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2023
ROTEIRO DIRIGIDO
DE
ADMINISTRAÇÃO DE
RECURSOS MATERIAIS
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MENTORIA UFC
Administração de Recursos Materiais - ARM
Componentes de uma organização
De forma geral, a existência de uma organização envolve quatro ingredientes: indivíduos que fazem
uso de recursos e coordenam suas tarefas para que atinjam objetivos comuns, de acordo com o
esquema abaixo:
Conceito de Recursos:
Recursos são os meios empregados por uma organização para a consecução de seus objetivos. São as
ferramentas que servem de base para o desempenho organizacional.
✓ Recursos tangíveis (corpóreos): são os bens físicos de uma organização, tais como material de
expediente, maquinário, material de limpeza etc.; e
✓ Recursos intangíveis (incorpóreos): são os bens imateriais, ou não físicos, tais como conheci-
mento, patentes, logomarcas registradas, reputação no mercado etc.
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Conceito de recurso material e patrimonial
Recurso material, em sentido amplo, é todo o bem físico (tangível ou corpóreo) empregado em uma
organização.
O Decreto nº 99.658/1990, em seu art. 3º, vai além, arrolando alguns exemplos do que seriam recursos
materiais em órgãos públicos:
PROVA!!!!
Recurso material, em sentido estrito, é todo o bem físico (tangível) empregado em uma organização
que detém natureza não permanente. Em geral, constituem-se em materiais que são consumidos ao
longo do tempo, constituindo-se, usualmente, bens de estoque. Apesar de ser esta uma classificação
contábil, o conceito de recurso material, em sentido estrito, aproxima-se sobremaneira do inerente a
material de consumo.
ATENÇÃO!!!!!
Recurso patrimonial é todo o bem físico (tangível) empregado em uma organização que detém
natureza permanente. Em geral, os bens patrimoniais podem ser de três tipos: imóveis (prédios,
terrenos etc.), instalações (uma central de ar condicionado, por exemplo) e materiais permanentes
(máquinas, móveis, computadores etc.).
Os materiais são primordiais não só para o funcionamento da empresa, mas também estão diretamen-
te ligados à sua lucratividade. Por volta da década de 1960 pesquisas mostravam que uma fábrica de
transformação em média gastava metade da renda de vendas na compra de materiais e serviços (EN-
GLAND, 1970 p. 16), 20 concluindo-se que qualquer que seja a taxa redução dos custos dos materiais
adquiridos já representa um aumento de lucratividade.
A administração de materiais, é aquela que planeja, controla, organiza, e executa o fluxo de ma-
terial, utilizados na organização, desde a compra do artigo, até a entrega do produto final ao
cliente.
Paterno (1990) afirma que a finalidade de administrar materiais é importante para assegurar o abaste-
cimento contínuo dos materiais necessários e capazes de atender as demandas, além de cuidar de to-
dos os problemas relacionados aos materiais, fiscalizando e controlando com o objetivo de garantir a
qualidade e quantidade no abastecimento e no padrão de atendimento.
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Complementando essa mesma linha de pensamento, Chiavenato (1991, p.35) conceitua a Administra-
ção de materiais como “a totalidade dos fluxos de materiais da empresa, desde a programação
de materiais, compras, recepção, armazenamento no almoxarifado, movimentação de materiais,
transporte interno e armazenamento no depósito de produtos acabados”, com o objetivo de
promover o material certo, no momento certo, com a qualidade certa, e em condição utilizável,
com um ótimo custo, visando a plena satisfação dos clientes da organização.
Ainda para Arnold (1990), citado por Silva, Costa e Pereira (2011, p.4) “a administração de materiais é
uma função coordenadora, cuja responsabilidade é planejar e controlar o fluxo de materiais com
o intuito de maximizar a utilização de recursos pela empresa e de fornecer ao consumidor o ní-
vel requerido de serviço”. Assegurar o abastecimento contínuo dos itens e a otimização dos investi-
mentos em estoques, visando maximização do lucro sobre o capital investido e a garantia de existên-
cia contínua de um estoque de modo à nunca faltar os itens que o compõe, são os objetivos e finali-
dades da administração de materiais.
PROVA!!!!
A administração dos recursos materiais engloba a sequência de operações que tem seu início na
identificação do fornecedor, na compra do bem, em seu recebimento, transporte interno e
acondicionamento, em seu transporte durante o processo produtivo, em sua armazenagem
como produto acabado e, finalmente, em sua distribuição ao consumidor final.
O Administrador de Materiais
O administrador tem como funções o planejamento, organização, comando e controle. E tais fun-
ções devem ser aplicadas dentro da empresa em qualquer um de seus setores. Não diferente dos de-
mais, o estoque também merece atenção especial em se tratando de visar o aumento da produtivida-
de e dos resultados. Assim, o administrador atua em relação a gestão de materiais, no que diz respeito
a orientar e controlar as atividades de organização, rotinas de trabalho e determina os métodos, pla-
nejando a utilização eficaz de mão de obra, equipamentos, materiais, etc.
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Objetivos da gestão de materiais em órgãos públicos
➢ Maximizar o uso dos recursos materiais na organização pública, ou seja, evitar desperdícios.
➢ Suprir a organização dos materiais necessários ao seu desempenho, no momento certo, com a
qualidade requerida, praticando preços econômicos, recebendo e armazenando os bens de
modo apropriado, distribuindo-os aos setores demandantes, evitando estoques desnecessários
e mantendo rotinas de controle efetivas.
PROVA!!!!
Depreende-se de tais objetivos que o viés atualmente assumido pela gestão de recursos materiais é
intrínseco ao modelo gerencial de administração pública. A questão que insurge, nessa ótica, é direta:
quais os atributos, na gestão de materiais, que são essenciais a resultados satisfatórios a seus clientes
(ou à sociedade, em última instância)?
✓ redução de custos;
PROVA!!!!!
A gestão de materiais engloba atividades tais como compras (suprimento), recebimento, armazena-
gem, distribuição e controle, moldando-se ao gerencialismo e servindo de suporte a políticas públicas
de desenvolvimento nacional sustentável.
Gonçalves (2007), de forma didática, agrupa as atividades inerentes à gestão de materiais em três ni-
chos principais, dispostos de acordo com o seguinte esquema:
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Classificação de Materiais
✓ Abrangência – a classificação deve abordar uma série de características dos materiais, caracte-
rizando-os de forma abrangente. Aspectos físicos, financeiros, contábeis... são todos fundamen-
tais em um sistema de classificação abrangente.
✓ Flexibilidade – segundo Viana (2011), um sistema de classificação flexível é aquele que permite
interfaces entre os diversos tipos de classificação, de modo a obter uma visão ampla da gestão
de estoques. Enquanto a abrangência tem a ver com as características do material, a flexibilida-
de refere-se à “comunicação” entre os tipos de classificação, bem como à possibilidade de
adaptar e melhorar o sistema de classificação sempre que desejável.
✓ Praticidade – a classificação deve ser simples e direta, sem demandar do gestor procedimentos
complexos. Ainda, deve prover informações objetivas.
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Além dos atributos de um sistema de classificação, há de se abordar as etapas (ou princípios) que
regem a classificação de materiais, conforme listados a seguir:
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✓ Identificação (Especificação) – descrição minuciosa do material, possibilitando sua individuali-
zação em uma linguagem familiar ao mercado.
✓ Codificação – atribuição de uma série de números e/ou letras a cada item de material, de for-
ma que essa informação, compilada em um único código, represente as características do item.
Cada item terá, assim, um único código.
Cadastramento de materiais
Após a codificação dos materiais, é necessário fazer o seu cadastro cujo objetivo é o registro do item
com todas as suas características em um sistema em banco de dados. Uma vez que os dados de cada
item de material são inseridos no sistema, o catálogo vai se formando e, se o sistema for acessado por
todos os usuários, o catálogo também vai estar disponível para consultas pelos interessados.
Esse cadastro envolve, em termos gerais, três operações básicas: a inclusão de um item de mate-
rial no cadastro de materiais; eventuais alterações quando algum item de material tem algumas
de suas características modificadas; e a exclusão, quando um item de material não faz mais par-
te dos materiais utilizados na empresa.
✓ Permite a consulta de todos os usuários para se certificar do material de que necessita ou escla-
recer eventuais dúvidas sobre as características do material solicitado.
✓ Facilita os processos de licitação, uma vez que todas as características do material licitado estão
disponíveis no banco de dados.
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✓ Permite a conferência dos dados cadastrais com os documentos de identificação dos materiais
da empresa.
Codificação de materiais
A codificação de materiais é mais uma forma de classificá-los, identificando-os com mais facilidade.
Assim, é a ordenação dos materiais de uma empresa a partir de um plano metódico e sistemático,
conferindo-lhes um certo conjunto de caracteres. Esse plano é conhecido como plano de codificação,
o qual é confidencial, sendo do conhecimento apenas daqueles que trabalham com a codificação dos
bens dentro da empresa (VIANA, 2010).
Prova
As codificações ainda não são padronizadas, cabendo a cada empresa criar seu padrão de código, ca-
so não se faça uso do próprio código de barras para realizar este trabalho, o qual desempenha ade-
quadamente esta função (ALT E MARTINS, 2006).
Através da codificação os materiais são identificados com suas respectivas características (nome, me-
didas, fornecedor, volume em estoque, validade, data de compra, entre outros), sendo possível assim
solicitá-los através do seu código e não pelo seu nome ou outra variável e ainda a utilizá-los em sis-
temas automatizados de controle, proporcionando ainda o alcance de alguns objetivos (ALT E MAR-
TINS, 2006; VIANA, 2010):
A codificação dos itens permite o pleno controle do estoque, dos suprimentos em execução e do re-
cebimento.
Há, assim, alguns tipos de codificação, podendo ser a montagem do código de barras numérica (con-
tendo apenas números), alfabética (contendo apenas letras), ou alfanumérica (contendo números e
letras), ou ainda decimal (contendo apenas número na base décima).
A codificação pode obedecer apenas à ordem de entrada do material no estoque, bem como, seguir
uma sequência lógica. Esta última ordenação torna-se mais interessante por permitir algumas especifi-
cações do material já em seu código, sendo a codificação e a especificação dos materiais as matérias
primas para o catálogo de materiais de uma empresa, tornando-se um importante banco de dados no
gerenciamento de estoques (ALT E MARTINS, 2006).
• Código Alfabético
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• Alfanumérico
• Numérico ou Decimal
Sistema Alfabético
Sistema Alfabético: Usa um conjunto de letras para a codificação dos materiais. E cada uma delas
identifica características e especificações. É um sistema que não é muito utilizado porque limita o nú-
mero de itens (porque o alfabeto é limitado) e é de difícil memorização.
