Relevo e solos......................................................................................................................18

3.1.4 Vegetação e Fauna...............................................................................................................18

3.1.5 Actividade Económica.........................................................................................................19

1.2 Delineamento experimental..................................................................................................19


3.3 Analise de dados.........................................................................................................................22

3.3.1. Os parâmetros a avaliar.................................................................................................22

CAPÍTULO IV: RESULTADOS ESPERADOS............................................................................23

CAPÍTULO V: CROMOGRAMA DE ACTIVIDADES E ORÇAMENTO.....................................24


5.1 Cronograma de actividades.........................................................................................................24

5.2 Orçamento..................................................................................................................................24

CAPÍTULO VI: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................25


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CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO

1.1 Contextualização

O girassol pertence a família compositae (Asteraceae), género Helianthus, que em


grego “Helios" significa sol e “anthos" flor (Fick, 1989). De acordo com Skorick, 1988
citado por Magaia (1999) o girassol possui cerca de 67 espécies, das quais faz parte o
Helianthus annus L., com 3 raças respectivamente: H. annuus subsp Leticularis, o girassol
silvestre; If. annuus subsp annuus, girassol infestante e H. annus subsp macrocarpus (DC)
Ckll, girassol gigante. Em Mozambique foram encontradas nas províncias de Maputo,
Inhambane, Gaza e Sofala a espécie H. argophillus e nas províncias de Inhambane e Gaza a
espécie H. debilis.

O girassol (Helianthus annus L.) é considerado a segunda mais importante cultura


oleaginosa, sob o ponto de vista de área cultivada e é usada fundamentalmente para
extrac9ao de óleo na semente. Outras culturas oleaginosas importantes são: o algodão
(Gossypium spp), gergelim (Sesamum indicum L.), soja (Glicine mcx) e amendoim (Arachis
hypogea L.) (Brighenti e Castro, 2013).

O girassol é uma cultura que se desenvolve bem na maioria dos solos agricultáveis,
podendo ser cultivado em praticamente todo o território nacional, dada sua ampla faixa de
tolerância a temperaturas extremas e à seca, além de ser pouco influenciado pela latitude,
altitude e fotoperíodo. Estas características fazem com que a cultura do girassol se torne uma
importante alternativa económica em sistemas de rotação ou sucessão de cultivos em regiões
produtoras de grãos (Grunvald et al., 2014).

O elevado potencial das características agronómicas do girassol, tais como


produtividade de grãos e rendimento de óleo, faz com que sua cultura seja destinada a
diversos usos, como na alimentação animal, ornamentação, produção de óleo alimentício e
de biodiesel, fazendo com que o girassol tenha-se tornado uma das culturas mais propícias à
matéria-prima na busca por fontes renováveis, alternativas ao uso do petróleo (Knothe,
2005).

As sementes de girassol possuem elevado valor nutritivo, tanto proteico quanto


lipídico, uma vez que em sua composição há cerca de 60% de ácidos graxos linoleicos,

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responsáveis pela redução do colesterol no plasma sanguíneo e, por consequência, do factor


de risco de doenças cardiovasculares (Brighenti e Castro, 2013).

Para além dos usos mencionados acima, o uso de cultivares de melhor


adaptabilidade e estabilidade de produção constitui-se em insumo de baixo custo no sistema
de produção e, consequentemente, de fácil adopção pelos produtores (Del Peloso et al.,
2002).

O presente trabalho compreende os seguintes capítulos: Capítulo I: Composto pela


Introdução, Contextualização, delimitação e formulação da pergunta de partida; Objectivos
da investigação; questões de investigação subjacentes aos objectivos; clarificação da
pertinência teórica e prática da investigação; razões e motivos que justificam o estudo e
Descrição da estrutura do projecto de pesquisa; Capítulo II: onde encontramos a Revisão da
Literatura, onde é feito o levantamento de ideias de vários autores com intuito de sustentar
mais ainda o tema em análise; Capítulo III: Metodologia da Investigação; Capítulo IV:
Resultados Esperados; V: Cronograma de actividade e Orçamento e por fim Capítulo VI:
Referências bibliográficas.

1.2 Problema de estudo

Moçambique é vulnerável às mudanças climáticas devido a sua localização


geográfica, zona de convergência intertropical e a jusante de bacias hidrográficas partilhadas
(MICOA, 2012). De acordo com Brito (2014), Moçambique é o terceiro país mais afectado
pelos desastres naturais em África, e é o segundo mais vulnerável a eventos extremos na
África Austral, como secas, cheias e ciclones tropicais, podendo esperar mudanças nos
padrões sazonais de precipitação frequência, intensidade, abrangência, duração e período de
ocorrência.

Os efeitos das Mudanças Climáticas incluem ainda efeitos económicos negativos


devido a recessão económica em virtude da baixa produção agrícola (IPCC, 2001). Por outro
lado, a agricultura é uma actividade que depende directamente do clima e das alterações nesse
componente podem ter sérios reflexos sociais e económicos. Os impactos das mudanças
climáticas podem se constituir numa séria ameaça para a agricultura, por colocar em risco a
preservação dos sistemas agrícolas actuais (Lima, 2001).

