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Imunização

A imunização é a aquisição de proteção imunológica contra um agente patológico,


antigénio, para que quando o organismo entrar em contacto com o antigénio, o sistema
imunológico responda de forma imediata e o organismo não chegue a desenvolver a
doença causada pelo antigénio, imunidade adquirida. A imunidade adquirida pode
perdurar largos anos (imunidade ativa) ou temporária (imunidade passiva).

O estado de imunização em que o sistema responde de imediato pode ser induzido


pelas vacinas. Em vez de o organismo esperar pelo antigénio, uma primeira vez, e só
no segundo contacto o corpo responder de forma imediata, a primeira vez pode ser
induzida pela fornecimento de microrganismos inativos (mortos ou alterados), toxinas,
vírus, todos eles modificados para que o organismos não desenvolva a doença mas
ganhe resistência, imunidade, aos agentes patogénicos inseridos nas vacinas. O
organismo responde à vacina através da produção de anticorpos específicos. Esta é
a imunidade ativa, em que a produção de anticorpos e de células memória, pode levar
semanas, mas o corpo pode ficar protegido, durante anos.

Há também a imunidade passiva, usada quando é urgente uma proteção rápida. Neste
tipo de imunidade são administrados anticorpos ou antitoxinas, contra uma infeção
particular. Os anticorpos colhidos dos humanos são chamados imunoglobulina e os
dos animais, soros. A imunidade passiva dura apenas algumas semanas.

Um exemplo da imunidade passiva é o caso dos recém-nascidos que vêm com


anticorpos (da classe IgG) que conseguem atravessar a placenta da mãe e
permanecem ativos durante cerca de 3 meses. Se forem amamentados, há
também anticorpos (da classe IgA) que vêm com o leite, dando ao bebé mais
resistências ao nível do aparelho digestivo.

Um outro exemplo são as injeções dadas a todos aqueles que pretendem viajar
para locais cuja salubridade é baixa.

Níveis de imunoglobinas

http://pediatriasaopaulo.usp.br/index.php?p=html&id=253
Incompatibilidade sanguínea

As hemácias do corpo humano possuem na sua superfície diferentes antigénios


(aglutinogénios) e o plasma pode conter anticorpos (aglutinas) para antigénios
ausentes. Numa transfusão sanguínea se o dador tiver anticorpos para o sangue do
recetor, ocorre uma incompatibilidade sanguínea e dá-se a lise celular. Um sangue que
contem determinadas aglutinogénios, não pode receber plasma com as aglutinas
correspondentes. Uma incompatibilidade sanguínea produz uma reação
transfusional imediata, em que os anticorpos do recetor aglutinam as hemácias do
dador. Esta reação ocorre no sistema sanguíneo ABO.

Os anticorpos presentes no plasma são da classe IgM e podem ligar-se ao sistema


complemento e provocar a lise das hemácias. Os anticorpos são denominados naturais,
pois estão presentes, mas sem que tenha havido nenhum estímulo para a sua formação.

Para determinação do grupo sanguíneo, existe na espécie humana três genes alelos
(A,B e i), com graus diferentes de dominância, e quatro tipos diferentes de sangue (A,
B, AB e O). Nos alelos A e B não existe dominância, se estes genes se encontrarem o
fenótipo é o grupo AB. O grupo O é determinado pelo genótipo homozigótico recessivo(
ii). Entre os alelos A e B não existe dominância e os alelos A e B dominam sobre i.

Para que se possa fazer uma transfusão sanguínea é necessário que se conheça o tipo
de sangue do dador e do recetor. Tem de se determinar a que grupo do sistema ABO e
podem ser A, B, O e AB e determinar, um outro importante grupo de antigénios
presente (positivo) ou ausente (negativo) nas hemácias, o fator Rhesus (Rh+ ou Rh-).

Os tipos de sangue mais raros são B e AB, enquanto os tipos de sangue mais comuns
incluem o A e O ou 0.

