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Cristo Entronizado
Volume 1
Délcio Meireles
Todos os que já leram pelo menos uma vez o Apocalipse sabem que se
trata de um livro cheio de símbolos e figuras. As interpretações são inúmeras
e variadas, provocando geralmente certa confusão na mente dos que as lêem.
Por isso é importante lembrar que a interpretação correta para tais símbolos e
figuras não é o mais importante. Não me refiro aos erros doutrinários; lembro
apenas que a interpretação do símbolo pode estar errada, mas isso não
desmerece o serviço do escritor. O importante é aplicar a verdade bíblica para
a figura, símbolo ou tipo. Um escritor pode ver no Mar Vermelho uma figura
do batismo nas águas (1 Co 10.2). Outro entende que a passagem pelo Rio
Jordão (Js 3) simboliza a mesma coisa. Nesse caso o engano pode estar na
figura usada (Mar Vermelho e Jordão) e não na verdade bíblica (batismo). O
batismo é uma verdade bíblica, mas os dois tipos podem não representar a
mesma coisa. Digo isso porque geralmente nossa tendência é desprezar e
desqualificar o serviço de outros escritores cuja interpretação é diferente da
nossa. Não devemos esquecer que toda obra iniciada pelo amor ao Senhor e o
desejo sincero de servir a igreja receberá o seu galardão. É lamentável
quando o escritor está correto em sua interpretação, mas errado em seu
espírito. Creio que Paulo se referiu a isso, quando disse que nossas obras
poderão ser consideradas como madeira, feno e palha no Tribunal de Cristo
(1 Co 3.11-15). O Senhor olha em primeiro lugar para o coração e para o
sentimento que motiva a obra.
1) No Céu: 4 e 5
2) Na Igreja: 1, 2 e 3; 6.1-8
3) Na Terra: 6.9 a 20.15
4) No Novo Céu e na Nova Terra: 21 e 22
Para o leitor atento é fácil observar que os capítulos 4 e 5 estão antes dos
capítulos 1, 2, e 3. Vamos descobrir outros capítulos ou porções de um
determinado capítulo inteiramente fora da ordem cronológica, principalmente
na terceira parte (6.9 a 20.15). C. I. Scofield declarou: “Estas passagens (7.1-
17; 10.1-11.14; 14.1-13; 16.13-16; 19.1-6) não têm seqüência de narrativa
profética, mas, indo para trás e para frente, resumem o passado e antecipam o
futuro. A ordem da narrativa é, portanto, cronologicamente inconsistente. A
principal continuidade é fornecida pelos acontecimentos nos Selos, nas
Trombetas e nas Taças” (Bíblia Anotada de Scofield, pg 1.282). Antes de
prosseguir em nosso estudo, procuremos solucionar essa questão referente à
ordem cronológica.
A Cronologia do Livro de Daniel
Veja o que é dito sobre o rei Dario. Ele aparece nos capítulos 6, 9 e 11.
O capítulo 6 não menciona data, mas nos capítulos 9 e 11 está registrado “no
primeiro ano de Dario”. Só o fato do capítulo 6 não mencionar o ano já indica
que ele é posterior ao capítulo 9. Mas, se olharmos cuidadosamente os fatos
neles registrados, veremos que a cova dos leões é o resultado da vida de
oração de Daniel. Primeiro ele entendeu que o fim do cativeiro havia chegado
(70 anos); portanto, Deus vai levar Seu povo de volta a Jerusalém. Qual é sua
reação? Dedicou-se a orar. Daniel ora e confessa o seu pecado e de todo o
povo. Satanás quer o povo na Babilônia visando frustrar o propósito de Deus.
Os inimigos de Daniel sabiam que ele “orava três vezes ao dia com as janelas
abertas para o lado de Jerusalém” (6.10) e então levaram o rei a promulgar a
seguinte lei: “Todo homem que, por espaço de trinta dias, fizer petição a
qualquer deus, ou a qualquer homem, e não a ti, ó rei, seja lançado na cova
dos leões” (6.7). O ser lançado na cova dos leões (6.16) foi o resultado da sua
vida de oração mostrada primeiro no capítulo 9 e depois no capítulo 6. O
Livro do Profeta Daniel é, portanto, a prova de que um livro da Bíblia pode
estar fora da ordem cronológica. Insistimos nesse ponto por ser fundamental
no desenvolvimento do nosso estudo do Apocalipse. Que a Coluna de Nuvem
e de Fogo do Senhor nos ilumine e conduza!
1) As Divisões do Livro
4. Os Anciãos usam vestes brancas, mas não se diz que elas foram lavadas no
sangue do Cordeiro, como a grande multidão no capítulo 7.14.
6. Os Anciãos levam as orações dos santos (5:8): isso porventura é tarefa que
a igreja realiza?
9. Os Anciãos não são simbólicos. Eles são reais e falam com João de forma
pessoal (5:5; 7:13).
10. Os Anciãos estão assentados em tronos, mas a Noiva não pode ser
entronizada antes do casamento e este só acontece no capítulo 19. Por isso
não podem ser a Noiva.
11. Os Anciãos são vistos junto com pessoas e grupos de pessoas e sempre
são distintos delas: João (5:5; 7:13); os seres viventes (4:9,10); os anjos
(5:11; 7:11); os santos (5:8); os redimidos (5:9,10); as Primícias (14:1-5); os
que vêm da Grande Tribulação (7:13); os que fazem parte da Primeira
Ressurreição (20:5,6). Eles falam com Deus a respeito deles (11:16-18) e
sobre a esposa do Cordeiro antes das bodas chegarem (19:4).
2) A Batalha do Armagedom
a. No capítulo 14.20: “E o lagar foi pisado”
b. No capítulo 19.15: “E pessoalmente pisa o lagar”
3) A Queda da Babilônia
Divisões do Apocalipse
A quarta parte do estudo nos mostra o Novo Céu e a Nova Terra. Nesse
tempo a Nova Jerusalém, a Noiva do Cordeiro, desce do céu, mas não é
estabelecida sobre a terra. Ela fica nos ares, ocupando o lugar que os
principados e potestades ocupam hoje. Na terra ainda haverá “reis e nações” e
as “folhas” da Árvore da Vida são para a saúde dos povos. O povo de Israel
ocupará o lugar de governo que os reis e governadores ocupam hoje.
A revelação veio de Deus para Jesus Cristo, de Jesus Cristo para Seu
anjo e do anjo para João. A tarefa de João seria repassar a mensagem aos
servos de Jesus Cristo. A palavra no Grego é doulos (escravos) e é nesse
caráter de escravos que as coisas que devem acontecer repentinamente nos
são reveladas. “A indisposição de muitos em considerar este livro
provavelmente indica quão pequenos somos na verdadeira atitude e espírito
de escravos” (Coates). É interessante observar que João refere-se a si mesmo
aqui como escravo e irmão e não como apóstolo.
* “As coisas que em breve devem acontecer” – Ap 1.1c
Essa expressão indica que Deus é “o Absoluto, que não conhece mudança,
nem dependência de tempo ou lugar, para Quem o presente, o passado e o
futuro são um e o mesmo eterno agora. Que é e que era e que há de ser, a
saber, o infinito, incompreensível, inacessível Pai das luzes, de Quem
procede todo dom perfeito e toda boa dádiva e no Qual não há variação ou
sombra de mudança” (J. Seiss, Revelation pg 27).
Deus não tem sete espíritos; o número sete indica apenas a plenitude e as
múltiplas obras do mesmo Espírito (Ap 4.5; 5.6). É “o Espírito Santo na
perfeição do Seu ofício e poderes, enviados para iluminação, conforto e
edificação de todos aqueles incluídos na graça redentora de Deus. ‘Diante do
Trono’ quer dizer, ligado com ele e cumprindo os propósitos Daquele que Se
assenta sobre o Trono. O Espírito Santo é enviado (Jo 14.26). Ele parte do
Trono e Seu serviço é a favor do Trono” (J. Seiss, pg 27).
O amor de Cristo realizou duas coisas: “Nos libertou dos nossos pecados
pelo Seu sangue” (passado) e “nos fez reino (futuro), sacerdotes (presente) para
seu Deus e Pai”. Diante de tão gloriosa verdade, João prorrompe em louvores e
adoração: “A Ele seja glória e domínio pelos séculos dos séculos. Amém” (Ap
1.6).
* “Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até quantos o
traspassaram” – Ap 1.7a
João fala também sobre sua situação atual como exilado na Ilha de
Patmos dizendo: “Eu João, vosso irmão e participante convosco na
aflição, no reino e na perseverança em Jesus, estava na ilha chamada
Patmos por causa da Palavra de Deus e do testemunho de Jesus” (1.9).
João está passando tribulações, mas ele persevera e não se esquece do
Reino, pois Paulo disse que “através de muitas tribulações devemos
entrar no Reino” (At 14.22). Visto termos a esperança do Reino,
devemos ser perseverantes. Quando ele diz “participante convosco”
significa que esta era a porção de todos. Ali estava o servo do Senhor,
sozinho numa ilha, mas o Senhor estava com ele. O dia aqui é chamado
de “dia do Senhor” (1.10), ou seja, o primeiro dia da semana. Essa
expressão não é o mesmo que o “Dia de Jeová” que aponta para a época
da Grande Tribulação. Nas traduções em inglês as duas frases são
distinguidas assim: The day of the Lord (o dia de Jeová) e The Lord´s
day (o dia do Senhor). A primeira sempre aponta para os juízos de Deus
vistos no Apocalipse e a segunda sempre para o primeiro dia da semana
(Jo 20.1,19; At 20.7; 1 Co 16.2). Certamente era um dia de domingo e
João estava meditando na situação dos irmãos. O termo “arrebatado”
não se encontra no original grego; o texto diz apenas “me tornei em
espírito”. Nas palavras de Dean Alford: “Num estado de êxtase
espiritual, podendo assim receber a visão ou revelação a seguir”.
Capítulo 1
“O Criador e a Criação” Ap 4
“Tu és digno, Senhor e Deus nosso; porque todas as coisas criaste, sim, por
causa da Tua vontade vieram a existir e foram criadas” Ap 4.11
Capítulo 2
“O Redentor e a Redenção” Ap 5
“Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, porque criaste todas
as coisas, sim, por causa da Tua vontade vieram a existir e foram criadas”
Ap 4.11
Descrição do Trono
Robert Govett disse que sete coisas são notáveis nesse registro do
Trono:
No céu há um Trono que nunca ficou vazio, nem jamais foi abalado.