Sistema Alfanumérico
✓ Letras: referem-se à CLASSE do material e o seu GRUPO naquela classe. (No exemplo abaixo
AC)
Sistema Numérico ou Decimal: O sistema decimal é o mais utilizado pelas empresas, pela sua simpli-
cidade e possibilidade de itens em estoque e informações incomensuráveis. Suponhamos que uma
empresa utilize a seguinte classificação para especificar os diversos tipos de materiais em estoque:
01-Matérias-primas
02-Materiais em processamento ou em vias
03-Materiais semiacabados
04-Materiais acabados ou componentes
05-Produtos acabados
06-Materiais de escritório
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07-Materiais de limpeza
08-Materiais inflamáveis
09-Combustíveis, óleos e lubrificantes
10-Materiais diversos
Podemos verificar que todos os materiais estão classificados sob títulos gerais, de acordo com suas
características. É uma classificação bem geral. Cada um dos títulos da classificação geral é submetido a
uma nova divisão, que especifica os materiais. Para exemplificar, tomemos o título 06 – materiais de
escritório, e suponhamos que tenha a seguinte divisão:
06-Materiais de Escritório
01-Papel de rascunho
02-Blocos de carta
03-Papel Carta
04-Canetas esferográficas
05-Lápis
06-Borrachas
07-Clipes
08-Envelopes
09-Outros materiais
Devido ao fato de um escritório ter diversos tipos de materiais, essa classificação torna-se necessária e
chama-se classificação individualizadora. Essa codificação ainda não é suficiente, por faltar uma defini-
ção dos diversos tipos de materiais. Por essa razão, cada título da classificação individualizadora rece-
be uma nova codificação. Por exemplo, temos o título 04 – canetas esferográficas, da classificação
individualizadora, e suponhamos que seja classificada da seguinte maneira:
04 – canetas esferográficas
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Por exemplo, quando quisermos referir-nos a “canetas esferográficas marca Bic, cor vermelha,
escrita fina”, basta que tomemos os números: 06 – 04 – 02
Código de barras
A codificação de materiais tomou um grande impulso com a introdução de novas tecnologias que
permitiram o reconhecimento ótico de caracteres, em substituição à digitação de código dos itens.
Para termos uma ideia do volume de transações envolvidas, um supermercado realiza em média
250.000 digitações por dia, isto é, cada código ou operação realizada envolve a digitação de vários
números, o que demandava um grande volume de pessoas para realizar esse trabalho, com grande
possibilidade de cometerem erros de digitação.
Em um primeiro estágio, duas tecnologias passaram a ser estudadas para serem introduzidas nas
operações de movimentação de grandes volumes de dados que eram digitados em terminais
denominados data entry (entrada de dados) que alimentavam os sistemas computacionais:
✓ Código de barras: neste sistema, as informações são gravadas oticamente em materiais e com
tintas variadas e hoje está sendo largamente utilizado.
As aplicações do código de barras são inúmeras. Além do grande avanço na sua utilização nas emba-
lagens industriais e comerciais, promoveu uma sensível melhora na produtividade, no manuseio e no
despacho de cargas e serviços de atendimento a clientes, como é o caso de uma loja de departamen-
tos ou mesmo um supermercado.
PROVA!
Dessa maneira, é através da classificação que os itens em estoque são agrupados segundo determina-
dos critérios, sejam eles peso, forma, dimensões, tipo, uso etc. O resultado é a otimização dos contro-
les de estoque, dos procedimentos de armazenagem e da operacionalização dos almoxarifados (locais
de armazenagem dos itens de material na organização).
IMPORTANTE!!!!!
Cabe a observação de que, na rotina operacional de uma organização, nem sempre todas as etapas
da classificação de materiais serão necessárias. Ao adquirir um produto já padronizado, por exem-
plo, basta sua especificação e posterior codificação.
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PROVA!!!!!!
Ademais, deve-se ter em mente que o produto final da classificação de materiais, uma vez concluídas
as etapas em tela, é um catálogo devidamente simplificado, especificado e codificado, apresen-
tando, se for o caso, itens de material normalizados e padronizados. Tal produto passa a ser uma
das principais ferramentas de trabalho nas compras públicas, consubstanciando-se como uma espécie
de memória técnica vigente dos itens de material passíveis de aquisição pelo órgão ou entidade públi-
ca.
Esta classificação tem por objetivo prover a informação de quais materiais poderão ser produzidos
internamente pela organização, e quais deverão ser adquiridos no mercado. As categorias de classifi-
cação podem ser assim listadas:
➢ Materiais a serem produzidos ou adquiridos (depende de análise caso a caso pela organização).
A decisão sobre produzir ou adquirir um item de material no mercado é tomada pela cúpula da orga-
nização, considerando os custos e a estrutura envolvida. Nesse contexto, há duas estratégias possíveis:
a verticalização e a horizontalização.
• Verticalização → Produz-se (ou tenta-se produzir) internamente tudo o que puder. Essa estratégia
foi dominante nas grandes empresas – usualmente denominadas conglomerados, marcadas por uma
departamentalização multidivisional, até o final do século passado, no intuito de assegurar a indepen-
dência de terceiros (ex: General Motors). Mais raramente, há empresas que ainda se esforçam na verti-
calização de seus negócios (um exemplo seria a Faber-Castell que, na última década, esforçou-se na
conquista da autossuficiência no plantio de madeira, matéria-prima na confecção de lápis).
• Horizontalização → Compra-se de terceiros o máximo de itens que irão compor o produto final.
Esta estratégia é a grande tendência das empresas modernas. De modo geral, apenas os processos
fundamentais (chamados core processes) não são terceirizados, por razões de segredos tecnológicos.
A estrutura horizontalizada é típica do Sistema Toyota de Produção, que remete a terceiros cerca de
75% do processo produtivo.
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No caso de materiais não-de-estoque, quando verificada sua necessidade, inicia-se um processo pon-
tual de aquisição.
Ainda, em órgãos públicos, a aquisição dos materiais não-de-estoque, nos quais a demanda, em
termos quantitativos, é imprevisível, é feita, preferencialmente, mediante o chamado Sistema de
Registro de Preços, que será abordado mais adiante nesta obra.
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2.3. Por aplicação na organização
FIQUE ATENTO!
Em órgãos públicos, com raras exceções, o objetivo final é a prestação de um serviço. Assim, tendo em
vista que usualmente não contemplam processos produtivos, o tipo de material mais comum no setor
público é o material auxiliar (material de expediente, de informática, de limpeza etc.).
Materiais perigosos são aqueles que oferecem risco, em especial durante as atividades de manu-
seio e transporte.
Nesta categoria, estão inseridos os explosivos, líquidos e sólidos inflamáveis, materiais radioativos, cor-
rosivos, oxidantes etc.
Trata-se de uma classificação que leva em conta a alteração das propriedades físico-químicas do ma-
terial.
Gêneros alimentícios, vacinas, materiais para testes laboratoriais, entre outros, são considerados pere-
cíveis, já que estão sujeitos à deterioração e à decomposição.
PROVA!!!!
Viana (2011), em visão abrangente, arrola diversas razões passíveis de ensejar a classificação de um
material como perecível:
• Por ação higroscópica (ex.: cal virgem);
• Por limitação do tempo (ex.: alimentos, remédios);
• Instáveis (ex.: peróxidos e óxidos);
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• Por contaminação por água (ex.: óleo para transformadores);
• Por contaminação por partículas sólidas (ex.: graxa);
• Pela ação da gravidade (ex.: eixos de grande comprimento);
• Por queda, colisão ou vibração (ex.: cristais, vidros etc.);
• Pela mudança de temperatura (ex.: selantes e anéis de vedação);
• Pela ação da luz (ex.: filmes fotográficos);
• Por ação de atmosfera agressiva (ex.: atmosfera com cloro, ácidos etc.);
• Peça ação de animais (ratos, insetos etc.).
Para o material perecível em razão do tempo, há de se dispensar especial atenção quanto aos prazos
de vencimento. Em geral, quando compõem estoques, emprega-se uma sistemática de distribuição
dos materiais conhecida por PEPS (primeiro a entrar, primeiro a sair), termo originado da sigla em in-
glês FIFO (first in, first out), que se refere à sistemática segundo a qual o primeiro item de material a
entrar é o primeiro a sair. O ideal, contudo, seria a distribuição mediante o critério denominado FEFO
(first to expire, first out, ou, o primeiro a expirar sua data de validade deve ser distribuído primeiro).
OBSERVAÇÃO!!!!!
A classificação por importância operacional provê uma informação qualitativa acerca da relevância do
item de material para a rotina da organização. Para uma análise mais acurada, esta informação deve
ser associada a uma análise quantitativa, em termos de impacto financeiro do material. A análise
quantitativa ($$) é provida por meio da classificação ABC, estudada a seguir;
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Os materiais inseridos na classe Z são também conhecidos por materiais críticos. Viana (2000) amplia
o conceito de materiais críticos para aqueles que são merecedores de atenção especial do gestor, por
diversos motivos – sejam eles operacionais, de segurança, econômicos entre outros.
Assim, as razões para a consideração de materiais como críticos podem ser assim listadas:
O método da curva ABC ou princípio de Pareto (ou, ainda, curva 80-20), é uma ferramenta segundo
a qual os itens de material em estoque são classificados de acordo com sua importância, geralmente
financeira.
Para Gonçalves (2007), o principal objetivo da análise ABC é identificar os itens de maior valor de de-
manda e sobre eles exercer uma gestão mais refinada, especialmente por representarem altos valores
de investimentos e, muitas vezes, com impactos estratégicos para a sobrevivência da organização.
Devemos frisar que, na sistemática da curva ABC, os itens de material em estoque são usualmente
classificados de acordo com seu valor de demanda, mas existe a possibilidade de adoção de outros
critérios, como, por exemplo, impacto na linha de produção, ou, itens mais requisitados pelos setores
da organização.
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PROVA!!!!
“Art. 3º. Na classificação da despesa serão adotados os seguintes parâmetros excludentes, tomados em
conjunto, para a identificação do material permanente:
I – Durabilidade, quando o material em uso normal perde ou tem reduzidas as suas condições de funci-
onamento, no prazo máximo de dois anos;
II – Fragilidade, cuja estrutura esteja sujeita a modificação, por ser quebradiço ou deformável, caracteri-
zando-se pela irrecuperabilidade e/ou perda de sua identidade;
III – Perecibilidade, quando sujeito a modificações (químicas ou físicas) ou que se deteriora ou perde
sua característica normal de uso;
IV – Incorporabilidade, quando destinado à incorporação a outro bem, não podendo ser retirado sem
prejuízo das características do principal; e
V – Transformabilidade, quando adquirido para fim de transformação.”
