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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES


CURSO DE CIÊNCIAS SOCIAIS
DISCIPLINA: INICIAÇÃO ACADÊMICA E CAMPO PROFISSIONAL EM CIÊNCIAS
SOCIAIS – CIS 102
PROFESSORA: DANIELA ALVES DE ALVES

JOÃO MIGUEL SABONGI 112923


GABRIELA FERNANDES KURATOMI MIRANDA 112926
ANA LUIZA R. ZANATELLI 112930
FRANCISCO GOMES P. CHAGAS 112932
CECÍLIA PANZERI RODRIGUES 112944
HELOÍSA DA COSTA PEREIRA 112975

BIOGRAFIA DO CIENTISTA SOCIAL FABRÍCIO ROBERTO COSTA OLIVEIRA

VIÇOSA, MG

2023/01
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1. GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÕES

O docente Fabrício Roberto Costa Oliveira fez sua graduação em História pela
Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) entre os anos de 1999 e 2002. Seu trabalho de
conclusão de curso foi: “Mariana MG: Religião e Religiosidade - Uma análise quantitativa”,
cujo orientador foi Fábio Faversani. Entretanto, na época em que ingressou na sua graduação,
seus planos, na verdade, eram de cursar direito na Universidade Federal de Viçosa. Mas,
devido a difícil comunicação da época, ele não soube que havia sido aprovado no vestibular
da UFV e acabou por entrar na UFOP e cursar história. Sua área de estudo é a Sociologia,
focando em temas relacionados a religião e política e movimentos sociais.
Em relação a suas pós-graduações, o professor Fabrício cursou seu mestrado em
Extensão Rural na Universidade Federal de Viçosa (UFV) do ano de 2003 a 2005, tendo neste
período se especializado em História Regional do Brasil, com foco nas áreas de estudo da
história e sociologia. Mostrando grande interesse em assuntos como Movimentos Sociais;
Arquidiocese de Mariana; Teologia da Libertação; Movimento de Atingidos por Barragens e
Mobilização Social. Assuntos esses, abordados em sua tese do ano de 2005 “Religião e
mobilização social na Arquidiocese de Mariana/MG”. Teve como orientador Franklin Daniel
Rothman, este que tem Pós-Doutorado em sociologia na Universidade da California, Santa
Cruz. Ingressou com uma bolsa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior, ofertada pela CAPES. Essa bolsa, na época de 714 reais, permitiu que ele pudesse
permanecer em viçosa e prosseguir sua carreira profissional.
Seu Doutorado durou dos anos de 2008 a 2012, cursando-o na Universidade Federal
Rural do Rio de Janeiro, UFRRJ. Vale ressaltar o período de bolsa sanduíche no Centro de
Estudos da Universidade de Coimbra, em Portugal. Contando com dois orientadores durante o
curso. Na UFRRJ no Brasil, teve a doutora em ciências sociais Regina Ângela Landim Bruno,
e em Coimbra contou com Mathias Thales. Diferente do mestrado, Fabrício focou mais em
Antropologia e novamente a sociologia, mostrando interesse em temas como Mobilização
Social; Religião; Catolicismo; Lideranças religiosas; História das Religiões; Minas Gerais.
Abordando-os em sua tese de doutorado “RELIGIÃO, POLÍTICA E COMUNIDADE:
Emergência e politização do Movimento da Boa Nova” no ano de 2012. Dessa vez, contou
com o auxílio da bolsa ofertada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior, também da CAPES. Ele afirmou durante a entrevista que os auxílios ofertados pela
mesma foram de enorme ajuda e fundamentais para a sua experiência fora do país.
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2. ATUAÇÃO PROFISSIONAL

Fabrício já atuou como professor em diversas universidades. Entre elas o Instituto


