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Pensando e vivendo a Palavra de Deus

Como ler as cartas do


Novo Testamento
Esta aula, ministrada em 11/12/11, foi muito
interessante, pois a lição foi escrita em forma
de cartas. O conteúdo segue abaixo:

Rio de Janeiro, 11 de dezembro de 2011

Caros alunos e alunas,

Examinando o índice de nossas Bíblias, vocês


perceberão que 21 dos 27 livros do Novo
Testamento são classificados como cartas.
Porém, as diversas cartas que temos na Bíblia
são muito diferentes entre si. Temos cartas que
se assemelham a uma exposição teológica,
como Romanos e temos cartas muito pessoais,
que parecem bilhetes, como Filemom e 3 João.
Os temas tratados nas cartas são também
diversos, dependendo do que estava
ocorrendo com os destinatários.
Uma primeira divisão das cartas leva em
consideração os seus autores. Assim temos:
Cartas de Paulo: Romanos, 1 e 2 Coríntios,
Gálatas, Efésios, Filipenses, Colosensses, 1 e 2
Tessalonicenses, 1 e 2 Timóteo, Tito, Filemon.
Cartas de Pedro: 1 e 2 Pedro
Cartas de João: 1, 2 e 3 João
Carta de Tiago
Carta de Judas
Carta anônima: Hebreus
Podemos ainda dividir as cartas paulinas em
escatológicas (1 e 2 Ts), evangélicas (1 e 2 Co;
Gl; Rm.), da prisão (Ef., Cl., Fl., Fp.) e pastorais
(1 e 2 Tm., Tt.)
As demais cartas são chamadas também de
gerais ou universais.
Graça e paz,
O escritor

Rio de Janeiro, 11 de dezembro de 2011

Queridos irmãos e irmãs da EBD,

As cartas do NT contém alguns elementos que


devem ser considerados para uma leitura
proveitosa. São eles:
Elementos autobiográficos: alguns momentos
da vida de Paulo, por exemplo, só chegaram ao
nosso conhecimento por causa de suas cartas.
Leia o trecho abaixo:
Tampouco subi a Jerusalém para ver os que já
eram apóstolos antes de mim, mas de imediato
parti para a Arábia, e voltei outra vez a
Damasco. Depois de três anos, subi a
Jerusalém para conhecer Pedro pessoalmente,
e estive com ele quinze dias. Não vi nenhum
dos outros apóstolos, a não ser Tiago, irmão
do Senhor. (Gl. 1.17-19).
Você não saberia que Paulo havia passado um
tempo na Arábia, se ele mesmo não tivesse
dito em uma carta.
Outro exemplo:
Mas agora, não havendo nestas regiões
nenhum lugar em que precise trabalhar, e visto
que há muitos anos anseio vê-los, planejo
fazê-lo quando for à Espanha. (Rm. 15.23-24).
Paulo queria ir para a Espanha pregar. Esta
intenção ele mesmo declarou em uma carta.
Continuando, há os elementos didáticos. Os
evangelhos nos falam sobre o que Jesus fez e
ensinou; as cartas aplicam muitos desses
ensinamentos a situações específicas,
surgidas entre os destinatários.
O último elemento é chamado de apologético,
ou seja, uma defesa da fé cristã contra o erro,
a heresia. Dou um exemplo da 1ª carta de João:
Filhinhos, esta é a última hora e, assim como
vocês ouviram que o anticristo está vindo, já
agora muitos anticristos têm surgido. Por isso
sabemos que esta é a última hora. Eles saíram
do nosso meio, mas na realidade não eram dos
nossos, pois, se fossem dos nossos, teriam
permanecido conosco; o fato de terem saído
mostra que nenhum deles era dos nossos.(1
Jo. 2.18-19)
Despeço-me com a paz de Cristo,
O escritor

Rio de Janeiro, 11 de dezembro de 2011

Filhinhos (gostei da saudação de João),


Perguntaram-me se poderia explicar mais
sobre como podemos ler de modo proveitoso
as cartas do Novo Testamento. Vou destacar
alguns pontos principais.
O primeiro vale para qualquer texto bíblico. É a
regra de ouro da boa interpretação: Um texto
não pode significar o que nunca poderia ter
significado para o seu autor ou para seus
leitores. Ou seja, o verdadeiro significado de
um texto é o que Deus pretendeu que ele
significasse quando ele foi escrito.
Um segundo ponto é: ler uma carta é como
ouvir apenas um lado da conversa. Você já
tentou descobrir quem estava do outro lado da
linha telefônica observando a conversa de sua
esposa, marido ou filhos? Já tentou descobrir
sobre o que estavam falando naquela ligação?
Pois é, assim são as cartas do NT. Vou dar um
exemplo: Paulo escreveu aos Gálatas: “Admiro-
me de que vocês estejam abandonando tão
rapidamente aquele que os chamou pela graça
de Cristo, para seguirem outro evangelho que,
na realidade, não é o evangelho. O que ocorre
é que algumas pessoas os estão perturbando,
querendo perverter o evangelho de Cristo.”
Não sabemos exatamente quem foram aquelas
pessoas perturbadoras. Aos Coríntios, Paulo
escreveu “Quanto aos assuntos sobre os quais
vocês escreveram, é bom que o homem não
toque em mulher…” (1 Co. 7.1). Quais eram
aqueles assuntos? Simplesmente não sabemos
com certeza.
Os exemplos poderiam ser multiplicados, mas
acho que deu para entender. Nós não
conhecemos todo o contexto tratado nas
cartas. Os coríntios sabiam; os gálatas
também, mas nós não.
No entanto, é possível, com a ajuda de
ferramentas auxiliares (manuais, dicionários,
comentários) conhecer um pouco melhor o
ambiente das cartas. No livro de Atos, temos o
pano de fundo das viagens missionárias de
Paulo, durante as quais algumas cartas foram
escritas. Ao consultarmos a ferramenta auxiliar,
saberemos mais sobre determinada cidade,
pessoa ou época. Esse é o nosso dever de
casa: tentar reconstruir a situação para a qual
o autor está falando! O que estava
acontecendo com os leitores da 1ª carta de
Pedro, que ele chama de peregrinos
dispersos? Como Paulo ficou sabendo da
situação de divisão entre os coríntios? Que
atitudes o autor e os leitores refletem na carta?
Façam estas perguntas para terem uma boa
leitura.
Na próxima carta trarei outras dicas,
O escritor