Redação mais atual desses critérios é apresentada pelo Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor
Público (Portaria Conjunta STN/SOF nº 01/14):
“Um material é considerado de consumo caso atenda um, e pelo menos um, dos critérios a se-
guir:
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Durabilidade
CRITÉRIO
Fragilidade
Perecibilidade
Incorporabilidade
Transformabilidade
Norteado pelos critérios citados, podemos, por exemplo, classificar materiais como pen drives como
materiais de consumo, tendo em vista que são abarcados pelo critério da fragilidade.
Gestão de Estoques
Definições de estoque
O alcance do termo estoque é muito amplo. Tradicionalmente falando podemos considera-lo como
representativo de matérias-primas, produtos semiacabados, componentes para montagem, sobressa-
lentes, produtos acabados, materiais administrativos e suprimentos variados.
PROVA
Segundo Moura (2004), estoque é considerado um conjunto de bens armazenados, com caracte-
rísticas próprias e com funções específicas, que atendem aos objetivos e necessidades que a
empresa necessita. Todo item armazenado em um depósito, galpão, almoxarifado, prateleira, gaveta
ou armário para ser utilizado pela empresa em qualquer de suas atividades, é considerado um item do
estoque da organização.
Estoque representa a quantidade de bens físicos que são mantidos à espera da venda (ou da produ-
ção), por um determinado tempo. São considerados como bens em estoques, as matérias-primas, os
produtos semiacabados, os produtos acabados e as mercadorias compradas de terceiros. Os estoques
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são os materiais que não são utilizados em determinado momento, mas que existe em função de futu-
ras necessidades. Logo, estocar é reservar os produtos/mercadorias para utilização futura.
A gestão de estoque é, basicamente o ato de gerir recursos ociosos possuidores de valor econômico e
destinado ao suprimento das necessidades futuras de material, numa organização.
A gestão de estoque visa, portanto, numa primeira abordagem, manter os recursos ociosos expressos
pelo inventário em constante equilíbrio em relação ao nível econômico ótimo dos investimentos. Pode
ser entendido ainda, como certa quantidade de itens mantidos em disponibilidade constante e reno-
vados, permanentemente, para produzir lucros e serviços.
Outras definições:
Estoque físico: É o estoque existente fisicamente na empresa, utilizado para a venda ou para a
industrialização.
É o estoque utilizado para contabilidade, como referência, para o fechamento do
Estoque contábil: balanço. Este estoque pode apresentar resultados diferentes ao estoque físico,
devido a erros de movimentação de estoque.
O estoque pode existir em determinados lugares, e esses lugares possuem uma definição especí-
fica.
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O Papel dos Estoques na Empresa
Tão antigo quanto o estudo da própria administração, é o estudo do papel dos estoques nas empre-
sas. Como no fluxo de produção ou no processo comercial, os estoques sempre foram alvo de aten-
ção.
Em relação aos estoques, seu valor é muito maior, quando avaliado a questão da vantagem competiti-
va. Muitas empresas hoje procuram de uma forma ou de outra, obter uma vantagem competitiva em
relação a seus concorrentes, e a oportunidade de atendê-los prontamente, no momento e na quanti-
dade desejada, é facilitada por meio da administração eficaz dos estoques, tornando assim um dos
papéis mais importantes dos estoques, o de se tornar vantagem competitiva.
• Estoques podem ser uma oportunidade de investimento = isso ocorre quando, em de-
terminado período, a taxa de aumento do valor financeiro do estoque for maior do que a
taxa de aplicação em outros ativos que podem ser obtidos no mercado.
Políticas de Estoques
A política de estoques preocupa-se com os problemas quantitativos e financeiros dos materiais. Cabe
ao controle de estoque inspecionar a disponibilidade e as necessidades totais do processo produtivo
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envolvendo não só o almoxarifado de matérias primas e auxiliares como também os intermediários e
os de produtos acabados.
Assim devem ser considerados alguns objetivos em relação às políticas de estoques, como assegurar o
suprimento adequado à produção; identificar os itens obsoletos e eliminá-los; prevenir os danos, per-
das; manter as quantidades em relação às necessidades e manter o custo em nível mais baixo possível.
Para Viana (2002) as principais causas que exigem estoque permanente para o imediato atendimento
do consumo interno e das vendas nas empresas são:
Atender aos clientes na hora certa, com a quantidade certa e requerida, tem sido o objetivo da maioria
das empresas. Assim, a rapidez e presteza na distribuição das mercadorias assumem cada vez mais um
papel preponderante na obtenção de uma vantagem competitiva duradoura.
TIPOS DE ESTOQUES
Esses estoques são todos os bens e materiais mantidos por uma organização para suprir demandas
futuras. Podem ser encontrados na forma de matéria-prima, produtos em processo, produto aca-
bado e produtos necessários para manutenção, reparo e suprimento de operações, não necessa-
riamente utilizados no processo de fabricação (DIAS, 2009).
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usados no processo fabril” (DIAS, 2009, p. 14).
Produtos acabados consistem em itens que já foram transformados e produzidos,
Produtos Acaba- e que estão prontos para o consumo/utilização dos clientes finais. São aqueles
dos produtos que já passaram por todo o processo de modificação. “O estoque de
produtos acabados consiste em itens que já foram produzidos, mas ainda não
foram vendidos” (DIAS, 2009, p. 15).
DICA DE PROVA!!!!
Estoque em trân- São itens que ainda não chegaram no seu destino final, podem estar em trânsito
sito: entre uma fábrica e outra.
Estoque em con- São itens encaminhados ao comércio, porém continua sendo de propriedade do
signação: fabricante, e, se não for vendido, poderá retornar a fábrica sem onerações.
➢ Estoque hedge: devido às altas oscilações de mercado, muitos compradores tem uma expecta-
tiva de que os preços irão subir, adquirem o estoque hedge, quando os preços estão baixos, na
expectativa de uma futura valorização.
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Funções do Estoque
De acordo com Ballou (2006), estoques funcionam como agentes amortecedores entre o suprimento e
as necessidades de produção de qualquer empresa. Beneficiam os sistemas produtivos por vários mo-
tivos como: melhoram o nível de serviço; incentivam economias na produção; possibilitam eco-
nomias de escala nas compras e no transporte; funcionam como proteção no aumento dos pre-
ços e protegem a empresa de incertezas na demanda e no tempo de ressuprimento. No entanto é
de suma importância que estes amortecedores, quando utilizados seja determinado critérios para que
não se eleve demais o custo total do estoque.
Controle de estoques
O Controle de estoques é o procedimento adotado para registrar, fiscalizar e gerir a entrada e saída
de mercadorias e produtos numa, seja numa indústria ou no comércio. O controle de estoque deve ser
utilizado tanto para matéria prima, mercadorias produzidas e/ou mercadorias vendidas.
O Controle de estoques exerce influência muito grande na rentabilidade da empresa. Os estoques ab-
sorvem capital que poderia estar sendo investido de outras maneiras, desviam fundos de outros usos
potenciais e tem o mesmo custo de capital que qualquer outro projeto de investimento da empresa.
Sendo um importante papel na fase administrativa, pois através desse estoque e que e possível saber
o quanto se pode comprar o que comprar para não chegar ao desperdício de matérias ou ate mesmo
da falta de material em estoque.
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Custos de estoques
Além do próprio custo dos itens de material que compõem o estoque (gasto da compra ou na produ-
ção dos bens), há outros custos relacionados aos estoques, que podem ser didaticamente divididos
em três categorias:
Estes custos crescem com o aumento da quantidade média em estoque (por isso são ditos diretamen-
te proporcionais). São também chamados de custos de carregamento, pois são decorrentes da ne-
cessidade de se manter ou carregar estoques. Seguem alguns exemplos:
Estes custos decrescem com o aumento da quantidade média em estoque. São usualmente referidos
como custos de pedido (no caso de o estoque ser composto por materiais a serem comprados) ou
custos de produção (no caso de se optar por produzir internamente a produção.
Restringindo-nos aos custos de pedido, de ocorrência típica ao setor público, cabe o esclarecimento
de que se trata dos custos operacionais da área de compras do órgão. Nas palavras de Bronoski (2007,
p. 49):
Custo de pedido [...] é a totalidade dos custos incorridos no ato de compra ou abastecimento,
como custos de emissão e execução das ordens de compra, transporte (quando cobrado por via-
gem) [...] entre outros. Não se incluem os relativos aos valores dos itens adquiridos.
Trata-se de um valor fixo, que independe da quantidade de itens em estoque. Seria o caso, por exem-
plo, do custo de manutenção dos depósitos e almoxarifados de um órgão público. Independente da
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quantidade de peças e automóveis estocados, as despesas de manutenção (salário dos funcionários,
limpeza etc.) permanecem constantes.
✓ Estes custos (independentes) somam-se aos custos de armazenagem. Como dito anterior-
mente, caso o nível de estoque seja zerado, a organização ainda incorrerá em custos de arma-
zenagem que são independentes de estoque.
Prova:
Estoque nulo NÃO IMPLICA eliminação de custos de estoque!
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As técnicas para a previsão de demanda podem se valer de informações qualitativas e/ou quantitati-
vas. De modo geral, podem ser agrupadas em três categorias principais, a saber:
✓ Predileção: neste caso, a previsão é feita mediante informações qualitativas, tais como pesqui-
sas de opinião, informações prestadas por funcionários experientes etc.
✓ Projeção: é uma técnica quantitativa, que prima unicamente pelo tratamento de dados de uma
série histórica de consumo, de forma a obter a previsão para períodos subsequentes.
De acordo com esse método, o consumo do próximo período é idêntico ao consumo do período ante-
rior. Assim, se em maio o consumo foi de 200 canetas esferográficas, adota-se como previsão para
junho do mesmo ano a mesma demanda (200 unidades).
De acordo com esse método, o consumo do próximo período é obtido a partir da média aritmética
simples dos dados de consumo de períodos anteriores.
Adotando o método da média aritmética para 5 períodos, a previsão de consumo para o mês de julho
é de:
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• Considera-se, neste caso, apenas os cinco últimos períodos para fins de cálculo.
• Mesmo que a previsão fosse de 33,1 unidades, deve-se sempre arredondar para cima,
como modo de minimizar as chances de se incorrer em ruptura de estoque.
Segundo Dias (1996), é a representação da movimentação (entrada e saída) de uma peça dentro de
um sistema de estoque, feito por um gráfico, conforme figura 1, em que a abscissa é o tempo decorri-
do (T) para o consumo, normalmente em meses e a ordenada é a quantidade em unidades desta peça
em estoque no intervalo do tempo T.
Segundo Dias (2012), o comportamento da curva dente de serra será padrão desde que não ocorram
alterações do consumo durante o tempo, falhas administrativas, atrasos por parte do fornecedor e fa-
lhas no atendimento do padrão de qualidade.
