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APOSTILA LOGÍSTICA

NOVOTEC – 3ª SÉRIE - FORMATO 01

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
SUMÁRIO
PROCESSOS DE ORGANIZAÇÃO DOS RECURSOS E MATERIAIS
ESTUDOS DA CADEIA DE ABASTECIMENTO
ESTUDOS DA LOGÍSTICA INTERNACIONAL E ECONOMIA
ÉTICA E CIDADANIA ORGANIZACIONAL
ORGANIZAÇÃO DAS AÇÕES DE SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO
ORGANIZAÇÃO DOS RECURSOS HUMANOS
ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURA DE TRANSPORTE
PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO DE CONCLUSÃO
DE CURSO (TCC) EM LOGÍSTICA
PLANEJAMENTO DOS CUSTOS LOGÍSTICOS
PROCESSO DE ORGANIZAÇÃO DA LOIGÍSTICA REVERSA
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO APLICADA À LOGÍSTICA
REFERÊNCIAS.....................................................................................................

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PROCESSOS DE ORGANIZAÇÃO DOS RECURSOS E MATERIAIS

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1. ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS

Uma organização pode ser conceituada como o conjunto de pessoas realizando


determinadas tarefas visando atingir um objetivo comum por meio da eficaz
aplicação dos recursos disponíveis. Como explica Chiavenato (2005), o objetivo
pode ser o lucro ou simplesmente o atendimento de determinadas necessidades
da sociedade (como nas empresas que prestam serviços sociais), sem a
preocupação com o lucro. Mas as empresas sempre existem para produzir algo.
Para produzir algo, as empresas dispõem de recursos. Para Martins (2006),
“recurso é tudo que gera ou tem capacidade de gerar movimento, no sentido
econômico do termo”. Nesse contexto, recurso é o que a organização utiliza para
atingir seus objetivos. A utilização eficiente desses recursos (que são um
conjunto de riquezas) é o que vai delimitar o sucesso ou o fracasso de uma
organização.
O restaurante que você almoça dispõe desses recursos. Seja a comida que você
serve no prato (recursos materiais) ou as instalações, pratos, talheres etc.
(recursos patrimoniais). Tudo isso é recurso capaz de gerar riqueza.
Tradicionalmente, esses recursos eram denominados de fatores de produção:
natureza, capital e trabalho. Você deve se lembrar disso dos tempos de escola.
Mas essa é a visão clássica. Se você parar e pensar bem, as pessoas também
são recursos. Indo mais a fundo, o estoque também são recursos. Atualmente,
de forma macro, as organizações dispõem de cinco tipos de recursos:

Em nosso curso, focaremos nos recursos materiais e patrimoniais.


• RECURSOS MATERIAIS – são ligados aos meios físicos que são utilizados
pela instituição na produção de seu produto final, podendo ser um produto
material ou serviços. Material – Designação genérica de equipamentos,
componentes, sobressalentes, acessórios, veículos em geral, matérias-primas e
outros itens empregados ou passíveis de emprego nas atividades das

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organizações públicas federais, independentemente de qualquer fator, bem
como aquele oriundo de demolição ou desmontagem, aparas,
acondicionamentos, embalagens e resíduos economicamente aproveitáveis (IN
205/1988).
• RECURSOS PATRIMONIAIS – são os meios físicos destinados à manutenção
das atividades de uma organização.
A diferença fundamental entre recursos materiais e recursos patrimoniais é:

Assim, o conceito de administração de materiais e patrimonial vai muito além do


que a simples manutenção de estoques. Vai desde a aquisição (materiais ou
serviços) até a distribuição/entrega ao cliente final, seja um bem tangível ou
intangível (como a prestação de serviços públicos).
Costuma-se dizer que a função da administração de materiais é a maximização
da utilização dos recursos por meio de planejamento, coordenação e controle do
fluxo de materiais/serviços. Durante o processo de produção (bens ou serviços),
haverá necessidade de determinada quantidade de determinados recursos em
determinados locais. Ademais, esses recursos podem ser armazenados,
transportados, selecionados, contados, entre diversas outras tarefas.
A administração de recursos materiais engloba a sequência de
operações que tem início na identificação do fornecedor, na compra
do seu bem, em seu recebimento, transporte interno e
acondicionamento, em seu transporte durante o processo produtivo,
em sua armazenagem como produto acabado e, finalmente em sua
distribuição ao consumidor final (MARTINS; ATL, 2005,).

Portanto, não basta simplesmente a organização ter a seu dispor os recursos. É


necessário que esses estejam disponíveis no momento certo, na quantidade
certa, qualidade desejada, menor curso e no local certo. São características que

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precisam ser simultaneamente satisfeitas. Esses são os cinco pilares da
administração de materiais:
✓ tempo – momento certo;
✓ quantidade – nem falta nem excesso;
✓ qualidade – o item deve ter a qualidade necessária ao processo;
✓ custo – o ideal é sempre o menor custo, entretanto, custo e qualidade estão
diretamente ligados. Se almejarmos diminuir os custos, baixamos a
qualidade. Se quisermos mais qualidade, aumentamos o custo.
✓ localização – no local correto.

1.1 Atividades Básicas da Administração de Material

De acordo com Ballou (1993), que considera que a ARM integra o sistema
logístico da empresa, uma boa administração de materiais significa coordenar a
movimentação de suprimentos com as exigências de operação. Isso significa
aplicar o conceito de custo total às atividades de suprimento de modo a tirar
vantagem da oposição das curvas de custo. Explico.
O objetivo da administração de matérias deve ser prover o material certo, no
local de operação certo, no instante correto e em condição utilizável ao custo
mínimo. Esse é o objetivo principal da administração de materiais. Porém, para

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alcançar esse objetivo primário, a gestão de materiais contém objetivos
secundários, a saber:

Custo nem sempre quer dizer o menor preço. Às vezes, pode ser aquele produto
com maior durabilidade, melhor manuseio, melhor utilização etc. Para quem já
atua no serviço público, isso pode ser facilmente observado quando há o
fornecimento de canetas. Algumas vezes, em vez de receber canetas BIC, que
seriam adquiridas ao valor de R$ 1,50, você vai receber do almoxarifado canetas
de marcas secundárias ao custo de R$ 1,00 cada, que ou falham na hora da
escrita ou então não podem ser utilizadas até o fim, porque deixam de escrever.
A economicidade, nesse caso, não foi observada.
Para cumprir esses objetivos, a administração de materiais divide-se em três
grandes áreas:
• Gestão de Compras: a função de Compras pode ser dividida em compras
no mercado interno e importações. Toda compra envolve fornecedores,
contratos (licitações), tomada de preços, pedido de compras (prazos,
condições de pagamento etc.), transporte e controle no recebimento da
mercadoria. Caso haja importações, os compradores deverão ter
conhecimento das leis e guias de importação, bem como dos processos
envolvendo órgão do governo federal mediador das importações.
• Gestão de Transportes: a função de Transportes envolve do fornecedor
até o espaço físico de estocagem, pode ser feita internamente ou por
terceiros. Caso seja interna, envolve o processo de gerenciamento e
distribuição das cargas. Se externa, envolve a contratação de
transportadoras (rodoviárias, ferroviárias, aéreas ou marítimas).
• Gestão de Estoques: as funções de Armazenagem e Conservação
envolvem todos os processos de recebimento das mercadorias, controle
de qualidade e fechamento contra o pedido de compra, catalogação dos
itens conforme codificação do estoque, armazenagem no local físico
(localização) designado para os itens e contabilização dos itens. As
funções de Manipulação e Controle dos Estoques envolvem todos os
processos de requisição e devolução de itens para a fabricação, o
consumo ou a revenda. Cada um desses processos é composto por
subprocessos legais. Caso a retirada de itens seja para venda e entrega

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para um cliente, um processo de emissão de notas fiscais para circulação
de mercadorias (pode ser o faturamento direto) deve ser incluído para
essa função.
Permitam-me, rapidamente, trazer o texto de Dias (2010). O autor diz que a
Administração de Materiais poderia incluir a maioria ou a totalidade das
atividades realizadas dos seguintes departamentos:
➢ compras;
➢ programação de entregas para a fábrica;
➢ transportes;
➢ controle de estoque de matérias-primas;
➢ controle de estoque de componentes;
➢ armazenagem de matérias-primas;
➢ armazenagem de componentes;
➢ previsão de necessidades de materiais;
➢ controle de estoque nos centros de distribuição;
➢ processamento de pedidos de clientes;
➢ administração dos centros de distribuição;
➢ planejamento dos centros de distribuição;
➢ planejamento de atendimento aos clientes.

Segundo Chiavenato (2005), a ARM:


[...] envolve a totalidade dos fluxos de materiais da empresa, desde
a programação de materiais, compras, recepção, armazenamento
no almoxarifado, movimentação de matérias, transporte interno e
armazenamento no depósito de produtos acabados.

Isso visa garantir a existência contínua de um estoque, organizado, de modo a


nunca faltar nenhum dos itens que o compõem, sem tornar excessivo o
investimento total. O autor também diz que os principais desafios da
administração de materiais é o armazenamento e a logística para distribuição
desses.

Exemplo: a área de vendas enseja ter um estoque máximo, a fim de atender a seus
clientes, porém, sob o enfoque financeiro, estoque máximo é custo. É aí que entra

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a administração de materiais. A ARM visa minimizar o conflito (ou gerenciar
conflitos internos) existente entre as áreas-fim e as áreas-meio de uma
organização, como a área de compras e a área financeira.

Podemos afirmar que esse gerenciamento de conflito consiste em determinar


qual a quantidade ideal de material em estoque que permite satisfazer uma
demanda em determinado momento.
Quer dizer então que a área de administração de materiais atua como
conciliadora de interesses conflitantes entre as áreas de vendas e de
administração financeira?

Exatamente!

Essa atuação da Administração de Materiais, segundo Martins (2005), engloba


a sequência de operações que tem seu início na identificação do fornecedor, na
compra do bem, no transporte do bem do fornecedor à empresa, em seu
recebimento, em sua movimentação interna e armazenagem, em seu transporte
durante o processo produtivo, em sua armazenagem como produto acabado e,
finalmente, em sua distribuição ao consumidor final, ou seja, todas as etapas
compreendem o agrupamento de materiais de várias origens e a coordenação
dessa atividade com a demanda de produtos ou serviços da empresa. A essa
movimentação se dá o nome de fluxo de materiais.

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Infere-se desse contexto que há dois fluxos permanentes. Um de informações e
outro de materiais:

Isso seria o gerenciamento integrado da cadeia de suprimentos. Martins (2009)


o define como um enfoque integrado com foco nos processos, objetivando
produzir e entregar produtos e serviços aos clientes. Essa cadeia de suprimentos
integrada contempla subfornecedores, fornecedores, operações internas de
transformações, estocagens e distribuição, cobrindo também o gerenciamento
do fluxo de materiais, informações e fundos. Segundo Razzolini Filho (2012), a
área de administração de materiais pode ser sintetizada da seguinte forma:
• subsistema de normalização, que inclui a normalização, a padronização
e a classificação de materiais;
• subsistema de controle, que inclui a gestão e a valoração de estoques;
• subsistema de aquisição, que inclui a aquisição e a alienação de
materiais; e
• subsistema de armazenamento, que inclui o armazenamento
propriamente dito; o recebimento, a inspeção e o controle de qualidade; e
a movimentação e o transporte.

E o que isso tudo quer dizer que dentro de um processo de produção, a


administração de materiais precisa coordenar:
a) quantidade: deve sempre manter uma quantidade mínima para suprir a
demanda;

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b) tempo: o material deve estar disponível sempre que for necessário;
c) localização: o material deve estar no local certo, no tempo certo e na
quantidade certa.
Por isso, a localização deve ser próxima de seu local de uso. Essa coordenação
de forma eficiente avoca diversas vantagens para a empresa. Ammer (1979)
apresenta nove principais benefícios:
1) Preço Baixo – reduzir o preço de compra implica aumentar os lucros, se
mantida a mesma qualidade.
2) Alto Giro de Estoques – implica melhor utilização do capital, aumentando o
retorno sobre os investimentos e reduzindo o valor do capital de giro.
3) Baixo Custo de Aquisição e Posse – depende fundamentalmente da eficácia
das áreas de Controle de Estoques, Armazenamento e Compras.
4) Continuidade de Fornecimento – é resultado de uma análise criteriosa
quando da escolha dos fornecedores. Os custos de produção, expedição e
transportes são afetados diretamente por este item.
5) Consistência de Qualidade – a área de materiais é responsável apenas pela
qualidade de materiais e serviços provenientes de fornecedores externos. Em
algumas empresas a qualidade dos produtos e/ou serviços constituem-se no
único objetivo da Gerência de Materiais.
6) Despesas com Pessoal – obtenção de melhores resultados com a mesma
despesa ou, mesmo resultado com menor despesa – em ambos os casos o
objetivo é obter maior lucro final. Às vezes, compensa investir mais em pessoal,
porque se pode alcançar com isso outros objetivos, propiciando maior benefício
com relação aos custos.
7) Relações Favoráveis com Fornecedores – a posição de uma empresa no
mundo dos negócios é, em alto grau, determinada pela maneira como negocia
com seus fornecedores.
8) Aperfeiçoamento de Pessoal – toda unidade deve estar interessada em
aumentar a aptidão de seu pessoal.
9) Bons Registros – são considerados como o objetivo primário, pois
contribuem para o papel da Administração de Material, na sobrevivência e nos
lucros da empresa, de forma indireta.

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Tem mais uma coisa que devo registrar. Segundo Viana (2102), existem seis
tipos de procedimentos fundamentais na ARM:
1) Cadastramento – visa cadastrar os materiais necessários à manutenção e ao
desenvolvimento da empresa. Implica o reconhecimento perfeito de sua
classificação, estabelecimento de codificação e determinação da especificação,
objetivando a emissão de catálogo para utilização dos envolvidos nos
procedimentos de Administração de Materiais.
2) Gestão – visa ao gerenciamento dos estoques por meio de técnicas que
permitam manter o equilíbrio com o consumo, definindo parâmetros e níveis de
ressuprimento e acompanhando sua evolução.
3) Compras – tem por finalidade suprir as necessidades da empresa mediante
a aquisição de materiais e/ou serviços, provenientes das solicitações dos
usuários, objetivando identificar no mercado as melhores condições comerciais
e técnicas.
4) Recebimento – visa garantir o rápido desembaraço dos materiais adquiridos
pela empresa, zelando para que as entradas reflitam a quantidade estabelecida,
na época certa, ao preço contratado e na qualidade especificada nas
encomendas.
5) Almoxarifado – visa garantir a fiel guarda dos materiais confiados pela
empresa, objetivando sua preservação e integridade até o consumo final.
6) Inventário Físico – visa ao estabelecimento de auditoria permanente de
estoques em poder do Almoxarifado, objetivando garantir a plena confiabilidade
e exatidão de registros contábeis e físicos.

1.2 SUBSISTEMAS DA ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS


Para Dias (1993), a Administração de Materiais é um sistema integrado em que
diversos subsistemas próprios interagem para constituir um todo organizado.
Destina-se a dotar a administração dos meios necessários ao suprimento de
materiais imprescindíveis ao funcionamento da organização, no tempo oportuno,
na quantidade necessária, na qualidade requerida e pelo menor custo.
Recorrendo novamente a Chiavenato (2005), sistema é um conjunto de partes
inter-relacionadas que existe para atingir um determinado objetivo. Para o autor,
existem dois tipos de sistemas:

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1) Sistema Fechado: funciona dentro de relações predeterminadas de entradas
e saídas (causa e efeito ou estímulo e reação) e mantém um intercâmbio
predeterminado com o ambiente externo. Exemplo: é o caso das máquinas e
dos equipamentos: um volume de entradas de matérias-primas produz uma
quantidade de saída de produtos acabados. Por isso, os sistemas fechados
são também chamados sistemas mecânicos ou determinísticos, pois suas
relações de entradas/saídas podem ser equacionadas matematicamente. Outro
aspecto muito conhecido desses sistemas é que eles alcançam os seus objetivos
de uma única e exclusiva maneira.
2) Sistema Aberto: são muito mais complicados. Eles funcionam dentro de
relações de entradas e saídas desconhecidas e indeterminadas e mantêm um
intercâmbio intenso, complexo e indeterminado com o ambiente externo. Os
sistemas abertos têm uma infinidade de entradas e de saídas que não são bem
conhecidas e determinadas, o que provoca a complexidade e a dificuldade de
mapear o sistema. Por isso, os sistemas abertos são também chamados
sistemas orgânicos ou probabilísticos, pois suas relações de entradas e saídas
estão sujeitas à probabilidade, e não à certeza. Todos os sistemas vivos (os
seres humanos, os organismos vivos, as empresas, as organizações sociais etc.)
são sistemas abertos. Outro importante aspecto dos sistemas vivos é que eles
podem alcançar seus objetivos por diferentes maneiras.

Todo sistema apresenta os seguintes componentes: entradas, processador,


saídas e retroação.
• Entradas (inputs): tudo que ingressa no sistema e provém do meio
ambiente.
• Processador (throughput): é a transformação que o sistema realiza sobre
as entradas.
• Saídas (outputs): são os resultados ou produtos do sistema que são
colocados no ambiente.
• Retroação (feedback): é a influência das saídas do sistema sobre as suas
entradas, no sentido de ajustá-las ou regulá-las ao funcionamento do
sistema. A retroação ou realimentação é um mecanismo de equilíbrio do
sistema para que ele possa funcionar dentro de certos limites. Assim,
existem dois tipos de retroação: a positiva e a negativa. A retroação positiva

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acelera ou aumenta as entradas para equilibrá-las com as saídas, quando
essas são maiores. A retroação negativa retarda ou diminui as entradas para
equilibrá-las com as saídas, quando essas são menores. A representação
gráfica desse ciclo é a seguinte:

Podemos estabelecer como subfunções típicas da Administração de Materiais,


além de outras mais específicas de organizações mais complexas.

De acordo com Martins (2006), os subsistemas da administração de materiais,


integrados de forma sistêmica, representam uma boa administração de material.
Vamos ver a descrição de cada um desses subsistemas:
a. controle de estoque – subsistema responsável pela gestão econômica dos
estoques, por meio do planejamento e da programação de material,
compreendendo a análise, a previsão, o controle e o ressuprimento de
material. Os estoques podem ser de: matéria-prima, produtos em fabricação
e produtos acabados. O setor de controle de estoque acompanha e controla
o nível de estoque e o investimento financeiro envolvido.
b. classificação de material – é um subsistema responsável pela identificação
(especificação), classificação, codificação, cadastramento e catalogação de
material.
c. aquisição/compra de material – subsistema responsável pela gestão,
negociação e contratação de compras de material por meio de processo de
licitação. O setor de compras se preocupa sobremaneira com o estoque de
matéria- -prima. É responsabilidade da área de compras assegurar que as
matérias-primas exigidas pela produção estejam à disposição nas
quantidades certas e nos períodos desejados.
d. armazenagem/almoxarifado – subsistema responsável pela gestão física
dos estoques, compreendendo as atividades de guarda, preservação,

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embalagem, recepção e expedição de material, segundo determinadas
normas e métodos de armazenamento.
e. movimentação de material – subsistema encarregado do controle e da
normalização das transações de recebimento, fornecimento, devoluções,
transferências de materiais e quaisquer outros tipos de movimentações de
entrada e saída de material.
f) inspeção de recebimento – subsistema responsável pela verificação física
e documental do recebimento de material, podendo ainda encarregar-se da
verificação dos atributos qualitativos pelas normas de controle de qualidade.
g) cadastro – subsistema encarregado do cadastramento de fornecedores,
pesquisa de mercado e compras.
Ainda, o autor elenca três outros subsistemas específicos:
1. inspeção de suprimentos – subsistema de apoio responsável pela
verificação da aplicação das normas e dos procedimentos estabelecidos
para o funcionamento da Administração de Materiais em toda a organização,
analisando os desvios da política de suprimento traçada pela administração
e proporcionando soluções.
2. padronização e normalização – subsistema de apoio ao qual cabe a
obtenção de menor número de variedades existentes de determinado tipo de
material, por meio de unificação e especificação deles, propondo medidas
de redução de estoques.
3. transporte de material – subsistema de apoio que se responsabiliza pela
política e pela execução do transporte, movimentação e distribuição de
material.

1.3 CLASSIFICAÇÃO DE MATERIAIS

A classificação dos itens de material é um procedimento necessário a fim de


racionalizar o controle de materiais em estoque. Trata-se de um processo de
aglutinação de materiais por características semelhantes. Podemos dizer que é
um processo pormenorizado de unir materiais por especificações parecidas,
servindo de informação gerencial ao administrador de materiais, que se torna
capaz de voltar sua atenção a determinadas categorias, em vez de tentar, em

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vão, lidar com uma infinidade de itens de materiais. Um sistema de classificação
deve ser detentor de alguns atributos para que seja eficiente.
Para Viana (2006), como existem vários tipos, a classificação deve ser analisada
no todo, em conjunto, visando propiciar decisões e resultados que contribuam
para atenuar o risco de falta. Um bom método de classificação deve ter algumas
características: ser abrangente, flexível e prático.

1.4 ETAPAS DE CLASSIFICAÇÃO

Além dos atributos de sistema de classificação, há de se abordar as etapas/


princípios/objetivos que regem a classificação de materiais, conforme listados a
seguir (FELINI, 2016):

Catalogação: inventário (ou arrolamento) dos itens existentes em estoque.


Simplificação: redução da diversidade de itens de material em estoque que se
destinam a um mesmo fim.
Identificação (especificação): descrição minuciosa do material, possibilitando
sua individualização em uma linguagem familiar ao mercado.
Normalização: estabelecimento de normas técnicas para os itens de material
em si, ou para seu emprego com segurança.

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Padronização: uniformização do emprego e do tipo do material. Facilita o
diálogo com o mercado, facilita o controle, permite a intercambialidade de
sobressalentes ou demais materiais de consumo (peças, cartuchos de
impressoras padronizadas, bobinas de fax etc.).
Codificação: comumente realizada por meio do sistema alfabético, alfanumérico
ou decimal. Trata-se da atribuição de uma série de números e/ou letras a cada
item de material, de forma que essa informação, compilada em um único código,
represente as características do item.

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ESTUDOS DA CADEIA DE ABASTECIMENTO

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2. INTRODUÇÃO

O gerenciamento da cadeia de abastecimento tem um papel essencial para o


pleno funcionamento e produtividade de uma empresa.

É por meio da cadeia de abastecimento que acontece o fluxo de circulação de


colaboradores, informações estratégicas, bens e serviços da organização e de
seus parceiros.

Por isso, entender o que é cadeia de abastecimento em logística é o primeiro


passo para conhecer o quão importante é esta área e como ela pode impactar
nos custos gerais da companhia.

Neste sentido, é válido ainda compreender como fatores externos, como a


epidemia de coronavírus ou conflitos entre países, podem refletir
substancialmente na cadeia de suprimentos das empresas.

2.1 O QUE É CADEIA DE ABASTECIMENTO EM LOGÍSTICA

Muitos se questionam se cadeia de abastecimento e suprimentos é a mesma


coisa, a resposta é sim. Trata-se de um sistema de organização de pessoas,
recursos, atividades, informações e processos que visa manter o fluxo harmônico
de uma empresa.

A gestão de cadeia de abastecimento está à frente do ciclo de vida de um bem,


cuidando da sua origem na empresa ou fábrica até sua chegada ao consumidor
final.

A gestão de cadeia de abastecimento tem um papel estratégico dentro de uma


empresa.
Também conhecido pelo termo em inglês Supply Chain, este setor está envolvido
com atividades que vão desde a compra de insumos e embalagens, até o
beneficiamento, gerenciamento interno das mercadorias, venda e distribuição
dos itens.

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Ou seja, em todas as etapas de produção da empresa, a gestão de cadeia de
abastecimento desempenha o papel de otimizar a comunicação e a operação
dentro e fora da companhia, incluindo o contato com parceiros e fornecedores.

Por estar envolvido com diferentes áreas, quem trabalha com a cadeia de
abastecimento possui uma visão ampla de todos os processos. Com isso, é
capaz de criar um planejamento estratégico que vai impactar na produtividade,
custos, logística e nos lucros da companhia.

2.2 CADEIA DE ABASTECIMENTO

O que é uma Cadeia de Abastecimento

Cadeia de Abastecimento (Supply Chain) A cadeia de abastecimento é


constituída pelo conjunto de organizações que mantém relações mútuas do
início até o fim da cadeia logística, criando valor na forma de produtos e
serviços, desde os fornecedores até o consumidor final.

Objetivos da Cadeia de Abastecimento

A logística e a cadeia de suprimentos tem por objetivo realizar a gestão de


todas as operações associadas à organização interna e externa de uma
empresa, garantindo coordenação e integração entre todos os componentes
da cadeia, como fornecedores, consumidores e prestadores de serviço.

Porque a Cadeia de Abastecimento é tão importante

A gestão integrada da cadeia de abastecimento permite visibilidade total dos


processos permitindo que os níveis de serviço aos clientes sejam medidos e
que as necessidades dos clientes sejam atendidas. Um cliente insatisfeito,
independentemente de segmento de negócio, é uma ameaça para qualquer
organização.

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Por meio dessa prática, obtém-se um planejamento, uma implantação e um
controle mais eficazes de matérias-primas, estoque, expedição, recebimento,
transporte de produtos acabados etc. O resultado é o aperfeiçoamento dos
processos internos.

Portanto, uma cadeia de suprimentos é o conjunto de atividades, instalações


e meios de distribuição necessários para realizar todo o processo de venda de
um produto. Isto é, desde a busca da matéria-prima, sua posterior
transformação e até a fabricação, transporte e entrega ao consumidor final.

Ou seja, a cadeia de suprimentos é uma função estratégica e logística que


envolve todas as operações essenciais para que uma mercadoria chegue ao
cliente final em ótimas condições.

Vejamos um exemplo simples: a cadeia de abastecimento de uma maçã


produzida na Espanha que é vendida no mercado local. Nesse caso, inclui as
seguintes atividades:

Compra e venda de sementes, fertilizantes, ferramentas e outros insumos


necessários para o plantio da maçã.

Em uma segunda etapa, ocorre a coleta e o acondicionamento das maçãs para


venda aos supermercados.

Em seguida, vem o transporte das maçãs até os pontos de venda


(supermercados ou armazéns).

A venda direta de maçãs ao consumidor final, que inclui também processos de


faturação e serviços pós-venda (garantia se não ficar satisfeito com o produto,
etc.).

Como podemos ver, os agentes em diferentes níveis de produção estão


relacionados na cadeia de abastecimento. Para alguns, a venda de seu
produto ou serviço constitui o insumo de outrem em uma cadeia contínua até
chegar ao consumidor final. Diz-se então que a cadeia de abastecimento

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começa com os fornecedores dos fornecedores e termina com os clientes dos
clientes.

Basicamente, uma cadeia de suprimentos consiste em uma rede que agrega


todos os indivíduos, organizações, recursos, atividades e tecnologias
envolvidos na criação e venda de um produto, desde a entrega de materiais
de origem do fornecedor até o fabricante, incluindo sua entrega ao usuário
final.

2.2.1 Gestão da Cadeia de Abastecimento

A gestão da cadeia de abastecimento ou Supply Chain Management


corresponde às práticas de gestão que são necessárias para que todas as
empresas agreguem valor ao cliente desde a fabricação dos materiais,
passando pela produção dos bens e serviços, a distribuição e a entrega final
ao cliente.

Como definir a performance de uma cadeia de abastecimento?

Conhecendo os cinco elementos principais que decretam a performance de


uma cadeia de abastecimento, é possível defini-los como sendo os parâmetros
que definem as capacidades desta. Dentro deste contexto, a cadeia de
abastecimento desenvolve o seu trabalho executando de forma regular
determinadas operações.

2.3 A LOGÍSTICA DO ABASTECIMENTO

A logística faz todo o trâmite de recursos, matérias-primas e insumos e


também dos produtos acabados. É responsável pelo controle, giro, reposição
e distribuição de estoques em uma cadeia de abastecimento. Os profissionais
formados nessa área cuidam de toda a parte de abastecimento e transação de
matérias-primas e produtos acabados.

https://www.youtube.com/watch?v=vZV7X4KSPJ4&t=2s - Logística e Gestão


da Cadeia de Abastecimento (O que é e qual a diferença)

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A área de supply chain demanda alinhamento entre diversos setores e requer
gestão estratégica e alinhamento com as políticas e premissas da empresa.

Para isso, desenhar o melhor modelo de gestão e processos significa garantir


alta produtividade e competitividade frente aos seus concorrentes. Somente com
um fluxo bem delineado será possível integrar e gerenciar os diferentes agentes
envolvidos no processo, da produção à distribuição dos produtos.

Para fazer uma gestão da cadeia de abastecimento de qualidade, é necessário


adotar os melhores modelos e tecnologias para garantir otimização em todas as
etapas.

Ética

Ética no departamento de Compras, em aspectos legrais e

morais são de suma importância para os GRF´S, fazendo com que a

cada dia, mais empresas adotem um “código de conduta ética” para

seus profissionais.

No departamento de compras o problemas é observado com

maior intensidade devido aos altos valores monetários envolvidos.

Identificar até onde uma decisão de comprar seguiu com rigor um

critério técnico, onde prevaleça apenas os interesses da empresa, ou

se foi rompido a ética, prevalecendo ai outros interesses, é

extremamente difícil. O objetivo de um código de ética, é estabelecer

limites de uma forma clara onde os mesmos sejam de conhecimento

dos fornecedores, para posteriores reclamações futuras, quando se

sentirem prejudicados. É comum as empresas incluírem nos

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documentos de contratação um código de conduta (ou ética) que

deve ser rigorosamente seguido, sob pena de demissão por justa

causa.

E quanto aos “presentes, “mimos”, “brindes” como agendas,

canetas, mochilas e convites (entradas para shows, teatro, entre

outros) Como o assunto deve ser abordado? A melhor forma é definir,

da maneira mais clara possível, o código de conduta do conhecimento

de todos, pois não há dúvidas de que aquele fornecedor que dá

presentes tem a expectativa de, uma forma ou de outra ser

“lembrado”, ou seja quanto maior valor, maior será a obrigação de

retribuição.

2.3.1 Planejamento de Compras

Não há uma preparação única para se comprar.

As peculiaridades concernentes a cada produto determinam a forma com que o


negócio deverá ser conduzido, devendo a área de compras estar previamente
alicerçada com todas as informações necessárias.

Commodities

Trata-se de uma modalidade de produtos com indexadores de variação semanal.


Estes tipos de SKU’s demandam uma constante atualização acerca das
condições mercadológicas por sua oscilação freqüente, sobretudo quando há
relação com a cotação do Dólar.

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
Alguns dos produtos designados como commodities possuem variações
previsíveis, decorrentes do acompanhamento da demanda das matérias-primas.
Por exemplo: Quando a safra de mandioca aponta para uma colheita escassa,
sabe-se que o polvilho, a tapioca e as farinhas de mandioca terão seus preços
de venda em alta progressiva, conforme a demanda de matéria-prima se tornar
mais difícil de encontrar.
Em contrapartida, produtos indexados pelo Dólar podem se constituir em
verdadeiras armadilhas de mercado, como os derivados de soja e de trigo.
Caso a área de Compras não esteja alinhada com as tendências de mercado, o
risco de negócios desastrosos é iminente e os prejuízos, inevitáveis; resultantes
de comercializações embasadas no feeling do Comprador, sem qualquer
estrutura de informação.
Planejamento de Compra de Commodities implica em antecipar-se e precaver-
se, com prudência e cuidado redobrado, para a garantia de uma compra segura.

Itens de Rotina

A negociação dos Itens de Rotina, conforme seu próprio nome, requer uma rotina
competente, que se traduz na manutenção das regras que tornam lucrativos
estes produtos: Alimenta-se no sistema os dados do produto e obtém-se a
sugestão de compra que, associada à percepção do profissional de Compras,
resultará em uma aquisição adequada à empresa.
A eficácia do GRF, nesta modalidade de simples gestão, é demonstrada através
da incessante busca pelo aumento da rentabilidade, sempre lutando por
vantagens competitivas para que a sua performance faça a diferença.

Alteração de Produtos

Nas situações onde ocorrem mudanças nos produtos, sejam nas embalagens ou
nas composições, é fundamental a existência de um relacionamento aberto e
cooperativo entre a Organização e o Fornecedor para uma atuação conjunta no
momento da transição.

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
Os diferentes modelos de vendas exigem distintas estratégias de desova dos
itens antecessores, viabilizadas mediante a colaboração dos parceiros
comerciais.
Na distribuição e nos DECs, onde não há exposição dos SKU’s, é admissível a
aquisição dos novos produtos modificados para venda paralela aos antigos,
desde que entregues ao cliente somente após a extinção dos primeiros;
mantendo-se, desta forma, a cobertura do estoque.
Em muitas situações, mesmo com a opção de pagar menos pelo item antigo, o
consumidor opta pelo novo.
Além disto, a apresentação de ambos os produtos é configurada no varejo como
antiética e depreciativa para a imagem institucional da Organização.

Uma relação de fidelidade e confiança com os fornecedores permite o acesso


antecipado às informações de mudanças, promovendo ações preventivas para
a chegada das novidades sem que sejam prejudicados os estoques antigos.

Sazonalidades

A aquisição de sazonais demanda análises diferenciadas das convencionais, tais


como médias históricas anuais restritas aos períodos de vendas destes produtos,
acompanhamento das perspectivas de mercado e levantamento das projeções
de vendas dos principais fornecedores.
Por se tratar de um negócio arriscado, geralmente são oferecidas duas
vantagens na compra: Margem alta para a venda e/ou garantia de retirada da
sobra. Esta última, indubitavelmente, se constituindo na alternativa de maior bom
senso, por uma simples questão de rejeição a riscos, um dos mandamentos da
gestão de Compras.
Exemplifica esta categoria, produtos como: Ovos de Páscoa, árvores de Natal,
panetones, confetes e serpentinas, etc.

Previsão da Demanda

As diferentes características dos produtos, ainda que pertencentes a uma


mesma categoria geram fluxos de demanda exclusivos, devendo ser tratados
separadamente, um a um.

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
Para cada fluxo de demanda existe um nível de desvios e outro de tendências.
Estas variáveis identificam milhões de combinações diferentes que representam,
respectivamente, o comportamento de cada produto.
Conclui-se, desta forma, que cada produto é único e deve ser tratado
isoladamente. Analogamente, pode-se afirmar que cada um possui o seu DNA,
resultando em condutas diferentes que exigem tratamentos diferentes.
Planejamento da Logística de Compra

Alguns critérios simples de Logística em Compras podem otimizar o custo dos


produtos adquiridos, seja através da adoção de algumas funcionalidades no
sistema, seja através de oportunismo e criatividade:

• Aproveitamento do veículo da Organização para a busca de produtos em


diferentes fornecedores, compreendidos em um espaço logisticamente
estratégico.

• Alianças com outras empresas para compras parciais que, juntas, formarão
cargas inteiras.

• Aproveitamento de fretes-retorno

• Compra de múltiplos da norma de paletização ou camadas.

• Sistema: Cálculo automático da forma mais econômica de acoplamento da carga


e melhor aproveitamento do veículo.

2.4 PROCEDIMENTOS QUE ANTECEDEM A COMPRA

• Supondo-se as necessidades de compras identificadas, devesse efetuar,


respectivamente:

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
• Verificação de quaisquer pendências resultantes de negociações anteriores –
Devoluções / Trocas / Verbas / Bonificações / Contratos / Material Promocional /
Entregas Atrasadas / Prorrogações.

• Levantamento do histórico de compras junto ao fornecedor – Evolução dos


preços / Descontos / Prazos de pagamento e de entrega / Bonificações / Verbas.

• Levantamento dos preços de venda dos produtos na concorrência.

• Levantamento das condições dos fornecedores concorrentes diretos.

Procedimentos no Momento da Compra

• Permitir ao profissional de Vendas a apresentação de sua proposta de negócio.


• Anotar as vantagens e desvantagens da proposta.
• Utilizar as informações adquiridas no planejamento que antecede a compra para
barganhar os termos do negócio.
• Permitir novo posicionamento do profissional de Vendas
• Apresentar a política financeira de compras da Organização, o potencial
quantitativo e as prospecções de reabastecimento.
• Utilizar o poder de compra da Organização para um posicionamento final do
profissional de Vendas.
• Conciliar os preços definitivos frente ao histórico de compras, aos preços de
venda da concorrência e às ofertas dos fornecedores concorrentes.
• Tomar a decisão de compra.
• Adequar a proposta à necessidade de compra (volumes, preços, prazos,
cronograma de entregas).

Cadastro de Produtos

Uma gestão enxuta de informações de compra depende de um cadastramento


organizado dos produtos. Na realidade, não somente o monitoramento das
compras, mas também os controles.

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
Contempla-se no Cadastro de Produtos toda a árvore de classificações que, ao
ramificar-se, identifica cada SKU em seu respectivo grupo de produtos.

• Departamento: Trata-se da primeira divisão de classificação dos produtos,


agregando-os em coletividades afins mais amplas, como: Limpeza, Mercearia,
Calçados, Bebidas, Cereais, Etc.
• Categoria: Consiste na abertura do Departamento em divisões.
• Subcategoria: É a segregação de cada Categoria em agrupamentos de SKU’s
com elevado nível de intersubstituição, geralmente concorrentes internos.
• Segmento: Subdivisão da Subcategoria.
• Subsegmento: Trata-se de um nível de identificação extremo, quando ainda é
possível separar os Segmentos por algum critério de diferenciação.

2.5 METODOLOGIAS DE REPOSIÇÃO

A informação gerida competentemente pode garantir uma reposição ágil e


condizente com as expectativas de ressuprimento.

Para tanto, é preciso aliar a idoneidade do banco de dados a uma administração


que objetive a redução do ciclo de abastecimento.

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
Desta união, resulta um compêndio gestor denominado Quick Response –
Sistema de Reposição de Resposta Rápida: Um processo que visa a automação
da reposição, mediante a informação do histórico do giro de estoques. A
demanda dos períodos anteriores determina os índices das próximas compras
automaticamente, segundo a cobertura de estoques desejável para a
Organização.

Dentre os fundamentos do Sistema de Reposição de Resposta Rápida, importa


citar para o modelo generalista misto os seguintes:

• Política de Parceria com os Fornecedores – Somente o compartilhamento


dinâmico das informações permite o benefício mútuo. O perfil do relacionamento
entre o GRF e seus fornecedores deve ser caracterizado pela confiança
recíproca, geradora de negócios realmente lucrativos para ambas as partes, sem
oportunismos e armadilhas comerciais.
• Informatização do Mix – A competente adoção dos leitores óticos e dos códigos
de barras acelera as decisões acerca da movimentação dos estoques.
• Just-in-Time – A busca pela perfeita simbiose entre demanda e estoques objetiva
atingir o mais reduzido nível de armazenamento (estoque ideal = zero).
• A uniformidade das saídas aproxima esta meta, através da ampliação da
freqüência de entregas e conseqüente diminuição do volume entregue por
evento.
• EDI – Eletronic Data Interchange (Intercâmbio Eletrônico de Dados) – Consiste
em um compartilhamento de informações entre os elementosda cadeia de
abastecimento / suprimentos: os computadores das empresas envolvidas

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
interagem, trafegando on-line os dados referentes à relação comercial (tabelas,
pedidos de compra, ARs e NFs).

A apresentação pormenorizada deste último tópico se faz necessária, sabendo-


se das dificuldades presentes da Organização em equilibrar o seu fluxo de
mercadorias.

2.6 DESBALANCEAMENTO DE ESTOQUES

O desbalanceamento de estoques resulta da deficiência de ressuprimento,


gerando custos que necessitam ser identificados em razão da decorrência de
perdas para a Organização.

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
• Faltas – Geram custos provenientes da perda de vendas e da depreciação
institucional proveniente do não atendimento às necessidades do cliente.
• Excessos – Acarretam custos de manutenção de estocagem em finanças,
armazenagem, mão de obra, perdas e avarias de produtos.

Para o cálculo do desbalanceamento, são necessários os seguintes dados:

• Estoque Médio (Unidade).


• Venda Média Diária (Unidade / Dia).
• Custo Médio de Compra (R$ / Unidade).
• Margem Média de Venda (R$ / Unidade).
• Prazo Médio de Fornecimento (Dias).
• Desvio Padrão do Prazo Médio de Fornecimento (Dias).

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
Cobertura de Estoques

A cobertura de estoques representa um dos mais significativos indicadores de


desempenho da demanda. A utilização competente desta informação capacita
os profissionais ao monitoramento dos índices de produtos, suas faltas,
excessos e perdas por prazos de validade expirados.

Um sistema adequadamente configurado ao cálculo da cobertura de estoques


trabalha como uma valiosa ferramenta do GRF para a sua gestão.

2.7 ESTOQUE DE SEGURANÇA

O estoque de segurança atua como um mecanismo de otimização do nível de


serviço, sustentando as fases instáveis da demanda.

Para a concepção do componentes: estoque de segurança referente a cada

produto, são necessárias as informações acerca dos seguintes

• Demanda.
• Variação da Demanda
• Tempo de Entrega.
• Variação do Tempo de Entrega.
• Nível de Serviço Desejável.
• Freqüência de Compra.

Perdas

A gestão das mercadorias avariadas e/ou vencidas possui abordagens


igualmente significativas:

Controle de estoques das ocorrências internas (perdas nos depósitos) e


externas (logística reversa).

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
Negociação das perdas.

A mais eficiente forma de administração das perdas pela área de Compras não
acontece durante a relação comercial, ela acontece antes.

No momento da escolha de um fornecedor, a política de ressarcimento das


perdas do mesmo deve pesar gravemente, contra ou a favor.

Medida de Desempenho

O extenso caminho percorrido pelo processo de negócios

parece interminável, pois a maratona de análises, planejamentos, os

labirintos hipotéticos e as múltiplas variantes que influenciam a

decisão de compras culminam, ainda, em um novo desafio: Gerir a continuidade.

A manutenção do processo de compras implica no absoluto domínio dos


indicadores de desempenho para que sejam constantes os níveis satisfatórios
de lucratividade.

Ferramentas de Consulta Freqüente

A rotina do setor de Compras necessita de alguns indicadores para análises


rápidas, que determinam o fechamento de negócios com dinamismo, velocidade
e, ao mesmo tempo, com segurança.

Neste contexto, algumas funcionalidades devem ser requeridas no sistema de


Compras, convertendo-se em ferramentas de consulta freqüente:

• Média histórica de vendas


• Venda diária dos meses anteriores.
• Sugestão de compra embasada na média histórica.
• Data das últimas vendas por produto.
• Data das últimas entradas por produto.

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
• Consulta por fornecedor.
• Relatórios de rentabilidade.
• Relatórios de vendas por categoria.
• Relatórios de vendas por fornecedor.
• Relatórios de vendas genéricas.
• Estoques por fornecedor.
• Relatórios de Perdas.
• Relatórios de trocas.
• Venda de marca própria.
• Negociações dos últimos 03 meses por fornecedor.
• Negociações dos últimos 03 meses por produto.
• Consulta de preços de venda.
• Consulta de pedidos de compras pendentes (integrais e
• parciais).
• Relatórios de devolução de mercadorias (com motivos)
• Relatórios de débitos pendentes com o fornecedor.

Indicadores de Performance

Efetua-se a avaliação da gestão de Compras a partir de seus indicadores de


performance, que identificam o posicionamento de cada categoria em relação às
metas estipuladas.

São eles:

Margem: Itens com Margem < Meta / Total de Itens.

Produtos sem Venda e com Estoque:

Itens sem Venda / Total de Itens.

Produtos sem Compra e com Venda de Cortes:

Itens sem Compra / Total de Itens.

Produtos com a pior Venda (1%):

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
Curva ABC de Vendas.

Produtos com Venda Crescente.

Produtos com Venda Decrescente.

Paralelamente à gestão de Compras, deve-se administrar a Demanda.

• Índice de Faltas: Faltas / Total de Itens.


• Índice de Aderência.
• Índice de Cortes: Valor do Corte / Valor da Venda.
• Índice de Cobertura: Estoque Atual / Saídas Médias.
• Índice de Excessos: Itens com Cobertura > P / Total de
• Itens (P = Período de Cobertura Desejável).
• Índice de Faltas: Itens com Cobertura < P / Total de
• Itens (P = Período de Cobertura Desejável).

A demanda dinâmica e equilibrada implica na necessidade de compra sadia,


assim como a compra bem efetuada resulta em uma demanda rápida e
satisfatória e, assim, efetuando-se um ciclo positivamente vicioso:

Compra Eficaz = Demanda Rápida = Nova

2.8 ESTRATÉGIAS DE CADEIA DE ABASTECIMENTO NO VAREJO

Um dos maiores desafios de redes varejistas, especialmente quando se tem lojas


espelhadas em diferentes regiões é fazer um bom design de cadeia de
abastecimento para garantir que os produtos estejam sempre disponíveis para
seus clientes, e mais do que isso, que a logística esteja alinhada a estratégia da
organização, que pode ser mais focada na responsividade ou na eficiência em
coerência com o grau de previsibilidade da demanda dos produtos.

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
Diferentes estratégias de cadeia de abastecimento podem ser aplicadas de
acordo com a natureza do negócio e posicionamento de mercado, a Apple por
exemplo, em 2013 já tinha mais de 415 lojas ao redor do mundo com vendas
que ultrapassaram os 20 bilhões de dólares e sempre manteve estoque de seus
produtos nas lojas. Outros players preferem trabalhar com e-commerce, fazendo
produção just-in-time e entregando da fábrica direto para o cliente final.

A Zara, sendo o maior player da industria têxtil espanhola e um dos maiores do


mundo no segmento, já vendia 16 bilhões de euros em mais de 6000 lojas em
86 países, sua estratégia é baseada em altíssima responsividade com preços
competitivos.

ciclo tradicional de desenvolvimento da indústria gira em torno de 6 meses, entre


a criação de uma nova linha de produtos até chegar as lojas. A Zara desafiou
esse padrão reduzindo de 6 meses para 6 semanas, introduzindo um novo
design toda semana, e girando todo o seu estoque de exposição nas lojas a cada
4 semanas. Com essa estratégia diferente da vasta maioria de seus
concorrentes, a Zara consegue vender seus produtos com preço cheio, em vez
de aplicar descontos nas coleções ultrapassadas de 6 meses atrás que ficam
estagnadas nos estoques das lojas. Em 2012 a Zara já tinha 8 centros de
distribuição na Espanha, com os quais conseguia distribuir para todas as suas
lojas da Europa em até 36 horas e 48 horas para lojas da Ásia e das Américas.

Já a gigante americana de e-commerce Amazon que vende livros, músicas,


eletrônicos, joias, brinquedos e muitos outros itens, em 2013 tinha 40 centros de
distribuição nos Estados Unidos e mais 40 em outros países ao redor do globo,
eles utilizam serviços terceiros como a UPS e a Fedex para realizar as entregas
para os seus clientes.

A varejista Macy’s se destaca por ter sido pioneira ao criar uma experiência
Omni-Channel para seus clientes, permitindo com que eles tenham uma
experiência combinada e única comprando online ou em suas lojas físicas. É
possível ver um produto na loja, e depois fazer o pedido online, ou vice-versa,
pedir online e retirar na loja, comprar online e devolver nas lojas, e muito mais.

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
Leia nosso e-book grátis sobre tendências tecnológicas para entender mais
sobre o que os varejistas estão explorando no Omni-Channel.

Com esses exemplos, podemos ver o quanto é importante que a cadeia de


suprimentos de uma empresa esteja alinhada a sua estratégia, enquanto alguns
focam em preços baixos, outros focam em alta responsividade, e outros em
conveniência. Se esse alinhamento estratégico não existir, as chances de
sucesso de tornam remotas. Por exemplo, se uma empresa está divulgando que
oferece uma vasta variedade de produtos com entrega rápida, enquanto na
logística se está trabalhando com opções de baixo custo de transporte, que
provavelmente vão gerar atrasos nas entregas, essa falta de alinhamento
rapidamente vai gerar conflitos que resultarão em clientes frustados e
insatisfeitos.

A Dell, por exemplo, se destacou na indústria de computadores por oferecer uma


altíssimo nível de customização para seus clientes. É possível montar seu
computador, combinando uma gama enorme de componentes com diferentes
opções de configuração. Para que isso fosse possível, eles precisaram quebrar
o padrão da grande maioria da indústria de computadores que criaram seus
processos de produção e cadeia de abastecimento para produzir e entregar
grandes quantidades de produtos iguais que são produzidos em série e em
grandes lotes.

Para um bom Design de Cadeia de Abastamento é importante compreender seus


clientes e o nível de incerteza das demandas dos produtos que está produzindo
ou comercializando. Podemos contratar também, por exemplo, uma loja de
conveniência como a Am/Pm, e um atacadista como o Sams Club, quando um
cliente vai a Am/Pm para comprar um chocolate ou um refrigerante,
provavelmente não está procurando pagar o menor preço, está com pressa e
não quer perder tempo, agora quando vai ao atacadista, o objetivo é diferente,
está disposto a comprar quantidades maiores para pagar menos e está disposto
a passar mais tempo na loja.

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
A grande pergunta que os varejistas devem se fazer é: se a sua estratégia de
abastecimento está condizente com seu posicionamento de mercado e
estratégia.

Nosso foco é conveniência e serviços ou preços baixos? O mix é estável ou


dinâmico? O mix de produtos está adequado, é grande ou mais restrito? Qual o
nível de responsividade que vamos trabalhar? É melhor manter grandes
estoques nas lojas ou reduzir estoques locais e distribuir com mais frequência?

Há uma série de fatores em todos os processos e atividades envolvidos que


afetam essa decisão. Esses processos e atividades que compõe a cadeia de
abastecimento, podem ser estudados em três partes.

CRM: Gestão de Relacionamento com Clientes, que se refere à todos os


processos que envolvem os seus clientes, tais como, Público, Pricing, Vendas,
Call Center, Gestão de Pedidos, Rastreamento de Pedidos.

ISCM: Gestão de Cadeia de Abastecimento Interna, que se refere à todos os


processos internos da empresa, tais como planejamento estratégico,
planejamento de demanda, planejamento de abastecimento, centros de
distribuição, gestão de depósitos e estoques, transferências.

SRM: Gestão de Relacionamento com Fornecedores, que se refere à todos os


processos que envolvem seus fornecedores, tais como negociações, compras,
linha de compra, colaboração do design da cadeia.

Estudo de Caso: ZARA


A Zara é uma cadeia de lojas de roupas pertencente à Inditex, o maior fabricante
e revendedor de roupas da Espanha. Em 2007, a Inditex relatou vendas de cerca
de 9,5 bilhões de euros, vindas de mais de 3.600 pontos de revenda em 68
países e, em 2007, a empresa abria cerca de duas novas lojas a cada dia. Em
um setor em que a demanda do cliente é inconstante, a Zara cresceu
rapidamente com uma estratégia de ser altamente responsiva a mudanças de
tendência com preços acessíveis. Enquanto os tempos de ciclo entre o design e

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
as vendas no setor de roupas tradicionalmente tinham uma média de mais de
seis meses, a Zara alcançou tempos de ciclo de quatro a seis semanas, o que
permitiu que a Zara introduzisse novos designs a cada semana e mudasse 75%
de sua vitrine de mercadorias a cada três ou quatro semanas.

Assim, os produtos da Zara em vitrine combinam com as preferências do cliente


de forma muito mais próxima que a concorrência. O resultado é que a Zara vende
a maioria de seus produtos sem descontos e cerca de metade das mercadorias,
em comparação com a concorrência, vai para remarcações em suas lojas.
A empresa fabrica suas roupas usando uma combinação de fontes flexíveis e
rápidas na Europa (principalmente Portugal e Espanha) e fontes de baixo custo
na Ásia. Isso contrasta com a maioria dos fabricantes de roupas, que passaram
a maior parte de sua manufatura para Ásia. Cerca de 40% da capacidade de
manufatura pertence à Inditex, e o restante é terceirizado. Os produtos com
demanda altamente incerta vêm da Europa, enquanto produtos mais previsíveis
são originados de seus locais na Ásia. Mais de 40 % de suas compras de
produtos acabados e a maioria de sua produção interna ocorre após o início da
estação de vendas. Isso difere dos menos de 20% de produção após o início da
estação para uma revenda típica. Essa responsividade e o adiamento das
decisões até depois que as tendências sejam conhecidas permitem que a Zara
reduza estoques e erro de previsão. A Zara também investiu muito em tecnologia
da informação para garantir que dados de vendas mais recentes estejam
disponíveis para controlar as decisões de reposição e produção.
Em 2007, a Inditex distribuiu para lojas no mundo inteiro a partir de 8 centros de
distribuição (CD) localizados na Espanha. O grupo anunciou um tempo de
entrega médio de 24 horas para lojas na Europa e até no máximo 40 horas para
lojas na América ou na Ásia, desde o momento em que o pedido fosse recebido
no CD até o momento em que ele era entregue nas lojas. As entregas dos CDs
para as lojas eram feitas várias vezes por semana, o que permitia que o estoque
acompanhasse de perto a demanda de clientes. Nesse ano, a Inditex distribuiu
627 milhões de peças de roupa em todo o mundo.
As perguntas abaixo trazem questões sobre a cadeia de abastecimento que são
fundamentais para o sucesso da Zara.

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
Questões
1. Que vantagem a Zara tem em relação à concorrência por ter uma cadeia de
abastecimento altamente responsiva?
2. Por que a Inditex escolheu ter uma manufatura interna e manufatura
terceirizadas? Por que a Inditex manteve a capacidade de manufatura na
Europa, embora a manufatura na Ásia fosse mais barata?
3. Por que a Zara obtém produtos com demanda incerta dos fabricantes locais e
produtos com demanda previsível dos fabricantes asiáticos?
4. Que vantagem a Zara tem por repor suas lojas várias vezes por semana em
comparação a um cronograma menos frequente? Como a frequência de
reposição afeta o projeto de seu sistema de distribuição?
5. Que infraestrutura de informação a Zara precisa para operar sua rede de
produção, distribuição e revenda de modo eficaz?

Tecnologias para facilitar a integração e a automação dos processos.

Com o alto crescimento da demanda no comércio eletrônico e a transformação


digital nesse ecossistema, investir em tecnologia para automatizar processos,
ter acesso a dados para tomar decisões estratégicas e integrar os agentes
envolvidos nas etapas são necessários para ter melhores processos e gerir tudo
com maior precisão.

Nesse sentido, é importante adotar softwares e soluções em nuvem que


possibilitam maior cooperação e atuação colaborativa entre toda a cadeia,
minimizando erros e problemas no percurso e ampliando a capacidade e
eficiência operacional.

Com a tecnologia a serviço da integração e automação na cadeia de


abastecimento, é possível aumentar a produtividade, alinhar a comunicação
entre os agentes no processo, facilitar o relacionamento entre os parceiros e
melhorar a qualidade do serviço oferecido.

Dada a complexidade envolvida em todo o processo, gerir a cadeia de


abastecimento é algo desafiador, uma vez que impacta diretamente em
resultados positivos ou negativos para o negócio. Para que o fluxo aconteça de

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
forma alinhada e efetiva, a integração dos processos é fundamental. Conheça
os principais desafios no processo de gestão da cadeia de suprimentos:

• Integração das equipes e processos: por ser uma área que envolve
diferentes agentes, da mesma empresa ou de empresas parceiras, é necessário
ter processos padronizados e integrados para garantir eficiência operacional.
• Controle de estoque: ter estoque para controlar as mercadorias e
disponibilidade dos produtos, bem como informações padronizadas, é essencial
para ter uma jornada de compra de sucesso. E investir em um catálogo digital
que possibilita a organização e a estruturação de todos os SKUs disponíveis e
suas especificações.
• Transporte e distribuição: a distribuição das mercadorias é decisiva para
garantir a qualidade da experiência ao cliente e evitar que seu negócio seja
onerado. Por isso, estar alinhado com a equipe logística ou com seus parceiros
de transporte para garantir eficiência nessa etapa é tão importante.
• Avaliação de resultados: por ser uma área estratégica, é necessário fazer o
acompanhamento de métricas e indicadores, a fim de avaliar se o processo está
sendo funcional e identificar possíveis gargalos. Utilizar a tecnologia para apoiar
a tomada de decisão vai fazer a diferença na sua gestão.

Com tantos processos envolvidos, quando bem organizada, planejada e


gerenciada, a cadeia de abastecimento possibilita às empresas otimização de
recursos e produtividade, além de agregar mais valor e qualidade aos seus
serviços. Ela ainda contribui no processo de mapeamento de riscos, evitando
danos e ônus à sua operação.