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Este fenómeno traz inundações em virtude da intensificação das tempestades,


períodos longos de estiagem contribuindo para a perda de culturas agrícolas e pecuários.
Nessa perspectiva o INE (2009) coloca as Mudanças Climáticas como um desafio na
actualidade para a população moçambicana, pois cerca de 80% da população depende da
produção agrícola. Contudo o impacto que estes têm na vida da população é em função do seu
grau de vulnerabilidade e da existência ou não de mecanismos de prevenção, mitigação e
resposta a estes eventos (INGC, 2017). Assim, para

Viagem (2013), além da vulnerabilidade devido a sua localização geográfica,


Moçambique torna-se mais vulnerável devido à sua alta dependência das condições climáticas
no seu sector agrícola, sendo que as mudanças climáticas têm influência preponderante sobre
as culturas e irá alterar as suas formas e tipos de cultivo.

Apesar do impacto da mudança do clima no conjunto do sector agrícola, os


agricultores familiares são os agentes mais vulneráveis e precisarão de mais suporte para se
adaptar (Filho et al., 2016).

O sector agrário em Moçambique é constituído essencialmente pelo sector familiar,


que pratica uma agricultura de subsistência, sendo que nas zonas rurais a agricultura familiar é
constituída essencialmente por pequenas explorações (aquelas que cultivam menos de 5ha)
ocupando mais de 95% da área cultivada do país (Sitoe, 2005). Esta situação, exige dos
agricultores que desenvolvam formas de se adaptar às mudanças climáticas baseadas no seu
conhecimento local e tradicional.

1.3 Justificativa

Atualmente os problemas ambientais requerem uma tomada de atitude por parte da


humanidade no sentido de minimizar a poluição ambiental. A diversificação das fontes
energéticas se apresenta como alternativa viável para a continuidade das atividades
econômicas e industriais, tanto Mocambicanas como mundiais. A inclusão da biomassa, entre
essas fontes, parece indispensável para evitar o esgotamento dos recursos naturais e mesmo
mitigar impactos negativos já presentes em determinadas cadeias de produtos.

Uma maneira de desacelerar tal perturbação é a utilização de combustíveis menos


poluentes, como os biocombustíveis. O biodiesel assume um papel de destaque apresentando
vantagens econômicas, sociais e ambientais. Uma das fontes de obtenção de biodiesel é o óleo

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vegetal que pode ser encontrado em culturas como girassol. Assim, a possibilidade de
aumentar a disponibilidade de variedades desta cultura no país, bem como variedades com
maior teor de óleo vegetal, torna-se uma vantagem (Filho et al., 2016).

Assim, as oleaginosas têm incentivos de produção de acordo com sua adaptabilidade,


como exemplo do girassol, que possui uma grande amplitude de Adaptação e estabilidade
(Brighenti e Castro, 2013).

Neste sentido, o presente estudo teve como objectivo principal avaliar a


adaptabilidade e a estabilidade de produção de variedades de girassol no Instituto de
Investigação Agraria de Moçambique de Sussundenga.

1.4 Hipóteses
2. 1.4.1. H0. Nula

A variedade veronika pode ser mais adaptável nas condições Agro-Ecológicas da Estacão
Agraria de Sussundenga do que as variedades Idilic e Black Record ou nascer do sol.

1. 1.4.2. H1. Alternativo

A variedade Veronika pode não ser adaptável nas condições Agro-Ecológicas da estação
agraria de Sussundenga do que as Variedades Idilic e Black Record ou nascer do sol

1.5 Objectivos

1.5.1 Objectivo geral

 Avaliar a adaptabilidade na produção de diferentes variedades de girassol para as


condições Agro-Ecológicas da Estação Agraria de Sussundenga.

1.5.2 Objectivos específicos

 Comparar o desempenho das três variedades;


 Determinar o comprimento do caule da planta, número de folhas, altura da planta e
diâmetro do caule das três variedades de girassol;
 Avaliar o rendimento comercial de girassol.

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1.6 Aspectos éticos

No que concerne a ética, levou-se em conta os seguintes aspectos:

a) Consentimento livre e esclarecido dos indivíduos-alvo e a protecção a grupos


vulneráveis e aos legalmente incapazes (autonomia). Neste sentido, a pesquisa
envolvendo seres humanos deverá sempre tratá-los em sua dignidade, respeitá-los em
sua autonomia e defendê-los em sua vulnerabilidade;
b) Ponderação entre riscos e benefícios, tanto atuais como potenciais, individuais ou
colectivos (beneficência), comprometendo-se com o máximo de benefícios e o mínimo
de danos e riscos; garantia de que danos previsíveis serão evitados (não maleficência);
c) Relevância social da pesquisa com vantagens significativas para os participantes da
pesquisa e minimização do ónus para os participantes vulneráveis, o que garante a
igual consideração dos interesses envolvidos, não perdendo o sentido de sua
destinação sócio humanitária (justiça e equidade).

Assim sendo, na realização desta pesquisa, os funcionários a serem entrevistados


serão previamente informados sobre o tema, os objectivos e resultado que se pretende com a
pesquisa. As considerações éticas visam dar a informação aos entrevistados e estes por sua
vez disponibilizarem-se a colaborar no fornecimento dos dados necessários para a
materialização da pesquisa.

