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7 PASSOS PARA ESCREVER ARTIGOS CIENTÍFICOS

AFONSO NKUANSAMBU1

afonsoafonso17@gmail.com +244 923 589 584/ +244 993 589 584

RESUMO

Na actualidade, os artigos científicos são maneiras fáceis e com custos mínimos para publicar os
resultados das investigações em relação aos livros, em qualquer campo do saber, nas diferentes
revistas do mundo. (Objecto) Nos ambientes académicos, as diversas formas de comunicação em
conferências, simpósios, seminários, palestras, mesa-redonda, congressos, workshop, etc., são
apresentadas através de resumos dos artigos científicos. Saber escrever artigos científicos é tão
emergente e necessário quanto urgente à essência da investigação cientifica, num mundo académico
ávido do saber, caracterizado pela complexidade, conectividade e competividade na biogeografia do
conhecimento. (Importância) O presente artigo se apresenta com o objectivo de compreender os 7
passos cadenciais que o pensamento humano segue para redigir um artigo cientifico. (Objectivo
Geral) Esta reflexão tem o seu enquadramento epistemológico no âmbito da Metodologia de
Investigação Científica. Enquadramento Epistemológico) Para o desenvolvimento do mesmo
seguiu-se o Paradigma Compreensivo-construtivista, enfoque epistemológico da investigação
qualitativa. Usou-se os métodos: reflexivo, descritivo e hermenêutico, com técnicas de observação
direita e indireita através de análise documental. (Procedimentos Metodológico) Num tom
conclusivo, este artigo é um instrutivo didáctico de importância ímpar para habilitar jovens
estudantes universitários, professores e investigadores que necessitam escrever e publicar os
resultados das suas investigações por meio de artigos, com rigor necessário. (Conclusão) Os 7
passos e a ordem proposta, podem não ser os únicos e nem nessa mesma ordem, mas reconhece-se a
dinamicidade da ciência e a criatividade racional de cada um, influenciado por vários factores
psicossociais endógenos e exógenos ao investigador. (Nova perspectiva de investigação)

1
-Doutor em Ciências da Educação, na especialidade de Administração e Política Educacional, pelo Programa de Pós-
Graduação, na Universidade de Desarrolo Sustentable de Asunción; -Pós-Graduado (Especialista) em Gestão
Educacional, pela Universidade Católica de Brasília (Brasil); -Licenciado em Filosofia pela Universidade Católica de
Angola e Graduado em Pedagogia, pela Universidade Católica de Angola. Docente Universitário há 11 anos. Livros
publicados: Metodologia de Investigação Cientifica: Critérios para Elaboração, Formatação e Apresentação de
Trabalhos Científicos em Formato NP & APA (1ª Edição em 2018, 2ª edição em 2019, 3ª edição em 2022). A
Universidade em Angola: Reflexão e Acção (2019). Lógica Formal (1ª Edição em 2019, 2ª edição em 2023) e Gestão
Escolar: Entre a escola que temos e a escola que queremos (2021) Artigos: - 31 artigos publicados nas áreas de Filosofia
e Ciências da Educação.

7 Passos para escrever artigos científicos 1 Afonso Nkuansambu


Palavras-Chave: Artigo. Ciência. Investigação. Qualidade. Universidade.

INTRODUÇÃO

Este artigo é uma das respostas, dentre as várias solicitações que temos recebido dos
estudantes e colegas da universidade, enquanto ministrantes da disciplina de Metodologia de
Investigação Cientifica e inquietados investigadores nesta área do saber, sobre como escrever artigos
científicos. A realidade mostra-nos que há poucos estudantes universitários e professores com
alguma experiência assim como outros sem nenhuma experiência para elaborarem artigos
científicos.

É frequente, observar os baines publicitários nas instituições, nas ruas e como nas
plataformas virtuais, publicidades de eventos académicos como conferências, seminários, palestras,
mesas-redondas, congressos, workshops, etc. Nos ambientes académicos, as diferentes formas de
participar com comunicação nestes eventos têm sido por via de um resumo do artigo cientifico.
Saber investigar, escrever e divulgar os resultados das investigações por meio de artigos científicos é
emergente, quanto urgente e básico para a identidade do investigador.

