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EPÍSTOLAS GERAIS
(Tiago | 1-2 Pedro | 1-3 João | Judas)
PROGRAMA DA DISCIPLINA
1. EMENTA
A perspectiva histórica da atuação apostólica na elaboração de suas cartas a fim de ampliar
a compreensão e a reflexão sobre as realidades da vida e dinâmica das primeiras
comunidades cristãs.
2. OBJETIVOS
Pontuar e situar historicamente as nuances e posições adotadas pelos apóstolos e
assumidas pela igreja do primeiro século de modo a permitir uma análise sobre a realidade
tendo como base a contextualização histórica na aplicação eclesiástica contemporânea.
3. METODOLOGIA DE ENSINO
Aulas expositivas. A proposta fundamental é que o aluno possa interpretar os textos bíblicos
dentro da historicidade do período apostólico e da aplicação dos textos na atualidade.
4. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Tiago
o O autor
o Destinatários
o Breve Introdução
1-2 Pedro
o O autor
o Destinatários
o Breve Introdução
Judas
o O autor
o Destinatários
o Breve Introdução
1-3 João
o O autor
o Destinatários
o Breve Introdução
5. MÉTODO AVALIATIVO
A avaliação se dará por meio da leitura integral das epístolas gerais (Tiago, 1-2 Pedro, 1-3
João, Judas).
EPÍSTOLAS GERAIS
INTRODUÇÃO
As cartas gerais englobam Hebreus, Tiago, I e II Pedro, I, II e III João e Judas, no entanto,
neste módulo, não estudaremos a carta aos Hebreus, em virtude de a estudarmos
separadamente em outro módulo. Estas 7 cartas que estudaremos também são chamadas
“católicas”, palavra latina que significa universal. A variação destas cartas comparadas às
paulinas é a de que o apóstolo Paulo escreve suas cartas com um destinatário bem definido,
por exemplo, aos Romanos, aos Coríntios, a Timóteo e a Tito. Mesmo com sua amplitude e
dogmática passível de aplicação a toda a Igreja, elas têm uma destinação específica.
Enquanto isso, as cartas gerais não possuem um destinatário definido, sendo escritas para
todo o corpo de Cristo.
Com exceção de II e III João, que podem ser claramente cartas pessoais, as demais têm
sido reconhecidas, desde o quarto século, como as Epístolas Católicas ou Gerais. Este título
refere-se a fato de que elas não são dirigidas a igrejas ou indivíduos em particular, mas a um
círculo mais amplo de pessoas ou à Igreja como um todo.
A maioria das cartas antigas encontradas tem uma forma bem semelhante às que temos nas
páginas do Novo Testamento. Tais cartas se dividem basicamente em seis partes:
1. a apresentação do autor;
2. o nome do destinatário ou endereçado;
3. a saudação inicial;
4. um desejo ou ações de graças (oração);
5. o conteúdo da carta (corpo);
6. uma saudação final e despedida.
O desejo ou ações de graças (item 4) é um elemento variável, que, “na maioria das cartas
antigas, toma a forma de um desejo com oração (quase exatamente como III João 2), ou
senão, falta totalmente (como em Gálatas, I Timóteo e Tito) ”. 3 Se seguirmos a concepção
1
Só para se ter uma ideia do envolvimento de Deissmann e descobertas arqueológicas, em 1929, ele descobriu uma pele de
camelo ressecada e pintada com um mapa surpreendente, enrolado em uma prateleira empoeirada do famoso Palácio
Topkapi, em Istambul.
2
WEGNER, Uwe. Exegese do Novo Testamento: Manual de Metodologia. São Leopoldo (RS): Editora Sinodal e Paulus,
2005 (4ª Edição), p.182.
3
FEE, Gordon D. e STUART, Douglas. Entendes o que Lês? São Paulo, Edições Vida Nova, fevereiro de 2001(2ª edição),
p. 31.
de Deissmann, todas as cartas do NT que não possuem esses elementos formais deixam de
ser “verdadeiras cartas”. Todavia tais cartas acabam sendo parcialmente epistolares na sua
forma, visto que é perceptível a elaboração literária do seu conteúdo, mas explicitamente
direcionadas a um grupo de pessoas.