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
Case de Sucesso: Transformação do Supply Chain da Starbucks

A conhecida rede de cafeterias Starbucks sempre foi um inegável caso de


sucesso, mas teve seus períodos conturbados na gestão de sua cadeia de
abastecimento.
Em 2007 e 2008, a liderança da empresa enfrentava sérias dúvidas sobre sua
capacidade de abastecer a rede, na época com 16.700 estabelecimentos. As
vendas vinham caindo e os custos totais de abastecimento haviam subido para
mais de US$ 75 milhões.
Investigando as causas da escalada de custos, os executivos de Supply Chain
identificaram problemas de performance e concluíram que os níveis de serviço
estavam abaixo das expectativas, principalmente em função de:

Menos de 50% das entregas às cafeterias chegavam na data / horário


combinado;
Várias decisões de terceirização haviam gerado gastos excessivos com
operadores logísticos;

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
A cadeia de abastecimento havia evoluído organicamente, não seguindo uma
evolução planejada (situação, aliás, bem comum em grandes organizações)
tornando-se desnecessariamente complexa.

A liderança da Starbucks tinha três objetivos principais para melhoria da


performance e redução de custos de abastecimento:

Reorganizar a cadeia de abastecimento;


Reduzir os custos totais;
Preparar o terreno para uma operação de abastecimento superior no médio
prazo.
Para tanto, a empresa contratou uma consultoria que, atuando com base no
modelo SCOR (Supply Chain Operations Reference model), orientou a análise
da estrutura de abastecimento em grandes categorias, a saber: “plan” “source”,
“make” e “deliver”.

Um grande esforço de redesenho de processos indicou a necessidade de:

Aumentar o número de centrais de produção nos Estados Unidos para quatro;


Encerrar parcerias com vários operadores logísticos, centralizando as operações
nos mais eficazes;
Centralizar a gestão dos parceiros remanescentes através de um scorecard
semanal alinhado aos acordos de níveis de serviço;
Implementar um sistema integrado de planejamento da cadeia de
abastecimento.
Com a implementação desse grande projeto de transformação, a Starbucks
conseguiu economias da ordem de US$500 milhões em 2009 e 2010, fortemente
concentradas em custos operacionais de Supply Chain, mas com ganhos
bastante significativos também na operação das cafeterias.

45
Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
https://www.youtube.com/watch?v=Nh-fqSj06Kw&t=9s - Cadeia de
suprimento: o que é? - Supply Chain

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
ESTUDOS DA LOGÍSTICA INTERNACIONAL E ECONOMIA

47
Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
3. LOGÍSTICA INTERNACIONAL

É o ramo da logística que tem como objetivo tratar do comércio internacional,


ligando fabricantes aos seus parceiros da rede industrial, como fornecedores,
transportadores e operadores em diversos pontos do mundo.

A Logística Internacional tem grande importância para a eficiência das


exportações brasileiras e para o crescimento de relações entre os países,
fornecendo aos clientes externos suporte para cuidar de todas as etapas do
processo.

3.1 FATORES QUE INCENTIVAM A LOGÍSTICA INTERNACIONAL

A indisponibilidade de certas matérias-primas locais pode levar uma organização


a buscar o fornecimento deles no exterior; pode haver problemas de qualidade
no mercado local. O mercado local pode não oferecer a qualidade exigida por
alguns países.

Importância da logística internacional para o desenvolvimento da


humanidade

A logística também tem importância numa escala global.


Na economia mundial, os sistemas logísticos eficientes formam bases para o
comércio e a manutenção de um alto padrão de vida nos países desenvolvidos.
Os países, assim como as populações que os ocupam, não são igualmente
produtivos.

Nas atividades da logística internacional inclui o planejamento, a operação e o


controle do fluxo de mercadorias ou serviços que integram desde o contato com
o fornecedor até a entrega ao cliente final, em outro país.

Principais relações da logística com o mercado exterior.

Quando falamos em comércio exterior, fica evidente o papel de uma logística


internacional voltada para o sucesso das operações.

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
A logística vai fazer com que a mercadoria vendida ou comprada chegue até o
seu destino, dentro dos padrões de qualidade e eficiência, em um prazo
razoável, com o menor custo possível.

A logística garante que você tenha domínio sobre todo o processo de transporte
das mercadorias até a sua empresa. Gestão do estoque: com o aumento da
previsibilidade de custos e prazos, a gestão do estoque também fica facilitada,
aumentando a qualidade das informações.

3.1.1 Relação entre logística internacional e comércio internacional

Na prática, o objetivo da logística internacional nas empresas é desenvolver


processos no comércio exterior de maneira otimizada e assertiva. A principal
meta continua a mesma da logística empresarial, que estabelece em entregar
para o cliente a melhor qualidade de serviço com menor custo.
A função da logística nas empresas é garantir que os insumos e produtos certos
estejam em seus devidos lugares, quando necessários e pelo menor custo
possível. Diante disso, seu principal objetivo é aumentar a eficiência desses
processos e, ao mesmo tempo, reduzir custos.
Qual é a importância da logística para o Brasil?
É a logística que possibilita um país, seja ele qual for para aumentar sua
capacidade de produção e sua produtividade, realizar, de forma eficiente e
eficaz, as atividades de comércio exterior e contribuir, de forma efetiva, para a
melhoria dos processos de distribuição de renda e de diminuição da
desigualdade

Portanto, a logística internacional é uma ferramenta fundamental para


a expansão do comércio exterior, e deve ser utilizada de forma estratégica para
diferencial competitivo nas negociações internacionais.

3.2 GLOBALIZAÇÃO

A globalização é um termo que foi elaborado na década de 1980 para descrever


o processo de intensificação da integração econômica e política internacional,

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
marcado pelo avanço nos sistemas de transporte e de comunicação. Por se
caracterizar como um fenômeno de caráter mundial, muitos autores preferem
utilizar o termo mundialização.

É preciso lembrar, porém, que, apesar de ser um conceito recentemente


elaborado, a sua ocorrência é antiga. A maioria dos cientistas sociais marca o
seu início no final do século XV e início do século XVI, quando os europeus
iniciaram o processo de expansão colonial marítima. Com isso, é possível
perceber que a globalização não é um fato repentino e consolidado, mas um
processo de integração gradativa que está constantemente se expandindo.

Muitos autores utilizam o termo “aldeia global” para se referir à globalização, pois
ela não se limita aos planos políticos e econômicos, ocorrendo também no
âmbito da cultura. Observa-se uma grande troca de costumes, hábitos e
mercadorias culturais. Os animes japoneses e os filmes de Hollywood, por
exemplo, são assistidos em todo o mundo.

A globalização tem tornado as empresas cada vez mais competitivas e com


conceitos modernos aos seus procedimentos, negócios e produtos. Esse
processo está integralmente ligado aos processos de compra, armazenagem e
a distribuição das mercadorias.

Cada vez mais está disponível no mercado modelos modernos de gestão de


estoque, produtos e logística do processo como um todo. Neste ambiente que a
logística busca e deve atuar como ferramenta empresarial para garantir a
competitividade de um novo modelo de gestão.

3.3 IMPORTÂNCIA DA LOGÍSTICA INTERNACIONAL

A logística é uma área que está ligada com a parte estratégica da corporação,
afinal, busca otimizar os fluxos de armazenamento dos produtos até a realização
da entrega do mesmo.

Com o avanço das tecnologias e o pensar, cada vez mais estratégico, foi criada
a metodologia Just-in-Time.

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
A metodologia Just-in-time foi uma das maiores inovações logísticas do mundo.
Ela visa reduzir o tempo de produção e estoques, além de aumentar a qualidade
do produtos e serviços e também, fornecer a flexibilidade necessária para
acompanhar o ritmo das demandas.

Ou seja, a produção just-in-time, com a tradução literal de hora certa busca fazer
com que um pedido seja realizado, produzido com o material o que há em
estoque, sem a necessidade exclusiva de solicitar mais matérias, assim, não
haverá produtos em excesso em estoque e nem produtos em demasia em pronta
entrega.

3.4 PRINCIPAIS MODAIS DE TRANSPORTE

Existem hoje, 5 tipos principais de Modais de transporte, são eles:

1. Aeroviário
2. Rodoviário
3. Aquaviário
4. Ferroviário
5. Dutoviário

Cada um destes modais possuem aspectos e importantes questões a serem


levados em consideração. Como se o modal indicado consegue chegar ao
destino informado no período solicitado, se o custo deste modal está dentro do
planejado ou ainda se a rota, pode ser a mais adequada ou não. Todos esses
fatores influenciam no processo da Logística internacional.

3.4.1 Custos Logísticos

Além de escolher o melhor modal para as operações, a logística


internacional precisa levar em consideração os fluxos logísticos e também os
custos.

Esses custos são referentes a todos que abrangem o processamento de


armazenagem e distribuição.

Nove principais Custos Logísticos que fazem das operações:

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
1. Produto
2. Falta de Produto Para a Produção
3. Custos de Manutenção
4. Embalagens do produto
5. Modais para transporte e fretes
6. Logística Tributária
7. A tecnologia usada nas operações
8. Custos com a Distribuição dos produtos
9. Valor humano aplicado à operação

3.5 O SURGIMENTO DO COMÉRCIO INTERNACIONAL

A logística, apesar de ainda ser considerada por muitas pessoas algo


relativamente novo e que pode ter sido emprestada dos militares, é muito mais
antiga do que se acredita, pode-se dizer que é multimilenar, que sempre existiu
e que tem acompanhado a própria evolução das relações humanas.

A compreensão da relação entre dois fatos econômicos: Consumo e Produção


possibilitam o entendimento da importância das relações de trocas existentes
entre os seres humanos que posteriormente evolui para uma relação comercial
com adoção de moeda e a abrangência da amplitude das relações.

Com o objetivo de satisfazer as necessidades mais básicas, como alimentação,


vestuário, moradia ou abrigo, o homem precisa obter bens, percebeu a
necessidade de produzir, ainda de forma incipiente, bens para o seu próprio
consumo através de produtos que se tinha disponível na natureza, o que ocorria
com a busca de materiais para construir a sua moradia como forma de
sobrevivência.

Os países historicamente desenvolvidos possuem a sua produção interna


intensa, pois, tiveram acesso ou foram protagonistas de importantes
transformações industriais que favoreceram o acesso mais rápido a novas
tecnologias que impactam diretamente na produtividade de cada nação.

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
O comércio, hoje, ultrapassou as fronteiras, tornando-se o Comércio
Internacional, onde as vendas são representadas pelas exportações e as
compras, pelas importações. Este fluxo que gradativamente tem se intensificado
compreende os bens assim como serviços. Esta intensificação reflete uma maior
integração dos países, fazendo com o Comércio Exterior se amplie cada vez
mais, surgindo estruturas e organizações econômicas conhecidas como Blocos
Econômicos.

Para atingir esses objetivos, idealizou-se a criação de dois órgãos:

• Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento


(BIRD);

• Fundo Monetário Internacional (FMI).

O Banco Mundial tinha inicialmente como finalidade primordial dar condições de


reconstrução e desenvolvimento aos países devastados pela guerra.
Posteriormente, o BIRD passou a atender preferencialmente aos países
subdesenvolvidos. Já o FMI surgiu da necessidade da criação de órgãos
executores de normas e princípios estabelecidos pela conferência de Bretton
Woods. Foi criado para estabelecer as seguintes ações:

• Paridades monetárias rígidas; eliminar controles cambiais;


• Dar assistência aos países com problemas nos balanços de
pagamentos;
• Fornecer recursos monetários aos países-membros, quando
justificáveis.

Dessa forma, alcançados esses objetivos, o comércio internacional cresceria, e


a paz seria conservada. Com a finalidade de acabar com as desvalorizações
predatórias, os países-membros deveriam fixar a paridade de suas moedas em
relação a um padrão, o escolhido foi o dólar. Roberto Campos denominou esse
padrão de Dollar Exchange Standard.

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
3.6 FORMAÇÃO DE BLOCOS ECONÔMICOS

O processo de Integração Econômica visa a uma intensificação do fluxo


comercial internacional de forma a permitir uma participação dos países no
mercado externo de forma mais competitiva. Segundo LOPEZ e GAMA (2005),
“a integração econômica se processa por meio de um conjunto de medidas de
caráter econômico, que tem por objetivo promover a aproximação, ou mesmo a
união, entre as economias de dois ou mais países”.

Em complemento a LOPEZ e GAMA (2005), MAYA (2004) afirma que os blocos


econômicos foram criados com a finalidade de desenvolver o comércio de
determinada região. Com isso, criam maior poder de compra dentro do bloco,
elevando o nível de vida de seu povo. Isto representa uma participação no
mercado por empresas de outros países-membros do bloco econômico,
aumentando a concorrência, gerando como consequência melhoria de qualidade
e redução de custos.

A maior parte dos membros da Organização Mundial de Comércio participa,


simultaneamente, de mais de um acordo comercial regional.

Segundo MAYA (2004), esses dados mostram que os países estão buscando
consumidores além das fronteiras, com a finalidade de aumentar a produção e,
consequentemente, reduzir custos.

O processo de integração é composto por etapas sucessivas que visam à


aproximação das nações através da intensificação das relações comerciais e
econômicas existentes entre eles. LOPEZ E GAMA (2005), afirmam que existem
diferentes etapas de integração, classificadas de acordo com a complexidade
das normas governamentais que são eliminadas ou harmonizadas para a livre
circulação dos fatores econômicos (bens, serviços, capital e mão-de-obra) entre
as nações.

Segundo os mesmos autores, as etapas são sucessivas de um mesmo processo,

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
de maneira que cada uma possui todas as características da anterior, acrescida
de novos elementos:

Zona de Preferência Tarifária: são adotadas para os países membros tarifas


inferiores às adotadas para terceiros países. Exemplo: Associação Latino
Americana de Integração (Aladi).

Zona de Livre Comércio: onde são eliminadas as barreiras tarifárias e não-


tarifárias ao comércio entre os países-membros. Exemplo: Acordo de Livre
Comércio da América do Norte (North American Free Trade Agreement – Nafta).

União Aduaneira: implica na adoção de uma tarifa externa comum e de políticas


comerciais comuns em face de terceiros países. Exemplo: Mercado Comum do
Sul (MERCOSUL).

Mercado Comum: caracterizado pela livre-circulação de bens, de serviços e de


fatores de produção, bem como pela coordenação de políticas
macroeconômicas (políticas cambial, monetária e fiscal). Não existe, atualmente,
nenhum modelo de integração que possa ser perfeitamente enquadrado como
mercado comum.

União Econômica e Monetária: adoção de uma moeda única e de política


monetária unificada, conduzida por Banco Central comunitário. Exemplo: União
Européia (EU) – a moeda única da união européia, o euro, foi adotada, pela
maioria dos paísesmembros, em 01/01/99, para uso bancário e comercial, tendo
sido distribuída à população em janeiro de 2002. O banco central Europeu, com
sede em Frankfurt (Alemanha), encontra-se em funcionamento desde julho de
1998.

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
Figura: Visão Geográfica dos Blocos Econômicos. Fonte: Escola de Administração Fazendária –
ESAF.

Todos os países componentes dos Blocos Econômicos possuem sua estrutura


interna e organização de Comércio Exterior de forma distinta e individual,
seguindo as Leis internas de cada país, a exemplo, poderá ser visto no próximo
tópico a organização e estrutura do Comércio Exterior Brasileiro.

3.7 ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO COMÉRCIO EXTERIOR NO BRASIL

Todas as operações de compra (importação) e venda (exportação) realizadas


pelo Brasil são necessariamente acompanhadas, registradas e reguladas por
uma estrutura organizacional composta por Instituições Intervenientes do
Comércio Exterior do Brasil. São elas:

Receita Federal do Brasil

É um órgão que possui a competência de regular o aspecto fiscal da operação


de Comércio Exterior do Brasil. Segundo Rodrigo Luz (2006), é um órgão
específico singular que tem como competência a administração dos tributos
federais, incluindo atividades de fiscalização, lançamento de crédito tributário,
cobrança e julgamento em primeira instância dos processos administrativo-
fiscais. Além do controle tributário, exerce o controle aduaneiro.

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
Os tributos sobre o comércio exterior e todo controle aduaneiro têm caráter
econômico e não arrecadatório. O controle se baseia na defesa da economia
contra importações e exportações danosas ao Brasil, evitando a entrada de
mercadorias subfaturadas ou falsificadas. Uma função de proteção à economia
nacional que inclui a verificação da regularidade do pagamento dos tributos, mas
são incidentais, não são o ponto central do controle, bastando acrescentar que,
mesmo as mercadorias que possuem imunidade de imposto, são submetidas ao
despacho aduaneiro.

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
ÉTICA E CIDADANIA ORGANIZACIONAL

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
4. O QUE VOCÊ ENTENDE POR ÉTICA?

Ética é uma palavra extremamente repetida e usada em vários setores da


vida. Antes de darmos aos referenciais conceituais propomos uma reflexão sobre
o que é ética.

O que você entende por ética?

Ética é um conceito único?

De onde vem a ideia de uma cidadania ética?

Qual é o papel das pessoas em relação à Ética?

Qual é o papel das organizações na construção de um mundo mais ético?

Em nosso dia a dia presenciamos inúmeras situações que nos fazem


questionar o que está ocorrendo no mundo, em alguns momentos parece-nos
que está tudo errado e nos perguntamos por que a situação está da forma que
a vemos. Se questionar sobre os motivos dos acontecimentos e qual é o futuro
da sociedade se as coisas continuarem caminhando do jeito que estão, não é
um privilégio nosso, nem uma questão da atualidade, e sim é uma questão que
permeia a mente do ser humano desde que este passou a viver em sociedade.

Muito da nossa evolução ocorreu em função destes questionamentos que


a humanidade se faz constantemente e a leva a se preocupar com causas
diversas que afetam as pessoas e a sua existência. A evolução do mundo ocorre
em ciclos, e as mudanças são decorrentes das crises. Nos momentos em que o
ser humano sofre vivendo no caos decorrente das suas próprias ações passa a
repensar o seu viver utilizado este importante balizador chamado ÉTICA, que
busca dar sustentação a um mundo mais “civilizado”.

Nesta disciplina, vamos abordar vários aspectos em que as questões


éticas estão presentes em nosso dia a dia e fazem com que nos deparemos com
a necessidade de fazermos escolhas, refletir para chegar nas melhores práticas
de convivência com todos os envolvidos no processo de construção das relações
profissionais e de consumo; relações sociais em geral, identificar e respeitar as
ações de promoção de direitos humanos e ações de respeito ao meio ambiente

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
e ao mundo.

4.1 Ética: conceito e modelos éticos em sociedade

Para falarmos sobre Ética, é importante fazermos algumas reflexões.


Sabemos que os seres humanos, diferente dos animais que agem em grande
parte movidos pelo instinto, agem conscientemente e cada um de nós é senhor
de sua própria vida. Mas como resolvemos o que fazer? Você já pensou em
como você toma as decisões sobre o que fazer em determinada situação? Você
age impulsivamente, fazendo o que lhe dá vontade no momento ou analisa
cuidadosamente as possibilidades
e as consequências, para depois
resolver o que fazer?

Ética e Filosofia

Imagem 01: Frase Aristóteles


Fonte:revistaeducacao.com.br

A filosofia é um dos campos do conhecimento dedicado a estudar a


existência humana e pode nos ajudar a pensar sobre a nossa vida. Ética é a
parte da filosofia que se dedica a pensar as ações humanas e os seus
fundamentos. Um dos primeiros filósofos a pensar a ética foi Aristóteles, que
viveu na Grécia no século IV a.C. Esse filósofo ensinava numa escola à qual deu
o nome de Liceu, e muitas de suas obras são resultado das anotações que os
alunos faziam de suas aulas.

Em suas aulas, Aristóteles fez uma análise do agir humano que marcou
decisivamente o modo de pensar ocidental. O filósofo ensinava que: Todo o
conhecimento e todo trabalho visa a algum bem. O bem é a finalidade de toda
ação. A busca do bem é o diferente é o que difere a ação humana da de todos
os outros animais.

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
Ele perguntou: Qual é o mais alto de todos os bens que se podem alcançar
pela ação? E como resposta encontrou: a felicidade. Essa resposta formulada
pelo filósofo encontra eco até nossos dias. Tanto o homem do cotidiano como
todos os grandes pensadores estão de acordo que a finalidade da vida é ser
feliz. Identifica-se o bem viver e o bem agir com o ser feliz.

Porém, Aristóteles percebeu que a pergunta sobre o que é felicidade não


é respondida igualmente por todos. Cada um de nós responde de uma forma
singular. Essa singularidade na resposta é partilhada por outros indivíduos com
os quais convivemos. Portanto, no processo de nossa educação familiar,
religiosa e escolar aprendemos a identificar o ser feliz com os valores que
sustentam nossas ações.

Toda a produção humana consiste em criar condições para que o homem


seja feliz. Todas as religiões, as filosofias de todos os tempos, as conquistas
tecnológicas, as teorias científicas e toda a arte são criações humanas que
procuram apresentar condições para a conquista da felicidade.

O processo civilizatório iniciou-se com a busca da felicidade.

4.2 NOSSAS ESCOLHAS

O mesmo Aristóteles caracterizou os humanos como seres racionais que


falam. A dimensão anímica ou psíquica (psique=alma) dos seres humanos foi
concebida pelo filósofo como um conjunto de duas partes: uma escolha racional
e a outra privada de razão. A primeira se expressa pela atividade filosófica e
matemática. A Segunda, por seus elementos vegetativos e apetitivos. Isso
permitiu a hierarquização dos seres humanos.

Pela segunda parte da alma, somos iguais a todos os outros animais.


Movidos pelos instintos primários (fome, sede, sono), somos guiados pela
necessidade de sobrevivência. Todos os seres humanos têm em comum um
problema único a resolver: como sobreviver. Necessitamos de alimentos para
aplacar nossa fome; de água para saciar a sede: dormir para perpetuar a
espécie. Mas o que nos diferencia dos outros animais? Segundo Aristóteles, é a
racionalidade. Nós somos capazes de planejar nossas ações, de realizar
escolhas e julgá-las, determinando seu valor. Agimos acreditando que estamos

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
fazendo o bem e, mesmo quando julgamos mal nossas ações, é sempre o bem
que estabelece o critério de tal julgamento.

Assim, os seres humanos identificam-se como tais pelas distinções que


são capazes de estabelecer com os outros animais e, por conseguinte, com todo
o reino da natureza. Os seres humanos definem-se pela capacidade de pensar,
falar, trabalhar e amar. Ainda com Aristóteles, podemos identificar três coisas
que controlam a ação: sensação, razão e desejo. A primeira não é princípio para
julgar ação, pois também os outros animais possuem sensação, mas não
participam da ação.

A ação é um movimento deliberativo, isto é, a origem da ação é a escolha.


Os homens diferem dos demais animais porque são capazes de realizar
escolhas. O desejo está na raiz dessas escolhas: a razão é o seu guia. Para
Aristóteles, o desejo é a força motriz, o impulso gerador de todas as nossas
ações. Mas esta força motriz deve seguir o curso traçado pela razão. A razão
guia, conduz o desejo ao encontro de seu objetivo.

Realizar escolhas é eleger objetos para o desejo. O critério das escolhas


é sempre racional. O motivo é sempre emocional, ou seja, impulsionados pelo
desejo movemo-nos em direção aos objetos. Nesse sentido, a capacidade
racional de realizar escolhas permite-nos afirmar nossa condição de liberdade.
O exercício da liberdade é a capacidade de escolher. Nisso os seres humanos
podem se desviar do determinismo pelo padrão genético de suas espécies.
Quando olhamos um filhote de cachorro, por exemplo, somos capazes de dizer
seu comportamento futuro. Ao olhar para um bebê é impossível prever seu
comportamento, suas ações e suas intenções.

É a escolha que define o caráter de um ser humano. Suas virtudes se


manifestam nas escolhas que realiza no curso de sua condição mortal. Aqui se
apresentam algumas questões éticas de grande relevância. Quais os critérios
que norteiam as escolhas que um homem faz em sua vida? Quais são os valores
que pautam suas ações? Quais objetivos pretende atingir com quais meios
efetivará sua realização? Afirma-se que toda ação deve ser justa e boa. Mas, o
que determina a justiça e a bondade? O que é ser justo? O que é ser bom?

No exercício da liberdade, cada um de nós se relaciona com outros

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
indivíduos e dessas relações emerge a realidade social. Chamamos sociais
nossas relações com os outros no mundo. A sociedade é uma construção
histórica pautada numa lei fundamental: é proibido matar o semelhante. No
entanto, numa rápida olhada em qualquer jornal, por exemplo, descobrimos que
o assassinato é praticado das mais diferentes formas: guerras, fome, assaltos,
atentados terroristas... Vez ou outra, ouvimos dizer que essas ações são
desumanas. Mas como, se foram praticadas por seres da mesma espécie,
animais racionais?

4.3 SOCIEDADE E ÉTICA

O homem, desde seu nascimento, passa a integrar uma sociedade, terá


um convívio diário e necessário com seus semelhantes, que manterá ao longo
da vida.

Com o passar do tempo, cada pessoa constrói um conjunto de valores


que servem como sustentação do comportamento que adota ao longo da vida.

Uma vez que cada pessoa constrói um conjunto de valores diferentes,


certamente ocorrerão os conflitos nos relacionamentos. Tais conflitos de
relacionamentos precisam ser mantidos dentro de padrões aceitos pelas
sociedades, independentemente dos valores individuais.

Considerando-se que cada pessoa não pode viver sem as demais,


tornando-se necessário que seus conflitos de interesses sejam ultrapassados e
que seja estabelecido um estilo de comportamento que, mesmo não servindo a
cada uma em particular, sirva a todos enquanto sociedade.

É aqui que encontramos a ética que é o ramo de estudo que tem por
objetivo o estudo do comportamento humano dentro de cada sociedade. Este
estudo busca a convivência pacífica dentro de cada sociedade

Objeto e objetivo da ética – entender os conflitos existentes entre as pessoas,


buscando suas razões, como resultado direto de suas crenças e valores e
estabelecer tipos de comportamentos que permitam a convivência em
sociedade.

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
4.4 CONCEITO DE ÉTICA

É o conjunto de valores e princípios que usamos quando precisamos


responder três questões básicas da vida:

QUERO - DEVO - POSSO

Nem tudo que QUERO devo; nem tudo que DEVO, POSSO e nem tudo
que POSSO, quero.

O ser humano vive em sociedade, convive com outros seres humanos e,


portanto, cabe-lhe pensar e responder à seguinte pergunta: Como devo agir
perante os outros? Com isso a Ética é teórica e reflexiva.

A palavra ÉTICA provém do grego “ethos”, que significa modo de ser.

Ética é a forma como o homem deve se comportar no meio social. É o


conjunto de valores que orientam o comportamento do homem em sociedade.

O conhecimento teórico dos valores/normas éticas é adquirido através da


educação, do estudo ou da vida prática no meio onde vivem os indivíduos, daí a
razão de dizer: “O homem é um produto do meio onde vive”.

Correto, pois ali estão os princípios e valores estabelecidos, adotados


pela comunidade, formalmente (por leis) ou informalmente através de hábitos
(comportamentos repetitivos).

A Constituição de nosso país (as leis) e os costumes (hábitos culturais


brasileiros) são baseados em valores éticos dos brasileiros.

Em outro sentido, ética também pode referir-se a um conjunto de


princípios e normas que um grupo estabelece para seu exercício profissional (por
exemplo, o código de ética dos médicos, dos advogados, dos psicólogos, dos
Administradores).

4.5 RESUMINDO CONCEITOS

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
ÉTICA: conjunto de valores e princípios que usamos quando precisamos
responder três questões básicas da vida: QUERO – DEVO – POSSO. Sistemas
de normas, valores e princípios que regulamentam as relações mútuas entre os
indivíduos ou entre estes e a comunidade, de tal maneira que estas normas,
dotadas de um caráter histórico e social, sejam acatadas livremente e
conscientemente pelo homem.

A ÉTICA é teórica e reflexiva - o conhecimento teórico dos valores/normas


éticas se adquire através da convivência em sociedade (observação de
comportamentos/reflexão sobre atitudes sobre dos outros).

A ÉTICA também pode referir-se a um conjunto de princípios e normas


que regula o exercício profissional.

Moral e ética não devem ser confundidos: enquanto a moral é normativa, a


ética é teórica e busca explicar e justificar os costumes de uma determinada
sociedade, bem como fornecer subsídios para a solução de seus dilemas mais
comuns. Porém, deve-se deixar claro que etimologicamente "ética" e "moral" são
expressões sinônimas, sendo a primeira de origem grega, enquanto a segunda
é sua tradução para o latim.

A ética também não deve ser confundida com a lei, embora com certa
frequência a lei tenha como base princípios éticos. Ao contrário do que ocorre
com a lei, nenhum indivíduo pode ser compelido, pelo Estado ou por outros
indivíduos, a cumprir as normas éticas, nem sofrer qualquer sanção pela
desobediência a estas; por outro lado, a lei pode ser omissa quanto a questões
abrangidas no escopo da ética.

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
Imagem 02: Objeto e objetivo da ética
Fonte:revistaeducacao.com.br

Exemplo: Tome-se, o caso de uma pessoa que entra em uma loja com o
objetivo de adquirir um aparelho de eletrodoméstico. Certamente, na loja
encontrará alguém com o objetivo de vender eletrodomésticos

O relacionamento envolverá pessoas com objetivos opostos, uma objetiva


comprar, enquanto a outra deseja vender. “Relacionamento comercial”.
Questões que podem surgir: marca e preço do produto, condições de
pagamento, prazo de entrega. DESAFIO: Ponto de Entendimento.

Hora de praticar:

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
O CAMPO DA ÉTICA

Os dilemas morais surgem como consequência do comportamento dos


indivíduos. (exemplo: Homem nu na rua e os indígenas de uma tribo).

Em uma mesma sociedade há pessoas diferentes que enxergam um mesmo e


determinado fato através de óticas diferenciadas, muitas vezes conflitantes.

A existência de um dilema moral implica que a ação de determinado indivíduo,


ou mesmo de um grupo de indivíduos, contrariou aquilo que genericamente a
maioria da sociedade acredita ser o comportamento adequado para aquela
situação. Exemplo: Quem sabe, no mito Robin Hood, possamos observar um
modelo desse dilema, pois o herói roubava dos ricos para dar aos pobres.

4.5.1 Qual a matéria prima da ética?

A ÉTICA precisa de uma “matéria prima” para poder ser aplicada, precisa
que existam valores sociais estabelecidos. Como exemplos de valores sociais
temos:

Fidelidade; Liberdade; Igualdade entre os seres humanos; monogamia;


honestidade; prioridade no cuidado com crianças, doentes e idosos; valorização
do trabalho e daquele que trabalha;
humildade, tolerância etc.

Imagem 03: Charge em quadrinhos


Fonte: bibliotecaearte.blogspot.com

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
É claro que muitas vezes a própria ÉTICA põe em questão a verdade
desses valores, mas sem um conjunto de valores a ÉTICA não tem como exercer
sua função de medir quais atitudes devem ser tomadas, levando-se em conta os
valores que estão em jogo.

Toda organização humana só é possível se houver limitações entre seus


membros, ou seja, coisas que são permitidas fazer e outras que não o são.

Por outro lado, os princípios e valores de uma pessoa ou de uma sociedade vão
se modificando ao longo do tempo, devido a inserção de novos modelos de
comportamento (princípios e valores), isto pode decorrer da relação com outros
grupos de pessoas, isto é, outros países, culturas e ideias e até mesmo com a
interferência da mídia que expõe um modelo padrão para determinada época.

Com isso, coisas que não eram permitidas no passado, hoje são aceitas.

A história da humanidade nada mais é que o retrato das ações das


pessoas através do tempo.

De outra forma, pode-se afirmar que as pessoas mudam de


comportamento ao longo de suas vidas. Essas alterações resultam de vários
fatores, por exemplo, uma nova descoberta tecnológica, uma epidemia de largas
proporções, ou a ascensão ao poder de uma nova vertente de pensamento.

A capacidade de imprimir alterações no curso da própria vida está


relacionada com a capacidade de raciocinar, a qual permite ao ser humano
escolher, com base em sua própria experiência de vida, qual o caminho a seguir
e em qual momento a rota deve ser alterada.

O ser humano, ao mesmo tempo em que se mostra racional, a ponto de


refletir sobre sua vida, modificando o rumo até então dado à mesma, carrega
consigo uma carga muito grande de sentimentos, que podem conduzi-lo à
irracionalidade.

Ambos os fatores, racionalidade e sentimento, provocam alterações nas crenças


e, por conseguinte, nos valores que cada pessoa traz consigo.

Exemplo: Guerra – O envolvimento de um país em uma guerra pode


ocorrer em virtude de várias razões, tais como a defesa própria, agressão

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fundamentada em um motivo qualquer que teoricamente justifica entrar na
guerra ou em última instância querer defender terceiros com os quais se possui
algum tipo de relacionamento.

a) defesa própria,

b) agressão fundamentada em um motivo qualquer

c) defesa de terceiros.

Quanto à guerra, é certo que caberá sempre uma discussão quanto à validade
Hora de praticar:
dos valores que sustentam esses motivos, entender quais. De outra maneira,
caberá sempre a pergunta: Quais os motivos que levaram um país a seguir este
rumo e se realmente? Quais os motivos que levam uma pessoa acreditam que
a guerra é necessária e válida após outras tentativas de solucionar o conflito.?

Reunidos em grupos discutam as questões abaixo:

1) Como surgem os valores morais dentro de uma determinada sociedade?

2) Quais são os valores éticos fundamentais em nossa sociedade atual? Cite


pelo menos cinco deles.

3) Os princípios e valores de uma pessoa ou de uma sociedade vão se


modificando ao longo do tempo? Explique e ofereça pelo menos um exemplo.

4.6 MORAL: CONCEITO E AÇÃO MORAL.

O estudo da filosofia moral consiste em questionar o que é correto ou


incorreto, o que é uma virtude ou uma maldade nas condutas humanas. A
moralidade é um sistema de valores do qual resultam normas que são
consideradas corretas por uma determinada sociedade, como, por exemplo, os
Dez Mandamentos, os Códigos Civil e Penal etc.

A lei moral ou os seus códigos caracterizam-se por uma ou mais normas,


que usualmente têm por finalidade ordenar um conjunto de direitos ou deveres
do indivíduo e da sociedade. Para que sejam exequíveis, porém, torna-se
necessário que uma autoridade (Deus, Juiz, polícia ou consciência) as imponha,

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
sendo que, em caso de desobediência, esta autoridade terá o direito de castigar
o infrator. Exemplos de normas básicas da moral:

1) Não matar

2) Não causar dor

3) Não furtar/roubar

4) Não privar da liberdade ou de oportunidades

5) Não furar fila.

Assim, como ocorre com todos os códigos de moral, as proibições vêm


sempre precedidas de um não, ficando implícito que todos possuem esses
desejos, e que eles devem ser reprimidos, caso contrário haverá castigo.

A moral pressupõe três características: 1) seus valores não são


questionados; 2) eles são impostos; 3) a desobediência às regras pressupõe um
castigo.

4.7 ÉTICA NA RESOLUÇÃO DE CONFLITOS: AS NORMAS FORMAIS E


INFORMAIS

As pessoas são obrigadas a decidir sobre aquilo que lhes é moralmente


mais aceitável ou condenável. Essa decisão deverá levar em conta, sempre, os
valores individuais de cada um, valores que traduzem a verdade individual de
cada pessoa.

A MORAL é eminentemente prática. É a realização prática da ética. É


agir conforme os valores/princípios éticos. Trata-se do conjunto de valores que
uma dada sociedade foi formando ao longo dos tempos, e que os indivíduos
tendem a sentir como uma obrigação que lhes é fundamental.

Se alguém manifesta um comportamento diverso daquele que achamos


certo, afirmamos que não agiu corretamente, não têm valores, princípios ou
mesmo "moral".

Quando uma decisão precisa ser tomada em face de um conflito, algum interesse
estará sempre sendo contrariado, fato este que pode trazer como consequência
prejuízos morais e financeiros, de natureza individual ou coletiva. Exemplo:

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
questões envolvendo bancos e clientes; leis com forte questionamento social.

A regra moral para existir deve ser aceita pela maior parte da sociedade.

A ética não tem, necessariamente, o mesmo significado para cada


pessoa. Isto ocorre em virtude dos valores individuais de cada pessoa. Portanto,
as preocupações éticas recaem sobre o genérico e não sobre o particular, ou
seja, ainda que cada participante da sociedade carregue sua própria verdade,
deve existir uma verdade que, embora não seja exclusiva de nenhum
participante da sociedade em particular, satisfaça igualmente a todos eles.

Tendo-se sempre em conta que o interesse individual geralmente


prevalece sobre o coletivo, para que se alcance um estágio moral que seja aceito
pela maior parte da sociedade, é necessário o estabelecimento de regras. De
outra forma, é preciso que se estabeleça um padrão de comportamento que,
embora não satisfaça a uma pessoa em particular, atenda à maioria e assim,
acabe oferecendo subsídios à sociedade como um todo.

Regras Formais: a imposição de regras com o objetivo de viabilizar a


convivência em sociedade pode emanar de um poder legalmente constituído.
Ex. Legislação escrita de um país, regulamento interno de uma empresa.

Regras Informais: Surgem de maneira espontânea, da cultura da sociedade.


Ex. Costumes

A imposição de regras de comportamento não objetiva tornar as pessoas


“moralmente perfeitas”, mas propiciar uma convivência pacífica entre elas,
reduzindo a um nível mínimo possível os conflitos de interesses.

ÉTICA E MORAL: DIFERENÇAS E INTERAÇÃO DOS TEMAS NA VIDA


EM SOCIEDADE.

A confusão que acontece entre as palavras Moral e Ética existe há muitos


séculos. A própria etimologia destes termos gera confusão, sendo que Ética vem
do grego “ethos” que significa modo de ser, e Moral tem sua origem no latim, que
vem de “mores”, significando costumes.

ÉTICA - conjunto de valores que orientam o comportamento do homem


em relação aos outros homens na sociedade em que vive, garantindo, outrossim,
o bem-estar social, ou seja, Ética é a forma que o homem deve se comportar no

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
seu meio social. A ética é teórica e reflexiva.

Sua função é a mesma de qualquer teoria: explicar, esclarecer ou


investigar determinada realidade, elaborando os conceitos correspondentes.

A ética fundamenta o agir moral humano, ou seja, interpreta, discute e


problematiza as normas necessárias para o convívio na sociedade.

A MORAL é eminentemente prática. É a realização prática da ética. É


agir conforme os valores/princípios éticos.

Trata-se do conjunto de valores que uma dada sociedade, ao longo dos


tempos, foi formando e que os indivíduos tendem a sentir como uma obrigação
que lhes é fundamental.

Se alguém manifesta um comportamento diverso daquele que achamos


certo, afirmamos que não agiu corretamente, não têm valores, princípios ou
mesmo "moral".

Há situações-limite em que revelamos profundas dúvidas sobre a opção


mais correta que devemos tomar. Estão neste caso as situações que envolvem
dilemas de difícil resolução, por envolverem assuntos que estão intimamente
relacionados a crenças como a droga, o aborto, a clonagem, eutanásia, o roubo
ou a corrupção.

Ao campo da ética, diferente do da moral, não cabe formular juízo


valorativo, mas, sim, explicar as razões da existência de determinada realidade
e proporcionar a reflexão acerca dela. A moral é prática e se manifesta
concretamente nas diferentes sociedades como resposta a necessidades
sociais; sua função consiste em regulamentar as relações entre os indivíduos e
entre estes e a comunidade, contribuindo para a estabilidade da ordem social.

AUTO REFLEXÃO: Se faça estas perguntas ante de tomar decisões e aumente


a sua sensibilidade moral.

REFLEXÃO: SEIS PERGUNTAS QUE AUMENTAM A SENSIBILIDADE MORAL

1 - O que estou fazendo é certo?

2 - O que estou fazendo é justo?

3- Estou prejudicando alguém?

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
4- Eu poderia divulgar isso para o público ou alguém que respeito?

5- Eu diria para meu filho fazer isso?

6- Eu gostaria que isso acontecesse comigo?

Concluímos que dilemas morais, muitas vezes são situações nas quais
nenhuma situação é satisfatória e os argumentos desafiam a quem tenta
criar regras para decidir o que é certo e o que é errado.

Hora de praticar:

Vamos analisar uma situação real. Abaixo 2 matérias recentes de um fato


ocorrido na mídia brasileira. Matéria 1 – Página a Cidade On.com de 23/02/21
e a Matéria 2 – Capricho de 04/02/2021

1) Reunidos em grupo, discutam quais atitudes são adequadas e


inadequadas em cada uma das matérias levando em conta os princípios
éticos
2) Pensando de forma ética, o que poderia ser feito diferente e seria mais
apropriado em ambas situações?

Matéria do site: https://www.acidadeon.com/viu-essa/NOT,0,0,1586901,recorde--karol-conka-e-


eliminada-com-99-17-dos-votos.aspx

RECORDE BBB: Karol Conká é eliminada com 99,17% dos


votos
Indicada pela líder, Karol Conká foi eliminada do BBB 21 na noite desta terça
com recorde de rejeição
Da Redação | ACidade ON - 23/2/2021 23:29

Com recorde de rejeição, quem sai do BBB 21 (EPTV/Globo) nesta terça-feira (23) é
Karol Conká, com 99,17% dos votos. Ela é a participante mais rejeitada de toda a
história do Big Brother Brasil.
Karol foi eliminada no paredão em que encarava Arthur, que recebeu 0,54% dos
votos, e Gilberto, que recebeu 0,29% dos votos.

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
Indicada pela líder Sarah, Karol não teve chance de escapar do quarto paredão do
BBB 21. A rapper conseguiu o feito na segunda semana, depois de ser indicada ao
paredão por um Big Fone atendido pelo brother Gil.
Karol Conká será entrevistada por Ana Maria Braga nesta quarta-feira (24), no Mais
Você (EPTV/Globo), a partir das 9h30.
RECORDE DE REJEIÇÃO

Conká atingiu um índice de rejeição maior que Nego Di, participante eliminado
com 98,76% na semana passada. O comediante passa a ocupar o segundo lugar no
ranking de rejeição em um paredão triplo em toda a história do Big Brother
Brasil. Karol fica em primeiro.
Atrás deles, em terceiro, vem Patrícia Leite, participante do BBB 18 que saiu com
94,26%, a mais alta até esta edição.

INDICADA PELA LÍDER

Karol foi eliminada no paredão em que foi indicada pela líder Sarah. A brasiliense
justificou o voto citando atitudes incoerentes da rapper. "Uma pessoa não tem
como mudar uma opinião de 8 a 80 tão rápido. Sinto que ela me dá um tapa e
depois um beijo", explicou Sarah.

Como foi indicada pela líder, Karol não teve a chance de escapar do paredão com a
prova bate e volta - quem é indicado pelo líder ao paredão não pode participar da
prova. (...)

Desde a primeira semana do BBB havia um apelo do público para colocar a rapper
no paredão, em boa parte devia as atitudes dela com Juliette Freire e Lucas
Penteado, participante que, inclusive, pediu para sair do programa.
Karol foi eliminada no paredão em que encarava Arthur, que recebeu 0,54% dos
votos, e Gilberto, que recebeu 0,29% dos votos.

Indicada pela líder Sarah, Karol não teve chance de escapar do quarto paredão
do BBB 21. A rapper conseguiu o feito na segunda semana, depois de ser
indicada ao paredão por um Big Fone atendido pelo brother Gil.
Karol Conká será entrevistada por Ana Maria Braga nesta quarta-feira (24), no
Mais Você (EPTV/Globo), a partir das 9h30.

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Matéria abaixo: https://capricho.abril.com.br/entretenimento/bbb21-karol-conka-
pode-perder-ate-r-5-milhoes-apos-cancelamento/

BBB21: Karol Conká pode perder até R$ 5 milhões


após cancelamento
POR VITÓRIA MACEDO 4 FEV 2021, 11H51

As atitudes da sister repercutiram fora da casa e pode fazer com que ela perca
contratos

O BBB21 começou há pouco mais de uma semana, mas parece que faz meses.
O público que estava esperando entretenimento barato para se alienar um
pouco, acabou encontrando muitas discussões intensas que. aconteceram no
reality, protagonizadas principalmente por Karol Conká. A rapper deu o que falar
fora da casa com suas atitudes em relação a Lucas Penteado a Juliette, e foi
cancelada nas redes sociais As consequências disso podem afetar não só sua
popularidade, mas também o seu bolso.

Enquanto o BBB20 rendeu à Manu Gavassi boas críticas e uma posição no


Under 30, a Forbes publicou um levantamento que aponta um prejuízo de até R$
5 milhões de reais para Karol. Tudo isso advindo do faturamento com publicidade
no Instagram, shows e contratos de programas cancelados.

O levantamento levou em conta que a cantora pode levar até seis meses para
se recuperar da crise de imagem. Além disso, foram considerados os custos
de produção de conteúdo, uso de imagem e postagem no perfil da artista.

O “cancelamento” da rapper fez com que seu programa ao lado da ex-BBB


Marcela Mcgowan no GNT, que tinha estreia marcada para fevereiro, fosse
adiado. A sister também foi dispensada de um show faria no festival Rec-beat,
no Nordeste.

4.8 ÉTICA NO MUNDO GLOBALIZADO

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
Dizemos que o mundo é globalizado, pois os conceitos morais e culturais
não são mais apenas locais, pois abrangem várias pessoas pelo mundo. Um
pensamento ou uma atitude globalizada é capaz de exercer influência sobre o
mundo todo. E não apenas sobre a região em que vivemos.

É possível pensar que apenas grandes políticos e personalidades


famosas têm o poder de tomar decisões que possam ter alguma influência
global, porém, atualmente, graças aos avanças da internet, todos nós podemos
ter atitudes que influenciem pessoas mesmo fora do país. Por exemplo quando
simplesmente fazemos alguma amizade pela internet, quando compramos
qualquer produto importado ou produzido em outro país; quando alguém escreve
um texto que será publicado em uma revista de circulação internacional; quando
nos vemos na possibilidade de conseguir uma bolsa de estudos em outro país
ou mesmo de viajar a lazer; quando ficamos sabendo em tempo real, pela
internet, rádio ou TV, de algo que está acontecendo em partes distantes do
planeta, quando estudamos em algum local distante sem mesmo sair de casa.

Enfim, quando pessoas que estão geograficamente muito distantes


conseguem interagir de alguma maneira, já podemos dizer que a atitude destas
pessoas está deixando de ser regional para se tornar global.

A globalização é um processo histórico recente, e vem causando


mudanças significativas nos valores das culturas em todo o mundo. Para lidar
com estas transformações, é preciso um esforço ético muito grande, pois
interfere em nossos valores e na nossa conduta apresentando-nos vários
desafios.

As revoluções tecnológicas e políticas realizadas, sobretudo na segunda


metade do século XX, proporcionaram uma mudança nunca antes vista quanto
à possibilidade de interação entre as pessoas. Por exemplo: o telefone celular;
o computador; o acesso e a expansão da mídia (televisor, rádio, sistemas de
satélites, internet); as viagens aéreas comerciais com custos cada vez mais
acessíveis; a união de países em blocos comerciais; a fusão de empresas em
blocos empresariais. Estes e outros acontecimentos criaram possibilidades de
interação entre pessoas, influências entre culturas e comércio de produtos antes
inexistentes.

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
A globalização, portanto, promoveu a aproximação e influência entre
pessoas, culturas, empresas e nações. E esse é um processo que não para. O
acesso às tecnologias “globalizantes”, bem como a adoção de políticas cada vez
mais globais, ou seja, que atendam necessidades mundiais, como as que se
referem à preservação do meio ambiente, tem crescido progressivamente.

Também é importante ressaltar que o processo de globalização é fruto da


necessidade de expansão comercial das potências econômicas do Ocidente.
Esse processo está intimamente ligado ao sistema capitalista de produção que
visa sempre ao lucro e ao acúmulo de capital.

Quando acontece uma aproximação entre culturas diferentes, ocorrem


dois movimentos inevitáveis: o primeiro é o enriquecimento das mesmas por
meio das novidades que uma tem a oferecer à outra; o segundo é o conflito de
valores que ocorre quando algo tido como bom e certo para uma é tomado como
errado pela outra. Já aprendemos que os valores variam de acordo com o tempo
e com a história das sociedades, durante milhares de anos, não havia uma
possibilidade de aproximação e influência tão intensa entre os povos quanto
àquela que ocorre atualmente. Admitir que os valores podem variar é diferente
de conviver com a variação destes valores.

Para exemplificar, uma diferença cultural, sabemos que entre os


praticantes de religiões islâmicas, as mulheres utilizam uma veste chamada
burca, que deixa apenas o rosto à mostra. Vamos supor que alguma parente sua
se convertesse para o islamismo, na prática você teria que conviver de maneira
próxima com a diferença, a dificuldade de conviver com esta diferença. Seria
fácil conviver com uma pessoa próxima que adota um costume religioso tão
diferente dos padrões do Ocidente?

A globalização, ao permitir o maior contato entre as diferenças, exige que


se compreenda a necessidade de respeito e tolerância aos valores de culturas
distintas, sendo que nenhuma cultura tem o direito de tentar anular as demais,
já que todas as culturas são igualmente legítimas. Quando a base cultural é
diferente, as diferenças em termos de valores e tradições podem ser muito
grandes. É preciso que sejam feitos acordos para que as diferenças possam ser
toleradas e, com o tempo, possam conduzir a um convívio que pode até gerar
valores morais comuns.

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
Quando a Ética tem como objeto os valores de uma única cultura, a sua
aplicação é mais simples, pois aquilo que é considerado certo e errado sofre uma
variação menor. No entanto, quando existem vários sistemas morais envolvidos,
o agir ético torna-se mais complexo.

A preocupação ética busca minimizar conflitos e intolerâncias referentes


ao contato de tradições diversas. O diálogo entre as culturas deve acontecer na
busca por uma linguagem moral comum. Devemos buscar valores que façam
sentido tanto para um islâmico do Paquistão, quanto para um budista do Tibet,
quanto para um cristão brasileiro.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos como um exemplo de


construção de um código comum de regras que visa ao respeito a qualquer
pessoa, independentemente de sua cultura. Nela está presente uma série de
valores que é aceita de maneira comum pelas mais diversas culturas existentes.

Hora de praticar:

Reflita:

1) Quais os produtos e serviços que conhecemos/experimentamos em


nosso país em virtude do processo de globalização? O consumo destes
produtos e serviços modificou nossa cultura?
2) Quais são os principais pontos positivos e os pontos negativos da
globalização.

4.9 ÉTICA NO MUNDO DO TRABALHO

A palavra profissional indica aquela pessoa com competência para atuar


em determinada área e que exerce bem sua profissão. Podemos pensar que um
bom profissional em qualquer área é aquele que possui amplo conhecimento de
como se deve proceder para confeccionar determinado produto, operar
determinada máquina, exercer determinada atividade etc., porém o mercado de
trabalho busca cada vez mais pessoas que, além de saberem tecnicamente
realizar determinada função, possam realizá-la com ética, ou seja, as empresas
seguem valorizando a capacidade técnica, mas tão importante quanto isso e a

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
capacidade dos seus colaboradores de se relacionarem bem uns com os outros.

O bom profissional, deve ser alguém que saiba estar com os outros de
uma maneira positiva, que consiga estabelecer soluções conjuntas no ambiente
de trabalho, promovendo o bem-estar coletivo em qualquer tipo de ambiente de
trabalho, hospitais, escolas, supermercados, fábricas, oficinas, academias etc.
Desta forma, buscar uma postura ética já não pode ser visto como um “algo mais”
por quem deseja ser um profissional valorizado. Ser ético é uma exigência básica
de mercado.

4.10 ÉTICA NAS ORGANIZAÇÕES

Falar em organizações é pensar nas mudanças produtivas pelas quais o


mundo passou, iniciando na Produção artesanal para subsistência, passando
pela Revolução industrial, chegando na Era da Informação. Permanentemente,
as organizações estão sujeitas a mudanças tanto no seu funcionamento, quanto
nas relações sociais e do trabalho.
A Ética, é um valor intrínseco da atividade econômica e empresarial, pois,
toda organização é composta por pessoas e os seres humanos conferem ao que
realizam, inevitavelmente, uma dimensão ética e moral que permeia os seus
relacionamentos sociais.
A empresa, enquanto instituição capaz de tomar decisões e como
conjunto de relações humanas com uma finalidade determinada, já tem desde
seu início, uma dimensão ética. Uma ética empresarial não consiste somente no
conhecimento daquilo socialmente definido como comportamento correto, ou
ético, mas sim, na prática constante de tais valores.
O sucesso de uma Empresa é medido pela sua lucratividade, é através
do lucro que o desempenho das Empresas é avaliado, não como um objetivo em
si, mas como um parâmetro para verificar a eficácia dos seus processos e
práticas.
A estrutura das Empresas mudou, hoje elas não são mais vistas apenas
como produtoras de bens e serviços, ou como geradoras de empregos e de
impostos, atualmente o papel social que as organizações representam nas

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
comunidades em que atuam e a sua atuação como agentes de transformação
positiva na sociedade e no meio ambiente são muito valorizados.
O movimento iniciado na escola das relações humanas que passa a
enxergar o indivíduo como um ser com necessidades que precisam ser
atendidas promoveu mudanças significativas, que tiveram uma ênfase ainda
maior com a fixação do capitalismo como ideologia dominante, pois a partir disso
todos os seres humanos, independente de origem, idade, crenças, passam a ser
vistos como “consumidores” e é esse um dos grandes dilemas éticos das
Empresas modernas.
A pratica da ética, concretiza-se no campo da atuação diária, corriqueira
e cotidiana e não deve ser apenas em ocasiões excepcionais geradoras de
conflitos de consciência. Ser ético não significa conduzir-se eticamente quando
for conveniente, mas o tempo todo.

4.11 AS EMPRESAS NO CONTEXTO ATUAL

É fato, que as Empresas estão mudando, pois, as novas gerações, com


acesso mais fácil e rápido às informações, aumentando o seu interesse e
compreensão dos processos políticos e sociais e estão exigindo posturas mais
responsáveis tanto no âmbito político quanto empresarial, a partir de uma maior
ciência dos seus direitos individuais e sociais, estão exigindo que as empresas
nas quais investem o seu dinheiro, tenham o mesmo nível de responsabilidade.
Se isso é apenas um modismo, ou uma situação que veio para ficar é uma
questão a ser acompanhada, porém desde o início da década passada, já foi
verificado que empresas preocupadas em manter uma relação equilibrada com
os seus stakeholders (acionistas, clientes, funcionários, fornecedores e
comunidade), assim como aquelas que são mais preocupadas com o meio
ambiente, possuem políticas inclusivas e incentivam os seus empregados a
participarem de atividades voltadas para o social, tendem a ter um crescimento
maior do que aquelas que visam ganhar a qualquer custo.

4.12 IMAGEM INSTITUCIONAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
Atualmente a imagem institucional está intimamente ligada às ações
práticas realizadas pela organização em seu dia a dia. Historicamente, empresas
que falharam ao utilizar processos de fabricação ou comercialização
considerados não éticos, por exemplo, oferecendo produtos fabricados com
mão-de-obra “escrava”, trabalho infantil, etc. não foram aceitos pelos
consumidores mais esclarecidos que em muitos casos realizam os chamados
boicotes às marcas que agem dessa forma, gerando queda nas vendas e
gerando abalos à saúde financeira das Empresas.
A Ética Empresarial envolve princípios que devem orientar o
comportamento desejável no mundo corporativo e a Responsabilidade Social
refere-se à obrigação da Empresa maximizar o seu impacto positivo sobre as
pessoas com quem se relaciona, são estes os stakeholders: Clientes, acionistas,
funcionários, comunidade, fornecedores e governo. Alguns autores, como
McIntosh (2001), ampliam o conceito para a chamada Cidadania corporativa, em
que é feito um paralelo entre os direitos e deveres do cidadão individual e o
comportamento esperado da Empresa como organização que além de precisar
produzir produtos dentro de padrões de qualidade ou prestar serviços de alto
padrão, envolvem dimensões éticas que devem integrar tais princípios à
estratégia e à Cultura organizacional.
O consumidor hoje, avalia a Empresa não apenas pelos seus produtos,
mas também pela forma com que os seus funcionários são tratados, pela ética
com que realiza os seus negócios, pelo cuidado com o meio ambiente durante e
após os processos produtivos, assim como também por envolvimento em
questões ligadas a corrupção e propinas. Empresas que não seguem padrões
éticos perdem clientes para empresas que praticam valores como pratica do
respeito à diversidade e colaboração com as comunidades em que atuam em
escolas, postos de saúde, entidades sociais e cuidados ambientais. Exigindo
mudanças no papel industrial de “predador de Recursos” para Agente de
transformação positiva da sociedade.
Alguns fatores como a concentração de renda e a desigualdade social
existente, fizeram com que o papel social das Empresas ganhasse maior
relevância, como uma alternativa para suprir carências sociais, que faz com que
invistam cada vez mais em questões do tipo:
a) Assistência à comunidade local,

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
b) Oferecimento de benefícios não-obrigatórios aos seus empregados
c) Procedimentos éticos nas relações de consumo,
Embora a atuação social das organizações possa parecer deslocada do foco nos
negócios, encontra suas bases na convergência com os valores dos clientes e
consumidores e se mostra um verdadeiro investimento, pois o consumidor
prefere consumir de Empresas que são socialmente responsáveis e, portanto,
essa imagem que mostram no mercado passa também a ser um diferencial
competitivo.