Compatibilidade dos tipos de sangue


http://www.quempodedoarsangue.com.br/~ http://pt.wikipe
dia.org/wiki/Grupo_sangu%C3%ADneo

De preferência deve-se doar para o mesmo grupo sanguíneo do recetor, mas doadores
de sangue tipo O podem doar para A, B e AB e doadores de sangue dos tipos A e B
podem doar a AB.

Tipo A: pode doar somente para pessoas do tipo AB e A e pode receber de


pessoas do tipo A e O.

Tipo B: pode doar para pessoas com tipo B a AB e recebe de pessoas com tipo
B e O.

Tipo AB: pode doar para pessoas com tipo AB e pode receber de todos os tipos
sanguíneos, recetor universal.

Tipo O ou 0: pode doar para todos, e por isso é dador universal, mas só pode
receber de pessoas com o tipo O.

Na gravidez, quando a mãe é Rh negativo e o bebé é positivo existe probabilidade da


mãe produzir anticorpos para eliminar o feto. Por isso, as grávidas com este tipo de
sangue devem fazer injeção de imunoglobulina anti-D.

Vigilância Imunitária

A imunidade mediada por células tem como principal função, reconhecer e destruir
células anormais que podem conter alguns antigénios superficiais e serem, assim, estas
células, reconhecidas como estranhas.
As células cancerígenas são exemplo
de células anormais e a sua
destruição é feita pelos linfócitos T
citotóxicos. Estes linfócitos ao
entrarem em contacto com os
antigénios das células cancerígenas
são ativados e libertam substâncias
que podem levar à destruição da
célula anormal por apoptose.

A célula é destruída e os
fragmentos vão ser fagocitados
por macrófagos ou por neutrófilos.
Se este mecanismo não for eficaz,
as células anormais dividem-se e
originam o cancro.

Apoptose, conhecida como


"morte celular programada"
é um tipo de
"autodestruição celular"
que ocorre de forma
ordenada e necessita de
energia para a sua execução
(diferentemente da
necrose). Os sinais
recebidos pela célula
cancerosa ativam enzimas
de autodestruição que cada
célula do organismo
sintetiza e armazena, sendo
o DNA degradado, bem
como outros componentes
essenciais.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Apoptose

A rejeição de excertos é de órgãos e tecidos transplantados, é também da


responsabilidade do sistema imunitário mediado por células. A rejeição ocorre quando
existem diferenças bioquímicas e genéticas mais ou menos acentuadas entre o dador
e o recetor - alotransplantes. Os linfócitos T do recetor reconhecem as células como
corpos estranhos e destroem-nas. Se se repetir o enxerto, os linfócitos T, já tinham
produzido células memória, e a resposta é mais rápida e intensa.

Se possível o enxerto deve ser feito através de tecidos do próprio organismo -


autotransplantes, ou de um familiar próximo (irmão). Para minimizar as reações de
rejeição ainda se aplicam várias substâncias (drogas) que suprimem a resposta
imunitária mas que têm efeitos secundários, comprometem a capacidade de resposta
do sistema imunitário em relação a outras infeções.
1.2. Desequilíbrios e
doenças

O sistema imunitário protege o individuo de agentes infeciosos externos, assim como,


também previne de algumas desordens internas, como por exemplo destruindo células
cancerígenas. É um sistema que desenvolve múltiplas ações complexas e está em
permanente funcionamento. Por vezes existem alguns desequilíbrios e o
funcionamento pode ser irregular e prejudicial, conduzindo a reações contra
elementos do próprio organismo, ou contra elementos do ambiente que antes eram
tolerados, como por exemplo as alergias.

As respostas deste desequilíbrio podem:

- causar alterações nos tecidos e são designadas por hipersensibilidades, por


exemplo as alergias;

- combater os próprios antigénios do indivíduo, destruindo tecidos e órgãos, são


as designadas doenças auto-imunes, por exemplo a diabetes e artrite
reumatoide;

- respostas pouco efetivas, imunodeficiências, por exemplo a Sida


(desequilíbrio provocada pelo vírus HIV).