Corrêa e Corrêa (2009) salientam que nas situações práticas, na grande parte dos casos a demanda
não é constante, existindo uma flutuação em torno de certo valor, com a possibilidade que o estoque
chegue a zero antes que o ressuprimento esteja disponível. Nestes casos, acontece uma situação de-
nominada ruptura de estoques.
Dias (2012) define a ruptura de estoques como sendo a ocasião em que a necessidade do cliente não
pode ser atendida ou uma venda não pode ser efetivada pela ausência de itens necessários em esto-
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que. Nesse caso, os estoques comportam-se como na Figura 5, em que em um determinado período o
estoque esteve no nível zero, deixando de atender uma determinada quantidade da demanda.
Ponto de pedido
Determinar quando fazer um pedido de compras para reposição de estoque é um processo de extre-
ma dificuldade para o Administrador de Materiais. Assim que atingida a quantidade em estoque, deve
acionar um novo processo de compra ou fabricação, o chamado ponto de pedido.
Dias (1993 p. 58) constata que “há necessidade de suprimento, o momento em que determinado item
atinge o ponto de pedido, ou seja, quando a quantidade estiver abaixo ou igual ao mínimo determi-
nado”. De acordo com Martins (2000), o sistema do ponto de pedido é o método mais popular utiliza-
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do nas fábricas e consiste em disparar o processo de compra quando o estoque de um certo item
atinge um determinado nível.
Utilizando esse sistema, um pedido deve ser emitido quando ainda há estoque disponível suficiente
para atender a demanda do momento em que o pedido é emitido até que o novo estoque chegue.
(ARNOLD 1999, p. 319).
Esse método é muito importante para não haver o acúmulo de estoques, nem desperdício de dinheiro,
pois conforme o autor Viana (2000), os excessos de materiais em estoques causam imobilização des-
necessária de recursos financeiros e da mesma maneira gerando congestionamento das áreas de ar-
mazenagem.
É possível formar estoques como pulmão contra a variabilidade da demanda e os prazos de reposição.
Esta quantidade extra, ou estoque de segurança, e um acréscimo ao estoque normal necessário para
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suprir as condições de demanda media e do prazo de entrega médio. Ele e determinado por procedi-
mento estatístico que lida com a variabilidade presente. Uma previsão bem feita ira minimizar os níveis
de estoque de segurança (Ballou, 2004).
Os estoques de segurança existem por causa das incertezas da demanda e do lead time de forneci-
mento. Segundo Ballou (2001), se a demanda fosse determinística e a reposição fosse instantânea, não
haveria a necessidade desse tipo de estoque.
Dica do Heron
De acordo com Weichert Filho (1942), o estoque mínimo pode ser definido como a quantidade míni-
ma de materiais armazenada em almoxarifado, para garantir os eventuais atrasos nas entregas ou nas
compras de materiais. Esse tipo de estoque pode também ser chamado de reserva de estoque.
CURIOSIDADES
Segundo Pozo (2008), quando temos estoques reserva, toda vez que aumentamos a quantidade a ser
fabricada, aumentamos o estoque médio de nossa empresa e isso propicia, também, um aumento de
custo de manutenção de armazenamento, juros, obsolescência, deterioração e outros. Por outro lado
aumentando – se as quantidades do lote de fabricação, diminuindo os custos de preparação de má-
quinas, o custo da unidade fabricada, de mão de obra e manuseio. O resultado é que teremos dois
focos de forças nos afetando, ou seja, duas fontes opostas, uma encorajando estoque para atendimen-
to, porém com custos críticos, e outras desencorajando – os em fase desses custos.
Estoque Máximo
O tempo de reposição é o intervalo da emissão do pedido de compras relativo a algum produto até
seu recebimento pela empresa. Ele é utilizado na administração de estoques e é calculado de forma
bastante simples e serve para o cálculo do estoque mínimo; é de suma importância, já que a não ob-
servância desse fator pode acarretar em falhas na administração dos estoques.
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Portanto, o TR é igual à somatória de três elementos:
Ruptura do Estoque
Ruptura do Estoque é quando o estoque zera e não é possível atender a uma demanda.
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PROVA
Giro de estoque
Giro de estoque (ou rotatividade de estoque, ou, ainda, índice de rotação) é o número de vezes
que o estoque de determinado item de material é renovado, em determinado período. O giro de es-
toque é determinado pela seguinte relação:
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EXEMPLO PRÁTICO:
Em uma situação hipotética na qual, em um órgão público, há o consumo anual de 6.000 resmas de
papel A4, e o estoque médio, nesse período, foi de 1.500 resmas, pode-se aferir, mediante a relação
citada, que o giro de estoque, nesse período, foi equivalente a 4 (6.000/1.500). Isso significa que o es-
toque médio foi renovado 4 vezes, em um ano.
Cobertura de estoque
Cobertura de estoque (ou taxa de cobertura, ou, ainda, antigiro) é o período que o estoque médio
será capaz de atender a demanda média (caso não haja reposição). A cobertura de estoque é dada
pela seguinte fórmula:
EXEMPLO:
O consumo anual de fichários é de 800 unidades. Sabendo-se que o estoque médio anual é de 200
fichários, a cobertura de estoques é assim calculada:
Esse é um método bastante simples de controle de estoques e, por esse motivo é recomendado para
os itens da classe C. Para entender melhor o funcionamento vamos imaginar duas caixas, A e B, con-
forme a figura abaixo.
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A caixa B tem um estoque igual ao consumido no período. Ou seja, os pedidos de materiais vão che-
gando e saindo da caixa B até que ela chegue a zero, quando é feito um novo pedido. Para que o
atendimento não seja interrompido continua-se a retirar estoque da caixa A até que o estoque da cai-
xa B seja reposto.
Do inglês, MRP significa “manufacturing resource planning”, ou planejamento das necessidades mate-
riais, e funciona como um sistema de cálculo que prevê a demanda em função das necessidades. As-
sim, o método é capaz de informar ao empresário a quantidade necessária de matéria-prima ou com-
ponentes para se manter no estoque, com o intuito de fazer com que produção não atrase.
Em geral, um MRP é alimentado com dados sobre o calendário de produção, a política de lotes míni-
mos e máximos, o estoque de segurança e a base de clientes recorrentes. Como saída, ele oferece in-
formações sobre o plano diretor de produção, índices de performance e dados para compra de maté-
ria-prima.
A partir dos anos 80 surgiu o MRP II (Manufacturing Resources Planning) que significa Planeja-
mento dos Recursos de Manufatura ou Planejamento dos Recursos de Produção. O MRP II permi-
te que as empresas avaliem as implicações de demanda futura nas áreas financeira e de engenharia,
assim como as necessidades de materiais.
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O ERP (Enterprise Resource Planning), é um sistema de informação que integra todos os dados e
processos de uma organização em um único sistema. A integração pode ser vista sob a perspec-
tiva funcional (sistemas de: finanças, contabilidade, recursos humanos, fabricação, marketing,
vendas, compras, etc) e sob a perspectiva sistêmica (sistema de processamento de transações,
sistemas de informações gerenciais, sistemas de apoio a decisão, etc).
Os ERPs em termos gerais, são softwares desenvolvidos para integrar os diversos departamentos de
uma empresa, possibilitando a automação e armazenamento de todas as informações de negócios. No
entanto a grande maioria dos ERP’s disponíveis possuem excelentes módulos de contabilidade, orça-
mentos e controladoria mas, infelizmente, não conseguem lidar com a dinâmica do ambiente produti-
vo e não atendem as necessidades do chão de fábrica. Devido a isso, surgiu a necessidade do desen-
volvimento de sistemas que complementassem o ERP e garantissem e completa integração do setor
industrial com os demais departamentos de uma organização.
O método ABC auxilia eficazmente para o processo de tomada de decisão da alta gerência. Com o
ABC as empresas podem melhorar sua eficiência e reduzir o custo. Com isso, a organização terá uma
redução interna de custos, assim podendo continuamente adicionar valor a seu stakeholders e aos cli-
entes. Com sua aplicação poderão ser identificados os produtos mais rentáveis, facilitação de um me-
lhor “mix” de produtos e estimar as demandas de recursos.
A curva ABC tem seu uso mais especifico para estudos de estoques acabados, vendas, progra-
mação de produção, tomada de preços em suprimentos e dimensionamento de estoques (Pozo,
2002).
Para Gonçalves (2007), o principal objetivo da análise ABC é identificar os itens de maior valor de de-
manda e sobre eles exercer uma gestão mais refinada, especialmente por representarem altos valores
de investimentos e, muitas vezes, com impactos estratégicos para a sobrevivência da organização.
Devemos frisar que, na sistemática da Curva ABC, os itens de material em estoque são usualmente
classificados de acordo com seu valor financeiro, mas existe a possibilidade de adoção de outros crité-
rios, como, por exemplo, impacto na linha de produção, ou, itens mais requisitados pelos setores da
organização.
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MENTORIA UFC
Para a apuração do custo das mercadorias vendidas ou das matérias-primas consumidas, o con-
tribuinte deverá utilizar-se de registros permanentes de estoques ou do valor dos estoques exis-
tentes, de acordo com o livro inventário, no fim do exercício social.
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Sabendo-se que existem algumas formas de avaliar os estoques, alguns autores dão mais ênfase aos
três tipos mais conhecidos: PEPS, UEPS e Custo Médio.
PEPS ou FIFO
De acordo com Ferreira (2007) no método PEPS (Primeiro que Entra Primeiro que Sai) ou FIFO (first-in,
first-out), os primeiros produtos produzidos/adquiridos pela empresa, serão os primeiros a serem
vendidos. Neste método cada item será baixado de forma lógica, sendo vendido com base em seu
custo real.
De acordo com o CPC 16 (2009) - Estoques, pelo PEPS as unidades em estoque que foram adquiridos
ou produzidos primeiro, serão vendidas em primeiro lugar e, consequentemente, as unidades que
permanecerem nos estoques até o fim do período devem ser os itens adquiridos ou produzidos mais
recentemente.
De acordo com Paula (2014) este método possui algumas desvantagens, por exemplo, é necessário
controlar vários lotes de estoques a fim de identificar qual o valor do custo do lote mais antigo, o que
às vezes complica a manutenção deste controle, ainda mais quando a empresa possui centenas de
produtos disponíveis para a venda. Outra desvantagem, conforme Paula (2014) é que geralmente nas
primeiras compras, os custos são menores, e que devido a inflação, depois de certos períodos de tem-
po os valores das mercadorias vão aumentando, com isso, avaliando através do método PEPS, o esto-
que ficará com valor mais alto, o custo ficará mais baixo e assim o lucro ficará maior, consequente-
mente a empresa pagará mais impostos.
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MENTORIA UFC
No dia 02 do mês, houve uma entrada de 600 unidades de determinado item de material no estoque,
ao preço unitário de R$ 10,00. O saldo, anteriormente nulo, passa a somar o montante de R$ 6.000,00.