Houve revolta e rebelião sim, quando o arcanjo Lúcifer tentou colocar seu
trono acima das estrelas (anjos) do Altíssimo e almejou ser semelhante a Ele
(Is 14.13,14), mas o Trono de Deus não foi tocado. Isaías disse que “no ano
em que morreu o rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime
trono” (Is 6.1). Os reis da terra morrem e seus tronos ficam vazios e são
substituídos, mas este Trono nunca ficou nem jamais ficará vazio. Deus criou
todas as coisas para o Seu “prazer” (v 11, grego) e um dia isso será
plenamente manifestado. No céu vemos o Trono; na terra vemos a Cruz. O
Trono de Deus é imutável; não pode ser perturbado, estremecido ou
substituído porque “subsiste para sempre” (Sl 45.6). Vivemos num intervalo
mostrado no Salmo 110: “Jeová disse ao meu Senhor: assenta-te à minha
direita, até que eu ponha teus inimigos como estrado dos teus pés” (v 1).
“Quase dois mil anos se passaram desde que Cristo foi desprezado e rejeitado
aqui, mas o Trono permanece firme no céu; lá não existe perturbação”
(Coates).
4. Trovões
O significado delas nos é dado no próprio texto: “As quais são os Sete
Espíritos de Deus”. Em Seu relacionamento com o Trono, o Espírito Santo é
visto como as sete tochas de fogo. O Trono de Deus está preparado para
executar o juízo e o Espírito de Deus está em harmonia com ele. Na
dispensação da graça o Espírito Santo desceu sobre Jesus como uma pomba,
mas agora Ele vem como o Espírito de juízo (Is 4.4), o Espírito de ardor.
6. O Mar de Vidro
Por que o Mar de Vidro está diante do Trono? Porque o arco-íris que
circunda o Trono é um memorial da promessa de Deus de que a terra não
seria mais destruída pela água (Gn 9.15). O julgamento por água passou e não
será repetido. De acordo com Apocalipse 15 o Mar de Vidro parece
misturado com fogo (v.2). No novo céu e na nova terra o mar não mais
existirá (21.1). Na eternidade futura só haverá o lago de fogo; sim, é um lago,
mas de fogo. Robert Govett observou que “o mar se torna o lago de fogo e
podemos ver isso em seu estado intermediário no capítulo 15, quando ele
aparece como um mar de vidro misturado com fogo. Sua sugestão parece ter
fundamento” (citado por W. Nee no livro: Come Lord Jesus – Vem Senhor
Jesus).
Foi Ezequiel quem nos disse que os Seres Viventes são Querubins: “E
do meio dela saía a semelhança de quatro Seres Viventes” (1.5); “São estes
os Seres Viventes que vi debaixo do Deus de Israel, junto ao Rio Quebar; e
percebi que eram Querubins” (10.20). Em outro lugar ele não faz qualquer
diferença entre eles: “E por cima das cabeças dos Seres Viventes havia uma
semelhança de firmamento, como o brilho de cristal terrível, estendido por
cima, sobre a sua cabeça” (1.22); “Depois olhei, e eis que no firmamento que
estava por cima da cabeça dos Querubins” (10.1). As palavras “e os
Querubins se elevaram ao alto. Eles são os mesmos Seres Viventes que vi
junto ao Rio Quebar” (10.15), não deixam qualquer dúvida a esse respeito.
No primeiro lugar onde aparecem eles são chamados de Querubins (Gn 3.24).
Quando foi dado a João contemplar aquela cena, um anjo forte clamou
com grande voz dizendo: “Quem é digno de abrir o Livro e de romper os seus
Selos? Ora, nem no céu, nem sobre a terra, nem debaixo da terra, ninguém
podia abrir o Livro, nem olhar para ele” (5.3). Nesse momento João começou
a chorar muito, pois entendeu que se não houvesse alguém digno de tomar o
Livro e de abrir os seus Selos, Satanás continuaria sendo o deus deste século
e o príncipe deste mundo. Deus deu a Adão a autoridade de governar a terra,
mas ao desobedecer ele passou às mãos do inimigo esse privilégio. Mas,
graças a Deus, o direito de propriedade, a Escritura, nunca saiu das mãos de
Deus. Ela nunca foi passada a homem algum. Por isso João chorou, porque se
não houver um digno de tomar o Livro e de romper os seus Selos, a terra
continuará debaixo do governo usurpador do Diabo. “Esse Livro é a Escritura
do Universo” (S. Kaung). Eis a causa das lágrimas de João. Mas um dos
Anciãos o confortou dizendo: “Não chores; eis aqui o Leão da Tribo de Judá,
a Raiz de Davi, venceu para abrir o Livro e romper os seus Sete Selos” (5.5).
Isso não aguarda cumprimento, mas é algo que aconteceu há
aproximadamente dois mil anos atrás. O Senhor Jesus é digno de pegar o
Livro e romper os seus Selos. Digno é o Cordeiro! Adoramos o Cordeiro
porque Ele é digno! Aleluia! Nosso Senhor é Digno não somente de tomar o
Livro, mas também de abrir os seus Selos e executar o que nele está escrito.
A Glória da Transfiguração
A HISTÓRIA DA IGREJA
1) Éfeso = Relaxamento
Fim do Primeiro Século - Perda do Primeiro Amor
2) Esmirna = Mirra
De 100 a 313 d.C. - Perseguições de Roma
3) Pérgamo = Eis o Casamento
De 313 a 600 - Igreja Oficial, Constantino
4) Tiatira = Incenso Contínuo
De 600 a 1517 - Sistema Católico Romano
5) Sardes = Reforma
De 1517 a 1827 - Reforma, Lutero
6) Filadélfia = Amor Fraternal
De 1827 a 1847 - Unidade da Igreja, Darby
7) Laodicéia = Opinião do Povo
1847 a ? - Filadélfia Soberba
O propósito de Deus é “de fazer convergir Nele (Cristo), na dispensação da
plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu como as da terra” (Ef 1.10).
Por essa razão entendemos que o tema “Cristo Entronizado” é muitíssimo
adequado para expressar os movimentos de Deus revelados no Apocalipse.
Primeiro nos foi mostrado que o Senhor Jesus foi entronizado no céu (caps 4 e 5),
depois de passar uns trinta e três anos e meio nesta terra. Por causa da queda do
homem “Ele foi reconhecido em figura humana, a Si mesmo Se humilhou,
tornando-se obediente até à morte e morte de cruz” (Fl 2.7,8). Por amor a nós “Ele
foi contado com os transgressores” (Is 53.12), porque mesmo não tendo conhecido
pecado “Deus O fez pecado por nós” (2Co 5.21). Todavia, “nos convinha um
Sumo Sacerdote como Este, santo, inculpável, sem mácula, separado dos
pecadores e feito mais alto do que os céus” (Hb 7.26).
(c) Profético. Dá uma visão dos estágios da igreja, começando com Éfeso e
para ser concluída com a vinda do Senhor. Se havia outras igrejas de Deus
na Ásia e algumas bem próximas dessas sete, por que só estas foram
mencionadas? E por que o Senhor tornou a condição espiritual delas
conhecida de todos em todas as eras? A abordagem Profética apresenta as
sete igrejas, na ordem em que foram endereçadas, como simbólicas do
desenvolvimento progressivo da igreja de Deus em toda a sua trajetória na
terra. Sete condições morais principais têm marcado a era da igreja, as
quais se encaixam nas características dessas sete igrejas.
Defendendo esse ponto de vista, G. H. Pember apresentou os seguintes
argumentos:
(iii) A história da era cristã tem seguido realmente os estágios que foram
antecipadamente delineados obscuramente.
(i) À igreja em Éfeso Ele lembra Seu controle absoluto desses anjos protetores e
vigilantes das igrejas: Ele “conserva as Sete Estrelas em Sua mão direita” e pode
sustentar, restringir ou retirar esse ministério tão necessário e útil dos anjos (Hb
1.11). Ele também anda no meio dos candeeiros e mantém uma observação íntima
e pessoal da sua condição, a ponto de detectar o estado do coração e não apenas as
aparências exteriores: “Deixaste o teu primeiro amor”.
(ii) Esmirna está para enfrentar tribulação severa que exigirá a fidelidade
dos crentes até a morte. O Senhor os lembra que Ele também suportou a
morte e por isso pode simpatizar e socorrer e conduzi-los à vida de
ressurreição que Ele mesmo alcançou.
(vi) Filadélfia é fraca, porém fiel. Aquele que é Santo reconhece isso;
Aquele que é Verdadeiro será verdadeiro com todos os que forem assim
com Ele; Aquele que abre e que fecha manterá aberta a porta do
testemunho para aqueles que estão prontos para testemunhar.
(vii) Laodicéia é orgulhosa, mas infiel. O Senhor é o oposto: Ele é o Amém,
Aquele em Quem tudo é certo; Ele é a Testemunha fiel e verdadeira, e se eles
forem infiéis para com Ele, Ele deve ser fiel à Sua palavra e a Si mesmo e
negará aqueles que O negarem (Mt 10.32,33; Lc 12.8,9; 2Tm 2.11-13), pois
de outra forma Ele negaria a Si mesmo, o que não pode ser. Ele deu início à
criação de Deus e toda a continuidade depende da dependência continua
Dele, que no princípio criou (Lang).
a) O número “sete” não aparece por acaso, pois havia outras igrejas na Ásia
que não foram mencionadas. Porque somente estas?
b) Existe um mistério envolvido com estas Sete Igrejas, como nosso Senhor
declarou: “O mistério dos sete candeeiros de ouro” (1.20). Se ignorarmos este
mistério, sem dúvida chegaremos a uma conclusão distorcida. Por que é
necessário ter ouvidos para ouvir? (2.7). Quem não tem poderá entender?
d) Vários pontos nestas Sete Cartas ficam sem sentido se não seguirmos a
linha profética da história da igreja. Como saberemos quem são os Nicolaítas,
mencionados duas vezes? Nenhuma seita jamais existiu com tal nome!
O Padrão Divino
Esmirna Filadélfia
101-313 1827-1847
Abaixo do Padrão
Éfeso Sardes Laodicéia
100 1500 1847 ?