Os artigos científicos como quaisquer trabalhos científicos, exigem uma forma coerente e
estruturada para a sua elaboração. Apesar de que cada revista e centro de investigação tenham às
suas normas específicas de formatação, mas, os elementos estruturantes de um artigo cientifico têm
pressupostos universais e com os quais iremos incidir o ensino e aprendizagem deste artigo.

Na actualidade, os artigos científicos são maneiras fáceis e com custos mínimos para
comunicar os resultados das investigações em relação aos livros. Como a ciência é ciumenta, ela tem
expressão no pensar, no buscar, no escrever e ao comunicar devendo essa referida expressão exalar a
integridade da investigação realizada.

Este artigo é extrato de um livro em via de publicação com o mesmo título «Os 7 Passos
para escrever artigos científicos», e enquadra-se como a extensão da Metodologia de Investigação
Cientifica que é um dos alicerces na formação de um investigador. O artigo tem como escopo
habilitar estudantes universitários, professores e investigadores a elaborarem artigos científicos, com
o rigor e a qualidade que se requer.
7 Passos para escrever artigos científicos 2 Afonso Nkuansambu
Os 7 passos e a ordem proposta, podem não ser os únicos e nem nessa mesma ordem, mas
reconhece-se a dinamicidade da ciência e a criatividade racional de cada investigador, influenciado
por alguns factores psico-sociais endógenos e exógenos ao investigador; deixando, desta feita, a
margem de flexibilidade dos mesmos, desde que não se reduzam os acidentes ao ponto de gerar um
vazio ôntico, nem tão pouco se aumentem os acidentes ao ponto de engendrar um outro ser.

Portanto, o artigo apresenta um modelo flexível para se fazer a ciência através de artigos
científicos. Considera-se como modelo, porque há uma forma estruturante, um modo para começar e
para terminar. Flexível, porque há liberdade e criatividade no modo de pensar sobre o objecto de
investigação. Este artigo é uma oportunidade para se despertar alguns investigadores do sono da
ignorância e da preguiça mental, tendo sempre em conta de que a liberdade de investigação ser mais
sua do que de outrem.

Nos livros por nós publicados, temos sido peremptórios em apresentar o papel social da
Universidade sendo a «a fábrica do conhecimento válido, verdadeiro e autêntico». Outrossim, «ela é
uma das melhores e maiores invenções do homem de todos os séculos, desde a Academia de Platão
até as actuais e mais prestigiadas Universidades, como espaço autónomo e distinto com propósito de
fabricar conhecimentos para o desenvolvimento da humanidade». (NKUANSAMBU, 2019, p. 6). É
nesse espaço onde os artigos científicos são tidos como instrumentos para epifanização da ciência.

O artigo científico é um dos trabalhos científicos breves, fáceis e com custos mínimos para
se publicar, cujo modo de produção literária é realizada de acordo com o rigor da metodologia
cientifica, que tem o objectivo de informar e formar sobre os resultados da investigação.

É o tipo mais produzido nas universidades, por causa da sua flexibilidade, pertinência e
operatividade técnica e exclusiva. As mais actualizadas investigações e eventos científicos são
apresentadas em artigos científicos, publicados quase todos os dias. Ele pode limitar-se a um
mínimo de 8 e a um máximo de 16 páginas digitadas, dependendo do enquadramento
epistemológico dos mesmos. Geralmente, os artigos devem estar escritos sem subdivisão, salvo se
for por orientação do editor ou da escola, o elemento pré-textual (Folha de rosto) e textuais
(Introdução, corpo de artigo e conclusões ou considerações finais). O elemento pós-textual
obrigatório (Referência bibliográfica) é naturalmente separado do todo, com o subtítulo Referências
Bibliográficas.

7 Passos para escrever artigos científicos 3 Afonso Nkuansambu


A elaboração deste tipo de trabalho obedece um nível de exigência metodológica,
organizacional e de coerência na construção lógica do pensamento como qualquer trabalho de
natureza científica.

