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AFONSO NKUANSAMBU1
RESUMO
Na actualidade, os artigos científicos são maneiras fáceis e com custos mínimos para publicar os
resultados das investigações em relação aos livros, em qualquer campo do saber, nas diferentes
revistas do mundo. (Objecto) Nos ambientes académicos, as diversas formas de comunicação em
conferências, simpósios, seminários, palestras, mesa-redonda, congressos, workshop, etc., são
apresentadas através de resumos dos artigos científicos. Saber escrever artigos científicos é tão
emergente e necessário quanto urgente à essência da investigação cientifica, num mundo académico
ávido do saber, caracterizado pela complexidade, conectividade e competividade na biogeografia do
conhecimento. (Importância) O presente artigo se apresenta com o objectivo de compreender os 7
passos cadenciais que o pensamento humano segue para redigir um artigo cientifico. (Objectivo
Geral) Esta reflexão tem o seu enquadramento epistemológico no âmbito da Metodologia de
Investigação Científica. Enquadramento Epistemológico) Para o desenvolvimento do mesmo
seguiu-se o Paradigma Compreensivo-construtivista, enfoque epistemológico da investigação
qualitativa. Usou-se os métodos: reflexivo, descritivo e hermenêutico, com técnicas de observação
direita e indireita através de análise documental. (Procedimentos Metodológico) Num tom
conclusivo, este artigo é um instrutivo didáctico de importância ímpar para habilitar jovens
estudantes universitários, professores e investigadores que necessitam escrever e publicar os
resultados das suas investigações por meio de artigos, com rigor necessário. (Conclusão) Os 7
passos e a ordem proposta, podem não ser os únicos e nem nessa mesma ordem, mas reconhece-se a
dinamicidade da ciência e a criatividade racional de cada um, influenciado por vários factores
psicossociais endógenos e exógenos ao investigador. (Nova perspectiva de investigação)
1
-Doutor em Ciências da Educação, na especialidade de Administração e Política Educacional, pelo Programa de Pós-
Graduação, na Universidade de Desarrolo Sustentable de Asunción; -Pós-Graduado (Especialista) em Gestão
Educacional, pela Universidade Católica de Brasília (Brasil); -Licenciado em Filosofia pela Universidade Católica de
Angola e Graduado em Pedagogia, pela Universidade Católica de Angola. Docente Universitário há 11 anos. Livros
publicados: Metodologia de Investigação Cientifica: Critérios para Elaboração, Formatação e Apresentação de
Trabalhos Científicos em Formato NP & APA (1ª Edição em 2018, 2ª edição em 2019, 3ª edição em 2022). A
Universidade em Angola: Reflexão e Acção (2019). Lógica Formal (1ª Edição em 2019, 2ª edição em 2023) e Gestão
Escolar: Entre a escola que temos e a escola que queremos (2021) Artigos: - 31 artigos publicados nas áreas de Filosofia
e Ciências da Educação.
INTRODUÇÃO
Este artigo é uma das respostas, dentre as várias solicitações que temos recebido dos
estudantes e colegas da universidade, enquanto ministrantes da disciplina de Metodologia de
Investigação Cientifica e inquietados investigadores nesta área do saber, sobre como escrever artigos
científicos. A realidade mostra-nos que há poucos estudantes universitários e professores com
alguma experiência assim como outros sem nenhuma experiência para elaborarem artigos
científicos.
É frequente, observar os baines publicitários nas instituições, nas ruas e como nas
plataformas virtuais, publicidades de eventos académicos como conferências, seminários, palestras,
mesas-redondas, congressos, workshops, etc. Nos ambientes académicos, as diferentes formas de
participar com comunicação nestes eventos têm sido por via de um resumo do artigo cientifico.
Saber investigar, escrever e divulgar os resultados das investigações por meio de artigos científicos é
emergente, quanto urgente e básico para a identidade do investigador.
Os artigos científicos como quaisquer trabalhos científicos, exigem uma forma coerente e
estruturada para a sua elaboração. Apesar de que cada revista e centro de investigação tenham às
suas normas específicas de formatação, mas, os elementos estruturantes de um artigo cientifico têm
pressupostos universais e com os quais iremos incidir o ensino e aprendizagem deste artigo.
Na actualidade, os artigos científicos são maneiras fáceis e com custos mínimos para
comunicar os resultados das investigações em relação aos livros. Como a ciência é ciumenta, ela tem
expressão no pensar, no buscar, no escrever e ao comunicar devendo essa referida expressão exalar a
integridade da investigação realizada.