“Da Sua boca saía uma espada aguda de dois gumes” – 1.16b - Poder
Significado do Nome:
“Relaxamento”
Período:
Final do primeiro século
Mensagem Profética:
Condição espiritual da Igreja no final do primeiro século
Repreensão:
Perda do Primeiro Amor
O Senhor Jesus se apresenta a cada uma das Sete Igrejas, usando parte
da descrição da Sua Pessoa gloriosa encontrada no primeiro capítulo. Aqui
Ele Se apresenta como “Aquele que tem na Sua destra as Sete Estrelas, que
anda no meio dos Sete Candeeiros de ouro” (Ap 2.1). No capítulo anterior o
Senhor Jesus explicou o mistério dizendo que “as sete estrelas são os sete
anjos das sete igrejas, e os sete candeeiros são as sete igrejas” (1.20). Se a
Igreja em Éfeso representa os cristãos no fim do primeiro século, então a
responsabilidade deles naquela época se concentrava nessa declaração: as
Sete Estrelas, ou, os Sete Anjos das Sete Igrejas e a presença do Senhor
andando no meio dos Sete Candeeiros.
“Mas visto que as nações pagãs estão sob o domínio do atual príncipe do
mundo, os príncipes da Pérsia e da Grécia são anjos caídos: ‘Mas o príncipe
do reino da Pérsia me resistiu por vinte e um dias (o anjo enviado a Daniel é
quem está falando); agora tornarei a pelejar contra o príncipe dos Persas; e,
saindo eu, eis que virá o príncipe da Grécia’ (Dn 10.13,20). Visto que os
anjos presidem sobre as forças da natureza e têm sob a sua responsabilidade
reinos e indivíduos (Sl 82), não é estranho pensar que alguns deles foram
designados para cuidar das igrejas. Todavia, não devemos supor nem por um
momento sequer, que os anjos de Satanás têm permissão de Deus para
presidir as assembléias que Ele reconhece como igrejas. A história e as
circunstâncias desses anjos que são encarregados de tal responsabilidade
estão além do nosso conhecimento. A questão está envolta num mistério. É
possível que eles sejam anjos num estado de provação, procurando exercer
corretamente aquele poder que Satanás e seus seguidores utilizarem de forma
errada”.
“Não estamos sem indicações bíblicas a esse respeito, pois lemos que
Deus às vezes ‘atribui insensatez aos Seus anjos’ (Jó 4.18). A referência pode
ser a certos seres celestiais que, embora não tenham se apegado a Satanás em
sua rebelião, não foram absolutamente fiéis como deviam, e
consequentemente, precisavam de algum tipo de disciplina ou teste. É mais
do que inútil especular sobre tais questões, as quais não tendo sido reveladas
na Escritura se encaixam na categoria das coisas secretas que pertencem ao
Senhor (Dt 29.29). Portanto, devemos aguardar até o tempo do conhecimento
mais completo, e receber no momento, como criancinhas, aquilo que Ele tem
determinado ser mais adequado para nós”.
Para o Senhor não é bastante que as obras estejam dentro das normas da
Palavra. Tudo pode estar nos devido lugar, mas sem vida. Um cemitério está
sempre limpo e repleto de flores, mas é um lugar próprio para os mortos. Um
hospital deve ser um exemplo de higiene e limpeza, mas é também um lugar
apropriado para os doentes. A igreja em Éfeso possuía muitas coisas
positivas, mas não passou no teste do Senhor.
a) (i) Conheço as tuas obras, (ii) o teu trabalho, e (iii) a tua paciência (v 2a)
b) (i) e que não podes suportar os maus; (ii) e provaste os que se dizem
apóstolos e não são; (iii) e os achaste mentirosos (v 2b)
c) (i) e que tens perseverança; (ii) por amor do meu nome sofreste; (iii) e não
desfaleceste (v 3).
Obras, trabalho e paciência são coisas boas, mas não são as melhores.
Quando a igreja estava numa condição de normalidade, Paulo escreveu sete
cartas. Aos Tessalonicenses ele falou sobre:
* a obra da fé
* o trabalho do amor
* a perseverança da esperança (1Tess 1.3)
“Tens, contudo, a teu favor que odeias as obras dos nicolaítas, as quais eu
também odeio” – Ap 2.6
“Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. Ao vencedor dar-lhe-ei
a comer da Árvore da Vida, que está no Paraíso de Deus” (2.7).
a. Quem São os Vencedores? – Ap 2.7a
“Mas nem todos os crentes são vencedores. Isso envolve a falsa posição
de que nenhum crente pode se tornar um apóstata. Ela se esquiva e anula as
solenes advertências e apelos urgentes do Espírito endereçados aos crentes e,
privando o crente desses avisos, os deixam perigosamente expostos aos
perigos que revelam. Na casa do Sumo Sacerdote Pedro foi vencido pelo
temor do homem. Ele foi o último? Ananias e Safira foram vencidos pelo
amor ao dinheiro e orgulho da reputação. Foram eles os últimos? Demas
abandonou Paulo sendo vencido pelo amor a essa era presente. Foi ele o
último? Na igreja em Corinto alguns foram vencidos pelas cobiças carnais.
Foram eles os últimos? Pedro entrou de novo na batalha e lutou até o fim.
Ananias e sua esposa foram cortados em sua falha e alguns dos crentes em
Corinto também. Não sabemos se Demas foi restaurado no final”.
“Se todos os cristãos são vencedores, como será possível no fim dessa
era que “o amor de muitos (da maioria) esfriará” (Mt 24.12)? Os vencedores
irão receber coroas, mas se todos vencem como podem ser avisados da
possibilidade de perder sua coroa” (Ap 3.11)?
“Observe ainda mais que as Sete Cartas são endereçadas a cada igreja
como um todo, através da mediação do anjo de cada uma delas. Mas depois
existe outro aspecto; quer dizer, os membros de cada igreja são endereçados
individualmente: ‘alguns de vós serão lançados na prisão e tereis tribulação’
(2.10); ‘guerrearei contra eles’ (2.16); ‘e darei a cada um de vós segundo as
suas obras’ (2.23); ‘tantos quanto eu amo, eu repreendo e disciplino’ (3.19)”.
Significado do Nome:
“Mirra”
Período:
100 a 313
Mensagem Profética:
Restauração Através da Perseguição
Elogio e Advertência:
“Tu és rico”
“Sê fiel até a morte”
Era esse tipo de provação que acontecia em Esmirna. Não era uma
questão relacionada com a vida, e sim com a coroa da vida. A vida é recebida
por meio da fé; a coroa é concedida aos que são fiéis, os quais irão reinar com
Cristo durante o Milênio. No Novo Testamento a única pessoa que recebeu a
promessa de receber uma coroa em vida foi Paulo. Os demais cristãos só
ficarão sabendo diante do Tribunal de Cristo. Existem cinco tipos de coroas:
* Incorruptível - 1Co 9.24,25
* Da Alegria - 1Tess 2.19
* Da Glória - 1Pd 5.4
* Da Justiça - 2Tm 4.7,8
* Da Vida - Tg 1.12; Ap 2.10.
“Eu, porém, vos digo que todo aquele que se irar contra seu irmão estará
sujeito a julgamento; e quem proferir um insulto a seu irmão estará sujeito a
julgamento do tribunal; e quem lhe chamar: Tolo, estará sujeito ao inferno
de fogo” (Mt 5.22).
Uma tradução mais aproximada do original grego seria: “Eu, porém, vos
digo que todo aquele que se irar contra seu irmão estará sujeito ao julgamento;
e quem disser ao seu irmão Ráka, estará sujeito ao Sinédrio; e quem lhe chamar
de More, estará em perigo do fogo da Gueena” (Mt 5.22). Observe que o
Senhor Jesus mencionou três situações: (i) Irar contra o irmão; (ii) Chamar o
irmão de Ráka (tolo, bobo, vazio); e (iii) Chama-lo de Moré (rebelde). Ao dizer
tais palavras o Senhor Jesus estava dando o verdadeiro significado do
mandamento “não matarás” (Mt 5.21). Se irarmos contra um irmão, estaremos
sujeitos a julgamento; se considerarmos um irmão, alguém que foi comprado a
preço de sangue, como um vazio, tolo, idiota, estaremos sujeitos ao Sinédrio.
Mas não é o Sinédrio de Israel, composto de setenta anciãos e sim o Sinédrio
celestial composto de setenta anjos. Se chegarmos ao ponto de julgar um irmão
como rebelde, isto é, como alguém que não nasceu de novo, estaremos em
perigo do fogo do inferno.
Esse parece ter sido o erro cometido por Moisés, quando o Senhor Deus
lhe ordenou que falasse com a Rocha para dar de beber ao Seu povo. Suas
palavras foram: “Moisés e Arão reuniram a assembléia diante da rocha, e
Moisés disse-lhes: Ouvi agora, rebeldes! Porventura tiraremos água desta rocha
para vós?” (Nm 20.10). Observe que Moisés chamou os redimidos do Senhor
de rebeldes. Por esta causa ele foi impedido de entrar na Terra Prometida:
“Porquanto não me crestes a mim, para me santificardes diante dos filhos de
Israel, por isso não introduzireis esta congregação na terra que lhes dei” (v.12).
O fato de Moisés não ter entrado na terra de Canaã pode ser uma figura do
crente que sofrerá o dano da Segunda morte. Não é ser lançado no Lago de
Fogo, mas sim sofrer o seu dano. Podemos não ser atingidos por uma granada,
mas se estivermos perto de onde ela cai, um estilhaço poderá nos alcançar.
Nesse caso não sofremos o dano da granada, mas os seus efeitos.
Conclusão
Significado do Nome:
“Eis o Casamento”
Período:
313 a 590
Mensagem Profética:
A União da Igreja e o Estado
Repreensão:
A Doutrina de Balaão e dos Nicolaítas
“Ao anjo da igreja em Pérgamo escreve: Estas coisas diz aquele que tem a
espada afiada de dois gumes” – Ap 2.12
Dizem que a mãe de Constantino sonhou com uma cruz e nela estavam
escritas as palavras: “Com este sinal vencerás”. Entendendo que era uma
mensagem do céu para ele aceitar o cristianismo, assim fez. Tornou o
cristianismo a religião do imperador e daí em diante passou a encorajar seus
súditos a serem batizados, os quais, por sua obediência, recebiam duas mudas
de roupa e algumas moedas de prata. Nessa ocasião foi iniciado o terceiro
estágio da história da igreja: o casamento com o mundo. O mundo é o sistema
de Satanás, pois o mundo jaz no maligno; a igreja está no mundo, mas não é do
mundo; ela está no mundo, mas o mundo não deve estar nela. Se isso acontecer
ela afunda. Para os cristãos de mente mundana, tal evento pode ter parecido
algo estupendo, como se a igreja tivesse conquistado o mundo.