No dia 15 do mesmo mês, houve nova entrada no estoque, agora de 300 unidades do material, ao
valor unitário de R$ 15,00. O saldo, anteriormente de R$ 6.000,00, passa a somar R$ 10.500,00 (= R$
6.000,00 + R$ 15,00 x 300).
Por fim, no dia 27, houve a saída de 200 unidades. Qual o preço unitário a ser lançado nesta saída?
De acordo com o método PEPS, o valor unitário da saída é o mesmo valor unitário do material que
deu entrada mais remotamente no estoque. Trata-se, em nosso exemplo, da entrada do dia 02, cujo
valor unitário foi R$ 10,00.
Importante salientar que, caso houvesse uma saída de 700 unidades no dia 27 (ao invés de 200), terí-
amos de adotar o seguinte procedimento:
• dos 700 itens, 600 teriam o preço unitário de R$ 10,00 (tendo em vista que a entrada mais
remota, do dia 02, conteve 600 unidades);
• aos 100 itens restantes, seria conferido o valor unitário de R$ 15,00, visto tratar-se do pre-
ço unitário dos itens que deram entrada em data subsequente (no dia 15).
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MENTORIA UFC
lhecimento do estoque. Há de se consignar, entretando, que um método mais acurado para se evitar
tal malefício, especialmente voltado a estoque de bens perecíveis, é o denominado FEFO (first to expi-
re, first out), ao qual subjaz a lógica de que o material cuja data de validade expirar mais brevemente
deve ser distribuído primeiro.
UEPS ou LIFO
De acordo com Iudícibus et al., (2010) o método UEPS (último que entra, primeiro que sai) é o oposto
do método PEPS, o último produto produzido/obtido pela empresa, será o último a ser vendi-
do/consumido. Vaz e Gomes (2011) dispõe que, “este método de avaliação considera que devem em
primeiro lugar sair às últimas peças que deram entrada no estoque, o que faz com que o saldo seja
avaliado ao preço das últimas entradas”. Para Ferreira (2007) o custo do estoque é definido conside-
rando que os itens adicionados mais recentemente ao estoque serão as primeiras unidades vendidas
Assim, pressupõe-se, que o estoque final equivale as unidades mais antigas e é avaliado de acordo
com os custos dessas unidades.
Cabe ressaltar que para o RIR/99, em seu artigo 295, onde cita os métodos permitidos, não é permiti-
do a utilização deste método para fins fiscais, porém a empresa está livre para adotar qualquer méto-
do para fins gerenciais, ressaltando que o CPC 16 (R1) proíbe a utilização do UEPS para fins societários.
De acordo com Paula (2014) este método possui a desvantagem, da mesma forma que ocorre com o
PEPS, manter um controle de estoque através deste método, pode ser complicado para empresas que
possuem vários estoques para venda, e como geralmente as últimas compras possuem custos mais
altos, por causa da inflação, se avaliar o estoque com este método, ao contrário do que ocorre com o
PEPS, o custo ficará mais alto, o valor do estoque menor, e assim o lucro será menor, se o RIR/99 acei-
tasse este método, as empresas teriam a vantagem de postergar o pagamento de tributos.
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MENTORIA UFC
No dia 02 do mês, houve uma entrada de 600 unidades de determinado item de material no estoque,
ao preço unitário de R$ 10,00. O saldo, anteriormente nulo, passa a somar o montante de R$ 6.000,00.
No dia 15 do mesmo mês, houve nova entrada no estoque, agora de 300 unidades do material, ao
valor unitário de R$ 15,00. O saldo, anteriormente de R$ 6.000,00, passa a somar R$ 10.500,00 (= R$
6.000,00 + R$ 15,00 x 300).
Por fim, no dia 27, houve a saída de 200 unidades. Qual o preço unitário a ser lançado nesta saída?
De acordo com o método UEPS, o valor unitário da saída é o mesmo valor unitário do material que
deu entrada mais recentemente no estoque. Trata-se, em nosso exemplo, da entrada do dia 15, cujo
valor unitário foi R$ 15,00.
Importante salientar que, caso houvesse uma saída de 700 unidades no dia 27 (ao invés de 200), terí-
amos de adotar o seguinte procedimento:
• dos 700 itens, 300 teriam o preço unitário de R$ 15,00 (tendo em vista que a entrada mais
recente, do dia 15, conteve 300 unidades);
• aos 400 itens restantes, seria conferido o valor unitário de R$ 10,00, visto tratar-se do pre-
ço unitário dos itens que deram entrada em data imediatamente anterior (no dia 02).
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Custo médio ponderado
Conforme Iudícibus et al., (2010) este método, também chamado de Média Ponderada Móvel, aplica
uma média ponderada dos custos dos estoques adquiridos, quando ocorre uma entrada ou saída nos
estoques. Esse método, mais comumente utilizado no Brasil, evita o controle de custos por lotes de
compras, como nos métodos anteriores, mas obriga o maior número de cálculos, ao mesmo tempo
em que foge dos extremos, dando como custo da aquisição um valor médio das compras (IUDÍCIBUS
et al., 2010)
Para Gurgel e Francischini (2004) o custo médio ponderado é o método que as empresas mais utili-
zam, nele calcula-se a média entre o somatório do custo total e o somatório das quantidades de uni-
dades adquiridas no período, chegando ao custo médio de cada unidade do estoque, e os valores
médios das unidades em estoques irão alterar cada vez que for feita uma nova compra por um preço
diferente.
De acordo com Gurgel (2002) este método tem a vantagem de não ter que controlar os lotes separa-
damente, para distinguir os valores dos custos de cada um deles, além de que é bem mais simples
manter um controle por este método em relação aos outros métodos.
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No dia 02 do mês, houve uma entrada de 600 unidades determinado item de material no estoque, ao
preço unitário de R$ 10,00. O saldo, anteriormente nulo, passa a somar o montante de R$ 6.000,00.
No dia 15 do mesmo mês, houve nova entrada no estoque, agora de 300 unidades do material, ao
valor unitário de R$ 15,00. O saldo, anteriormente de R$ 6.000,00, passa a somar R$ 10.500,00 (= R$
6.000,00 + R$ 15,00 x 300).
Por fim, no dia 27, houve a saída de 200 unidades. Qual o preço unitário a ser lançado nesta saída?
De acordo com o método do custo médio, o valor unitário da saída é obtido a partir da razão entre o
valor total do item em estoque e o seu quantitativo. No caso em análise, trata-se de R$ 10.500,00/900
unidades, culminando em R$ 11,67.
A Toyota Motor Company, empresa japonesa do ramo automobilístico, foi pioneira na defesa da extin-
ção de estoques, ainda nos anos 50. Assim, o Sistema Toyota de Produção passou a utilizar uma abor-
dagem de trabalho denominada Just-in-Time (JIT), significando fazer “o que é necessário, quando é
necessário, e na quantidade necessária”. Dentro do JIT encontramos a ferramenta de controle
de estoque chamada de Kanban que, para Shingo (1996), significa “abastecer a unidade fabril, de
acordo com os itens necessários, nas quantidades necessárias, no momento necessário, com a quali-
dade necessária para suprir a linha de montagem final sem perdas e geração de estoques”.
Assim, ao passo que o Just in Time é uma abordagem metodológica de trabalho, o Kanban é uma
ferramenta de controle de estoque, inserida na “filosofia” do Just in Time.
O importante é lembrarmos que o Sistema Just-in-Time prima pelo estoque nulo, considerando-o um
verdadeiro desperdício de investimentos.
O Just-in-Time/Kanban trouxe uma quebra de paradigma com relação ao chamado Sistema Tradicio-
nal de Abastecimento.
O JIT é muito mais do que uma técnica ou conjunto de técnicas de administração de produção,
sendo considerado com uma “filosofia”, a qual inclui aspectos de administração de materiais,
gestão da qualidade, arranjo físico, projeto do produto, organização de trabalho e gestão de
recursos humanos. Algumas expressões são geralmente usadas para traduzir aspectos da filoso-
fia JIT.
• Eliminação de desperdícios;
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• Melhoria contínua dos processos.
Ao contrário da abordagem tradicional dos sistemas de produção que “empurram” os estoques, o JIT
caracteriza-se como um sistema de “puxar” a produção ao longo do processo, de acordo com a de-
manda. Genericamente falando, um sistema de “puxar” estoque significa que qualquer movimento de
produção somente é liberado na medida da necessidade sinalizada pelo usuário da peça ou compo-
nente em fabricação, ou seja, os centros de trabalho não estão autorizados a produzir e “empurrar” os
lotes apenas para manter ocupados operários e equipamentos.
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Vantagens do JIT:
• Velocidade – rapidez no ciclo de produção permite entregas em prazos mais curtos, propiciando
maior nível de serviços ao cliente.
Sistema KANBAN
O sistema de “puxar” a produção a partir da demanda, produzindo em cada estágio somente os itens
necessários, nas quantidades necessárias e no momento necessário, ficou conhecido como sistema
Kanban.
Este nome é dado aos cartões utilizados para autorizar a produção e a movimentação de itens, ao lon-
go do processo produtivo. Este cartão contém, em geral, as seguintes informações:
• número da peça,
• descrição da peça,
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Função Compras
Chiavenato (2005, p. 100), “o órgão de compras é hoje considerado um centro de lucro e não sim-
plesmente um centro de custo, uma vez que, quando bem administrado pode trazer considerá-
veis economias, vantagens e lucros para a empresa”. Segundo Pozo (2001, p. 140): “O setor de
compras tem responsabilidade preponderante nos resultados de uma empresa em face de sua
ação de suprir a organização com recursos materiais para seu perfeito desempenho”.
Toda a atividade de uma organização somente será possível se for abastecida com informações e ma-
teriais. Compras, atualmente, é uma atividade importante no desempenho da produção. De acordo
com Viana (2010), tem a finalidade de suprir a necessidade da organização mediante a aquisição
de materiais e/ou serviços, a partir de solicitações justificadas do usuário. É preocupação desta
atividade a inadequação de especificações, prazos, performance, preços, identificar as melhores condi-
ções comercias e técnicas (POZO, 2010 p.135).
A função compras é um seguimento essencial do Departamento de Material suprimento que tem pôr
finalidade suprir as necessidades de materiais ou serviços, planejá-las quantitativamente e satis-
fazê-las no momento certo com as quantidades corretas, verificar se recebeu efetivamente o
que foi comprado e providenciar andamento. Compra é, portanto, uma operação da área de mate-
riais, muito importante entre as que compõem o processo de suprimentos (DIAS, 1993.p 259).
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Fique Ligado!