Superior de Ensino Elvira Dayrell, ISEED, seu vínculo foi entre 2005 e 2006, atuando como
professor assistente e ministrou aulas relacionadas à sociologia, metodologia da história,
história contemporânea e geografia.
Uma das suas primeiras atuações junto à ISEED, foi na Faculdade de Viçosa, FDV,
entre 2005 e 2008, quando foi professor assistente e ministrou aulas voltadas à antropologia,
sociologia e história.
Já na Universidade Federal de São João Del-Rei, UFSJ, onde criou vínculo entre 2012
e 2013, foi professor substituto e ministrou aulas relacionadas a direito e sociologia.
Na Universidade Federal de Ouro Preto, UFOP, onde atuou entre 2006 e 2008 foi
professor substituto e ministrou aulas relacionadas a sociologia geral, introdução às ciências
sociais, metodologias de pesquisa e história moderna. Ainda na UFOP, Fabrício foi Membro
do Colegiado do Curso de Nutrição.
Partindo para sua trajetória na UEMG, Universidade do Estado de Minas Gerais, onde
atuou entre 2012 e 2013, e posteriormente retorna para atuar entre 2017 e 2020. Suas aulas na
universidade eram voltadas para as áreas de Antropologia, Sociologia clássica e Práticas
pedagógicas. Ainda na UEMG ele foi Membro do Comitê de Pesquisa, da unidade de
Leopoldina.
Por fim na Universidade Federal de Viçosa, UFV, ele ministrou aulas como professor
temporário, entre 2013 e 2017, quando foi efetivado na Universidade do Estado de Minas
Gerais, UEMG. Porém, ele acabou se tornando professor efetivo na UFV em 2020, saindo da
UEMG e se dedicando apenas a UFV, sendo docente do Departamento de Ciências Sociais.
Ele ministra aulas relacionadas a área de sociologia, metodologia, sociologia clássica,
fundamentos, movimentos sociais, religião e desenvolvimento local. Ainda na UFV, foi
Membro da Comissão Coordenadora do Curso de Graduação em História, do Comitê de
Ética-UFV e Chefe temporário do departamento de ciências sociais.
Essas matérias foram ministradas em 15 cursos diferentes de graduação, como
Ciências Sociais, Gestão do Agronegócio, Direito, Economia Doméstica, entre vários outros.
Fabrício também foi coordenador de diversos projetos relacionados a religião, política,
cultura, sociologia e observatórios de movimentos sociais.
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3. PUBLICAÇÕES E ASSOCIAÇÃO CIENTÍFICA

Fabrício possui diversas publicações, sendo a maioria delas voltadas para temas como
religião e política, movimentos sociais etc. Dentre suas publicações podemos citar alguns
artigos, sendo um deles o “Poder eclesiástico, ideias progressistas e estratégias para a
emergência das Comunidades Eclesiais de Base na Arquidiocese de Mariana”, publicado em
2005 na revista de história da Universidade Federal de Ouro Preto; “In Nomine Jesu:
entrevista com Dom Luciano Mendes de Almeida” escrito em colaboração com outros dois
autores e publicado em 2006 no Cadernos de História da Universidade Federal de Ouro Preto;
“Política do Vaticano, Arquidiocese de Mariana e Dom Luciano: diálogos possíveis” escrito
em colaboração com outro escritor e publicado em 2008 na revista de história da Universidade
Federal de Ouro Preto. Ele também publicou 3 livros em colaboração com outros escritores:
“Protestantismo em Minas Gerais: educação, espaço e política” pela Editora Fi em 2022;
“Trabalhadores e trabalhadoras rurais em movimento: mobilizações em Minas Gerais na
segunda metade do Século XX” também publicado pela Editora Fi em 2022 e por fim
“Cristianismos, sociabilidade e espaço público” publicado pela D7 Editora em 2020. Podemos
citar também uma de suas publicações feitas no jornal Informativo do Café filosófico em 2013
sobre as mobilizações sociais de 2013. Fabrício participa de eventos feitos pela Sociedade
Brasileira de Sociologia (SBS), a associação científica dos sociólogos, e já publicou trabalhos
em anais de congresso, como: “O partido não é mais aquele”: memória e identidade de
militantes do Partido dos Trabalhadores, realizado em Florianópolis, SC, na UFSC em 2019.
Além desse, há diversos outros trabalhos publicados pelo autor

4. FABRÍCIO ENQUANTO PROFESSOR-PESQUISADOR E SUA


TRAJETÓRIA

A partir do que foi utilizado como material para registrar a trajetória do professor
Fabrício Roberto Costa Oliveira, podemos concluir que a sua carreira se dá inteiramente no
ambiente acadêmico universitário. Ele não desempenhou nenhuma outra atividade
profissional que não fosse dentro do Ensino Superior, seja em instituições públicas ou
privadas. Sendo assim, vê-se uma dedicação total à carreira de Professor-pesquisador, uma
das mais difíceis dentro da área das Ciências Humanas.
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Importante destacar que, seus mais de 30 artigos, pesquisas e tese de doutorado