Lamentavelmente nada disso aconteceu e o declínio se agravou ainda mais,
pois agora o adversário estava do lado de dentro.
Numa tal situação testemunhar pelo Senhor seria algo muito difícil, mas
mesmo assim Ele mostra que lá havia uma pessoa muito especial de nome
Antipas: “Mas reténs o meu nome, e não negaste a minha fé, mesmo nos dias
de Antipas, minha fiel testemunha, o qual foi morto entre vós, onde Satanás
habita” (2.13). Para entender o tipo de testemunho esse irmão deu só
precisamos traduzir o seu nome, que é bem peculiar: Anti (contra) + Pas
(tudo). Esse servo do Senhor era então, contra tudo, porque o erro estava bem
generalizado. As circunstâncias eram terríveis, mas ele não se intimidou.
Certamente havia outros fiéis como ele em Pérgamo.
O Maná parece ser outra referência aos tempos em que Balaão vivia.
Sem dúvida ele não se refere ao maná que constituía o alimento diário dos
israelitas no deserto e que podia estragar se não fosse imediatamente
consumido. Esse maná escondido deve indicar outra coisa. Pode ser uma
referencia ao maná incorruptível que foi colocado dentro do pote e
depositado na Arca da Aliança, conforme o registro de Números: “Disse
também Moisés a Arão: Toma um vaso, mete nele um gômer cheio de maná e
põe-no diante do Senhor, a fim de que seja guardado para as vossas gerações.
Como o Senhor tinha ordenado a Moisés, assim Arão o pôs diante do
testemunho, para ser guardado” (Ex 16.33,34).
Conclusão
Pérgamo nos mostra que para o Senhor Jesus ser entronizado na igreja é
preciso que os cristãos conservem sua lealdade a Cristo. Se formos amigos do
mundo cometemos adultério espiritual, diz Tiago (4.4). Precisamos ser contra
tudo (Anti+pás) que seja contra Cristo, como a doutrina de Balaão e a dos
Nicolaítas: idolatria e prostituição (Balaão) e separação dos crentes em castas
(Nicolaítas). Em outras palavras, os cristãos precisam ser como Antipas,
testemunha fiel do Senhor. Assim o Senhor Jesus será entronizado na igreja.
Capítulo 4
A IGREJA EM TIATIRA
Apocalipse 2.18-29
Significado do Nome:
“Incenso Contínuo”
Período:
590 a 1517
Mensagem Profética:
Sistema Católico Romano
Repreensão:
A Profetiza Jezabel e
as Coisas Profundas de Satanás
“Estas coisas diz o Filho de Deus, que tem os olhos como chama de fogo e os
pés semelhantes ao bronze polido” – Ap 2.18b
(a) o Filho de Deus; (b) que tem os olhos como chama de fogo; (c) e os pés
semelhante a latão reluzente.
c) A terceira parte da Sua identificação indica que Ele está preparado para
julgar todas as práticas erradas em Tiatira. O bronze (ou, latão) na Bíblia
representa julgamento. O Altar dos Holocaustos era feito de bronze e na
tipologia ele representa o Calvário onde nossos pecados foram julgados de
uma vez para sempre. A Pia do Lavatório, onde os sacerdotes lavavam as
mãos e os pés antes de entrar no Lugar Santo também era feita de bronze. Ela
representa a obra do Espírito Santo através da Palavra escrita, cujo fim é nos
santificar, purificar, tirar nossas máculas e rugas e nos apresentar como igreja
gloriosa ao Noivo amado (Ef 5.25-27). Os olhos do Senhor são como
labareda de fogo e o que eles vêem, Seus pés julgam.
“Conheço as tuas obras, o teu amor, a tua fé, o teu serviço, a tua
perseverança e as tuas últimas obras, mais numerosas do que as primeiras”
– Ap 2.19
Jezabel não tinha qualquer ligação com o povo de Israel, pois não era
uma filha de Abraão. Ela era uma princesa de Tiro, povo famoso por sua
idolatria, crueldade selvageria e intensa devoção a Baal e Astarote. Acabe, rei
de Israel, “filho de Onri, fez o que era mau aos olhos do Senhor; e como
fosse pouco andar nos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, ainda tomou por
mulher a Jezabel, filha de Etbaal, rei dos sidônios, e foi e serviu a Baal e o
adorou” (1Reis 16.30,31). “Seu pai, Etbaal, sacerdote de Astarote, assassinou
o monarca Feles que reinava e o sucedeu. Seu sobrinho, a quem Virgílio
chama de Siqueu, se tornou depois rei e sacerdote de Baal e foi o marido de
Dido. Ele foi assassinado por seu irmão Pigmalion, que subiu ao trono em seu
lugar, e com medo da viúva (Dido), fugiu para a África e fundou a cidade de
Cártago. Nascida de uma família marcada pelo fanatismo e o crime, Jezabel
deu provas suficientes de ser digna dos seus ancestrais, e encontrou na
condição do seu marido, Acabe, um campo muito favorável aos seus planos”
(Pember).
O Senhor concedeu tempo para que ela se arrependesse, mas tal não
aconteceu (Ap 2.21); por isso o julgamento seria aplicado. Jezabel havia
escolhido o leito da prostituição, mas agora o leito seria mudado em leito de
dores (2.22). Seus parceiros que adulteraram com ela sofreriam grande
tribulação e os seus filhos adúlteros seriam mortos (2.23). Isso deveria causar
grande temor nas igrejas, como aconteceu com a morte repentina de Ananias e
Safira. Os filhos de Deus não devem esquecer que o Senhor dá a cada um
segundo as suas obras. O pecado, na linguagem de Paulo, produz fraqueza,
doença e morte (sono; 1Co 11.30). Não se trata de perder a salvação, mas de
cometer o pecado para morte e perder o direito de continuar vivo nesta terra
testemunhando pelo Senhor.
6. Pérgamo e Tiatira
“As palavras ‘até que eu venha’ parecem indicar que esta apostasia não
vai desaparecer totalmente até que a Igreja tenha sido convocada para
encontrar seu Senhor. Realmente temos visto que o grande sistema
eclesiástico (catolicismo) será quebrado e destruído pelos Dez Reis (Ap
17.12-17), a fim de que eles possam dar todo o poder à Besta; e que ela
(Besta, Anticristo) não subirá das águas turbulentas (Abismo, mar) até que o
Filho Varão tenha sido conduzido seguramente ao Trono de Deus” (G. H.
Pember).
“Ao vencedor, que guardar até ao fim as minhas obras, eu lhe darei autoridade
sobre as nações, e com cetro de ferro as regerá, e as reduzirá a pedaços como
se fossem objetos de barro, assim como eu também recebi de meu Pai. Dar-lhe-
ei ainda a Estrela da Manhã” - Ap 2.26,27
“Eu lhe darei autoridade sobre as nações e com cetro de ferro as regerá”. O
Senhor também prometeu à Sua igreja autoridade sobre as nações. Hoje estamos
exercendo principalmente nosso papel de sacerdotes, intercedendo e instruindo o
povo de Deus e os perdidos. Mas o dia logo virá quando será manifestado o
nosso ofício como reis; os filhos de Deus serão reunidos dos quatro cantos da
terra e então, segundo a linguagem de Daniel “chegou o tempo em que os santos
possuíram o Reino” (7.22). Essa promessa relacionada com Tiatira é muitíssimo
clara, pois a Igreja Romana deseja governar hoje, mesmo que a Cabeça da Igreja
(Cristo) esteja ausente. Mas todo aquele que rejeitar suas seduções e estiver
disposto a ser considerado como nada neste mundo, receberá na vinda do Senhor,
em plenitude e bênção, aquilo que Roma hoje deseja ter.
Ninguém pode determinar quem será levado e quem será deixado. Para nos
manter na posição de humildade diante do Senhor, sempre é bom lembrar que “os
primeiros serão os últimos e os últimos serão os primeiros”. Oh! Que possamos
achar graça diante do Senhor para vigiar e orar em todo o tempo; que a glória do
Senhor possa ofuscar todo o brilho passageiro desse mundo. Quão significativas
são as palavras do ancião e apóstolo João: “E agora, filhinhos, permanecei Nele;
para que quando Ele se manifestar tenhamos confiança e não nos afastemos
envergonhados Dele em Sua vinda” (1Jo 2.28). Aqui o servo do Senhor ligou a
vinda do Senhor com uma condição: permanecer Nele. O termo permanecer
também significa “fazer morada, habitar, lar”. A Unção (Espírito Santo) nos
ensina todas as coisas; se obedecermos a Sua direção, então nossa morada, nosso
lar, será o Senhor Jesus e não teremos do que nos envergonhar Dele em Sua
vinda.
Conclusão.
Significado do Nome:
“Reforma”
Período:
1517 a 1827
Mensagem Profética:
Protestantismo - Lutero
Repreensão:
Obras imperfeitas diante de Deus
“Ao anjo da igreja em Sardes escreve: Estas coisas diz aquele que tem os
sete Espíritos de Deus e as sete estrelas” – Ap 3.1a
Aqui nosso Senhor diz que Ele “tem as Sete Estrelas”. Já vimos que as
Sete Estrelas são os Sete Anjos das Sete Igrejas. São anjos literais, pois
nenhum outro significado pode ser dado além daquele que o próprio Senhor
já deu. Mas o que o Senhor queria dizer com estas palavras? Elas “indicam
uma época crítica de um novo início, uma nova partida, semelhante àquela do
retorno dos Judeus do cativeiro da Babilônia para reconstruir o Templo”
(Pember). Que ligação poderia existir entre a Reforma (Sardes) e o retorno
dos judeus registrado no livro de Esdras? O livro de Daniel contém
informações importantíssimas sobre isso e é o que vamos ver em seguida.
“Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives e estás morto” – Ap
3.1b
Ele tem pleno conhecimento das obras em Sardes, e Seus olhos como
chama de fogo identificaram algo muito sério: “Tens nome de que vives, e
estás morto”. Sair do Sistema Romano era uma experiência de viver
novamente, mas eis que a morte continuava reinando. Estas são palavras
duras sobre a Reforma. Lutero foi realmente usado por Deus, mas o que veio
depois não foi o ideal. Seu propósito era restaurar a igreja de Cristo, mas sua
obra não foi completa. Teve um começo, mas sem fim; não houve um
fechamento. Lutero restaurou a justificação pela fé e a Bíblia aberta a todos.
Em Tiatira a autoridade estava nas mãos de Jezabel, isto é, nas mãos da
igreja, mas agora o povo de Deus recebeu a iluminação do Espírito e da
Palavra. Mas a dependência do poder político penetrou no meio dos
restaurados e conseqüências mais sérias surgiram.
“Pelo contrário, confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos Seus
anjos” – Ap 3.5c
Conclusão
Significado do Nome:
“Amor Fraternal”
Período:
1827 a 1847
Mensagem Profética:
A Unidade da Igreja
Elogio:
“Guardaste a Minha Palavra”
“Não negaste o Meu Nome”
Advertência:
“Vigia para ninguém tomar a tua coroa”
Robert Govett disse que sete atributos são dados ao Senhor: primeiro
três, o quarto e mais três brotando dele:
a. O Santo e Verdadeiro
“Isto diz o que é Santo, o que é Verdadeiro” (Ap 3.7a). Assim o Senhor
Se apresenta à Sua igreja, indicando o tipo de pessoas que devemos ser por
causa da Sua vinda iminente. Está escrito que “sem a santificação ninguém
verá o Senhor” (Hb 12.14); mas santificação não é condição para alguém ser
salvo. Nesse capítulo de Hebreus, Paulo está falando sobre o Reino. Como
Verdadeiro, nosso Senhor dá a entender que Ele deseja a verdade nas partes
mais interiores do nosso ser. Quanta mistura existe em nossa adoração, em
nossas orações, em nosso serviço ao Senhor! Entretanto, todas as coisas estão
nuas e patentes diante dos Seus olhos (Hb 4.13). Todos os crentes, incluindo
os mais adiantados, devem ter sempre esta oração em seus corações:
“Purifica-me dos (pecados) que me são ocultos” (Sl 19.12).
b. A Chave de Davi
“Aquele que tem a Chave de Davi, que abre e ninguém fechará; e que fecha
e ninguém abrirá” (Ap 3.7b).
“Venho sem demora. Conserva o que tens, para que ninguém tome a tua
coroa” – Ap 3.11
b. Os Três Nomes
Devemos observar que a chamada é para ouvir aquilo que o Espírito diz
a todas as igrejas. Não é só o que Ele diz a Filadélfia ou outra igreja, mas a
todas. Que não aconteça conosco o que aconteceu com os companheiros de
Paulo na estrada para Damasco: “E os que estavam comigo viram, em
verdade, a luz, mas não entenderam a voz daquele que falava comigo” (At
22.9). Ouvimos as mensagens, ouvimos as advertências, mas elas são como
palavra sem sentido. A mensagem não é misturada com a fé poder produzir
transformação. “Quem tem ouvidos para ouvir!” Temos o órgão, mas nos
falta a função. É como um cego, mesmo tendo os dois olhos, não pode
enxergar. O Senhor está completando o número dos Seus Vencedores, e logo
os removerá para o Trono de Deus. Oremos e vigiemos para que possamos
fazer parte do Filho Varão! Cooperemos com o Espírito Santo em Sua obra
de formar Cristo em nós (Gl 4.19). Só assim o Senhor Jesus será entronizado
na Igreja!
Significado do Nome:
“Opinião do Povo”
Período:
1827 a ?
Mensagem Profética:
Filadélfia Soberba
Repreensão:
“Pobre, cego e nu”
Nas igrejas anteriores vimos que Pérgamo mostra algo de fora que invadiu o
território dos cristãos; em Tiatira a invasão foi mais profunda. Quando
chegamos a Sardes a ordem é invertida: não é algo de fora que invade, mas a
saída do meio corrompido de Tiatira. Filadélfia nos mostrou a mesma coisa,
isto é, outra saída do que não era ideal, para algo que agradava o coração do
Senhor. Laodicéia se desenvolve de Filadélfia e ela é composta daqueles que
um dia tiveram a realidade da unidade da igreja, mas se ensoberbeceram e
passaram a tratar os demais irmãos com desprezo, por julgarem a si mesmos
superiores. Assim surge profeticamente a igreja em Laodicéia. O Senhor
havia aconselhado aos de Filadélfia que conservassem o que tinham, para não
perderem a coroa. Por essa razão, quando alguns cristãos que procuram viver
a realidade de Filadélfia descobrem que a situação do testemunho se
deteriorou e feriu o coração do Senhor, eles precisam sair e participar do Seu
desagrado. Entretanto, esta separação é apenas física, porque espiritualmente
continuamos sendo um só Corpo em Cristo. De modo que, o sair nem sempre
indica divisão. Se perdermos essa revelação, perdemos a realidade de
Filadélfia. Nas palavras do irmão Nee “Filadélfia e Laodicéia são
semelhantes na posição da igreja. A diferença está no fato de Filadélfia ter
amor. Na aparência exterior não existe muita diferença; o que as diferencia é
que Laodicéia é uma Filadélfia orgulhosa. Somente uma Filadélfia caída pode
se tornar Laodicéia. As próprias riquezas são as características de Filadélfia;
o orgulho de ser rico é a marca registrada de Laodicéia. A doença fatal de
Laodicéia é o orgulho” (Come Lord Jesus, pg 47).
3. A Apresentação do Senhor
a. O Amém
“Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio
ou quente! Assim, porque és morno, e nem és quente nem frio, estou a ponto
de vomitar-te da minha boca” – Ap 3.15,16
“E não sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu” – Ap 3.17
a. Constatação da Soberba
“Pois dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma”. Este é
um sintoma muito sério: de nada tenho falta. Filadélfia é realmente rica, mas
Laodicéia sabe que é rica. O saber aqui é negativo porque indica sua soberba.
Quando temos consciência de que somos pobres, já andamos metade do
caminho para a verdadeira riqueza. “O famoso Scofield foi até aos Irmãos
para ser ensinado. Gipsy Smith, muitíssimo conhecido, esteve no meio deles
para obter benefício, aprendendo suas doutrinas para pregar. O Senhor
mostrou-nos que uma Filadélfia orgulhosa é Laodicéia, e Laodicéia é uma
Filadélfia caída. Hoje podemos encontrar Filadélfia e também Laodicéia; a
diferença é que Filadélfia tem amor, enquanto Laodicéia tem orgulho. Não há
diferença na aparência exterior. Um irmão entre eles certa vez disse: ‘Existe
algo espiritual que não possa ser encontrado entre nós’? Outro irmão, ao ver
uma nova revista, disse: ‘Que novidade ela pode nos dar? Há alguma coisa
que não temos’? Um outro disse: ‘Uma vez que o Senhor tem nos dado a
maior luz, devemos estar satisfeitos; ler o que os outros têm é uma perda de
tempo’. Quando ouvimos este tipo de falar, imediatamente lembramos o que
o Senhor diz aqui a respeito daqueles que dizem ‘estou rico’. Oh! Quão
cuidadosos precisamos ser para que não nos tornemos Laodicéia” (Ortodoxia
da Igreja, pgs 90,91).
b. O Caráter de Cristo
“Eu te aconselho que de mim compres vestes brancas”
- Ap 3.18b
“Eu te aconselho que de mim compres colírio, a fim de ungires os teus olhos,
para que vejas” - Ap 3.18c
“Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso, e arrepende-te. Eis
que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei
em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo” – Ap 3.19,20
Numa tal condição não é provável que Laodicéia possa ser restaurada,
mas quando o Senhor diz “arrepende-te” Ele indica a possibilidade de
restauração. É como se o Senhor dissesse: “Se vocês não me pertencem,
sigam seus caminhos. Mas se vocês me pertencem, preparem-se para a
disciplina”. O castigo será terrível sobre os que ficarem sobre a terra, e, por
isso, o Senhor em Sua misericórdia os exorta: “Sê, pois, zeloso, e arrepende-
te”. Graças a Deus, o tempo aceitável ainda não findou. Como sabemos? As
palavras “eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a
porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei e ele comigo” (Ap 3.20) nos
asseguram disso. Ele ainda está à porta! Ele deveria estar “no meio dos
Candeeiros de Ouro”, no meio dos que se reúnem para dentro do Seu nome,
mas em Laodicéia Ele está do lado de fora da porta. Ele está do lado de fora e
continua batendo, esperando que alguém ouça Sua voz, abra a porta e possa
cear com Ele.
8. Promessa ao Vencedor
“Ao Vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo o meu trono, assim como também
eu venci e me sentei com meu Pai no seu trono. Quem tem ouvidos, ouça o
que o Espírito diz às igrejas” – Ap 3.21,22
Conclusão
“E vi quando o Cordeiro abriu um dos Sete Selos, e ouvi um dos quatro Seres
Viventes dizer numa voz como de trovão: Vem! Olhei, e eis um Cavalo
Branco; e o que estava montado nele tinha um arco; e foi-lhe dada uma coroa,
e saiu vencendo, e para vencer” (Ap 6.1,2).
“Quando ele abriu o segundo selo, ouvi o segundo ser vivente dizer: Vem! E
saiu outro cavalo, um cavalo vermelho; e ao que estava montado nele foi
dado que tirasse a paz da terra, de modo que os homens se matassem uns aos
outros; e foi-lhe dada uma grande espada” (Ap 6.3,4).
“Quando abriu o terceiro selo, ouvi o terceiro ser vivente dizer: Vem! E
olhei, e eis um cavalo preto; e o que estava montado nele tinha uma balança
na mão. E ouvi como que uma voz no meio dos quatro Seres Viventes, que
dizia: Um queniz de trigo por um denário, e três quenizes de cevada por um
denário; e não danifiques o azeite e o vinho” (Ap 6.5,6).
“Quando abriu o quarto selo, ouvi a voz do quarto Ser Vivente dizer: Vem! E
olhei, e eis um cavalo amarelo, e o que estava montado nele chama-se
Morte; e o Hades seguia com ele; e foi-lhe dada autoridade sobre a Quarta
parte da terra, para matar com a espada, e com a fome, e com a peste, e com
as feras do campo” (6.7,8).