Primeiro Passo: Seleccionar o assunto de investigação

Este passo depende de três elementos a saber: - Área de especialidade e formação académica;
Linha de investigação e o assunto especifico a investigar. Naturalmente, quando nos propomos
ingressar na universidade, o primeiro exercício fundamental tem sido a observação da grelha dos
cursos e consequentemente a eleição do curso de especialidade de acordo o conhecimento de si
mesmo e do interesse social concatenado com a ambição profissional. Ao longo dos anos de
frequência do curso, apresentamo-nos um leque de disciplinas que tratam sobre autores, teorias e
temas diversificados, de forma profunda e complementar, articuladas em diferentes metodologias e
actividades práticas para tornar simples o complexo, e fácil o difícil.

A quantidade de disciplinas curriculares abordadas em quantidade de horas por semestre e/ou


por ano, habilita o estudante a conhecer com profundidade rigorosa sobre o campo epistemológico
da área do saber do curso e de especialidade por ele escolhido e frequentado.

Terminada a parte curricular, de acordo a especialidade do curso, o estudante é chamado a


elaborar um Trabalho de Fim do Curso com a orientação de um professor especialista sobre o tema
seleccionado pelo estudante. O tema eleito pelo estudante para o Trabalho de Fim do Curso é o
primeiro indicador da determinação da linha de investigação. O estudante elege o tema com o
conhecimento de si, construído durante a formação curricular e da visão para o futuro. Defendido o
Trabalho de Fim do Curso, o estudante recebe o grau de Licenciado em … ( ). Caso queira dar
sequência para o Mestrado e/ou Doutoramento, é aconselhável que se siga a mesma especialidade,
porque o conhecimento tem graus e sequência. Deve-se evitar para o bom nome da ciência graus de
tipo: Licenciado em Ensino de História, Mestrado em Administração Pública e Doutoramento em
Agronomia.

Portanto, a eleição do curso, da especialidade e da linha de investigação inibe o sentimento


de tudólogo/tudologista - formado em tudo, conhece tudo, leciona tudo, pode tudo e tudo em bla bla
bla, saber fazer, mas ao que é bom nada. Justamente, a selecção do assunto de investigação é feita

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com base na especialidade de formação académica do investigador, isto quer dizer, se é formado por
exemplo em Psicologia de Trabalho, deve selecionar um assunto especifico dessa área de formação.
Ora, o assunto a ser seleccionado pelo investigador é, naturalmente, aquele em que ele está mais
interessado, mais motivado, mais envolvido e mais gosta. Quanto mais se conhece na sua área do
saber, mais segurança, autoridade e ousadia se tem de encontrar resultados inéditos na investigação.

Segundo Passo: Identificar o problema de investigação

No livro de Metodologia de Investigação Científica referenciado na bibliografia,


concretamente no “item 2.1.2.4” que aborda a questão de formulação do Problema, está presente o
fundamento epistemológico da elaboração do problema de investigação como o ponto inicial de
qualquer investigação, sem o qual não há investigação. Ele «nasce da atitude crítica e inquietante do
autor sobre a realidade que se pretende investigar». (NKUANSAMBU, 2022, p. 83), que pode ser
formulada em forma de afirmação e de pergunta. O problema de investigação é o vago ou o vazio,
ou ainda a lacuna entre o que existe e o que não deveria existir, e o que não existe e o que deveria
existir, não obstante ter havido ou não algum esforço para ressarcir ou preencher o vago
identificado.

Deve-se, no entanto, evitar perguntas empíricas, que não ajudam na prossecução da


investigação, como por exemplo: O Ensino Superior é ou não exigente? Mas sim, pode-se partir por
ali para formular a pergunta de investigação. Por exemplo: por que razões o subsistema de Ensino
Superior é o mais exigente?

A realidade dá o que pensar. Ela apresenta o paradoxo existencial através da articulação dos
fenómenos. Ora, «a identificação e a pertinência do problema fazem parte do segredo do sucesso da
investigação» (Ibidem, p. 88). Na formulação do problema é o espaço pontual, no qual o
investigador procura de forma muito inteligente apresentar ao leitor o problema concreto do ponto
de vista científico, tendo em conta a sua importância e influência até na vida do leitor, e estimula o
interesse ou a expectativa sobre os resultados da investigação.