expressam seu grande interesse pela área de Religião e Política. Destacam-se seus trabalhos:
 Como projeto de pesquisa: desde 2014 ele estuda “Religião e Política em Minas
Gerais”, pesquisando as transformações do Movimento da Boa Nova (refletem a
palavra de Deus sob uma visão catequista), a relação entre religião e política na
formação dos líderes católicos, o engajamento deles na política e a forma como eles
expressam suas visões baseadas na ética político-religiosa. Ele também possui outros
projetos de pesquisa em aberto e um já acabado.
 Dentre seus projetos de extensão há: “Observatórios dos Movimentos Sociais”, em que
ele estudou de 2012 até 2016, mapeando e sistematizando os registros sobre
movimentos sociais junto a outras entidades visando redes institucionais,
compreendendo os movimentos sociais da zona da Mata Mineira e suas contribuições.
 Fabrício também coordena o PIBID-SOCIOLOGIA desde 2014, um projeto que
estimula a formação em licenciatura em ciências sociais e proporciona de forma
prática aos futuros professores de sociologia uma vivência no ambiente escolar e fazer
com que os atuais professores de sociologia melhorem seus métodos de ensino e
reflitam sobre a especificidade do curso.
Na entrevista que realizamos, o professor confirma seu interesse por essa área das
Ciências Sociais, tomando como seu principal objeto de estudo a relação complexa entre a
política, religião e movimentos sociais, no contexto social brasileiro. Apesar de entender que a
pesquisa científica sempre tem um fundo de objetivo político, ele expressa que não tem
relação direta com nenhum movimento social organizado e se entende enquanto um professor-
pesquisador que não segue estritamente uma única linha de pensamento. Então, suas pesquisas
buscam sempre se sustentar em autores que podem dar arcabouço teórico àquilo que está
sendo defendido.
Fabrício diz ainda que sua adaptação a Universidade não foi tão fácil, passando por
dificuldades de escrita e leitura já na sua graduação em História. Foi justamente escrevendo
artigos e se disciplinando enquanto estudante, que construiu sua capacidade crítica, analítica e
de domínio da linguagem acadêmica. Percebeu, também nesse período, a sua maior afinidade
com as Ciências Sociais, mas decidiu dar prosseguimento ao curso, que possui proximidade
com a área. Não possuía tanta certeza em relação a qual seria sua futura atuação profissional,
mas logo deu seguimento a vida acadêmica. Após concluir seu Mestrado, teve suas primeiras
experiências enquanto professor, em universidades privadas. Fabrício relata que a partir daí
desenvolveu uma grande afinidade ao processo de dar aula e guiar os alunos na formação
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pessoal e intelectual. Gosta de todo o processo que envolve a construção do conhecimento


coletivamente aos alunos e a constante evolução que pode ser vista neles. Não à toa, foi
Orientador de 3 dissertações de mestrado, 1 tese de doutorado e 24 trabalhos de conclusão de
curso. Admite que existe uma parte do trabalho que é solitária, mas necessária, para se manter
enquanto um bom professor na Universidade. Isso envolve a parte de leitura, escrita e preparo
das aulas, tudo o que exige uma intensa disciplina e dedicação mais individual.
Ao ser entrevistado, o professor Fabrício, ressalta as diferentes faces da escrita
acadêmica. Enquanto pesquisador, ele reconhece a necessidade da publicação de artigos com
frequência, uma vez que o mundo acadêmico é intrinsecamente competitivo. Destaca também,
os benefícios da escrita coletiva, ao passo que ela gera contato com diferentes perspectivas
teóricas e metodológicas, além de uma rede de networking importante e amizades no meio.
Além disso, Fabrício, ao ser perguntado sobre a finalidade da escrita, enquanto hobbie,
afirma que vê a produção escrita como ferramenta e necessidade de todos os profissionais da
área de humanidades, especialmente dos cientistas sociais. A escrita e a leitura contínua,
segundo ele, são extremamente relevantes para a atualização profissional considerando as
constantes mudanças e fóruns de discussão que abastecem o mercado intelectual, com
frequência.
É possível notar também a relação particular que o professor tem com a escrita
acadêmica, sendo que a percebe como uma forma de militância. Não sendo organizado em
nenhuma militância estritamente política ou de caráter partidário, ele chama atenção para o
viés político da publicação acadêmica, uma vez que os temas a que são dados mais ou menos
destaque nesse caso influenciam e são influenciados pelo meio de pesquisa.
Apesar de ter como principal tema em sua área de atuação, religião, política e suas
interligações, Fabrício afirma ser necessário a pesquisa de temas variados, orientando assim,
alunos de TCC (Trabalho de Conclusão de Curso), Mestrado e Doutorado dos mais diversos
eixos temáticos, e escrevendo artigos em conjunto. Dentre seus maiores orgulhos profissionais
estão a possibilidade de acompanhar a trajetória acadêmica e crescimento de seus alunos,
especialmente dos orientandos. Ademais, destaca o papel central dos orientadores na vida dos
orientandos e vice-versa, uma vez que ele vê a pesquisa como uma produção coletiva.
Resumindo, percebe-se que o professor tem uma forte afeição pelo seu trabalho e não
se vê atuando em áreas que não permitem o contato direto com os estudantes. É possível
analisar também que não houve nenhuma atuação do professor em cargos de gestão e
administração do ambiente universitário.
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