Uma boa imagem, passa a ser estratégica, e ela é constantemente construída


através do respeito às pessoas, ao meio ambiente e também à concorrência,
trazendo admiração por parte da comunidade.

São exemplos de ações realizadas: Construção e manutenção de creches e


escolas, Alfabetização de adultos, incentivo aos funcionários a participarem de
ações voluntárias, investimentos em acessibilidade, projetos de preservação
ambiental, alfabetização de adultos e população em situação de vulnerabilidade,
iniciativas de saúde e esportes, entre outras.

Hora de praticar:

Você conhece Empresas que praticam a Responsabilidade Social? Comente as


Ações que você conhece neste sentido e qual é a relevância Social dessas
ações.

4.13 ÉTICA PROFISSIONAL NA PRÁTICA INDIVIDUAL

A ética profissional é o conjunto de práticas que determinam a adequação


no exercício de qualquer profissão. É através dela que se dão as relações
interpessoais no trabalho, visando, especialmente, o respeito e o bem-estar no
ambiente profissional.

É importante lembrar que a ética é indispensável para conviver em


sociedade. É através dela que se pratica o respeito. Portanto, dentro do ambiente

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
de trabalho ela é ainda mais importante. Afinal, atitudes inadequadas podem
afetar o desempenho e a reputação de uma empresa.

Ao completar a formação, a pessoa faz um juramento, que significa sua


adesão e comprometimento com a categoria profissional onde formalmente
ingressa. Isto caracteriza o aspecto moral da chamada Ética Profissional, esta
adesão voluntária a um conjunto de regras estabelecidas como sendo as mais
adequadas para o seu exercício. Mesmo quando uma pessoa trabalha numa
área que não escolheu livremente, o fato de “pegar o que apareceu” como
emprego por precisar trabalhar, o fato de exercer atividade remunerada onde
não pretende seguir carreira, não isenta da responsabilidade de pertencer,
mesmo que temporariamente, a uma classe, e há deveres a cumprir.

Pode perguntar a si mesmo: Estou sendo bom profissional? Estou agindo


adequadamente? Realizo corretamente minha atividade?

É fundamental ter sempre em mente que há uma série de atitudes que


não estão descritas nos códigos de todas as profissões, mas que são comuns a
todas as atividades que uma pessoa pode exercer.

Atitudes de generosidade e cooperação no trabalho em equipe, mesmo


quando a atividade é exercida solitariamente em uma sala, fazem parte de um
conjunto maior de atividades que dependem do bom desempenho desta.

Uma postura proativa, ou seja, não ficar restrito apenas às tarefas que
foram dadas a você, mas contribuir para o engrandecimento do trabalho, mesmo
que ele seja temporário.

Se sua tarefa é varrer ruas, você pode se contentar em varrer ruas e juntar
o lixo, mas você pode também tirar o lixo que você vê que está prestes a cair na
rua, podendo futuramente entupir uma saída de escoamento e causando o
acumulo de água quando chover. Você pode atender num balcão de informações
respondendo estritamente o que lhe foi perguntado, de forma fria, e estará
cumprindo seu dever, mas se você se mostrar mais disponível, talvez sorrir, ser
agradável, a maioria das pessoas que você atende também serão assim com
você, e seu dia será muito melhor.

Muitas oportunidades de trabalho surgem onde menos se espera, desde


que você esteja aberto e receptivo, e que você se preocupe em ser um pouco

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
melhor a cada dia, seja qual for sua atividade profissional. E, se não surgir, outro
trabalho, certamente sua vida será mais feliz, gostando do que você faz e sem
perder, nunca, a dimensão de que é preciso sempre continuar melhorando,
aprendendo, experimentando novas soluções, criando novas formas de exercer
as atividades, aberto a mudanças, nem que seja mudar, às vezes, pequenos
detalhes, mas que podem fazer uma grande diferença na sua realização
profissional e pessoal. Isto tudo pode acontecer com a reflexão incorporada a
seu viver.

E isto é parte do que se chama empregabilidade: a capacidade que você


pode ter de ser um profissional que qualquer patrão desejaria ter entre seus
empregados, um colaborador. Isto é ser um profissional eticamente bom.

O profissional deve seguir tanto os padrões éticos da sociedade quanto


as normas e regimentos internos das organizações.

A ética no ambiente de trabalho proporciona ao profissional um exercício


diário e prazeroso de honestidade, comprometimento, confiabilidade, entre
tantos outros, que o conduzem tanto na tomada de decisões como no processo
de adotá-las. Ao final, a recompensa é ser reconhecido, não só pelo seu trabalho,
mas também por sua postura ética, de valores e conduta exemplar.

QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS FATORES COMPONENTES DA ÉTICA


PROFISSIONAL?

Os elementos mais importantes da ética profissional são muito semelhantes aos


da ética social. São eles:

Honestidade: É um preceito básico para a convivência tanto pessoal quanto


profissional. Falar sempre a verdade, não culpar colegas por erros seus e
assumir falhas próprias são atitudes honestas e de valor para uma vida
profissional ética e reta.

Sigilo: Alguns assuntos são confidenciais por segurança, e não é nada ético
sair falando aos quatro ventos sobre coisas que não dizem respeito a
determinados públicos. Informações sigilosas geralmente estão protegidas por
lei e, caso algum funcionário quebre este protocolo, a pena é certa.

Competência: A competência envolve também o compromisso, a organização

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
e a capacidade de ajudar os demais, tudo com a finalidade de realizar um bom
trabalho de forma geral.

Prudência: Ter noção da hierarquia, cuidado com comentários, brincadeiras e


atitudes que podem até mesmo ofender os demais. É importante ainda ter
prudência na realização das tarefas, fazer tudo da forma mais correta possível,
sem “atalhos” ou “jeitinhos”.

Humildade: Perguntar quando há dúvidas, no caso do empregado. É ouvir os


subordinados, no caso do líder. Ou, para ambos, reconhecer erros e aprender
com eles.

Imparcialidade: Tratar a todos de maneira igual, independentemente do cargo


que ocupam. Ser imparcial é mais importante ainda para os gestores. É comum
as relações profissionais extrapolarem os limites do escritório, mas é
imprescindível saber separar a relação pessoal da profissional.

Hora de praticar:

1)Algumas empresas no Brasil e no mundo descobriram como lucrar com a ética


e explorá-la através do marketing social. Como você poderia tirar melhor proveito
da ética e também explorá-la em seu marketing pessoal? Quais as posturas
éticas essenciais para o desempenho profissional?

4.14 DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS

A Declaração Universal dos Direitos humanos (DUDH) é um documento


que constitui um marco na história dos direitos humanos. Foi elaborada por
representantes de diferentes origens jurídicas e culturais de todas as regiões do
mundo e proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em Paris no dia
10 de dezembro de 1948, por meio da Resolução 217 A (III) da Assembleia geral.
E foi criada para ser uma norma comum a ser alcançada por todos os povos e
nações, estabelecendo a Proteção universal dos direitos humanos.

A declaração já foi traduzida para mais de 500 idiomas e inspirou a


constituição de muitos países e democracias recentes.

A DUDH, em conjunto com outras normas e tratados, determinam o que

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é esperado em termos de relações humanas, abrangendo temas como:
Prevenção e repressão a crimes de genocídio, eliminação da discriminação
racial, eliminação da discriminação contra as mulheres, direitos das crianças e
das pessoas com deficiência.

A declaração dos direitos humanos, por si só oferece um padrão de


relacionamento e respeito entre os seres humanos, de qualquer procedência que
se adotado no convívio com outras pessoas seria a garantia de uma convivência
harmônica.

São ao todo 30 artigos que iniciam falando sobre o direito à vida, a


igualdade e liberdade para viver de todo e qualquer ser humano, se
aprofundando em questões, contra a escravidão, a tortura, direito a ter um
julgamento justo, direito a ter uma família e à proteção à vida privada e familiar,
proteção à propriedade, liberdade de fé e prática religiosa, liberdade de
expressar as suas opiniões, a receber segurança e proteção do Estado, receber
asilo político. Passando por direitos que fazem parte (ou deveriam fazer) do
cotidiano, como o direito ao descanso e ao lazer, à educação gratuita, acesso às
artes, cultura e ciências, finalizando com o direito à proteção de todos direitos
trazidos na DUDH.

Apesar de que muitos destes direitos podem parecer óbvios, sabemos


que é grande o número de pessoas que não goza das mínimas condições de
vida, o que torna a busca por comportamentos éticos tão importantes.

Para conhecer na integra, acesse: https://brasil.un.org/pt-br/91601-declaracao-


universal-dos-direitos-humanos

Hora de praticar:

Em pequenos grupos, pesquise e leia a Declaração dos Direitos Humanos e


escolha um fato social ou político que esteja ocorrendo no Brasil ou no mundo e
analise em sua opinião o direito que está sendo quebrado e sugira o que poderia
ser feito para corrigir a situação.

4.15 DIMENSÕES DA ÉTICA CORPORATIVA

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
A Ética e a responsabilidade social também podem ser avaliadas de
acordo com a participação da Empresa em relação à aplicação das dimensões
importantes para a cidadania. São estas:

1- Dimensão Legal: Cabe à Empresa cumprir as leis vigentes que são


entendidas como o mínimo necessário para um comportamento
responsável. Neste caso, o comportamento é uma exigência legal, por
tanto passível de punição se não for seguido. Alguns exemplos
➢ Leis de Proteção ao consumidor;
➢ Leis que regulamentam a concorrência: que garantem a livre
concorrência;
➢ Leis de proteção ambiental: Para redução dos impactos ambientais;
➢ Leis sobre segurança no trabalho: Que tratam de saúde ocupacional;
➢ Leis sobre tratamento justo: Para proteção dos direitos da população da
Empresa na sua diversidade, idosos, deficientes, identidade de gênero,
religião, entre outros.

2 - Dimensão Ética: Preocupação com os stakeholders, para que os ganhos de


uns não sejam à custa dos direitos dos outros. Vai além de simplesmente os
requisitos legais, incluindo um conceito de “sensibilidade social” em que as
necessidades são constantemente avaliadas buscando atende-las mesmo que
em alguns momentos seja apenas parcialmente. Ex: Necessidade de fazer
demissões para a sobrevivência da Empresa, porém acompanhada de serviços
de recolocação, encaminhamento, etc.

3 – Dimensão Econômica: Refere-se à utilização ética dos recursos


econômicos por parte da Empresa e que geram impacto na sociedade como um
todo, alguns exemplos são o pagamento de salários justos, dividendos corretos
para os acionistas, impostos recolhidos corretamente, pagamento pontual aos
fornecedores, entre outros. Inclui também situações da aplicação dos recursos
destinados a contribuir com o meio ambiente, como é o caso de tratamento e
destinação de resíduos entre outras ações que requerem investimentos
financeiros.

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
4 – Dimensão Cidadã: Trata das contribuições da empresa com o bem-estar da
comunidade e que visam a qualidade de vida. Engloba questões de
responsabilidade legal, responsabilidade socioambiental, os investimentos em
projetos culturais, projetos na área da educação. Erradicação do trabalho infantil,
Profissionalização de jovens, auxilio a entidades que ajudam portadores de
deficiências, etc. atuando em alguns destes segmentos a Empresa investe na
sua imagem ao mesmo tempo em que ajuda a diminuir problemas sociais.

Hora de praticar:

Pesquise:

1 - O que são os indicadores Ethos e qual é a sua relevância?

2- Quais são os temas compreendidos pelos indicadores?

A seguir iremos conhecer um pouco sobre algumas iniciativas apresentadas na


Dimensão legal da Ética Organizacional.

4.16 CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

Esta necessidade das empresas, de serem cidadãs e responsáveis pela


população que atendem, muitas vezes vem sendo percebida pelos empresários
e detentores do poder econômico num ritmo incompatível com as necessidades
da população, nesse espaço surgem as ferramentas, que por força de lei, dão
garantia aos cidadãos de terem os seus direitos respeitados. Um deles é o
“Código de Defesa do Consumidor”
Conforme dissemos, o indivíduo faz parte do mundo de consumo desde o
seu nascimento e dentro do contexto econômico social em que está inserido
acaba sendo visto como um “consumidor” desde cedo numa relação que vai se
estender por toda a vida, porém ele nem sempre é consciente dos seus direitos
e em vários momentos sentia-se lesado em suas relações de consumo. Até

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
então, o consumidor era a parte mais vulnerável, e, muitas vezes,
economicamente mais frágil (hipossuficiente). Esta tendência de proteção do
consumidor é mundial, e a ONU, ao estabelecer resoluções e recomendações
nessa linha protetiva, tem inspirado diversas legislações nacionais, a exemplo,
no Brasil, do Código de Proteção e Defesa do Consumidor (CDC).

A Lei nº 8.078/90 (CDC), entrou em vigor em 11 de março de 1991, e foi


responsável por regulamentar as relações de consumo em detalhes buscando
atender as necessidades dos consumidores, respeito à sua dignidade, saúde e
segurança. Apesar de se tratar de uma legislação específica, ela está em perfeita
sintonia com a Constituição Federal brasileira de 1988, e representa um marco
em termos de inovação e resgate da cidadania. O CDC representa uma
legislação atual, de grande importância para o cenário nacional, permeado e
orientado pelos valores e princípios éticos da boa-fé e da transparência, que
orienta as relações de consumo não apenas na sua consumação, mas também
em um espectro mais amplo como da publicidade, por exemplo.

Vivemos numa sociedade de consumo em que a relação entre


fornecedor e consumidor é muito complexa, pois os papéis que ocupamos
enquanto agentes econômicos são variáveis, na realidade, todos nós somos
consumidores – os indivíduos, as empresas, o Estado, os órgãos nacionais e
internacionais, sendo, o Código de Proteção e Defesa do Consumidor (CDC) a
lei orientadora das relações entre consumidores e fornecedores de produtos e
serviços em todos os casos. Com o objetivo de tornar esses interesses
compatíveis, o Estado busca criar políticas econômicas públicas e privadas que
estejam em conformidade com os valores e com os objetivos
constitucionalmente consagrados.

Principais conceitos do CDC

Consumidor: É toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza um produto


ou serviço como destinatário final. (Quem compra artigos para revenda não é
considerado consumidor). O consumidor pode ser uma pessoa individualmente
ou um coletivo. A vítima de um produto defeituoso e as pessoas expostas às
propagandas também são considerados consumidores.

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
Fornecedor: É toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou
estrangeira que desenvolva atividade de produção, montagem, criação,
construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou
comercialização de produtos ou prestação de serviços.

Produto: É qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial. Isto é,


qualquer mercadoria colocada à venda no comércio, por exemplo: alimentos,
roupas, objetos, casas, carros, etc.

Serviço: São as atividades fornecidas no mercado de consumo mediante


remuneração. Ou seja, tudo aquilo que você paga para que façam por você.
Exemplo: Serviços bancários, médico, conserto de carro, corte de cabelo.

8.17 DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR Segundo o Código de Defesa


do Consumidor (CDC) Artigo 6

1. Proteção da vida, da saúde e da Segurança: Antes de comprar um produto


ou utilizar um serviço você deve ser avisado, pelo fornecedor sobre produtos
perigosos ou nocivos, caso ofereçam possíveis riscos à saúde ou segurança.

2. Educação para o consumo: Você tem o direito de receber orientação sobre


o consumo adequado e correto dos produtos.

3. Liberdade de escolha de produtos e serviços: Você tem todo o direito de


escolher o produto ou serviço que preferir com igualdade nas contratações.

4. Informação adequada: Todo produto deve trazer informações claras e


corretas sobre sua quantidade, peso, composição, preço, qualidade riscos que
apresenta, tributos inclusos no preço, bem como o modo de utilizá-lo e se tem
riscos. Antes de contratar um serviço você tem direito a todas as informações de
que necessitar e o fornecedor deve ser transparente. No caso de alimentos, as
informações são indispensáveis, para evitar riscos à saúde como no caso dos
alergênicos.

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
5. Proteção contra publicidade enganosa ou abusiva: O consumidor tem o
direito de exigir que tudo o que for anunciado seja cumprido. Se o que foi
publicado no anúncio não for cumprido, o consumidor tem direito de cancelar o
contrato e receber a devolução da quantia paga. A publicidade enganosa e a
abusiva, que busca coagir o consumidor ou induzi-lo a cometer erro no ato da
compra, é proibida pelo CDC e é considerado crime (art. 67, CDC).

6. Proteção contratual: Na assinatura de um acordo ou contrato com cláusulas


pré-redigidas por uma das partes, em que ambos assumem obrigações, o
Código protege o consumidor quando se estas cláusulas não forem cumpridas
ou se as mesmas não forem proporcionais ou trouxerem prejuízos ao
consumidor. Neste caso, as cláusulas podem ser anuladas ou modificadas por
um juiz, e, neste caso, o contrato não obriga o consumidor a cumprir o que nele
está escrito.

7. Indenização: Quando o consumidor for prejudicado, por danos morais,


patrimoniais, individuais, entre outros, ele tem o direito de ser indenizado por
quem lhe vendeu o produto ou lhe prestou o serviço.

8. Acesso à Justiça: O consumidor que tiver os seus direitos violados pode


recorrer a órgãos judiciários ou administrativos para prevenir ou reparar danos.
O juiz irá determinar ao fornecedor que eles sejam respeitados e a forma de
reparação se necessário, assegurando a proteção jurídica aos necessitados.

9. Facilitação da defesa dos direitos do consumidor: O CDC facilitou a


defesa dos direitos do consumidor, permitindo até mesmo que, em certos casos,
seja invertido o ônus de provar os fatos. Se, a critério do juiz, a alegação do
consumidor for procedente, ele pode determinar que prestador de serviços ou
vendedor, prove a qualidade do produto ou serviço, beneficiando-se o
consumidor por, em tese, possuir menos recursos.

10. Qualidade dos serviços públicos: O Estado também é um prestador de


serviços, e, portanto, existem normas no Código de Defesa do Consumidor que
asseguram a prestação de serviços públicos de qualidade, assim como o bom

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
atendimento ao consumidor pelos órgãos públicos ou empresas concessionárias
desses serviços.

O prazo para efetuar reclamações é de 30 dias no fornecimento de produtos


não duráveis
E 90 dias em caso de fornecimento de serviços ou produtos duráveis. Prazos
estes contados a partir da data de entrega do produto ou do término do
fornecimento do serviço.
Em casos de defeito, chamado de vício oculto, o prazo inicia-se quando o
defeito é verificado.
Direito a arrependimento: Se o consumidor desistir do contrato de
compra de um produto, tem o prazo de 7 dias a contar da data da compra (ou
assinatura do contrato) para realizar a devolução.

4.18 LEIS TRABALHISTAS BRASILEIRAS

Dentro da dimensão Ética Legal, encontram-se as leis direcionadas a


atender a necessidade de proteger o direito de todos os trabalhadores, incluindo
os pertencentes a minorias permitindo-lhes um tratamento justo. Cabe à
Empresa respeitar os funcionários na sua diversidade, e terem tratamento
profissional adequado independentemente idade, deficiência, gênero, raça,
identidade de gênero, religião, entre outros.

Outro ponto que também faz parte da Ética organizacional, se refere a


cumprir com as obrigações fiscais (tributárias) e trabalhistas decorrentes do
vínculo empregatício.

Como em todos os países, no Brasil, desde a colonização, a economia


era iminentemente agrária. Inicialmente com mão-de-obra escrava e
posteriormente, com a abolição dos escravos e o surgimento dos primeiros
“centros industriais” surge o trabalho “operário”. O que ocorria era um abuso por
parte dos detentores do poder econômico que submetiam os trabalhadores a
péssimas condições de trabalho, com cargas horárias exaustivas, 7 dias por
semana, inclusive contratando crianças, sem condições de higiene e salubridade
e tudo isso por salários irrisórios.

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
Em 1906 foi realizado o “Primeiro congresso operário Brasileiro”, que
recomendava que o operário “fizesse o possível” para trabalhar no máximo 8
horas por dia. Apesar de ter surgido como uma ideia boa, não gerou mudança
alguma. Paralelamente ao Brasil, o mundo busca melhores condições para os
trabalhadores o que influencia os movimentos operários brasileiros.

O surgimento das primeiras leis trabalhistas no Brasil, ainda muito


precárias, decorre do final do século XIX e se intensificam durante as primeiras
décadas do século XX. A partir do ano 1916 foi editado o “Código Civil Brasileiro”,
que no seu artigo n° 1216 tratava da “Locação de mão de obra”, porém entendia-
se que o Estado não deveria interferir nos contratos realizados, pois patrões e
trabalhadores eram livres e iguais para vender a sua mão-de-obra e, portanto,
mais uma vez, resultou em fracasso.

Foi quando Getúlio Vargas, um político gaúcho engajado nos movimentos


operários brasileiros assumiu a presidência que ocorreram mudanças mais
significativas. Em 1930 criou o Ministério do Trabalho Indústria e Comércio e
criou várias leis significativas para os trabalhadores:

1931 – Lei Sindical

1932 – Lei sobre convenções coletivas de Trabalho

1934 – Criação das juntas de conciliação e julgamento, que posteriormente


passaram a constituir a justiça do trabalho.

1935 – Criação de indenização por despedida injusta

1936 – Instituição das comissões de salário mínimo

1940 – Instituição do salário mínimo.

Entre 1930 e 1943, foi um período d intensa atividade legislativa, com a criação
de vários “Decretos-Lei”, para diversas categorias profissionais. E em 1° de Maio
de 1943 toda essa legislação foi reunida num único diploma legal, o Decreto-lei
n° 5452, mais conhecido como Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT,
que entrou em vigor em 10 de Novembro de 1943.

A partir de 1943, a legislação foi complementada com diversos textos que


contemplavam outros aspectos da relação trabalhistas.

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
1949 – Criação da Lei 601 que trata do descanso semanal remunerado

1962 – Criação da Lei 4092 que criou a gratificação natalina (Décimo terceiro
salário)

1966 – Criação da Lei 5107 que institui o FGTS - Fundo de Garantia por Tempo
de Serviço.

As leis trabalhistas representaram um grande avanço para as condições


de trabalho e também na vida pessoal dos trabalhadores. E representa inúmeros
benefícios.

As Empresas oferecem vantagens aos seus empregados, alguns por


obrigação legal, outros com a intenção de reter os melhores profissionais do
mercado. Entre os benefícios trabalhistas obrigatórios por leis, temos:

Férias Remuneradas: Todo profissional contratado por uma Empresa tem


direito a 30 dias consecutivos de férias remuneradas a cada 12 meses de
trabalho. Esses 30 dias podem ser divididos em até 3 períodos, sendo que ao
menos 1 deles tem de ter duração mínima de 14 dias e os outros 2 não podem
ter menos de 5 dias.

13° Salário: Os trabalhadores têm direito a um 13° salário no final do ano, sendo
que o valor do benefício é proporcional à quantidade de meses trabalhados
durante o ano, na proporcionalidade de 1/12 avos do valor do salário para cada
mês trabalhado. Pode ser pago em 2 parcelas o que ocorre geralmente nos
meses de novembro e dezembro.

Vale Transporte: Tem direito a vale transporte o trabalhador que se desloca


para o trabalho por uma distância maior que 1 quilometro. A lei permite que a
Empresa desconte até 6% do salário do empregado para cobrir parte do
benefício. O restante é pago pelo empregador.

Fundo de Garantia por tempo de serviço – FGTS: A Empresa deposita


mensalmente em uma conta bancária que só pode ser acessada em caso de
demissão sem justa causa o valor equivalente a 8% do salário do profissional,
ou 2% no salário dos jovens aprendizes. Este valor também pode ser retirado
para aquisição de imóvel e algumas doenças específicas.

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
Adicional Noturno: Quem trabalha entre 22horas e 05 horas do dia seguinte,
tem direito a uma remuneração extra de, no mínimo 20% sobre o valor normal
de sua hora de trabalho.

Adicional por horas extras: Horas adicionais às horas contratadas devem ser
pagas com um adicional de no mínimo 50% do valor da hora normal de trabalho.
A porcentagem pode ser maior dependendo de acordos trabalhistas específicos
por Empresa / categoria.

Hora de praticar:

1) Assinale benefícios que você conheça que não são obrigatórios.


2) Quais são os benefícios intangíveis trazidos pela legislação trabalhista
para a vida do empregado?

4.19 DIMENSÃO CIDADÃ DA ÉTICA – Trabalho voluntário

Conforme já dissemos, a dimensão cidadã da ética busca o bem-estar das


comunidades em que a Empresa atua. É comum as Empresas trabalharem com
projetos na área de educação de crianças e adolescentes, preparando cidadãos
para o futuro. Muitas Empresas que não podem por si atender a todas as
necessidades das comunidades tem incentivado os seus funcionários no seu
papel cidadão a trabalharem em projetos locais onde a Empresa está inserida,
geralmente o trabalho voluntário é realizado em instituições filantrópicas,
Organizações Não Governamentais (ONG’s), Escolas, Centros comunitários,
entre outros.

O Trabalho voluntário surge como uma possibilidade de suprir carências


deixadas pelo estado e pelas organizações. É uma forma das pessoas
exercerem a cidadania e levarem a sua contribuição para viverem em um mundo
melhor. Através do voluntariado, cada um de nós pode fazer a diferença
independente das condições que o mundo ofereça, parte do princípio do próprio
indivíduo ser autor das mudanças sociais.

Existe uma legislação própria sobre o trabalho voluntário.

Em nível Federal, é a lei 9608/980:

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
“Considera-se serviço voluntário, para os fins desta Lei, a atividade não
remunerada prestada por pessoa física a entidade pública de qualquer natureza
ou a instituição privada de fins NÃO lucrativos que tenha objetivos cívicos,
culturais, educacionais, científicos, recreativos ou de assistência à
pessoa. (Redação dada pela Lei n.º 13.297, de 2016)
Parágrafo único. O serviço voluntário não gera vínculo empregatício, nem
obrigação de natureza trabalhista previdenciária ou afim.
Art. 2.º O serviço voluntário será exercido mediante a celebração de termo de
adesão entre a entidade, pública ou privada, e o prestador do serviço voluntário,
dele devendo constar o objeto e as condições de seu exercício.
Art. 3.º O prestador do serviço voluntário poderá ser ressarcido pelas despesas
que comprovadamente realizar no desempenho das atividades voluntárias.
Parágrafo único. As despesas a serem ressarcidas deverão estar
expressamente autorizadas pela entidade a que for prestado o serviço
voluntário.

Em nível Estadual, é a Lei 10335/99, que diz o seguinte:


Artigo 1.º - São considerados serviços voluntários aqueles não remunerados,
prestados por pessoas físicas a entidades públicas de qualquer natureza e a
organizações não governamentais, sem fins lucrativos, cujos objetivos sejam
cívicos, culturais, educacionais, recreativos, científicos ou de assistência social.

§ 1.º - O serviço voluntário não gera vínculo empregatício e nenhuma


obrigação de natureza trabalhista, previdenciária ou afim.
§ 2.º - Os serviços voluntários a que se refere este artigo serão reconhecidos
como de relevância pelo Poder Público da localidade onde são realizados.

O trabalho voluntário envolve um amplo precedente ético, pois quem trabalha


como voluntário em sua grande maioria está mexendo com a singularidade e
vulnerabilidade de outros seres humanos. Na dimensão ética, é preciso respeitar
princípios básicos como:

➢ O sigilo e a confidencialidade das informações obtidas na prestação de


serviços, não apenas no trabalho voluntário, mas em qualquer situação

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
profissional, o sigilo é uma questão fundamental que envolve respeito ao
outro.
➢ Respeito à singularidade: histórias de vida diferentes, culturas, Empatia,
solidariedade, perdão, acolhimento e apoio, sensibilidade entre outras
atitudes.
➢ Se a proposta inicial é de trabalho voluntário não há vínculo empregatício
e se foi previamente combinado tem que ser respeitado.
➢ Relacionamento interpessoal respeitoso com todos os envolvidos.
➢ Existem várias formas de Trabalho voluntário possíveis. Qualquer serviço
prestado sem remuneração e por vontade própria é um serviço voluntário,
por exemplo realizar manutenção predial, reparos, transporte de bens e
pessoas, etc.

4.20 CÓDIGOS DE ÉTICA e CÓDIGOS DE CONDUTA

Código de ética , é o nome dado ao “manual” que orienta os profissionais


sobre os comportamentos que são esperados deles no exercício da profissão e
dentro do seu ambiente de trabalho. O código de ética profissional é elaborado
pelos Conselhos, que representam e fiscalizam o exercício de determinada
profissão, como é o caso dos médicos, dos advogados, dos engenheiros, dos
profissionais da administração etc.

Atualmente, a maioria das profissões têm o seu próprio código de ética


profissional, com normas objetivas e claras de cumprimento obrigatório. Tal
relação de normas é derivadas da ética. E, em muitos casos, por se tratar de
comportamentos socialmente aceitos ou, mesmo exigidos, freqüentemente são
incorporados à lei pública. Nesses casos, os princípios éticos passam a ter força
de lei. Mesmo nos casos em que esses códigos não estão incorporados à lei,
seu estudo tem alta probabilidade de exercer influência, por exemplo, em
julgamentos nos quais se discutam fatos relativos à conduta profissional e o seu
não cumprimento pode resultar em sanções executadas pela sociedade
profissional, como censura pública e suspensão temporária ou definitiva do
direito de exercer a profissão.

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O código de ética age como um “guarda-chuva”, orientando de maneira
geral as tomadas de decisões dos profissionais de uma organização conforme
seus valores na direção de um comportamento ético. As normas internas da
organização deverão relacionar comportamentos que poderão ocorrer nas
atividades cotidianas da empresa. É desejável a participação dos stakeholders
na construção do código de ética. O que precisa ser levado em consideração é
o conjunto de relacionamentos internos e externos que a empresa mantém.
Ocorre que muitos códigos de ética não abrangem comportamentos ligados com
a rotina da empresa, adotando modelos genéricos e abstratos que dificultam sua
implantação e cumprimento por parte de todos os envolvidos, quanto mais claros
menores são as possibilidades de quebras.

4.20.1 Etapas da construção e divulgação do código de ética organizacional

1- Conceitos fundamentais: ética, moral, valores, cidadania;

2- Percepção individual, coletiva e organizacional sobre estes conceitos;

3- Situações vividas e percepção individual, coletiva e organizacional;

4- Necessidade de normas para o sujeito ético;

5- Avaliação de códigos de ética já existentes;

6- Adaptação para a necessidade da organização;

7- Validação e disseminação para todos os membros da organização.

Hora de praticar:

1) Pesquise no site de alguma empresa que você conhece ou onde você


trabalha e veja se estão declarados os valores dos quais ela não abre
mão. Faça uma reflexão sobre eles. A que conclusão você chega?
Justifique sua reposta.

4.21 ECONOMIA CRIATIVA

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Até agora, falamos sobre ética em Empresas quede forma tradicional
fabricam produtos ou prestam serviços e falamos sobre como funciona a ética
nestes setores.

Existem outras atividades econômicas que também são importantes


economicamente, mas que nem sempre se encaixam nas categorias anteriores.
Você já ouviu falar em economia criativa? Economia Criativa refere-se às
atividades relacionadas à cultura, tecnologia e criatividade que geram receita e
impacto na economia, de acordo com dados revelados pelo SEBRAE, atividades
enquadradas como economia criativa representam quase 3% do PIB nacional.

Dentro do setor econômico, é possível dizer que está relacionada à


produção, distribuição e criação de bens e serviços criativos. Podendo abranger
desde a composição de uma música, à criação de um aplicativo que resolva
problemas do cotidiano, passando pela produção da sua série favorita, dessa
forma, essa área faz parte de nossa vida todos os dias, sem que a gente perceba.

Para se ter ideia, a geração de receita deste segmento no Brasil é superior


a países de primeiro mundo, como Itália e Espanha, por exemplo. (fonte:
Univali.br)

O termo economia criativo começou a ser usado na década de 80 e se


popularizou no mundo quando Margareth Tatcher, era primeira-ministra da
Inglaterra. Ela divulgou à época um relatório no qual reconhecia a importância e
a força da tecnologia e cultura dentro do contexto econômico do país.

O diferencial da economia criativa é que esta produz bens intangíveis e


tem como foco o conhecimento artístico, cultural e tecnológico, com geração de
receita a partir das experiências, lazer e facilidades geradas entre outras
atividades mais tradicionais como arquitetura, publicidade, design, jornalismo,
rádio, televisão, cinema e até mesmo artesanato.

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No Brasil, o ponto forte da Economia criativa são os festivais de música,
espetáculos teatrais, feiras ao ar livre, filmes, campanhas publicitárias que
consumimos diariamente na TV, rádio, jornais e redes sociais. Esse volume de
atividades culturais gera mais de 850 mil empregos formais no país, isso sem
falar de quem trabalha como freelancer ou prestador de serviço para o segmento.

As áreas que mais empregam dentro da economia criativa no Brasil são


arquitetura, engenharia, design, moda e publicidade.

No Brasil, os segmentos dentro da economia criativa podem ser separados em


4 grupos:

Hora de praticar:
• Consumo (design, arquitetura, moda e publicidade)
• Mídias (editorial e audiovisual)
• Cultura (patrimônio e artes, música, artes cênicas e expressões culturais)
• Tecnologia (P&D, biotecnologia e TIC)

ATIVIDADE – 1 O MITO DE ROBIN HOOD

Robin Hood é um herói lendário cantado em Poemas líricos na Inglaterra. Alguns


datam do século XIV. Contam que ele era um rebelde, fora da lei. Dizem que ela
era um personagem que vivia com o seu bando e cometiam crimes contra
autoridades importantes, e davam aos pobres o dinheiro roubado. Ele tratava
bem as mulheres, os pobres e os humildes, por isso, é considerado herói. Conta-
se que boa parte da revolta de Robin Hood contra as autoridades nascia do
ressentimento popular com as leis que restringiam a caça apenas aos senhores
de terras, pois o povo dependia da caça de animais silvestres para se alimentar.
Os primeiros poemas sobre o tema retratam as condições de vida miseráveis do
povo na idade média.

1) Discuta o mito Robin Hood sobre o ponto de vista ético.


2) Sugestão de filme: A Escolha de Sofia, dirigido e roteirizado por Alan J.
Pakula e baseado no romance de 1979 de William Styron. Estrelado por

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Meryl Streep, uma prisioneira polonesa em Auschwitz recebe um
“presente” dos nazistas: ela pode escolher, entre o filho e a filha, qual será
executado e qual deverá ser poupado.

ATIVIDADE 2 - DEBATE DE TEMAS CONTROVERSOS POR MEIO DA


SIMULAÇÃO DE TRIBUNAL DO JÚRI

Pierre e a medicação¹

Na Europa, uma mulher estava perto da morte com um tipo especial de câncer.
Havia uma droga que os médicos pensavam que podia salvá-la. Era uma forma
de medicamento que um farmacêutico, que residia na mesma cidade, havia
descoberto recentemente. O preparo da droga era muito caro e dispendioso, mas
o farmacêutico cobrava dez vezes mais do que a droga lhe custava. Ele cobrava
R$20.000,00 por uma pequena dose da droga.

Pierre, marido da mulher enferma, foi a cada pessoa que conhecia e pediu o
valor emprestado, mas conseguiu juntar somente a quantia de R$10.000,00.

Com o valor arrecadado em mãos, procurou o farmacêutico e, desesperado,


contou que a esposa estava quase morrendo. Implorou desconto no valor do
remédio ou a possibilidade de pagar a diferença depois. O farmacêutico negou
o desconto e a possibilidade de parcelamento, alegando que descobriu o
remédio e que possui o direito de ganhar dinheiro com ele. Pierre, num ato de
desespero e forte emoção, durante a madrugada, quebrou a loja do farmacêutico
e furtou a droga para a sua esposa.

Pierre poderia ter furtado a droga?

Esse furto era certo ou errado? Por quê?

Era um dever furtar a droga para a sua esposa se não havia outra maneira?

Poderia um bom marido furtar?

Tinha o farmacêutico o direito de cobrar o quanto quisesse já que não havia uma
lei estabelecendo limites no preço? Por quê?

101
Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
Orientações - Júri simulado

Formam-se três grupos: dois grupos de debatedores (com mesmo número de


pessoas) e uma equipe responsável pelo veredicto (o júri popular - com um
número menor de componentes, entre três e seis alunos, de uma sala com 30,
por exemplo).

O papel do professor é o de coordenar a prática, delimitando o tempo para cada


grupo defender sua tese e atacar a tese defendida pelo grupo oponente.

O processo inicia-se com o lançamento do tema proposto pelo professor.

Os alunos se preparam previamente para defender o tema com argumentos


convincentes. Dar um tempo inicial para que os alunos socializem suas
informações no grupo, antes do início do debate. A partir daí, cada grupo lança
a sua tese inicial, defendendo seu ponto de vista na medida em que surjam
réplicas e tréplicas.

O professor, como coordenador da atividade, também pode lançar perguntas


que motivem o debate, evitando fornecer respostas ou apoiar alguma das
posições.

Por fim, cada grupo tem um tempo para suas considerações finais.

O júri popular, então, reúne-se para socializar seus apontamentos, feitos ao


longo da atividade, e decretar o veredicto.

Etapas do júri simulado

Tempo (aula de 60 min)

➢ Socializar as ideias nos grupos - 10 min


➢ Defesa da tese inicial - 10 min (5 min para cada grupo)
➢ Debate entre grupos - 20 min
➢ Considerações finais - 10 min (5 min para cada grupo)
➢ Veredicto - 5 min
Objetivos

1. Estudar e debater um tema, levando todos os participantes do grupo a se


envolver e tomar uma posição.

102
Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
2. Exercitar a expressão e o raciocínio.

3. Desenvolver o senso crítico.

Funções dos participantes

Juiz: Dirige e coordena o andamento do júri.

Advogado de acusação: Formula as acusações contra o réu ou ré.

Advogado de defesa: Defende o réu ou ré e responde às acusações formuladas


pelo advogado de acusação.

Testemunhas: Falam a favor ou contra o réu ou ré, de acordo com o que tiver
sido combinado, pondo em evidência as contradições e enfatizando os
argumentos fundamentais.

Corpo de Jurados: Ouve todo o processo e a seguir vota: Culpado ou inocente,


definindo a pena. A quantidade do corpo de jurados deve ser constituído por
número ímpar (3, 5 ou 7).

Público: Dividido em dois grupos da defesa e da acusação, ajudam seus


advogados a preparar os argumentos para acusação ou defesa. Durante o júri,
acompanham em silêncio.

Passos

1. Coordenador apresenta o assunto e a questão a ser trabalhada.

2. Orientação para os participantes.

3. Preparação para o júri.

4. Juiz abre a sessão.

5. Advogado de acusação (promotor) acusa o réu ou ré (a questão em pauta).

6. Advogado de defesa defende o réu ou a ré.

7. Advogado de acusação toma a palavra e continua a acusação.

8. Intervenção de testemunhas, uma de acusação.

9. Advogado de defesa retoma a defesa.

10. Intervenção da testemunha de defesa.

11. Jurados decidem a sentença, junto com o juiz.

103
Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
12. O público avalia o debate entre os advogados, destacando o que foi bom, o
que faltou.

13. Leitura e justificativa da sentença pelo juiz.

Avaliação

O que aprendemos com a dinâmica?

O que mais nos agradou?

Como nos sentimos?

O que podemos melhorar?

Referência Bibliográfica

¹ Dilema ético adaptado e baseado no livro escrito por Lawrence Kohlberg,


Theory of Moral Development (Teoria do Desenvolvimento Moral), New York,
1965.

ATIVIDADE 3 - DISCUSÃO DE CASO REAL

1) Leia a notícia publicada no site G1 e escreva a sua opinião acerca do


comportamento dos funcionários da Empresa. Posteriormente discuta a sua
posição com os seus colegas.

HARLEM SHAKE DENTRO DE INDÚSTRIA TERMINA EM DEMISSÃO DE


FUNCIONÁRIOS. ELES DANÇARAM COM A CABEÇA COBERTA POR
TUBOS DE ENCANAMENTO EM MG. BRINCADEIRA NÃO FOI BEM
RECEBIDA PELA EMPRESA, QUE OS DEMITIU.

Um vídeo reproduzindo o estilo "Harlem Shake", sensação da internet, não


acabou bem para um grupo de nove amigos de Pouso Alegre (MG). Eles fizeram
o vídeo dentro da unidade de uma indústria onde trabalhavam e divulgaram na
internet. Com a grande repercussão, a empresa resolveu demiti-los por justa
causa. No vídeo, o grupo de funcionários, todos do mesmo setor, dançava com
a cabeça coberta por tubos de encanamento, produzidos na empresa. Um dos
funcionários disse que não havia muito serviço para fazer e então tiveram a ideia
de gravar o vídeo. “Foi questão de horas, eu saí do serviço no sábado e à noite

104
Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
já tinha gente me ligando dizendo que toda a fábrica estava sabendo, que o
diretor da fábrica estava sabendo", disse o auxiliar de almoxarifado Renan
Magno Silva.

Segundo os jovens, eles só reproduziram o que todos estão fazendo na internet.


O "Harlem Shake" virou sensação em todo o mundo e já foi reproduzido inclusive
por exércitos e equipes de futebol.

"A gente não fez com intenção de prejudicar a empresa. Só fizemos o que estava
na internet, que seria pegar um local sério e fazer um vídeo. A gente estava
trabalhando, uma pessoa começou a dançar do nada e todo mundo dançou",
disse Rodrigo Nassif, auxiliar de produção.

Os jovens demitidos já conseguiram um novo emprego, mas admitem que


sabiam o risco que estavam correndo. "No dia da contratação, eles deixaram
bem claro para não tirar fotos, que se tirasse dentro da empresa ia dar problema.
É aprender com os erros. Este foi um erro, divertido, mas foi um erro. Não
pretendo nunca mais ter justa causa na minha carreira profissional", completou
Renan.

105
Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
ORGANIZAÇÃO DAS AÇÕES DE SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO

106
Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
5. SEGURANÇA DOS TRABALHADORES

De acordo com Silva (2011), os riscos de acidentes de trabalho estão


diretamente relacionados com as condições de construção, instalações físicas,
máquinas em más condições e ferramentas inadequadas. Para o autor é dever
da empresa fornece condições de segurança, dentro das perspectivas legais dos
direitos fundamentais do trabalhador.
A prevenção dos acidentes profissionais implica no diagnóstico das situações de
risco
Para Milanelli (2009), o gerenciamento de riscos de acidentes possibilita atribuir
segurança e confiabilidade aos processos produtivos, que se constituem no
ambiente operacional, permitindo segurança ao trabalhador e ao patrimônio da
empresa.
Para Silva (2011), a avaliação dos riscos começa por determinar a tolerabilidade
dos mesmos, a partir da combinação entre a probabilidade e a severidade dos
mesmos. A ANAC (agencia nacional de aviação civil) divulgou em março de
2019, uma matriz para avaliação dos riscos operacionais, mostrada abaixo na
Tabela 1. Em verde constam os níveis de risco aceitáveis (baixos). Em amarelo
estão os riscos com níveis moderados. Em vermelho os riscos de níveis
extremos.

107
Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
Tabela 1: Matriz de avaliação de riscos
Fonte: MGSO (2019)

O ambiente operacional pode influenciar no grau de suporte necessário para


atingir o nível de desempenho esperado de manutenção, assim, o ambiente
operacional terá um impacto significativo no custo operacional. De acordo com
Sellitto (2005), sempre que detectado qualquer tipo de defeito em peças ou
componentes que comprometam a segurança operacional, a manutenção deve
ser priorizada para reparação e/ou substituição imediata por peças ou
componentes originais ou equivalentes, de forma a garantir as mesmas
condições e características seguras para o uso.
Segundo Ghodrati et Kumar (2005), na maioria das vezes o fornecedor não tem
ciência dos fatores ambientais e não os considera para estimativa do número de
itens para reposição necessários. Como forma de evitar paralisações
relacionadas à indisponibilidade de peças para reposição, o autor sugere que a
empresa considere os fatores ambientais operacionais para estimar a
necessidade de estocagem. O ambiente operacional dos equipamentos,
influência consideravelmente no desempenho do sistema e, em certo ponto nas
características técnicas, como confiabilidade do equipamento e facilidade para
manutenção.

5.1 ASPECTOS CONCEITUAIS DE SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO


Com o objetivo de melhor contextualizar a problemática, faz-se necessário
apresentar alguns aspectos conceituais sobre saúde e segurança do trabalho.
Acidente do trabalho é conceituado como “o que ocorre pelo exercício do

108
Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação
funcional que cause morte, a perda ou a redução da capacidade para o trabalho
permanente ou temporária” (INSS, 1991). Ainda de acordo com INSS (1991), os
acidentes do trabalho podem ser classificados como:

➢ Acidentes típicos - decorrentes da característica da atividade profissional


desempenhada pelo acidentado, acidentes de trajeto, quando ocorridos no
trajeto entre a residência e o local de trabalho e vice-versa e doenças
profissionais, que são as desencadeadas pelo exercício de trabalho peculiar
a determinada atividade. As principais causas de acidentes do trabalho são:
➢ Atos inseguros - São todos os procedimentos do trabalhador que
contrariem normas de prevenção de acidentes.
➢ Condições Inseguras - São as circunstâncias externas de que dependem
as pessoas para realizar seu trabalho que estejam incompatíveis ou
contrárias com as normas de segurança e prevenção de acidentes; são
falhas e irregularidades existentes no ambiente de trabalho e que são
responsabilidade da empresa.
➢ Fator Pessoal de Insegurança - É qualquer fator externo que leva o
indivíduo à prática do ato inseguro: características físicas e psicológicas
(depressão, tensão, excitação, neuroses, etc.), sociais (problemas de
relacionamentos, preocupações de diversas origens); alteram o
comportamento do trabalhador permitindo que cometa atos inseguros.
Os riscos ou agentes ambientais constituem um capítulo importante de acidentes
e doenças do trabalho. Estão incluídos nas condições inseguras e são definidos
na NR nº 9 – Portaria 3214/78 – Ministério do Trabalho e Emprego. São
estudados no ambiente interno do trabalho. São eles: agentes físicos,
químicos e biológicos. Os riscos mecânicos (ou riscos de acidentes) e
ergonômicos não são descritos na NR 9, mas são agentes que também podem
causar acidentes e doenças.
Os riscos ambientais são capazes de causar danos à saúde do trabalhador,
dependendo da natureza e concentração do agente; da susceptibilidade do
trabalhador exposto e do tempo de exposição.

109
Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
5.1.1 Agentes Físicos: São as diversas formas de energia geradas por
equipamentos e processos que podem causar danos à saúde dos trabalhadores
expostos, tais como: ruído, calor, frio, vibrações, radiações ionizantes e não
ionizantes, pressões anormais e umidade. A tabela abaixo relaciona os
principais agentes ou riscos físicos, descrevendo também suas fontes e
principais danos aos trabalhadores.

5.1.2 Agentes Químicos: São aqueles que podem reagir com os tecidos
humanos ou afetar o organismo, causando alterações em sua estrutura e / ou
funcionamento. Podem ser sólidos, líquidos ou gasosos.

➢ Sólidos: São as poeiras e fumos metálicos, podendo ser de origem mineral


(p.ex. jateamento de areia), vegetal (p. ex., de algodão) ou animal; os fumos
metálicos são decorrentes de operações com peças de aço (p. ex. solda,
corte).

110
Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
➢ Líquidos: São os ácidos e solventes que, em forma de pequenas partículas
em suspensão no ar, podem causar danos ao sistema respiratório.
➢ Gasosos ou vapores: Exemplos: vapores de ácidos, óxido de nitrogênio,
monóxido de carbono, vapores metálicos de mercúrio, arsênio, manganês,
etc.

Os agentes químicos podem causar diversos tipos de problemas pulmonares


(alterações na capacidade respiratória da pessoa), anemias, danos à medula e
ao cérebro, diversos tipos de intoxicações, leucemia, dentre outros. Há três vias
básicas de penetração no organismo, dentre elas a via respiratória é a que
oferece maior perigo, pois a maioria dos agentes químicos se encontra sob a
forma de gases, vapores e poeiras. A via cutânea ocorre em decorrência, por
exemplo, da manipulação de produtos químicos, que penetram através dos
poros e interstícios da pele. A via digestiva ocorre por meio de ingestão
involuntária.

✓ Agentes Biológicos: são os vírus, bactérias, parasitas, fungos,


protozoários, dentre outros; são microrganismos que invadem o
organismo humano e causam diversas doenças, como a tuberculose,
o tétano, a malária, a febre amarela, a febre tifoide, a leptospirose e
micoses. Os profissionais mais expostos a esses agentes são os
profissionais da área de saúde (médicos, bioquímicos, enfermeiros,
etc.), funcionários de hospitais e de laboratórios, lixeiros, açougueiros,
trabalhadores rurais, trabalhadores de curtumes e de estações de
esgoto, dentre outros.
✓ Agentes Ergonômicos: São riscos decorrentes da falta de adaptação
do trabalho ao homem. Trabalho, neste caso, envolve todo tipo de
interação entre o homem e a atividade de produção. Desta forma a
Ergonomia é o conjunto de parâmetros que devam ser estudados e
implantados de forma a permitir a adaptação das condições de trabalho
às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a
proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho
eficiente (MTE, 1990).

111
Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
Como exemplos de riscos ergonômicos podem ser destacados: Trabalho físico
pesado, posturas incorretas, ritmos excessivos, monotonia, trabalho noturno e
em turnos, jornada prolongada, conflitos profissionais. Decorrentes destes
riscos, várias consequências podem ser relacionadas, tais como: cansaço,
lombalgia, DORT – Doenças Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho, LER
– Lesões por Esforços Repetitivos, fraqueza, dores musculares, hipertensão
arterial, diabetes, úlcera, alterações do sono, taquicardia.

5.2 AGENTES MECÂNICOS (OU RISCOS DE ACIDENTES)


São as condições inseguras (processo de trabalho e ambiente físico), que podem
existir nos locais de trabalho, capazes de provocar lesões aos trabalhadores e
danos materiais em instalações.

➢ Fatores que facilitam os acidentes: máquinas sem proteção,


equipamentos defeituosos, arranjo físico inadequado, instalações
elétricas irregulares, sobrecarga de equipamentos de transporte de
materiais, estocagem imprópria de matéria-prima ou produtos acabados;
esses fatores podem desencadear acidentes como choque elétrico,
incêndios, esmagamento, amputação, corte, perfuração, quedas, dentre
outros.

As principais formas de proteção para os trabalhadores são os denominados


Equipamentos de Proteção Individual – EPI e os Equipamentos de Proteção
Coletiva. A NR – 6 – Portaria 3214/78 – MTE conceitua os EPI como “todo
dispositivo de uso individual, de fabricação nacional ou estrangeira, destinado a
proteger a saúde e a integridade física do trabalhador”.
O uso de EPI baseia-se em três fatores básicos: necessidade (quando não há
condições de se eliminarem os riscos existentes no ambiente de trabalho),
seleção (critérios de escolha e especificação) e utilização (treinamento quanto
ao uso adequado).

5.2.1 Destacam-se como obrigações do empregador quanto aos EPI


Adquirir o tipo de EPI adequado para a atividade do empregado e aprovado pelo
MTE (com CA – Certificado de Aprovação), tornar obrigatório o seu uso, treinar
o trabalhador sobre seu uso adequado. Quanto ao empregado, algumas de suas

112
Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
obrigações são: usar o EPI apenas para a finalidade a que se destina,
responsabilizar-se por sua guarda e conservação.

5.2.2 Os Equipamentos de Proteção Coletiva


EPC são dispositivos utilizados no ambiente laboral com o objetivo de proteger
um grupo de trabalhadores dos riscos inerentes aos processos. Podem ser
destacados, como exemplos: isolamento de fonte de ruído ou de calor, sistema
de ventilação / exaustão, no caso de riscos provenientes de gases, vapores e
aerodispersóides, proteção nas máquinas, enclausuramento de processos
(radiações, utilização de produtos químicos) e proteção em escadas, passarelas
e rampas.
Outro aspecto importante é o que se refere às estatísticas de acidentes do
trabalho, onde são calculados valores que descrevem a frequência e a gravidade
dos acidentes.

A taxa de frequência (TF) que é dada pela expressão:

A taxa de gravidade (TG), que é dada pela expressão:

Onde:
NA: Número de acidentes ocorridos (SPT/ CPT) em um determinado período de
tempo.

Obs.: Os acidentes SPT (sem perda de tempo) ocorrem quando o trabalhador


pode retornar às suas atividades no dia seguinte ao do acidente, enquanto que,
no caso dos acidentes CPT (com perda de tempo), isso não é possível.

113
Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
NP: Número de dias perdidos pelo trabalhador acidentado (entre o dia seguinte
ao do acidente e o dia da alta médica), em um determinado período de tempo.
Não são computados os acidentes SPT.

ND: Número de dias debitados, correspondendo aos casos de acidentes com


morte ou com incapacidade permanente, total ou parcial. É fixada conforme
tabela constante da NB (Norma Brasileira) nº 18.

HHT: Número de horas homem trabalhadas (de exposição ao risco), no período


de tempo considerado no NA e no NP.

TF: Representa a quantidade de acidentes que poderão ocorrer na Organização


em um prazo de 1.000.000 de horas-homem de exposição ao risco.

TG: Representa a quantidade de dias perdidos e debitados na Organização em


um prazo de 1.000.000 de horas-homem de exposição ao risco.

Outras obrigatoriedades previstas pela legislação relativas às questões de SST:

➢ SESMT – Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho:


Trata-se de equipe composta por Engenheiros e Técnicos de Segurança do
Trabalho, Médicos do Trabalho, Enfermeiros e Auxiliares de Enfermagem do
Trabalho. A NR – Norma Regulamentadora nº 4 define, conforme as
características da Empresa, quanto ao seu porte e grau de risco, os
profissionais e a quantidade que deverão ser contratados, com vínculo
empregatício. As atribuições do SESMT têm abrangência conforme a
especialização e habilitação profissional do componente.
➢ CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho: Trata-se
de equipe composta por empregados da empresa, sem a obrigatoriedade de
terem alguma formação na área de SST. A NR nº 5 determina que a CIPA
deve ser composta por representantes da empresa (por nomeação) e dos
empregados (por eleição), que terão mandato de um ano, em quantidade
conforme o porte da empresa e da classificação da mesma. Dentre as

114
Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
atribuições, pode-se destacar a busca de medidas de prevenção de
acidentes e doenças decorrentes do trabalho.

5.3 SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADA


Com a crescente pressão para que as organizações racionalizem seus processos de
gestão, várias delas veem na integração dos Sistemas de Gestão uma excelente
oportunidade para reduzir custos relacionados, por exemplo, à manutenção de
diferentes estruturas de controle de documentos, auditorias, registros, dentre outros.
Tais custos e ações, em sua maioria, se sobrepõem e, portanto, acarretam gastos
desnecessários.
Sistema de Gestão Integrada pode ser definido como a combinação de processos,
procedimentos e práticas utilizados em uma organização para implementar suas
políticas de gestão e que pode ser mais eficiente na consecução dos objetivos
oriundos delas do que quando há diversos sistemas individuais se sobrepondo
(DE CICCO, 2004b).
A integração dos sistemas de gestão pode abranger diversos temas, tais como:
qualidade, meio ambiente, segurança e saúde ocupacional, recursos humanos,
controle financeiro, responsabilidade social, dentre outros, conforme
esquematizado na figura abaixo.
Contudo, no presente trabalho, serão enfocados os aspectos relativos à Gestão
de Saúde e Segurança do Trabalho (SGSST) e Gestão Ambiental (SGA), por se
entender que esta é a prática mais comum implementada pelas empresas. Na
verdade, não há uma certificação específica para SGI. São três certificações
diferentes (Qualidade, Meio Ambiente e Saúde e Segurança do Trabalho).
Porém, estes sistemas de gestão implementados segundo normas distintas
podem ser integrados.