O setor de compras é responsável pelo estabelecimento dos fluxos dos materiais na organização, pelo
contato junto ao fornecedor e pela agilização da entrega. Uma compra efetuada de forma errada pre-
judica o desenvolvimento das atividades da organização. Deve-se assim, haver uma integração entre
os setores para que se comprem os produtos adequados e nas quantidades corretas.
Dentro do processo de compras, é preciso estar atento aos prazos de entrega dados aos fornecedores;
caso não sejam cumpridos, podem criar sérias perturbações dentro da organização. Mas o setor de
compras pode reduzir o número de problemas para todos os setores da organização.
Importante!!!
Conforme o inciso XXI do artigo 37 da Constituição Federal, as obras, serviços, compras e alienações
na Administração Pública, serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure
igualdade de condições a todos os concorrentes.
Função compras
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Objetivos da Função de Compras
Esquematizando os estudos
PLANEJAMENTO DE COMPRAS
Planejar e controlar são dois fatores primordiais para uma boa administração, pois se atribui ao setor
de estoque o controle onde seu objetivo é não deixar faltar material, evitando a imobilização dos re-
cursos financeiros. Pozo (2009) apresenta uma lista dos objetivos para um bom planejamento e con-
trole de estoques. São eles:
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• Manter os custos nos níveis mais baixos possíveis, levando em conta os volumes de ven-
das, prazos, recursos e se efeito sobre o custo de venda do produto.
Um bom acompanhamento dos estoques tem uma grande importância para o fluxo de materiais (pro-
dutos), que forneça um bom atendimento ao cliente sem que haja desperdícios de estoques exceden-
tes. É necessário um sistema informatizado que colete os dados dentro da empresa, para que utilizan-
do os mesmos, possa auxiliar nas decisões, abrangendo o nível estratégico até o operacional. Segundo
Dias (1993), “As empresas vem crescendo e se destacando cada vez, mas, principalmente na cadeia de
suprimentos, oferece a possibilidade de redução dos custos unitários de movimentação de produtos
entre empresas.”
PROCESSO DE COMPRAS
Para Cassel e Silva (2009), o processo de compras deve ser capaz de satisfazer as solicitações seguindo
normas e procedimentos da empresa, sendo necessária a interação entre o departamento de Compras
e os públicos internos e externos. A área de Compras deve assegurar a disponibilidade dos materiais
na quantidade, qualidade e prazo certos, além do menor custo possível, sendo as especificações dos
produtos/serviços ditadas pelos requisitantes. Os prazos devem ser acompanhados através do follow
up dos pedidos junto aos fornecedores.
Arnold (1999) apud Cassel e Silva (2009) propõe uma divisão para o procedimento de compras, que
consistem em:
✓ Receber e analisar as requisições de compras: etapa que compreende o recebimento dos do-
cumentos e a montagem do processo de compra;
✓ Solicitar cotações: depois da seleção dos fornecedores, é feita a solicitação de preços para es-
tes fornecedores para a compra.
✓ Determinar o preço certo: etapa que analisa, avalia e negocia as propostas dos fornecedores;
✓ Emitir a ordem de compra: a ordem de compra é emitida e enviada para o fornecedor esco-
lhido para fornecer o material e/ou serviço cotado. Quando o fornecedor aceita a ordem de
compra, está se torna um contrato legal para a entrega das mercadorias;
✓ Receber e aceitar das mercadorias: os materiais recebidos pela área de recebimento são veri-
ficados para se certificar se os itens correspondem às quantidades certas e a qualidade;
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✓ Aprovar da fatura do fornecedor para pagamento: depois de receber o material adquirido, a
nota fiscal é enviada para a área de contas a pagar, para efetivar o pagamento.
Dica do Heron
Não existe consenso entre os doutrinadores sobre as etapas do ciclo de compras
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Centralização das Compras
- Redução dos custos de transporte vez que valor do frete poderá ser “rateado” entre um
maior número de mercadorias;
- Permite melhor controle de suas funções. Lembre-se que estruturas menores são sempre
mais fáceis de gerenciar.
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MENTORIA UFC
Lote econômico é o estabelecimento de valor de uma compra de mercadorias, que seja mais vantajoso
para a empresa compradora, levando em consideração: volume, prazo, custo, despesas de transpor-
te, despesas de armazenagem, despesas de manutenção de estoque etc.
Após a análise dos custos de armazenagem e pedido podemos definir a quantidade mais econômica
de compra para um determinado material/produto/matéria prima.
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➢ Disponibilidade do produto
Onde:
• Cp = custo do pedido
• D = demanda
• Ca = custo de armazenamento ou de manutenção
• j = taxa de juros, por período
• P = preço do item
Gestão de almoxarifado/armazenagem
Almoxarifados
Almoxarifados são locais destinados à guarda e à conservação dos itens de material em estoque
de uma determinada organização. É essencial que a gestão dos almoxarifados seja eficiente, vi-
sando minimizar os custos de armazenamento de estoques, bem como maximizando a qualida-
de de atendimento aos seus clientes internos à empresa.
Almoxarifado é o local que guarda fielmente os materiais confiados da empresa, objetivando a preser-
vação e integridade dos mesmos.
Prova
Almoxarifado e armazenagem são denominações diferentes que exercem a mesma função para
os estoques.
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MENTORIA UFC
Armazenagem
Dica do Heron
Para Dias (1996), a armazenagem de materiais não agrega valor ao produto, pelo contrário até eleva
seu custo, porém, se utilizada de forma adequada, ela pode se constituir em uma importante vanta-
gem competitiva.
Pode-se definir armazenagem como sendo o conjunto de atividades realizadas em um espaço utiliza-
do para a guarda provisória e futura distribuição de materiais como ocorre em centros de distribuição
e armazéns; com relevância principal para dois fatores que são as características dos produtos a serem
armazenados (tipo, tamanho, frequência de movimentação) e as características da construção e a for-
ma com se quer utilizar o espaço do armazém (tamanho, possibilidade de verticalização, segurança
dos materiais).
Funções Básicas:
O sistema de armazenagem pode ser separado em duas importantes funções: manutenção de arma-
zém (armazenagem) e manuseio de materiais. Este último refere-se àquelas atividades de recebi-
mento e expedição, movimentação, e separação do pedido, Ballou (2002).
A mercadoria chega do fornecedor e percorre a etapa de recebimento; esta será armazenada para
futura expedição; quando direcionada à armazenagem, a mercadoria é movimentada até a sua área
destinada no estoque, até o momento em que for solicitada em um dado pedido; para posterior sepa-
ração e encaminhamento para a expedição, a fim de ser transportada até o cliente. Será detalhada a
seguir cada etapa realizada no armazém.
Objetivos da armazenagem:
• maximizar a utilização dos espaços, ou, conforme Viana (2000), utilizar o espaço nas três
dimensões, da maneira mais eficiente possível;
• prover proteção aos itens estocados, de forma que sua manipulação não incorra em da-
nos;
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MENTORIA UFC
• prover um ambiente cujas características não afetem a qualidade e a integridade dos itens
estocados;
• apresentar um arranjo físico que possibilite o uso eficiente de mão de obra e de equipa-
mentos.
Para Viana (2002), alguns cuidados essenciais para a armazenagem devem ser observados:
✓ Definição de uma política de preservação, com embalagens plenamente convenientes aos ma-
teriais;
➢ Boa organização
O ideal para as empresas seria estocar a menor quantidade possível de materiais dentro dos almoxari-
fados, mas dependendo do segmento no mercado é preciso ter uma variedade de estoque e os crité-
rios para que se possa armazenar de forma eficiente devem ser seguidos e acompanhados constante-
mente.
Alguns requisitos são adotados de acordo com as características dos materiais que serão armazena-
dos. Segundo Viana (2002, p. 313) a armazenagem pode ser simples ou complexa. Dependendo de
algumas características intrínsecas dos materiais, a armazenagem torna-se complexa em virtude de:
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MENTORIA UFC
✓ Fragilidade;
✓ Combustilidade;
✓ Volatização;
✓ Oxidação;
✓ Explosividade;
✓ Intoxicação;
✓ Radiação;
✓ Corrosão;
✓ Inflamabilidade;
✓ Volume;
✓ Peso;
✓ Forma
Para Viana (2002, p.313) materiais sujeitos à armazenagem complexa demandam, entre outras, as se-
guintes necessidades básicas:
❖ Preservação especial;
Além destes fatores os armazéns devem ser organizados de forma a evitar acidente de trabalho, aces-
so total aos produtos estocados e que os materiais não corram risco de serem avariados por falta de
recursos e organização do espaço utilizado.
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MENTORIA UFC
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MENTORIA UFC
Recebimento de materiais
MOVIMENTAÇÃO DE MATERIAIS
Segundo Dias (2012) para as organizações o estoque parado gera custo adicional e a sua movimenta-
ção é feita quando há necessidade de consumi-lo. Para que a matéria-prima possa transformar-se,
pelo menos um dos três elementos básicos da produção, o homem, a máquina ou o material, deve
movimentar-se.
O estoque em geral deve ser movimentado constantemente, a movimentação física pode ocorrer no
recebimento, na armazenagem e na expedição, segundo Dias (2012, p. 212) podendo ser feita com os
seguintes equipamentos:
✓ Guindastes, talhas e elevadores: Guindastes fixos e móveis, pontes rolantes, talhas, guinchos,
monovias, elevadores.
✓ Veículos Industriais: Carrinhos de todos os tipos, tratores, trailers e veículos especiais para
transporte a granel
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MENTORIA UFC
✓ Contêineres e estrutura de suporte: Vasos, tanques, suportes, e plataformas.
EQUIPAMENTOS
Existem disponíveis no mercado vários equipamentos que auxiliam na armazenagem. Serão citados os
que são essenciais para uso em um almoxarifado de embalagens, tais como, empilhadeira, paletes e
estruturas metálicas.
Muito Importante!
Embalagens de proteção
• Embalagem primária: é aquela que possui contato direto com o material. Por exemplo, a
caixa de tetrapak que reveste um litro de leite é um exemplo de embalagem primária.
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MENTORIA UFC
• Embalagem secundária: atua como proteção e acondicionamento racional das embala-
gens primárias. Uma caixa de papelão que contenha oito litros de leite é uma embalagem
secundária.
Para Viana (2002), o significado de LAYOUT explica-se por intermédio das palavras desenho, plano,
esquema, ou seja, é o modo pelo qual, ao se inserirem figuras e ilustrações, tem-se o aparecimento de
uma planta. O autor afirma ainda que o LAYOUT é uma maquete no papel. Logo, o LAYOUT iniciado
com a aplicabilidade da elaboração de um projeto, sendo finalizado por sua concretização.