I João, apesar de claramente escrita para um grupo de pessoas (cf. 2.7, 12- 14, 19, 26), não
tem nenhum dos elementos formais de uma carta.
♦ Atos 15:30 “Os que foram enviados desceram logo para Antioquia e, tendo reunido a
comunidade, entregaram a epístola. ” (referindo-se a Carta do Concílio – 15.23-29)
♦ Romanos 16:22 “Eu, Tércio, que escrevi esta epístola, vos saúdo no Senhor. ”
♦ Colossenses 4:16 “E, uma vez lida esta epístola perante vós, providenciai por que seja
também lida na igreja dos laodicenses; e a dos de Laodiceia, lede-a igualmente perante vós.
”
♦ I Tessalonicenses 5:27 “Conjuro-vos, pelo Senhor, que esta epístola seja lida a todos os
irmãos. ”
♦ II Tessalonicenses 3:14 “Caso alguém não preste obediência à nossa palavra dada por
esta epístola, notai-o; nem vos associeis com ele, para que fique envergonhado. ”
♦ II Pedro 3:1 “Amados, esta é, agora, a segunda epístola que vos escrevo; em ambas,
procuro despertar com lembranças a vossa mente esclarecida...”
Fee e Stuart ainda consideram que, apesar de irmos às epístolas em busca de uma teologia
cristã, e estão de fato carregadas com ela, devemos sempre “conservar em mente que não
foram escritas primariamente para fazer uma exposição da teologia cristã. É sempre teologia
a serviço de uma necessidade específica”.
TIAGO
O Autor
Tiago foi o irmão de Judas que escreveu a Epístola de Judas. Tiago é o irmão de Jesus da
parte da mãe. Marcos 6:3 diz que Tiago é o irmão mais velho de José e Maria. Este Tiago
não é o apóstolo, o irmão de João, porque ele morreu no ano 41 ou 42 d.C. (Atos 12:1-2).
João diz (7:5) que os irmãos de Jesus não creram dele. Mas, em Atos 1:12-14, depois da
Sua ressurreição, eles foram convertidos e este Tiago se tornou um grande líder e pastor da
igreja em Jerusalém. Veja Atos 12:17, 15:12-13, 21:18, Gálatas 1:19, 2:19, 12. O historiador
Flávio Josefo nos conta que, em 62 d.C., Tiago foi martirizado.
Destinatário
Tiago 1:1 diz que os principais destinatários da carta são os judeus que se converteram ao
cristianismo e que não moravam em Jerusalém.
Breve introdução
A Palavra de Deus nunca nos prometeu que não passaríamos por dificuldades, ao contrário,
ela nos alerta, muitas vezes, que, enquanto estamos nesta terra, estamos sujeitos a passar
pelos mesmos tipos de dificuldade que todos passam. As pessoas para quem Tiago escrevia
estavam passando por problemas financeiros, problemas de saúde e problemas de
relacionamento (sofriam injustiças). Além disso, eles precisavam de mais orientações quanto
à prática da vida cristã.
A fé precisa ser vivida, evidenciada, provada e praticada. Ela não pode ser apenas falácia.
1 PEDRO
O Autor
Destinatário
Breve introdução
O próprio Pedro assinala a finalidade e o objetivo de sua carta: pretende consolidar nos
destinatários o reconhecimento de sua salvação, mostrando-lhes a magnitude de sua
redenção atual e futura. A esse intento dedica-se o primeiro bloco (I Pe 1.1 - 2.10). O
segundo bloco deve ajudar os destinatários a vencer a vida cotidiana a partir da fé, e até
mesmo a penetrar mais profundamente nessa graça, para que em todas as situações no
mundo possam ser aprovados como discípulos de Jesus (I Pe 2.11-4.6). Na seção final, está
em jogo o relacionamento com os irmãos (I Pe 4.7- 5.14). Por isso Pedro revigora seus
irmãos, ajudando-os a se inserirem corretamente no corpo de Cristo.