115
Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
As vantagens da implantação de um SGI incluem:

➢ Diferencial competitivo: - Fortalecimento da imagem no mercado e nas


comunidades;
➢ Prática da excelência gerencial por padrões internacionais de gestão; -
Atendimento às demandas do mercado e da sociedade em geral;
➢ Melhoria organizacional: - Reconhecimento da gestão sistematizada por
entidades externas; - Maior conscientização das partes interessadas; -
Atuação proativa, evitando-se danos ambientais e acidentes no trabalho; -
Melhoria do clima organizacional; - Maior capacitação e educação dos
empregados; - Redução do tempo e de investimentos em auditorias
internas e externas.
➢ Minimização de fatores de risco: - Segurança legal contra processos e
responsabilidades; - Segurança das informações importantes para o
negócio; - Minimização de acidentes e passivos; - Identificação de
vulnerabilidade nas práticas atuais. Conforme já mencionado anteriormente,
o acoplamento dos elementos do SGSST e do SGA para a integração dos
mesmos sobre a estrutura do SGQ, é facilitado devido ao fato de serem
ambos concebidos a partir do modelo PDCA – Plan, Do, Check, Act
(Planejar, Fazer, Verificar e Analisar Criticamente – Ciclo de Melhoria
Contínua).

5.4 TIPOS DE IMPLANTAÇÃO DE SGI


Conforme as características da empresa que está implementado o SGI,
diferentes caminhos podem ser percorridos durante as etapas de
implementação. Diversos fatores influenciam na decisão de como a mesma será

116
Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
conduzida, como a existência ou não de sistemas de gestão já implantados,
sejam quais forem, a cultura de gestão em vigor na empresa, o planejamento da
direção, considerando objetivos, prazos e motivações. Os recursos financeiros e
humanos também têm grande influência neste processo.

Labodová (2003) propõe duas formas de integração verificadas em empresas


europeias:

I. Implementação sequencial de sistemas individuais – qualidade, meio


ambiente e saúde e segurança – são combinados, formando o SGI;
II. Implementação do SGI, sendo que apenas um sistema engloba todas as
três áreas. Para essa forma de implementação, a metodologia escolhida
está baseada nas teorias da análise de risco, cujo significado pode ser
usado como um fator integrador – risco para o meio ambiente, para a
saúde e dos empregados e população ao redor e risco de perdas
econômicas decorrentes a problemas no produto.

Segundo Soler (2002), existem diversas formas de implantação de SGI. Tais


formatos dependem de características próprias da Organização que irá implantá-
los. Desta forma, antes da implementação, deve-se definir a forma de
desenvolvimento do SGI mais adequada e eficiente, que atenda às
necessidades da Organização. Ressalta-se que o atendimento a tais
necessidades não implica necessariamente em um processo formal de
certificação, podendo estar restrito apenas a melhorias nos processos e produtos
da Organização. Soler (2002) explicita esses diferentes formatos de implantação
de SGI.

5.5 SISTEMAS PARALELOS


Os sistemas são separados e, para suas diferentes especificidades (saúde e
segurança do trabalho e meio ambiente), apenas os formatos quanto à
numeração, terminologia e organização são semelhantes. Nessa proposta, a
organização terá dois ou três:
- Representantes da administração;
- Programas de treinamento;
- Conjuntos de documentos;

117
Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
- Programas de controle de documentos e dados;
- Instruções de trabalho;
- Sistemas de gestão de registros;
- Sistemas de calibração;
- Programas de auditoria interna;
- Controles de procedimentos para não-conformidades;
- Programas de ações corretiva e preventiva;
- Reuniões para análise crítica pela administração.

5.6 SISTEMAS FUNDIDOS


Neste caso, há o compartilhamento de algumas partes dos sistemas de gestão
relacionadas com procedimentos e processos, porém continuam sendo sistemas
separados em várias outras áreas. O grau de integração, em geral, dependerá
da própria organização. Alguns processos podem ser comuns aos sistemas,
como:
- Sistema de registros de programas de treinamento;
- Programa de controle de documentos e dados;
- Sistemas de calibração;
- Sistema de gestão de registros.
Dentre outros itens, a organização continuará tendo dois:
- Representantes da administração;
- Programas de treinamento;
- Conjuntos de documentos;
- Programas de auditoria interna;
- Controles de procedimentos para não-conformidades;
- Programas de ações corretiva e preventiva;
- Reuniões para análise crítica pela administração.

Nesse nível de integração, a organização já se encontra caminhando em direção


a uma proposta mais eficiente e menos redundante. Porém, continua gastando
muita energia com a manutenção dos dois sistemas, tendo que determinar onde
um termina e onde o outro começa. Enquanto, por um lado, temos a proposta de
integração parcial dos sistemas fundidos, por outro, temos a proposta de
integração total – a proposta do SGI.

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
5.7 SISTEMAS TOTALMENTE INTEGRADOS
A proposta do SGI envolve um sistema de gestão homogêneo, adequado tanto
aos requisitos da ISO 14001 e aos da BS 8800 / OHSAS 18001. Todos os
elementos dos sistemas de gestão são comuns, ou seja, há apenas um:
- Conjunto de documentos;
- Política abrangendo os diferentes requisitos;
- Representante da administração;
- Sistema de gestão de registros e de treinamentos;
- Sistema de controle de documentos e dados;
- Conjunto de instruções de trabalho;
- Sistema de calibração de equipamentos;
- Programa de auditoria interna (incluindo uma única equipe de auditores
qualificados);
- Plano de reação às não-conformidades específicas;
- Programa de ações corretiva e preventiva;
- Sistema de gestão de registros;
- Reunião para análise crítica pela administração.
Os elementos relativos aos requisitos de cada uma das normas que não forem
comuns tornam-se procedimentos independentes.
Segundo Soler (2002), “o principal argumento que tem compelido as empresas
a integrar os processos de qualidade, meio ambiente e de segurança e saúde no
trabalho é o efeito positivo que um SGI pode ter sobre os funcionários. A sinergia
gerada pelo SGI tem levado as organizações a atingir melhores níveis de
desempenho, a um custo global muito menor”.
Visto que ainda não há uma norma ou guia específico para implementação de
SGI, a mesma deve estar baseada no atendimento aos requisitos específicos
das normas ISO 14001 e pelos guias (ou diretrizes) BS 8800 e OHSAS 18001.
Além disso, é importante salientar que não existe organismo credenciador que
tenha estabelecido procedimentos permitindo a emissão de certificados baseados em
SGI. Os requisitos devem, portanto, contemplar os seguintes elementos:
• Análise crítica inicial;
• Política integrada de meio ambiente e segurança e saúde no trabalho;
• Planejamento, implementação e operação;

119
Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
• Verificação e ações corretivas;
• Análise crítica pela administração.

5.8 Impacto da gestão de peças de reposição no meio ambiente

O caminho da organização rumo ao desenvolvimento se dará por meio de


processos ecoeficientes. Ecoeficiência é a junção entre a produção de bens e
serviços sustentáveis a preços competitivos, e a promoção da redução dos
impactos ambientais e do consumo de recursos naturais.

As práticas de sustentabilidade e a correta gestão de materiais oriundos desses


processos, atualmente estão em evidência no meio corporativo. Para Zulauf
(2000), uma maneira eficiente de evitar paradas ou interrupções indesejadas na
produção, é a previsão peças para reposição elaborada não só com base nas
características técnicas, mas também no ambiente operacional do sistema
produtivo.

Por vezes, as condições ambientais em que o equipamento opera, tais como


umidade, temperatura, poeira, influenciam consideravelmente para o desgaste
do equipamento/máquina, reduzindo a vida útil do equipamento e ocasionando
maiores reparos. Os trabalhos de manutenção acarretam uma grande
quantidade de resíduos e itens a serem descartados. Neste sentido, Silva (2011)
descreve os riscos ambientais como sendo as más condições do ambiente, as
instalações físicas, as condições das máquinas e das ferramentas, considerando
que a falta de manutenção ou o uso de peças não conformes representam riscos
críticos, que corroboram ou contribuem para os acidentes.

Para Silva (2011), a simulação de cenários de acidentes, para posterior


avaliação dos danos, econômicos e ambientais, corroboram como apoio às
decisões em situações de emergência. Os resultados permitem analisar
possíveis opções de intervenção, e selecionar as que causam menores danos à
saúde e ao meio ambiente.

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
ORGANIZAÇÃO DOS RECURSOS HUMANOS

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6. O PAPEL ESTRATÉGICO DA SELEÇÃO DE PESSOAL

Cada organização tem as suas próprias características, o seu próprio


tamanho, a sua cultura o seu processo de negócio, o que faz com que o perfil
dos profissionais que ela tem que contratar, tenham características
diferenciadas. Entendemos a organização como um organismo vivo, ela está em
constante transformação de acordo com as mudanças econômicas, sociais e
tecnológicas.

Para uma Empresa sobreviver ela tem que ter uma Missão que é o
propósito da Empresa existir, uma Visão que diz onde ela pretende chegar e
como ela quer ser vista num determinado período de tempo, e Valores, que são
os ideais de atitudes e comportamentos que devem estar presentes nos
colaboradores e na forma da Empresa se relacionar com os seus parceiros, e, é
este conjunto que irá nortear as ações da Empresa rumo aos seus objetivos.

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
Quando pensamos no termo “Estratégia”, estamos pensando no “como”,
ou seja, na forma pela qual vamos atingir os objetivos planejados e é aí que entra
o papel das pessoas na organização.

Não há trabalho inteligente sem que haja a participação de pessoas,


mesmo máquinas, mecânicas e eletrônicas, que fazem trabalhos velozes e
precisos, necessitam no mínimo de uma pessoa que “aperte o botão”, as
programe, as ligue na tomada, sem contar que elas próprias são resultado da
inteligência e criatividade de uma ou muitas pessoas.

Por mais que as pessoas acelerem o seu ritmo de trabalho e trabalhem


dia e noite, elas se aproximam das máquinas, mas as máquinas não possuem o
espírito criador do homem, que pensa, cria e se adapta. A máquina é um “ente
que faz”, o homem é um ser “que faz acontecer”.

A concorrência está cada vez mais acirrada, os clientes cada vez mais
exigentes, assim o nível de dificuldade para atender as necessidades destes
clientes cada vez mais informados aumenta proporcionalmente ao avanço das
comunicações, da tecnologia, enfim, do mundo, e faz com que a necessidade de
trabalhar com pessoas capacitadas e envolvidas seja cada vez mais, um
diferencial competitivo.

Houve um tempo em que o setor de Recursos Humanos era visto como


um “Centro de despesas”, atualmente este setor é visto como fundamental para
toda a organização, pois funciona como um parceiro de negócios, pois todas as
suas ações são voltadas à alcançar as metas da Empresa, seja com ações de
comunicação e endomarketing, seja no treinamento e desenvolvimento das
pessoas, nos cuidados com sua saúde e segurança e também na seleção do
Capital Humano, pois elas estão presentes em todos os momentos e em todos
os lugares, é através destes profissionais bem escolhidos, bem treinados que a
Empresa vai atingir os seus objetivos e chegar na sua visão.

O momento da seleção é o melhor momento para já trazer para a


organização pessoas que tem a mesma mentalidade que a Empresa pratica, que
possuem valores compatíveis e que tem conhecimento e interesse na área que
os está contratando.

123
Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
Você já deve ter ouvido a expressão “A pessoa certa no lugar certo” e é
disso que se trata, o setor de Recrutamento e Seleção deve estar alinhado às
necessidades de cada departamento, e da Empresa como um todo, para
oferecer-lhe sempre as pessoas adequadas para cada momento, para fazer o
negócio crescer na medida certa das necessidades, trazendo para a empresa a
sua expertise, criatividade, conhecimento e habilidade para resolver problemas.

6.1 PROCESSOS DE SELEÇÃO DE PESSOAL

Os processos de seleção de pessoal têm mudado através dos anos.


Durante os anos iniciais da industrialização, os empregos eram definidos por um
modelo de gestão regido por regras e papéis, em que os cargos eram
normatizados e a própria atuação dos colaboradores era mais restrita às suas
atividades, no sentido operacional. Atualmente os processos de escolha de
equipes são mais pautados em valores, com muita mais relevância para as
competências comportamentais e com sistemas mais flexíveis e adaptáveis.

Conforme dizemos, a área de Recursos Humanos é ampla e dividida em


subsistemas que dão suporte a toda a organização, antes mesmo de realizar a
seleção, a Empresa já passou por todo um processo de planejamento que definiu
os seus produtos, metas, necessidades técnicas e tecnológicas, definiu qual
pretende que seja o seu posicionamento no mercado, entre outras
particularidades e também definiu “quem” são as pessoas necessárias para fazer
com que esses objetivos se concretizem em todas as dimensões e a organização
atinja o sucesso.

Hora de praticar:

Sem consultar o material da apostila, realize uma proposta sobre como seria um
processo seletivo para uma vaga de “Recepcionista para Fábrica de grande
porte”. Sugira o passo-a-passo desde o início da necessidade da contratação até
o momento em que o candidato estiver pronto para a admissão.

124
Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
Não se preocupe com “acertar” neste momento. Ao longo do curso, na medida
em que ampliarmos o conhecimento poderemos refazer esta atividade e
fazermos uma autoanálise sobre a evolução obtida.

6.2 ADMINISTRAÇÃO DE PESSOAL

Quando falamos em administração de pessoal, estamos falando de um


setor muito abrangente, responsável por realizar a gestão dos colaboradores, é
composto pelo departamento de pessoal, conhecido como DP com foco em
documentação e processos operacionais voltados para a gestão de pessoas e
pelo subsistema de Recursos Humanos, que possui maior foco em
desenvolvimento.

A administração de pessoal realiza atividades burocráticas que vão desde


a admissão de funcionários, folha de pagamento, controle de ponto e demissão.

Podemos dizer que a administração de pessoal, é responsável pela base


de informações dos colaboradores da empresa e tem como objetivo fazer a
gestão das pessoas, incluindo também o controle do pagamento de impostos e
manter o e-Social atualizado. E-Social, é o nome dado ao Sistema de
Escrituração Fiscal Digital das Obrigações Previdenciárias e Trabalhistas, cujo
objetivo é unificar e monitorar os dados dos funcionários de uma empresa e
constitui uma obrigação legal com o governo federal que faz o controle do mundo
do emprego através desse sistema.

A administração de pessoal controla todos os documentos referentes aos


colaboradores, como fichas admissionais, controles de férias e outros benefícios
legais, controle de ponto, atestados, controle de prazos de contratos,
comprovantes de pagamento, entre outros, sendo alguns documentos físicos e
outros digitais. Sendo que também exercem o papel de oferecer suporte a outras
áreas para que as exigências legais sejam cumpridas e auxilia também na
composição do quadro de funcionários.

Além das atribuições burocráticas, a administração de pessoal cuida também do


alinhamento organizacional, isto é, manter a equipe alinhada à Missão, Visão

125
Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
e aos Valores organizacionais, através da disseminação dos mesmos via
comunicação interna, treinamentos e a prática.

Treinar, orientar e organizar as tarefas dos funcionários dentro do


ambiente empresarial também é um papel da administração de pessoal, mais
focada no RH que busca capacitar os colaboradores em suas necessidades de
qualificação funcional através de diversos programas educacionais como
treinamentos, workshops, sempre alinhados com as estratégias para alcançar
sempre o crescimento da organização e lhe fornece habilidades que a tornem
mais competitiva no mercado.

Muitas vezes são as práticas de Recursos Humanos e a forma como é


feita a gestão das pessoas que acaba sendo responsável pela motivação dos
colaboradores e os torna mais produtivos. Um Recrutamento humanizado gera
desde os primeiros momentos uma maior proximidade da Empresa com os
colaboradores e geram posteriormente também um ambiente de trabalho mais
agradável o que impacta na produtividade e nos resultados financeiros.

6.2.1 Planejamento previsão de pessoal

A Empresa traça os seus objetivos de crescimento de acordo com a


Missão e a Visão da Empresa, e, no dia a dia, as pessoas através do seu trabalho
farão com que isso se concretize.

É esperado que a Missão e a visão ofereçam informação para a definição


dos objetivos organizacionais e para a realização de todo o planejamento para
atingir os resultados esperados. Sempre que pensamos em planejamento,
estamos pensando em futuro e mesmo que não possamos controlar o que
acontece, se houver um bom planejamento, as dificuldades podem ser previstas
e mais facilmente vencidas.

Com a gestão de pessoas não é diferente, a gestão dos Recursos


Humanos, deve atuar seguindo a mesma estratégia para alcançar as metas e
pensar em tais metas ao desenvolver todas as suas políticas.

126
Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
O Planejamento e previsão de pessoal, pressupõe que o setor de recursos
Humanos deve disponibilizar a quantidade de profissionais necessários para
desempenhar todas as atividades e em todos os setores que fazem parte da
organização, nem mais, nem menos, por isso a definição do quadro funcional
requer uma análise detalhada de todos os fatores que podem interferir na
contratação e qualificação profissional, nas questões técnicas que impactem na
presença dos funcionários, na produtividade entre outros fatores, para se chegar
num cálculo que permita dimensionar a mão de obra de forma mais exata
possível e adaptar os seus modelos de seleção para atender estas demandas.

É claro que este levantamento é feito junto com as áreas que sabem na
prática das necessidades para produzir de acordo com a demanda, a tecnologia
disponível entre outras variáveis específicas. Uma vez realizado o planejamento
o mesmo deve ser respeitado, pois vai interferir no orçamento anual planejado.

6.2.2 Modelos para planejamento de pessoal

Modelo baseado na procura estimada de um produto ou serviço: Neste


modelo, a quantidade de funcionários que precisa estar disponível, é calculada
através de uma estimativa de consumo, ou seja, a mão de obra deve atender as
necessidades previstas de produção (Funcionários x volume de produção) que
é influenciada por exemplo, pela quantidade de recursos tecnológicos
disponíveis, pelos recursos financeiros, pela sazonalidade dos produtos entre
outros. Geralmente, esta previsão é feita analisando historicamente situações
semelhantes às que serão vividas. Por exemplo, uma Empresa que fabrica
refrigerantes, terá um consumo maior nas épocas de verão e neste período terá
que aumentar a quantidade de funcionários para que a produção atenda o
aumento da procura pelos produtos. Outros exemplos: chocolates na Páscoa,
Sorvetes no verão, cobertas no inverno, etc. e fatos que acontecem
esporadicamente, como produtos verde e amarelo numa copa do mundo.

Modelo baseado em segmentos de cargos. Este modelo é utilizado em


grandes empresas, semelhante ao anterior, baseia-se no histórico da Empresa,
mas neste caso está ligado a outros fatores que não apenas a demanda. É
escolhido um fator considerado estratégico que interfira na necessidade de

127
Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
pessoal e é analisado o histórico em relação a esse fator e são acompanhados
os índices de pessoal nestas situações. E em determinar os níveis históricos de
pessoal; e em projetar a quantidade de pessoal necessária, e planeja de acordo
com a necessidade que houve no passado e no futuro do fator estratégico
analisado. Ocorre, por exemplo em situações em que existe um Plano de
expansão da Empresa. Pensando no caso da escola, se houvesse um projeto
de aumento da quantidade de salas de aula, poderia se contar com a contratação
de mais professores e mais merendeiras.

Modelo de substituição de postos-chave é realizado em relação ao


organograma da Empresa e a este é atribuída a maior importância, ou seja, visa
manter o organograma dentro da sua mesma estrutura. O nome das pessoas
vem acompanhado de algumas informações sobre seu desempenho e são
usados como parâmetro para futuras contratações para esse cargo interferindo
nas decisões sobre o funcionário. Normalmente utiliza-se de programas de
computador para cruzamento de dados.

Modelo baseado no fluxo de pessoal faz um mapeamento do fluxo das


pessoas na organização. É usado em ambientes estáveis que buscam a
manutenção da sua estrutura. São calculados a média de desligamentos,
admissões, transferências e promoções de um determinado período para
calcular a necessidade de período seguinte.

Modelo de planejamento integrado, como o próprio nome diz, considera juntos


vários fatores dos modelos anteriores, por exemplo: o volume de produção
planejado, as mudanças tecnológicas que possam alterar a produtividade, as
condições de oferta e demanda e o plano de carreira da organização (ou as
movimentações de pessoal em geral). Como nos outros modelos, as decisões
são fundamentadas em dados empíricos e baseados em projeções, mas neste
caso sem um conceito único ou rígido.

Não importa qual o modelo adotado, as organizações, para serem


eficazes, precisam de um planejamento deste tipo, para não terem que
improvisar e correr riscos de impactos na produtividade e consequentemente nas
finanças da Empresa. Caso a Empresa ainda não adote este tipo de

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
planejamento, o RH pode disseminar a importância desta prática para otimizar
as contratações e a gestão da mão de obra.

6.3 DESCRIÇÃO DE CARGOS

A descrição de cargo é um documento fornecido pelo Recursos Humanos,


geralmente confeccionado pelo subsetor de Remuneração, responsável por
cargos e salários da Empresa. Este documento é fundamental no processo
seletivo, pois é a partir dele que serão obtidas as informações mais relevantes
sobre as posições (vagas) a serem preenchidas no processo. Sendo que existe
apenas uma descrição para cada função e fica arquivada permanentemente no
setor de Recursos Humanos.

A descrição de cargos, é um documento padronizado pela Empresa em


que consta o nome da função, o nível de proficiência do cargo a ser
contratado. Apesar de existirem vários níveis e nomenclaturas para classificar
níveis de conhecimento, os mais comuns são para cargos de nível
administrativo: Junior - para profissionais com pouca ou nenhuma experiência
que fazem as suas tarefas com acompanhamento, Pleno - para profissionais com
um bom nível de conhecimento que conseguem desempenhar as suas tarefas
mesmo sem supervisão e Sênior para profissionais que possuem pleno domínio
das tarefas e tem condições de orientar outros colegas de trabalho. E, é neste
documento também que consta a descrição detalhada das atividades
realizadas por quem ocupa esse cargo, o nível de escolaridade, os
conhecimentos técnicos referentes à função, também chamadas de
Competências técnicas e as competências comportamentais, que definem
os valores e atitudes desejadas do colaborador.

O documento contém outras informações relevantes para outras áreas,


por esse motivo não vamos nos deter neste momento em outras informações.

O conjunto das informações descritas acima constituem o chamado Perfil


da vaga. Este perfil deve ser alinhado com o gestor requisitante sempre que
forem solicitados candidatos, para confirmar se houve alguma mudança no perfil
da vaga. Isto deve ser feito, pois podem ocorrer fatos que não estão diretamente

129
Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
ligados à função em si, mas podem alterar as características do “Profissional
ideal” a ser contratado, para citar um exemplo é possível que, se houve mudança
no gestor do departamento, ele prefira que sejam contratadas pessoas com
determinadas características com as quais ele tem maior afinidade. Por exemplo,
pessoas mais quietas, ou ao contrário, mais agitadas, ou às vezes o candidato
certo é aquele diferente, que vai dar aquele “toque” que falta ao departamento.

Outras informações, como salário, também fazem parte do documento,


não em valores numéricos, mas sim com códigos que identificam a faixa e deve
ser confirmado com os responsáveis pela remuneração.

6.4 CBO – CLASIFICAÇÃO BRASILEIRA DE OCUPAÇÕES

Uma das informações presentes na descrição de cargo é a CBO –


Classificação Brasileira de Ocupações, que pode ser utilizada para categorizar
as funções, pois é a ferramenta criada e utilizada pelo governo. Instituída pela
Portaria n° 397 no ano 2002, permite a elaboração de dados estatísticos, assim
como permite também, que as pessoas se sintam valorizadas por terem os seus
ofícios reconhecidos, sejam estes regulamentados ou de livre exercício. Esta
informação é útil para realizar a classificação salarial.

Abaixo um modelo de descrição de cargo. Lembrando que esse é apenas


uma possibilidade, pois cada organização pode criar um documento que atenda
às suas necessidades e utiliza-lo para descrever todas as suas funções.

130
Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
Figura 1: Modelo de descrição de cargo

131
Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
Fonte:
https://static.docsity.com/documents_first_pages/notas/2015/08/18/a8a8be6223f8f369d217162
03c2833b7.png

Hora de praticar:

Escreva como seriam preenchidos os campos “Descrição de Cargo de cargo” e


os campos referentes às “Competências” da nossa RECEPCIONISTA (da
atividade anterior). Lembrando que na vida real este preenchimento será
realizado pelo responsável por Cargos e Salários.

6.4.1 Requisição de empregado

Conforme aprendemos anteriormente, ume Empresa estruturada e bem


organizada, não contrata pessoas aleatoriamente, e sim realiza um
acompanhamento e Planejamento de Pessoal que lhe permita dimensionar a sua
mão de obra e ter um mínimo controle sobre a quantidade de colaboradores
necessários para atender as demandas dos departamentos. Assim, existe mais
um documento necessário à contratação de novos funcionários que auxilia a
manter esse controle, é a chamada Requisição de Empregado, solicitada ao
setor de Recursos Humanos que a envia parcialmente preenchida para a área
requisitante (o setor ou departamento que solicitou a contratação) e é necessária
para liberação e ciência das contratações. Possui informações semelhantes às
da Descrição de cargo, porém geralmente é um pouco mais sucinta e essa
requisição é emitida cada vez que haverá novas contratações.

Este pode ser preenchido, com além dos requisitos indispensáveis,


informações sobre conhecimentos ou competências que são “desejáveis”, ou
seja, caso o candidato não possua, ele não será eliminado, porém se ele possuir,
isto será um diferencial ao seu favor.

Diferente da descrição de cargos que é arquivada em pasta própria no


setor de RH- Cargos e salários, este documento costuma ficar junto à
documentação (prontuário) do candidato.

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
É de fato, a Requisição de Empregado que dá início ao processo seletivo.
A requisição precisa passar pela aprovação de Recursos Humanos e da
liderança da área requisitante com o objetivo de que não sejam feitas
contratações em quantidade superior ao que foi planejado e já está dentro do
orçamento planejado.

Exceções são estudadas caso a caso com alta liderança da Empresa.

6.5 CAPTAÇÃO DE TALENTOS


Com a requisição de Pessoal em mãos e o Perfil da vaga previamente
desenhado com a liderança requisitante, é chegada a hora de definir como será
realizado o processo seletivo, desde a origem dos candidatos, ou seja, a
captação de talentos até as ferramentas que serão utilizadas para avaliação dos
mesmos.

O momento da captação de Talentos, é o também chamado de


“Recrutamento”. Recrutar é procurar pessoas que reúnam os requisitos
necessários à vaga que está sendo trabalhada. O ideal é identificar as fontes de
recrutamento onde se encontram os candidatos mais qualificados à necessidade
da Empresa e, assim, escolher a opção mais econômica, rápida e eficiente.

A disponibilidade de mão de obra pode ser afetada por fatores como o


mercado de trabalho, o contexto econômico do momento, o posicionamento da
Empresa no mercado e as suas políticas.

O Recrutamento inclui todas as ações que são feitas para atrair


candidatos interessados em preencher as vagas que a Empresa disponibiliza.

De acordo com a origem dos candidatos temos 2 tipos de Recrutamento:


O interno e o externo. E em alguns casos ocorre o recrutamento híbrido, ou seja,
as vagas são abertas tanto interna quanto externamente.

6.5.1 Recrutamento interno

Recrutamento interno é aquele que a Empresa realiza dentro do seu


próprio quadro funcional. Isto é, a vaga é divulgada entre os colaboradores, em
quadros de avisos para que estes tenham a oportunidade de participar

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
voluntariamente de vagas de níveis acima do atual (promoções), ou tenham
oportunidade de ampliar os seus conhecimentos em outras áreas, desde que
possuam os requisitos solicitados e geralmente requer a ciência do superior
imediato na posição atual.

VANTAGENS:

➢ Geralmente implica em custos menores, iniciando pela divulgação de


vagas, por exemplo, pois é possível faze-lo em veículos de mídia próprios,
intranet, quadros de aviso, jornaizinhos internos, etc.
➢ Na fase final, diminui consideravelmente o tempo gasto com referências,
documentação, etc.
➢ Tem-se informações mais reais e confiáveis sobre os candidatos, em
relação a questões como desempenho e histórico.
➢ Funciona como uma forma de reconhecimento dos talentos e incentiva a
busca pelo autodesenvolvimento do grupo como um todo.
➢ Permite realizar um mapeamento dos talentos potenciais da Empresa e
realizar um processo de ranking sucessório.
➢ Candidatos que participam já conhecem a cultura, visão, missão e valores
da Empresa.
➢ A prática da Empresa realizar recrutamentos internos pode favorecer o
interesse de candidatos externos em fazerem parte da Empresa por
enxergarem nela possibilidades da construção de uma carreira.

DESVANTAGENS

➢ Cria expectativas nos candidatos, que caso não sejam atingidas (e na


maior parte não serão, pois ocorre de haverem muitos candidatos para

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
uma única vaga) podem acabar interferindo negativamente no
desempenho dos não aprovados.
➢ Pode ocorrer resistência dos gestores de disponibilizar o candidato para
participar do processo seletivo.
➢ Em caso de candidatos com um histórico longo na mesma Empresa, é
possível que reduza a possibilidade de trazer novos conhecimentos e
inovações.
➢ Em muitos casos os candidatos não possuem experiência na nova
função.
➢ Existe a possibilidade de os candidatos já possuírem “vícios” que talvez
sejam mantidos por já terem crenças formadas a respeito da Empresa.
➢ Se o candidato não tiver um bom desempenho na nova função, e esta for
uma promoção, dificilmente existe a possibilidade (nem o clima) para
retornar à posição anterior.
Todas as desvantagens citadas podem e devem ser administradas pelo
RH e pela Empresa como um todo, o que pode gerar um desgaste em vários
níveis.

6.5.2 Recrutamento externo

É aquele em que o esforço de captação é direcionado aos profissionais


que se encontram no mercado (desempregados ou não).

VANTAGENS

➢ Maior quantidade de candidatos, aumentando as possibilidades de


escolha.
➢ Possibilidade de trazer para a Empresa novos conhecimentos de forma
rápida.
➢ Possibilidade de trazer para a Empresa novos perfis comportamentais
positivos que sejam necessários.
➢ É possível trazer do mercado o candidato experiente, “pronto”, ou mais
próximo do perfil desejado.
➢ Se a imagem da Empresa no mercado de trabalho for positiva, atrairá os
melhores talentos para as vagas.

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
DESVANTAGENS
➢ Altos custos com o recrutamento, principalmente na divulgação das vagas
em diferentes mídias para atingir maior pública alvo.
➢ Os profissionais precisam se adaptar a uma nova cultura, o que nem
sempre é fácil.
➢ Se a imagem da Empresa no mercado de trabalho for negativa, se tiver
passado por algum tipo de crise econômica, moral ou outra qualquer,
haverá uma dificuldade em realizar a captação de talentos para as vagas.
➢ Candidatos com baixo nível de maturidade podem criar um clima
desfavorável fazendo muitas comparações (se negativas para o
contratante) entre a Empresa contratante e os empregos anteriores.

6.6 FONTES DE RECRUTAMENTO

Quando falamos em fontes de Recrutamento, estamos nos referindo à


forma como as vagas serão divulgadas ao público alvo para fazer a atração dos
talentos. Entre as principais fontes para recrutamento encontramos:

➢ Atualmente as vagas são divulgadas no próprio site da Empresa. Por ser


um cadastro virtual, permite candidaturas em nível local, regional, no país
todo ou mesmo que a nossa vaga seja vista no exterior,
➢ Mídia: classificados de empregos em jornais e revistas, rádio, sendo que
os anúncios podem ser abertos, onde é divulgado o nome da Empresa,
ou fechados que é quando o nome da Empresa não aparece.
➢ Indicação de candidatos pelos colaboradores;
➢ Redes sociais como Fecebook, Instagram, linked In, entre outros;
➢ Dependendo do perfil da vaga, pode ser divulgado em Universidades e
escolas;
➢ Sindicatos das categorias procuradas;
➢ Quadros de avisos nas portarias das Empresas;
➢ Indicações de Empresas ou em grupos de RH.
➢ Feiras de Empregos.

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
➢ Agências de empregos físicas ou virtuais, Consultorias de RH, ou ainda,
Headhunters. Neste caso o recrutamento e a seleção são terceirizados e
o contratado é responsável pelo recrutamento como um todo, pelo
processo seletivo previamente definido com o contratante, que pode
participar das fases intermediárias ou finais do processo de acordo com o
seu próprio interesse e disponibilidade. Muitas vezes, as agências já
possuem um banco de candidatos para posições-chave que mantem
atualizado para oferecer aos seus clientes soluções rápidas e eficientes.

Hora de praticar:

Crie um anuncio para a vaga de RECEPCIONISTA de Fábrica na qual estamos


trabalhando. Lembre-se que o seu anuncio tem que atrair os melhores
candidatos para a Empresa.

6.6.1 O processo seletivo

Chamamos de Processo seletivo, o processo de escolha, propriamente


dito entre os candidatos identificados como possíveis potenciais que apresentem
as competências necessárias, aptidões e conhecimentos, enfim, todos os
requisitos conforme apresentados na descrição de cargos. Geralmente as
Empresas já tem processos seletivos parcialmente pré-definidos que vão ser
apresentados à liderança requisitante para ciência e ajustes se necessário.

Após o recebimento da requisição (documento), análise do perfil,


definição das Fases do Processo seletivo e das ferramentas a serem utilizadas,
incluindo a forma de divulgação da(s) vaga(s) inicia-se de fato o processo de
seleção.

6.6.2 Fases do processo seletivo

Conforme dissemos anteriormente, as fases do processo seletivo serão


propostas pelo RH para a área contratante que pode sugerir alterações.

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
Basicamente inicia com a triagem dos currículos dentro do perfil. Cada uma das
fases vai avaliar pontos diferentes dos candidatos para comprovar que de fato
possuam os requisitos necessários. Normalmente para vagas técnicas são
aplicadas provas específicas.

Em grandes volumes podem ser aplicados testes de cálculos básicos,


raciocínio entre outras habilidades. E os candidatos aprovados nessa fase
passam por entrevistas com RH, Entrevista com um representante da área
requisitante, podem ser feitas dinâmicas de grupo se houver candidatos
suficientes e for avaliada esta necessidade. Entrevista com o gestor da área
requisitante, que é quem geralmente realiza a escolha final do candidato.

O processo acaba aí?...

A resposta é NÃO. Uma vez escolhido o candidato, ele será encaminhado


para o Exame médico admissional, que dependendo da situação pode também
ser impeditivo para a contratação. E posteriormente tem a solicitação e entrega
dos documentos, que também pode ser eliminatório, caso o candidato não
possua algum documento indispensável, ou ainda pode haver a desistência do
candidato aprovado, e, nesse caso, deverá ser avaliada a possibilidade de
aproveitar outro candidato ou reiniciar o processo. Portanto o processo é
considerado concluído só com a vaga preenchida.

IMPORTANTE: Nunca se esqueça de dar retorno aos candidatos, mesmo em


caso de reprovação, informe-os e agradeça a participação. Lembre-se: Estamos
lidando com pessoas, os candidatos criaram expectativas e muito provavelmente
estão precisando do emprego. Além de ser uma consideração com as pessoas
a falta de retorno cria uma imagem negativa de descaso por parte da Empresa.

6.7 AVALIAÇÃO DOS CURRÍCULOS

Triagem de Currículos (manual): É o primeiro passo da seleção. Uma


triagem de currículos bem-feita, otimiza e muito o tempo gasto no processo
seletivo. É nesse momento que serão separados os candidatos que tem perfil
coincidente com a vaga, dos outros. Se não houver uma análise criteriosa do

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
curriculum, corre-se o risco de chamar candidatos que não tem as condições
mínimas para participar da vaga (e as vezes são chamados) o que gera uma
perda de tempo de ambas as partes.

Se a Empresa trabalhar com Banco de candidatos, ou seja, realizar o


processo seletivo mesmo antes de ter a vaga disponível, para avaliar potencial
de candidatos, pode já possuir um banco com pessoas para possíveis
contratações no futuro que serão chamados pontualmente quando surgirem as
oportunidades.

O mesmo vale para Banco de currículos. Currículos recebidos por e-


mail, fisicamente através de funcionários, por apresentação espontânea, podem
ser previamente triados e separados por função e/ou qualificação facilitando a
localização e convocação no surgimento das vagas.

Triagem de Currículos (eletrônica): Atualmente é comum que


Empresas de médio a grande porte possuam programas de Recrutamento e
Seleção associados aos seus sites, o que faz que, quando o candidato se
cadastra no site da Empresa do seu interesse, seja encaminhado diretamente à
plataforma onde é preenchido um formulário padronizado com as informações
curriculares. Desta forma, o programa faz facilmente a triagem dos seus dados
que são rapidamente identificados pelos recrutadores no próprio sistema através
do uso de palavras-chave, como por exemplo o campo objetivo preenchido com
o nome da vaga desejada, ou em casos em que se precisa de algum
conhecimento específico que seja um diferencial usa-se essa palavra.

Por exemplo, para selecionar um profissional técnico, procurar pelo


conhecimento que ele precisa ter. Exemplo. Analista de Sistemas com
conhecimento no software Java. Escreve a palavra Java e o sistema filtrará todos
os candidatos que mencionaram a palavra “java” no curriculum cadastrado.

É comum que as Empresas que oferecem e administram tais plataformas


ofereçam também a possibilidade prestarem o serviço de seleção até o fim,
realizado na maioria dos casos virtualmente.

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
6.8 FERRAMENTAS UTILIZADAS EM PROCESSOS SELETIVOS TESTES
DE SELEÇÃO

Os testes são ferramentas utilizadas nos processos seletivos para medir


aptidões, conhecimentos e habilidades dos candidatos, relacionadas às
competências necessárias ao perfil que se está buscando contratar. O teste pode
mostrar aspectos do candidato que nem sempre ficam evidentes durante uma
entrevista, e confirmar o nível de conhecimento e expertise do candidato. A
seguir explicaremos sobre os vários tipos de testes aplicados de acordo com a
funcionalidade dos mesmos.

TESTE DE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS


São testes que avaliam se os candidatos possuem requisitos mínimos
para ocupar o cargo desejado. Geralmente, se se tratar de um requisito
indispensável, ele é aplicado logo no início do processo e terá caráter
eliminatório, pois caso o resultado obtido no teste não for favorável, a pessoa
será comunicada e não haverá um investimento maior de tempo nem por parte
da Empresa, nem do candidato.
Alguns dos testes que entram na categoria dos testes específicos se forem
indispensáveis para a vaga trabalhada:

➢ Excel avançado (para funções que utilizem planilhas como ferramenta


diária ou muito frequente;
➢ Matemática Financeira, para vagas que requeiram cálculos;
➢ Inglês avançado; (ou outra língua que seja necessária para o exercício
das tarefas cotidianas)
➢ Testes relacionados a softwares específicos.
➢ Redação, para quem vai trabalhar com comunicação;

➢ Entre outros a serem analisados em conjunto com o requisitante.


O resultado do teste só pode ser flexibilizado, caso seja um requisito “desejável”
e não indispensável.

TESTES DE CONHECIMENTO TÉCNICO

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
Os testes de conhecimentos técnicos testam, as habilidades técnicas do
candidato para a área específica na qual irá trabalhar. Esse tipo de teste é usado
para vagas que precisam de um conhecimento específico ou um alto grau de
conhecimento para o exercício de uma atividade, tal conhecimento é o “coração”
da vaga.
O teste pode ser teórico ou prático dependendo da escolha da Empresa
pode ter ambas modalidades. Vamos usar como exemplo, a busca por um
candidato para a vaga de operador de empilhadeira, que apesar de ter feito
curso, não tem domínio do equipamento. Se ele não atender um requisito
indispensável não tem como dar continuidade ao processo. Se, digamos, que
ele está se candidatando a outra vaga num local onde tenha empilhadeiras que
ele poderia usar apenas eventualmente ele poderia até ser contratado e
desenvolver aos poucos, sem pressão, tal habilidade.
É importante que o avaliador tenha a percepção sobre se o problema é
falta de perícia mesmo ou se outros fatores, como o nervosismo decorrente de
estar sendo avaliado, leva a pessoa a cometer erros. Muitas vezes, sem o teste
for aplicado por profissionais experientes, estes conseguem identificar se existe
potencial no candidato em corrigir em pouco tempo as suas dificuldades.
Na maioria das vezes estes testes são aplicados pelas áreas e não pelos
profissionais de recursos humanos.

TESTES PSICOLÓGICOS

Os testes psicológicos, como o nome diz, só podem ser aplicados por


psicólogos e servem para avaliar inúmeros atributos gerais da personalidade do
candidato, ou específicos necessários para a vaga. Citando alguns: Testes de
personalidade, testes de raciocínio (lógico, espacial, verbal, matemático, etc.),
Testes de Atenção concentrada, entre outros. Alguns dos testes são:

TESTE DE PERSONALIDADE

Os testes de personalidade trazem percepções a respeito dos candidatos,


como impulsividade, introversão, extroversão, criatividade, a forma de se
relacionar com o mundo. entre outras características que podem influenciar no
ambiente de trabalho em que o candidato será inserido.

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
A personalidade pode interferir no bom desempenho do candidato, por
exemplo, candidatos mais extrovertidos geralmente se dão bem em vagas em
que precisem lidar com pessoas. Já candidatos mais quietos se encaixam bem
em áreas de pesquisa, ou que exijam concentração, sigilo. Infelizmente, em
alguns casos os testes são manipulados, quando as pessoas respondem
baseado no que elas acham que é esperado dela e não em como elas são na
realidade.
E este é um dos motivos pelos quais nenhum teste deve ser tomado como
verdade absoluta, e sim o resultado de um, deve ser confrontado com os outros
resultados obtidos de outras ferramentas e etapas. Para observar personalidade,
entrevista e dinâmica de grupo são boas opções.

TESTES DE RACIOCÍNIO LÓGICO

Existem testes de raciocínio lógico de uso exclusivo de psicólogos e


outros que não possuem esta restrição. Este tipo de teste, serve para analisar
como o candidato se sai na hora de solucionar problemas, planejar ações e
tomar decisões. Partindo do pressuposto que pessoas com melhor raciocínio
conseguem abstrair informações, mesmo na presença de dados parciais, são
pessoas atentas à forma como as coisas acontecem e conseguem ter um
pensamento linear de causa e efeito, o que faz com que pessoas com bom
raciocínio lógico resolvam problemas com maior rapidez. Os testes de raciocínio
também se aplicam ao uso das palavras e à projeção de objetos no espaço físico,
por exemplo.

TESTE AC – TESTE DE ATENÇÃO CONCENTRADA

Como o nome diz, mede a capacidade de concentração e foco que o


candidato consegue ter em uma determinada atividade e o quanto a pressão por
se manter concentrado o faz cometer erros dentro de um período determinado
de tempo sem que isso o afete. Permite aplicações individuais ou coletivas,
muitas vezes é utilizado em processos com grandes volumes de candidatos em
que a vaga exige que o profissional esteja atento, quando por exemplo mexe
com códigos em que um pequeno erro pode trazer graves consequências.

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
TESTE PALOGRÁFICO

Faz parte dos testes de personalidade, permite avaliar o candidato na sua


forma de reagir e se relacionar com os outros, níveis de agressividade ou
passividade, uso de drogas ou alterações neurológicas, além de avaliar também
produtividade. Consiste em uma folha em branco que é preenchido com traços
na sua totalidade atendendo a comandos de tempo do aplicador. Posteriormente
os traços são analisados em relação à sua posição, inclinação, pressão,
espaçamento entre outras características. A forma como esses traços são feitos
traz aspectos da personalidade do candidato.

TESTE DE QI

A sigla QI, refere-se a Quociente Intelectual, estes testes também são


chamados de testes de inteligência. Hoje são muito menos utilizados do que em
outras épocas. Geralmente é utilizado para avaliar pessoas que vão ter que lidar
com grande volume de dados e informações. Geralmente são testes que também
fazem uso da lógica para serem respondidos. Por ter o seu resultado medido em
“Quociente”, o resultado final do teste é oferecido em números e tem o seu
resultado enquadrado em níveis de inteligência: Superior, Média superior, Média,
Média Inferior e Inferior.
Sempre há que levar em consideração que nem sempre o “mais
inteligente” pensando em quem se sai melhor nos testes, será o profissional
melhor sucedido, isto porque no mundo de hoje, habilidades relacionais tem
tanto valor quanto a inteligência pura e simplesmente. Muitos profissionais são
muito inteligentes, porém não conseguem socializar. O perfil da vaga é que vai
indicar qual é o profissional mais adequado a cada situação.

6.9 OS TESTES NA ATUALIDADE

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
Antes mesmo da pandemia, iniciada em 2020, já estava timidamente
ocorrendo uma migração dos processos seletivos tradicionais, para os
processos informatizados, devido às Empresas começaram a receber currículos
de candidatos através dos seus sites, aproveitando o interesse dos candidatos
em fazer parte do quadro funcional para fazer a divulgação na comunidade dos
seus produtos e serviços, assim como outras ações buscando incrementar a
imagem positiva da Empresa.
Uma vez no site, plataformas especializadas dão início aos processos e
são realizados vários testes, principalmente de idiomas, de tendências
comportais no trabalho, entre outras. Entrevistas por meios eletrônicos já eram
frequentes antes mesmo da pandemia, pois facilitavam para os contratantes por
permitir-lhes otimizar o tempo, assim como para os candidatos que não
gastavam tempo nem dinheiro com deslocamentos, permitindo se candidatar a
vagas em lugares distantes.
Testes realizados por meios tecnológicos, também tem correções e
resultados rápidos e a IA (Inteligência artificial), consegue cruzar vários dados
de um candidato ao simples toque de um teclado, oferecendo dados estatísticos
e comparativos. A tendência veio para ficar, e mesmo empresas conservadoras
cogitam a possibilidade de manter seus processos seletivos automatizados ou
híbridos.

6.10 TÉCNICAS DE ENTREVISTAS


Normalmente na sequência, candidatos que foram aprovados nas fases
iniciais (currículos e testes) passam para a fase de entrevistas. Via de regra, as
entrevistas iniciais são realizadas pela equipe de Recursos Humanos
responsável pela seleção de pessoal, que, se aprovarem o candidato irão
encaminha-lo à fase seguinte.

Existem vários tipos de Entrevistas, porém iremos nos deter nos tipos
mais comuns na atualidade: Entrevista por competências, Entrevista Técnica,
Entrevista do tipo “Painel” e Entrevista coletiva.

Dicas para o entrevistador

O início da Entrevista é comum a qualquer tipo de entrevista.

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
Passo a passo para o entrevistador:

➢ Prepare-se para a Entrevista, tenha em mãos o curriculum mais


atualizado possível do candidato e leia-o antes da sua chegada, pois
assim saberá em que assunto precisa se deter para entender melhor, tirar
dúvidas, etc.
➢ Tenha um roteiro sobre o que é relevante perguntar ao candidato. Muitas
vezes o profissional do RH não conhece a fundo o trabalho realizado na
área contratante, mas já tem de ter alinhado com o gestor da área o que
precisa do candidato em termos de experiência, pois mesmo que a
descrição do cargo não mude, em momentos diferentes, algumas
competências podem ser mais relevantes do que outras.
➢ O entrevistador recepciona o candidato, dá as boas-vindas e procura
deixa-lo à vontade. O momento inicial da entrevista é importante para que
o candidato fique mais solto e consiga ter um maior autocontrole
emocional e consequentemente um melhor desempenho. Para que isto
ocorra, o entrevistador deve se mostrar receptivo e acolher o candidato
com simpatia. Vai além da educação, ser simpático, sorrir, oferecer uma
água, café, etc.
➢ Mostrar-se empático com o candidato, mostrar que compreende que a
situação talvez seja um tanto desconfortável (não falar isso, mas ser
gentil), perguntar se já conhecia, se teve dificuldades para chegar até o
local, falar do clima, falar sobre algum tema informal aleatório, por
exemplo são alguns assuntos que auxiliam na aproximação com o
candidato e ajudam a “quebrar o gelo”. Cuidado para não perder o foco e
se estender em tais assuntos.
➢ Verifique se o candidato trouxe um curriculum mais atualizado. Pode
iniciar solicitando para que o candidato conte como soube da vaga e para
falar um pouco sobre ele. Caso ele for falando sobre o histórico
profissional, já podem ser introduzidos os assuntos pertinentes ao
curriculum e relacionados à vaga. Com intervenções do tipo: Eu vi aqui
que você trabalhou em tal lugar... e permitir que o candidato fale, fazendo
os questionamentos relevantes para o que ele fala.

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
➢ Utilize uma linguagem de fácil compreensão e que esteja de acordo com
o nível da vaga que está sendo trabalhada.
➢ Fique atento não apenas ao que ele diz, mas também à linguagem não
verbal.
➢ Faça as perguntas conforme o tipo de entrevista que será realizado.
➢ Ao final fale um pouco sobre a vaga, horários, sobre a Empresa em geral
(produtos, posicionamento de mercado ou o que for relevante), sobre os
próximos passos do processo seletivo, a remuneração e benefícios (se a
política / prática da Empresa permitir) e pergunte se o candidato tem
alguma dúvida, se tiver esclareça-as.
➢ Despeça-se do candidato sem lhe dar indícios sobre se foi aprovado ou
não. Caso ele pergunte, explique que ainda entrevistara outros candidatos
para este processo seletivo. Explique que ele receberá um retorno sendo
aprovado ou não. E CUMPRA!!

6.11 ENTREVISTA POR COMPETÊNCIAS

Entrevista por competências é o tipo de entrevista mais utilizado na


atualidade. Lembrando, como já aprendemos, existem requisitos mínimos para
cada vaga e eles estão relacionados na descrição de cargos e entre estes
requisitos encontram-se as Competências necessárias para o exercício da
função. A entrevista por competências, na sua maioria é conduzida pelo RH,
porém às vezes também é acompanhada por algum profissional de nível médio
da área requisitante.

Esta entrevista inicia-se como as outras, conforme descrito anteriormente,


porém durante toda a entrevista o candidato será questionado sobre as suas
habilidades, e sobre as competências relevantes ao cargo mediante perguntas
específicas e fechadas sobre as suas experiências anteriores e como ele agiu
em determinadas situações. Além de observar a fala do candidato, observa-se
também a linguagem não verbal, a sua postura e as suas falas, para tentar inferir
se o mesmo se adaptaria bem ou não à cultura e aos valores da Empresa.

Por exemplo, se uma das competências para a vaga for trabalho em


equipe e ele não falar nada a respeito, pode se pedir: “Me conte alguma

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
experiência pela qual você passou em que trabalhando em equipe você
conseguiu resolver um problema”.

Se precisar da competência Liderança, perguntar se teve alguma situação


em que ele (a) precisou liderar pessoas e como se sentiu e qual foi o resultado.

Questione sobre experiências que foram significativas nos empregos


anteriores e através das respostas infira se há competências que completam o
perfil.

É comum perguntar em entrevistas de emprego quais são os seus pontos


fortes e os pontos a melhorar, esses pontos fortes também devem ser
questionados e trazidos para situações reais que o candidato já vivenciou. Nesse
momento, o candidato pode trazer questões da aplicação das competências na
vida pessoal e o entrevistador avaliará se a competência foi evidenciada nas
ações relatadas.

Questões pessoais

Se até o final da entrevista apenas tiver sido falado sobre questões


profissionais, faça perguntas também sobre a vida pessoal com assuntos como
família e o que gosta de fazer no tempo livre. Estas questões que mostram como
o candidato vive a sua vida pessoal, muitas vezes podem trazer questões
comportamentais importantes que confirmem ou desmintam as falas anteriores
e ajudem na identificação dos valores do candidato e permitem inferir como ele
se alinha à cultura da Empresa.

Observações gerais:

Evite constranger o candidato, caso conclua no início ou no meio da


entrevista que ele não está apto para a vaga, continue a entrevista brevemente,
agradeça a participação e finalize exatamente como faria com qualquer
candidato.

Trate o candidato com educação e respeito, independente da forma com que o


candidato o tratar, a final, você está representando a Empresa.

6.12 ENTREVISTA TÉCNICA

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
Este tipo de entrevista, foca estritamente os conhecimentos técnicos do
candidato. Mesmo que o candidato já tenha feito um teste técnico e tenha sido
aprovado. A entrevista será conduzida por um profissional da área requisitante
que conheça bem a função a ser desempenhada. Neste momento o recrutador
poderá se aprofundar um pouco mais nas experiências anteriores e
conhecimentos técnicos que o candidato possui. Também é uma fase
eliminatória.

Hora de praticar:

Crie ao menos 10 questões relacionadas a competências que são importantes


para serem feitas para a (o) nossa (o) candidato à vaga de “Recepcionista de
fábrica”. Pergunte sobre questões relevantes para a função, mesmo que tais
competências não constem da descrição de cargo.

6.13 ENTREVISTA COLETIVA

É o tipo de entrevista utilizada quando é necessário realizar grandes


volumes de contratação. É chamada de entrevista coletiva, pois são avaliados
vários candidatos ao mesmo tempo e é aplicada geralmente no início do
processo pelo RH, agilizando essas fases. É possível fazer uma entrevista
coletiva quando aos conhecimentos técnicos ou as habilidades requeridas são
semelhantes. É comum que seja aplicada em candidatos de funções
operacionais de base ou em início de carreira. Apesar de ser em grupo é
bastante diferente de uma dinâmica, pois funciona como uma entrevista normal,
em que o entrevistador realiza as perguntas e os entrevistados respondem.

O foco dessa entrevista é o contato com o candidato e conhecer um pouco


mais do seu histórico profissional e pessoal e em alguns casos podem ser feitas
questões sobre situações ou cases que fazem parte do cotidiano da função ou
aliar perguntas que verifiquem competências com outras menos diretivas.
Mesmo não sendo esse o foco, este tipo de entrevista permite observar a forma
com que o candidato interage com os outros participantes e como se comporta
em grupos e situações de pressão.

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
ENTREVISTA TIPO “PAINEL”

É chamada de entrevista painel, o tipo de entrevista em que participa o


candidato e vários avaliadores, geralmente estes avaliadores são os superiores
imediatos da vaga disponível ou outros profissionais que irão interagir com o
candidato caso ele seja contratado. É frequente também que seja apresentado
algum case ou situação problema ao candidato antes da entrevista para que ele
faça uma apresentação e debata o tema com os entrevistadores.

É uma forma de avaliar o candidato na sua desenvoltura, conhecimento


sobre os vários assuntos relativos à função e a sua postura e desempenho sob
pressão. É ótimo para os recrutadores, porém pode ser assustador para
candidatos mais inseguros, que ainda assim podem ter um bom potencial.

6.14 DINÂMICAS DE GRUPO

Dinâmica de grupo é uma técnica vivencial, em que o candidato, através


de diversas atividades lúdicas que lhe são propostas pode mostrar inteiramente
a sua intelectualidade. A dinâmica de grupo é um instrumento muito rico, pois
permite avaliar o comportamento do candidato em vários aspectos e
dependendo das atividades, permite evidenciar também conhecimentos.

É interessante destacar que muitas das dinâmicas, por exemplo as de


fundo comportamental ou valorativa não possuem uma resposta correta, mas
por este motivo evidenciam valores pessoais, linha de raciocínio, tendências de
modo de agir e reagir do candidato.

Outros aspectos importantes que a dinâmica permite verificar:


Flexibilidade, comunicação, interação pessoal, empatia, colaboração,
criatividade, uso dos recursos de que dispõe (materiais, tempo, etc.), nível de
competitividade, entre outras. É comum que no início da dinâmica os candidatos
estejam mais tensos e no decorrer da dinâmica eles passem a se comportar de
maneira mais natural. Para facilitar este processo é comum que a dinâmica
possua várias partes, iniciando com as mais lúdicas e descontraídas até chegar
às que tenham algum nível de tecnicidade.

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
Quando aplicar uma dinâmica de grupo?

Ela pode ser aplicada em muitos momentos, mas especificamente no


processo de Seleção, ela costuma ser aplicada após as verificações iniciais de
conhecimentos (teste ou entrevista) e a avaliação através da entrevista por
competências. Neste caso é aplicada quando se tem um número de candidatos
razoável que mostraram bom desempenho no processo seletivo e parecem estar
dentro do perfil e é necessário vê-los “em ação” (em média de 4 a 6). Se ela for
aplicada antes de um contato mais próximo com o candidato, corre-se o risco de
ele não estar à vontade por algum motivo aleatório e eliminá-lo pura e
simplesmente sem conhece-lo ou saber o que está ocorrendo. Se fizer dessa
forma, bons candidatos podem ser eliminados.