O termo “amarelo” (pálido) aqui é traduzido por “verde” em outras
passagens (Mc 6.39; Ap 8.7; 9.4). Verde é a cor da relva, das matas. Se
alguém manifesta tal cor em seu corpo, a indicação é de doença ou morte. Por
isso, quem está montado no cavalo Amarelo é a Morte e quem o segue é o
Hades. As pessoas quando morrem vão para o Hades e não para o inferno,
como muitos ensinam. O Lago de Fogo ainda não foi inaugurado, pois está
escrito que “a Morte e o Hades foram lançados no Lago de Fogo. Esta é a
Segunda morte, o Lago de Fogo” (Ap 20.14). O crente em Cristo quando
dorme (morre), vai para o Paraíso e ali aguarda o dia da ressurreição.
O ARREBATAMENTO
“Acautelai-vos por vós mesmos, para que nunca vos suceda que o vosso coração
fique sobrecarregado com as conseqüências da orgia, da embriaguez e das
preocupações deste mundo, e para que aquele dia não venha sobre vós
repentinamente, como um laço. Pois há de sobrevir a todos os que vivem sobre
toda a face da terra. Vigiai, pois, a todo tempo, orando, para que possais escapar
de todas estas coisas que têm de suceder e estar em pé na presença do Filho do
Homem” – Lucas 21.34-36
Observe que estas palavras são dirigidas aos discípulos e não aos de
fora. A ordem é: “Acautelai-vos por vós mesmos”. É responsabilidade
individual. O Senhor Jesus menciona três coisas que podem prejudicar o
preparo do crente para o arrebatamento: (1) O coração sobrecarregado com as
conseqüências da orgia; (2) da embriaguez; (3) das preocupações deste
mundo. As duas primeiras são mais raras de serem encontradas nas vidas dos
crentes, mas a terceira atinge a todos. A expressão “as preocupações deste
mundo”, também traduzida por “cuidados do mundo” (Mt 13.22; Mc 4.19),
“cuidados, riquezas e deleites da vida” (Lc 8.14) foram mencionados pelo
Senhor na parábola do Semeador. Ele disse que os cuidados da vida são como
os espinhos que sufocam a semente e simbolizam o mundo. A orgia e a
embriaguez são taxativamente pecados da carne, mas os cuidados da vida
não. As obrigações de cada dia relacionadas com o comer, vestir, dormir,
trabalhar, estudar e outros são coisas lícitas. A dificuldade surge quando elas
se tornam em “preocupações” e cargas sobre nós. Foi nesse sentido que o
Senhor nos advertiu dizendo: “Por isso, vos digo: não andeis ansiosos pela
vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo,
quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o
corpo, mais do que as vestes?” (Mt 6.25). Ele conclui Sua instrução sobre
esse assunto dizendo: “Buscai, pois, em primeiro lugar, o Seu reino e a sua
justiça e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (6.33).
O vigiar em oração todo o tempo tem a ver com “aquele dia” que há de
vir repentinamente como um laço, ou, armadilha. Essa expressão aponta sem
sombra de dúvida para a Grande Tribulação a qual virá sobre todos os que
vivem sobre a face de toda a terra. Certamente é uma referência ao domínio
mundial do Anticristo. Da promessa e da advertência nasce a ordem
inevitável: “Vigiai em todo o tempo, orando, a fim de que possais escapar”: a
mesma expressão para “possais escapar” foi traduzida por “ser considerados
dignos” em Lucas 20.35, e isso dá outro sentido a esse versículo. (“Escapar”
aparece também em At 16.27; 19.16; Rm 2.3; 2Co 11.33; 1Tess 5.3; Hb 2.3).
A promessa é uma remoção do lugar de perigo e não segurança no meio dele
ou mesmo de força para suportar. “De todas estas coisas que têm de suceder”:
a Grande Tribulação é o contexto imediato; “E estar de pé na presença do
Filho do homem” (Lc 21.36). Estar de pé indica “ser estabelecido ou
colocado, isto é, trasladado por mãos de anjos e não através do escuro túnel
da morte (Lc 16.22) ao Paraíso, mas por cima da ponte de ouro do
arrebatamento na Parousia” (Dean Alford). “Não se diz que aquele que vigia
escapará dos perigos espirituais daqueles dias; o escape é ‘de todas estas
coisas’ (Lang)”. Tal ordem para vigiar não teria sentido se é que todos os
crentes vão estar preparados e serão arrebatados pelo fato de serem salvos.
“Da hora da provação que há de vir sobre toda a terra”. A “provação” aqui
aponta para a Grande Tribulação, o único juízo de Deus desde o Dilúvio para
esmagar a terra toda de uma só vez. O Anticristo estenderá o seu domínio por
todo o mundo por três anos e meio. Será a ‘meia noite’ da terra. Esse período
é chamado aqui de “a hora da provação” e a promessa do Senhor não é de
proteção dentro da provação, mas de livramento para fora dela.
“Para provar todos os que habitam sobre a terra”. Os que habitam sobre a
terra irão aprender por meio de experiências terríveis a instabilidade de tudo
aqui. As coisas nas quais confiam e lhes dá estabilidade serão destruídas.
Todo filho de Deus deve viver neste mundo como um pé de mostarda. A
mostarda é uma hortaliça e para sua sobrevivência só depende da terra o
necessário. Mas uma anomalia pode acontecer: a hortaliça pode virar uma
árvore (Mt 13.31,32). Arrancar uma árvore do solo não é tão fácil como
arrancar um pé de mostarda. A árvore lança suas raízes profundamente na
terra e isso é a figura do filho de Deus que vive sufocado pelos espinhos deste
mundo (Mt 13.22). O cristão é comparado com o trigo (Mt 13.24,25) e da
forma como o trigo amadurece deve acontecer com ele. O trigo amadure na
parte superior, mas na raiz ele seca. Em outras palavras, não podemos
amadurecer para o céu, sem secar para este mundo. Habitamos “no
esconderijo do Altíssimo” (Sl 91)? Vivemos a realidade de termos sido
“ressuscitados juntamente com Cristo” (Col 3.1) e de que estamos
“assentados nas regiões celestiais em Cristo” (Ef 2.6)? Que o Senhor possa
nos livrar de sermos contados com “aqueles que habitam sobre a terra”!
Nosso Senhor também disse que Filadélfia tem “pouca força” (Ap 3.8),
mas esse pouco é suficiente para alcançar o livramento através do
arrebatamento. Nossa conduta é fundamental se desejamos ser levados.
“Porquanto se não vigiares”, esse é o ponto crucial, “virei como ladrão”,
quando só os que vigiam nas horas da noite tomam conhecimento, “e não
saberás de modo algum em que hora virei contra ti” (Ap 3.3), foi a
advertência do Senhor à igreja em Sardes.
“Deus não nos destinou para a ira” (1Tess 5.9), é verdade, mas se o sal
perder o seu sabor ele será pisado pelos homens. O sal sem sabor é colocado
de volta no mundo por todo o tempo que for necessário, assim como Judá e
Benjamim foram enviados para a Babilônia por setenta anos para que fossem
curadas da idolatria. O motivo do cativeiro foi a idolatria, mas o próprio
cativeiro trouxe a cura para a doença. Todos os crentes que desfrutam do
pecado e dos prazeres do mundo também estão sujeitos aos julgamentos que
virão sobre ele. A mulher de Ló tinha o seu coração preso aos prazeres de
Sodoma e por isso sua obediência foi incompleta. O juízo sobre os pecados
da cidade caiu também sobre ela, mas por ser uma pessoa regenerada o
Senhor a transformou numa coluna de sal. Coluna na Bíblia simboliza
testemunho e por isso creio que mesmo tendo perdido o sabor por meio do
contato com Sodoma, um dia ela seria restaurada em seu testemunho.
3. Afastar Envergonhados
Essas palavras são por demais claras a respeito do que estamos falando.
João está se dirigindo aos irmãos e os chama de “filhinhos”, termos que ele
não usaria para se referir àqueles que não conhecem a Deus. Ele nos adverte
dizendo que devemos permanecer em Cristo, e a palavra permanecer significa
também “fazer morada”. Precisamos ter uma vida de comunhão íntima e
constante com nosso Senhor, se desejamos estar preparados para o
arrebatamento. Se deixarmos que os prazeres, pecados e cuidados desse
mundo sobrecarreguem o nosso coração, não teremos “confiança” e na vinda
(parousia) do Senhor nos afastaremos “envergonhados Dele”. Numa outra
versão lemos assim: “Sim, meus filhinhos, continuem unidos com Cristo,
para que possamos estar cheios de coragem no dia em que Ele vier. Assim
não precisaremos ficar com vergonha e nos esconder Dele naquele dia” (1Jo
2.28-NTLH).
João diz que é um sinal e aqui ele usa o termo “semeion” pela
primeira vez no Apocalipse. Esse mesmo termo ele usou para se referir
aos milagres de Jesus registrados em seu evangelho. A palavra
“semeion” indica uma figura, um símbolo de outra coisa. Quer dizer, a
Mulher aqui não é literal; ela simboliza algo que é digno de
contemplação. Ele diz também que é um “grande” sinal, isto é, aquilo
que a Mulher simboliza. É algo grande, notável, importante. O quadro
no todo é maravilhoso e extraordinário e nos leva a pensar em algo da
maior excelência.
“Viu-se grande sinal no céu, a saber, uma mulher vestida do sol com a lua
debaixo dos pés e uma coroa de doze estrelas na cabeça” – Ap 12.1
a. As palavras usadas para descrever a Mulher são por demais gloriosas para
serem aplicadas a Maria. Em que sentido Maria foi vestida do sol ou teve a
lua debaixo dos pés? Quando ela foi vista no céu e na terra ao mesmo tempo?