Este artigo é extrato de um livro em via de publicação com o mesmo título «Os 7 Passos
para escrever artigos científicos», e enquadra-se como a extensão da Metodologia de Investigação
Cientifica que é um dos alicerces na formação de um investigador. O artigo tem como escopo
habilitar estudantes universitários, professores e investigadores a elaborarem artigos científicos, com
o rigor e a qualidade que se requer.
7 Passos para escrever artigos científicos 2 Afonso Nkuansambu
Os 7 passos e a ordem proposta, podem não ser os únicos e nem nessa mesma ordem, mas
reconhece-se a dinamicidade da ciência e a criatividade racional de cada investigador, influenciado
por alguns factores psico-sociais endógenos e exógenos ao investigador; deixando, desta feita, a
margem de flexibilidade dos mesmos, desde que não se reduzam os acidentes ao ponto de gerar um
vazio ôntico, nem tão pouco se aumentem os acidentes ao ponto de engendrar um outro ser.
Portanto, o artigo apresenta um modelo flexível para se fazer a ciência através de artigos
científicos. Considera-se como modelo, porque há uma forma estruturante, um modo para começar e
para terminar. Flexível, porque há liberdade e criatividade no modo de pensar sobre o objecto de
investigação. Este artigo é uma oportunidade para se despertar alguns investigadores do sono da
ignorância e da preguiça mental, tendo sempre em conta de que a liberdade de investigação ser mais
sua do que de outrem.
Nos livros por nós publicados, temos sido peremptórios em apresentar o papel social da
Universidade sendo a «a fábrica do conhecimento válido, verdadeiro e autêntico». Outrossim, «ela é
uma das melhores e maiores invenções do homem de todos os séculos, desde a Academia de Platão
até as actuais e mais prestigiadas Universidades, como espaço autónomo e distinto com propósito de
fabricar conhecimentos para o desenvolvimento da humanidade». (NKUANSAMBU, 2019, p. 6). É
nesse espaço onde os artigos científicos são tidos como instrumentos para epifanização da ciência.
O artigo científico é um dos trabalhos científicos breves, fáceis e com custos mínimos para
se publicar, cujo modo de produção literária é realizada de acordo com o rigor da metodologia
cientifica, que tem o objectivo de informar e formar sobre os resultados da investigação.
É o tipo mais produzido nas universidades, por causa da sua flexibilidade, pertinência e
operatividade técnica e exclusiva. As mais actualizadas investigações e eventos científicos são
apresentadas em artigos científicos, publicados quase todos os dias. Ele pode limitar-se a um
mínimo de 8 e a um máximo de 16 páginas digitadas, dependendo do enquadramento
epistemológico dos mesmos. Geralmente, os artigos devem estar escritos sem subdivisão, salvo se
for por orientação do editor ou da escola, o elemento pré-textual (Folha de rosto) e textuais
(Introdução, corpo de artigo e conclusões ou considerações finais). O elemento pós-textual
obrigatório (Referência bibliográfica) é naturalmente separado do todo, com o subtítulo Referências
Bibliográficas.
Este passo depende de três elementos a saber: - Área de especialidade e formação académica;
Linha de investigação e o assunto especifico a investigar. Naturalmente, quando nos propomos
ingressar na universidade, o primeiro exercício fundamental tem sido a observação da grelha dos
cursos e consequentemente a eleição do curso de especialidade de acordo o conhecimento de si
mesmo e do interesse social concatenado com a ambição profissional. Ao longo dos anos de
frequência do curso, apresentamo-nos um leque de disciplinas que tratam sobre autores, teorias e
temas diversificados, de forma profunda e complementar, articuladas em diferentes metodologias e
actividades práticas para tornar simples o complexo, e fácil o difícil.
A realidade dá o que pensar. Ela apresenta o paradoxo existencial através da articulação dos
fenómenos. Ora, «a identificação e a pertinência do problema fazem parte do segredo do sucesso da
investigação» (Ibidem, p. 88). Na formulação do problema é o espaço pontual, no qual o
investigador procura de forma muito inteligente apresentar ao leitor o problema concreto do ponto
de vista científico, tendo em conta a sua importância e influência até na vida do leitor, e estimula o
interesse ou a expectativa sobre os resultados da investigação.
Sendo que, a investigação não parte do zero, é necessário que o investigador faça leituras
profundas das obras dos “guros” que abordam directa e indirectamente o assunto que se pretende
investigar, para perceber os diferentes contornos que o assunto já recebeu e o que se espera receber
sobre o assunto, para se evitar repetições axiomáticas. Como se pode entender com Gray (2012, p.