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Terceiro Passo: Seleccionar e explorar a literatura principal e complementar sobre o assunto a
investigar

A revisão de literatura é um dos passos importantíssimos na determinação da viabilidade


epistemológica do acumulado de informações sobre o problema levantado. O discipulato na cultura
cientifica é preponderante e influenciador na maneira de pensar. É como entender: diz-me quem lês
e dir-te-ei como pensas. Os mestres e as respectivas teorias, acabam mesmo sem querer, influenciar
o posicionamento dos seus discípulos sobre a forma de pensar e encarar a realidade.

Sendo que, a investigação não parte do zero, é necessário que o investigador faça leituras
profundas das obras dos “guros” que abordam directa e indirectamente o assunto que se pretende
investigar, para perceber os diferentes contornos que o assunto já recebeu e o que se espera receber
sobre o assunto, para se evitar repetições axiomáticas. Como se pode entender com Gray (2012, p.
299): «A revisão bibliográfica demonstra as teorias, os argumentos e as polémicas essenciais no
campo e destaca as formas como a pesquisa na área foi realizada por outras pessoas». Na mesma
perspectiva se faz perceber que a construção do marco teórico compreende dois momentos cruciais:
a revisão de literatura e a determinação da teoria na qual será baseada a investigação. (Cfr. DE
ALVARENGA, 2012, p. 23).

Nesta fase, o investigador esgota um bom tempo nas bibliotecas de especialidade para
catalogar e seleccionar a bibliografia inicial para investigação. Este processo pode ser feito através
de fichas bibliográficas, de autores e de conteúdos. Quanto mais ambivalente regional for a revisão
de literatura, maior é a incidência, pois, decisiva e concisa será o seu posicionamento.

Quatro Passo: Enquadrar o tipo de pesquisa quanto ao objecto epistemológico (compilação,


investigação e experimentação)

Revisada a literatura, têm-se a noção das limitações do assunto em carteira. Daí, já se pode
determinar o objecto epistemológico, quanto a tipologia da investigação, se é um artigo de
compilação, de investigação, e se é de experimentação.

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a) Artigo de compilação

Este tipo de pesquisa é aquela em que o investigador, depois de escolher o tema de


acordo a sua linha de investigação, analisa e redige uma apresentação de bibliografia que versa

sobre o assunto. É importante que se faça uma abordagem crítica e proceda a compilação das
informações encontradas. Este tipo de artigo, exige do investigador, um adequado nível de
compreensão dos textos lidos e uma postura própria para poder referir-se aos diferentes pontos
de vista e propor sugestões que tragam uma forma nova de encarar a mesma realidade em
estudo.

b) Artigo de investigação

É aquele em que o autor aborda um assunto pouco explorado, ou mesmo um assunto


conhecido, mas o investiga com o intuito de tratar a partir de uma perspectiva nova e
original, para realizar uma investigação inédita e apresentar uma novidade. Geralmente, estes
artigos são desenvolvidos e evoluídos para novas publicações. Exemplo: O problema de
Bulling nas escolas.

c) Artigo de análise das experiências

Consiste na apresentação escrita dos estudos de investigação experimental, os quais


descrevem uma experiência realizada, comprovada com outras similares, encontradas na
literatura e delas extraem-se as correspondências conclusivas. Este tipo de artigo
desenvolvese com maior frequência nas áreas do saber como por exemplo: na medicina, na
engenharia informática, na construção civil, n a agronomia, na ecologia, na genética, nos
sistemas ambientais, na agricultura, etc.

Quinto Passo: Seleccionar os procedimentos metodológicos

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De acordo o enquadramento do objecto epistemológico, urge a pertinência de propor os
procedimentos de cientificidade. O marco metodológico deve ser fundamentado passo-a-passo, mas
tendo em conta o foco da investigação, que exige o tipo de pesquisa, a metodologia, os paradigmas
de investigação, o enfoque epistemológico, as técnicas para recolha de dados, o universo e a amostra
da pesquisa. O uso dos métodos na investigação depende muito do assunto e do posicionamento do
investigador.