II PEDRO
O apóstolo Pedro, quando escreveu esta carta, já estava no final de sua vida, 30 ou 35 anos
depois que Jesus havia sido assunto aos céus. Velho, sabia que pouco tempo lhe restava
em vida (1:14); logo, logo, veria seu mestre na glória. O objetivo de sua primeira carta era
preparar a igreja para a perseguição que se instalava. Agora, em sua segunda carta, ele
deseja prevenir a igreja contra os falsos mestres.
I JOÃO
O Autor
Destinatário
João escreve a pessoas convertidas, aos cristãos. É possível que ele tivesse uma boa
familiaridade com eles, pois usa a expressão “meus filhinhos” aos seus destinatários. A carta
foi escrita por volta do ano 93 d.C.
Breve Introdução
Gnosticismo (do Gr. Gnostikós = conhecimento) - Escola teológica que floresceu nos
primórdios do Cristianismo. Contrariando as pregações dos apóstolos, seus adeptos diziam-
se os únicos a possuírem um conhecimento perfeito de Deus. Seu arcabouço doutrinário
considerava a matéria irremediavelmente má. Por isso, diziam que a humanidade de Cristo
era apenas aparente. Os gnósticos foram muito combatidos pelo apóstolo João que, em
suas epístolas, fazia questão de mostrar ser o Senhor Jesus verdadeiro homem e verdadeiro
Deus.
2) o verdadeiro significado das Escrituras está no sentido não literal e que só podem ser
compreendidas por alguns poucos seletos;
O Docetismo extremo defendia que Jesus não era humano sob qualquer aspecto, mas uma
teofania meramente estendida, enquanto o Docetismo moderado considerava Jesus o filho
natural de José e Maria, sobre o qual Cristo veio no momento do batismo. Ambas as formas
da heresia foram atacadas por João na Primeira Epístola (I Jo 2:22; 4:2-3; 5:5-6).
Alguns gnósticos praticavam o ascetismo porque criam que toda a matéria era má. O
ascetismo é largamente praticada por monges de todas as ordens religiosas. Constitui uma
série de exercícios que tem como objetivo levar o homem à realização plena da virtude e à
mortificação de certos desejos da carne. O ascetismo não preenche os requisitos bíblicos de
uma vida verdadeiramente santificada (I Ts 5:23).
O antinominianismo, ou a anarquia religiosa, era a conduta dos outros, uma vez que
consideravam o conhecimento superior à virtude (I Jo 1:8; 4:20).
João defende o Evangelho das heresias e dos falsos mestres, citando algumas
características dos verdadeiros seguidores de Jesus. Embora João pudesse citar vários
pontos, ele escolhe aqueles que eram pertinentes à situação. Encontramos Paulo e, às
vezes, os outros apóstolos citando os nomes daqueles que estão minando a igreja, mas, na
época de João, era tão comum já encontrar estes falsos profetas que João prefere citar as
características de quem anda com Deus verdadeiramente a fim de que eles não fossem
enganados.
João afirma que toda tentativa de expressão de espiritualidade que não carrega estes
elementos não pertence ao ensino dos apóstolos nem à revelação.
2 JOÃO
Destinatário
O autor é o apóstolo João. Ele se apresenta como o "Presbítero". Nos anos de sua velhice,
João atuava como presbítero na Igreja de Éfeso.
Semelhanças óbvias com I João e o Evangelho de João levam a crer que a mesma pessoa
escreveu os três livros.
Dirige esta segunda epístola para a “senhora eleita e seus filhos”, indicando que a receptora
era uma mulher cristã cujos filhos perseveravam na fé (v.4). Ele até inclui saudações de
suas sobrinhas e sobrinhos (13).
Mas esta interpretação não tem conseguido ser a opinião da maioria dos estudiosos da
Bíblia. Muitos sugerem que a designação não denota uma pessoa em si, mas trata-se da
personificação de uma igreja local, quer dizer: João está se reportando a uma comunidade
cristã, sob sua jurisdição. “Seus filhos” sãos os membros da igreja, e os “filhos” da “irmã
eleita” são membros da igreja do lugar onde João está escrevendo. Uma conclusão definitiva
parece inatingível, e a pergunta continua em aberto.