Rio de Janeiro, 11 de dezembro de 2011

Aos santos estudantes da EBD,

Nesta carta falo de outra dica preciosa: pense


em parágrafos!
A sua Bíblia deve conter essa divisão (veja
aquelas primeiras linhas que não encostam na
margem). O parágrafo é a unidade básica de
uma carta. Eles nos ajudam a acompanhar o
argumento desenvolvido pelo autor.
Vamos fazer um exercício? Abra em 1 João
2.18-27. Quantos parágrafos existem nesse
trecho? O que cada um deles quer dizer?
Como um se relaciona com o outro? Por que
João está escrevendo tais palavras?
Enquanto vocês fazem o exercício, deixo-vos
na paz de nosso Senhor.
O escritor

Rio de Janeiro, 11 de dezembro de 2011

Amados estudantes da Palavra,


Quero falar nesta carta sobre o que chamamos
de teologia de tarefa. As cartas são
documentos que ensinam teologia? Como
ensinam?
Devemos ter em mente que as cartas eram
documentos ocasionais. O que isso quer dizer?
Paulo, Pedro, João, Tiago e Judas, quando
escreveram suas cartas, não o fizeram, em
primeiro lugar, com a intenção de expor
conceitos teológicos, mas sim para responder
a alguma dúvida ou resolver alguma situação.
Nessa tarefa, o que eles fizeram? Aplicaram
princípios teológicos, claro!
Isso traz para nós alguns cuidados ao lermos
as cartas, pois vamos lidar com limitações.
Vamos a um exemplo da segunda carta de
Paulo aos tessalonicenses: “Não deixem que
ninguém os engane de modo algum. Antes
daquele dia virá a apostasia e, então, será
revelado o homem do pecado, o filho da
perdição.” Paulo está tratando dos últimos
dias, de escatologia, mas não nos diz como a
apostasia virá e nem quem é o homem do
pecado, o filho da perdição. Além do que Paulo
diz tudo o mais é especulação.
Teremos que admitir que haverá lacunas e
perguntas sem resposta em alguns momentos
da nossa leitura.

Cordialmente,

O escritor

Rio de Janeiro, 11 de dezembro de 2011

Nessa última carta quero abordar uma questão


mais complexa: como posso saber se
determinada situação tratada pelo escritor é
apenas cultural ou ensina um princípio eterno?
Se você já leu algumas das cartas, deve ter
reparado em passagens como:
A mulher deve aprender em silêncio, com toda
a sujeição. Não permito que a mulher ensine,
nem que tenha autoridade sobre o homem.
Esteja, porém, em silêncio. (1 Tm. 2.11 e 12).
E aí perguntamos: como assim? E as irmãs que
ensinam crianças?
Bom, já sabemos que as cartas são
documentos ocasionais e datam do século I.
São, portanto, em muitos momentos,
condicionadas pela linguagem e cultura do
século I. Devemos reconhecer um certo grau
de relatividade cultural ao lermos as cartas.
Como distinguir o que é culturalmente relativo
e o que é normativo para todos os tempos?
Comece pelo evangelho. Tudo o que diga
respeito à condição caída da humanidade, a
redenção em Cristo, a aplicação dessa obra
salvadora pelo Espírito, entre outros aspectos,
constituem o âmago da Bíblia. São, por sua
vez, eternos e normativos.
Outra dica: o que o Novo Testamento ensina
como algo eminentemente moral, vale para
hoje. Se você observar a lista de pecados
escrita por Paulo vai perceber que não há itens
culturais ali. Assim, homossexualidade,
avareza, roubo, adultério são pecados em
qualquer tempo e cultura. Já a compra no
mercado de Corinto de alimentos oferecidos a
ídolos não é algo inerentemente moral. Porém,
pode se tornar pecado se sua prática envolver
abusos ou falta de amor (veja 1 Co. 8).
Uma última coisa. Sabemos que os escritores
aplicam princípios aquelas situações
especificas que ensejaram a escrita da carta.
Em um texto como 1 Tm. 2.11-12, por exemplo,
como podemos identificá-lo? Provavelmente,
Paulo estava tratando de um problema local,
posto que em outras partes do Novo
Testamento, vemos mulheres ensinando. O
princípio usado por Paulo, naquele caso, é o da
regência masculina no culto (veja o contexto
da passagem). Legal, não é?

Deus abençoe a todos.

O escritor

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