Como já nos referimos, os elementos metodológicos devem merecer uma justificação no


trabalho, veja a seguir o exemplo de justificação do método selecionado. «Este método assenta em
estratégias de pesquisa para observar e descrever comportamentos, incluindo a identificação de
factores que possam estar relacionados com um fenómeno em particular». (FREIXO, 2011, p.106).
Graças a este método foi possível observar o que acontece e com que frequência no dia-a-dia dos
investigados para se descrever o comportamento que influencia o seu modo de vida. Portanto, é
nesta ordem de ideias que se deve justificar todo o procedimento metodológico.

Sexto Passo: Elaborar, aplicar e recolher os instrumentos de inquérito

Os passos antecedentes são determinantes pelo tipo de instrumentos a serem elaborados para
recolha de dados. Geralmente, qualquer que for a opção dos métodos pode-se aplicar a técnica de
triangulação (Observação, Questionário e Entrevista), que envolve algumas variedades. Aprofunde
este passo nas páginas 67-72 do Livro de “Metodologia de Investigação: Critérios para Elaboração,
Formatação e apresentação de Trabalhos Científicos em Formato NP e APA”, 3ª edição de 2022 do
autor Afonso Nkuansambu.

Sétimo Passo: Redigir e formatar o texto

Nem sempre é fácil conceber uma ideia, descrevê-la e desenvolvê-la em muitas linhas de
forma objectiva e coerente. Depois, de ter coleccionado as ideias, agora é preciso descrevê-las
tecnicamente como um produto de investigação. Sendo assim, a redacção de um texto deve seguir

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uma estrutura lógica que que tenha o Tópico Inicial, Sustentação, Argumentação e Conclusão
(TISAC). A estrutura TISAC é uma técnica organizativa de pensamento literalmente lógico, que
serve para apresentar qualquer artefacto científico. Veja o exemplo da estrutura TISAC:

Função Social das Universidades

Ainda que diferentes por raking, objecto social e metodologia de


actuação, os filósofos e os académicos que reflectem sobre o papel social da
1 TI=Tópico Inicial
Universidade, convergem sobre um ponto essencial que é o Ensino,
Investigação e Extensão, que exigem um mínimo de consenso sobre a tríade
universitária. De acordo com Nkuansambu (2019, p.27):

2 S=Sustentação A Universidade pela sua essência é uma instituição


académica, que no seu tríade de Ensino, Investigação e
Extensão, assume como sua missão, a transformação da
sociedade para o desenvolvimento sustentável através de
formação rigorosa de profissionais, da investigação cientifica
e a intervenção social das comunidades.

Como foi reflectido acima, importa ainda esclarecer que a


3 A=Argumentação
Universidade se define nos dias de hoje, como uma comunidade educativa,
crítica e formadora que tem a obrigação intelectual de ser rigorosa e realista
no alcance da sua tríade função.

É emergente socializar a responsabilidade social da tríade Universitária


4 C=Conclusão
de todos os agentes activos e passivos que determinam o cumprimento da
eminente função da Universidade para construção da sociedade sustentável.

O rigor da estrutural organizacional do pensamento no texto e a complexidade da linguagem


aplicada, em certos casos pode criar um pavor para desistência. A verdade é que a Língua
Portuguesa, para os angolanos é usada como língua oficial e ferramenta de comunicação, razão pela
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qual, é normal que se encontre dificuldades ao escrever uma ideia extensa com nível de exigência
acima da média alta. Como disse o Professor brasileiro, Italo de Sousa Aquino: «Mesmo no mundo
académico, encontramos pessoas “emperradas” para escrever ou por outro lado, pessoas que
escrevem demais, porém sem rumo, sem jeito, sem forma, mas não se desespere» (2012, p. 26).
Usando a humildade cientifica, após a redacção final que deve ter objectividade, impessoalidade,
estilo formal, clareza, concisão, modéstia, cortesia, honestidade, humildade, coerente e
autenticidade, é necessário que o texto passe por um especialista ou professor de língua Portuguesa
para correcções formais e finais. (Cfr. NKUANSAMBU, 2022, p. 130 -132).

Portanto, a ciência é até certo ponto ciumenta, não se contenta com os erros, por mais ínfimo
que sejam. Falsifica-se o paradigma de investigação, mas não se justifica o erro de qualquer natureza
dentro do paradigma. Todos os cuidados devem ser tomados a sério, para que o texto não se torne
gongórico, mas sim, concatenado, lógico e coerente do princípio ao fim. Aqui também se dá lugar a
citações no texto para dar credibilidade e eficácia cientifica ao nosso pensamento.