Breve Introdução
2 João se preocupa com a relação da verdade cristã com a hospitalidade estendida àqueles
mestres que viajam de igreja para igreja. Os falsos mestres, provavelmente do mesmo grupo
que é tratado em 1 João, estavam confundindo a comunhão dos crentes. Portanto João deu
instruções sobre quais mestres itinerantes acolher e quais recusar. Os verdadeiros cristãos,
que podiam ser reconhecidos pela ortodoxia de sua mensagem (v.10), são dignos de ajuda;
mas os mestres heréticos devem ser rejeitados. De outra forma, alguém poderia, sem
querer, estar contribuindo para a propagação da heresia, e não da verdade.
João estimula a “senhora eleita” a continuar mostrando hospitalidade, mas também adverte
e previne contra o abuso da comunhão cristã. Por toda a epístola, ele ressalta a verdade
como a base e prova da comunhão. Em especial, ele insiste em uma crença correta levando
em consideração a encarnação de Cristo, e acusa aqueles que rejeitam essa realidade de
terem ido além da doutrina de Cristo (v.9). Ele incita os leitores a ficarem perto de Cristo,
mantendo-se fiéis na verdade.
João apresenta tanto a divindade de Cristo (v.3) quanto sua humanidade (v.7). Qualquer
pessoa que negue a verdade fundamental relacionada à Pessoa divino-humana de Cristo
não tem Deus (v.9). João encara a comunhão como uma característica distintiva da vida
cristã, mas não deixa dúvidas de que a comunhão cristã é impossível onde a doutrina
apostólica da Pessoa e a obra de Cristo seja negada ou comprometida.
3 JOÃO
Destinatário
João escreveu esta carta a seu generoso e afetuoso amigo Gaio, o típico trabalhador cristão
autêntico, que dedicou seus bens e talentos ao Senhor. Sua casa estava sempre aberta
para receber os irmãos de fé.
Não há como determinar com exatidão quem era Gaio. Há muitas pessoas com este nome
mencionadas no Novo Testamento. Paulo menciona um Gaio na carta aos Romanos
(16.23). Pode ser o mesmo citado na carta de João, mas isso não pode ser confirmado.
O nome Gaio também é citado em Atos 19.29; 20.4; I Coríntios 1.14.
As características de Gaio:
- Digno de carinho (1-2).
- Um cristão praticante, que anda na verdade (3-4).
- Hospitaleiro (5-6).
O lugar de residência do destinatário também é desconhecido, mas é provável que fosse na
região em torno de Éfeso, onde João residia na época em que escreveu a epístola.
Breve Introdução
JUDAS
O Autor
O autor se apresenta como Judas, servo de Jesus Cristo e irmão de Tiago (v.1). Judas é um
nome hebraico e grego comum entre os judeus. Dos assim chamados no Novo Testamento,
os que mais probabilidades têm de ser autor da carta é o apóstolo Judas, filho de Tiago (Lc
6.16) ou Judas, o irmão do Senhor (Mt 13.55). Este último é o mais provável. O autor não
reivindica ser apóstolo, e até mesmo parece ser diferente dos apóstolos (v. 17). Além disso,
refere-se a si mesmo como irmão de Tiago (v.1). Em geral, uma pessoa dos dias de Judas
se apresentaria como filho de alguém, e não como irmão. O motivo da exceção aqui pode ter
sido por causa da posição de destaque que Tiago desfrutava entre os cristãos de Jerusalém
(At 15), sendo um dos pilares da Igreja (Gl 2.9).
Embora nem Judas nem Tiago se apresentem como irmãos do Senhor, outros não
hesitavam em se referir a eles dessa forma (Mt 13.55; At 1.14; 1 Co 9.5; Gl 1.19). Segundo
parece, eles não pediam para serem escutados em razão do privilégio especial de serem
membros da família de José e Maria. Aliás, Maria também em nenhum momento reivindicou
para ela o destaque por ser mãe do Senhor Jesus, sempre se portou como alguém comum
entre os discípulos (At 1.14). Judas pode ter sido uma das pessoas mencionadas por Paulo
em 1 Coríntios 9.5, na referência ao ministério ambulante dos irmãos do Senhor.