299): «A revisão bibliográfica demonstra as teorias, os argumentos e as polémicas essenciais no
campo e destaca as formas como a pesquisa na área foi realizada por outras pessoas». Na mesma
perspectiva se faz perceber que a construção do marco teórico compreende dois momentos cruciais:
a revisão de literatura e a determinação da teoria na qual será baseada a investigação. (Cfr. DE
ALVARENGA, 2012, p. 23).
Nesta fase, o investigador esgota um bom tempo nas bibliotecas de especialidade para
catalogar e seleccionar a bibliografia inicial para investigação. Este processo pode ser feito através
de fichas bibliográficas, de autores e de conteúdos. Quanto mais ambivalente regional for a revisão
de literatura, maior é a incidência, pois, decisiva e concisa será o seu posicionamento.
Revisada a literatura, têm-se a noção das limitações do assunto em carteira. Daí, já se pode
determinar o objecto epistemológico, quanto a tipologia da investigação, se é um artigo de
compilação, de investigação, e se é de experimentação.
sobre o assunto. É importante que se faça uma abordagem crítica e proceda a compilação das
informações encontradas. Este tipo de artigo, exige do investigador, um adequado nível de
compreensão dos textos lidos e uma postura própria para poder referir-se aos diferentes pontos
de vista e propor sugestões que tragam uma forma nova de encarar a mesma realidade em
estudo.
b) Artigo de investigação
Os passos antecedentes são determinantes pelo tipo de instrumentos a serem elaborados para
recolha de dados. Geralmente, qualquer que for a opção dos métodos pode-se aplicar a técnica de
triangulação (Observação, Questionário e Entrevista), que envolve algumas variedades. Aprofunde
este passo nas páginas 67-72 do Livro de “Metodologia de Investigação: Critérios para Elaboração,
Formatação e apresentação de Trabalhos Científicos em Formato NP e APA”, 3ª edição de 2022 do
autor Afonso Nkuansambu.
Nem sempre é fácil conceber uma ideia, descrevê-la e desenvolvê-la em muitas linhas de
forma objectiva e coerente. Depois, de ter coleccionado as ideias, agora é preciso descrevê-las
tecnicamente como um produto de investigação. Sendo assim, a redacção de um texto deve seguir
Portanto, a ciência é até certo ponto ciumenta, não se contenta com os erros, por mais ínfimo
que sejam. Falsifica-se o paradigma de investigação, mas não se justifica o erro de qualquer natureza
dentro do paradigma. Todos os cuidados devem ser tomados a sério, para que o texto não se torne
gongórico, mas sim, concatenado, lógico e coerente do princípio ao fim. Aqui também se dá lugar a
citações no texto para dar credibilidade e eficácia cientifica ao nosso pensamento.
Quanto a formatação do artigo, depende das normas da revista em que se pretende publicar o
mesmo. Se for liberal e independente a formatação se ajusta à escola ou ao Regulamento de
Trabalhos de Fim do Curso da Instituição onde o investigador estiver filiado, isto é, seguindo com as
normas pré-estabelecidas.
CONCLUSÃO
Se saber significa separar, o exercício até aqui levado acabo é sem sombra de dúvida, uma
prova inequívoca do exercício de separação do pensamento rigoroso e sistémico em relação ao
pensamento não criterioso e inconsistente à luz dos pressupostos metodológicos da investigação
cientifica.
- O artigo cientifico é a forma fácil, prática e que evita grandes custos para fazer a ciência.
- A realidade apresenta um paradoxo fenomenal, que torna o mundo da ciência cada vez mais
complexo, dinâmico, competitivo e incerto, primar pela qualidade da investigação para ressarcir os
fenómenos sociais é o objectivo do presente artigo.
E dado que, o texto publicado é como um filho órfão, que com a sua publicação perde
automaticamente o seu progenitor e passando a ganhar outros parentes sociais, e que a eles cabe a
responsabilidade de dar continuidade a missão vital de sua existência. Aqui está o artigo para que
cada um saiba tirar o proveito necessário para a continuação existencial da ciência.
AQUINO, Italo de Sousa. Como Escrever Artigos Científicos: Sem arrodeio e sem medo da ABNT.
8ª Edição. São Paulo: Saraiva, 2012.
FREIXO, Manuel Joao Vaz. Metodologia Cientifica, Fundamentos, Métodos e Técnicas. 3ª ed.
Lisboa: Instituto Piaget, 2011.
GRAY, David E. Métodos de Pesquisa: A pesquisa no Mundo Real. Tradução – Robert Cataldo
Costa. 2ª Edição, São Paulo: Penso, 2012.