Quanto a formatação do artigo, depende das normas da revista em que se pretende publicar o
mesmo. Se for liberal e independente a formatação se ajusta à escola ou ao Regulamento de
Trabalhos de Fim do Curso da Instituição onde o investigador estiver filiado, isto é, seguindo com as
normas pré-estabelecidas.

CONCLUSÃO

Se saber significa separar, o exercício até aqui levado acabo é sem sombra de dúvida, uma
prova inequívoca do exercício de separação do pensamento rigoroso e sistémico em relação ao
pensamento não criterioso e inconsistente à luz dos pressupostos metodológicos da investigação
cientifica.

Em muitos momentos, dentro e fora da sala de aulas, quando abordamos a importância da


cadeira de Metodologia de Investigação Cientifica, temos dito repetidamente e de forma implacável
que ela, na universidade é uma das cadeiras que não se elimina. Por um lado, por causa da sua
transversalidade curricular (se lecciona por um professor, num ano lectivo e numa classe
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determinada, mas deve ser avaliada por todos os professores da classe e durante à formação). Por
outro, por ter uma continuidade em toda a vida investigativa. Isto é, na Licenciatura serve para
elaborar trabalhos curriculares, relatórios, monografias, artigos científicos e livros; no Mestrado, ela
serve, para elaborar trabalhos curriculares, relatórios, dissertações, artigos científicos e livros, e no
Doutoramento e Pós-Doutoramento, ela serve, para elaborar trabalhos curriculares, relatórios, teses,
artigos científicos, livros e outros tipos de produções cientificas.

O conhecimento sobre os passos e a estrutura organizacional de um artigo científico, reveste-


se de suma importância, pela sua utilidade, especial praticidade e tecnicidade de fazer a ciência, que
julgamos procedente concluir o seguinte:

- O artigo cientifico é a forma fácil, prática e que evita grandes custos para fazer a ciência.

- O artigo científico é um dos tipos de trabalhos científicos com um nível de transversalidade


muito elevado, na medida em que é realizado em todos os níveis do ensino superior.

- O artigo descreve elementos universais do corpo de um artigo científico e a sua forma de


elaboração, deixando-se as normas de formatação à responsabilidade de cada revista e centros de
investigação.

- A realidade apresenta um paradoxo fenomenal, que torna o mundo da ciência cada vez mais
complexo, dinâmico, competitivo e incerto, primar pela qualidade da investigação para ressarcir os
fenómenos sociais é o objectivo do presente artigo.

E dado que, o texto publicado é como um filho órfão, que com a sua publicação perde
automaticamente o seu progenitor e passando a ganhar outros parentes sociais, e que a eles cabe a
responsabilidade de dar continuidade a missão vital de sua existência. Aqui está o artigo para que
cada um saiba tirar o proveito necessário para a continuação existencial da ciência.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AQUINO, Italo de Sousa. Como Escrever Artigos Científicos: Sem arrodeio e sem medo da ABNT.
8ª Edição. São Paulo: Saraiva, 2012.

DE ALVARENGA, Estlebina Miranda. Metodologia da Investigação Quantitativa e Qualitativa:


Normas Técnicas de apresentação de Trabalhos Científicos. 2ª Edição. Paraguai: Campinas, 2012.

FREIXO, Manuel Joao Vaz. Metodologia Cientifica, Fundamentos, Métodos e Técnicas. 3ª ed.
Lisboa: Instituto Piaget, 2011.
GRAY, David E. Métodos de Pesquisa: A pesquisa no Mundo Real. Tradução – Robert Cataldo
Costa. 2ª Edição, São Paulo: Penso, 2012.

NKUANSAMBU, Afonso. A Universidade e Angola: Reflexão e Acção. Portugal: Novas Edições


Académicas, 2019.
NKUANSAMBU, Afonso. Metodologia de Investigação Cientifica. Critérios para Elaboração,
Formatação e Apresentação de Trabalhos Científicos em Formato NP& APA. 3ª Edição. Angola –
Luanda: Aformac, 2022.

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