Segundo Jerônimo e Dídimo, alguns dos cristãos não aceitavam a carta como canônica por
causa da citação de escritos apócrifos (v. 9 e 14). Mas o bom senso tem feito reconhecer
que um autor inspirado pode legitimamente fazer uso de escritos não canônicos para fins
ilustrativos ou para matéria historicamente fidedigna ou aceitável por outras razões, sem
com isso estar defendendo a inspiração dos escritos apócrifos. Sob a influência do Espírito
Santo, a Igreja chegou à convicção de que a autoridade de Deus está por trás da carta de
Judas. O fato de a carta ter sido questionada, posta à prova e ainda assim ser
definitivamente aceita pelas igrejas mostra quão fortes são suas justas alegações de
autenticidade.
Outra objeção é quanto à qualidade do grego usado nesta epístola ser melhor do que seria
de se esperar de um Galileu. Entretanto a Galileia era bilíngue, usavam grego e aramaico no
século I, e sabe-se muito pouco sobre o grego de Judas para se concluir que ele não
poderia ter escrito esta carta. Podemos aceitar, sem dúvidas, que o autor da carta é Judas, o
irmão do Senhor
Destinatário
A designação das pessoas às quais Judas endereçou a carta é muito genérica (v.1). Podia
aplicar-se aos cristãos judeus, a cristãos gentios ou a ambos. Onde moravam também não
está indicado.
Breve Introdução
Esta carta reflete fortemente o meio social do cristianismo judaico do século I, como era de
se esperar de um autor como Judas. Entre as evidências para a origem judaica do autor,
temos as suas muitas referências ao Antigo Testamento, a sua familiaridade com a tradição
apócrifa judaica e sua forte preocupação ética.
Nos versículos 14 e 15, Judas faz uma citação quase literal de uma obra apócrifa popular
chamada Livro de Enoque ou 1Enoque. A fonte que ele usa era familiar a seus leitores e
seria útil para confirmar seu tema do julgamento divino contra os ímpios.
O Livro de Enoque era um escrito muito respeitado nos tempos de Judas. O fato de não ser
canônico não significa que não contenha verdades, e ser citado por Judas não significa que
ele o considerasse inspirado.
A carta foi evidentemente escrita antes de tudo para advertir a Igreja contra os mestres
imorais, os libertinos. Falsos mestres que estavam usando a liberdade cristã e a livre graça
de Deus como licença para a imoralidade (v.4). Segundo parece, esses falsos mestres
estavam tentando convencer os crentes que, sendo salvos pela graça, eles adquiriam a
liberdade para pecar, uma vez que seus pecados já não seriam contados. Judas
considerava imperativo que seus leitores fossem prevenidos contra tais homens,
preparando-os para fazer oposição às doutrinas pervertidas destes com a verdade a respeito
da graça salvífica de Deus. Mas a estratégia de Judas é mais do que somente uma oposição
negativa. Ele exorta seus leitores para que cresçam no conhecimento da verdade cristã
(v.20), para que tenham um testemunho firme pela verdade (v.3) e para procurarem resgatar
aqueles cuja fé estava hesitante (v.22-23). Esta receita para confrontar erros espirituais é tão
eficaz hoje como quando a carta foi escrita.
Em geral, há uma aceitação de que esses falsos mestres eram gnósticos. Embora essa
identificação possa estar correta, deve tratar-se de precursores do gnosticismo plenamente
desenvolvido, que só passou a existir no século II.
Cristo irá julgar esses maus elementos como fez com os anjos caídos (v. 3-4). O fermento
do mal estava agindo entre os líderes. Em contraste com esses indivíduos, encontramos os
verdadeiros seguidores da fé, erguendo bem alto a cruz de Cristo (v. 20-23).
QUEM ERAM OS INTRUSOS:
Homens ímpios – mundanos;
Convertem em dissolução a graça de Deus – carnais;
Negam o único e Soberano Senhor, Jesus Cristo – céticos;
Rejeitam o governo da igreja e difamam autoridades superiores – indisciplinados;
Aduladores de outros – lisonjeadores;
Sensuais, que não têm o Espírito - estranhos.