A maior vantagem das técnicas vivenciais é que o candidato pode ser


observado tanto na dimensão social, quanto na dimensão profissional ao mesmo
tempo.

Como ocorre a dinâmica na prática?

Normalmente a dinâmica é conduzida por uma única pessoa, mesmo com


vários observadores na sala. Geralmente quem conduz pertence ao RH e os
candidatos são orientados logo no início a respeito disso, ou seja, a se dirigirem
a essa pessoa. A forma mais comum de fazer, é com os candidatos em volta de
uma mesa no meio da sala e os observadores se localizam aleatoriamente
sentados em volta.

A maneira mais comum de iniciar é, após os candidatos terem se


posicionado na mesa ao centro, quem conduz a dinâmica se apresenta,
apresenta os observadores e faz uma breve apresentação sobre a Empresa.
Após este momento os apresentadores vão para os seus lugares e o condutor
orienta os candidatos.

Sempre se inicia solicitando aos candidatos para se apresentarem


seguindo as instruções do condutor da dinâmica. Existem várias formas de fazer
a apresentação e o RH pode escolher aquela que lhe parecer mais conveniente.
Algumas são apenas falando, outras exploram a criatividade do candidato
oferecendo materiais diversos, fotos, trocas de informações, etc.

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
Dependendo da apresentação ela pode funcionar como um “quebra-gelo”
para deixar os candidatos mais à vontade ou pode ser colocada alguma atividade
rápida e leve para descontrair.

Posteriormente pode ser colocada uma atividade que reproduza uma


situação de trabalho, ou algum case que tenha a ver com a área, para avaliar a
solução do problema proposta pelos candidatos, isto auxilia para fazer um
prognóstico sobre o desempenho do futuro colaborador, além de todos os outros
pontos que são avaliados conforme mencionados acima. Após o estudo de caso
pode se solicitar com que eles façam um resumo das soluções encontradas.

Todas as atividades da dinâmica sempre vão ter um tempo previamente


estipulado de duração e atividade vai ser encerrada mesmo que não tenham
concluído o que desejavam fazer. O importante é que o tempo tenha sido
suficiente para os observadores avaliarem a postura dos candidatos.

O encerramento ocorre conforme a da entrevista, agradecendo a


participação e solicitando que aguardem o próximo contato.

Os observadores: O mais comum é que os observadores façam parte do RH e


é fundamental que também haja pessoas da área requisitante. Não existe um
número exato de avaliadores, mas tem que ser suficiente para poder observar
com todos os candidatos com atenção.

Se possível, os observadores têm de passar por um treinamento breve


sobre como é a dinâmica de grupo e como ela funciona. Se um treinamento
prévio não for possível, ao menos eles têm de ser orientados sobre as regras da
dinâmica com antecedência. Vale para eles também a regra de não se dirigir
diretamente aos candidatos para dar opiniões, mas sim ao condutor da dinâmica.

Eles têm que ter a sensibilidade de entender que talvez os candidatos não
estejam prontos e podem ser avaliados em suas potencialidades, evitando
julgamentos precipitados, e, quem observa tem de manter uma atitude neutra,
que não passe mensagens de aprovação ou desaprovação.

Os observadores têm que, dentro do possível realizar observações


objetivas, sem emitir juízos de valor sobre os fatos, que depois serão avaliados
em conjunto pelos observadores.

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
Após o término da dinâmica, os observadores se reúnem e discutem um
a um a participação dos candidatos em termos de pontos fortes e pontos a
desenvolver. Neste momento é possível identificar candidatos com perfil ou
potencial para ocupar outras vagas / posições que podem ser deixados num
“Banco de candidatos” e serem contatados no futuro. Esta é uma ótima opção,
tanto para processos seletivos internos quanto externos.

Se ainda houver necessidade outras entrevistas ainda poderão ser


agendadas.

Hora de praticar:

Dinâmica de grupo a critério do Professor

Dividida a sala em pequenos grupos. Após o encerramento da dinâmica, os


alunos são convidados a avaliar os comportamentos uns dos outros analisando
aqueles que poderiam ter favorecido ou dificultado se estivessem num processo
seletivo.

Também pode se solicitar a algum grupo de alunos que eles tragam para a
próxima aula alguma dinâmica de grupo e apliquem nos colegas e façam em
conjunto a avaliação do que foi observado.

A ESCOLHA DO CANDIDATO

Após o término do processo seletivo, será escolhido o candidato que irá ocupar
a vaga.

A escolha final sempre é de responsabilidade da área que irá receber o


colaborador e o Recursos Humanos age apenas para dar suporte nas decisões.

Após a escolha do candidato, várias atividades burocráticas são necessárias.

Internas: ,

➢ Checagem das referências profissionais oferecidas pelo candidato,


➢ Arquivo dos documentos referentes ao processo seletivo,
➢ Preenchimento de documentos e aprovações

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
➢ Outras exigências previstas nas políticas da Empresa, ou previstas
internamente (por exemplo, requisitos de normas de qualidade. Ex Iso
9000 ou outras)
➢ Dar retorno aos candidatos que ainda não tenham recebido.
➢ Agendamento de exame médico admissional ou encaminhamento ao
departamento de saúde.
Externas:

➢ Contato com o candidato para a realização do exame


➢ Orientar o candidato sobre documentos necessários para admissão e
outras ações determinadas especificamente pela Empresa se houverem.

Hora de praticar:

Agora, com os conhecimentos adquiridos na disciplina refaça o processo seletivo


que você sugeriu para o preenchimento da nossa vaga “Recepcionista de
fábrica” e vamos realizar a comparação do primeiro processo seletivo proposto
com o atual.

6.14.1 Finalização de processos seletivos internos

Conforme estudamos há muitas vantagens na realização de um processo


seletivo interno, pois este nos permite conhecermos melhor os talentos que
possuímos dentro do quadro de colaboradores e podemos verificar os pontos de
melhoria deles para estarem aptos no futuro a ocupar novas posições.

É importante que ao término de um processo interno seja realizada uma


ação conjunta entre o responsável pelo recrutamento e o responsável por
‘’Treinamento e Desenvolvimento” para verificar a necessidade de tomar ações
para suprir as lacunas de conhecimento que possam ser da responsabilidade da
Empresa, se for o caso. Verificar quais os pontos a melhorar dos candidatos e
ver se eles se repetem. O processo de seleção pode ser uma rica fonte de
informações.

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
O candidato interno que passou por um processo seletivo e não foi
aprovado, tem que ser muito bem acolhido. É recomendável que seja realizada
uma entrevista de feedback individual com cada um dos participantes em que
seja assinalado para eles o que foi considerado como pontos fortes em sua
performance e o que ele precisa trabalhar para melhorar, deixando claro que
cabe a ele próprio realizar tais melhorias e não é responsabilidade da Empresa.

Este retorno se faz necessário para que o candidato entenda o motivo


pelo qual não foi aprovado. Se a explicação for feita com base em observações
de fatos objetivos, é possível que o próprio candidato concorde e se empenhe
em trabalhar para estar pronto para futuras oportunidades.

Um feedback bem feito, com sensibilidade, estimula o colaborador a se


desenvolver. Um feedback malfeito ou de forma agressiva pode fazer com que
o colaborador fique desmotivado e que tenha o seu desempenho comprometido.

6.15 INTEGRAÇÃO DO COLABORADOR

Após a contratação é realizado o processo de Integração do colaborador,


também chamado de onboarding. É o momento das boas-vindas para o novo
colaborador e é fundamental, pois é a chance de mostrarmos ao novo integrante,
como a nossa Empresa é, onde deseja chegar, os seus valores e as regras a
serem seguidas.

Sabe aquela ideia de que “a primeira impressão é a que fica”. É a hora de


causar uma boa impressão e levar até o novo colaborador o sentimento de
“Orgulho de fazer parte” da organização, potencializando assim o engajamento
dele com o time e a Empresa em geral.

O programa de integração varia de Empresa para Empresa, mas em


média é de 2 dia a 1 semana.

6.15.1 Montando um programa de integração

Apresentar a Empresa ao novo funcionário partindo do Macro para


microambiente.

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
➢ Apresentação com informações da Empresa e dos seus Produtos:
Histórico, esclarecer se existem filiais, onde, quantidade de
colaboradores, formas de interação entre as filiais, certificações que a
Empresa possui e o seu significado, etc.
➢ Apresentar missão, Visão e Valores da organização e os objetivos de
curto médio e longo prazo
➢ Organograma geral, apresentando todos os departamentos e
funcionalidades. Isto para saber como se estrutura a Empresa, a
hierarquia e a interação entre os departamentos. Conhecer a sua
participação dentro do todo.
➢ Apresentação do espaço físico, onde estão localizados os locais de uso
comum: Refeitório, DP, RH, relógios de ponto, sanitários, etc.
➢ Se existir um manual de ética organizacional deve ser entregue na
integração, colhendo assinatura do colaborador que comprove o
recebimento do mesmo. Se não houver, explicar as regras de conduta, o
que é permitido ou não no ambiente de trabalho.
➢ Práticas de segurança adotadas na Empresa: Uso de EPIs, trânsito dentro
da Empresa, pontos de encontro, informações sobre comissões de
segurança, entre outros.
➢ Descrição das obrigações: Confidencialidade de senhas e de
informações, responsabilidade sobre documentação, etc.
➢ Procedimentos de Recursos Humanos e Departamento de pessoal:
horários, faltas, atestados, datas de pagamento
➢ Explicar sobre benefícios oferecidos pela Empresa, quais são,
funcionamento e regras.
➢ Se houver algum treinamento obrigatório e for geral a todos os
funcionários, também pode ser feito neste momento.
➢ O departamento que irá receber o candidato pode fazer apresentações
específicas sobre regras internas.
➢ Entrega de crachás e uniformes se houver.
É interessante que durante os primeiros dias em que o novo funcionário for para
o seu local de trabalho, um colaborador mais antigo seja indicado como ponto
focal para integrá-lo ao grupo e esclarecer as suas dúvidas e que este
acompanhamento próximo se estenda por um prazo de 3 semanas a 1 mês.

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Hora de praticar:

Crie um programa de integração para novos alunos da escola, que apresente de


forma estruturada as informações necessárias para serem apresentadas aos
novos alunos.

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ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURA DE TRANSPORTE

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7. TRANSPORTES

O transporte é uma das principais funções logísticas. Além de representar a


maior parcela dos custos logísticos na maioria das organizações, tem papel
fundamental no desempenho de diversas dimensões do Serviço ao Cliente. Do
ponto de vista de custos, representa, em média, cerca de 60% das despesas
logísticas, o que, em alguns casos, pode significar duas ou três vezes o lucro de
uma companhia, como é o caso, por exemplo, do setor de distribuição de
combustíveis.

As principais funções do transporte na Logística estão ligadas basicamente às


dimensões de tempo e utilidade de lugar. Desde os primórdios, o transporte de
mercadorias tem sido utilizado para disponibilizar produtos onde existe demanda
potencial, dentro do prazo adequado às necessidades do comprador. Mesmo
com o avanço de tecnologias que permitem a troca de informações em tempo
real, o transporte continua sendo fundamental para que seja atingido o objetivo
logístico, que é o produto certo, na quantidade certa, na hora certa, no lugar
certo ao menor custo possível.

Muitas empresas brasileiras vêm buscando atingir tal objetivo em suas


operações. Com isso, vislumbram na Logística, e mais especificamente na
função transporte, uma forma de obter diferencial competitivo. Entre as
iniciativas para aprimorar as atividades de transporte, destacam-se os
investimentos realizados em tecnologia de informação, os quais objetivam
fornecer às empresas melhor planejamento e controle da operação, assim como
a busca por soluções intermodais que possibilitem uma redução significativa nos
custos.

7.1 A importância do Transporte

Podemos destacar na importância do Transporte de Cargas, os aspectos abaixo:

1. Os produtos raramente são fabricados e consumidos no mesmo local;


2. O transporte é um componente significativo dos custos contraídos pela maioria
das cadeias de suprimentos;

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
3. Nos EUA os custos com frete chegam a 6 % do PIB;
4. Com o crescimento do E-commerce e das entregas em domicílio, os custos de
transporte tornaram-se ainda mais significativos no varejo;
5. As empresas de venda pela internet fazem entregas de pequenos pacotes na
casa do consumidor, substituindo os caminhões cheios destinados as
distribuidoras;
6. O custo de transporte representa uma maior fração do custo de entrega de
produtos vendidos on-line;
7. O sucesso de toda cadeia de suprimentos está diretamente ligado à boa
utilização do transporte;
“O Transporte é o elemento mais importante do custo logístico na maior
parte das empresas“ (conf. Associação Americana de Transportes)

7.1.1 Um sistema de transporte eficiente contribui para:

Competição de Mercado

• Aumentar a competição no mercado;


• Garantir a economia de escala na produção;
• Reduzir preços das mercadorias;
• Ampliar os limites de atuação em regiões mais distantes do local de produção;
• Os artigos produzidos podem se tornar mais competitivos em mercados mais
distantes estimulando à concorrência direta e a melhor oferta de produtos ao
mercado consumidor
• Economias de Escala
• Desvincular o local de produção e de consumo, gerando liberdade para a escolha
da localização industrial mais adequada (aspectos geográficos, tributários,
tecnológicos etc.);
• A ampliação de mercado permite maior economia de escala na produção (maior
demanda gera maior necessidade de oferta = produção);
• Para atender uma demanda maior, pode-se utilizar mais intensamente as
facilidades de produção e a especialização no trabalho.
Preços dos Produtos

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
• O aumento de competição no mercado (induz a uma redução no custo do
produto);
• A ampliação de mercado permite maior economia de escala na produção (induz
a uma redução no custo do produto);
• O transporte é um dos componentes do custo que, juntamente com os custos de
produção, vendas e outros, compõe o custo agregado do produto (transporte
mais barato induz a uma redução no custo do produto);
• Quanto mais eficazes os sistemas de transporte, melhor o padrão de vida dos
consumidores e menor a parcela de custo agregada ao custo total dos produtos.

7.2 CARACTERÍSTICAS DOS TRANSPORTES

Movimentação de produtos: O objetivo dos transportes é movimentar os


estoques, seja na forma de materiais, produtos acabados ou inacabados ou
componentes. O desempenho dos transportes é vital para as compras, a
manufatura e o atendimento ao cliente. O transporte consome recursos de
tempo, financeiros e ambientais.

Estoque em trânsito é a mercadoria que esta inacessível durante o processo


de transporte. A tecnologia da informação melhorou consideravelmente o acesso
ao estoque em transito e a situação da entrega de carregamentos ao fornecedor
local e o momento exato da entrega. O custo de transporte consome recursos
financeiros necessários a atividades como: motorista, operação do veículo,
capital gasto em equipamentos e administração.

Ainda causa impacto ambiental pelo consumo de óleo e combustível e


ainda impacto indireto pelos congestionamentos e poluição do ar e sonora.

Armazenagem dos produtos: O desempenho do armazenamento de produtos


é um aspecto menos visível do transporte. Contudo enquanto o produto esta
dentro do veículo ele esta armazenado. Ainda podem armazenar estes produtos
na origem e no destino do embarque, porém são as instalações mais caras para
armazenamento se fizermos um comparativo. Isto se deve ao fato de que a
proposta do transporte é a movimentação e enquanto não armazena não cumpre
sua proposta.

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Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
7.2.1 Princípio dos transportes

Economia de escala e economia de distância são dois princípios que tem


impacto sobre a eficiência dos transportes. Economia de escala nos transportes
refere-se ao fato de que o custo por unidade de peso diminui conforme o
tamanho da carga aumenta.

Ex. o custo unitário da carga que utiliza todo o caminhão é menor que o
custo unitário de uma carga que se utiliza de parte do caminhão.

Este exemplo também se aplica a outros meios de transporte como o


marítimo, aéreo e o ferroviário. As economias de escala também existem porque
o custo fixo associado a transportar uma carga é diluído no aumento do peso. A
administração relacionada à programação, ao custo do equipamento, ao mesmo
tempo para posicionar os veículos para carregamento, descarregamento e
faturamento. Enfim, o custo é o mesmo para administrar um carregamento de
200 quilos e um de 2000 kg.

A economia de escala é a economia obtida com a diminuição do custo de


transporte por unidade de peso com cargas maiores. Cargas fechadas (CF) (isto
é, cargas que utilizam toda a capacidade do veículo), por exemplo, têm um custo
menor por unidade de peso que cargas fracionadas (CFr) (isto é, cargas que
utilizam parte da capacidade do veículo). Geralmente, também é possível afirmar
que os veículos de transporte de maior capacidade, como os veículos
aquaviários ou ferroviários, têm um custo menor por unidade de peso do que
aqueles de menor capacidade, como os rodoviários ou aéreos. As economias de
escala de transporte existem porque as despesas fixas de movimentação de uma
carga podem ser diluídas por um maior peso da carga. Assim, uma carga mais
pesada permite que os custos sejam “distribuídos”, diminuindo, desse modo, os
custos por unidade de peso. As despesas fixas incluem custos administrativos
com o recebimento de pedidos de transporte, o tempo despendido para
posicionar o veículo para carga ou descarga, o processo de faturamento e o
custo de equipamento. Esses custos são considerados fixos porque não variam

161
Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
de acordo com o volume da carga; o custo de administração de uma carga de 1
kg é o mesmo para administrar uma carga de 1.000 kg. Somente para ilustrar,
imagina-se que o custo para administrar uma carga seja de $10,00. A carga de
1 kg tem um custo por unidade de peso de $10,00, enquanto uma carga de 1.000
kg tem um custo por unidade de peso de $0,01. Dessa forma é possível afirmar
que existe uma economia de escala para a carga de 1.000 kg.

Economia de distância refere-se à diminuição do custo de transporte por


unidade de peso à medida que o percurso aumenta. O custo de um
carregamento de 1000 quilômetros terá um custo de realização menor que dois
carregamentos do mesmo peso movimentando-se, cada um, 500 quilômetros.
Distâncias maiores permitem que o custo fixo seja diluído por uma quantidade
maior de quilômetros, resultando em uma tarifa menor por quilometro.

O objetivo destes princípios é maximizar o tamanho da carga e a distancia


a percorrer, ao mesmo tempo em que ainda se atende às expectativas de serviço
do cliente.

A economia de distância tem como característica a diminuição do custo


de transporte por unidade de distância à medida que a distância aumenta. Uma
viagem de 800 quilômetros, por exemplo, terá um custo menor que duas viagens
(do mesmo peso) de 400 quilômetros. O princípio para as economias de
distância é semelhante ao das economias de escala. Como despesa fixa
incorrida com a carga e descarga do veículo deve ser incorporada à despesa
variável por unidade de distância, distâncias mais longas permitem que a
despesa fixa seja distribuída por mais quilômetros, resultando em taxas menores
por km.

Esses princípios são importantes na avaliação de práticas operacionais


ou estratégias alternativas de transporte. O objetivo é aumentar o tamanho da
carga e a distância de deslocamento, atendendo, ao mesmo tempo, às
expectativas de serviço ao cliente.

7.3 MODAIS DE TRANSPORTE

162
Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
O transporte nacional ou internacional de cargas pode ser realizado pelos
seguintes modais (ou modos): rodoviário, ferroviário, aquaviário (marítimo, fluvial
e lacustre), dutoviário e aéreo. Cada um possui custos e características
operacionais próprias, que os tornam mais adequados para certos tipos de
operações e produtos.

A história dos transportes vem desde os primórdios da humanidade,


quando os seres humanos foram obrigados a transportar, muitas vezes em suas
próprias costas, alimentos, roupas e etc.

Surgiu a partir do século XIX o conceito de sistema de transportes cujas


marcos mundiais são: Invenção da Máquina à Vapor (1807), Inicio do Transporte
Ferroviário (1830), Inicio do Transporte Dutoviário (1865), Inicio da Utilização
Comercial do Automóvel (1917) e Inicio da Aviação Comercial (1926).

7.3.1 Modal Rodoviário

Esse tipo de modalidade de transporte é utilizado para cargas pequenas


e médias, para curtas e médias distâncias, com coleta e entrega ponto a ponto.
O transporte rodoviário oferece uma ampla cobertura, podendo ser caracterizado
como flexível, sendo mais compatível com as necessidades de serviço ao cliente
do que outros modos de transporte.

Segundo Fleury (2000), esse modo é amplamente utilizado devido a sua


praticidade, no que se refere à movimentação de diversos tipos de carga
(completa ou fracionada) do ponto de origem a um destino. E como no Brasil
rodovias são construídas com fundos públicos, mesmo concessões a empresas
privadas, deparamos com custos fixos baixos, mas médios custos variáveis
(combustível, pedágios, manutenções, etc.).

7.3.2 A Malha Rodoviária Brasileira

A malha federal é composta pelas rodovias conhecidas pelo prefixo BR,


compreende as rodovias Radiais, Longitudinais, Transversais, Diagonais as de
ligação.

163
Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
7.3.3 Rodovias Federais Radiais

São as rodovias que partem da Capital Federal em direção aos extremos do


País.

Nomenclaturas: BR-0XX.

A numeração dessas rodovias pode variar de 05 a 95, seguindo a razão


numérica 05 e no sentido horário. Ex.: BR-040

Temos atualmente oito rodovias Radiais segundo o site do DNIT


(Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes). São elas: BR-010.
BR-020, BR-030. BR-040, BR-050, BR-060, BR-070 e BR-080. Abaixo
destacamos as rodovias utilizadas no exemplo do mapa acima.

Extensão
Rodovias Localidades
(KM)

BR-020 Brasília - Posse - Barreiras - Picos - Fortaleza 2.038,50

Brasília - Três Marias - Belo Horizonte - Barbacena - Juiz de


BR-040 1.139,30
Fora - Três Rios - Rio de Janeiro (Praça Mauá)

Brasília - Jaraguá - Aragarças - Cuiabá - Cáceres - Fronteira


BR-070 1.317,70
com a Bolívia

7.3.4 Rodovias Federais Longitudinais

São aquelas que cortam o país na direção Norte-Sul. Nomenclatura BR1XX.

A numeração varia de 00, no extremo norte do País, a 50, na Capital, e de 50 a


99, no extremo oeste. Exemplo: BR101, BR-153.

Temos atualmente quatorze rodovias Longitudinais segundo o site do DNIT


(Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes). São elas: BR-101.
BR-104, BR-110. BR-116, BR-120, BR-122, BR-135, BR-146, BR-153, BR-154,
BR-156, BR-158, BR-163 e BR-174. Abaixo destacamos as rodovias utilizadas
no exemplo do mapa acima.

164
Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
Extensão
Rodovias Localidades
(KM)

Touros - Natal - João Pessoa - Recife - Maceió - Aracaju - Feira de


Santana - Itabuna - São Mateus - Vitória - Campos - Niterói - Rio
BR-101 de Janeiro - Magaratiba - Angra dos Reis - Caraguatatuba - Santos 4.551,40
- Iguape - Antonina - Joinville - Itajaí - Florianópolis - Tubarão -
Osório - São José do Norte - Rio Grande

Marabá - Araguaina - Gurupi - Ceres - Goiânia - Itumbiara - Prata -


Frutal - São José do Rio Preto - Ourinhos - Irati - União da Vitória -
BR-153 3.566,30
Porto União - Erechim - Passo Fundo - Soledade - Cachoeira do
Sul - Bagé – Aceguá

Cáceres - Vilhena - Canumã - Manaus - Caracaraí - Boa Vista -


BR-174 2.798,40
Fronteira com a Venezuela

7.3.5 Rodovias Federais Transversais

São as rodovias que cortam o País na direção Leste -Oeste. Nomenclatura BE-
2XX.

Primeiro algarismo:2.

Uma rodovia transversal é obtida por interpolação, entre 00 e 50, se a rodovia


estiver ao norte da Capital, e entre 50 e 99, se estiver ao sul, em função da
distância da rodovia ao paralelo de Brasília.

Temos atualmente vinte rodovias Transversais segundo o site do DNIT


(Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes). São elas: BR-210.
BR-222, BR-226. BR-230, BR-232, BR-235, BR-242, BR-251, BR-259, BR-262,
BR-265, BR-267, BR-272, BR-277, BR-280, BR-282, BR-283, BR-285, BR-290
e BR-293. Abaixo destacamos as rodovias utilizadas no exemplo do mapa acima.

Extensão
Rodovias Localidades
(KM)

BR-230 Cabedelo - João Pessoa - Campina Grande - Patos - 4.965,10


Cajazeiras - Lavras da Mangabeira - Picos - Floriano - Pastos

165
Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
Bons - Balsas - Carolina - Estreito - Marabá - Altamira - Itaituba
- Jacareacanga - Humaitá - Lábrea - Benjamin Constant

Vitória - Realeza - Belo Horizonte - Araxá - Uberaba - Frutal -


BR-262 Icém - Três Lagoas - Campo Grande - Aquidauana - Porto 2.295,40
Esperança - Corumbá

BR-290 Osório - Porto Alegre - São Gabriel - Alegrete - Uruguaiana 729,70

7.3.6 Rodovias Federais Diagonais

Estas rodovias podem apresentar dois modos de orientação:

Noroeste-Sudeste ou Nordeste-Sudoeste.

Nomenclatura: BR-3XX

Primeiro Algarismo: 3 (três)

Algarismos Restantes: A numeração dessas rodovias obedece ao critério


especificado abaixo:

Diagonais orientadas na direção geral NO-SE: A numeração varia,


segundo números pares, de 00, no extremo Nordeste do país, a 50, em Brasília,
e de 50 a 98, no extremo Sudoeste.

Obtém-se o número da rodovia mediante interpolação entre os limites


consignados, em função da distância da rodovia a uma linha com a direção
Noroeste-Sudeste, passando pela Capital Federal.

Exemplos: BR-304, BR-324, BR-364.

Diagonais orientadas na direção geral NE-SO: A numeração varia,


segundo números ímpares, de 01, no extremo Noroeste do país, a 51, em
Brasília, e de 51 a 99.

Temos atualmente trinta rodovias Diagonais segundo o site do DNIT


(Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes). São elas: BR-304,
BR-307, BR-308, BR-316, BR-317, BR-319, BR-324, BR-330, BR-342, BR-343,

166
Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01
BR-349, BR-352, BR-354, BR-356, BR-359, BR-361, BR-363, BR-364, BR-365,
BR-367, BR-369, BR-373, BR-374, BR-376, BR-377, BR-381, BR-383, BR-386,
BR-392 e BR-393. Abaixo destacamos as rodovias utilizadas no exemplo do
mapa anterior.

Extensão
Rodovias Localidades
(KM)

BR-304 Boqueirão do Cesário - Aracati- Moçoró - Lajes – Natal 422,30

BR-319 Manaus - Careiro - Humaitá - Porto Velho 880,40

Balsas (BR-230) - Ribeiro Gonçalves - São Raimundo Nonato


BR-324 (BR-020) - Remanso (BR-235) - Jacobina - Feria de Santana – 1.270,90
Salvador

Limeira - Matão - Frutal - Campina Verde - São Simão - Jataí -


Rondonópolis - Cuiabá - Vilhena - Porto Velho - Abunã - Rio
BR-364 4.141,50
Branco - Sena Madureira - Feijó - Tarauacá - Cruzeiro do Sul -
Mâncio Lima - Fronteira com o Peru

Montes Claros - Pirapora - Patos de Minas - Patrocínio -


BR-365 878,70
Uberlândia - Ituiutaba - São Simão

São Mateus - Nova Venécia - Barra de São Francisco - Mantena


- Central de Minas - Divino das Laranjeiras - Governador
BR-381 1.169,30
Valadares - Ipatinga - Belo Horizonte - Betim - Pouso Alegre -
Bragança Paulista - São Paulo

7.3.7 Tipos de veículos de carga

▪ Van (até 1,5 toneladas) e VUC (Veículo Urbano de Carga, até 3 toneladas).

▪ Caminhão Toco: capacidade de até 6 toneladas. É um veículo que possui apenas


2 eixos, sendo um frontal e outro traseiro.

▪ Caminhão Truck: capacidade de 10 a 14 toneladas. Possui 3 Eixos, sendo um


frontal e 2 traseiros, sendo que um deles recebe a força do motor e repassa ao
outro.

167
▪ Carreta: Veículo articulado de carga, possuindo 2 módulos, sendo um de tração
(cavalo mecânico) e outro de carga (semirreboque).

▪ Bitrem: é a combinação de veículos de carga compostos por 7 eixos, divididos


em 3 módulos, sendo 1 cavalo mecânico e 2 semirreboques. O 2º semirreboque
é ligado ao 1º através de seu eixo.

▪ Rodotrem: é a combinação de 2 semirreboques e um cavalo mecânico, onde os


semirreboques são interligados através de um dolly, totalizando 9 eixos.

7.3.8 Modal Ferroviário

Significa um modo de transporte com os veículos circulando em vias com


uma superfície de rolamento formada por um par de trilhos equidistantes. Uma
via férrea é composta pela via permanente, pelos sistemas de sinalização,
telecomunicação e eletrificação.

A via permanente divide-se em:

• Superestrutura: composta por trilhos e fixações, dormentes, lastro e sublastro.

• Infraestrutura: são as obras de terraplanagem, pontes, tuneis, etc.

Os veículos ferroviários podem ser de tração (que são as locomotivas) ou


rebocáveis (os vagões de carga).

As locomotivas podem ser elétricas ou diesel-elétricas.

O transporte ferroviário é mais apropriado para grandes massas, e torna-


se pouco eficiente e muito oneroso para o deslocamento de pequenas
quantidades. Normalmente, é utilizado para itens de baixo valor agregado, mas
com grandes volumes de movimentação (granéis, minérios, produtos agrícolas,
etc.) e para longas ou pequenas distâncias, com baixas velocidades.

Lambert et al. (1998, p. 170) comparam o transporte ferroviário com o


rodoviário, argumentando: “o transporte ferroviário não tem a versatilidade e
flexibilidade dos transportes rodoviários, porque está limitado a instalações fixas
de trilhos”. Essa característica passa a ser relevante diante da crescente

168
necessidade de agregar valor ao serviço do cliente, mediante a prestação de um
serviço rápido e eficaz.

Segundo os referidos autores, um dos principais problemas apresentados


por esse tipo de modal é que o transporte ferroviário opera de acordo com
horários previamente determinados, o que dificulta a rapidez na entrega e a
satisfação do cliente. Outro problema apresentado, também, é que, muitas
vezes, o vagão não está disponível na hora e no lugar necessário.

O modo ferroviário, conforme comenta Ballou (2001), apresenta altos


custos fixos, provenientes da manutenção e depreciação de terminais,
equipamentos, estradas de ferro, etc., e custo variável baixo, dependendo da
distância a ser percorrida.

7.3.9 Características do Transporte Ferroviário

Apesar de ter o custo fixo de implantação elevado, o Transporte


Ferroviário apresenta custos operacionais mais baratos, além de grande
eficiência energética quando totalmente eletrificado. Contudo, pressupõe a
existência de trilhos, nem sempre sendo possível atingir até onde desejamos.
Por suas características operacionais, só oferece vantagem quando há grande
quantidade de carga a ser transportada à longas distâncias.

O parâmetro internacional usual é destinar às ferrovias lotes de


mercadorias cuja distância de transporte exceda 500 km.

Na maioria das vezes, o tempo de viagem é irregular em decorrência das


demoras para a formação da composição, paradas no percurso, transferência de
bitolas, congestionamento de linhas, etc.

Bitola

É a diferença entre os trilhos paralelos sobre os quais roda o trem. No


Brasil predominam as estreitas (1m) e a larga (1,6m). Podemos considerar que
a bitola padrão internacional é a de 1,435m.

169
Tipos de Vagões

Segundo o site da Associação Nacional dos Transportes Ferroviários,


ANTF, a norma brasileira de classificação de vagões (NBR 11691) estabelece
que a classificação de vagões seja feita através de três letras e sete números,
como mostrado abaixo:

Vagões tipo fechado - para granéis sólidos, ensacados, caixarias, cargas


unitizadas e transporte de produtos em geral que não podem ser expostos ao
tempo:

Vagões tipo gôndola - para granéis sólidos e produtos diversos que


podem ser expostos ao tempo:

170
Vagões tipo hopper - fechados para granéis corrosivos e granéis sólidos
que não podem ser expostos ao tempo e abertos para os granéis que podem ser
expostos ao tempo:

Vagões tipo isotérmico - produtos congelados em geral:

Vagões tipo gôndola - para granéis sólidos e produtos diversos que


podem ser expostos ao tempo:

Vagões tipo plataforma - contêineres, produtos siderúrgicos, grandes


volumes, madeira, peças de grandes dimensões:

Vagões tipo tanque - cimento a granel, derivados de petróleo claros e


líquidos não corrosivos em geral:

Vagões especiais - produtos com características de transporte bem


distintas das anteriores:

Vantagens e Desvantagens do modal

Vantagens:
• Capacidade para transportar grandes lotes de mercadoria;
• Baixo custo de frete;
• Baixo consumo energético.

171
Desvantagens:
• Tempo de viagem demorado;
• Custo elevado quando necessita de transbordo;
• Baixa flexibilização de rotas
• Alta exposição a furtos
• Depende da disponibilidade de material do rodante

7.4 MODAL DUTOVIÁRIO

Essa modalidade refere-se ao transporte de produtos por meio de dutos,


que são espécies de canos de ferro ou outro material resistente, em geral, de
modo subterrâneo e ainda não amplamente utilizada em todos os segmentos da
economia, pois sua utilização é restrita a produtos em estado gasoso, líquido ou
pastoso. Segundo Lambert et al. (1998, p. 175), “as dutovias transportam apenas
um número limitado de produtos, incluindo-se aí o gás natural, petróleo cru,
produtos de petróleo, água, produtos químicos e pastas fluídas”.

Traduz-se no transporte de graveis, por gravidade ou pressão mecânica


através de dutos adequadamente projetados à finalidade que se destinam.
Podem se dividir em gasodutos, oleodutos e minerodutos.

Oleodutos: Implantados pela Petrobrás ou distribuidores de petróleo,


destinam-se ao transporte de petróleo bruto e/ou seus derivados dos portuários
e marítimos às refinarias ou centros de distribuição. Funcionam através de
sistemas de bombeamento.

Gasodutos: Destinam-se ao transporte de gases entre os centros


produtores e centros consumidores. A maior obra dessa natureza no país é o
gasoduto Bolívia-Brasil, recentemente inaugurado com quase 2000 km de
extensão, entre Santa Cruz de La Sierra (Bolívia) e Guararema (São Paulo,
Brasil).

Minerodutos: Destinam-se ao transporte de minérios entre as regiões


produtoras e as usinas siderúrgicas ou terminais portuários, aproveitando as

172
diferenças de altitude existentes. Funcionam impulsionados por um jato de água
contínuo, submetido à forte pressão. O único existente no país é o mineroduto
da Samarco Mineração.

É importante destacar o prazo de entrega dos produtos, salientando que


os produtos têm condições de serem entregues dentro de um determinado
tempo, tal como se pode observar na seguinte afirmação:

“Os fluxos de produtos dentro do duto são monitorados e controlados pelo


computador; Perdas e danos devido a vazamentos ou danos no duto são
extremamente raros; Condições climáticas têm efeitos mínimos sobre os
produtos movimentados nos dutos; As dutovias não exigem muita mão-de-obra,
portanto, greves ou ausências de funcionários têm pouco efeito nas operações”.
(LAMBERT et. a., p. 175-176).

Custos

Apresenta custo variável mais baixo, que diz respeito à energia utilizada
para movimentar o produto, bem como os custos associados com a operação
das estações de bombeamento (mão-de-obra e outras). É utilizado para grandes
volumes, grandes distâncias, com baixas velocidades e fluxo contínuo,
normalmente, de itens de baixo valor agregado.

Em qualquer lugar do mundo o transporte dutoviário é o modal mais


barato, mas aqui eles costumam ser mais caros do que o ferroviário (a nível de
frete).

Recentemente a Petrobrás cobrava R$12,00 pelo transporte do m³, enquanto


pelo ferroviário custava R$9,00 (m³=1000L).

7.4.1 Vantagens e Desvantagens do modal

antagens:
• Ininterrupto fluxo de materiais;
• Maior segurança contra avarias;

173
• Limitação do uso apenas para a precisão do momento;
• Pouco uso de mão-de-obra.

Desvantagens:
• Leque de serviços e capacidade limitada (gasoso, líquido, pastoso);
• Lenta movimentação do fluxo;
• Só transporta grandes volumes;
• Produtos de baixo valor agregado

Modal Aeroviário

O transporte aéreo é realizado com aeronaves, podendo ser efetivado


apenas dentro do país ou envolvendo outros países, sendo também continental
ou intercontinental. O realizado no país é denominado doméstico, nacional ou
cabotagem, o que envolve mais de um país é o internacional.

O transporte aéreo, tendo em vista seus custos elevados, é utilizado


somente em circunstâncias especiais, que podem justificar-se por apresentar um
nível de perdas de baixo tal como, para produtos de alto valor. “Conforme explica
Lambert et al (1998, p. 173), o frete aéreo não se justifica, em custo, para artigos
de baixo valor, porque o alto preço do frete aéreo representaria muito do custo
do produto”.

Deve ser escolhido para médias e longas distâncias, em caso de produtos


de alto valor agregado, como já mencionado e com alto grau de exigência quanto
aos níveis de serviço aos clientes. Neste modo, são menores os custos com
seguro e embalagem, em função do menor tempo de trânsito.

Uma das principais vantagens apresentadas por esse meio de transporte


refere-se ao tempo-em-trânsito. O produto é disponibilizado com maior rapidez
e confiabilidade ao seu destinatário, em se tratando dos níveis de segurança do
produto transportado.

174
Esse modo de transporte tem pequena importância quando se trata da
medição física de sua carga transportada, cerca de 0,3% tanto no Brasil como
no mundo, mas quando se trata de valor, podemos destacar cerca de 5% das
exportações e 22% das importações (dados de 2009).

Vantagens e Desvantagens do modal

Vantagens:

• Rede diversificada de aeroportos;


• Velocidade, eficiência e confiabilidade;
• Movimentação altamente mecanizada;
• Atinge regiões inacessíveis por outros modais.

Desvantagens:
• Menor capacidade em peso e volume das cargas;
• Não atende aos granéis;
• Custo de frete elevado;
• Fortes restrições à cargas perigosas.

Modal Aquaviário

O transporte aquaviário é um dos mais antigos modais de transporte,


apresentando como grande vantagem a enorme capacidade de movimentação
de carga.

O transporte aquaviário é dividido em Marítimo, Fluvial e Lacustre.

O órgão internacional controlador do transporte marítimo é a IMO


(International Marine Organization). Esse órgão promove a segurança e medidas

175
de prevenção nesta modalidade e tem como objetivo principal verificar as
condições das embarcações para que não ocorram problemas de poluição
marítima e acidentes.

Para que este modo seja utilizado, é preciso que se tenha condições
geográfica favorável, de maneira que o deslocamento seja concretizado com
êxito. Pode ser desmembrado, segundo Lambert et al. (1998, p173-174), em
diversas categorias, como: “(1) fluvial para o interior, tais como rios e canais; (2)
lagos; (3) oceanos litorâneos e interlitorâneo; e (4) marítimo internacional”. A
maioria dos produtos transportados por essa modalidade é de semiacabados ou
matérias-primas a granel, como minérios, grãos, produtos de polpa de madeira,
carvão, calcário e petróleo.

Ballou (2001) complementa essa questão afirmando que existem tarifas


relacionadas ao volume, à distância e a demanda (sazonalidade), bem como
podem existir tarifas especiais, tais como as supracitadas, que estejam
relacionadas, especificamente, ao tipo de produto, ao tamanho de embarque,
por rota ou taxas diversas (por cubagem, para importação e exportação, etc.) e
para cobrança de serviços especiais, tais como desvio referente à mudança do
destino enquanto em rota, privilégios de trânsito, proteção e interligação.

Quanto à classificação internacional, o transporte marítimo pode ser


dividido em Navegação de Longo Curso e Cabotagem Internacional (Curto
Curso).

▪ Longo Curso: ligação entre países distantes;

▪ Cabotagem Internacional: ligação entre países próximos (mesma costa). Ex.:


Brasil – Uruguai

Também existe a cabotagem doméstica que é a navegação na costa de


um país que não excede espaços internacionais.

Navios

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 176


7.4.2 Tipos de Navios:

Carga Geral: São os navios que se destinam ao transporte de vários gêneros,


geralmente em pequenos lotes – sacarias, caixas, veículos encaixotados ou
sobre rodas, bobinas de papel de imprensa, vergalhões, barris, barricas, etc.

Porta-Contêineres: São os navios semelhantes aos de carga geral. As escotilhas


de carga abrangem praticamente toda a área do convés e são providas de guias
para encaixar os contêineres nos porões. Alguns desses navios têm guindastes
especiais.

Roll-on Roll-off (Rô-Rô): São os navios em que a carga entra e sai dos porões e
cobertas sobre rodas (automóveis, ônibus, caminhões). Existem vários tipos de
RoRos, todos se caracterizando pela grande altura da lateral (costado) e pela
rampa na parte de ré ou no costado.

Graneleiros: São os grandes navios destinados ao transporte de grandes


quantidades de carga solta, ou seja, a granel: milho, trigo, soja, minério de ferro,
etc. Se caracterizam por um longo convés principal onde o único destaque são

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 177


os porões. Eles não têm guindastes. A carga é embarcada pelas esteiras
rolantes do po

Tanques: São grandes navios para transporte de petróleo bruto e produtos


refinados (álcool, gasolina, diesel, querosene, etc.). As cabines ficam na parte
de trás (popa) e quase sempre têm uma ponte no meio do navio, que vai até a
frente (proa).

Passageiros: São os navios que têm a finalidade única de transportar pessoas e


suas bagagens. Em geral para viagens de cruzeiros turísticos.

Rebocadores: São pequenos navios utilizados para puxar, empurrar e manobrar


todos os tipos de navios muito maiores. Geralmente são utilizados nos canais de
acesso dos portos.

Cargas

As cargas podem ser divididas em:

a) Carga Geral: carga transportada em processo de unitização;

b) Carga à Granel: carga seca ou líquida, transportada geralmente em grandes


quantidades.

As cargas podem ser:

▪ Geral: são dispostas em sacarias, caixotes, bolsas, big bags e outras


embalagens.

▪ Solta ou Não-Unitizada: volumes acondicionados sob diversas dimensões.

▪ Unitizada: são formadas por produtos de diferentes pesos e tamanhos


agrupados de forma que facilite seu manuseio.

▪ Neo-Bulk: transporte de madeira, sucatas e automóveis.

▪ Granéis Líquidos: basicamente petróleo e derivados desse tipo de carga são


embarcados sem acondicionamento, respectiva identificação e contagem
unitária.

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 178


▪ Granéis Sólidos: formados basicamente por mercadorias que não tenham
necessidade de embalagem.

Para as cargas à granel sólida e líquida existe um código de práticas de


segurança elaborada pela OMI (Organização Marítima Internacional), que
estipula como devem ser manuseadas as cargas a granel.

▪ Reefers: cargas frigorificadas que necessitam temperaturas adequadas ao


manuseio.

▪ Ro-Ro (Roll-On/Roll-Off): transporte de veículos que são inseridos na


embarcação por meio de plataformas ou pranchas.

▪ Cargas Perigosas: essas cargas podem provocar acidentes em detrimento de


sua natureza e quando são aceitas necessitam de tratamento especial.

7.4.3 Vantagens e Desvantagens do modal

Vantagens:
• Maior capacidade de carga;
• Carrega qualquer tipo de carga;
• Menor custo de transporte

Desvantagens:
• Necessidade de transbordo nos portos;
• Distância dos centros de produção;
• Maior exigência de embalagens;
• Frequentes congestionamentos nos portos.

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 179


7.5 ROTEIRIZAÇÃO E PROGRAMAÇÃO DE VIAGENS

O processo de distribuição física de produtos incorpora, nas pontas, um roteiro de


coleta ou de entrega, em que o veículo visita um certo número de clientes localizados
numa determinada zona. Alguns tipos de distribuição física apresentam pontos fixos a
serem visitados.

Ex. : Cigarros

Distribuição de bebidas, nos pontos de vendas, segue roteiros fixos, em que os


clientes (varejistas) já foram previamente cadastrados e são visitados periodicamente.

Ex: Grandes lojas de departamento

Lojas de departamento, ocorre ao contrário, em que os pontos de entrega variam


diariamente em função dos domicílios dos clientes adquirentes da mercadoria.

Contudo, o processo de roteirização dos veículos de coleta e de entrega se baseia


na experiência do encarregado do depósito. Com base no conhecimento e nas condições
viárias e de tráfego da região atendida, este define os roteiros, indicando o número e a
sequência de clientes a serem visitados em cada percurso. Esta pratica ainda é muito
utilizada no Brasil para elaboração dos roteiros de distribuição de produtos.

Com o desenvolvimento da informática, foi possível desenvolver programas de


computador voltados a roteirização. Pacotes específicos são comercializados, operando
em micro ou minicomputadores. Entretanto, programas mais sofisticados levam em
consideração as coletas de cada rota, permitindo o uso de diferentes tipos de veículo,
controlando o carregamento por peso, volume ou por números de paradas, e
estabelecendo horários de partida e de chegada ao deposito.

As dificuldades são variadas, alterando a resolução do problema, desta forma às


vezes não é possível obter uma solução satisfatória para os problemas da empresa.
Como o caso em que os pontos de entrega estão muito concentrados, sendo atendidos
muitos clientes por roteiro (a distribuição de jornais a domicílio é um exemplo).

Um exemplo à limitação de pontos por roteiro, como por exemplo 40 pontos,


obrigando o usuário a concentrar os pontos em pontos fictícios, prejudicando assim a
precisão dos resultados.

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 0


Ainda existem outros problemas como: restrições severas de horários para a
coleta ou entrega. Dificuldade na identificação das coordenadas geográficas dos pontos
(caso das grandes lojas, por exemplo, em que os clientes a serem visitados variam
diariamente), densidades elevadas de pontos por quilometro quadrado, etc.

A dificuldade básica dos problemas de roteirização é o aumento excessivo dos


tempos de computação, quando o numero de variáveis cresce além de um certo limite.
Assim, um problema de Roteirização envolvendo 20,30 e até, digamos 50 ou 60 pontos,
é resolvido com certa facilidade. Problemas de grande porte exigem que se faça uma
redução previa de suas dimensões, levando a resultados nem sempre os mais
adequados. Para resolver problemas de Roteirização, os programas se apoiam em
métodos heurísticos, que levam a soluções relativamente boas, mas sem a garantia de
que tais resultados sejam realmente satisfatórios.

Princípios para uma boa rota

• Carregar os caminhões com entregas que estejam próximas, formando grupos.


• As paradas em diferentes dias devem ser ordenadas de modo a formarem grupos mais
estreitos.
• Construir rotas começando com a parada mais distante do depósito
• A sequência de paradas em uma rota em estradas deve ser feita de forma a caracterizar
o desenho de lágrima, para se evitar que os caminhos se cruzem.
• As rotas mais eficientes se constroem usando os maiores caminhões disponíveis.
• As coletas devem ser misturadas dentro da rota de distribuição, não devem ser feitas ao
final.
• Uma parada que se encontre a uma distância grande de agrupação da rota, é boa
candidata para a utilização de meio alternativo.
• Cada situação deve ser analisada de forma particular.

7.6 TECNOLOGIA EMBARCADA

Tecnologia Embarcada é o que podemos definir como uso de novas tecnologias


em equipamentos, veículos ou máquinas.
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Função da tecnologia embarcada:

• Diminuição do risco de roubo de carga e veículos


• Gerenciamento de riscos no transporte de cargas
• Controle Logístico

Principais objetivos:

• Recuperação do veículo e carga;


• Proteção do motorista e passageiros;
• Controle de perdas (combustível, peças, etc.);
• Controle de Abertura e fechamento de portas e baús;
• Controle de Chegadas, itinerários e saídas;
• Alocação de recursos dinâmicos e precisos (qual veículo está mais perto do cliente?)

Tipos de tecnologias disponíveis

GSM/GPRS: utilizam a infraestrutura do celular para o envio e recebimento das


informações em tempo real. Permite a troca de informações percorridas, chegas e saídas
de pontos pré-estabelecidos e etc. Tem o melhor custo/benefício.

SATELITAL: a troca de informações é feita através de links de satélites. É mais


indicado para o transportes de cargas de alto valor agregado e que percorrem áreas
onde a cobertura de celular é precária ou não existe.

HIBRIDO: são equipamentos que envolver os dois sistemas acima. Os sistema


satelitais são facilmente identificados no veículo, o que facilita a violação, já os
equipamentos GSM/GPRS é possível observar a garantia do rastreamento do veículo.

GPS: sistema de posicionamento global, sistema eletrônico de navegação,


baseado em redes de satélites que permitem localização instantânea em qualquer ponto
da terra, com precisão quase perfeita e usa um sistema de coordenadas como
referencial.

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 2


Consolidação de Cargas

A consolidação de cargas, ou seja, buscar trabalhar com grandes volumes,


utilizando os maiores veículos possíveis, a plena capacidade é um dos principais
mecanismos para reduzir os custos de transporte. A estratégia mais simples para se
consolidar cargas é postergar os embarques para uma determinada rota, até que haja
carga suficiente para atingir a capacidade máxima do veículo utilizado.

O problema com essa estratégia é que ela afeta negativamente o serviço ao


cliente, tanto no que diz respeito ao prazo de entrega, quanto à consistência destes
prazos. A postergação da saída implica a não existência de uma frequência definida de
saídas, tornando bastante incerto os prazos de entrega, gerando atrasos e incertezas
sobre a real data de entrega.

A maneira inteligente de alcançar a consolidação é através da montagem de uma


rede de instalações envolvendo terminais de cross-docking ou de transbordo, onde
através da coordenação entre veículos de grande porte, para transferências entre
terminais, e veículos de pequeno porte, para coleta e entrega, torna-se possível alcançar
consolidação, sem prejudicar a qualidade de serviços medida pelos prazos de entrega e
por sua consistência.

ESTUDOS DE CASO

ESTUDO DE CASO Os marmiteiros de Harvard

Por Luciene Antunes - 21.08.2008 – PORTAL EXAME

Grandes empresas e algumas das mais renomadas escolas de negócios elegem


um novo fenômeno de eficiência: os entregadores de refeições da Índia

Em Bombaim, a maior metrópole da Índia, um grupo de 5 000 homens com


uniforme e chapéu branco executa todos os dias um serviço de entrega sem igual no
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mundo. No início da manhã, os dabbawalas (“carregadores de marmitas”, em hindi)
retiram cerca de 200 000 refeições prontas da casa de seus clientes. O destino são
milhares de escritórios localizados na área comercial, no lado oposto da cidade. Há um
preciso limite de tempo para que o trabalho dos dabbawalas seja finalizado — o horário
do almoço desses 200 000 trabalhadores indianos. Durante a coleta nos bairros
residenciais, os dabbawalas se valem de bicicletas, carrinhos de mão ou caixas de
madeira que comportam até 60 marmitas. Das casas, seguem para as estações de trem,
onde outros integrantes dessa rede logística organizam sua distribuição de acordo com
o destino das refeições. No desembarque, na área comercial da cidade, um novo grupo
se encarrega de entregar em mãos o almoço caseiro nos escritórios. Uma hora depois
começa a jornada reversa, e todas as marmitas são devolvidas a seus locais de origem.
O lema dos dabbawalas é “Levar comida a alguém é o mesmo que servir a Deus”. E eles
realmente encaram com seriedade a missão. Apesar da quantidade de encomendas, da
precariedade dos recursos empregados e da confusão de trânsito nas ruas de Bombaim,
o serviço tem índice de falhas próximo de zero. Num artigo recente, a revista inglesa The
Economist estimou que ocorre um erro a cada 16 milhões de entregas dos dabbawalas.
A americana Forbes classificou seu sistema logístico como um dos mais engenhosos do
mundo.

Nos últimos anos, por causa dessa impressionante taxa de eficiência, o trabalho
dos marmiteiros de Bombaim passou a ser estudado por grandes empresas e escolas
de negócios do Ocidente. O reconhecimento da competência em logística faz hoje com
que os dabbawalas dividam seu tempo entre as entregas de marmitas e as palestras.
Nesses eventos, eles apresentam os fundamentos de seu sistema a plateias formadas
por empresas como Coca-Cola, Siemens e Daimler-Benz e dão aulas a alunos de
universidades como Harvard, Michigan e Stanford. “Por ano, realizamos uma média de
dez palestras — até no exterior”, afirmou a EXAME Manish Tripathi, presidente da
Fundação Dabbawala, parte da cooperativa que reúne os marmiteiros de Bombaim.

Esses trabalhadores são uma espécie de síntese do atraso do capitalismo do país.


E é exatamente por isso que eles se tornaram uma referência. A primeira lição que
emerge com a análise de seus incríveis índices de eficiência é que tecnologia e capital
são ótimos — mas a falta deles não significa a impossibilidade do sucesso. Com suas
bicicletas e o suporte do sistema de transporte público, os dabbawalas mantêm as
entregas de marmitas em dia. Como se fosse o bastão de uma corrida de revezamento,
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as refeições trocam de mãos até quatro vezes durante o percurso (as entregas são
realizadas num raio de até 70 quilômetros). O destino de cada uma das marmitas é
identificado por um código composto de cores e letras, simples o suficiente para ser
compreendido por uma maioria semianalfabeta de entregadores. Cerca de 85% deles
não concluíram o ensino fundamental. Em troca do serviço, os dabbawalas ganham, em
média, 120 dólares por mês, rendimento considerado razoável no país para pessoas
com baixa escolaridade. “Somos como um Fedex, só que entregamos comida quente”,
disse o dabbawala Dhondu Kondaji Chowdhury, numa reportagem publicada
recentemente pelo jornal The New York Times.

De forma intuitiva, a organização dos dabbawalas segue os mais modernos


manuais de administração. Os entregadores têm autonomia para realizar seu trabalho
— os problemas são resolvidos sem a consulta a chefes ou superiores — e há apenas
três níveis na hierarquia da cooperativa. Há os entregadores; os coordenadores, que
cuidam da distribuição das encomendas nos trens; e o pessoal do apoio administrativo,
que fica no escritório. Todos recebem o mesmo salário e são bonificados quando a
cooperativa conquista novos clientes. “Nunca houve uma greve sequer na história do
serviço”, afirma Tripathi, da Fundação Dabbawala. Tripathi esteve recentemente em
Dubai, nos Emirados Árabes, para dar lições de motivação inspiradas nos marmiteiros a
uma plateia de 1 000 executivos. “Os dabbawalas têm orgulho de manter a alta taxa de
eficiência do serviço e se preocupam com a qualidade do trabalho. Na prática, é como
se todos fossem sócios da empresa”, diz.

Além de símbolos de eficiência logística, os dabbawalas viraram nos últimos


tempos ícones de “empreendorismo social”. Num país com altas taxas de pobreza, como
é a Índia, a operação consegue oferecer serviço e remuneração digna a pessoas que
não teriam muitas oportunidades no mercado de trabalho devido à baixa qualificação. A
cooperativa mantém uma reserva de caixa para socorrer associados em dificuldades
financeiras. “Os dabbawalas são peritos na separação e na distribuição das latas,
trabalhando como elos de uma corrente, passando as marmitas entre si, em diversos
estágios”, escreveu Richard Donkin, articulista do jornal Financial Times, no livro Sangue,
Suor & Lágrimas, que tem um capítulo dedicado à história dos marmiteiros indianos.
Figuras típicas na paisagem de Bombaim, os dabbawalas viraram personagens de obras
de literatura. No livro Versos Satânicos, de Salman Rushdie, por exemplo, um dos
principais personagens trabalha como dabbawala antes de se tornar um astro de cinema.
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Quentinhas a jato

As características que fazem do sistema de entrega de marmitas na Índia um modelo


mundial de logística

Eficiência
O sistema tem taxa média de um erro a cada 16 milhões de entregas

Organização
Existem apenas três níveis hierárquicos entre os marmiteiros, e cada um deles tem
autonomia para resolver problemas que surgem durante as entregas

Simplicidade
O modelo mostra que nem sempre são necessários grandes investimentos e alta
tecnologia

para um serviço eficiente. Os marmiteiros indianos se locomovem de bicicleta e


utilizam o sistema público de transporte como apoio a seu trabalho

A saga dos marmiteiros de Bombaim remonta ao ano de 1890, quando a Índia


ainda era uma colônia inglesa. O serviço teria começado do desejo de um escriturário
britânico de comer no trabalho as refeições preparadas em casa por sua mulher. Desde
que o trabalho de entrega foi organizado, há mais de um século, sua estrutura e sua
lógica permaneceram praticamente inalteradas. Segundo vários especialistas, as
características de Bombaim ajudam no serviço. “A malha de trens cobre toda a cidade,
e as casas estão concentradas em um extremo da metrópole e os escritórios em outro,
o que facilita a organização das entregas”, diz André Duarte, professor e coordenador
do curso de graduação de administração do Ibmec São Paulo. “Por isso, os dabbawalas
dificilmente poderiam reproduzir o modelo em grandes capitais brasileiras. Mas a
estrutura dos indianos serve como fonte de inspiração pela simplicidade.”