Nas considerações éticas visa concretamente criar uma amizade com o entrevistado
de maneira que este possa se sentir livre durante o processo de recolha dos dados, isso passa
necessariamente da criação de um bom ambiente de conversa, fazendo com que o entrevistado
se sinta livre e capaz de contribuir na pesquisa. Sendo o processo de colecta de dados uma
fase crucial de uma pesquisa em que a fiabilidade da informação é o ponto determinante na
obtenção de resultados fiéis da pesquisa.

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CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA

2.1. Conceitos Básicos

Segundo Maroun (2007), Mudança climática refere-se à qualquer mudança no


clima influenciada quer seja directa ou indirectamente pela actividade humana e que é
adicional à variabilidade natural do clima ao longo do tempo.

Adaptação é definida como conjunto de iniciativas e estratégias que permitem a


adaptação, nos sistemas naturais ou criados pelos homens, a um novo ambiente, em resposta à
mudança do clima actual ou esperada (Zolho, 2009).

Saber local: De acordo com a FAO (2012), o saber local é aquele conhecimento
prático sobre o ambiente e estratégias de busca de soluções com base na experiência íntima
acumulada por muitas gerações.

2.2 Cultura girassol

2.2.1 Descrição da planta

O girassol é uma planta dicotiledónea anual, de porte herbáceo, robusta, alta, erecta,
sem ramificação e de crescimento rápido. Tern raízes superficiais e profundas, podendo
atingir cerca de 3 m de comprimento em condições de humidade suficiente. A distribuição e
penetração das raízes tomam-se importantes para o crescimento vegetativo, flora9ao e
formação das sementes. O caule é robusto, circular em seção, de 3 - 6 cm de diâmetro
podendo atingir cerca de 10 cm, geralmente de cor verde ou verde amarelado, atingindo
cerca de 3 m de altura e algumas vezes pode-se encontrar variedades com 5 m, no entanto
em condições de solos salinos tanto o diâmetro e a altura do caule diminuem (Maroun,
2007).

As folhas são alternadas, ocasionalmente opostas, largas, ovadas- cordatas com


pecíolos longos, de cor verde, com pelos, que se desenvolvem rapidamente em condi9ñes de
temperaturas alta. Trinta a quarenta folhas são produzidas por planta e terminam até a
abertura da inflorescência e o início da floração. As flores são terminais em forma de disco,
reunidas em inflorescência características, chamadas de capítulo variando entre cultivares na
forma da cabeça que depende da estação do ano e do tipo de solo (Dos Santos et. al., 2016).

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O diâmetro do disco varia entre 10-30 cm, ocasionalmente muito largas podendo
atingir em algumas variedades cerca de 76 cm. O capítulo tern dois tipos de flores, as da
linha exterior, que são brilhantes e coloridas, estéreis, de forma ligulada, usualmente
amarelas e algumas vezes de cor vermelha, e as da linha interior do disco, são de cor
castanha ou púrpuras, constituídas por 1000-4000 flores individuais por cabe9a originadas
no centro da inflorescência. O Fruto, conhecido por semente é um aquénio, varia em cor
preta embebida a branca, podendo também ocorrer a cor castanha mosqueada (Farias, 2005).

2.2.2 Classificação taxionómica do girassol

O girassol pertence a família compositae (Asteraceae), género Helianthus, que em


grego “Helios" significa sol e “anthos" flor (Fick, 1989). De acordo com Skorick, 1988
citado por Magaia (1999) o girassol possui cerca de 67 espécies, das quais faz parte o
Helianthus annus L., com 3 ra9as respectivamente: H. annuus subsp Leticularis, o girassol
silvestre; If. annuus subsp annuus, girassol infestante e H. annus subsp macrocarpus (DC)
Ckll, girassol gigante.

Segundo Purseglove (1974), existem espécies anuais e pereanuais, onde as


primeiras são constituídas por apenas doze das quais o f. anuus faz parte e as segundas são a
sua maioria, como por exemplo a H. Tuberosus, H. Decapelalus L., If. Rigidus (cass).
Oliveri, et al. (1997) referem que em Mozambique foram encontradas nas províncias de
Maputo, Inhambane, Gaza e Sofala a espécie H. argophillus e nas províncias de Inhambane
e Gaza a espécie H. debilis.

2.2.3 Origem do girassol

Embora se aceite que o girassol tenha a sua origem no continente Americano, há


opiniões diferentes quanto ao local exacto. O girassol é originário de Sudoeste dos Estados
Unidos na região do México cujas sementes foram usadas facilmente pelos índios para
alimentação. O centro de origem da cultura do girassol (Helianthus annus L.) é o Norte da
América, donde se expandiu para a Europa, Asia e África tendo sido considerada a principal
cultura de extracção de não. o girassol é uma planta originária da América central ou do Sul,
ou das zonas temperadas da América do Norte.

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2.2.4 Factores ecofisiológicos do girassol

O girassol é uma planta que tem boa adaptabilidade a variadas condições climática.
Os grãos de pólen do girassol não são adaptados para serem transportados pelo vento, mas
sim, transportados através de insectos, uma vez que esses grãos de pólen sejam caracterizados
como pegajosos e pesados. É possível potencializar o crescimento e desenvolvimento do
vegetal buscando o incremento na produção, quando associado a uma boa escolha da época de
semeadura e um arranjo especial adequado, utilizando substâncias reguladoras de crescimento
(Dos Santos et. al., 2016).