Já Dias (1993) aponta que a primeira necessidade conhecida do LAYOUT ocorre quando da implanta-
ção de um depósito; está presente desde a fase inicial do projeto até a etapa da operacionalização,
influenciando na escolha do local, projeto de construção, localização de equipamentos, bem como
estações de trabalho, seleção dos equipamentos de transporte e movimentação de materiais, estoca-
gem, expedição e mais dezenas de detalhes.
Dica do Heron
Sem um bom planejamento de layout, pode-se gerar má administração dos almoxarifados, gerando
custos e despesas desnecessárias, como aumento não mão-de-obra, tempo para carregamento ou
descarregamento de mercadorias.
Para Moura (1997) o layout e a movimentação estão ligados de tal maneira que é difícil determinar,
muitas vezes, as áreas de influência de um sobre o outro. Na verdade, movimentação de materiais é
uma consequência do layout. Um layout bem planejado e estruturado proporciona uma movimenta-
ção adequada de equipamentos, material e pessoas.
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MENTORIA UFC
Alguns aspectos devem ser considerados e aplicados para que um planejamento de layout não seja
comprometido. De acordo com Viana (2002, p. 310-311), os aspectos do layout a serem verificados
são os seguintes:
➢ Itens de estoque: As mercadorias de maior saída do depósito devem ser armazenadas nas
imediações da saída ou expedição, a fim de facilitar o manuseio.
➢ Portas de Acesso: As portas de acesso ao depósito devem permitir a passagem dos equipa-
mentos de manuseio e movimentação dos materiais. Tanto na sua altura como a largura deve
ser devidamente dimensionada. O local de expedição ou de embarque de mercadorias deve ser
projetado para facilitar as operações de manuseio, carga e descarga.
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MENTORIA UFC
Logística – Gerenciamento da Cadeia de Suprimento
Conceito de Logística
A palavra logística é de origem francesa “logistique”, do verbo grego loger, que significa alojar.
O termo é de origem militar e significa a arte de transportar, abastecer e alojar tropas. Com o passar
do tempo, o significado foi se tornando mais amplo, passando a abranger outras áreas como a gerên-
cia de estoques, armazenagem e movimentação. (JOURNET, 1998 apud GELOG).
Para Novaes (1989), a logística é a ciência que tem por objetivo procurar resolver problemas de
suprimentos de insumos ao setor produtivo (fontes de suprimento, políticas de estocagem,
meios de transportes utilizados, etc), problemas de distribuição de produtos acabados e semia-
cabados (armazenagem, processamento de pedidos, transferência, distribuição, etc) e outros
problemas logísticos gerais tais como os de localização de instalações de armazéns, processa-
mento de informações, etc. Tudo isso procurando englobar tanto restrições de ordem espacial (des-
locamento de produtos, dos pontos de produção aos centros de consumo) quanto de ordem temporal
(exigência de rígidos prazos de entrega, de níveis de confiabilidade operacional, etc).
Novaes (1989) afirma que o foco da logística está em conseguir soluções econômicas em que a
preocupação com custos ocupa papel de destaque, embora não seja o único critério a ser consi-
derado.
Daskin (1995), define a logística como sendo o planejamento e a operação de sistemas físicos (veícu-
los, armazéns, redes de transporte, etc), informacionais e gerenciais (processamento de dados, telein-
formática, processos de controle gerenciais, etc) necessários para que insumos e produtos vençam
condicionantes físicas e temporais de forma econômica.
Para Bowersox e Closs (1996), a logística é definida como o processo de gerir estrategicamente a aqui-
sição, movimentação e estocagem de materiais, parte de produtos acabados (com os correspondentes
fluxos de informações) através da organização e dos seus canais de marketing, para satisfazer as or-
dens da forma mais efetiva em custos.
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MENTORIA UFC
Dicas de concursos
O raio de atuação da logística estende-se por toda a organização, do gerenciamento de matérias-
primas até a entrega do produto final.
Para Ballou (1995), a distribuição física de produtos é o ramo da logística empresarial que trata da mo-
vimentação e estocagem processamento de pedidos dos produtos finais da firma, preocupando-se
principalmente com bens acabados ou semiacabados, ou seja, com mercadorias que a companhia ofe-
rece para vender e que não planeja executar processamentos posteriores.
O objetivo geral da distribuição, segundo Novaes (2001), é o de levar os produtos certos, para
lugares certos, no momento certo e com o nível de serviço desejado, pelo menor custo possível.
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MENTORIA UFC
Higginson (1993) também aborda este conceito e afirma que o objetivo geral de um sistema de distri-
buição é atingir níveis aceitáveis de serviço ao cliente e custo total.
Segundo Melo (2000), o processo de distribuição física, de modo geral, é realizado considerando
as seguintes questões:
• Nível de Serviço;
• Armazéns e depósitos;
• Sistemas de Expedição;
• Embalagem;
• Controle de Estoques;
• Ciclo do pedido.
CUSTOS LOGÍSTICOS
Os custos logísticos são um fator-chave para estimular o comércio. O comércio entre países e entre
regiões de um mesmo país é frequentemente determinado pelo fato de que diferenças nos custos de
produção podem mais do que compensar os custos logísticos necessários para o transporte entre es-
sas regiões (ROSA, 2007).
❖ Custos Diretos - aqueles que podem ser diretamente apropriados a cada tipo de objeto, no
momento de sua ocorrência, tal como os custos de transportes de processo de entrega, para
determinado cliente.
❖ Custos Indiretos - são os que não podem apropriar diretamente a cada tipo de objeto no mo-
mento de sua ocorrência, tal como os custos com a tecnologia de informação utilizada em um
processo logístico que atenda diversos clientes.
Segundo Martins (2008), alguns custos de natureza predominantemente direta podem ser tratados
como Custos Indiretos considerando a irrelevância, dificuldades de medição ou até mesmo no interes-
se da empresa em ser mais ou menos rigorosa em suas informações.
➢ Custos Fixos – são aqueles cujo montante independe do volume, dentro de determinado limite
de produção em determinado período. Os gastos podem variar nos diversos períodos, mas são
constantes em relação ao comportamento da produção. Brito Jr (2004) acrescenta que na logís-
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MENTORIA UFC
tica, podem ser citados os custos com armazenagem própria, contemplando a depreciação dos
ativos logísticos, os gastos com a mão de obra mensalista e outros gastos gerais.
➢ Custos Variáveis - são aqueles cujo montante varia acompanhando o volume de atividade,
dentro de certo período. Brito Jr (2004) salienta que conhecer os custos variáveis auxilia em
muitas decisões de curto prazo, tal como o ajuste do composto de produtos em face das condi-
ções operacionais e de mercado existentes.
Muitas pessoas usam de forma equivocada o termo como um substituto ou sinônimo para Lo-
gística. O conceito de Supply Chain Management surgiu como uma evolução natural do conceito de
Logística. Enquanto a Logística representa uma integração interna de atividades, o Supply Chain
Management representa sua integração externa, pois estende a coordenação dos fluxos de ma-
teriais e informações aos fornecedores e seus clientes finais, modificando comportamentos e tra-
zendo uma integração nunca vista.
ATENÇÃO!!!!!
Nas palavras de Ballou (2006) o conceito de gerenciamento da cadeia de abastecimento começou a
ser difundido há pouco tempo, fazendo referência à ideia de integração logística. O gerenciamento da
cadeia de abastecimento busca evidenciar as influências mútuas da área de logística que ocorrem en-
tre os setores de marketing, logística e produção dentro de uma empresa.
Segundo Pires (2004, p. 58), (...) a gestão da cadeia de suprimento integra todos os processos de ne-
gócios desde o usuário final até os fornecedores originais que providenciam produtos, serviços e in-
formações que adicionam valor para os clientes, ou seja, a cadeia pode considerada multifuncional,
pois abrange interesses de diversas áreas.
Assim, de acordo com o International Center for Competitive Excellence – University of North Caroline,
1994, SCM é a integração dos processos de negócios do usuário final através de fornecedores (origi-
nais) que fornecem produtos, serviços e informações e agregam valor para os consumidores. Um nú-
mero de importantes diferenças existe entre esta definição de SCM e a definição de Logística do CLM
(Council of Logistic Management) – “Logística é o processo da cadeia de abastecimento que planeja,
implementa e controla o fluxo de bens e serviços e as informações relativas, o ponto de origem ao
ponto, de consumo de maneira eficiente e eficaz, buscando a satisfação das necessidades do cliente”.
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MENTORIA UFC
Pode-se afirmar que o SCM é uma abordagem sistêmica, altamente interativa e complexa, reque-
rendo a consideração simultânea de muitos trade-offs (representa uma troca compensatória en-
tre alguns parâmetros como custos, tempo, etc) pois ele expande as fronteiras organizacionais e
deve assim considerar, trade-offs dentro e entre as organizações no que diz respeito por exemplo a
estoques: aonde inventários devem ser mantidos e onde atividades diversas devem ser desenvolvidas
dentro da cadeia de suprimentos.
A natureza dinâmica do meio ambiente de negócios requer gerenciamento para avaliar e monitorar a
performance da cadeia de suprimentos regular e frequentemente. Quando as metas de performances
não são alcançadas, o gerenciamento deve avaliar alternativas, possíveis para a cadeia de suprimentos.
Sistemas de transporte;
Os Transportes no Brasil reúnem os mais diversos tipos de meios de transportes, ou seja, os terres-
tres, aquáticos, dutoviários e aéreos. Entretanto, o transporte mais utilizado no país, seja para o trans-
porte de carga ou de pessoas, é, sem dúvida, o transporte terrestre rodoviário, realizado pelas estradas
e rodovias, por veículos como carro, ônibus, caminhão, dentre outros.
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MENTORIA UFC
Seleção da Modalidade de Transporte
✓ Multimodal: envolve mais de uma modalidade, porém, regido por um único contrato;
✓ Sucessivos: quando a mercadoria, para alcançar o destino final, necessita ser transbordada para
prosseguimento em veículo da mesma modalidade de transporte (regido por um único contra-
to).
Os Modais de Transporte
Mas, qual o melhor modal? Transporte rodoviário, aéreo, marítimo, ferroviário? Para cada rota há uma
possibilidade de escolha, que deve ser feita mediante uma análise profunda de custos, muito além de
uma simples análise do custo baseada em peso por quilometragem (Kg/Km). Para cada ligação no ca-
nal logístico, cada modo apresenta vantagens particulares.
✓ A diferença entre o preço de venda do produto na origem e no local de consumo, fator este
conhecido.
✓ O custo de transporte entre o centro de produção do produto e o local de consumo, fator que
para ser calculado depende de dois aspectos:
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MENTORIA UFC
Características das modalidades de transporte: condições da infraestrutura da malha de transportes,
condições de operação, tempo de viagem, custo e frete, mão de obra envolvida e outros.
✓ Tempo: cada modalidade apresenta um tempo diferente em função de suas próprias caracte-
rísticas
✓ Custo: cada modalidade tem seu componente de custos, que determina o valor do frete.