Manter a eficiência do trabalho nos dias de hoje representa um enorme desafio


para os marmiteiros. Bombaim é atualmente uma das metrópoles que mais crescem no
mundo. Segundo a consultoria imobiliária americana Cushman & Wakefield, a expansão

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esperada para 2008 em área de edifícios comerciais é de cerca de 2 milhões de metros
quadrados, o equivalente a 25% da área total existente na cidade de São Paulo. Ao
mesmo tempo que a expansão de Bombaim vai tornar mais complexo o serviço dos
dabbawalas, também deve garantir a multiplicação de clientes dos marmiteiros. “O
serviço deles permanece extremamente barato. O preço dos restaurantes e redes de fast
food na zona comercial de Bombaim pode ser até 15 vezes maior que o serviço de
entrega de marmitas. Dependendo da distância entre sua casa e o escritório, o cliente
paga de 4 a 8 dólares por mês a um dabbawala. Por isso, a expansão da rede de
alimentação da cidade nunca ameaçou os negócios dos marmiteiros”, disse a EXAME
Ravi Anupindi, professor de logística da escola de negócios Stephen M. Ross, da
Universidade de Michigan, nos Estados Unidos.

A quase lendária eficiência dos marmiteiros indianos teria sofrido na história


apenas alguns episódios de atrasos dignos de nota. Um deles ocorreu recentemente. No
final de julho, devido a uma ameaça de bomba nas estações de trem de Bombaim, vários
marmiteiros foram revistados durante o trajeto, o que gerou um atraso de 30 minutos
para algumas entregas. Continuar o trabalho, a todo custo, representa uma questão de
honra para os marmiteiros. Numa visita à cidade, em 2003, o príncipe Charles, herdeiro
da coroa britânica, teve a oportunidade de comprovar como trabalho e senso de missão
se misturam no dia-a-dia desses operários. Na programação oficial, Charles pediu que
seus assessores agendassem um encontro com os famosos dabbawalas nos arredores
da estação Churchgate durante uma das etapas das entregas. O príncipe tinha a seu
lado o presidente da associação dos entregadores, Raghunath Medge, e ouviu admirado
a descrição do funcionamento da organização. “É fascinante! Tudo é feito sem a
necessidade de computadores”, disse Charles na ocasião. O príncipe conversou por
apenas 10 minutos com os operários — afinal, eles tinham um horário a cumprir.
Educadamente, eles explicaram ao ilustre visitante que não podiam deixar seus 200 000
clientes esperando pela comida quente — e voltaram ao trabalho.

Questões:

1 – Identifique os termos/palavras que você desconhece. Após identificá-las,


procure seus significados em dicionários e/ou dicionários técnicos.

2 – Quais os fatores você atribui ao sucesso dos marmiteiros de Harvard?

3 – O serviço teria o mesmo sucesso em São Paulo? Por quê?


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4 – Faça um breve resumo do texto, elencando as principais informações
destinadas aos profissionais logísticos.

ESTUDO DE CASO: CCPL e CCPR (Itambé)

Extraído do artigo: “Logística na Indústria de Laticínios: dois estudos de caso em


cooperativas” de Ribeiro (1999):

Cooperativa Central Dos Produtores de Leite (CCPL)

Estrutura

Atualmente, sua estrutura está composta por vinte e nove (29) cooperativas
associadas, dezenove postos de recepção direta (19), quatro fábricas (4). Nas bacias
leiteiras em que não existia cooperativa, a CCPL implantou um posto avançado de
recepção de leite, como fez na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ),
onde o leite é recolhido.

As fábricas da CCPL estão localizadas em São Gonçalo (Rio de Janeiro), Viana


(Espírito Santo), Juiz de Fora (Minas Gerais) e Nanuque (Minas Gerais). No Rio de
Janeiro havia uma usina situada em Benfica (bairro da zona norte da cidade), que era a
Central, mas atualmente está desativada, funcionando somente como armazém da
empresa.

Produção

A linha de produtos da CCPL tem como produto principal o leite longa vida (leite
esterilizado), mas além deste ela produz: leite esterilizado aromatizado, com sabor de
morango e chocolate (Moranguim e Chocolim), creme de leite, manteiga a granel, doce
de leite, requeijão cremoso em copo e o tipo Catupiry, com a marca Soucy, leite
Levíssimo, deslactosado, leite em pó, leite pasteurizado tipo C e também queijos prato,
mussarela, parmesão e minas frescal.

A empresa tem registrado uma tendência de substituição da produção de leite em


saco pela produção do leite em embalagem longa vida (TetraPak). Até a década de 80
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a produção do primeiro era de cerca de 600 mil e agora é de 450 mil litros, já a produção
do leite longa vida, que era de 40 mil, em 1997, ficou em torno de 250 a 300 mil litros.

Quanto ao tamanho dos produtores, segundo informações do Entrevistado 1, os


grandes produtores estão em número menor do que os pequenos e médios, em cada
dez produtores três são grandes, os restantes são pequenos, o que torna a produção
concentrada. A produção média deles era (em 1997) por volta de 700 litros/ dia, enquanto
a dos pequenos produtores era de 50 a 100 litros.

Primeiro Percurso

O leite é analisado nas fazendas, onde a coleta é efetuada a granel, e nos postos,
onde é feita em latão. Neste sistema, todo produtor tem seu número de matrícula pintado
nos latões e o leite é analisado na plataforma do posto. Se estiver ácido, o posto devolve,
pois pode servir para o produtor na alimentação de algum animal ou ser destinado a
outro uso. Quando há fraude, pelo acréscimo de água, o leite é rejeitado imediatamente.

Na CCPL, pioneira na coleta a granel, no Rio de Janeiro, esta tendência é


crescente, entretanto, em algumas linhas de leite, a coleta é realizada em latão devido
ao grande número de pequenos produtores, que não dispõem de recursos financeiros
para terem em suas propriedades resfriadores, a fim de conservar o leite até que o
caminhão venha ao local coletar a matéria-prima.

Neste processo, os produtores que têm coleta a granel, têm ordenhadeiras


mecânicas e tanques de resfriamento nas fazendas onde resfriam o leite que é
selecionado na fazenda pelo caminhoneiro, através de um teste para verificar se há
fraude ou não. Sendo negativo o resultado, o leite é acondicionado no caminhão-tanque
através de uma bomba de sucção, sendo que a captação acontece em dias alternados.
Com isso, o custo do frete do posto para a cooperativa é reduzido, eliminando custos de
transporte.

De acordo com Wilkinson (1993), para a modernização do setor são necessários


mecanismos de reaparelhamento dos pequenos produtores. A CCPL, no entanto, possui
produtores impossibilitados de adquirirem novas tecnologias, dependendo de acordos
da cooperativa com provedores de financiamentos para modernizarem suas
propriedades. Esse auxílio permitirá que esses produtores sobrevivam porque nas
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condições em que se encontram dificilmente resistirão por muito tempo no mercado de
captação de leite.

Segundo Soares (1988), a coleta de leite quando realizada de forma precária,


reflete tanto nos custos quanto na qualidade final do produto entregue e isto se dá com
algumas linhas de leite da CCPL cujo transporte, em caminhões não é adequado porque
os latões ficam expostos a raios solares, sem proteção nem refrigeração, podendo fazer
com que o leite fique mais tempo do que o ideal (2 horas) e, consequentemente,
prejudicando a sua qualidade.

O transporte da fazenda para o posto é realizado por donos de caminhões


autônomos pagos pelo posto, mas, indiretamente, pelos produtores. Os outros
caminhoneiros estão nos estados onde se encontram as usinas, assim como as
cooperativas regionais, que possuem a mesma função de captar e enviar o leite vindo
do produtor. Porém, algumas cooperativas regionais são somente fornecedoras, não
estão associadas, não têm vínculos, são periódicas, geralmente enviam todo o leite
recebido.

O governo federal e seus subsídios têm grande importância, no sentido de


conceder apoio financeiro e técnico, como o entrevistado coloca: “a política do país não
está errada, mas tem incentivado a modernizar, aumentar a produção, para aumentar a
própria qualidade da matéria-prima, tem que melhorar tudo. O próprio governo deveria
dar um apoio, não só monetário, mas sim técnico, pois o Estado do Rio de Janeiro é
muito atrasado quanto à produção de leite. Na região sul ou em São Paulo, é outra
realidade”.

Diante do exposto acima, nesse primeiro percurso, ou seja, no transporte do leite


das fazendas para postos de recepção ou cooperativas associadas, a falha na logística
compromete a atividade devido à tecnologia implantada nas fazendas e ao transporte
ainda inadequado. Esse problema pode ser resolvido caso a empresa capte recursos
suficientes para o financiamento aos produtores na compra de resfriadores. Conclui-se,
então, que a modernização das frotas das linhas de leite em latão resolverá o problema
da perda de leite captado pela empresa. Segundo Jank (1997), os produtores que não
implantarem novas técnicas desaparecerão; por isto, como ele afirma, tanto produtores
quanto empresas devem ter a mesma meta: buscar qualidade do leite em prejuízo do
alto preço.
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Segundo Percurso

O leite pode ficar estocado até 48 horas em um tanque de estocagem a baixa


temperatura, porém como este posto não tem uma capacidade de estocagem isto não
ocorre. O ideal é o leite ser retirado e transportado no mesmo dia, para no dia seguinte
ser industrializado na fábrica.

Nas cooperativas regionais há, muitas vezes, industrialização do leite captado.


Porém, este possui a marca da regional e não da CCPL, para não haver concorrência
caso a Central decida vender seus produtos na região desta cooperativa. Os produtos
mais vendidos pelas cooperativas são: leite empacotado, queijo, doce e manteiga e,
segundo um acordo entre elas, as regionais não vendem seus produtos na região da
Central e vice-versa. Muitas vezes as regionais pedem para a CCPL vender seus
produtos nas suas regiões, já que são diferentes, como o leite longa vida.

Nos postos o leite passa por uma análise físico-química, por meio de
equipamentos adequados a tal atividade, mas que no futuro devem ser substituídos por
outros mais modernos. A qualificação dos funcionários é adequada à sua função, são
laboratoristas, formados pelo Instituto Cândido Tostes, de Juiz de Fora, ou pela
Universidade Federal de Viçosa, todos possuindo curso superior.

º
O transporte do leite nesse 2 percurso, ou seja, dos postos e cooperativas
regionais para as fábricas é terceirizado, assegurado pela transportadora Líder e por
caminhoneiros autônomos que recebem da cooperativa 10% do leite transportado, em
dinheiro.

O transporte das cooperativas regionais e postos para as usinas é realizado por


uma empresa distribuidora em carretas isotérmicas, previamente higienizadas que
buscam o leite resfriado nas cooperativas e mantêm a temperatura até chegar no posto,
onde são feitos os testes. Não existe carreta refrigerada, somente isotérmica.

Como já foi afirmado, a CCPL foi pioneira na coleta a granel, diferente da Batavo,
que implantou esse sistema há 15 anos. O sistema de transporte terceirizado, utilizado
pela CCPL, de acordo com a classificação de transportadores de Ballou (1993), não pode
ser caracterizado somente como contratado nem como isento. Os contratados, caso da
Líder, teriam seus próprios caminhões, o que não é verdade, pois parte desses pertence
aos motoristas. A Líder não pode ser classificada como isento, por não ser operada e
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nem controlada pelos produtores ou pela cooperativa. Desta forma, a transportadora da
CCPL estaria um pouco mais próxima do contratado por ter um número limitado de
usuários, embora não seja proprietária da frota. Deve-se ressaltar que nesse transporte
utiliza-se tecnologia de informação, como roteirizadores dos caminhões.

Os problemas se referem à localização das fábricas, muito distantes das


cooperativas regionais e dos postos. Segundo um dos entrevistados, “existem problemas
quanto às condições das vias de acesso aos postos, por exemplo há postos da CCPL
que estão em locais de estrada de barro e a cooperativa exige que os caminhões
busquem o leite até o produtor”.

A questão das estradas é discutida por Soares (1988) como um fator que pode
anular a vantagem obtida pela empresa com a tecnologia implantada nos primeiros
percursos. Para a CCPL, as rotas adotadas pelos caminhoneiros nas operações de
coleta dos postos para a usina ainda são um problema, como citado acima. Nesse último
percurso, o roteamento de veículos computadorizado permite uma coleta mais
organizada, tendo que se ajustar diariamente devido às precárias condições das
estradas percorridas por esses transportadores.

No descarregamento dos produtos das usinas para os supermercados, as docas


móveis poderiam auxiliar nessa operação, enquanto não existe essa padronização dos
paletes.

A empresa vende os mesmos produtos com a sua marca (CCPL) e a marca


Deleite. Isso acontece porque no caso do leite longa vida são muitas marcas concorrendo
no mesmo segmento e para ela poder reduzir seu preço sem desvalorizar sua marca,
vende-o com a marca Deleite, a um preço menor, principalmente naquelas regiões em
que os produtos CCPL não são vendidos.

No terceiro percurso, o problema com as estradas anula a vantagem do uso de


caminhões isotérmicos utilizados no transporte. Além disso, prova que, mesmo com os
investimentos em coleta a granel no primeiro percurso e a possível dispensa dos
entrepostos (postos ou cooperativas), as estradas em condições inadequadas
impossibilitam o transporte ideal do leite, afetando a qualidade do mesmo.

Terceiro Percurso
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A distribuição dos produtos da empresa é realizada em uma pequena parte
através de frota própria, enquanto a maior parte é feita em caminhões de uma empresa
que faz o transporte desde o início de sua atividade - é terceirizado. Na atividade de
transporte dos produtos, como afirmou um dos entrevistados, há problemas quanto à
frota, que está ultrapassada para o transporte de determinados produtos, como os
frigorificados, que precisam de caminhões refrigerados. Além disso, as rotas estão
desatualizadas, tendo a necessidade de serem mudadas, a fim de reduzir custos, pois
não estão atendendo à demanda, mas sim elevando custos.

Isto ocorre porque, como afirma Ballou (1993), quando o transporte é de terceiros,
este deve ser avaliado com base no balanço de custo e desempenho e o serviço
oferecido pode ser classificado como de viagens exclusivas por ter um contrato com um
único usuário, como no caso da CCPL, em que esta empresa há anos presta tal serviço.
A elevação de custos é identificada como os efeitos indiretos desse serviço, e deve ser
controlada com o equilíbrio entre estoques (de acordo com a demanda) e transporte
(rotas adequadas).

Os principais clientes, dentre os 50 que a empresa possui, são: ABC, Guanabara,


Rainha, Três Poderes, Paes Mendonça, Serra e Mar, Mundial, Zona Sul, Continente,
Império da Banha, Max Box e Dallas.

As parcerias entre a empresa e os supermercados são realizadas em nível


promocional, isto é, a empresa concede uma parte de seus produtos para tê-los nos
encartes e anúncios na mídia, quando as redes lançam promoções de aniversário e
outras datas. No ano de 1996 havia o planejamento da empresa contribuir com a matéria-
prima e eles com a marca própria.

As empresas estão cada vez mais atentas ao tempo de validade, já que passou a
ser um requisito na compra de qualquer produto, pelo o consumidor, principalmente na
indústria de alimentos.

A empresa não investe em propaganda em revistas, jornais, nem em televisão,


mas o faz nos programas de rádio, como no lançamento de seu leite Levíssimo. Além
disso, ela prefere fazer uma promoção junto aos clientes nos supermercados, pois os
gastos são menores e ela não possui recursos para campanhas na mídia.

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O planejamento da empresa tornou-se um dos motivos de algumas falhas na sua
organização e produção por deixar de aplicar técnicas modernas da administração. O
fato de ainda utilizar o processo demand push, ou seja, a produção não é planejada de
acordo com a demanda, leva a um excesso de produtos, que retornam do varejo para as
fábricas, ocasionado um manuseio excessivo de suas embalagens dos produtos. Uma
solução seria a utilização do que há muito tempo tem se discutido na cadeia produtiva
das empresas da agroindústria, o processo de demand pull, que consiste na
comunicação das informações do cliente para o produtor, o que faz com que a empresa
produza de acordo com a demanda e diminua excedentes, tendo um giro maior de
estoques.

Alguns problemas na distribuição devem-se à inadequação da frota, pois nem


todos os caminhões são isotérmicos, perdendo temperatura no caminho até o varejo.
Pode ocorrer também de nos locais de vendas os freezers não existirem,
comprometendo totalmente a qualidade do leite. Alguns problemas são provenientes da
estocagem dos produtos, pois há um limite de seis caixas empilhadas, mas muitos
comerciantes insistem, para maximizar espaço, em colocar mais, causando danos no
leite, levando a empresa a trocar o produto e ter de arcar com o prejuízo.

Esse é o segundo problema quanto às condições de transporte na indústria de


alimentos, segundo Green (1994), ou seja, refere-se à qualidade dos centros de
estocagem e conservação nos países subdesenvolvidos, como o Brasil.

Conforme colocado nos itens anteriores, a CCPL tem uma distribuição dualista,
pois vende duas marcas de produtos para canais diferentes, a marca com sua própria
sigla e a Deleite, com objetivo de baixar preço. Segundo Dias (1993), existe um aspecto
fundamental, o sistema de distribuição, formado pelas empresas produtoras,
transformadoras e distribuidoras. Esse sistema pode ser individualista ou vertical; no
caso da CCPL, ela pode ter a primeira classificação, devido à independência dos agentes
de sua cadeia de suprimentos, ligados somente pelas relações de compra e venda. Ele
também tem a característica de ser um sistema individualista com integração vertical
(produtor-atacado-varejo), predominante em todo país.

A política de distribuição da CCPL, segundo a afirmação de Dias (1993), classifica-


se como aberta ou intensiva por alcançar um maior número dos pontos de vendas,

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alcançando maior espaço geográfico, sem exclusividade na venda e limitação na
distribuição.

A localização faz parte da logística e influencia nos custos das empresas,


principalmente nesse caso estudado, a CCPL. A empresa, por transformar uma matéria-
prima altamente perecível como o leite, procura estudar, como afirmado acima, uma
localização de suas fábricas que evite desperdícios e perdas de leite pelas grandes
distâncias percorridas dos produtores e postos até elas. Para tais estudos existe o GIS,
que poderia ser utilizado pela CCPL, a fim de possibilitar a descoberta dos pontos mais
adequados para a construção de unidades de transformação.

Cooperativa Central dos Produtores Rurais (CCPR) / Itambé

Estrutura

A empresa tem 10 fábricas, espalhadas por Minas Gerais e Goiás são fábricas
produtoras de leite e derivados em Belo Horizonte, Sete Lagoas, Pará de Minas,
Guanhães, Conselheiro Lafaiete, Brasília, Goiânia, Piracanjuba e fábricas de rações em
Contagem e em Abaeté. Em Goiás houve a construção de uma fábrica graças a um
subsídio do governo local, mas, mesmo assim, neste Estado a Itambé é apenas uma
compradora de leite, não tem produtores locais associados a ela.

A sua bacia leiteira está em Minas, onde capta uma quantidade de leite bem maior
do que em Goiás. Ela tem, aproximadamente, 32 cooperativas associadas e 50 postos
e todas as duas estruturas captam leite e enviam para as fábricas, porém as primeiras
são mais independentes, uma vez que possuem sua estrutura própria, já os postos são
uma continuação da central, são administrados pela mesma.

A produção média de seus produtores é de 80 litros/dia e por linha é de 2.000


litros/dia. As cooperativas e postos estão todas em Minas Gerais e os produtos são
distribuídos para todo país como manteiga para ser consumida em viagens aéreas e o
leite em pó.

Produção

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A produção é dividida em leite pasteurizado, leite longa vida, frigorificados
(iogurte, requeijão e queijos), produtos secos (leite em pó, doce de leite), flavorizados
(Itambézinho) e bebidas lácteas, semelhante à da CCPL, mas a Itambé possui a
fabricação de queijos e iogurtes, em que a primeira não investe. Além disso, a Itambé
não possui um leite Levíssimo e nem uma linha de chás, como a CCPL.

Primeiro Percurso

No Brasil, onde a empresa é obrigada a coletar leite do pequeno produtor, muitas


vezes o caminhão vai à fazenda para receber um latão de 50 litros. Este produtor tende
a desaparecer, a não ser que se alie a um outro para ter volume ou aumentar a produção.
Para ele, comprar um resfriador não compensa, pois um resfriador pequeno tem cerca
de 300 litros de capacidade e sua produção está em torno de 50 litros de leite. Quanto
ao número de linhas, isto dependendo tamanho da cooperativa, se ela tiver uma média
de 200 mil litros, terá 100 linhas, 100 caminhões. A ordenha é ainda manual, são poucos
os produtores que possuem ordenhadeiras mecânicas.

Entretanto, segundo Patrícia (1998), a empresa tem investido na melhoria da


produção, financiando a compra de tanques de resfriamento, mudando o pensamento de
que tecnologia só se implanta nas fábricas e postos. Os produtores começam comprando
tanques de resfriamento, construindo compartimentos para eles e depois compram o
sistema de bombeamento de ordenha mecânica para o resfriador. Por enquanto, a
ordenha em muitas fazendas é manual, podendo comprometer a qualidade do leite, mas,
ainda assim, este risco é menor com o uso do resfriador.

Na Itambé, a qualidade não é testada nas fazendas como na CCPL, pois os testes
são realizados nos postos ou cooperativas regionais, como será visto adiante.

A coleta é organizada pelos produtores, que se reúnem, contratam um carreteiro


e todo dia capta o leite e envia para a cooperativa associada. Nesta, ele é recebido,
analisado, resfriado, entra nos caminhões da própria cooperativa ou da Itambé e vai para
uma das fábricas da empresa.

Tanto a cooperativa associada quanto a central têm uma equipe de veterinários,


que auxiliam, prestando assistência aos produtores, pois a área de fomento da empresa
dá um apoio total ao produtor de leite. Nas cooperativas associadas, os veterinários
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estão sempre visitando as fazendas, a pedido do produtor, ou não e vistoriando o gado.
Isto leva, muitas vezes, à descoberta de problemas com os animais, que influenciarão
de forma negativa na qualidade do leite.

Esses procedimentos fazem com que a Itambé, mesmo informalmente, busque o


selo de qualidade, um esforço conjunto da cadeia do leite desde as fazendas até os
supermercados. Este selo de qualidade é conseguido através da assistência prestada
aos produtores oferecida pela empresa estudada. Essa assistência não se limita aos
aspectos técnicos, mas também de provisão de recursos financeiros para implantação
de tecnologia nas fazendas (resfriadores) e melhoria na coleta (ampliando a coleta a
granel), possibilitando uma qualidade melhor ao leite captado.

Nesta área de resfriamento não há nenhuma inovação, mas estão sendo


produzidos tanques de expansão com capacidade e tamanho reduzidos para fazendas.
Já os resfriadores à placa são equipamentos utilizados somente nos postos e usinas,
pois são muito caros e necessitam de um volume de 5 mil litros de leite por hora, que
nenhuma fazenda produz. Entretanto, como foi afirmado anteriormente, a empresa
começou este ano a investir em tecnologia junto ao produtor.

O primeiro percurso é totalmente terceirizado, muitas vezes o caminhão é do


próprio produtor, ele mesmo envia o leite para os postos ou associadas. As cooperativas
têm seus caminhões próprios e como o produtor paga o transporte do primeiro percurso,
ela concede este transporte do segundo percurso para o produtor.

Entretanto, mesmo com a coleta a granel, há problemas que ainda vão existir e o
produtor terá que consertar as estradas de sua responsabilidade, pois elas precisam ser
ideais. Então, se ele tem condições de implantar coleta a granel, terá também de
melhorar suas vias de acesso à fazenda. E, mesmo com as condições ruins, ele poderá
resfriar o leite até a hora em que o caminhão chegar ao local, colocar em uma charrete
e deixar na estrada, com melhor qualidade, pois já está resfriado. Em todos os aspectos,
a coleta a granel é positiva e propicia a melhoria da qualidade do produto final. Deve-se
lembrar que muitas dessas iniciativas não dependem somente dos produtores, mas das
empresas, governos estaduais e municipais.

Segundo Percurso

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Nos postos há somente a captação, transferindo tudo para a central, mas há
algumas cooperativas associadas que, por estarem situadas em cidades do interior de
porte um pouco maior, tiram uma pequena quantidade para industrializar e vender nas
ruas, mas são poucas que realizam essa transformação do leite em seus derivados. Elas
possuem um pasteurizador e uma máquina de empacotar leite, mas a distribuição do
produto é realizada na capital, não há como fazer isto no interior.

A qualidade do leite é testada nos postos através dos testes de alisarol para saber
se há fraude de água no leite e o teste de gordura, como já foi afirmado, para saber
quanto tem deste material. Há uma bonificação por teor de gordura, por exemplo, acima
de 3,2 de gordura, ele tem uma bonificação progressiva.

Na coleta a granel, a ordenha poderá continuar a ser manual, pois para o entrevistado,
o principal causador de prejuízo à qualidade do leite é a falta de resfriamento, pois a
partir do momento em que o leite é resfriado, sua qualidade está assegurada.

No segundo percurso não há coleta em latão, pois a partir do momento em que o


leite passou pelo posto ou na cooperativa associada, todo o transporte é feito em
caminhões e carretas-tanque isotérmicos.

A frota deste percurso não é terceirizada, podendo ser da cooperativa associada


ou da central. Quando é dos postos, os caminhões são de propriedade da Itambé e
quando é das associadas, a propriedade é de cada uma destas; algumas associadas,
porém, demandam este serviço à central.

O problema do segundo percurso é o excesso de leite porque no período de safra


em algumas regiões o volume de leite aumenta muito e a cooperativa tem que enviá-lo
para as fábricas. Uma cooperativa que envia 100 mil litros de leite na entressafra, manda
150 mil litros na safra. Na verdade, ela teria que entregar 125 mil litros (por causa
daqueles 25% excedentes, toleráveis pela central), mas os produtores estão lhe
enviando 160 mil litros de leite e ela receberá, pelos 35 mil litros de leite excedentes, um
preço diferenciado.

Terceiro Percurso

A administração da empresa se preocupa com a reciclagem dos detritos, diferente


do que acontecia antes: “A água que é jogada fora é tratada e chega ao esgoto quase
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limpa, houve um progresso na indústria de laticínios, esta cresceu muito hoje”
(Entrevistado 9).

Segundo o Anuário Milkbizz (1996), a indústria de laticínios é uma das mais


poluentes, caso seus resíduos não sejam tratados. A Itambé, com essa preocupação,
poderá ficar livre de multas futuras provenientes da fiscalização que obrigará as
empresas a terem a certificação ISO 14000 para permanecerem no mercado.

Os investimentos nesta área de transportes, são pequenos, a Itambé os direciona


para novos produtos e construções de novas fábricas. A Itambé está construindo mais
uma fábrica em Sete Lagoas, triplicando a sua capacidade. A fábrica de leite em pó é
uma construção vertical, não é muito grande, precisa de espaço para a estocagem do
produto.

Os estoques estão cada vez menores nas fábricas, ficam todos alocados nos CD’s
(Centros de Distribuição), as usinas apenas produzem. Todos os principais estados em
que a empresa atua possuem CD’s, devido à necessidade de atender aos principais
centros de consumo com os estoques reguladores armazenados nesses CD’s, que têm
encarregados para planejar o quanto o supermercado pede e enviar os pedidos para as
fábricas; com isso, a usina fica com estoque zero. As pessoas envolvidas nas operações
de distribuição precisam ser organizadas e competentes para terem um bom controle,
devido aos produtos serem perecíveis. São necessárias medidas preventivas para não
ter mercadoria vencida, evitando-se o retorno e excesso de manuseio dos produtos. Os
supermercados, atualmente, são muito exigentes, não aceitando mercadorias que
estejam para vencer em uma semana, porém quando isso ocorre fazem promoções para
não ter perda de produtos. Para a empresa, não há problemas com as fábricas e sua
produção, transportes, armazéns, estoques.

O CD do RJ tem o problema da plataforma ser plana e, neste caso, a empilhadeira


tem que buscar o produto no estoque, para depois ser colocado no caminhão
manualmente, o que poderia ser diferente caso a plataforma fosse da altura dos
caminhões. A empilhadeira, então, colocaria os produtos no caminhão diretamente, sem
o carregamento manual, reduzindo o manuseio dos produtos. Para resolver esse
problema, as docas móveis auxiliariam ao reduzir o manuseio do produto, devido ao seu
sistema de carregamento até certo ponto na carroceria do caminhão.

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 19


o
No 3 percurso 90% é terceirizado, o único problema relaciona-se ao trânsito, pois
para ter uma entrega na data certa, o que muitas vezes não ocorre, é preciso um
planejamento/escalonamento de entrega de produtos para não ter retorno, uma logística
planejada. De acordo com o número de CD’s, a fábrica destinará determinada
quantidade para alguns centros.

Segundo Ballou (1993), quando o transporte é próprio, a empresa adquire os


caminhões ou os aluga. Para o autor, quando isso ocorre, a empresa tem por objetivo
reduzir custos e melhorar as entregas, dispensando o serviço de transportadoras
convencionais, que não trariam tantas vantagens.

No terceiro percurso cada fábrica tem uma linha de produtos, que são enviados
para os clientes ou para os Centros de Distribuição (CD’s), e nestes há câmaras
frigoríficas para manter os produtos mais perecíveis na temperatura ideal para o cliente.
O frete desse percurso pode ser de terceiros, de outras empresas que fazem este
transporte. Segundo o Entrevistado 11 “o transporte das fábricas ou CD’s para
supermercados e pequeno varejo no RJ é da Itambé, nos outros estados é terceirizado”.

De acordo com Ballou (1993), os transportadores da Itambé podem ser


classificados como isentos, mesmo no CD do Rio de Janeiro, por serem vários motoristas
(entregadores no Rio de Janeiro e entregadores-vendedores nos demais estados) e não
uma transportadora em particular, controlados e contratados pela cooperativa.

Os principais clientes da empresa são as redes de supermercados maiores do


país, já que a empresa atua nos principais centros como Rio de Janeiro, São Paulo,
Minas Gerais, Brasília e Goiás, além de estar começando a se dirigir para a Bahia e
Espírito Santo.

A distribuição de leite, segundo o Entrevistado 9 é de total responsabilidade da


Central Itambé, da CCPR.

A empresa, assim como a CCPL não realiza grandes investimentos em


propaganda, somente quando há promoções em encartes nos quais participa,
divulgando seu produto pela mídia.

Segundo um dos entrevistados, “o planejamento da produção é realizado em


função da venda, o excesso não existe, pois a empresa sabe o quanto foi vendido, mas
pode ocorrer falta de leite, embora com outros insumos (embalagens) isto não ocorra. O
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estoque é praticamente composto de leite em pó. Para reduzir essa limitação na oferta,
a Itambé tem investido em ampliação e construção de fábricas. A empresa está em um
mercado de alta competitividade, o setor de laticínios, em que o atraso na entrega pode
comprometê-la bastante no curto prazo”. Os problemas na distribuição sempre existem,
devido aos seguintes motivos: dependência de terceiros; insuficiência de frota para toda
a distribuição e flutuações no mercado (o transportador de frigorificados pode atuar na
área de carnes, se este setor estiver pagando melhor).

Os problemas, neste percurso, se relacionam a determinados locais e a alguns


imprevistos nas vias principais e neste caso a empresa tem de estar preparada, mas
pode ocorrer a falta de entrega. O depósito do Rio de Janeiro fica próximo ao mercado
São Sebastião, onde há muitos clientes.

O principal problema do terceiro percurso é o caso de o caminhão descarregar no


armazém do cliente e ele não ter lugar para receber a carga, levando à perda de
qualidade do produto. Para evitar essa perda, os caminhões são frigorificados,
conservando os produtos durante a espera no armazém. Esse problema dos centros de
estocagem é discutido por Green (1994), para quem isto representa um dos entraves às
condições de conservação do produto final. A Itambé consegue minimizar os danos aos
produtos, mas não resolve o problema.

Uma dificuldade que muitas empresas, de vários setores enfrentam, é o roubo de


cargas e a Itambé não está livre dos assaltos nas estradas. Para reduzir suas perdas, a
empresa está contratando somente empresas que tenham controle via satélite ou com
guarda armada e, apesar desse investimento, houve alguns roubos de cargas de leite
em pó no Nordeste. O roteirizador mais utilizado é o Omni Sat, que consiste em ter um
chip em determinado lugar de cada caminhão e dar informação de posicionamento dele
via satélite, onde ele estiver. Além disso, tem-se o controle por vídeo mapeado, segundo
o qual onde o motorista está passando a seta vai indicando, consiste em um software de
roteirização, um sistema de informação que a empresa implantou.

A distribuição física pode ser dividida em leite (leite pasteurizado e leite longa
vida), frigorificados (iogurte, requeijão e queijos), produtos secos (leite em pó, doce de
leite), flavorizados (Itambézinho) e bebidas lácteas e pode ser caracterizada como
indireta, tendo como canais o pequeno e o grande varejo na relação produtor-
consumidor. Além disso, essa operação não pode ser identificada, segundo afirmação
Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 21
de Dias (1993), nem como dualista, por não utilizar canais diretos e por não vender duas
marcas diferentes de produtos e nem como multimarketing, porque a empresa não divide
seus clientes por idade, sexo, nível de escolaridade, mas vende no varejo, sem distinção.

Em relação ao sistema de distribuição da Itambé, esse pode ser classificado como


individualista, no qual os agentes agem com autonomia, ou seja, os produtores de leite
não têm compromisso com a empresa, assim como ela não possui ou pertence à rede
de atacado ou varejo. As relações entre eles são, estritamente, de compra e venda, o
que possibilita concluir que o sistema de distribuição da Itambé pode ser classificado
como individualista e vertical, por ter a relação produtor-atacado-varejo. Através de
observações do mercado consumidor, ou seja, da demanda, a empresa define
quantitativa e qualitativamente os agentes do sistema de distribuição, como quando,
quanto e onde vender.

A localização das fábricas é descentralizada, levando a flutuações, de acordo com


o clima da região. Em algumas regiões, as fábricas produzem mais que a demanda,
levando a uma superprodução. Estas diferenças no clima levam a produções desiguais
entre as fábricas da Itambé, dificultando o planejamento geral.

A Itambé tem suas fábricas localizadas próximas às bacias e seus CD’s próximos ao
mercado consumidor, o que, segundo Chapman (1994), pode ser feito com o software
Geographic Information System (GIS). A empresa estava estudando a localização de um
novo CD do Rio de Janeiro, em substituição ao que possui, mas não utilizou essa
tecnologia, embora possuísse uma equipe de logística analisando terrenos, sem ter um
pré-localizado, o que seria prejudicial, segundo o citado autor.

Perguntas propostas:

1. Identifique os modais e formas de armazenamento utilizados pelas cooperativas.


2. Faça uma tabela com os principais problemas enfrentados pelas cooperativas nos
percursos 1, 2 e 3.
3. Sugira melhorias possíveis nos percursos e modais utilizados.

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PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE
CURSO (TCC) EM LOGÍSTICA

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 23


8. APRESENTAÇÃO

O TCC é um componente curricular que atende à exigência das Diretrizes


Curriculares Nacionais (DCNs) e que se configura como elemento de síntese, de
integração de conhecimento e de consolidação de métodos e metodologias de pesquisa.
Durante sua realização, espera-se que os acadêmicos demonstrem a capacidade de
aplicação das competências e habilidades adquiridas de acordo com os Projetos
Pedagógicos dos Cursos (PPC). Por ser um produto resultante da atividade de pesquisa
teórica e empírica, o TCC exige a construção de uma competência intelectual que
consiste em ler criticamente, saber elaborar sínteses, referenciar os dados, formatar e
utilizar procedimentos criativos em relação às abordagens e aos enfoques teórico-
metodológicos, tanto para o tratamento que se imprime aos dados, quanto para as
possibilidades de comunicação dos resultados da investigação. O TCC permite, ainda,
que o estudante demonstre habilidade para explicar os aspectos da realidade a partir de
um planejamento assentado em um objeto de investigação específico, delimitado pela
relação de tempo-espaço e propicia a reafirmação de uma postura ética e crítica na
investigação dos fenômenos inerentes ao seu curso técnico.

Entende-se o TCC como uma atividade pedagógica ímpar, que viabiliza ao


estudante sistematizar o conhecimento adquirido durante o curso, por meio de um
processo introdutório à pesquisa, e que confere, como primeira experiência, as
condições de desenvolver autonomia para introduzir-se no mundo da produção do
conhecimento. Portanto, as atividades, desenvolvidas no decorrer da vida acadêmica e
que se consolidam na produção do TCC, quando voltadas para a solução de problemas
e para o conhecimento da realidade, são importantes instrumentos para a formação
de estudantes de uma instituição que busca a excelência do ensino e a formação
técnica e humana de seus discentes.

8.1 PARTE I – DISPOSIÇÔES GERAIS

1. CONCEITUAÇÃO E OBJETIVOS

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O Trabalho de Conclusão de Curso - TCC constitui-se numa atividade escolar de
sistematização do conhecimento sobre um objeto de estudo pertinente à profissão,
desenvolvida mediante orientação, acompanhamento e avaliação docente, cuja
realização é requisito essencial e obrigatório para obtenção do diploma de técnico.

Entendem-se por atividades acadêmicas aquelas que articulam e inter-


relacionam os componentes curriculares com as experiências cotidianas, dentro e
fora da escola, possibilitando o aprimoramento de competências e habilidades do aluno
relacionadas à atividade profissional a que se refere.

O TCC deverá ser composto de uma apresentação escrita e deverá prezar pela
organização, clareza e domínio na abordagem do tema, com referencial teórico
adequado no modelo Artigo científico.

Poderão compor o TCC, os produtos abaixo descritos, desde que associados ao


modelo Artigo científico, apontado no parágrafo anterior:

• Novas técnicas e procedimentos;


• Áudios e vídeos;
• Resenhas de vídeos;
• Apresentações musicais, de dança e teatrais;
• Modelo de Manuais;
• Esquemas e diagramas;
• Modelagem de Negócios;
• Plano de Negócios.

Preferencialmente, o TCC deverá ser elaborado e desenvolvido em equipe.

O processo de elaboração do TCC será desenvolvido nos componentes de


Projeto do Trabalho de Conclusão de Curso e Desenvolvimento do Trabalho de
Conclusão de Curso, nos módulos/série previsto (s) nos Planos dos Cursos.

São objetivos do TCC:

I. contextualizar os currículos;

II. promover a interação da teoria e da prática, do trabalho e da educação;

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III. proporcionar experiências práticas específicas aos alunos por meio do
desenvolvimento de projetos, promovendo a integração com o mundo do trabalho e o
convívio sócio profissional;

IV. propiciar ao aluno o domínio das bases norteadoras da profissão de forma


ética e compatível com a realidade social, desenvolvendo valores inerentes à cultura do
trabalho;

V. promover a autonomia na atividade de produção de conhecimento científico;

VI. possibilitar o aprimoramento de competências e habilidades do aluno, que lhe


facultem o ingresso na atividade profissional relacionada à habilitação a que se refere.

2. REGULAMENTAÇÃO

Os Trabalhos de Conclusão de Curso serão regidos pelas normas da Associação


Brasileira de Normas Técnicas, especialmente a NBR 6022, de maio de 2003.

Parágrafo único - O Regulamento do Trabalho de Conclusão de Curso dos


cursos Técnicos em Administração e Logística da FIEC deverá fazer parte do Projeto
Político Pedagógico da escola e definir basicamente:

I. Modalidades de trabalhos e objetivos;


II. Normas para desenvolvimento do TCC;
III. Normas para definição do cronograma de apresentação dos trabalhos, dos
prazos para entrega dos trabalhos e para divulgação da composição das
Bancas de Validação e outros, se houver;

IV. Critérios de avaliação;

IV. Instrumentos para orientação, controle e avaliação dos trabalhos.

3. ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA E DIDÁTICA

O Coordenador de Curso será responsável pela operacionalização e permanente


avaliação das atividades docentes e discentes.

Parágrafo único - Compete ao Coordenador de Curso:

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 26


I. Delimitar as áreas de conhecimento do TCC em conjunto com os professores
da habilitação.
II. Atualizar, em conjunto com a equipe escolar, regulamentações específicas
complementares do TCC da Habilitação Profissional.
III. Promover parcerias pedagógicas com empresas e instituições da área
profissional para o enriquecimento tecnológico dos trabalhos de conclusão de
curso dos alunos, como estudos de caso, melhorias de processo,
desenvolvimento de produtos, etc.

4. ORIENTAÇÃO

A orientação dos trabalhos, entendida como processo de acompanhamento didático-


pedagógico, será responsabilidade dos professores com aulas atribuídas nos
componentes curriculares específicos do TCC, de forma articulada e integrada aos
demais componentes curriculares da habilitação.

Os docentes do Componente Curricular específico do TCC terão como principais


atribuições:

I. definir a estrutura do TCC, segundo orientações da Unidade de Ensino Médio


e Técnico;
II. orientar especificamente o desenvolvimento de cada trabalho, no que se refere
à problematização, delimitação do tema, construção de referenciais teóricos,
fontes de pesquisa, cronograma de atividades, identificação de recursos etc.;
III. informar aos alunos sobre as normas, procedimentos e critérios de avaliação;
IV. acompanhar o desenvolvimento dos trabalhos, segundo cronograma
estabelecido;
V. avaliar o TCC continuamente, em suas diferentes etapas (avaliações parciais
e final);
VI. preencher a Ficha de Avaliação do TCC de cada aluno de sua turma para
composição do prontuário;
VII. encaminhar os trabalhos aprovados à Banca de Validação (opcional).

Caso seja feita opção pela Banca de Validação, caberá, ainda, aos docentes dos
Componentes Curriculares do TCC:

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a) organizar o processo de constituição da Banca de Validação e definir o
cronograma de apresentação de trabalhos;

b) divulgar, por meio de documentos internos datados e assinados, a relação de


alunos, respectivos temas dos trabalhos e composição da Banca de Validação;

c) presidir a Banca de Validação dos trabalhos da sua turma;

d) elaborar a ata da Banca de Validação, constando os pareceres emitidos sobre


cada trabalho, devidamente assinada por todos os integrantes, para composição do
prontuário do aluno.

VIII. Escolher, dentre os trabalhos aprovados, os que se destacam e servem de


referência para os próximos trabalhos, para que fiquem disponíveis no acervo da
biblioteca/sala de leitura da unidade escolar e verificar, no ato de recebimento do
TCC gravado em CD-R, se a versão entregue está de acordo com as orientações
dadas.

5. AVALIAÇÃO

A avaliação do TCC envolve a apreciação:

I. do desenvolvimento do TCC;
II. do trabalho escrito, de acordo com as normas descritas no documento
Manual para a Elaboração do Trabalho de Conclusão dos Cursos Técnicos
em Administração e Logística da FIEC;
III. da demonstração do produto e/ou materiais resultantes do trabalho
realizado, quando for o caso;
IV. da apresentação à banca de validação;
V. da entrega da versão corrigida do trabalho dentro do prazo estipulado pelo
orientador, após sugestões e proposições da banca de validação;
VI. da apresentação solene ao público convidado.
VII. da entrega do melhor trabalho eleito pelo orientador em associação com a
Banca de Validação – trabalho impresso em versão final, após realizadas
todas as correções, encadernado em capa dura (ANEXO 2).
VIII. da entrega da versão final do trabalho, após correções, gravado em CD-R
com capa padronizada (ANEXO 3)
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6. BANCA DE VALIDAÇÃO

A Banca de Validação terá como composição básica o Professor Responsável pelo


Componente Curricular Desenvolvimento do TCC, como seu presidente, e mais dois
professores de componentes específicos dos Cursos temas das apresentações.

Os critérios para composição da Banca de Validação dos trabalhos serão definidos


no regulamento específico de cada Habilitação Profissional.

A critério da Coordenação de Curso, poderá, ainda, integrar a Banca de Validação


docente de outra instituição de ensino ou profissional do setor produtivo considerado
autoridade na temática do TCC a ser apreciado.

A Banca de Validação tem como responsabilidade exclusivamente o


preenchimento de parecer, sendo vedada a atribuição de menções, cuja
prerrogativa é exclusivamente do professor orientador do componente
Desenvolvimento de TCC.

7. ENTREGA

Os TCC’s selecionados pelo professor orientador para disponibilização no acervo


da biblioteca/sala de leitura devem ser entregues ao professor orientador, que deverá
definir o prazo de entrega.

Os TCC’s devem ser formatados/normalizados de acordo com ABNT-NBR 6022 de maio


de 2003, seguindo este Manual para a Elaboração do Trabalho de Conclusão dos Cursos
Técnicos da FIEC.

Os casos omissos serão resolvidos pela Direção da FIEC.

8.2 PARTE II - ORIENTAÇÕES PARA ELABORAÇÃO DE ARTIGO CIENTÍFICO

1. INTRODUÇÃO
Este manual apresenta, de forma resumida, os passos a serem seguidos na
elaboração de um artigo científico, com o objetivo de oferecer subsídios aos alunos da

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 29


FIEC, que estejam realizando o TCC nesta modalidade. Foi elaborado tendo como base,
principalmente a NBR 6022 de maio de 2003, da ABNT, além das NBR que
complementam partes específicas de um artigo. Cabe ressaltar que, por motivos
acadêmicos, os artigos realizados na FIEC devem ter, no mínimo, 15 páginas. Vale
ainda, destacar que alguns ajustes foram feitos, tendo em vista as características
peculiares dos TCCs da FIEC.

2. CONCEITUAÇÃO

De acordo com Marconi e Lakatos (1990), o artigo consiste em “pequenos estudos


que tratam de uma questão verdadeiramente científica, mas não chegam a constituir-se
em matéria de um livro”. Segundo a ABNT, artigo científico, é parte de uma publicação
com autoria declarada, que apresenta e discute ideias, métodos, técnicas, processos e
resultados nas diversas áreas do conhecimento. O artigo científico permite a divulgação
dos resultados dos trabalhos de pesquisa, para conhecimento público, principalmente
para a manifestação de atitudes críticas, que venham a contribuir para o aprofundamento
de pesquisa realizada sobre determinado tema. O objetivo fundamental de um artigo é o
de ser um meio rápido e sucinto de divulgar e tornar conhecidos, através da publicação
em periódicos especializados, as dúvidas investigadas, o referencial teórico utilizado, a
metodologia empregada, os resultados alcançados e a apresentação da análise de uma
questão no processo de investigação.

3. ESTRUTURA DO ARTIGO

O artigo possui a seguinte estrutura: elementos pré-textuais, elementos textuais


e elementos pós-textuais.

3.1 Elementos Pré-Textuais

a) título e subtítulo (se houver);

b) nome do autor;

c) resumo na língua do texto;

d) palavras-chave na língua do texto

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Observação importante: Embora a ABNT não inclua capa, folha de rosto e folha de
aprovação como elementos pré-textuais do artigo, na FIEC eles serão obrigatórios, por
se tratar de trabalho acadêmico e para facilitar sua identificação. Para confeccioná-los
basta seguir os Apêndices A, B e C ao final destas Orientações.

3.2 Elementos Textuais

a) introdução;

b) desenvolvimento;

c) conclusão

3.3 Elementos Pós- Textuais

a) título e subtítulo (se houver)

b) resumo em língua estrangeira;

c) palavras-chave em língua estrangeira;

d) nota(s) explicativa(s) (se houver);

e) referências;

f) anexo(s).

Elementos Pré-Textuais Obrigatório Opcional


Título e subtítulo (se houver)
Nome do autor
Resumo na língua do texto
Palavras-chave na língua do texto
Elementos Textuais
Introdução
Desenvolvimento
Conclusão
Elementos Pós- Textuais
Título e subtítulo (se houver)
Resumo em língua estrangeira

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Palavras-chave em língua
estrangeira
Nota(s) explicativa(s) (se houver);
Referências
Anexo(s).

4. DETALHAMENTO DAS PARTES CONSTITUTIVAS

4.1 Título e subtítulo

O título e o subtítulo devem aparecer na primeira página após o sumário, separados


por dois pontos (:). O título do artigo deve ser bem elaborado, após o autor já ter uma
ideia bem avançada de sua redação final. Deve ser redigido com exatidão, bem
delimitado, mas não deve ser muito longo a ponto de tornar-se confuso. O subtítulo deve
ser opcional e deve complementar o título com informações relevantes, e incluído,
somente, quando for para melhorar a compreensão do tema. Na redação do título,
segundo alguns autores, deve-se evitar ponto, vírgula, ponto de exclamação e aspas ou
qualquer outro elemento que interfira na sua compreensão, com exceção do ponto de
interrogação. O título deve ser centralizado e em caixa alta.

4.2 Autor

Os artigos, enquanto modalidade TCC na FIEC terão vários autores, sendo


elaborados em equipes devendo os nomes dos autores (alunos), aparecer dois espaços
abaixo do título, do meio da página para a direita.

4.3 Resumo na língua do texto

Elemento obrigatório, constituído de frases concisas e objetivas, não


ultrapassando 250 palavras, em parágrafo único, apresentando a natureza do problema
estudado, os objetivos pretendidos, a metodologia utilizada, os resultados alcançados. É
seguido, logo abaixo, das palavras-chave, (em número de 3 a 6).

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4.4 Resumo em língua estrangeira

Versão do resumo na língua do texto, para idioma de divulgação internacional, com


as mesmas características. Embora a ABNT coloque o resumo em língua estrangeira
como um elemento pós-textual, normalmente ele é feito em inglês, com o título
ABSTRACT e inserido, logo após o resumo na língua do texto, seguido das palavras-
chave (keywords), podendo, porém, ser feito em espanhol (resumen), em francês
(resumé).

4.5 Palavras-chave

Elemento obrigatório, as palavras-chave devem figurar logo abaixo do resumo (tanto


na língua do texto, como no ABSTRACT - keywords), antecedidas da expressão
palavras-chave, separadas entre si por ponto e finalizadas também por ponto. São
usadas, normalmente, de 3 a 6 palavras-chave, que expressem as ideias centrais do
texto, podendo ser termos simples e compostos, ou expressões características.

4.6 Introdução

É a primeira seção numerada do artigo e por isso recebe o número 1. Ela deve criar
uma expectativa positiva e o interesse do leitor para a continuação da análise de todo o
artigo. A introdução apresenta o assunto, delimita o tema e analisa a problemática a
ser investigada, com as questões norteadoras e as hipóteses formuladas. Nela
devem constar também os objetivos da pesquisa, a justificativa da escolha do tema
e a metodologia utilizada deve ser alinhada à esquerda, com um destaque (caixa alta).

4.7 Desenvolvimento

É a parte principal do artigo, que contém a exposição detalhada do assunto abordado.


Divide-se em partes, denominadas seções e subseções. Nele são debatidas as ideias e
teorias que sustentam o assunto (fundamentação teórica), apresentados os
procedimentos metodológicos e análise dos resultados em pesquisas de campo, estudos
de casos e outros tipos de pesquisa.

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 33


Deve ter uma organização lógica, ser redigido numa linguagem correta e pode ser
enriquecido com gráficos, tabelas, figuras, etc. Não deve ser usada a palavra
“Desenvolvimento”, como título dessa parte, mas devem ser escolhidos títulos para
identificar suas partes ou divisões.

4.8 Considerações Finais

Segundo a ABNT, é a parte final do artigo, onde são apresentadas as conclusões


correspondentes aos objetivos e hipóteses. Nas considerações finais não devem ser
apresentadas ideias novas, nem deve ser feito um resumo do assunto abordado, mas
limitar-se a explicar as ideias que predominaram no texto, em função dos resultados
apresentados e das análises efetuadas. Os autores podem, também, nessa parte, fazer
algumas considerações sobre novos estudos e sugestões sobre decisões urgentes.

4.9 Referências

Elemento obrigatório, elaborado em ordem alfabética, a partir do último sobrenome


do autor e de acordo com a NBR 6023 da ABNT.

As referências citadas serão apenas aquelas utilizadas no decorrer do trabalho pelo


aluno.

4.10 Anexos

Também é um elemento opcional. Trata-se de material extraído pelos autores, de


outra fonte, e colocado ao final do artigo. A exemplo dos apêndices são também
identificados por letras maiúsculas consecutivas, travessão e pelos respectivos títulos
(em caixa alta).

1.3 FORMATAÇÃO

Fonte: Times New Roman ou Arial

Tamanho da fonte: 12, exceto para as citações diretas com mais de três linhas, nas quais
se utiliza fonte menor

Espaço entre linhas: 1,5


Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 34
Parágrafo: 1,25 cm

Margens: esquerda e superior: 3 cm; direita e inferior: 2 cm

Número de espaços entre título (ou subtítulo) e texto e entre texto e título (ou subtítulo):
2 espaços de 1,5.

5. NÚMERO DE PÁGINAS

Colocação do número de páginas: margem superior direita. Iniciar a contagem a partir


da folha de rosto, mas só começar a numerar a partir da Introdução. Utilizar números
arábicos. Quanto à quantidade de páginas de um artigo, a ABNT não faz determinações,
mas na FIEC, eles devem ter no mínimo 15 páginas.

6. NUMERAÇÃO DAS PARTES DO ARTIGO

Na numeração das partes do desenvolvimento do artigo (títulos e subtítulos de


seções), determina a ABNT a numeração progressiva, a ser feita de acordo com a NBR
6024. Segundo essa norma, devem ser utilizados algarismos arábicos na numeração
das partes do artigo. O texto pode ser dividido em partes, denominadas seções, as quais
podem ser: primárias, secundárias, terciárias, quaternárias, quinárias, etc, não se
devendo, porém, ir além das quinárias. O título das seções deve ser colocado após o
número indicativo da seção, alinhado à margem esquerda, separado por um espaço. O
texto que o seguirá deve ser digitado na linha seguinte. Entre o algarismo da seção e o
seu título deve ser colocado apenas um espaço. Recomenda a ABNT não usar ponto,
travessão, parênteses ou qualquer outro sinal. As seções primárias devem ser indicadas
por números inteiros a partir de 1 e escritas em caixa alta. Recomenda, ainda, a ABNT
na NBR 6024 de 01/12/2012 que o indicativo de uma seção secundária seja formado do
número da seção primária à qual pertence, seguido do número que lhe for atribuído na
sequência do assunto e separado por ponto, repetindo-se o mesmo processo em relação
às demais seções. As seções secundárias e subsequentes devem ser escritas com a
primeira letra maiúscula e as demais minúsculas.

Exemplo:
1 TÍTULO DO CAPÍTULO (em maiúsculo, negrito, fonte 12)
1.1 Subdivisão do capítulo (somente a primeira letra maiúscula, negrito, fonte 12)
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1.1.1 Nova subdivisão do capítulo (nova subdivisão do item)
1.1.2 Igual a anterior
1.2 Subdivisão do capítulo (somente a primeira letra maiúscula)
Os títulos sem indicativo numérico: listas; resumo; sumário; glossário, referências,
devem ser centralizados.

7. TÍTULOS SEM INDICATIVO NUMÉRICO

São os seguintes, os títulos que não devem ser numerados: resumo na língua do
texto, resumo em língua estrangeira (abstract), referências e anexo. Eles devem ser
centralizados na página e em caixa alta.

8. CITAÇÕES E NOTAS DE RODAPÉ

Referências das citações

Quando se faz qualquer tipo de citação, é imprescindível citar a fonte, especificando


o nome do autor, título da obra, edição, cidade, editora, volume (se houver) e o número
da página, no caso de citações diretas.

Há dois tipos de citação, a saber: “citação direta: transcrição textual de parte da obra
do autor consultado; citação indireta: texto baseado na obra do autor consultado”.

8.1 Citações diretas

Quanto às citações diretas, há duas situações:

Quando o texto transcrito atinge até três linhas:

A transcrição é feita no próprio texto, entre aspas duplas. Quando se indicar citações
no interior de uma citação, usam-se aspas simples. Após as aspas, devem trazer
também o sobrenome do autor, o ano da obra e a página onde se encontram.

Exemplo:
A complexidade que se impõe no mundo dos negócios exige das empresas uma
atenção cada vez maior, bem como uma flexibilidade diante das mudanças, neste

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 36


sentido “... o orçamento deverá apresentar flexibilidade na sua aplicação, permitindo
corrigir quaisquer desvios surgidos....” (ZDANOWICZ, 2001, p. 22)
Ou, Segundo Zdanowicz (2001, p. 22) A complexidade__________”.............”