Com relação ao fotoperíodo, o girassol é uma planta classificada como insensível, e


isso pode ser observado pela ampla dispersão, em regiões nacionais, dos híbridos e variedades
de girassol, já testadas. Porém, alguns dos cultivares apresentam comportamentos diferentes,
vez como planta de dia longa, vez como planta de dia curta (Leite et. al., 2005). Em um
estudo, Lauriane et. Al. (2015) avaliaram a fitomassa e a produção do girassol em função da
irrigação com diferentes níveis de reposição hídrica, também utilizando adubação potássica
sob condições de ambiente, e concluíram que, a interacção entre os níveis de reposição hídrica
com doses de potássio afectou significativamente a fitomassa seca do caule, da parte aérea e
do capítulo.

O défice hídrico é o factor limitante de maior importância, no que diz respeito ao


desenvolvimento das culturas. Porém, a planta do girassol é cultivada, com frequência, sem
irrigação e, mesmo o girassol sendo considerado um cultivar que possui boa resistência à
seca, sob condição de constante falta de água, a produção de grãos pode ser drasticamente
afectada (Farias, 2005).

Em um estudo Knapp et. al. (2016) avaliaram os efeitos da inoculação com


Trichoderma sp. em conjunto com o déficit hídrico no crescimento e no desenvolvimento do
girassol, e relataram que a inoculação das sementes do girassol utilizando Trichoderma sp.
não apresentou diferenças significativas quanto ao desenvolvimento da cultura. Em solos com
frequente falta de água, a tornasse temperatura o factor de maior limitação de germinação das
sementes de girassol, uma vez que a germinação possui limitações de temperaturas, para
continuidade de seu desenvolvimento (Lopes et. al., 2011).

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O défice hídrico ocorrendo em alguns dos estádios mais importantes do


desenvolvimento, irá afectar a produtividade da planta. É necessário que se aprimore o
manejo de irrigação, visando uma melhor alocação dos recursos de água, uma vez que a
agricultura dependa substancialmente disso. Com isso, a água economizada com o manejo de
irrigação, pode ser utilizada para irrigar outras áreas e outras culturas (Da Silva et. al. 2014).

2.2.5 Adaptabilidade e comportamento do girassol

O girassol apresenta boas características agronómicas por ser resistente a seca, com
boa produtividade e adaptabilidade a diferentes tipos de solos e climas (Deveza, 1968).
Segundo Weiss (1983), é uma planta que se adapta principalmente nas zonas temperadas, e
grande parte da produção bem como a boa qualidade de óleo são obtidas nestas áreas. O
mesmo nível de produção e qualidade de óleo pode-se obter nas zonas tropicais e
subtropicais, em variedades adaptadas a uma extensão larga de condições ambientais
quando a selecção e multiplicação é feita (Kolte, 1985).

A cultura do girassol, desenvolve-se bem entre as latitudes 40° S e 55° N, podendo-


se obter grandes volumes de produção, entre as latitudes 20-40° S e 20-50° N, e acima de
2500 m do nível médio das águas do mar podendo se obter geralmente, bons rendimentos
por hectare abaixo de 1500 m acima do nível médio das águas do mar (Weiss, 1983).

A cultura de girassol é insensível ao fotoperíodo (Kolte, 1985); neste contexto


(Magaia, 1999), refere que em Mozambique o girassol pode ser semeado em diferentes
épocas desde que haja disponibilidade hídrica, não constituindo limitante os factores
climáticos como o frio e o calor.

2.2.6 Maneio cultural

As plantas de girassol vêem preenchendo muitos de alguns requisitos básicos para


sua produção em áreas de agricultura familiar, actuando como uma alternativa para os
programas de biodiesel, e com os seus resíduos e co-produtos podendo ser utilizados na
alimentação animal, por ter uma característica de boa resistência a seca e a temperaturas
baixas, em especial, quando a sua produção tem objectivo ao mercado de óleo e silagem
(Dourado, et. al., 2013).

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A planta de girassol está entre as quatro maiores culturas de oleaginosas que


produzem óleo vegetal no mundo, por ser extremamente adaptável a variadas condições
climáticas, perdendo lugar para as culturas de soja, canola e palma. O rendimento que a
cultura do girassol abrange pode ser determinado levando em consideração a produção de
grãos, muito embora o grande interesse pela cultura seja o óleo, uma vez que a sua
comercialização seja feita com base no peso do grão. Elevadas temperaturas do ar nos
períodos de florescimento, enchimento de aquénios e de colheita, proporcionam o sucesso da
exploração agrícola (Pereira et. al. 2016).

A inclusão de agricultores nos programas de Biodiesel é fomentada pelo Selo


Combustível Social, porém, existem dificuldades pelas poucas variedades de oleaginosas que
possam atender a produção de óleo, que tenham tolerância ao déficit hídrico e que possam
fornecer co-produtos e resíduos para serem utilizados na alimentação de animais das
propriedades que venham aderir o cultivo dessas plantas. Desse modo, o girassol tem-se
mostrado uma alternativa para esse tipo de produção, por ter um potencial de atender a essas
necessidades, em locais de semiárido, por exemplo, uma vez que seja comum a ocorrência de
períodos secos durante as estações chuvosas, os quais, se ocorrerem com bastante intensidade
e por um longo tempo, podem provocar dando às culturas de subsistência (Santana et. al.,
2013).