✓ Manuseio: cada modalidade está sujeita a determinadas operações de carga e descarga, nas
quais a embalagem permite facilitar o manuseio, reduzir perdas e racionalizar custos.
✓ Rotas de viagem: cada modalidade envolve maior ou menor número de viagens, podendo a
empresa adotar o transporte intermodal sempre que o custos do transporte possam ser racio-
nalizados.
✓ Rodoviário
✓ Dutoviário
✓ Hidroviário ou Aquaviário
✓ Aeroviário
✓ Ferroviário
Transporte Rodoviário
O transporte rodoviário apresenta baixo custo inicial de implantação, exigindo apenas a construção do
leito, uma vez que os veículos pertencem a terceiros. Trata-se do sistema de transporte mais utiliza-
do no país, apesar de registrar elevado custo operacional e excessivo consumo de óleo diesel. Possui
grande flexibilidade operacional, permitindo acessos a pontos isolados. Apresenta grande competitivi-
dade para o transporte de cargas dispersas, isto é, não concentradas na origem ou no destino e o de
curtas distâncias, onde seu maior custo operacional é compensado pela eliminação de transbordos. O
transporte rodoviário na América do Sul é regido pelo Convênio sobre Transporte Internacional Ter-
restre entre Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai, Uruguai e Peru, firmado em Santiago do Chile,
1989. Esse convênio regulamenta os direitos e obrigações no tráfego regular de caminhões em via-
gens entre os países consignatários (MDCI 2002). No Brasil algumas rodovias ainda apresentam estado
de conservação ruim, aumentando os custos com manutenção dos veículos. Além disso, a frota é anti-
ga e sujeita a roubo de cargas.
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MENTORIA UFC
Vantagens
✓ Adequado para custas e médias distâncias;
✓ Simplicidade no atendimento das demandas e agilidade no acesso as cargas;
✓ Menor manuseio da carga e menor exigência de embalagem;
✓ O desembaraço na alfândega pode ser feito pela própria empresa transportadora.
Desvantagens
✓ Custo de fretes mais elevados em alguns casos;
✓ Menor capacidade de carga entre todos os outros modais;
✓ Menos competitivo para longas distâncias.
✓ Com relação à segurança no transporte rodoviário de cargas, tecnologias com rastreamento de
veículos por satélite, bloqueio remoto de combustível, entre outras tecnologias, estão sendo
utilizadas por empresas do setor de transporte, visando reduzir os riscos de transporte. Ocorre
que essas tecnologias possuem elevados custos de aquisição, de maneira que grande parte da
frota rodoviária de carga encontra-se à margem dessas inovações.
Transporte Ferroviário
O transporte ferroviário possui um custo de implantação elevado, não apenas pela exigência de
leitos mais elaborados, como também pela aquisição simultânea do material rodante, constituí-
do de locomotivas e vagões. Apresenta baixo custo operacional e pequeno consumo de óleo diesel,
em relação ao transporte rodoviário.
Não apresenta grande flexibilidade, operando através de pontos fixos, caracterizados por estações e
pátios de carga, sendo muito competitivo no transporte de cargas com origem e destinos fixos e para
longas distâncias, onde os transbordos realizados na origem e no destino são compensados pelo me-
nor custo do transporte.
O transporte ferroviário na América do Sul também é regido pelo Convênio sobre Transporte Interna-
cional. O transporte ferroviário é adequado para o transporte de mercadorias agrícolas, derivados de
petróleo, minérios de ferro, produtos siderúrgicos, fertilizantes, entre outros.
Vantagens
✓ Adequados para longas distâncias e grandes quantidades de carga
✓ Menor custo transporte.
Desvantagens
✓ Diferença na largura das bitolas;
✓ Menor flexibilidade no trajeto;
✓ Necessidade maior de transbordo.
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MENTORIA UFC
Transporte Dutoviário
O transporte dutoviário é feito através de tubos (dutos), baseando se na diferença de pressão. Sua
utilização privilegia materiais fluidos, tal como gases, líquidos e sólidos granulares. O sistema apresen-
ta elevado custo de implantação e baixo custo operacional.
Possui pequena flexibilidade, operando apenas entre pontos fixos, que são as estações de bombea-
mento e recalque. No entanto, o transporte dutoviário registra muita competitividade para o transpor-
te em alta velocidade de grandes quantidades de fluidos.
Vantagens
✓ Alta confiabilidade, pois possui poucas interrupções;
✓ Pouco influenciado por fatores metrológicos.
Desvantagens
✓ Número limitado de serviço e capacidade.
Vantagens
Desvantagens
Transporte Aeroviário
O transporte aeroviário apresenta baixo custo de instalação e elevado custo operacional. Regis-
tra grande flexibilidade e permite o acesso a pontos isolados do país, com alta velocidade operacional.
É o meio ideal para o transporte de mercadorias de grande valor e de materiais perecíveis em situa-
ções excepcionais.
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MENTORIA UFC
Algumas dessas situações são catástrofes, guerras e epidemias. Devido a seu elevado custo operacio-
nal, o transporte aéreo não é apresentado como alternativa, limitando-se sua utilização a casos especí-
ficos. É o transporte adequado para mercadorias de alto valor agregado, pequenos volumes ou com
urgência na entrega.
Vantagens
✓ É o transporte mais rápido
✓ Não necessita embalagem mais reforçada (manuseio mais cuidadoso)
✓ Os aeroportos normalmente estão localizados mais próximos dos centros de produção
Desvantagens
✓ Menor capacidade de carga
✓ Valor do frete mais elevado que os outros modais
No estudo da logística, trade offs são as trocas compensatórias que ocorrem durante a análise
dos custos. Para ROSA (2007), o termo corresponde em abrir mão de algum bem ou serviço dis-
tinto para obter outro bem ou serviço distinto, refere-se a perder uma qualidade de algo, mas
em troca ganha-se outra qualidade.
A análise logística deve encontrar o trade off ótimo entre custos de armazenagem e distribuição (BRI-
TO JR, 2004). Os processos que compõem o fluxo do produto, não devem atuar de forma isolada, visto
que a busca de minimização (ou otimização) dos custos acumulados ao longo de um processo pode
acarretar em elevação compensatória dos custos em outro (FARIA, 2003).
Gestão Patrimonial
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MENTORIA UFC
Para Silva (2011, p.122), o patrimônio, “visto como objeto da gestão patrimonial desempenhada pelos
órgãos da administração é o conjunto de bens, valores, créditos e obrigações de conteúdo econômico
avaliável em moeda que a Fazenda Pública possui e utiliza na execução de suas obrigações”.
Ativo Imobilizado
O Ativo Imobilizado, de acordo com o MCASP “é o item tangível que é mantido para o uso na
produção ou fornecimento de bens ou serviços, ou para fins administrativos, inclusive os decor-
rentes de operações que transfiram para a entidade os benefícios, riscos e controle desses bens.”
A NBC TSP 17 o define como “item tangível que: (a) é mantido para o uso na produção ou fornecimen-
to de mercadorias ou serviços, para aluguel a terceiros, ou para fins administrativos; e (b) se espera
utilizar por mais de um período.” E ainda, conceitua:
➢ Valor contábil (para o propósito desta Norma) é o valor pelo qual um ativo é contabilizado
após a dedução de qualquer depreciação acumulada e das perdas acumuladas por redução ao
valor recuperável.
➢ Valor depreciável é o custo de um ativo, ou outra base que substitua seu custo nas demons-
trações contábeis, menos seu valor residual.
➢ Depreciação é a alocação sistemática do valor depreciável de ativos durante sua vida útil.
➢ Valor específico da entidade (valor em uso) é o valor presente dos fluxos de caixa que a en-
tidade espera (i) obter com o uso contínuo de um ativo e com a alienação ao final da sua vida
útil ou (ii) incorrer para a liquidação de um passivo.
➢ Redução ao valor recuperável de ativo gerador de caixa é o valor da perda pelo qual o valor
contábil de um ativo (ou unidade) gerador de caixa excede seu valor recuperável.
➢ Redução ao valor recuperável de ativo não gerador de caixa é o valor da perda pelo qual o
valor contábil de um ativo (ou unidade) não gerador de caixa excede seu montante recuperável
de serviço.
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MENTORIA UFC
➢ Valor recuperável é o maior valor entre o valor justo menos os custos de venda de um ativo e
seu valor em uso.
➢ Valor recuperável de serviços é o maior valor entre o valor justo de um ativo não gerador de
caixa menos os custos de venda e seu valor em uso.
➢ Valor residual de ativo é o valor estimado que a entidade obteria com a venda do ativo, após
deduzir os custos estimados de venda, caso o ativo já tivesse a idade, a condição e o tempo de
uso esperados para o fim de sua vida útil.
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MENTORIA UFC
A compreensão adequada dos preceitos da gestão patrimonial carece da familiarização com uma série
de conceitos que são, a seguir, apresentados:
b) ocioso – quando, embora em perfeitas condições de uso, não estiver sendo aproveitado;
c) recuperável – quando o custo de sua recuperação não ultrapassar cinquenta por cento
de seu valor de mercado;
d) antieconômico – quando sua manutenção for onerosa, ou seu rendimento precário, não
justificando sua utilização;
Incorporação e tombamento
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MENTORIA UFC
[Tombamento] é o ato de inscrever o bem no registro patrimonial, com a concomitante afixação
do respectivo código numérico mediante plaqueta, gravação, etiqueta ou qualquer outro método
adequado às suas características.
Há bens cujas características físicas não comportam a fixação de plaquetas de identificação patrimoni-
al. Como exemplos, podemos citar:
• bens de dimensões reduzidas como, por exemplo, alguns modelos de câmeras fotográfi-
cas digitais;
• obras de arte, com características físicas passíveis de serem danificadas pela aposição da
plaqueta patrimonial;
Inventário
b) inicial – realizado quando da criação de uma unidade gestora, para identificação e regis-
tro dos bens sob sua responsabilidade;
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MENTORIA UFC
d) de extinção ou transformação – realizado quando da extinção ou transformação da
unidade gestora;
De modo geral, a movimentação de bens patrimoniais não pode prescindir de dois documentos:
➢ Termo de Responsabilidade, a ser assinado pelo (novo) responsável pela guarda e conserva-
ção do bem patrimonial; e
➢ Guia de Transferência de Material, usualmente emitida por sistemas informatizados, cujo in-
tuito é formalizar a alteração do órgão/servidor responsável pela carga patrimonial do bem.
Depreciação
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MENTORIA UFC
Baixa patrimonial e alienação
Por sua vez, podemos definir o conceito de baixa de um bem como a sua retirada contábil do acervo
patrimonial de uma organização. Um bem baixado deixa de fazer parte do ativo imobilizado da orga-
nização.
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