5.4 Citações diretas com mais de três linhas:

Quando o texto transcrito abranger acima de três linhas Sua cópia deve ser em
parágrafo isolado e após o texto que introduz a citação. A NBR 10.520 recomenda que
este tipo de citação fique afastado da margem esquerda com recuo de 4 (quatro) cm,
grafado com letra menor que a utilizada no texto. Como essa norma não indica o
tamanho da letra, optamos pelos tamanhos 10 ou 11 da fonte. Nesse tipo de citação o
espaço entre linhas é o simples.

Exemplo:
A complexidade que se impõe no mundo dos negócios exige das empresas uma
atenção cada vez maior, bem como uma flexibilidade diante das mudanças, segundo
Zdanowicz (2001, p22),
....o orçamento deverá apresentar flexibilidade na sua aplicação,
permitindo corrigir quaisquer desvios surgidos, bem como utilizá-lo
adequadamente no processo de retroalimentação do sistema de
planejamento global da empresa. O orçamento constitui-se em
mecanismo de planejamento e controle financeiros....

Para omitir trechos que não interessam à transcrição, no início, no interior ou no


fim dela, usam-se reticências. Quando isso ocorre no meio da citação, as reticências vêm
entre parênteses.
Pode-se também colocar a referência no final do parágrafo. Neste caso, esta deve
vir toda em maiúsculo.

9.2 Citações indiretas (não literais ou paráfrases)

Quando deseja-se usar apenas a ideia ou o conceito desenvolvido por um autor,


ou seja, lê-se o texto e reelabora-se com as próprias palavras, mas mantendo as ideias

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 37


do autor. Pode-se fazer citações não literais ou citações conceituais. Para este tipo de
citação, não se utilizam as aspas.
Exemplos:
Atualmente o orçamento deve ser flexível para atender a qualquer necessidade
surgida do processo. (ZDANOWICZ, 2001)
Segundo Zdanowicz (2001) atualmente o orçamento deve ser flexível para
atender a qualquer necessidade surgida o processo.

7.3 Outros casos


Caso não se tenha o nome do autor, deve-se colocar o nome da entidade
responsável até o primeiro sinal de pontuação, seguido da data de publicação do
documento e da (s) página (s) da citação.
Exemplo:
“Comunidade tem que poder ser intercambiada...” (COMISSÃO DAS
COMUNIDADES EUROPÉIAS, 1992, p. 34)
E eles disseram “globalização”, e soubemos que era assim que chamavam a
ordem absurda em que dinheiro........ (A FLOR..., 1995, p. 4).
Na lista de referências: A FLOR Prometida. Folha de S. Paulo, São Paulo, p. 4, 2
abr. 1995.

Citação de citação
Esta citação ocorre quando o autor do trabalho transcreve, direta ou
indiretamente, um texto ao qual não se teve acesso ao original (citação de “segunda
mão”), ou seja, você está lendo um texto do Silva que faz uma citação do Monteiro. Neste
caso, o segundo citador deverá acrescentar, antes da indicação da fonte consultada, a
palavra latina apud que significa “citado por”.
Exemplo:
Segundo Monteiro (apud SILVA, 2001) a sociedade contemporânea......
“...o viés organicista da burocracia estatal e o antiliberalismo..... (VIANNA, 1986,
p. 172 apud SEGATO, 1995, p. 214-215).

9.4Sistemas para organizar citações

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 38


Existem duas formas para fazer a referências das citações: o sistema autor-data
e o sistema chamado nota de rodapé ou numérico.

Sistema autor-data

No caso de citação direta, logo após a citação colocam-se entre parênteses: último
sobrenome do autor em caixa alta, seguido de vírgula, o ano da publicação, a letra p
minúscula, seguida de ponto, e o número da página da qual se retirou a citação. Quando
há mais de um autor com mesmo sobrenome, é necessário repeti-los, informando as
iniciais dos prenomes, como em: SILVA, T.S.; SILVA, M. L., 1955, P.35

5.5 Sistema nota de rodapé ou numérico

No computador, logo após a citação, pressiona-se o cursor para ser inserido um


número exponencial. Basta clicar inserir, em seguida clicar no menu referências e, para
finalizar, clicar em notas de rodapé. Automaticamente o computador escreverá no local
onde está o cursor o número exponencial correspondente e aparecerá, no rodapé, após
uma pequena linha horizontal, o mesmo número exponencial. Digite ali as informações,
cuidando, como já se disse, para que elas estejam de acordo com as normas da ABNT
(NBR 6023 de agosto de 2002).

IMPORTANTE: A FIEC adota o modelo Autor Data para a elaboração do artigo.


Porém, as notas de rodapé podem ser utilizadas para:
• Apresentar tradução de uma citação que era essencial transcrever em língua
estrangeira ou o inverso: apontar a versão original de uma citação que, para maior
fluência do discurso, foi feita em tradução;
• Ampliar as informações feitas no texto, ou seja, fazer observações pertinentes,
comentários adicionais, explicações complementares que, apesar de úteis, não
foram incluídos no corpo do texto;
• Remeter o leitor a outras partes do trabalho, outras obras ou autores relacionados
com o tema apresentado.
• As notas devem aparecer em sequência numérica, números arábicos (1,2,3...),
que devem recomeçar a cada capítulo.

9.5 Outros aspectos importantes sobre as fontes de referências

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 39


• Quando se tratar de dados obtidos por informação verbal (palestras, debates,
comunicações), indicar, entre parênteses, a expressão informação verbal,
mencionando-se os dados disponíveis em nota de rodapé (NBR 10520).
Exemplo:
O novo medicamento estará disponível até o final deste semestre (informação
verbal) * No rodapé da página: Notícia fornecida por John A. Smith no Congresso
Internacional de Engenharia Genética, em Londres, em outubro de 2001.
• Não utilizar para referência, material retirado da Internet que não seja de
fonte confiável e que não contenha o nome do autor. A NBR 10520 não faz
nenhuma menção específica sobre como mencionar a fonte quando esta for
internet. Porém, deve-se seguir a mesma orientação dada acima.
• Material retirado da internet também segue a mesma orientação, ou seja, coloca-
se o nome do autor do texto e o seu ano, junto da citação que está sendo feita.

8. ILUSTRAÇÕES E TABELAS
As ilustrações e tabelas devem ser inseridas o mais próximo possível do trecho a
que se referem.
Segundo a NBR 14724, a ilustração pode ser caracterizada por desenhos,
esquemas, fluxogramas, fotografias, gráficos, mapas, organogramas, plantas, quadros,
retratos e outros, e sua identificação aparece na parte inferior, precedida da palavra
designativa, seguida de seu número de ordem de ocorrência no texto, em algarismos
arábicos, do respectivo título e/ou legenda explicativa de forma breve e clara,
dispensando consulta ao texto, e da fonte.

Exemplo: Figura 1: veículo de transporte coletivo.

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 40


Fonte: Silva (2010).

Regras para inserir tais elementos:


• Manter numeração independente e consecutiva;
• O título deve ser o mais completo possível dando indicações claras e precisas a
respeito do conteúdo;
• O título deve figurar acima do elemento, precedido da palavra que identifique o
tipo: ilustrações - figuras (desenhos, gravuras, fotografias, retratos, mapas,
organogramas, fluxogramas, esquemas, plantas), tabelas, gráficos, quadros,
abreviaturas e siglas, símbolos, fórmulas. Seu número de ordem no texto deve
aparecer em algarismos arábicos;
• A indicação da fonte, responsável pelo fornecimento de dados utilizados na
construção de uma tabela ou ilustração, deve ser sempre indicada no rodapé da
mesma, precedida da palavra Fonte.
• No caso de tabelas grandes e que não caibam em uma só folha, deve-se dar
continuidade a mesma na folha seguinte; nesse caso, o fio horizontal de
fechamento deve ser colocado apenas no final da tabela, ou seja, na folha
seguinte. Nesta folha, também se repete o título e o cabeçalho da tabela.

9. ACOMPANHAMENTO DAS ORIENTAÇÕES

Grupos/Datas ---/--- ---/--- ---/--- ---/--- ---/--- ---/--- ---/---


1
2
3
4
5
6
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Integrantes dos Grupos

Grupo 1

E-mail de contato:

Grupo 2

E-mail de contato:

Grupo 3

E-mail de contato:

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Grupo 4

E-mail de contato:

Grupo 5

E-mail de contato:

8.8 REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6022. Informação e


documentação- artigo em publicação periódica científica impressa: apresentação. Rio de
Janeiro, maio de 2003 ______. NBR 10520. Informação e documentação- citações em
documentos- apresentação. Rio de Janeiro, agosto de 2002.

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______. NBR 6023. Informação e documentação- Referências- Elaboração. Rio de
Janeiro: agosto de 2002.

______ NBR 6028. Informação e Documentação- Resumo- Apresentação. Rio de


Janeiro: novembro de 2003.

______. NBR 6024- Informação e documentação- Numeração progressiva das seções


de um documento- Apresentação. Rio de Janeiro: 2012.

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de pesquisa. 2.ed. São
Paulo, ATLAS, 1990, p. 210.

8.9 ANEXO 1- Termo de Autorização se divulgação do TCC

TERMO DE AUTORIZAÇÃO DE DIVULGAÇÃO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE


CURSO – TCC
Nós, alunos abaixo assinados, regularmente matriculados no Curso Técnico

______________________, na qualidade de titulares dos direitos morais e

patrimoniais de autores da Obra (Título do TCC) _________________________

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado na FIEC ____________________,

município de Indaiatuba em _________ (data da entrega do trabalho) autorizamos a

FIEC a reproduzir integral ou parcialmente o trabalho e /ou disponibilizá-lo em

ambientes virtuais.

Local e data

Nome RG Assinatura

Ciência do Professor Responsável

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Nome Assinatura Data

ANEXO 4 – Capa do TCC

FIEC – FUNDAÇÃO INDAIATUBANA DE EDUCAÇÃO E CULTURA


NOME DO CURSO

TÍTULO DO TCC

Nomes dos autores/alunos e ordem alfabética

INDAIATUBA
2022
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ANEXO 5 – Folha de rosto TCC

Nomes dos autores/alunos e ordem alfabética

TÍTULO DO TCC

Trabalho de Pesquisa apresentado à Fundação


Indaiatubana de Educação e Cultura – FIEC
para avaliação do componente curricular
Trabalho de Conclusão de Curso - TCC –, sob
orientação do professor XXXXXXXXXXXXXXX.

INDAIATUBA
2022

ANEXO 6 – Folha de Aprovação

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PLANEJAMENTO DOS CUSTOS LOGÍSTICOS

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9. CONCEITO

De acordo com IUDÍCIBUS (1987, p. 103):

Na linguagem comercial, custo significa quanto foi gasto


para adquirir certo bem, objeto, propriedade ou serviço. A noção
de custo, portanto, está ligada à consideração que se dá em troca
de um bem recebido. Na linguagem comum não ligada a compras,
vendas etc., a palavra custo pode estar associada a uma noção
de sacrifício

9.1 FINALIDADES DA CONTABILIDADE DE CUSTOS LOGÍSTICOS

Finalidade Contábil – Mensuração Monetária dos Estoques nas Empresas Industriais

Necessidade de conhecer o Custo dos Produtos Vendidos para apurar o Resultado


Contábil (Lucro ou Prejuízo)

Necessidade de avaliar monetariamente o Estoque para apurar o Custo dos Produtos


Vendidos

Finalidades Gerenciais

• Planejamento – Com base em dados monetários e não monetários coletados, a


contabilidade, após a acumulação, organização, análise e interpretação destes
dados, fornece informações a respeito do custo incorrido no processo de produção
de bens ou de prestação de serviços. As informações sobre a experiência
passada vão proporcionar o estabelecimento de padrões, orçamentos e outras
formas de previsão.
• Controle – Acompanhar o efetivamente acontecido em relação ao que foi
anteriormente estabelecido como desejável.
• Tomada de Decisões
• Fixação do Preço de Vendas
• Opção de Compra ou Fabricação
• Determinação da rentabilidade de cada linha de produtos

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 48


• Seleção do “mix” de produtos
• Alternativas e Opções de Investimento
• Aceitar ou não determinado pedido especial

ATIVIDADE: 1

Qual a definição de Estoque?

9.2 TERMINOLOGIA DE CUSTOS – DEFINIÇÕES BÁSICAS

Segundo Padoveze (2000, p.221-222):

• Gastos – São todas as ocorrências de pagamentos e recebimentos de ativos. Significa


receber os serviços e produtos para consumo para todo o processo operacional
• Investimentos – São gastos efetuados em ativo ou despesas e custos que serão
realizados em função de sua vida útil
• Desembolso – São os atos financeiros de pagar uma dívida. Execução financeira dos
gastos.
• Custos – Gastos necessários para fabricar os produtos da empresa, são gastos ligados
à área industrial da empresa
• Despesas – Gastos necessários para vender e enviar os produtos
• Perdas – Fatos ocorridos em situações excepcionais que fogem à normalidade das
operações da empresa. São eventos econômicos negativos ao patrimônio empresarial.

ATIVIDADE: 2

Classificar os itens em: Investimentos (I), Custos (C), Despesas (D) ou Perdas (P).

( ) Compra de Matéria Prima em uma metalúrgica


( ) Consumo de energia elétrica numa metalúrgica
( ) Mão de Obra
( ) Consumo de combustíveis em veículos
( ) Conta mensal de telefone
( ) Aquisição de equipamentos
( ) Depreciação de equipamento central numa empresa de telefonia
( ) Tempo ocioso (remunerado)
( ) Consumo de materiais diversos na administração
( ) Pessoal da Contabilidade (salário)
( ) Honorário da Administração
( ) Honorário do Diretor Técnico numa empresa de telefonia
( ) Depreciação do prédio da sede da empresa
( ) Deterioração do estoque de materiais por enchente
( ) Tempo do pessoal em greve prolongado (remunerado)
( ) Sucata no processo produtivo (desperdício no processo industrial)
( ) Lote de material danificado acidentalmente em uma operação industrial
( ) Gastos com desenvolvimento de novos produtos
( ) Gastos com treinamento e desenvolvimento de funcionários
( ) Orelhões depredados, em uma empresa de telefonia (
) Transferência da MP do almoxarifado para a Produção
( ) Gastos com refeição do pessoal da fábrica
( ) Compra a vista de um computador

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Fontes de Pesquisa: Livro: Contabilidade Gerencial – Autor: Sergio de Eudícibus – Editora: Atlas
Livro: Contabilidade Gerencial – Autor: Clóvis Luís Padoveze – Editora: Atlas

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9.3 CLASSIFICAÇÕES DE CUSTOS E DESPESAS

Custos de Produção

• Matérias-Primas ou Insumos – Materiais diretamente aplicados para a obtenção


de novo produto final. Verificar qual método será utilizado (UEPS, PEPS ou CM).
• Mão-de-Obra Direta – Utilizada para a transformação dos materiais diretos em
produtos. Representada pelos salários mais encargos sociais.
• Custos Indiretos de Fabricação ou Produção – Outros custos incorridos para a
obtenção do produto final, sem que possam ser diretamente relacionados e
quantificados.

ATIVIDADE: 1

Qual a definição de Custos?

Despesas

• Despesas Comerciais – Abrangem desde a promoção do produto até sua


colocação junto ao consumidor (MARION, 2009)
São gastos para manter uma estrutura comercial necessária para a obtenção das
receitas (Comissões de Vendedores, Salários de Vendedores, Publicidade e
Propaganda, Viagens e Estadas, Despesas com o Escritório Comercial, etc.).
• Despesas Administrativas – São aquelas necessárias para administrar (dirigir) a
empresa (MARION, 2009).
São gastos necessários para manter a estrutura administrativa que controla as
diversas atividades desenvolvidas pela empresa visando à obtenção de receitas
(Honorários de Diretoria, Salários do Pessoal Administrativo, Despesas com a
Administração, etc.).
• Despesas Financeiras – São as remunerações aos capitais de terceiros
(MARION, 2009).
São gastos necessários para a manutenção do capital de giro da empresa (Juros,
Comissões e Taxas Bancárias, etc.). Não integram o custo dos materiais.

ATIVIDADE: 2

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 51


Qual a definição de Despesas e como são classificadas?

Fontes de Pesquisa:
Livro: Contabilidade Básica – Autor: José Carlos Marion – Editora: Atlas
Livro: Contabilidade de Custos – Autor: Eliseu Martins – Editora: Atlas

9.4 CUSTOS EM RELAÇÃO À IDENTIFICAÇÃO COMO O PRODUTO

• Custos Diretos – São os custos que podem ser fisicamente identificados para um
segmento, são os custos envolvidos em sua manufatura (PADOVEZE, 2000)
• Custos Indiretos – São aqueles que não podem ser alocados de forma dieta ou objetiva
aos produtos. (PADOVEZE, 2000).
São aqueles que precisam de um critério de rateio para que possam ser apropriados aos
produtos.
• Observação: Em algumas situações, tecnicamente os custos até poderiam ser
apropriados diretamente, mas isto seria muito dispendioso e eles são tratados como se
indiretos fossem.

ATIVIDADE: 1

Como podem ser classificados os custos com relação a identificação com o produto?

9.5 CUSTOS E DESPESAS QUANTO AO COMPORTAMENTO EM RELAÇÃO ÀS


VARIAÇÕES DE VOLUME

Custos e Despesas Variáveis

• Diretamente proporcionais ao volume de produção (Quanto maior o volume de produção


maiores os custos e despesas e vice-versa).
• Permanecem constantes em termos unitários.
• São realizadas em função das vendas efetuadas (proporcionais).
• Influenciam diretamente as margens de ganho.

Valore
DV ou
s
CV

Quantidade
0

Custos e Despesas Fixas (ou Custos de Estrutura)

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 52


• Independem do nível de atividade. Permanecem constantes independentemente do
volume de produção
• São variáveis em termos unitários. Quanto maior o volume de produção menores os
custos e despesas fixas por unidade.
• Recuperáveis com as vendas.
• Devem ser adequadas às necessidades da empresa.

Valores

DF ou CF
R$ 3.000,00
Quantidade
0

Custo Total

• Custo Total – é a soma de todos os Custos Fixos e/ou Variáveis mais as Despesas Fixas
e/ou Variáveis.

Valore
s DF + CF + DV +
CV

R$ 3.000,00
Quantidade
0

9.6 SIGLAS E CONVENÇÕES QUE SERÃO UTILIZADAS NA DISCIPLINA

CT = Custo Total

ct = Custo Total Unitário ct = CT / Q

CF = Custo Fixo Total


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cf = Custo Fixo Unitário cf = CF / Q

CV = Custo Total Variável

cv = Custo Variável Unitário cv = CV / Q

Q = Quantidade Produzida/Vendida ou Nível de Atividade em unidades de medida do


produto/serviço produzido

DF = Despesa Fixa Total

df = Despesa Fixa Unitária df = DF / Q

DV = Despesa Variável Total

dv = Despesa Variável Unitária dv = DV / Q

DT = Despesa Total

dt = Despesa Unitária Total dt = DT / Q

ATIVIDADE: 2

Como são classificados os custos com relação a variação dos produtos?

Fontes de Pesquisa:
Livro: Contabilidade Gerencial – Autor: Clóvis Luís Padoveze – Editora: Atlas

9.7 CUSTOS COM INSUMOS

São custos variáveis subdivididos em:

• Matéria-Prima Direta;
• Materiais Auxiliares;
• Materiais de Embalagem.

Critérios de Avaliação de Estoque de Matéria Prima

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 54


Para determinar o custo de produtos estocados e destinados a produção é preciso
considerar o valor pago na aquisição de tais mercadorias, deduzido o ICMS e acrescido
das despesas relativas ao frete e seguro pagos pelo comprador.

Valor Total da NF

• ( - ) IPI a ser recuperado destacado na NF


• ( - ) ICMS a ser recuperado, incluso no preço e destacado na NF
• ( - ) PIS a ser recuperado, incluso no preço
• ( - ) COFINS a ser recuperado, incluso no preço
• ( +) Valor do frete (conhecimento de transportes)
• ( +) Outras Gastos relacionados com as Compras
• ( =) Valor a ser lançado no controle de estoque

ATIVIDADE: 1

O que são insumos?

Fontes de Pesquisa:
Livro: Contabilidade de Custos – Autor: Eliseu Martins – Editora: Atlas

Tendo em vista que a empresa poderá adquirir um mesmo tipo de produto em datas
diferentes, pagando por ele preços variados, o custo dessas mercadorias estocadas
poderá ser determinado por meio dos seguintes critérios: Preço Específico, PEPS, UEPS
e Custo Médio.

Exemplo

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 55


Com base nas informações de compra e venda, apurar o custo dos estoques, dos
produtos vendidos e do resultado com o produto SUPIM, utilizando os critérios PEPS,
UEPS e Custo Médio:

• Em 04/12/2000: aquisição a vista de 100 unidades por R$ 1.000,00 com ICMS de


17% , frete de R$ 100,00 e seguro de R$ 70,00, conforme NF nº 6024.
• Em 05/12/2000: aquisição de 200 unidades por R$ 1.800,00 com ICMS de 17%,
frete de R$ 250,00 e seguro de R$ 56,00.
• Em 06/12/2000 utilização de 250 unidades R$ 3.500,00.

ATIVIDADE: 1

Quais são os métodos de avaliação de estoque?

Preço Específico

Consiste em atribuir a cada unidade do estoque o preço efetivamente pago por ela. Esse
critério só pode ser utilizado para produtos de fácil identificação física, como por exemplo:
automóveis e máquinas de grande porte.

Fontes de Pesquisa:
Livro: Contabilidade de Custos – Autor: Eliseu Martins – Editora: Atlas

Primeiro que Entra, Primeiro que Sai – PEPS

Neste critério o material é custeado pelos preços mais antigos, permanecendo os mais
recentes em estoque. Há uma tendência de o produto ficar avaliado por custo menor do
que quando do custo médio, tendo-se em vista a situação de preços crescentes
(MARTINS, 1988).

Fontes de Pesquisa:
Livro: Contabilidade de Custos – Autor: Eliseu Martins – Editora: Atlas

Último que Entra, Primeiro que Sai – UEPS

O método de último a entrar primeiro a sair, provoca efeito contrário ao PEPS (MARTINS, 1988)

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 56


Fontes de Pesquisa:
Livro: Contabilidade de Custos – Autor: Eliseu Martins – Editora: Atlas

Custo Médio

Os produtos serão avaliados pela média dos custos de aquisição, sendo estes atualizados a
cada compra efetuada (MARTINS, 1988)

ATIVIDADE:

Apurar o custo dos estoques, dos produtos vendidos e do resultado com o produto utilizando
os métodos PEPS, UEPS E CM, considerando:

• Estoque inicial em 01.09.96: 300 unidades a R$ 3,00 cada.

• Compras efetuadas:
• em 01.09.96: 200 unidades a R$ 2,50 cada;
• em 08.09.96: 350 unidades a R$ 2,80 cada;
• em 17.09.96: 600 unidades a R$ 2,60 cada;
• em 26.09.96: 500 unidades a R$ 2,70 cada.

• Vendas efetuadas:
• em 02.09.96: 400 unidades;
• em 10.09.96: 300 unidades;
• em 20.09.96: 650 unidades;
• em 30.09.96: 450 unidades.

Fontes de Pesquisa:
Livro: Contabilidade de Custos – Autor: Eliseu Martins – Editora: Atlas
Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 57
9.8 CUSTOS COM PESSOAL

• Abrangem todos os gastos despendidos com o pessoal, inclusive os encargos


sociais incidentes sobre a remuneração;
• Mão de Obra Direta – É aquela relativa ao pessoal que trabalha diretamente sobre
o produto em elaboração, desde que seja possível a mensuração do tempo
despendido e a identificação de quem executou o trabalho, sem a necessidade de
qualquer forma de rateio.
• Mão de Obra Indireta – É aquela relativa ao pessoal que não trabalha diretamente
sobre o produto e que utiliza algum critério de rateio para ser apropriada aos
produtos.
• Mão de Obra Direta x Gastos com Folha de Pagamento – MOD corresponde ao
tempo efetivamente utilizado no processo de produção enquanto o gasto com
folha de pagamento corresponde ao total da remuneração dos empregados em
determinado período.
• Mão de Obra Direta – Custo Variável
• Gasto com Folha de Pagamento – Pode até ser fixo
• Tempo Ocioso ou usado em outras funções – Custo Indireto de Fabricação
• Parcelas Integrantes do Custo de Mão de Obra Direta
• Remuneração Propriamente Dita
• Repousos Semanais Remunerados
• Férias, inclusive adicional 1/3
• 13º Salário
• Feriados
• Faltas Abonadas
• INSS
• FGTS
• Outros Direitos assegurados aos empregados

Contribuições Sociais (exemplo)

Previdência Social 20,0 %


FGTS 8,0 %
Seguro Acidente Trabalho 3,5 %
Salário-Educação 2,5 %
Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 58
SESI 1,5 %
SENAI 1,0 %
SEBRAE 0,8 %
TOTAL ( = ) 37,3 %

(Exemplo 1) Cálculo do Custo de Mão de Obra Direta – Valor Salário Mensal

Horas diárias trabalhadas 8


Horas semanais trabalhadas 44
Horas mensais trabalhadas 220

Número Total de dias por ano 365 dias


(-) Sábados e Domingos (48) dias
(-) Férias (30) dias
(-) Feriados (12) dias
(-) Média de Faltas Abonadas (01) dia
(=) Número Máximo Dias à Disposição 274 dias
(x) Jornada Diária em Horas 8 horas
(=) Número Máximo Horas à Disposição 2.192 horas

Salário Mensal R$ 800,80

Salários (R$ 800,80 x 12) R$ 9.609,60


13º Salário R$ 800,80
Férias R$ 800,80
Adicional 1/3 Férias R$ 266,93
Contribuições Sociais s/Remuneração (37,3%) R$ 4.281,34

TOTAL R$ 15.759,47

Custo-Hora (R$ 15.759,47 / 2.192) = R$ 7,19

(Exemplo 2) Cálculo do Custo de Mão de Obra Direta – Valor Salário Hora

Média horas diárias efetivamente trabalhadas por dia (220/30) 7,3333333


Horas semanais trabalhadas 44
Horas mensais trabalhadas 220

Número Total de dias por ano 365 dias


(-) Sábados e Domingos (48) dias
(-) Férias (30) dias
(-) Feriados (12) dias
(-) Média de Faltas Abonadas (01) dia
(=) Número Máximo Dias à Disposição 274 dias
(x) Jornada Diária em Horas 7,3333333 horas
(=) Número Máximo Horas à Disposição 2.009 horas

Salário hora R$ 3,64

Salários (335 x 7,33333 x R$ 3,64) R$ 8.942,27


Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 59
13º Salário (30 x 7,333333 x 3,64) R$ 800,80
Férias (30 x 7,3333333 x 3,64) R$ 800,80
Adicional 1/3 Férias R$ 266,93
Remuneração Anual R$ 10.810,80
Contribuições Sociais s/Remuneração (37,3%) R$ 4.032,43
R$
TOTAL R$ 14.843,23

Custo-Hora (R$ 14.843,23 / 2.009) = R$ 7,39

Fontes de Pesquisa:
Livro: Contabilidade de Custos – Autor: Eliseu Martins – Editora: Atlas

ATIVIDADE : Conhecendo o salário/hora do funcionário, os encargos que incidem


sobre ele e os dias não trabalhados, determine, o custo da hora
de MDO e sua fração em minutos.

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 60


9.9 CUSTOS INDIRETOS DE FABRICAÇÃO

São os gastos industriais que não podem ser alocados de forma direta ou objetiva aos
produtos ou a outro segmento ou atividade operacional, e caso sejam atribuídos aos
produtos deverá ser utilizado um critério de rateio (PADOVEZE, 2000)

Alocação dos Custos Indiretos de Fabricação aos Produtos

• Maior dificuldade da Contabilidade de Custos;


• Necessidade de critério de rateio;
• Subjetividade e Arbitrariedade envolvidas na escolha do critério de rateio;
• Custo de cada produto vai variar em função do critério de rateio adotado.

Forma Simplificada – Escolha de um único critério para rateio dos Custos Indiretos de
Fabricação aos produtos.
Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 61
Exemplo: Empresa que fabrica dois únicos produtos: Camisas Masculinas de Manga
Longa e de Manga Curta e que apresentou CIF total de R$ 160.000,00 em determinado
mês.

MANGA MANGA TOTAL


LONGA CURTA

CONSUMO TECIDO 32.000 M2 8.000 M2 40.000 M2


NO MÊS

HORAS DE MOD NO 1.120 480 HORAS 1.600 HORAS


MÊS HORAS

PRODUÇÃO NO MÊS 36.000 12.000 48.000


UNIDADES UNIDADES UNIDADES

1º Critério de Rateio: Produção de Camisas no Mês

CIF por Camisa = R$ 160.000/ 48.000 unidades = R$ 3,33 (tanto para Manga Longa
como para Manga Curta)

2º Critério de Rateio: Consumo de Tecido no mês

Consumo Tecido no Mês: 40.000 m2


Participação Camisa Manga Longa neste consumo = (32.000 / 40.000) x 100 = 80%
CIF Manga Longa = R$ 160.000,00 x 80% = R$ 128.000,00
Participação Camisa Manga Curta neste consumo = (8.000 / 40.000) x 100 = 20%
CIF Manga Curta = R$ 160.000,00 x 20% = R$ 32.000,00
Camisa Manga Longa:
CIF unitário = (R$ 128.000,00 / 36.000) = R$ 3,56 por camisa
Camisa Manga Curta
CIF unitário = (32.000,00 / 12.000) = R$ 2,67 por camisa

3º Critério: Horas de MOD no mês

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 62


Horas MOD no Mês: 1.600 horas
Participação Camisa Manga Longa neste total de horas = (1.120 / 1.600) x 100 = 70%
CIF Manga Longa = R$ 160.000,00 x 70% = R$ 112.000,00
Participação Camisa Manga Curta neste total de horas = (480 / 1.600) x 100 = 30%
CIF Manga Curta = R$ 160.000,00 x 30% = R$ 48.000,00

Camisa Manga Longa:

CIF unitário = (R$ 112.000,00 / 36.000) = R$ 3,11 por camisa

Camisa Manga Curta

CIF unitário = (48.000,00 / 12.000) = R$ 4,00 por camisa

QUADRO-RESUMO

CRITÉRIO CIF MANGA LONGA CIF MANGA


CURTA

PRODUÇÃO TOTAL 3,33 3,33

CONSUMO DE 3,56 2,67


TECIDO

HORAS DE MOD 3,11 4,00

Fontes de Pesquisa:
Livro: Contabilidade Gerencial – Autor: Clóvis Luís Padoveze – Editora: Atlas

ATIVIDADE: 1 – Em uma indústria, o custo indireto é composto por:


Aluguel da fábrica $ 3.000,00
Material indireto $ 2.000,00
Mão de obra indireta $ 5.000,00
Seguros da fábrica $ 1.000,00
Energia elétrica da fábrica $ 2.500,00
Depreciação máquinas $ 6.500,00

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 63


OUTROS DADOS:

PRODUTOS QUANTIDADE MATÉRIA MÃO DE


PRODUZIDA PRIMA OBRA
DIRETA

A 20.000 $ 3.000 $ 3.000

B 10.000 $ 1.000 $ 3.000

TOTAL 30.000 $ 4.000 $ 6.000

Qual o valor dos custos indiretos de fabricação – CIF são rateados aos produtos A e B, usando-
se como base o custo primário (MP + MOD). Marque a alternativa CORRETA.

a. ( ) $ 10.500 e $ 9.500
b. ( ) $ 12.000 e $ 8.000
c. ( ) $ 13.333 e $ 6.667
d. ( ) $ 15.000 e $ 5.000

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 64


2 – A Cia Produtora de Botões Borbotões Ltda. produz de dois tipos de botões, o Produto 4F –
botões de 4 furos e o Produto 2F – botões de 2 furos.

Em determinado período, seus custos diretos de cada tipo de produto foram os seguintes:

PRODUTO PRODUTO TOTAL


4F 2F

MATÉRIA $ 5.000 $ 7.000 $


PRIMA 12.000

MÃO DE $ 12.000 $ 8.000 $


OBRA 20.000
DIRETA

Sabendo-se que os custos indiretos de fabricação do período correspondem a R$ 45.000,00,


pede-se preencher o mapa de rateio abaixo indicando o custo indireto de fabricação de cada
produto, bem como o custo de produção por produto. Utilizar MP como critério de rateio do CIF.

PRODUTO 4F PRODUTO 2F
– BOTÕES – BOTÕES TOTAL
DE 4 FUROS DE 2 FUROS

MATÉRIA PRIMA R$ 5.000,00 R$ 7.000,00 R$ 12.000,00

MÃO DE OBRA R$ 12.000,00 R$ 8.000,00 R$ 20.000,00


DIRETA

CUSTO INDIRETO
DE FABRICAÇÃO

CUSTO DE
PRODUÇÃO DO
PERÍODO

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 65


3. Uma empresa produziu, no mesmo período, 200 unidades de um produto β, 300 unidades de
um produto Ω e 400 unidades de um produto π. Considerando R$ 176,24 de custos indiretos e
que os custos diretos unitários de matérias-primas foram, respectivamente, R$ 1,80, R$ 0,95 e
R$ 0,70 e os custos unitários de mão-de-obra direta, R$ 0,65, R$ 0,40 e R$ 0,35, o custo indireto
unitário de cada produto, proporcional ao custo direto total de cada produto, será
respectivamente: (demonstre seus cálculos).

a. ( ) R$ 67,65, R$ 59,28 e R$ 54,28


b. ( ) R$ 65,67, R$ 59,26 e R$ 51,31
c. ( ) R$ 54,28, R$ 65,67 e R$ 56,29
d. ( ) R$ 65,67, R$ 54,28 e R$ 56,29

4. Os gastos apurados em um determinado período da Empresa πano foram:

Comissões de Vendedores 70.000


Salários de fábrica 120.000
Matéria-prima consumida 350.000
Salários da Administração 80.000
Depreciação na fábrica 70.000
Seguros da fábrica 20.000
Honorários da diretoria 50.000
Energia elétrica – fábrica 85.000
Manutenção – fábrica 90.000
Despesas de Entrega 55.000
Material de consumo – escritório 15.000
Total dos gastos 1.005.000
• Faça a apropriação dos Custos Indiretos de Fabricação (CIF), tendo como base de
rateio o consumo de Matéria Prima de cada produto
• Apresente o Custo Total de cada produto (MD + MOD + CIF)
Obs. Nem todos os gastos acima são Custo Indireto de Fabricação.

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 66


5. A empresa RUBI S/A produz dois produtos diferentes: Produto PPP e Produto HHH.
O volume de produção dos produtos são: 12.000 unidades do PPP e 4.000 unidades do HHH.
Os Custos Diretos de Produção por produtos:

Os Custos Indiretos de Fabricação ( Custos Indiretos de Produção) totalizam $ 500.000,00.

• Calcular o Custo Total e Individual de cada um dos dois produtos


utilizando-se a MDO como base de rateio; a MP como rateio; e o Custo
Total Direto como rateio.

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 67


Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 68
9.10 ALOCAÇÃO SETORIAL DE CUSTOS

Departamentalização – Devido à grande preponderância de Custos Indiretos ligados a


equipamentos (depreciação, manutenção, energia) decide-se então fazer a distribuição
aos diversos produtos com base no tempo de horas-máquina que cada um leva para ser
feito (MARTINS, 1988, p.69)

Departamento - Unidade operacional representada por um conjunto de homens e/ou


máquinas de características semelhantes, desenvolvendo atividades homogêneas
dentre de uma mesma área (MARTINS, 1988)

Vantagens da Departamentalização

• Permitir um maior controle do custo incorrido em cada uma das etapas do


processo produtivo;
• Auxilia na avaliação de desempenho e da eficiência de cada departamento;
• Permite identificar desperdícios e usos indevidos de recursos em cada uma das
fases da produção;
• Racionalizar a distribuição dos custos indiretos e a sua alocação aos produtos.

Exemplo: Empresa que fabrica dois únicos produtos: Camisas Masculinas de Manga
Longa e de Manga Curta e que apresentou CIF total de R$ 160.000,00 em determinado
mês.

Departamentos em que a empresa está dividida:

a) Departamentos Produtivos:

Corte;
Costura;
Acabamento.

b) Departamentos Auxiliares da Produção:

Manutenção;
Almoxarifado.

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 69


Itens que constituem os CIF:

Aluguel R$ 20.000,00
Energia Elétrica R$ 30.000,00
Materiais Indiretos R$ 10.000,00
Mão-de-Obra Indireta R$ 70.000,00
Depreciação Máquinas R$ 30.000,00
TOTAL R$ 160.000,00

Critérios para Rateio dos CIF (Bases de Distribuição Primária):

• Aluguel – Área Física ocupada pelos departamentos (m2);


• Energia Elétrica: Base na Potência Instalada em cada Departamento (HP);
• Depreciação Máquinas: Valor das Máquinas instaladas / Departamento (R$);
• Materiais Indiretos: Base no valor dos materiais requisitados pelos
Departamentos (R$);
• Mão-de-Obra Indireta: Base no Departamento onde o empregado está lotado.

Critérios para Rateio dos Custos dos Departamentos Auxiliares da Produção (Bases de
Distribuição Secundária):

• Manutenção: Número de Ordens de Manutenção;


• Almoxarifado: Número de Requisições.

Dados para distribuição primária dos CIF

Dados Manutenção Almoxarifado Corte Costura Acabamento Total


Área Física (m²) 50 250 1.000 500 200 2.000
Potência Instalada 10 5 50 30 5 100
(HP)
Valor Máquina ($) 80.000 20.000 1.000.000 1.700.000 200.000 3.000.000
Materiais 1.000 - 3.000 5.000 1.000 10.000
Requisitados ($)
Salários ($) 15.000 5.000 22.022 8.082 19.896 70.000

Dados para distribuição secundária dos CIF

Dados Manutenção Almoxarifado Corte Costura Acabamento Total


Nº Ordens Manut. - - 7 2 1 10
N º requisiçãoes 10 - 620 200 170 1.000

Distribuição dos CIF aos Departamentos de Produção

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 70


Ítem Almoxarifado Manutenção Corte Costura Acabamento Total
Aluguel 2.500 500 10.000 5.000 2.000 20.000
Energia 1.500 3.000 15.000 9.000 1.500 30.000
Materiais 0 1.000 3.000 5.000 1.000 10.000
M.D.O. Ind. 5.000 15.000 22.022 8.082 19.896 70.000
Depreciação 200 800 10.000 17.000 2.000 30.000
SUBTOTAL 9.200 20.300 60.022 44.082 26.396 160.000
Distrib. Almoxarifado 92 5.704 1.840 1.564 9.200
SUBTOTAL 20.392 65.726 45.922 27.960 160.000
Distrib. Manutenção 14.274 4.078 2.040 20.392
SUBTOTAL 80.000 50.000 30.000 160.000

Apropriação dos CIF aos produtos


• Utilizar como critério a quantidade de horas de MDO trabalhadas
Corte Costura Acabamento Total
a) CIF do Mês R$ 80.000,00 R$ 50.000,00 R$ 30.000,00 R$ 160.000,00
b) Horas MOD 200 200 1.200 1.600
c) CIF p/hora MOD R$ 400,00 R$ 250,00 R$ 25,00
(c= a/b)
Horas MOD Manga Curta 80 80 320 480
Horas MOD Manga Longa 120 120 880 1.120

Dados para cálculo do Custo unitário

Ítem Camisa Manga Curta Camisa Manga Longa


Matéria Prima 1,1 metro por unidade 1,3 metro por unidade
Custo da Matéria Prima R$ 0,60 o metro R$ 0,60 o metro
Custo da Mão de Obra R$ 22,10 por hora R$ 22,10 por hora
Unidades Produzidas 3.800 peças 5.500 peças

Ítem Camisa Manga Curta Camisa Manga Longa Total


Matéria Prima R$ 2.508,00 R$ 4.290,00 R$ 6.798,00
Mão de Obra Direta R$ 10.608,00 R$ 24.752,00 R$ 35.360,00
CIF Corte R$ 32.000,00 R$ 48.000,00 R$ 80.000,00
CIF Costura R$ 20.000,00 R$ 30.000,00 R$ 50.000,00
CIF Acabamento R$ 8.000,00 R$ 22.000,00 R$ 30.000,00
CUSTO TOTAL R$ 73.116,00 R$ 129.042,00 R$ 202.158,00
CUSTO UNITÁRIO TOTAL R$ 19,24 R$ 23,46

Fontes de Pesquisa:
Livro: Contabilidade de Custos – Autor: Eliseu Martins – Editora: Atlas

ATIVIDADE:

Uma empresa metalúrgica chamada Corre e Puxa produz puxadores e rodízios. O


ambiente de produção é formado por seis departamentos: Estamparia, Furação,
Montagem, Almoxarifado, Manutenção e Administração Geral da Produção.
Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 71
A produção de puxadores é totalmente realizada apenas nos departamentos de
Estamparia e de Furação; os rodízios passam pelos três departamentos de produção.

Em determinado período, foram produzidos 15.000 puxadores e 5.000 rodízios, sendo


seus custos diretos:

Custos Diretos Puxadores Rodízios


Materia ( MP ) $ 21.658,00 $ 12.955,00
Mão de Obra $ 15.076,00 $ 10.581,00

Os Custos Indiretos de Fabricação (CIF) do período estão apresentados no quadro que se encontra
ao final (Mapa de Apropriação de Custos).

As bases de rateio são as seguintes:


• O custo de Aluguel é atribuído inicialmente apenas à Administração Geral da Produção.
• Os custos da Administração Geral da Produção são distribuídos aos demais departamentos à base
do número de funcionários:

Departamento Número de funcionários


Estamparia 70
Montagem 30
Furação 60
Almoxarifado 20
Manutenção 20
Total 200

• A Manutenção presta serviços somente aos departamentos de produção, e o rateio é feito à base
do tempo de uso de máquinas:

Departamentos de Produção Quantidade de horas máquinas


Estamparia 9.600
Montagem 6.000
Furação 8.400
Total 24.000

• O Almoxarifado distribui seus custos à base do número de requisições:

Departamentos de Produção Número de requisições


Estamparia 1.200
Montagem 600
Furação 600
Total 2.400

• A distribuição dos custos dos departamentos de produção aos produtos é feita na


mesma proporção que o custo direto total (CDT).

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 72


• Os volumes de produção, em unidades, foram:
Puxadores 15.000
Rodízios 5.000
Pede-se para completar o mapa de apropriação de custos e calcular:
a) o custo total de cada departamento de produção;
b) o custo total de cada produto;
c) o custo unitário de cada produto.
Custos Estamparia Furação Montagem Almoxarifado Manutenção Adm. Total
Indiretos Geral da
Produção
Material 320,00 114,00 90,00 180,00 224,00 672,00 1.600,00
Indireto

Energia 4.800,00 864,00 2.680,00 480,00 480,00 296,00 9.600,00


Elétrica
MDO Indireta 1.064,00 1.344,00 780,00 280,00 340,00 1.792,00 5.600,00

Aluguel - - - - - 6.400,00 6.400,00

Total 6.184,00 2.322,00 3.550,00 940,00 1.044,00 9.160,00 23.200,00

Rateio Adm. -
Geral
Soma -

Rateio da - - -
Manutenção
Soma - -

Rateio - - -
Almoxarifado
Total - - -

Puxadores Rodizios Total

MP

MdO Direta

Custo Direto Total CDT

CIF Estamparia

CIF Furação

CIF Montagem

Total

Quantidade Produzida

Custo Unitário Total

9.10.1 FIXAÇÃO DO PREÇO DE VENDAS

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 73


Para administrar preços de venda, sem dúvida é necessário conhecer o custo do produto;
porém essa informação, por si só, embora seja necessária, não é suficiente. Além do
custo, é preciso saber o grau de elasticidade da demanda, os preços de produtos dos
concorrentes, os preços de produtos substitutos, a estratégia
de marketing da empresa etc.; (MARTINS, 1988)
.
o Fórmula ultrapassada Preço = Custo + Despesa + Lucro
o Ambiente altamente competitivo – Planejamento de “fora” para “dentro”
o Preço em função do:
o Mercado
o Concorrência
o Qualidade do Produto
o Poder Aquisitivo
o Objetivos da Empresa (por exemplo, penetração no mercado), etc.

o Nova “Fórmula” Lucro = Preço Mercado – Custos – Despesas


o Embora se reconheça que o preço seja muito influenciado pelo mercado, é
fundamental que a empresa conheça detalhadamente os seus custos

9.10.1 Formação do preço de vendas

o Ponto de Partida - (Custos totais + Despesas Fixas)


o Despesas Fixas - Normalmente são fixadas em termos de percentual sobre o
custo total
o “MARK-UP” - Consiste numa margem fixa que é adicionada ao custo base para
determinação do preço de venda. Esta margem fixa, representada por um índice,
tem por objetivo cobrir:
o Impostos incidentes sobre as vendas;
o Despesas Variáveis de vendas;
o IR e CSLL;
o Lucro.

ATIVIDADE: 1

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 74


Quais os componentes da formação do preço final do produto?

Fontes de Pesquisa:
Livro: Contabilidade de Custos – Autor: Eliseu Martins – Editora: Atlas

11) O QUE É MARK UP?

Segundo Padoveze (2000, p.312), o conceito de mark-up parte do pressuposto de


que a base para diferenciação de preços de venda dos diversos produtos produzidos
pela empresa é o custo por absorção.

O MARK UP pode ser DIVISOR ou MULTIPLICADOR e é um índice utilizado para


se obter o preço de venda (PV) do produto antes ou depois da incidência de Imposto
de Renda e CSLL.

9.12 CALCULANDO O MARK UP E O PREÇO DE VENDA (PV) ANTES DO IR E


CSLL

No caso de se ter um produto cujo Custo de Produção tenha sido R$ 100,00, o ICMS
sobre o preço de venda seja de 18%, o PIS e COFINS 4,65%, a comissão do vendedor
2,5%, as despesas administrativas 6 % e o lucro desejado antes do IRPJ e do CSLL de
20%, qual seria o Preço de Venda, qual o MARK UP divisor e multiplicador.

ICMS 18,00%
PIS e COFINS 4,65%
Comissão de vendas 2,50%
Despesas Administrativas 6,00%
Lucro desejado 20,00%
Total 51,15%

MARK UP divisor = ( 100,00% - 51,15% ) / 100 = 0,4885

Utilizando o MARK UP divisor sobre o Custo de Produção teríamos como Preço de


Venda: R$ 100,00 / 0,4885 = R$ 204,71

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 75


MARK UP multiplicador = 1 / MARK UP divisor = 2,0471

Utilizando o MARK UP multiplicador sobre o Custo de Produção teríamos como Preço


de Venda: R$ 100,00 x 2,0471 = R$ 204,71

Demonstração do Resultado:
Preço de Venda (PV) R$ 204,71
Custo de Produção (CTu) R$ 100,00 (-)
ICMS na venda (18,00% x PV) R$ 36,85 (-)
Pis e Cofins ( 4,65% x PV) R$ 9,52 (-)
Comissões (2,50% x PV) R$ 5,12 (-)
Desp. Admin. (6,00 x PV) R$ 12,28 (-)
= Lucro ( 20,00% x PV) =R$ 40,94 (20,00 % x PV)
Fontes de Pesquisa:
Livro: Contabilidade Gerencial – Autor: Clóvis Luís Padoveze – Editora: Atlas

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 76


9.13 CALCULANDO O MARK UP E O PREÇO DE VENDA (PV) INCLUINDO O IR E
CSLL

1a Etapa: Fixação “Mark-up”

Considerar:

o Custo Total Unitário = R$ 480,00 + despesas fixas unitárias de R$ 20,00


o Lucro Desejado = 15% do preço de venda

o Despesas Variáveis
o ICMS:17%
o PIS: 1,65%
o COFINS: 7,6%
o Comissões: 3,25%
o Fretes 0,5%
o TOTAL: 30 % sobre o preço de venda

o IRPJ – Alíquota de 25% sobre o LAIR


o CSLL – Alíquota de 9% sobre o LAIR

IRPJ = 0,25 x LAIR


CSLL = 0,09 x LAIR

LL = 0,15 x pv

LL = LAIR – IR – CSLL
0,15 pv = LAIR – 0,25LAIR – 0,09LAIR
0,15 pv = 0,66 LAIR
0,66 LAIR = 0,15 pv
LAIR = 0,15/0,66 pv
LAIR = 0,2273 pv
“Mark-up” = 1 - ( LAIR + dv )
“Mark-up” = 1 - (0,2273 + 0,30)
“Mark-up” = 1 - 0,5273

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 77


“Mark-up” = 0,4727 (divisor) ou
1 / 0,4727 = 2,1155 (multiplicador)

Utilizando o MARK UP divisor sobre o Custo de Produção teríamos como Preço de


Venda: R$ 500,00 / 0,4727 = R$ 1.057,75

Utilizando o MARK UP multiplicador sobre o Custo de Produção teríamos como Preço


de Venda: R$ 500,00 x 2,1155 = R$ 1.057,75
Demonstrativo

Preço de Venda (pv) R$ 1.057,75


dv ( 30% x 1.057,75 ) R$ 317,33 (-)
Custo de Produção R$ 500,00 (-)
LAIR =R$ 240,42 (0,2273 x pv)
(-) IR (25% x 240,42) R$ 60,11 (-)
(-) CSLL (9 % x 240,42) R$ 21,64 (-)
LL R$ 158,67  15% do preço de venda

Exercícios – Formação do Preço de Venda

1. Um determinado produto tem seu custo de produção em R$ 500,00 antes de


calculada a comissão de venda. Para que os 30% da comissão do representante
esteja incluída no preço, como calcular o preço de venda (PV)?

2. Uma loja de materiais hidráulicos calcula os custos totais de cada um dos seus
artigos, e deseja que a margem sobre as vendas seja de 20%. Escolhendo
aleatoriamente um determinado artigo cujo custo total é de R$ 28,00. Calcule seu
preço de venda (PV).

3. Certa empresa de processamento de dados desenvolveu um software para


controle de estoques de loja de departamento. Algumas empresas estão
interessadas, e chegou a hora de fixar o preço de venda (PV). Os dados são os

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 78


seguintes: custo total calculado em R$ 8.000,00; para vender o programa será
necessário utilizar a intermediação de uma outra empresa, que cobrará 20,00%
de comissão; o produto esta sujeito à tributação municipal do ISS, cuja alíquota é
de 4,00%; a empresa deseja um lucro de pelo menos 20,00% sobre as vendas.
Qual será o preço de venda mínimo que a empresa deverá adotar?

4. Calcule o preço de venda (PV) de um produto cujo custo total seja de R$ 600,00
com uma margem de lucro de 13,00%.

5. Determine o preço de venda (PV) de um produto, que para sua fabricação foi
necessário obter um custo total unitário de R$ 700,00. Os valores que variam com
o preço de venda são: ICMS 17,00%, Comissões 7,00% e margem de lucro de
30,00%.

6. Exemplo de uma empresa imaginária:

Faturamento médio mensal R$ 100.000,00


Despesas Fixas médias mensais R$ 20.000,00
Custo Unitário Produto sem ICMS R$ 20,00

ICMS 17,00 %
Simples EPP 5,40 %
Comissão 4,00 %
Propaganda 2,50 %
Frete despesa 1,65 %
Perdas Estimadas 1,50 %
Financeiras 5,00 %
Margem Desejada 5,00 %

10.14 Sistemas de Custeio – Métodos de Apropriação de Custos

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 79


Custeamento do produto é o processo de identificar o custo unitário de um produto ou
serviço ou de todos os produtos e serviços de uma empresa, partindo do total dos
custos diretos e indiretos (PADOVEZE, 2000)

Custeio Integral ou por Absorção

• Todos os custos de produção, tanto fixos como variáveis, são apropriados aos
produtos, independentemente do volume de produção.
• É o método obrigatório para fins de legislação societária e fiscal

10.15 Custeio Integral ou por Absorção

• 1) Apropriação dos Custos Indiretos de Fabricação baseado na Produção de Cada


Produto

• Total dos CIF = R$ 16.000,00


• Critério de Rateio - Número de Horas de Utilização da Fábrica
• Cadeiras: Horas Utilização Fábrica = (5.000 x 1 hora) = 5.000 horas
• Mesas: Horas Utilização Fábrica = (1.000 x 3 horas) = 3.000 horas
• Total Horas Utilização Fábrica = 8.000 horas
• Participação Cadeiras no Total das Horas = (5.000 / 8.000) x 100 = 62,5%
• CIF Cadeiras = R$ 16.000,00 x 62,5% = R$ 10.000,00
• Participação Mesas no Total das Horas = (3.000 / 8.000) x 100 = 37,5%
• CIF Mesas = R$ 16.000,00 x 37,5% = R$ 6.000,00

2) Custos Totais por Produto

• a) Mesas
• CV = Insumos + MOD
• CV = R$ 7.000,00 + R$ 3.000,00 = R$ 10.000,00
• cv = R$ 10.000,00 / 1.000 unidades = R$ 10,00
• cf = R$ 6.000,00 / 1.000 unidades = R$ 6,00
• ct = R$ 10,00 + R$ 6,00 = R$ 16,00

• b) Cadeiras
Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 80
• CV = Insumos + MOD
• CV = R$ 13.000,00 + R$ 12.000,00 = R$ 25.000,00
• cv = R$ 25.000,00 / 5.000 unidades = R$ 5,00
• cf = R$ 10.000,00 / 5.000 unidades = R$ 2,00
• ct = R$ 5,00 + R$ 2,00 = R$ 7,00
Fontes de Pesquisa:
Livro: Contabilidade Gerencial – Autor: Clóvis Luís Padoveze – Editora: Atlas
Custeio Direto ou Marginal
• Consiste em apropriar aos produtos todos os custos e despesas variáveis, quer
sejam diretos ou indiretos.
• Margem de Contribuição = Receita de Vendas - Despesas Diretas de Vendas -
Custos Variáveis Diretos - Custos Variáveis Indiretos
• Margem de Contribuição - Parcela que cada produto contribui para absorver
custos e despesas fixas da empresa e formar o seu resultado.

10.16 Custeio Direto ou Marginal

Mesas
pv = 20,00
dv = 20,00 x 20% = 4,00
cv = 10,00
mc = 20,00 – 4,00 – 10,00 = R$ 6,00

Cadeiras
pv = 10,00
dv = 10,00 x 20% = 2,00
cv = 5,00
mc = 10,00 – 2,00 – 5,00 = R$ 3,00

Sistemas de Custeio – Dados da Empresa

Produtos fabricados: Mesas e Cadeiras


Produção no 1o Trimestre/2010:
Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 81
5.000 cadeiras e
1.000 mesas
Custos com Insumos para o total da produção no 1o Trimestre/2010
Cadeiras = R$ 13.000,00
Mesas = R$ 7.000,00
Custos com Mão-de-Obra Direta para o total da produção no 1o Trim/2010
Cadeiras = R$ 12.000,00
Mesas = R$ 3.000,00
Horas de Utilização da Fábrica para produção de uma unidade de cada produto
Cadeiras = 1 hora
Mesas = 3 horas
Custos Indiretos de Fabricação Totais da Fábrica no 1o Trim/2010
CIF Fixos = R$ 16.000,00
Critério de Apropriação dos CIF aos produtos: Com base no tempo de utilização da
fábrica para produção de cada produto
Preço Unitário de Vendas
Cadeira: R$ 10,00
Mesa: R$ 20,00
Despesas Variáveis de Vendas = 20% sobre o preço de venda

10.17 Comparação entre as duas formas de custeio (Integral e Direto)

OÇO ASSO Total


Quantidade (unidades) 15 20 35
Mat. (kg/unidade) 4 2 6
MOD (horas/unidade) 1,5 1,0 2,5

CIF Fixo CIF Variável Total


CIF R$ 1.500,00 R$ 1.000,00 R$ 2.500,00

Custo Quilo Matéria Prima R$ 15,00


Custo hora MDO R$ 12,00

Utilizar como Rateio do CIF Total de quilos utilizado

Preço de Venda Produto OÇO R$ 175,00


Preço de Venda Produto ASSO R$ 90,00
Cálculo do Custo Direto
OÇO ASSO
Matéria Prima 4 kg x R$ 15,00 R$ 60,00 2 kg x R$ 15,00 R$ 30,00
Custo de MDO 1,5 hr x R$ 12,00 R$ 18,00 1,0 hr x R$ 12,00 R$ 12,00
Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 82
Custo Direto
Unitário Total R$ 78,00 R$ 42,00

10.18 Cálculo pelo Custeio Integral

Cálculo do Custo Indireto


OÇO ASSO Total
Total quilos 4 kg x 15 unid = 2 kg x 20 unid = 100 kgs
60 kgs 40 kgs
% de quilos
utilizados 60% 40% 100%
Rateio CIF (Total R$ 2.500,00 x 60% = R$ 2.500,00 x 40% = R$ 2.500,00
de quilos) R$ 1.500,00 R$ 1.000,00
Quantidade 15 unidades 20 unidades
CIF Unitário R$ 1.500,00 / 15 un = R$ 1.000,00 / 20 un =
R$ 100,00 R$ 50,00

OÇO ASSO
Custo Direto Unitário R$ 78,00 R$ 42,00
Custo Indireto Unitário R$ 100,00 R$ 50,00
Custo Unitário Total R$ 178,00 R$ 92,00
OÇO ASSO Total
Unitário Total Unitário Total
Receita R$ 175,00 R$ 2.625,00 R$ 90,00 R$ 1.800,00 R$ 4.425,00
( - ) Custo R$ 178,00 R$ 2.670,00 R$ 92,00 R$ 1.840,00 R$ 4.510,00
Lucro/Prejuízo (R$ 3,00) (R$ 45,00) (R$2,00) (R$ 40,00) (R$ 85,00)
Observações:

• A empresa deve ser fechada, já que os dois únicos produtos que a empresa
fabrica apresentam prejuízo.
• Percepção de quanto maior a produção, maior o prejuízo.
• Para reverter a situação é necessário aumentar o Preço de Venda, assim
compensaria o prejuízo.
• Outra possibilidade seria diminuir os custos totais, assim os prejuízos seriam
absorvidos.
• Por este método não há identificação se os produtos realmente agregam valor
para a empresa.
• Não é considerado o comportamento dos custos, como por exemplo um
aumento de produção.
• Os critérios de rateio são arbitrários e podem prejudicar a gestão da empresa,
levando a decisões nem sempre confiáveis.
• Todos os custos estão absorvidos, não sendo possível saber se a empresa está
ocioso, e nem a dimensão desta ociosidade.