2.2.6.1 Depósito de semente

A qualidade fisiológica das sementes durante o armazenamento é afectada por


factores ambientais, tanto do armazém quanto pela qualidade da própria semente. Caso as
condições do armazém não atendam às necessidades de cada tipo de semente, as perdas são
efectivas, em consequência das condições de armazenamento (Lira, 2016).

O cultivo do girassol tem expressão em algumas regiões do país, como a região


Centro-Oeste, sendo que para a garantia de alta produtividade, faz-se necessário o uso de
sementes de alta qualidade. Principalmente por conta de características bioquímicas das
sementes, pois existe a necessidade de uma armazenagem em condições favoráveis, com isso,
é fundamental que seja feita uma boa manutenção da qualidade das mesmas até a semeadura
(Ferreira, 2016).

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2.2.6.2 Temperatura

O girassol precisa para o seu crescimento temperaturas entre 20-25°C, mas acredita-
se que o óptimo esta entre 27-28°C. 0s mesmos autores afirmam que a cultura tolera
temperaturas que se encontram entre 8-34°C, sem perdas significativas de produção,
indicando cada regime com dias quentes e noites frias. Em condi9ñes de temperaturas
elevadas, por longos períodos reduz-se o momento da matura9ao em 50% das plantas. A
tolerância tanto para as altas e a baixas temperaturas, faz com que o girassol se adapte a
diferentes ambientes obtendo-se sem alteração substancial da produ9ao quando a
temperatura estiver no intervalo de 18-33°C (Dos Santos et. al., 2016).

Solos

A cultura desenvolve-se melhor nas elevações médias a altas dos trópicos, em terras
baixas, podendo crescer em terras consideradas pobres e secas para várias outras culturas, no
entanto não se adaptam aos trópicos húmidos. Para a produção de girassol são indicados
solos de textura media, profundos com boa drenagem e de fertilidade razoável (Lasca,
2004). Solos bem drenados são mais importantes que os solos férteis para o crescimento da
cultura, adaptando-se bem em locais neutros a moderadamente alcalinos com pH 6.5- 8.0.

Em solos mal drenados há um aumento da susceptibilidade de ocorrência de


doenças causadas por fungos. Bons rendimentos são obtidos em solos arenosos em relação
aos solos argilosos, entretanto o conteúdo de óleo e dos nutrientes é afectado pelo nível
elevado de salinidade.

2.2.6.3 Precipitação/ Rega

A cultura do girassol é muito sensível a períodos de alagamento do solo em todas as


fases do seu desenvolvimento. Para a irrigação da cultura, não se recomenda o uso de
sistema de rega por aspersão, pois o nível de humidade toma-se elevada, proporcionando um
clima favorável para o desenvolvimento de doenças foliares como a femigem (Puccinia
helianti), mancha de septora (septoria sp) e altemaria (Alternaria sp) (Silveira et. al. 2005).

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Uma quantidade de água de irrigação de 500 mm apenas pode providenciar


humidade adequada no subsolo, podendo se obter rendimentos moderados com uma
precipitação abaixo de 300 mm, que não é recomendável comercialmente como cultura
mecanizada. Acima de 1000 mm de precipitação ocorre perdas da semente devido a
ocorrência de doenças, o que não se verifica em solos bem drenados (Dourado, et. al., 2013).

2.2.6.4 Zonas de produção de Girassol

A Rússia é o maior produtor a nível mundial, produzindo quase o dobro do


somatório das produ9ñes de todos os restantes países, seguindo a Argentina que ocupa o
segundo lugar e por ordem decrescente a Roménia, Bulgaria, Jugoslavia, Hungria, Turquia.
No continente africano, encontra-se a África do Sul que ocupa o oitavo lugar entre os
produtores mundiais. Em Moçambique, as principais regiões onde o girassol é cultivado são:
as Províncias de Nampula, Cabo Delgado e Zambézia contribuindo para a dieta alimentar e
boa fonte de rendimentos. A província de Manica é um dos grandes produtores desta cultura
e os camponeses usam variedades melhoradas para o cultivo, como por exemplo a “black
record” (Silveira et. al. 2005).

2.2.6.5 Utilização do girassol

A semente do girassol é fonte de proteínas e toma-se importante como planta


forrageira ao colher durante a floração, pois nesta fase apresenta cerca de 14% de Proteína
Bruta além de vitamina C e pró-vitamina A. os bagaços subprodutos de extracção de fileo
constituem também importante fonte de proteínas suplementares das rações de bovinos e
ovinos. Serve também como adubo verde (orgânico) e é usado como estrume para aumentar
a fertilidade do solo (Leite, et. al., 2005).

0s óleos vegetais comestíveis podem ser usados ocasionalmente na indústria, como


por exemplo na fábrica de sabões, vernizes, lubrificantes, óleos de cabelo entre outros.
Segundo De Barros (1986), I há de girassol pode fornecer cerca de 20-30 Kg de me1 de
qualidade superior importante para alimentação humana.