E que coroa seria esta com doze estrelas? Não precisamos de muito esforço
para concluir que esta é uma linguagem inteiramente inadequada para
descrever a humilde mãe do Salvador. Além do mais, onde foi registrado que
Maria foi perseguida pelo dragão depois que Jesus nasceu ou foi assunto ao
céu?
b. O mesmo argumento deve ser aplicado caso a Mulher seja interpretada
como sendo a nação de Israel. Em que sentido o povo de Israel estava vestido
do sol, com a lua debaixo dos pés e com uma coroa de doze estrelas na
cabeça? Israel nunca ocupou tal posição em seu relacionamento dom Deus. E
além do mais, essa descrição é inconsistente com os fatos que cercaram o
nascimento de Jesus e o Seu arrebatamento. Quando Jesus nasceu o povo de
Israel estava espiritualmente desolado e durante todo o Seu ministério os
sacerdotes, escribas e fariseus O perseguiram e finalmente O rejeitaram para
ser crucificado. Ele foi trocado por Barrabás! Como o Espírito Santo poderia
descrever Israel dessa forma acima? “Ele veio para o que era Seu, e os Seus
não O receberam” (Jo 1.11).
3. Quem é a Mulher?
a. O Sol
b. A Lua
e. O Sistema da Graça
4. Dores de Parto
“Na visão João vê uma mulher com dores de parto. De acordo com a
figura uma mulher pode ter ou não problemas durante a gestação, mas por
pior que seja a dificuldade, ela não pode ser chamada de dores de parto. São
as dores que vão e voltam num curto espaço de tempo que caracteriza e
conclui esse momento e anuncia o nascimento. Portanto, seria insensato
aplicar essa figura da mulher com dores de parto aos longos períodos da
história da igreja. Certamente aqui temos algo relacionado com o fim da era
da Igreja” (G. H. Lang). A própria Escritura confirma essa idéia: “Sobrevirá
repentina destruição, como as dores de parto sobrevêm àquela que está
grávida” (1Tess 5.3).
Por que estamos dizendo isso? Porque para muitos cristãos, Deus
colocou um fim na nação de Israel. Eles rejeitaram seu Messias, Jesus, e no
ano 70 d.C. o Templo foi destruído e a nação espalhada entre as nações. Tudo
isso é verdade, mas que Deus tenha acabado Seus tratos com Israel é o oposto
do que encontramos nas Escrituras. Por essa razão acredito que seria
importante verificarmos as três passagens que mencionam as dores de parto,
porque elas têm a ver exatamente com o plano de Deus relacionado com o
Israel, os Gentios e a Igreja.
*As Dores de Parto de Israel: “Porém, tudo isso é o princípio das dores (de
parto)” – Mt 24.8.
a. Outro Sinal
O dragão tem sete cabeças que representam sete reis (Ap 17.9) e os dez
chifres indicam os dez reis que receberão poder junto com a Besta por uma
hora (17.12). A ligação entre a Besta (cap 13) e o Dragão (cap 12) pode vista
se compararmos os dois:
Jó disse que quando Deus trazia esse mundo à existência “as estrelas da
alva, juntas alegremente cantavam e rejubilavam” (38.7). Trata-se das “hostes
angelicais e elas são chamadas de ‘estrelas’ por causa da sua beleza e glória e
são ‘estrelas do céu’, pois pertencem ao céu e são os mais sublimes
ornamentos do mundo celestial” (J. A. Seiss). Satanás continua sendo
chamado de ‘estrela’ (Ap 9.1), mas devido à sua rebelião ele perdeu a beleza
e a glória dos anjos de Deus. Isaías ao descrever a queda de Lúcifer se referiu
a ele assim: “Como caíste do céu, ó Estrela da Manhã (Lúcifer)” (Is 14.12). A
expressão “a terça parte” dá a entender que a terça parte dos anjos seguiu
Lúcifer em sua revolta contra Deus.
e. Lançados Para a Terra
6. O Dragão e a Mulher
“E o Dragão se deteve em frente da Mulher que estava para dar a luz, a fim
de lhe devorar o filho quando nascesse” – Ap 12.4b
b. Satanás não foi lançado dos ares para a terra quando Jesus subiu ao céu.
Quando Paulo escreveu aos efésios, uns trinta anos mais tarde, Satanás
continuava sendo “o príncipe das potestades do ar” (Ef 2.2), indicando que
ele ainda não havia sido expulso dos ares (céu).
(a) Nós
(b) Os vivos
(c) Os que ficarmos até a vinda do Senhor
A construção gramatical desse texto é muito significativa, pois nos
mostra o que o apóstolo desejava transmitir. Ele estava falando da ordem em
que acontecerá a ressurreição e o arrebatamento, isto é, os vivos não
precederão os que dormem (os mortos). De modo que seria suficiente dizer
apenas: “Nós, os que ficarmos vivos”, isto é, os que não passaram pela morte.
Porém, ele prossegue dizendo: “Os que ficarmos até a vinda do Senhor”,
dando a entender que alguns “vivos” não iriam morrer, mas também não
estariam vivos no momento referido no texto. Por quê? Porque foram levados
antes, no primeiro arrebatamento. Estes seriam “os vivos, os que não
ficaram”. O Filho Varão, portanto, não será deixado para esta ocasião, bem
no final da Grande Tribulação, mas será removido para o Trono de Deus
antes de Satanás ser lançado dos ares na terra e da Besta subir do abismo.
Será algo semelhante ao que aconteceu com Enoque: “E já não era, porque
Deus o tomou para Si” (Gn 5.24), pois “antes da sua trasladação alcançou
testemunho de que agradara a Deus” (Hb 11.5).
“A mulher, porém, fugiu para o deserto, onde lhe havia Deus preparado lugar para
nele a sustentem durante mil duzentos e sessenta dias” – Ap 12.6
A grande voz ouvida vem do céu onde está o Trono de Deus, mas
Satanás foi expulso do céu, isto é, os ares, a expansão. Depois de sua queda
Satanás não tem mais direito de entrar na morada de Deus. Antes da revolta
ele podia entrar lá, mas depois ele foi lançado do Monte Santo de Deus.
Textos como 1 Reis 22.19-22, Jó 1.6; 2.1 e Salmo 82 indicam que Deus
possui um trono móvel. É diante desse trono que se diz que Satanás e os
filhos de Deus (anjos) compareceram e não no Terceiro Céu (2Co 12.2) onde
está o Trono de Deus.
“Por isso, festejai, ó céus, e vós, os que neles habitais. Ai da terra e do mar,
pois o Diabo desceu até vós, cheio de grande cólera, sabendo que pouco
tempo lhe resta”. – Ap 12.12
No terceiro céu os que nele habitam festejam. Quem são eles? Os anjos
com certeza e também os Vencedores que foram arrebatados “para Deus e
para o Seu Trono”. Mas nos ares, na expansão, também há regozijo por parte
dos anjos que expulsaram Satanás e tomaram o seu lugar. Porém na terra e no
mar não haverá motivo para alegria, porque o Diabo foi forçado a descer para
a terra e está cheio de ira, por saber que pouco tempo lhe resta. Esse é o
motivo do “ai da terra e do mar”, pois dentro de pouco tempo Satanás soltará
do Abismo o Anticristo e então as palavras de Jesus se cumprirão: “Porque
nesse tempo haverá grande tribulação, como desde o princípio do mundo até
agora não havido e nem haverá jamais” (Mt 24.21).
“Quando, pois, o dragão se viu atirado para a terra, perseguiu a mulher que
dera à luz o Filho Varão”. - Ap 12.13
Agora a Mulher não é mais vista no céu, mas na terra, depois que o Filho
Varão é levado para o Trono de Deus. Aqui precisamos lembrar o que dissemos
antes: a Mulher vista no céu inclui os Patriarcas, as Tribos de Israel e a Igreja.
Mas os Patriarcas não estão mais aqui e Israel, mesmo fazendo parte da
Mulher, permanece na condição de endurecimento. Por essa razão o Filho
Varão só pode estar sendo formado no seio da Igreja, que é a parte da Mulher
que pode ser vista hoje. Nessa ocasião então é que se declara que a Mulher está
na terra. Nesse tempo ela passa a ser representada pelos cristãos que ainda
estão na terra.
Satanás agora atirado na terra vai perseguir a Mulher que deu a luz o Filho
Varão. Porém, Deus lhe preparou um lugar onde ela será sustentada durante mil
duzentos e sessenta dias (12.6). Esse tempo é igual a um tempo, dois tempos e
metade de um tempo (12.14), e a três anos e meio (13.5). Certamente isso é
uma referência à metade do Pacto de sete anos, mencionado por Daniel (9.27).
Muitos irmãos dedicados ao estudo das Escrituras não conseguiram ver que
essa perseguição do dragão não se refere ao período da Grande Tribulação. O
fio da meada se perdeu quando colocaram de lado o Sétimo Rei. João disse que
“cinco caíram, um existe (o 6º.) e o outro (o 7º.) ainda não veio” (Ap 17.10).
Quase todos os escritores que eu pude ler afirmam que Israel vai assinar um
Pacto de sete anos com o Anticristo. Mas o capítulo a pouco citado (Ap 17)
declara que o Anticristo não é o Sétimo Rei, e sim o Oitavo (17.11). Assim
sendo, o Sétimo Rei deve surgir primeiro e só depois o Oitavo, que é o
Anticristo, a Besta.
“E foram dadas à mulher as duas asas da grande águia, para que voasse até
ao deserto, ao seu lugar, aí onde é sustentada durante um tempo, tempos e
metade de um tempo, fora da vista da serpente”. – Ap 12.14
“Embora tais sofrimentos e terríveis tentações e necessidades venham
sobre os que não vigiaram, depois que seus irmãos vigilantes e fiéis entraram
nos apartamentos celestiais, eles não são totalmente abandonados” (J. Seiss).
Mesmo não sendo Vencedores os cristãos que não foram incluídos no Filho
Varão desfrutarão da proteção de Deus. Eles não deixaram de ser filhos; o
parentesco deles com o Pai não pode ser destruído. Podem ser filhos
desobedientes, mas ainda assim são filhos. E como o Senhor “corrige a quem
ama e açoita a todo aquele que recebe como filho” (Hb 12.6), estes que não
vigiaram e não fizeram do Senhor a sua morada (1Jo 2.28) terão que
participar da disciplina, para que possam ser “participantes da Sua santidade”
(Hb 12.10).
Mas o que vem a ser as duas asas da grande águia dadas à Mulher para
que pudesse voar ao deserto? Quando o Senhor tirou o Seu povo do Egito, Ele
lhes disse: “Tendes visto o que fiz aos egípcios, como vos levei sobre asas de
águia e vos cheguei a mim” (Ex 19.4). Quarenta anos depois Moisés disse:
“Como a águia desperta a sua ninhada e voeja sobre os seus filhotes, estende
as asas e, tomando-os, os leva sobre elas, assim, só o Senhor o guiou” (Dt
32.11,12). Estas mesmas asas aparecem aqui de novo: “E foram dadas à
Mulher as duas asas da grande águia”, isto é, a ajuda especial e direta de
Deus.