Imunodeficiência

Imunodeficiência é uma desordem do sistema imunológico caracterizada pela


incapacidade de se estabelecer uma imunidade efetiva e uma resposta ao desafio dos
antígenos. Qualquer parte do sistema imunológico pode ser afetada.

As doenças devidas a imunodeficiência são diversas e nas quais o sistema imunitário


não funciona de forma adequada e, como consequência, existe uma crescente
suscetibilidade às infeções oportunistas e a certos tipos de cancro. As infeções são
mais frequentes e são, em geral, mais graves e duram mais do que o habitual.

A imunodeficiência pode derivar de uma doença ou induzida por drogas. Um exemplo


da primeira é o caso da infeção pelo vírus HIV que ataca e destrói os leucócitos que
combate as infeções virais e fúngicas, tornando-se num síndroma de imunodeficiência
adquirida, e a segunda, o uso de drogas na prevenção contra a rejeição de um
transplante.

A imunidade pode ser congénita, pode estar presente desde o nascimento ou


desenvolver-se passado uns anos. Normalmente a imunidade congénita é hereditária e
rara, no entanto, conhecem-se cerca de 70 doenças de origem hereditária. Esta
imunidade congénita está normalmente relacionada com um número mais diminuto de
linfócitos do que o normal, noutros casos é o mau funcionamento desses leucócitos e
noutras, o problema não são dos leucócitos as os outros componentes do sistema
imunitário que são anormais ou faltam.
A imunidade que aparece mais tarde, é a imunodeficiência adquirida e normalmente
advém de uma doença, normalmente grave, e é mais frequente que a congénita. Quase
todas as doenças graves prolongadas afetam, de uma certa forma, o sistema
imunitário.

SIDA

O VIH (Vírus da Imunodeficiência Humana) é o agente causador da sida. O vírus infeta


as células (macrófagos e linfócitos T auxiliares) portadoras de recetores, nos quais o
vírus se fixa. Assim que o organismo é infetado este responde em três
fases: Primoinfeção, Latência e Imunodeficiência.

Primoinfeção – O organismo foi infetado e existe uma rápida disseminação do


vírus e uma consequente diminuição de linfócitos T auxiliares.

Latência - O vírus pode ficar incubado no corpo humano por vários anos, sem
que manifeste quaisquer sintomas (assintomática). Quando uma pessoa está
infetada com o VIH diz-se que é seropositiva. Há um equilíbrio em que a
resposta imunitária limita a proliferação do vírus.

Imunodeficiência – Dá-se o desequilíbrio e o sistema imunitário não responde,


dando-se um aumento do vírus e a diminuição drástica dos linfócitos T, levando
à um crescente aumento de infeções oportunistas, é uma fase sintomática. É
nesta fase que se utiliza o termo SIDA e é caraterizada pelo aparecimento de
tumores e de imunodeficiência.

O vírus ao invadir o organismo ataca e infeta vários tipos de células:


Linfócitos Th; macrófagos; células do intestino, originando diarreias crónicas e
células cerebrais provocando letargia e demência.

O vírus é geneticamente muito variável. Esta variedade pensa-se estar


associada ao elevado número de erros que a enzima transcriptase reversa faz
ao copiar o genoma do vírus. Esta variedade torna a tarefa quase impossível de
desenvolver uma vacina para o vírus.

Transcriptase reversa é uma enzima que realiza um processo de


transcrição ao contrário em relação ao normal. Essa enzima polimeriza
moléculas de DNA a partir de moléculas de RNA, exatamente o oposto
do que geralmente ocorre nas células, nas quais é produzido RNA a partir
de DNA.
http://www.euroclinix.com.pt/

O vírus HIV ataca o Linfócito, e depois penetra na célula, fazendo a


partir daí a transcriptase reversa, o RNA viral é transformado em DNA
viral. O DNA viral ao penetrar no núcleo da célula infetada, mistura-se
com o DNA da célula, esta começa a produzir o RNA viral, produzindo
proteínas para produzir novos vírus que irão infetar novas células.

Fonte: Wikipedia

Fonte: https://colegiovascodagama.pt/ciencias3c/doze/unidade3.html#defesa

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