2.2.6.6 Doenças

A cultura do girassol tem-se expandido muito pelo mundo, porém, pode ser
prejudicada por factores como doenças causadas por vírus, bactérias, fungos e dermatoides

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alguns pesquisadores relataram que as doenças são as causadoras de aproximadamente 12%


da produção anual de girassol no mundo. As doenças causadas por microrganismos é um
factor limitante na maioria das regiões produtoras. Existem relatos de várias doenças que
acometem a planta do girassol, como o mosaico, mancha e crestamento bacteriano, podridão
da medula das hastes, ferrugem, dentre outras (Dourado, et. al., 2013).

Os fungos são considerados maioria, no que diz respeito ao ataque à cultura do


girassol, destacando-se o Sclerotium rolfsii Sacc, causador da podridão do colo, que é
classificada como uma das principais doenças em praticamente todas as regiões onde o
girassol é cultivado. Na cultura do girassol, quaisquer interferências de factores abióticos ou
bióticos irão reflectir na produção final de plantas, bem como ocorre em outras culturas.
Dentre os agentes bióticos, se destacam as pragas e doenças, como os factores que causam
redução na produtividade em locais onde o cultivo é tradicional (Moreira et. al., 2009).

Uma vez que as doenças são instaladas na lavoura, torna-se difícil o controlo das
mesmas, ora por falta de produtos que sejam registados para o cultivo no país, ora pela
dinâmica de crescimento das plantas. A resistência genética das plantas é de extrema
necessidade, uma vez que possa promover um índice de prevenção a determinadas doenças
que possam aparecer na lavoura (Leite et. al., 2005).

2.2.6.7 Adubação

Para que ocorra um desenvolvimento de qualidade a planta vai necessitar de uma boa
oferta de nutrientes durante todo o seu período de desenvolvimento até o estabelecimento da
cultura. Na adubação se disponibilizará para a planta principalmente os nutrientes como o
nitrogénio, fósforo e o potássio (Leite et. al. 2007).

A quantificação de nutrientes a ser adubada deverá ser adquirida através da análise


de solo. Depois de definir a quantidade a ser utilizada na adubação, pode-se então, ser feita a
divisão das aplicações, uma vez que a adubação é feita em parcelamentos, normalmente
recomenda-se a aplicação de 30% da adubação durante a semeadura e o restante é plicado em
coberturas depois de um intervalo de aproximadamente 30 dias entre as aplicações (Campos
et. al. 2015).

Um ponto de grande relevância no cultivo do girassol é a sua sensibilidade a baixos


níveis de boro no solo. A falta de boro traz prejuízos como crescimento reduzido da planta a

15
16

deformação, coloração anormal e a planta se torna muito sensível, ficando facilmente


quebradiça. Por tanto, para uma boa elevação do potencial produtivo, é necessário o
fornecimento de nutrientes, priorizando quantidades adequadas e qualidade, para que não
ocorra a falta ou o excesso de algum determinado elemento (Capone et. al. 2016).

2.2.6.8 Colheita

A colheita é uma das últimas actividades a serem realizadas no campo, feita após
todo o processo de desenvolvimento da planta até o estádio de maturação e produção. A
colheita mecanizada de girassol, tanto no Brasil, quanto em países onde a cultura de girassol é
tradicional, tem representado desafios por sua característica anatómica da planta e do grão. A
colheita é uma prática que sofre a influência de vários factores, tais como, condições
climáticas, teor de água e tipo de colheita (Balla et. al., 1997).

A época de colheita é determinada de acordo com as condições fisiológicas


apresentadas pela planta, ou seja, pelo ponto de maturação da mesma. Sempre que possível, a
colheita deve ser realizada quando o teor de humidade dos aquénios, estiver aproximadamente
entre 11 a 13%, levando em consideração algumas condições de desenvolvimento da lavoura,
assim, ocorrendo a colheita antecipada ou com atraso, sob teor acima de 16% de humidade, e
abaixo de 9% de humidade, respectivamente (Leite et. al., 2005).

16
17

CAPÍTULO III: METODOLOGIA

1.1 Descrição biofísica da área de estudo

O experimento foi realizado na Estação Agrária de Sussundenga (EAS), que pertence


ao Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM), no distrito de Sussundenga.
Sussundenga localiza-se na Província de Manica, entre as latitudes 19° 00’ e 20° 30’ Sul e
longitude 32° 30’ e 34° 00’ Este (Cumbane, 2012).

Faz fronteira a Norte com os Distritos de Manica e Gondola através dos rios Revué e
Zònue, a Sul com o Distrito de Mussurize e a Província de Sofala, a Este com o Distrito de
Buzi (Província de Sofala) e a Oeste com a República do Zimbabwe (Cumbane, 2012). A área
total do Distrito de Sussundenga é de 7060 Km2 e estende-se por cerca de 100 km de Oriente
para Ocidente e por cerca de 120 km de Norte a Sul.

3.1.1 Clima

O clima do distrito não foge ao padrão geral prevalecente no Centro de Moçambique,


a temperatura durante a maior parte do ano é elevada, especialmente durante a estação
chuvosa, com uma média de aproximadamente 30ºC, excepto nas terras altas mais frescas do
interior do país. O clima de Sussundenga é savânico e possui uma estação chuvosa e outra
seca, com temperatura média anual de 28ºC, a precipitação média é sempre superior a 378mm
(Cumbane, 2012).