Que lugar é esse para o qual a Mulher foge? “Quando Israel foi tirado do
Egito essas mesmas asas lhe foram dadas para fugir do Dragão. Assim como
eles foram levados para o deserto, assim também com a Mulher. Habacuque
falou do Senhor vindo de Temã que é a parte sul da Iduméia e do Monte Parã
que é identificado com o Sinai e seus montes (Hab 3). Aqui é dito que é ‘o
seu lugar’, um lugar que pertence à Mulher e que Deus preparou para ela. É
interessante observarmos quantas pessoas fugiram para esse mesmo lugar:
Moisés quando fugiu da ira de Faraó; Israel quando escapou da tirania e ódio
dos egípcios; Elias quando fugiu da sangrenta Jezabel; os Judeus fiéis na
época dos Macabeus”.
“Então, a serpente arrojou da sua boca, atrás da mulher, água como um rio,
a fim de fazer com que ela fosse arrebatada pelo rio. A terra, porém,
socorreu a mulher; e a terra abriu a boca e engoliu o rio que o dragão tinha
arrojado de sua boca”. – Ap 12.16
Creio que esse ataque do Dragão acontece na segunda parte do Pacto de sete
anos, isto é, no período da Grande Tribulação. A perseguição mencionada
nos versículos 13-16 acontece na primeira parte do Pacto, ou, nos primeiros
três anos e meio. Depois o Dragão vai perseguir os restantes da descendência
da Mulher, mas nada é dito sobre isso. Antes de iniciar essa nova etapa da
perseguição, o Dragão se põe de pé sobre a areia do mar (12.18), como que à
espera de algo ou alguém que vai surgir dele. O capítulo treze começa
explicando quem o Dragão estava esperando: (a) A Besta que surge do mar,
ou, o Império Romano (13.1). Ela tem sete cabeças e dez chifres e uma de
suas cabeças, o Sétimo Rei, já estava na terra nessa ocasião. Como já vimos
atrás, esse Rei vai durar pouco tempo: três anos e meio (Ap 17.10). É com ele
que Israel assinará o Pacto de sete anos. Essa sétima cabeça vai sofrer um
golpe mortal, mas será curada, ou melhor, voltará a viver (Ap 13.3,4). Mas
como está escrito que a Besta, nesse caso o Anticristo, é o Oitavo Rei, o
quebra-cabeça é completado: A Besta, o Anticristo, o Oitavo Rei, toma posse
do cadáver do Sétimo Rei.
Nosso texto (12.17) diz que o Dragão foi pelejar contra os restantes da
descendência da Mulher. Quem são eles? “Os que guardam os mandamentos
de Deus e têm o testemunho de Jesus”. É bem provável que os que “guardam
os mandamentos de Deus” sejam Judeus e “os que têm o testemunho de
Jesus” os cristãos. A Mulher vista no céu inclui os doze patriarcas, as doze
tribos e os doze apóstolos (igreja). Os patriarcas passaram, mas Israel e a
igreja estão aqui até hoje e os dois fazem parte da Mulher. Todavia, nessa era
da graça quando um Judeu crê em Jesus como Messias ele deixa de ser Judeu.
Os demais de Israel que não recebem Jesus como seu Messias permanecem
na incredulidade. Por essa razão, o Filho Varão só inclui aqueles que antes
eram Judeus ou Gentios, mas agora pertencem à igreja. Durante a Grande
Tribulação o povo de Israel e os cristãos que ficaram serão perseguidos pelo
Anticristo.
d. A Conversão de Israel
Veja que o texto diz “em seguida à tribulação daqueles dias”, indicando
que o Senhor aparecerá e então Israel O reconhecerá como Messias. “Eis que
vem com as nuvens, e todo olho o verá, até quantos o traspassaram. E todas
as tribos da terra se lamentarão sobre ele” (Ap 1.7). É nesse momento que
as doze tribos lamentarão o que fizeram ao seu Messias. “E sobre a casa de
Davi e sobre os habitantes de Jerusalém derramarei o espírito da graça e de
súplicas; olharão para aquele a quem traspassaram; pranteá-lo-ão como
quem pranteia por um unigênito e chorarão por ele como se chora
amargamente pelo primogênito. Naquele dia será grande o pranto em
Jerusalém” (Zc 12.10,11).
“Quando ele abriu o quinto selo, vi, debaixo do altar, as almas daqueles que
tinham sido mortos por causa da Palavra de Deus e por causa do testemunho
que sustentavam. Clamaram com grande voz, dizendo: Até quando, ó
Soberano Senhor santo e verdadeiro não julgas nem vingas o nosso sangue
dos que habitam sobre a terra? Então a cada um deles foi dada uma
vestidura branca, e lhes disseram que repousassem ainda por pouco tempo,
até que também se completasse o número dos seus conservos e seus irmãos
que iam ser mortos como igualmente eles foram” – Ap 6.9-11.
“Nesse tempo a ressurreição dos piedosos ainda não chegou, pois o rol
dos mártires ainda não se completou. Portanto, esses irmãos ainda estão sem
seus corpos ressuscitados. Mas para João, arrebatado em espírito para aquele
mundo de alta sensibilidade (Ap 1.10 - ‘me tornei em espírito’, isto é, num
estado estático), aquelas almas eram visíveis. A morte, portanto, não põe fim
à existência da alma. Mais ainda, estes estão conscientes e se lembram do que
lhes aconteceu na terra pelas mãos dos ímpios. Eles conhecem a vingança que
o futuro há de trazer e consideram a situação e se espantam com a aparente
demora da resposta do Senhor. Apelam então, ao seu Senhor e são atendidos,
aconselhados e encorajados; recebem o sinal da aprovação do Senhor, a veste
branca, Sua recompensa por eles não terem maculado suas vestes neste
mundo sujo e a garantia Dele de que serão Seus associados pessoais e
constantes no Seu Reino (Apo 3.4, 5). Este último ponto, a concessão da veste
branca, mostra ainda mais que nem todos os santos aguardam a reunião no
Tribunal de Cristo quando finalmente Ele virá do céu. Aqui é dado a eles
conhecer a decisão e aprovação do Senhor antes da Sua vinda e da
ressurreição deles”.
“Essa visão contém algo mais que está completamente oculto da maioria
dos leitores. As almas que João viu estão ‘debaixo do altar’, mas este altar
não está no céu. Existe um altar no céu, mas ele é descrito como sendo o
‘altar de ouro’, isto é, o altar do incenso (Ex 30.3) o qual está ‘diante do
trono’ ou diante de Deus (Ap 8.3; 9.13). Neste livro ‘diante do trono’ sempre
significa os céus mais altos. Este altar, porém, é um altar de sacrifício,
embora não seja sacrifício de expiação. Nós cristãos temos um altar de
sacrifício expiatório (Hb 13.10) que é a cruz de Jesus, o Cordeiro de Deus.
Mas esse não está em vista aqui”.
Conclusão
Ao chegar nesse ponto uma voz meiga e suave fala do fundo do meu ser:
“Haverá tempo para este livro ser publicado?” Minha oração e o profundo
desejo do meu coração é que o Noivo amado possa interromper este meu
trabalho e iniciar o Dele. Ele é o centro do Apocalipse e de toda a Escritura.
Ele é o amado da nossa alma a Quem ansiamos ver face a face. Nesse
momento quando escrevo estas palavras, a angústia em meu coração é
profunda e diante da possibilidade do Arrebatamento todos os sonhos do
futuro se desmoronam como castelos de areia. Seguindo a direção da Unção
que habita em nós e sendo obediente à Sua voz, só posso declarar de todo o
meu coração:
“O Espírito e a Noiva dizem: Vem! Aquele que ouve, diga: Vem!” Ap 22.17
“Amém! Vem, Senhor Jesus”
Ap 22.20
Outros lançamentos da Edições Ruiós:
Volume 2
Os Ministros e os Ministérios
Autor: Watchman Nee
TEMPO DO FIM
Volume 1
O Sistema Babilonico
Autor: B. W. Newton
Volume 2
O Terceiro Templo de Israel
Autores: Chitwood - Panton - Govett
Volume 3
O Endurecimento de Israel
Autores: David Baron - A Oliveira - B. W. Newton
LIVROS DA BÍBLIA
Volume 1
Jonas - O Quebrantamento de um Profeta
Autor: Délcio Meireles
Volume 2
Levítico - As Ofertas - Anulação do Terreno
Autor: Délcio Meireles
Série CONHECEREIS A VERDADE
Volume 1
Predestinação? E o Amor de Deus?
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O Julgamento, o Sinédrio e o Vale de Fogo
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A Origem Divina da Bíblia - Provada pela Matemática
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Volume 4
A Parábola do Fermento
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Volume 5
O Espírito Santo de Habitação
Autor: G. H. Lang
O Revestimento e a Habitação do Espírito Santo
Autor: J. Penn Lewis
Volume 6
O Evangelho nas Estrelas - Os Signos do Zodíaco e a História da
Redenção
Autores: J. A. Seiss - E. W. Bullinger - Délcio Meireles
Volume 7
Profecia e História com Referencia
Aos Judeus - Primeira Parte
Aos Gentios - Segunda Parte
À Igreja – Terceira Parte
Autor: Délcio Meireles
Série DESENVOLVENDO A SALVAÇÃO
Volume 1
Endurecidos pelo Engano do Pecado
Autor: G. C. Morgan
Apostasia e Restauração
Autor: G. C. Morgan
Volume 2
A Tribulação é uma Serva
Autor: J. W. Follette
Nem Cheiro de Queimado
Autor: T. Austin Sparks
Feridas Fiéis
Autor: A. W. Tozer
Jonas: O Deficiente
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Volume 3
Deus não poupa seus Filhos
Autor: Phil Jr.
O Quebrantamento de John Tauler
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Quando Deus se cala
Autor: Paul Thigpen
Volume 4
Os Direitos da Primogenitura
Autor: Erich Sauer
A Perda da Primogenitura
Autor: A. Chitwood
Filhos Primogênitos
Autor: G. H. Lang
Esaú e a Primogenitura
Autor: Robert Govett