Não chove 189 dias por ano, a humidade média é de 71%. No dia 28 de Dezembro de
2021, foi realizada uma visita de pré-avaliação ambiental do projecto e os termómetros

17
18

registavam uma temperatura máxima de 28 °C e mínima de 17 °C, com a cessação térmica de


30 °C e com o céu limpo (Cumbane, 2012).

3.1.2 Hidrologia

A região de Sussundenga encontra-se na bacia Hidrográfica do rio Revue e seus


afluentes. Por sua vez, drena suas águas para o rio Buzi, que é a principal bacia hidrográfica
da região. O período de excesso de água ocorre no mês de Novembro a Março, em que a
precipitação é maior em relação à evapotranspiração. A região apresenta apenas um período
de crescimento do tipo normal com um período de seca que ocorre de Maio a Outubro.
Contudo, o recurso hídrico que ocorre na área do projecto é o rio Revué (Cumbane, 2012).

3.1.3 Relevo e solos

A oeste do distrito, existe uma área montanhosa (Maciço de Chimanimani) e uma


superfície de cerca de 1.050 km2, onde se situa o ponto mais alto de Moçambique, o Monte
Binga com 2.436 m de altitude. Os solos predominantes são Leptosols, ocorrendo
principalmente em áreas montanhosas. Os Arenossolos também ocupam grandes áreas nos
pontos administrativos de Dombe, Rotunda e Muhoa. Existindo outros materiais que ocupam
pequenas áreas da zona central do distrito. A área do projecto é caracterizada por solos
argilosos de cor acastanhada e com forte presença de rochas (Cumbane, 2012).

3.1.4 Vegetação e Fauna

O distrito de Sussundenga é caracterizado por uma variedade de espécies que


compõem a sua vegetação, dentre eles, o miombo ocupando cerca de 90% da região, também
se destacam espécies como a PangaPanga, Umbila, Mapepe, Mussussa e Muocha. Na área de
implantação do projecto foi possível visualizar a existência de uma floresta ribeirinha
composta por diversas espécies arbóreas, arbustivas e gramíneas (Cumbane, 2012).

Das variedades dos recursos faunísticos do distrito de Sussundenga, pode-se destacar


a predominância de gazela, cabrito de mato, galinhas do mato e ratos. A pesca que constitui o
peixe do rio e das lagoas artificiais de irrigação, como fonte de alimentação das famílias
(Cumbane, 2012).

18
19

Na área do projecto foi possível verificar a existência de macacos. Tendo sido


relatada a existência de variados tipos de peixes, que poderão migrar durante a fase de
construção. Os recursos florestais podem ser das espécies para madeira, construção, lenha,
carvão, como também em plantas medicinais.

O desflorestamento e a erosão são problemas que afectam o distrito de Sussundenga,


a falta de suporte financeiro para os programas de reflorestamento nas áreas exploradas e
outros meios de conservação dos recursos florestais existentes são questões que impedem um
maior aproveitamento desta potencialidade (Cumbane, 2012).

3.1.5 Actividade Económica

Considerando a fertilidade dos solos do distrito, a produção é diversificada, sendo o


algodão e o tabaco consideradas culturas comerciais, produzidas em monoculturas. Este
sistema de produção é ainda complementado pela pecuária, como criação de gado bovino,
caprino e avícola.

A ocupação principal da população local em idade activa é a agricultura familiar de


subsistência, o que indica tratar-se duma população desfavorecida, extremamente dependente
da agricultura para assegurar a sua sobrevivência e desenvolvimento. Uma vez que grande
parte das famílias têm a sua economia baseada na agricultura de subsistência, estas são
afectadas pela insegurança alimentar provocada pela ruptura dos stocks alimentares
provenientes da produção agrícola (Cumbane, 2012).

A caça é sobretudo de animais de pequeno porte, principalmente ratos, coelhos,


ratazanas, galinhas do mato e perdizes. Contudo existem também porcos do mato e gazelas.
No âmbito da visita de campo foi possível constatar que a população local tem a agricultura
como principal actividade económica e de subsistência. Seguida pela criação de animais
domésticos (galinhas, gado bovino e caprino, patos, entre outros) e a peca praticada no rio
Revué (Cumbane, 2012).

1.2 Delineamento experimental

Serão utilizados os dados de produtividade de grãos de girassol de experimento na


Estação Agrária de Sussundenga com sementeira de três variedades nomeadamente Black
Record ou nascer do sol, Idillic e Veronika. Será utilizado o delineamento experimental em

19
20

Delineamento de Blocos Completos Casualizados, com tres (3) tratamentos representados


pelas variedades do girassole e codificados em G 1, G 2 e G3 e quatro (4) repetições segundo o
esquema 1.

22 m
Bloco 1 Bloco 2 Bloco 3 Bloco 4

4m T1 T3
T1 T3

4m
2m

T2 T2 34m
T2 T3
Linha de irrigação

T1 T2 T3 T1

T3 T1 T2 T1

T3 T2 T1 T3

20
21

T2 T1 T3 T2

2m 2m 2m

Figura 1: Esquema do ensaio

O experimento a ser conduzido ocupara uma area total de 748 m2 com 34 m de


comprimento e 22 m de largura tomando em consideracao as caracteristicas apresentadas na
tabela 1. As características a serem avaliadas, serão utilizadas por serem as de maior
importância comercial: rendimento de óleo (kg .ha−1)e rendimento de grãos (kg .ha−1).

Área total do ensaio 34x22 m = 748 m2


Área da parcela (talhão) 4x4 m = 16 m2
Época de sementeira Maio de 2023
Variedades IDILLIC; VERONIKA; BLACK RECORD
Espaçamento 80 cm entre linhas x 30 cm entre covachos
Profundidade 4 à 6cm
Plantas na linha 13
Número de linhas 5
Número de sementes por covacho 2 sementes
Número de covachos por parcela 65 covachos
Número de covachos no ensaio 390 covachos
Número de sementes no ensaio 3120 sementes
Quantidade de semente 300g (cerca de 100g por variedade)
Adubação de fundo (Orgazot): Nitrogénio (N)
orgânico 14 %; Carbono (C) orgânico 44 %; Ferro (Fe)
orgânico 2500 ppm;
Dosagem: 17.2kg
Adubação de cobertura (Synergil 20): Nitrogénio
(N) orgânico 1,5 %; Nitrogénio (N) ureico 18,5 %;
Carbono (C) orgânico de origem biológica 3 %; Ferro
(Fe) orgânico 300 ppm.
Fertilização
Dosagem 384 ml
Aplicação: 20 dias após a sementeira, podendo se
aplicar também no início da floração.
Adubação de cobertura (Eutrofit): Nitrogénio (N)
total 4 % Nitrogénio (N) orgânico 3,7 %; Carbono (C)
orgânico 14 %; Ferro (Fe) orgânico 700 ppm.
Dosagem: 384 ml
Aplicação: 50 dias após a sementeira

21
22

Tabela 1: Características do ensaio e das parcelas

Serão amostradas todas as plantas do ensaio, ou seja, em cada parcela com cinco (5)
linhas, apenas as três (3) linhas centrais serão consideradas como a área útil para as
amostragens todas a plantas serão amostradas. A monitoria será feita em 4 momentos
diferentes:

 1 monitoria – 20 dias após a germinação;


 2 monitoria – 35 dias após a germinação;
 3 monitoria – 50 dias após a germinação;
 4 monitoria – 65 dias após a germinação.

3.3 Analise de dados

Os dados serão processados no pacote estatístico Microsoft Office Excel para


estatística descritiva e elaboração de tabelas e gráficos. Os dados serão submetidos à análise
de variância (ANOVA) utilizando o pacote estatístico SPSS versão 21, com base no teste F a
5% de significância e, para sua validação, serão realizados os testes de Normalidade e de
homogeneidade de variância. Para a análise conjunta a verificação de homogeneidade da
variância do erro será feita com base no teste de Shappiro Wilk. As médias serão comparadas
usando o teste de média de Tukey a nível de significância de 5% caso a ANOVA seja
significativa.

3.3.1. Os parâmetros a avaliar

Percentagens de emergência a serem avaliados aos 7 dias apos a emergência, durante o


experimento, que serão obtidos os dados referentes a temperaturas máxima e mínima,
precipitação máxima e mínima.

Altura da planta
a avaliação da altura será por meio de uma observação directa usando fita métrica, serão
observadas doze (12) plantas aleatórias das três fileiras centrais, dos quais serão escolhidas
quatro plantas para cada linha.

Comprimento da folha

22
23

Para o comprimento será escolhida a folha mais comprida da planta das três linhas centrais
que serão consideradas para a observação.

Diâmetro do caule
Para a avaliação do diâmetro será utilizado Paquímetro.

Rendimento
Este parâmetro será avaliado no final do ciclo da planta, pesando os graus de amostra
selecionada por tratamento.

CAPÍTULO IV: RESULTADOS ESPERADOS

Espera-se do presente estudo:

 Parâmetros de adaptabilidade estudados;


 Variedades introduzidas com maior rendimento e percentagem de óleo vegetal;
 Ciclo de cultivo/crescimento mais curto nas novas variedades.

23
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CAPÍTULO V: CROMOGRAMA DE ACTIVIDADES E ORÇAMENTO

5.1 Cronograma de actividades

Actividades 2023

Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez


1 Revisão de literatura
2 Elaboracao do
projecto
3 Montagengem do
experimento
4 Entrega do projecto a
supervisao
5 Preparo do solo
6 Sementeira
7 Nutrição e adubação
8 Controle de plantas
daninhas, insectos-
pragas
9 Irrigacao
10 Colheita e
armazenagem
11 Tratamento e análises
de dados
12 Elaboração do
relatorio final
12 Entrega do trabalho e
defesa

5.2 Orçamento

Descrição do item Refª Qtd Custo (Meticais)


Unitário Total
Transporte 07 400.00 2,800.00
Resma 01 350.00 350.00
Encadernação 07 50.00 350.00
Impressão 07 60.00 420.00

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25

Caderno de anotações 01 50.00 50.00


Lanche 30 30.00 900.00
Diversos ---- 600.00 600.00
Combustível
Sazonais 06 200 1200.00
Subtotal ----- ----- ----- 6.670.00
Imprevistos (15% do subtotal) 700.00
TOTAL ------ ------ ------------ 7,370.00

CAPÍTULO VI: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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