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 83


10.19 Cálculo pelo Custeio Direto

Custo Indireto Variável R$ 1.000,00


Custo Indireto Fixo R$ 1.500,00

Cálculo do Custo Indireto Variável


OÇO ASSO Total
Total quilos 4 kg x 15 unid = 2 kg x 20 unid = 100 kgs
60 kgs 40 kgs
% de kgs utilizados 60% 40% 100%
Rateio CIF (Total de R$ 1.000,00 x 60% = R$ 1.000,00 x 40% =
quilos) R$ 600,00 R$ 400,00 R$ 1.000,00
Quantidade 15 unidades 20 unidades 35 unidades
CIF Unitário Variável R$ 600,00 / 15 un = R$ 400,00 / 20 un =
R$ 40,00 R$ 20,00

OÇO ASSO
Custo Direto Unitário R$ 78,00 R$ 42,00
Custo Indireto Variável Unitário R$ 40,00 R$ 20,00
Custo Unitário Total R$ 118,00 R$ 62,00

OÇO ASSO Total


Unitário Total Unitário Total
Receita R$ 175,00 R$ 2.625,00 R$ 90,00 R$ 1.800,00 R$ 4.425,00
(-) Custo Indir.
Variável R$ 118,00 R$ 1.770,00 R$ 62,00 R$ 1.240,00 R$ 3.010,00
Margem
Contribuição R$ 57,00 R$ 855,00 R$ 28,00 R$ 560,00 R$ 1.415,00
(-) Custo Indir.
Fixo R$ 1.500,00
Lucro/Prejuízo (R$ 85,00)

Observações:

• Os custos fixos pertencem à estrutura da empresa e não aos produtos.


• Não há a percepção de quanto maior a produção maior o prejuízo, pelo
contrário, quanto maior a produção, melhor o desempenho.
• O produto em si não precisa ser lucrativo, a empresa é que tem que ser. Pode-
se trabalhar o portfólio (conjunto de produtos oferecidos).
• Maior percepção de controle, o gestor tem a noção de como os custos se
comportam.

Diferenças entre os dois critérios


Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 84
• A exclusão dos custos fixos, altera o valor dos produtos em estoque, causando
uma subavaliação.
• Altera o resultado do exercício.
• Problemas com a legislação fiscal, onde é permitido apenas o método de
Custeio Integral.

Exemplo de variação do valor do estoque diante dos dois métodos de rateio:

Preço de venda Unitário R$ 1,50


Despesa Unitária Variável com a venda R$ 0,30
Custo Unitário Variável Mat. Prima R$ 0,40
Custo Unitário Variável Mão de Obra R$ 0,35
Custo Fixo Total R$ 31.500,00
Despesas Administrativas Fixas R$ 15.000,00

Estoque inicial 0 peças


Quantidade produzida no mês 180.000 peças
Quantidade Vendida no mês 120.000 peças
Estoque final (mês) 60.000 peças

Vendas Líquidas 120.000 peças x R$ 1,50 = R$ 180.000,00


Custo Fixo Unitário R$ 31.500,00 / 180.000 peças = R$ 0,175
Custo Unitário Produtos Vendidos (R$ 0,35 + R$ 0,40 + R$ 0,175 = R$ 0,925
Custo Total dos Produtos Vendidos R$ 0,925 x 120.000 peças = R$ 111.000,00
Despesas com Vendas R$ 0,30 x 120.000 peças = R$ 36.000,00
Custo Total Variável (R$ 0,35 + R$ 0,40) R$ 0,75 x 120.000 peças = R$ 90.000,00

DRE método de custeio por Absorção DRE pelo método de custeio Integral
Vendas Líquidas R$ 180.000,00 Vendas Líquidas R$ 180.000,00
Custo Prod. Vendidos (R$ 111.000,00) Custos Variáveis (R$ 90.000,00)
Margem Bruta R$ 69.000,00 Despesas Variáveis (R$ 36.000,00)
Margem Contribuição R$ 54.000,00

Desp. Administ. Fixa (R$ 15.000,00) Custo Fixo (R$ 31.500,00)


Desp. Com Vendas (R$ 36.000,00) Desp. Adm. Fixa (R$ 15.000,00)
Resultado Operacional R$ 18.000,00 Resultado Operacional R$ 7.500,00

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 85


Valor do Estoque R$ 55.000,00 Valor do Estoque R$ 45.000,00

10.20 Margem de Contribuição

Segundo Martins (1988, p.178), margem de contribuição por unidade é a diferença entre
a receita e o custo variável de cada produto, é o valor que cada unidade efetivamente
traz à empresa de sobra entre sua receita e o custo que de fato provocou e lhe pode ser
imputado sem erro.

É o valor, ou percentual, que sobra das vendas, menos o custo direto variável e as
despesas variáveis. A margem de contribuição representa o quanto a empresa tem
para pagar as despesas fixas e gerar o lucro líquido.

A margem de contribuição ( MC ) é calculada da seguinte forma:


Preço de Venda – Custo da Mercadoria Vendida – Despesas Variáveis.
Exemplo:
Preço de Venda R$ 20,00 (100%)
Custo das Mercadorias Vendidas R$ 12,00 (60%) (–)
Despesas Variáveis R$ 2,00 (10%) (–)
Margem de Contribuição R$ 6,00 (30%) (=)

ATIVIDADE:
1) Um escritório de contabilidade mantém uma máquina fotocopiadora para uso interno
e externo. O gerente deseja saber se a manutenção da máquina é vantajosa ou não.
Considerando o preço de venda unitário da cópia é de $0,20 e que os custos +
despesas variáveis (folha, produto químicos, etc..) totalizam $0,16. Ajude o gerente a
decidir, calculando:
a) Margem de contribuição em $
b) Margem de contribuição em %

2) Considerando os dados coletados:

Produtos A B C
Preço Venda Unitário R$ 100,00 R$ 110,00 R$ 200,00
Matéria Prima / unidade R$ 50,00 R$ 61,00 R$ 150,00
Comissão sobre Vendas R$ 2,00 R$ 3,00 R$ 5,00
Imposto Sobre Vendas R$ 20,00 R$ 30,00 R$ 35,00
Unidades Vendidas 300 unidades 600 unidades 2.500 unidades
Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 86
OBS: - para efeito de simplificação, os valores relativos à comissão e impostos já
estão em $

a) Qual a MC unitária de cada produto em valor e em percentual?


b) Calcule a MC total da linha considerando a quantidade vendida.
c) Que produto é o mais rentável se considerada somente a MC unitária?
d) Pela MC total, qual o produto de maior rentabilidade?

MC Unitária
MC Total

Produto mais rentável unitariamente:

Produto mais rentável no total:

3) Considere uma empresa que fabrica 6.000 unidades mensais de um produto X e


5.360 do produto Y e apresentam os seguintes custos unitários para produção:

X Y
Custos variáveis/unidade R$ 25,00 R$ 35,00
Custos fixos/unidade R$ 10,00 R$ 12,00
Custo total/unitário R$ 35,00 R$ 47,00
Preço de venda R$ 50,00 R$ 65,00
Qual é a margem de contribuição unitária e total destes produtos?

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 87


4) Sabe-se que uma empresa vinha vendendo, nos últimos meses, 30.000 pacotes de
produtos/mês, à base de R$ 35,00 por pacote. Seus custos e despesas fixas têm sido
de R$ 472.500,00 ao mês e os custos e despesas variáveis, de R$15,00 por pacote.
Qual a margem de contribuição unitária e total, em valores e em percentual que este
produto apresenta?

5) A Indústria Viola informou que, na venda de 1.000 unidades de um de seus


produtos, auferiu uma receita líquida de R$ 6.850.000,00.
Considerando-se que a Indústria Viola pratica uma margem de contribuição de 40%,
determine qual o Preço de Venda Unitário, o Custo Variável Unitário e o valor da
Margem de Contribuição Unitária.

10.21 Ponto de Equilíbrio

Para Padoveze (2000, p.281) ponto de equilíbrio é o ponto em que o total da margem
de contribuição da quantidade vendida/produzida se iguala aos custos e despesas
fixas

o Indica a situação em que a empresa não tem lucro e nem prejuízo


o Corresponde ao ponto em que as retas (ou curvas) dos custos e das receitas se
interceptam
o No ponto de equilíbrio, Receita = Custos Totais + Despesas Totais

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 88


o Ponto de equilíbrio em quantidade  corresponde a quantidade física dos
produtos que precisa ser vendida para garantir que os custos e despesas fixas do
período de apuração sejam totalmente absorvidos

• Cálculo do ponto de equilíbrio em quantidade (PE Q)

RT = CT + DT
RT = pv x Q
CT = CF + CV = CF + (cv x Q)
DT = DF + DV = DF + (dv x Q)
(pv x Q) = CF + (cv x Q) + DF + (dv x Q)
(pv x Q) – (cv x Q) – (dv x Q) = CF + DF
Q (pv – cv – dv) = CF + DF
Q = (CF + DF) / (pv – cv – dv)
Q = (CF + DF) / mc

PE q = (CF + DF) / mc

Fontes de Pesquisa:
Livro: Contabilidade Gerencial – Autor: Clóvis Luís Padoveze – Editora: Atlas

• Ponto de equilíbrio monetário (PE $)  representa o total das receitas com


vendas necessárias para os custos e despesas fixas sejam totalmente
absorvidos.

PE $ = PE q x pv

Exemplos de cálculos do ponto de equilíbrio

Dados do produto A

pv = R$ 1.000,00
cv = R$ 650,00
dv = R$ 50,00
Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 89
CF = R$ 300.000,00
DF = R$ 150.000,00

Ponto de Equilíbrio em Quantidade

mc = pv – cv – dv
mc = 1.000,00 –650,00 – 50,00
mc = 300,00
PE q = (300.000 + 150.000) / 300,00
PE q = 1.500 unidades
Ponto de Equilíbrio Monetário

PE $ = PE q x pv
PE $ = 1.500 x 1.000,00
PE $ = R$ 1.500.000,00

ATIVIDADE:

1 - Dados para responder as questões sugeridas:


Informações:
Custos Fixos $ 800.000,00
Custo Variável Unitário $ 300,00
Receita Unitária $ 700,00

I) O ponto de equilíbrio é igual a:


a. ( ) 2.000 unidades. b. ( ) 1.000 unidades.
c. ( ) 2.500 unidades. d. ( ) 1.200 unidades.

II) A receita total do ponto de equilíbrio é de:


a. ( ) $ 1.000.000 b. ( ) $ 300.000
c. ( ) $ 1.400.000 d. ( ) $ 1.250.000

III) O lucro, no ponto de equilíbrio, é de:


a. ( ) zero. b. ( ) $ 400.000
Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 90
c. ( ) $ 500.000 d. ( ) $ 300.000

IV) Se a produção (ou vendas) passar para 2.250 unidades, o lucro será de:
a. ( ) $ 20.000 b. ( ) $ 100.000
c. ( ) $ 1.300.000 d. ( ) $ 400.000

02 - O caso da Empresa “Em Equilíbrio Ltda.”.


Custo do equipamento $ 100.000,00
Vida útil 5 anos
Despesas administrativas $ 15.000,00 / ano
Aluguel da fábrica $ 4.000,00 / ano
Matéria-prima e mão-de-obra direta por unidade $ 75,00
Comissões por unidade vendida $ 25,00
Preço unitário de venda $ 490,00

A Empresa “Em Equilíbrio Ltda.” tem uma capacidade de produção anual nominal de
130 unidades. Seu gerente quer saber:

a) Quantas unidades terá que vender para cobrir seus custos fixos?
b) Quanto precisará ganhar no ano para começar a ter lucro?
c) Qual será seu lucro se trabalhar a plena carga?

3 - A empresa Aquitemtudo, produz um único produto, no mês passado vendeu 28.000


unidades e obteve o seguinte resultado:
Vendas $ 756.000
Custos Variáveis $ 391.960
Custos Fixos $ 182.000
Calcule:
I. Ponto de Equilíbrio
II. Margem de Contribuição em % da receita
III. Resultado da operação se fossem vendidas 30.000 unidades (prove)
Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 91
IV. Para obter $ 120.250 de lucro, quantas unidades deveria vender? Qual a
receita que será obtida?

10.22 Fator Limitante de Produção

o Regra Geral  mais rentável é o produto que apresenta a maior margem de


contribuição por unidade
o Limitação da capacidade produtiva  existência de fatores limitantes da produção
o Com fator de limitação  mais rentável o produto que tiver a maior margem de
contribuição ponderada.
Fórmula  mc ponderada = mc / fator limitante produção

Exemplo

O CC 204 tem a capacidade máxima instalada em termos de horas –máquina de 4.000


horas mensais (Fator Limitante de Produção)

Produto A

Produção Atual = 1.500 unidade


Utilização do CC 204 por unidade produzida = 1,60 horas
mc = R$ 480,00

Produto B

Produção Atual = 1.300 unidades


Utilização do CC 204 por unidade produzida = 0,80 horas
mc = R$ 360,00

Situação a ser resolvida

A empresa pretende utilizar completamente a capacidade produtiva do CC 204, tendo


em vista que o mercado tem condições de absorver qualquer incremento de produção,
quer seja do Produto A ou do Produto B. Qual o produto que deve ter sua produção
aumentada para trazer a maior rentabilidade para a empresa?

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 92


Atenção: Manter, no mínimo, a produção atual de cada um dos produtos.

Situação Atual:

Produto A – 1.500 unidades x 1,60 horas = 2.400 horas


Produto B – 1.300 unidades x 0,80 horas = 1.040 horas
Total = 3.440 horas
Horas ainda disponíveis do CC 204 = 4.000 – 3.440 = 560 horas

mc ponderada = mc / fator limitante produção

Produto A
mc ponderada = 480,00 / 1,60 = R$ 300,00
Produto B
mc ponderada = 360,00 / 0,80 = R$ 450,00

Resposta: Aumentar a produção do produto B por apresentar maior margem de


contribuição ponderada.

Nova Situação:

Produto B
560 horas / 0,8 = 700 unidades de aumento na produção
Total Produção B = 1.300 + 700 = 2.000 unidade
Produto A
Manter Produção atual = 1.500 unidades

10.23 Custos para a Tomada de Decisão

Decisões do tipo fazer ou comprar  Decisão se um produto deve ser fabricado


internamente ou comprado de fornecedor externo

• Dependência de Fatores Qualitativos e Quantitativos

o Exemplos de Fatores Qualitativos que influenciam a decisão:


o Qualidade dos Produtos fornecidos por terceiros;
o Capacidade de terceiros entregar produtos nos prazos;
o Confiabilidade do Fornecedor;
Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 93
o Estratégia da Empresa;
o Demissão de funcionários, etc.
• Contabilidade de Custos  Informações de Caráter Quantitativo

Exemplo:

• Empresa fabricante de raquetes de tênis produz atualmente as capas para as


raquetes.

Estrutura Atual de Custos e Despesas com Fabricação das Capas


Materiais Diretos – R$ 2,00 por unidade;
MOD – R$ 1,00 por unidade;
CIF variáveis – R$ 0,75 por unidade
CIF FIXOS totais do mês – R$ 2.500,00

• Proposta de fornecedor externo

Fornecer capas a um custo unitário de R$ 4,10 por capa.

Se forem necessárias mensalmente 10.000 capas

Produzir

cf = 2.500 / 10.000 = 0,25


cv = 3,75
ct = R$ 4,00

Considerando que o custo para adquirir é de R$ 4,10 por unidade é mais interessante
para a empresa continuar a produzi-las.

ATIVIDADE:1 :

Imaginando que uma empresa qualquer tenha como ponto de estrangulamento o


número de horas de máquina. Esta empresa produz três tipos de produtos com os
seguintes valores:

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 94


Produtos Preço de Venda Custos e Despesas Margem de Contribuição
Variáveis Unitária

A $ 50,00 $ 30,00

B $80,00 $ 40,00

C $ 100,00 $ 70,00

Preencha a tabela com o valor da margem de contribuição Unitária de cada produto.


Qual o produto com aparentemente é o mais favorável para priorizar a produção?

A produção por hora, em metros, para cada tipo de produto, é:

Produtos Produção/Hora em MC por metro MC por hora


metros ($/m) ($/h)

A 100

B 40

C 20

Preencha a tabela com os dados apurados de MC por metro, calculando a MC por


hora.

Qual o produto que tem a melhor MC por hora que neste caso é o fator limitante?

ATIVIDADE: 2

Determinada empresa necessita de 20.000 unidades de certo componente de um de


seus produtos. O custo de fabricação do componente é o seguinte:
Matérias Diretos $ 3,00
MOD $ 10,50
$ 10,50
CIF variáveis $ 4,00
CIF Fixos $ 5,00
Custo Total $ 22,50

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 95


A empresa recebeu proposta de um fornecedor para comprar o componente a um custo
de $ 21 por unidade. Sessenta por cento dos CIF Fixos não poderão ser eliminados
qualquer que seja a decisão. A empresa deve aceitar a proposta do fornecedor? Por
que? Comprove com cálculos.

ATIVIDADE: 3

Determinada indústria fabrica os produtos A e B com uma mesma matéria-prima, sendo


consumidos 4 Kg de matéria-prima para fabricar cada unidade do produto A e 3 Kg de
matéria-prima para fabricar cada unidade do produto B. Seus custos e despesas
variáveis unitários e o preço de venda unitário são:

Produto Preço de Matéria- Custos Indiretos Despesas


Venda Prima Variáveis Variáveis de
Venda

A R$ 50,00 R$ 16,00 R$ 14,00 por unidade 20% sobre o


preço de venda

B R$ 35,00 R$ 12,00 R$ 8,00 por unidade 20% sobre o


preço de venda

O mercado consome, no máximo, 80.000 unidades de cada produto no mês. Em


abril de 2004 é prevista falta de matéria-prima, só estando à disposição da empresa
400.000 Kg. Qual a quantidade de cada produto que a empresa deve fabricar em abril
de 2004 para que maximize o seu lucro?

ATIVIDADE: 4

Na fabricação dos Produtos A e B, a Empresa Exemplo utiliza a mesma máquina.


Considerando que a capacidade máxima de utilização desta máquina num mês é de
140.000 horas, determine a quantidade de cada produto que deverá ser produzida,
sabendo que a empresa, por questão de estratégia, pretende fabricar pelo menos
12.000 unidades de cada produto e que o mercado absorve, no máximo, 19.000
unidades de cada produto. Considere, ainda, os dados constantes da tabela abaixo
relativos aos dois produtos:

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 96


Produto Tempo de Utilização Preço Custo Despesa
da Máquina para a Unitário de Unitário Variável
produção cada Venda Variável Unitária
unidade

A 4 horas R$ 20,00 R$ 14,00 R$ 3,00

B 5 horas R$ 18,00 R$ 12,00 R$ 3,00

ATIVIDADE: 5

A Artexe fabrica roupões de banho e recebeu um pedido especial de 10.000 roupões a


R$ 16,00 cada. Sua demonstração de resultado projetada para o ano em curso, sem
considerar o pedido especial, é:

Por Unidade Total


Receita de Vendas $ 25 $ 2.500.000
Custos Variáveis $ 12,50 $ 1.250.000
Despesas Variáveis $ 3,60 $ 360.000
Custos Fixos $ 3,50 $ 350.000
Despesas Fixas $ 2,90 $ 290.000
Lucro Operacional $ 2,50 $ 250.000

Considere, ainda, que se o pedido especial for aceito, as despesas variáveis serão
reduzidas em 25%, porque não haverá pagamento de comissão a vendedores e que, se
for aceito o pedido, a empresa perderá a venda de 2.000 roupões ao preço normal ($
25). Pergunta-se:
a) A empresa deverá aceitar o pedido especial?
b) Para aceitar o pedido especial, qual o valor mínimo que a empresa deverá cobrar
por unidade do produto?

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PROCESSO DE ORGANIZAÇÃO DA LOIGÍSTICA REVERSA

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 98


10. A LOGÍSTICA REVERSA E SUAS RELAÇÕES

A logística reversa trata do destino do produto elaborado após a sua utilização pelo
consumidor final e por isso tem uma forte ligação com a questão ambiental. Ela também
se preocupa com a diminuição de erros de pedidos, diminuição de avarias, redução do
uso de materiais não recicláveis e busca de embalagens reutilizáveis/retornáveis. Trata
do nível de serviço de estoque, armazenagem, transporte e fluxo de materiais até os
sistemas de informação.

10.1 MUDANÇAS MERCADOLÓGICAS

Percebemos a cada dia que as empresas e as pessoas vêm mudando seus hábitos de
consumo e até mesmo seu de estilo de vida. Após o efeito da globalização nos anos 90,
notamos que uma gama enorme de produtos e serviços estão disponíveis para uma
grande quantidade de pessoas. Antigamente, alguns produtos só eram encontrados em
grandes centros comerciais como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte. Por
exemplo, donos de lojas se deslocavam até a cidade de São Paulo para comprar as
mercadorias que seriam revendidas em suas localidades. Hoje, não é mais necessário
fazer isso, as empresas têm representantes que vêm até nós, ou então acessamos a
internet e efetuamos as compras.

Percebemos que essas mudanças atingiram também a logística que precisou se


modernizar para acompanhar o processo.

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 99


Para que fazer logística reversa

O principal objetivo da Logística Reversa é reinserir os resíduos ou materiais do pós-


consumo em novos ciclos produtivos. Tal conduta preserva o meio ambiente e a vida,
pois além de aumentar a vida útil dos aterros sanitários, reduz também a extração de
matérias-primas.

Tipos de logística reversa?

Os principais tipos de logística reversa no Brasil são: a pós-consumo, pós-vendas e


reuso. A logística reversa pode ser o caminho para que a empresa lucre com o sistema,
e se destaque no mercado.

10.1.1 Tipos de logística reversa e integrada

Em geral, é possível classificar a logística em quatro tipos principais, e cada tipo envolve
diversos processos operacionais, que também podem ser subdivididos.

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 100


Origem da logística como conhecemos

Logística de produção.

Logística reversa.

Logística de suprimentos.

Logística de distribuição.

10.2 CICLO DE UMA LOGÍSTICA REVERSA

De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), todas as etapas da


logística reversa ficam de responsabilidade das empresas de produção ou importadoras.
De forma simplificada, a logística reversa passa por etapas completas, incluindo a
indústria, distribuidor, varejo, consumidor, coleta e reciclagem.

Normalmente, Logística lidar com eventos que trazem o produto para o cliente. No caso
da logística reversa, o recurso vai pelo menos um passo para trás na cadeia de
suprimentos. Por exemplo, as mercadorias passam do cliente para o distribuidor ou para
o fabricante.

mpresas que realizam logística reversa garantem que os produtos sejam devidamente
reparados ou reutilizados, de modo a evitar a geração de lixo. A logística verde, portanto,
é muito maior e mais abrangente do que a reversa — que, por sua vez, nada mais é do
que um pedaço da logística verde.

10.2.1 Diferença de logística reversa e reciclagem

A coleta seletiva é apenas o processo de separação e destinação dos materiais de


acordo com suas características de reciclagem. Já a logística reversa é um processo
mais complexo que contempla também o retorno dos resíduos à cadeia produtiva sob a
forma de insumo ou produto final.

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 101


A logística reversa, portanto, tem como objetivo fazer o retorno de forma sustentável dos
materiais utilizados para produção e para isso existe maneiras diferentes de praticar a
logística reversa.

10.3 LOGÍSTICA REVERSA PÓS-CONSUMO

A logística reversa pós-consumo trata-se da devolução do produto já consumido ou


vencido ao fabricante. Já que é priorizada a reciclagem de materiais, essa logística é,
portanto, muito empregada em embalagens descartáveis.

Ao se utilizar da logística reversa pós-consumo, a empresa estará proporcionando que


o descarte dos resíduos seja feito com destinação correta, evitando poluição e poupando
a empresa de ter mais gastos com extração dos recursos naturais que são utilizados
para a realização de tal mercadoria.

O exemplo mais fácil de compreender a logística reversa pós-consumo é o de pneus,


pois são reutilizados em outros processos, como para a fabricação de asfalto.

10.4 LOGÍSTICA REVERSA PÓS-VENDA

Essa logística se limita ao recolhimento do produto comprado, caso o consumidor esteja


insatisfeito de alguma forma, assim, ao ser recolhido, o produto pode ser vendido ou
reutilizado para outro meio.

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 102


10.5 LOGÍSTICA REVERSA REUSO

A logística reversa reuso consiste em a empresa conseguir lucrar ao vender resíduos,


assim, os resíduos são colocados em leilões. Isso ocorre, em sua maioria com matérias
que são descartados como livros, equipamentos eletrônicos, móveis, dentre outros.

Assim, evita-se o descarte de maneira incorreta de tais resíduos.

Além disso, há exemplos de logísticas reversas específicas de cada marca e empresa,


por isso, listaremos alguns dos exemplos que existem e funcionam no Brasil.

10.6 LOGÍSTICA REVERSA HP

A logística reversa HP é constituída através de um programa americano HP Planet


Partners Brasil, permitindo que as pessoas enviassem cartuchos e toners utilizados em
impressoras e para que houvesse, de fato, tal devolução, foi desenvolvido mais de
cinquenta pontos de descarte no Brasil para que a devolução fosse facilitada aos
usuários.

Além de a empresa se favorecer com a devolução, os consumidores desses produtos se


conscientizaram e evitaram o descarte de tais materiais em lixos comuns.

10.7 LOGÍSTICA REVERSA NATURA

A logística reversa desenvolvida pela Natura funciona de modo que, além de seus
produtos serem feitos através do ecodesign, há também o recolhimento dos materiais e
embalagens utilizados na produção da mercadoria.

Os programas “Elos” e “Dê a mão para o futuro” da marca se responsabiliza em trabalhar


de maneira ecológica compartilhada entre o fornecedor e seus consumidores.

Dessa forma, sem prejudicar o meio ambiente, os diferentes materiais utilizados na


produção dos produtos, incluindo o vidro, são reciclados de forma adequada.

10.8 LOGÍSTICA REVERSA BRIDGESTONE

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 103


A logística reversa da marca Bridgestone trabalha de modo que o objetivo é reduzir o
impacto da decomposição de pneus para o meio ambiente. Dessa forma, a marca se
responsabiliza em recolher o material já sem uso e envia para uma especializada
empresa de trituração e picotagem.

Após serem aplicados aos processos de trituração e picotagem, os fragmentos de pneus


utilizados podem ser usados novamente para diferentes fins, sendo alguns deles, a
confecção de calçados, combustível alternativos, produção de peças que são produzidas
na indústria automobilística.

10.9 BENEFÍCIOS DA APLICAÇÃO DA LOGÍSTICA REVERSA

Os benefícios da aplicação da logística reversa, apesar de ser óbvio, são bastante


positivos para a empresa, pois configura um diferencial da marca, além de reduzir os
custos do próprio negócio.

Além disso, cria uma conscientização nos consumidores da marca, colaborando com as
questões ambientais que, hoje em dia, são bastante preocupantes.

Exemplo:

Imagine o processo de distribuição do leite.

Resumidamente, ele passa pelas seguintes fases:

1) produção no campo (coleta do leite pelo produtor rural);

2) industrialização (tratamento do leite, armazenagem e envaze em sacos ou caixinhas


de papel); independentemente do preço, porém esperam que as empresas estejam
ambientalmente corretas.

Depois que o cliente consome o leite, o que ele deve fazer com a embalagem plástica
ou a caixinha de papel onde o leite estava acondicionado?

A resposta para essa pergunta é logística reversa, o caminho inverso da logística


tradicional. No exemplo citado, é dar um destino correto à embalagem plástica e/ou a
caixinha de papel do leite, e não simplesmente descartá-la nos lixões ou aterros
sanitários das cidades.

O desenvolvimento da logística reversa se deve à legislação ambiental que está


direcionada à responsabilidade das empresas em controlar todo o ciclo de vida do
Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 104
produto e os impactos que podem causar ao meio ambiente. Além disso, o aumento da
consciência ecológica do consumidor passa a exigir maior responsabilidade de seus
fornecedores, e dá mais credibilidade às empresas que possuem postura verde,
possibilitando a estas serem mais competitivas que as tradicionais.

Essa mudança que as empresas estão oferecendo a seus clientes reflete, portanto, na
grande diversidade de produtos lançados no mercado. Nesse cenário, a grande
vantagem para as empresas é que os consumidores de hoje querem e estão dispostos
a comprar produtos diferentes, muitas vezes, independentemente do preço, porém
esperam que as empresas estejam ambientalmente corretas.

Uma das consequências é a degradação ao meio ambiente. O consumo dos recursos


naturais tem se mostrado acelerado e utilizado de forma mal planejada, infelizmente, não
permitindo que estes se renovem. A utilização intensiva desses recursos é acompanhada
de desastres, contaminações e poluição descontrolada.

Outro fator que contribui para que as organizações mudem sua postura frente ao meio
ambiente, é a forte pressão das legislações ambientais que a cada dia está mais
exigente.

Assim, a preocupação com o meio ambiente passa a ter maior importância no mundo
empresarial. Somada a isso, a competitividade do mercado também pressiona as
organizações a adquirir uma nova consciência em relação ao meio ambiente. A “postura
verde” toma conta das organizações em ritmo cada vez mais rápido tornando-se, como
dissemos acima, uma postura mais competitiva.

Vejamos o processo que a logística reversa percorre:

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 105


10.9.1 Diferenças entre a Logística Tradicional e a Logística Reversa

De maneira resumida podemos dizer que enquanto a logística tradicional se preocupa


em levar os produtos aos consumidores, na logística reversa a preocupação é recuperar
os resíduos gerados pelos consumidores e destinar corretamente esse produto a uma
empresa especializada.

Enquanto a logística tradicional se concentra no processo de direcionamento da


mercadoria da fábrica ao consumidor, a logística reversa trata do processo contrário, do
consumidor à fábrica, observe a figura 2.3.

Na logística tradicional os processos e suas relações estão conectados no sentido de


produzir algo e depois enviar ao consumidor para que esse possa usufruir do produto.
Por exemplo, quando compramos uma televisão, a logística tradicional se preocupa em
transportar a televisão da fábrica até a loja que depois enviará até nossas casas. Na
logística reversa a ordem é contrária.

Para refletir!

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 106


O que eu faço quando minha televisão não tem mais conserto?

O correto é enviar a televisão à empresa fabricante para reciclagem e destinação correta


do produto, sem prejudicar o meio ambiente. Não devemos deixar em lojas de consertos
para que as peças sirvam para reposição.

Muitas pessoas jogam no lixo comum, em terrenos baldios, rios ou até mesmo nas
estradas. Salientamos que essas ações, são totalmente incorretas e devem ser evitadas.

Atividades

1. Vamos relembrar o que aprendemos nessa aula, cite as principais diferenças


entre a logística empresarial e logística reversa.

2. A logística reversa é o processo inverso: do consumidor à fábrica. Pesquise e


relate como é a logística reversa das garrafas pet.

etapa que envolve a logística reversa, conforme a figura abaixo:

4
Retornar ao fornecedor
1 2 3 Revender
Coletar Embalar Expedir Recondicionar
Reciclar
Descarte

Processo Logístico Reverso

Fonte: ROGERS & TIBBEN-LEMBKE (1999, p. 44)

A primeira etapa da logística reversa é a coleta. Nessa etapa as empresas buscam a


captação dos resíduos gerados pelos consumidores. Pode ser realizada de formas
diversas: a tradicional que é executada por empresas públicas e/ou privadas
especializadas na coleta de resíduos (lixos), e a efetuada pelos catadores de materiais
recicláveis (carrinheiros) e coletas de resíduos recicláveis. Bem, ambas as formas
auxiliam na destinação correta dos resíduos, preservando dessa forma o meio ambiente.

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Caminhões de lixo Carrinheiros

Fonte: http://www.dtvb.ibilce.unesp.br Fonte: http://www.aderjurumirim.org/

Coletores de resíduos reciclados

Fonte: www.giramundos.comsitep=1546

A segunda etapa da logística reversa é a embalagem. Nessa etapa, o desafio é a


separação dos resíduos e sua compactação para a realização da expedição dos
materiais. Observamos aqui, que a maior dificuldade encontrada referente aos resíduos
gerados é a sua separação. Se todo material fosse separado corretamente pelo
consumidor não haveria tantos problemas. A maioria das pessoas não separa os
resíduos, exemplo disso é o lixo doméstico que acaba em um único local e prejudica o
processo da logística reversa.

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 108


A terceira etapa da logística reversa é a expedição. Nessa etapa os produtos que foram
coletados, selecionados e embalados serão destinados a locais ecologicamente
corretos. Aqui o importante é destinar corretamente os produtos através de empresas
socioambientais. Ainda, é interessante averiguar se a empresa é ecologicamente correta
e se possui algum tipo de certificação ambiental, como por exemplo, a ISO 14000.

A logística reversa, portanto, tem como objetivo fazer o retorno de forma sustentável dos
materiais utilizados para produção e para isso existe maneiras diferentes de praticar a
logística reversa.

10.10 LOGÍSTICA REVERSA PÓS-CONSUMO

A logística reversa pós-consumo trata-se da devolução do produto já consumido ou


vencido ao fabricante. Já que é priorizada a reciclagem de materiais, essa logística é,
portanto, muito empregada em embalagens descartáveis.

Ao se utilizar da logística reversa pós-consumo, a empresa estará proporcionando que


o descarte dos resíduos seja feito com destinação correta, evitando poluição e poupando
a empresa de ter mais gastos com extração dos recursos naturais que são utilizados
para a realização de tal mercadoria.

O exemplo mais fácil de compreender a logística reversa pós-consumo é o de pneus,


pois são reutilizados em outros processos, como para a fabricação de asfalto.

10.11 LOGÍSTICA REVERSA PÓS-VENDA

Essa logística se limita ao recolhimento do produto comprado, caso o consumidor esteja


insatisfeito de alguma forma, assim, ao ser recolhido, o produto pode ser vendido ou
reutilizado para outro meio.

10.12 LOGÍSTICA REVERSA REUSO

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 109


A logística reversa reuso consiste em a empresa conseguir lucrar ao vender resíduos,
assim, os resíduos são colocados em leilões. Isso ocorre, em sua maioria com matérias
que são descartados como livros, equipamentos eletrônicos, móveis, dentre outros.

Assim, evita-se o descarte de maneira incorreta de tais resíduos.

Além disso, há exemplos de logísticas reversas específicas de cada marca e empresa,


por isso, listaremos alguns dos exemplos que existem e funcionam no Brasil.

10.13 LOGÍSTICA REVERSA HP

A logística reversa HP é constituída através de um programa americano HP Planet


Partners Brasil, permitindo que as pessoas enviassem cartuchos e toners utilizados em
impressoras e para que houvesse, de fato, tal devolução, foi desenvolvido mais de
cinquenta pontos de descarte no Brasil para que a devolução fosse facilitada aos
usuários.

Além de a empresa se favorecer com a devolução, os consumidores desses produtos se


conscientizaram e evitaram o descarte de tais materiais em lixos comuns.

10.14 LOGÍSTICA REVERSA NATURA

A logística reversa desenvolvida pela Natura funciona de modo que, além de seus
produtos serem feitos através do ecodesign, há também o recolhimento dos materiais e
embalagens utilizados na produção da mercadoria.

Os programas “Elos” e “Dê a mão para o futuro” da marca se responsabiliza em trabalhar


de maneira ecológica compartilhada entre o fornecedor e seus consumidores.

Dessa forma, sem prejudicar o meio ambiente, os diferentes materiais utilizados na


produção dos produtos, incluindo o vidro, são reciclados de forma adequada.

10.15 LOGÍSTICA REVERSA BRIDGESTONE

A logística reversa da marca Bridgestone trabalha de modo que o objetivo é reduzir o


impacto da decomposição de pneus para o meio ambiente. Dessa forma, a marca se

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 110


responsabiliza em recolher o material já sem uso e envia para uma especializada
empresa de trituração e picotagem.

Após serem aplicados aos processos de trituração e picotagem, os fragmentos de pneus


utilizados podem ser usados novamente para diferentes fins, sendo alguns deles, a
confecção de calçados, combustível alternativos, produção de peças que são produzidas
na indústria automobilística.

10.16 BENEFÍCIOS DA APLICAÇÃO DA LOGÍSTICA REVERSA

Os benefícios da aplicação da logística reversa, apesar de ser óbvio, são bastante


positivos para a empresa, pois configura um diferencial da marca, além de reduzir os
custos do próprio negócio.

Além disso, cria uma conscientização nos consumidores da marca, colaborando com as
questões ambientais que, hoje em dia, são bastante preocupantes.

logística reversa de embalagens na prática?

Engajamento do cliente final, ou seja, pessoas físicas. ...

A recuperação das embalagens. ...

Envio à empresa recicladora.

Para que as embalagens retornem a fabrica, é preciso que o consumidor opte pela opção
retornável e se preocupe em realmente devolve–la no ponto de venda ou local indicado.
Alem da devolução, alguns cuidados são necessários para que o ciclo possa se fechar
e essas embalagens possam realmente ser reaproveitadas.

Para que as embalagens retornem a fábrica, é preciso que o consumidor opte pela opção
retornável e se preocupe em realmente devolve–la no ponto de venda ou local indicado.
Além da devolução, alguns cuidados são necessários para que o ciclo possa se fechar
e essas embalagens possam realmente ser reaproveitadas.

LOGÍSTICA REVERSA DA COCA-COLA

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 111


O processo de logística reversa da coca-cola tem como principal objetivo recolher 100%
das embalagens e destiná-las corretamente.

É comum que grandes empresas detenham o protagonismo no ramo em que atendem.


Como consequência, muitas delas precisam investir pesado no que se refere à
tecnologia destinada à produção de seus produtos e embalagens, de forma a atender
toda a demanda e aliar seus negócios aos conceitos de sustentabilidade ambiental.

Um dos processos adotados pelas empresas é a logística reversa, que consiste no


gerenciamento e operacionalização da restituição de materiais às suas origens (após
venda e consumo). Ou seja: após as vendas dos produtos, as empresas responsáveis
por sua fabricação se responsabilizam pela correta destinação da embalagem. Nesse
sentido, são planejadas ações para recolher todas as embalagens descartadas, de modo
que haja reutilização ou reciclagem dos materiais.

No ano de 2018, a Coca Cola Company decidiu intensificar seu investimento e suas
ações criativas no projeto “Mundo sem Resíduos”, um exemplo objetivo da logística
reversa. Esse projeto tem como finalidade o recolhimento de 100% das embalagens
colocadas pela marca no mercado, e tem como prazo o ano de 2030 para alcançar esse
objetivo.

Quando não é possível fazer o reaproveitamento da embalagem, a preocupação da


empresa fica na destinação correta do material, a fim de não degradar o meio ambiente.
Uma das grandes preocupações da Coca Cola Brasil é o destino que essas embalagens
têm após o consumo do produto. O ideal é que essas embalagens retornem ao ciclo
industrial.

Segundo dados da própria empresa, cerca de 51% de suas embalagens tem a


destinação correta, atualmente. Esses dados se dão por uma série de ações e objetivos
alcançados pela empresa, que são:

Uso efetivo de embalagens retornáveis

A preocupação com as questões ambientais que envolvem o descarte correto e a


reciclagem das embalagens é uma tentativa de transformar o atual sistema, mais
especificamente a maneira como a indústria e a sociedade lidam com o plástico. A
logística reversa possibilita vantagens tanto para a empresa como para a sociedade: o
Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 112
custo do produto torna-se menor para o consumidor, e o uso de materiais retornáveis
conecta o papel social da empresa com os objetivos de sustentabilidade.

Falando legalmente, no final de 2015 foi assinado o Acordo Setorial de Embalagens, que
prevê a composição de um plano de ação de resíduos considerando a logística reversa.
O objetivo direto é a redução de 22% de embalagens pós-consumo, que vão aos aterros
sanitários até o encerramento de 2018.

adoção do processo da logística reversa colocou a marca Coca-Cola ainda mais em


destaque e protagonismo no mercado, e isso se deve a dois principais motivos:

Preocupação ambiental: sustentabilidade é uma das principais metas dessa grande


empresa, já que atende tanto às necessidades econômicas quanto às humanas. Aqui a
preocupação é com a preservação ecológica. Essa prática sustentável reaproveita os
produtos descartados, colocando em queda os impactos ambientais e diminuindo
consideravelmente os custos;

Objetivos econômicos: o reaproveitamento de materiais traz benefícios econômicos


claros e agrega valor à empresa.

Atividade para pesquisa e fixação.

Questões:

1- O que é logística reversa pós-consumo?


2- Quais as vantagens da logística reversa pós-consumo?
3- Qual Lei instaura a obrigatoriedade da logística reversa?
4- Quais empresas precisam implementar sistemas de logística reversa?
5- Qual a meta nacional de logística reversa?
6- Quais os sistemas de logística reversa previstos em Lei?
7- O Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos integra algum sistema de logística
reversa?
Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 113
8- O que é o sistema de compensação de logística reversa?
9- O que são os Créditos de Logística Reversa (ou Créditos de Reciclagem)?
10- Onde adquirir Créditos de Logística Reversa?
11- Como comprovar a logística reversa?

2- Quais alternativas estão disponíveis no caso apresentado para recuperar produtos,


partes de produtos e materiais?

13- Quem deve realizar as diversas atividades de recuperação?

14- Como estas atividades devem ser realizadas?

15- É possível integrar as atividades típicas da logística reversa com sistemas de


distribuição e produção clássicos?

16- Quais são os custos e benefícios da logística reversa, do ponto de vista econômico
e ambiental?

17- Quais as 3 finalidades das atividades da logística reversa?

18- Qual é a função da logística reversa?

19- Quais são as atividades da logística reversa que podem ser aplicadas aos produtos
e as embalagens após o consumo final do cliente?
20- Qual a importância da logística reversa suas vantagens e desvantagens?

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 114


TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO APLICADA À LOGÍSTICA

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 115


11. TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

A Tecnologia da Informação, também conhecida pela sigla TI, dedica-se ao


gerenciamento, criação e sustentação da informação, utilizando-se de hardwares e
softwares que permitam o auxílio à tomada de decisões.

Deparamo-nos diariamente com a TI, ao atender um simples telefonema, mandar e-


mails, realizar compras e pagar faturas pela internet, enfim, estamos rodeados e somos
dependentes das facilidades promovidas pela TI. O mesmo ocorre com a indústria.
Imagine as dificuldades que seriam enfrentadas por uma empresa para controlar seus
estoques, realizar a folha de pagamento dos seus funcionários, planejar e programar sua
produção, definir a melhor rota de entrega de seus produtos ao cliente, integrar seus
processos, realizar transações com clientes e fornecedores, sem que tivesse o auxílio
de um computador e um software específico? Este será o cerne da nossa discussão nos
próximos capítulos.

O avanço da tecnologia da informação (TI) está fortemente ligado ao desenvolvimento


industrial, uma vez que a TI desponta como uma aliada ao gestor moderno.

A logística é uma atividade complexa que exige velocidade e precisão nas decisões,
tornando a TI indispensável para tal. Segundo Carvalho (2006), o mundo se depara com
a Revolução da Informação, no qual o volume e a velocidade das informações estão em
níveis inimagináveis décadas atrás. Esta Revolução da Informação tornou-se possível
em função da evolução da informática, uma vez que os computadores possuem preços
acessíveis e capacidades de processamento adequadas ao nível de complexidade
exigido.

A logística possui o desafio de disponibilizar os materiais necessários, nos locais


solicitados dentro de um prazo especificado. Para isso é necessário o gerenciamento da
cadeia de suprimentos, onde os diferentes elos da cadeia devem se comunicar para que
esta se torne competitiva, através da minimização dos estoques gerados a partir das
incertezas. Vale ressaltar que a informação compartilhada entre os diferentes níveis da
cadeia de suprimentos não é algo simples, porém, essencial para o bom desempenho,
não só da organização, mas também de seus fornecedores a montante e clientes a
jusante. Para que o fluxo da informação seja gerenciado, faz-se necessário o uso de
ferramentas tecnológicas, que deem suporte a tomada de decisões.

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 116


Um exemplo de posicionamento estratégico baseado em tecnologia da informação é o
caso de empresas de entrega expressa. A Fedex foi a primeira a oferecer serviço de
entrega para o dia seguinte, em 1973 nos Estados Unidos. No final de 1980, com
elevados investimentos em TI, ela passou a ter o controle de todo o ciclo do pedido do
cliente. Com isso, podia manter total rastreabilidade do pedido. Atualmente, seu sistema
processa 63 milhões de transações por dia, o que equivale a três milhões de pacotes
entregues. A UPS, maior empresa americana desse segmento, investiu US$ 1,5 bilhão
entre os anos de 1986 e 1991, para atingir o mesmo patamar de sua concorrente com
relação aos serviços prestados.

Outro exemplo de como informação tem grande importância na Logística é a interação


entre fabricantes e varejistas no gerenciamento da cadeia de suprimentos, promovida no
Brasil pelo Movimento ECR Brasil. Com tal prática, algumas redes varejistas começam
a disponibilizar informações do ponto-de-venda para seus fornecedores, de modo que
estes sejam responsáveis pelo ressuprimento automático dos produtos. Isso reduz
consideravelmente o custo com estoque dos varejistas e possibilita aos fabricantes ter
melhor previsibilidade da demanda, propiciando uma utilização de recursos mais
racionalizada.

11.1 APLICATIVOS DE INFORMAÇÕES LOGÍSTICAS

Os aplicativos de informação logísticas funcionam como elos que ligam as atividades


logísticas em um processo integrado, combinando hardware e software para medir,
controlar e gerenciar as operações logísticas. Essas operações tanto ocorrem dentro de
uma empresa específica, como ao longo de toda cadeia de suprimentos.

Os aplicativos de informações logísticas possuem quatro diferentes níveis funcionais:


sistema transacional, controle gerencial, apoio à decisão e planejamento estratégico.

11.2 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO APLICADA À LOGÍSTICA

As organizações moldam os sistemas de informação de várias formas óbvias. Empresas


são organizações formais. Elas consistem em unidades especializadas com uma divisão
nítida de mão-de-obra e especialistas empregados e treinados para diferentes funções
profissionais como vendas, produção, recursos humanos e finanças. As organizações
são hierárquicas e estruturadas. Os empregados em uma firma são dispostos em níveis
crescentes de autoridade nos quais cada pessoa deve responder a alguém acima dela.

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 117


Os níveis mais altos da hierarquia consistem na gerencia e os níveis mais baixos são os
empregados não-gerenciais. Procedimentos formais, ou regras para o cumprimento das
tarefas, coordenam grupos especializados na firma, de forma que eles completem seu
trabalho de uma maneira aceitável. Alguns desses procedimentos, como a forma de se
preencher um pedido de compra ou a forma de se corrigir uma fatura incorreta, são
incorporados em sistemas de informação. Cada organização tem uma cultura específica,
ou premissas fundamentais, valores e uma maneira de fazer as coisas que foram aceitas
pela maioria dos membros da empresa.

Por outro lado, diferentes níveis e diferentes especialidade em uma organização criam
interesses e pontos de vista diferentes, que frequentemente conflitam entre si. Desses
conflitos, políticas e eventuais compromissos vêm os sistemas de informação. As
organizações precisam construir esses sistemas para resolver problemas criados por
esses fatores internos e por fatores externos tais como mudanças em regulamentações
governamentais ou em condições de mercado.

Pessoas
As pessoas usam informações vindas de sistemas baseados em computadores em seus
trabalhos, integrando-as no ambiente de trabalho. Elas são solicitadas a introduzir dados
no sistema, colocando-os diretamente ou colocando os dados em um meio que o
computador possa ler.

Os empregados necessitam de treinamento especial para fazer suas tarefas ou usar


eficientemente os sistemas de informação. Suas atitudes a respeito de seus empregos,
empregadores ou de tecnologia de computação podem ter um efeito poderoso sobre sua
capacidade de usar sistemas de informação de modo produtivo. A ergonomia se refere
à interação das pessoas e das máquinas no ambiente de trabalho. Inclui a descrição das
funções, questões de saúde e a forma na qual as pessoas interagem com os sistemas
de informação e representa um forte suporte para a moral, produtividade e receptividade
dos empregados aos sistemas de informação. A interface com o usuário ou aquelas
partes de um sistema de informação com as quais as pessoas devem interagir, tais como
relatórios ou terminais de vídeo também têm grande influência na eficiência e na
produtividade dos empregados.

Tecnologia

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A tecnologia é o meio pelo qual os dados são informados e organizados para uso das
pessoas. Um sistema de informação pode ser um sistema manual, usando somente a
tecnologia do lápis e papel (um exemplo seria a pasta de um professor que contém os
registros e as notas do seu curso). Todavia, os computadores substituíram a tecnologia
manual de processamento de grandes volumes de dados e de trabalhos complexos de
processamento. Os computadores podem executar milhões e até centenas de milhões
de instruções por segundo, completando em questão de segundos uma tarefa que
poderia levar anos para ser feita manualmente. Os computadores também podem
trabalhar por um tempo maior do que um ser humano, de forma constante e confiável.
Os sistemas de informação são baseados em computadores; isto quer dizer que eles se
baseiam em alguma forma de tecnologia de computação para entrada, saída,
processamento e armazenagem de dados.

11.3 TECNOLOGIA DE ARMAZENAMENTO


A tecnologia de armazenamento para organizar e armazenar os dados utilizados por uma
empresa é um poderoso determinante da utilidade e disponibilidade dos dados. A
tecnologia de armazenamento inclui os meios físicos para armazenar dados, como disco
magnéticos ou óticos ou fitas, assim como software que rege a organização de dados
nesses meios físicos.

Como importante tecnologia da informação aplicada à armazenagem, temos o WMS


(Warehouse Managent System). Sistema gerenciador de armazém, como o próprio
nome diz possui a finalidade de gerenciar o armazém de uma organização, permitindo o
bom funcionamento do mesmo.

Podemos listar uma série de problemas enfrentados pelas organizações que não
possuem um correto gerenciamento dos seus armazéns, entre os mais comuns estão:

• Perda de mercadorias em função da validade;


• Necessidade de tempos elevados para a localização das mercadorias;
• Desconhecimento das quantidades armazenadas;
• Formação excessiva de estoques;
• Falta de produtos;
• Dificuldade de localização;
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• Envio de produtos errados para o cliente;
• Centralização do conhecimento;

Com o aumento das quantidades e variedades dos itens que as empresas
costumeiramente têm que armazenar, estes problemas são potencializados, sendo
necessária à utilização de uma ferramenta computacional que auxilie os processos
decisórios da organização. O WMS possui a finalidade de proporcionar uma facilidade
dos processos logísticos da organização, mediante a uma gestão eficaz das
informações referentes ao estoque. Os principais beneficios obtidos através da
implantação de um sistema de WMS são listados a seguir:

• Melhoria da acuracidade dos estoques;


• Redução dos estoques;
• Controle de validade dos lotes das mercadorias;
• Melhoria na ocupação dos espaços físicos
• Redução de tempo no inventário;
• Redução no prazo de entrega;
• Facilidade de localização das mercadorias;
• Melhoria no recebimento de mercadorias;

• Melhoria na expedição de mercadorias;

Segundo a Próton (2004), os fatores primordiais para o sucesso na implantação do WMS


são:

• Cadastro correto das normas de paletização e regras de movimentação


de mercadorias;
• Treinamento profundo da equipe responsável por operar o WMS e os
processos físicos no armazém;
• Simulação do armazém;
• Plano de contingência;
• Correto inventário inicial;
• Projeto de logística e armazenagem.

É de grande importância o cadastro único de materiais no WMS, no qual é inaceitável


duplicidade de nomes para um mesmo produto.

A grande parte dos softwares WMS permite o acesso a uma série de informações que
dão subsídios a tomada de decisões, a seguir será relacionada às principais informações
Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 120
com um breve descritivo de sua funcionalidade:

Mercadorias: efetua a consulta das mercadorias contidas no armazém, bem como as


suas respectivas características físicas, lotes, validade, local de armazenamento, preço,
etc.

Locais: permite a verificação da capacidade e estrutura de um determinado local do


armazém.

Normas de Paletização: possibilita que os funcionários consultem as normas básicas de


paletização definidas pela empresa em questão.

Ocupação: realiza a consulta da ocupação do armazém, possibilitando a identificação de


áreas livres por endereço.

V'isões Virtuais: permite o acesso virtual do armazém, sendo possível a visualização do


mesmo através de animação 2D ou 3D (a depender da configuração do software WMS).

11.4 HISTÓRICO DE MOVIMENTAÇÕES

Possibilita que haja rastreamento das mercadorias, permitindo que seja visto em etapa
do processo logístico a mercadoria se encontra para um maior controle.

Pedidos: permite que sejam consultados ou realizados pedidos de materiais ou


mercadorias, que se encontram armazenados.

Gráficos ne Ocupação: possibilita que a ocupação das estruturas de armazenamento


possam ser visualizadas através de gráficos.

Recebimento: contribui no processo de recebimento através da visualização da


quantidade produtos recebidos no dia, bem como a programação para os demais dias.

Expedição: visualiza a quantidade de produtos a serem expedidos no dia, bem como a


programação de expedição para os demais dias.

Além de disponibilizar uma série de informações, os softwares WMS fornecem uma série
de relatórios para serem analisados pelos gestores. Outro fator comum nos softwares de
WMS é a possibilidade de integração com as tecnologias EDI (Eletronic Data
Interchange), ERP (Enterprise Resources Planning), Coletores de Dados, Código de
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Barras, RFID, entre outras tecnologias.
11.5 TECNOLOGIA DE COMUNICAÇÕES
A tecnologia de comunicações é usada para conectar partes diferentes do hardware e
para transferir dados de um ponto a outro via redes. Uma rede liga dois ou mais
computadores entre si para transmitir voz, dados, imagens, sons e vídeos ou para
compartilhar recursos tais como uma impressora. A tecnologia de comunicações
consiste em meios físicos e software que suportam a comunicação via meios eletrônicos.

A evolução da tecnologia da informação nestes últimos 20 anos possibilitou ampla


modificação do modus operanti de diversas organizações, trazendo impactos positivos
sobre o planejamento, a execução e o controle logístico. Com isso, criou-se um ambiente
favorável para inovações na área de Logística, motivadas principalmente pelo aumento
significativo na complexidade das operações.

O avanço da Tecnologia de informação (TI) nos últimos anos vem permitindo às


empresas executar operações que antes eram inimagináveis. Atualmente, existem vários
exemplos de empresas que utilizam a TI para obter reduções de custo e/ou gerar
vantagem competitiva.

11.6 UTILIZAÇÃO DO CÓDIGO DE BARRAS

CÓDIGO DE BARRAS E COLETORES


O código de barras, ver figura 6.1, é um mecanismo que permite, através da leitura
óptica, ver figura 6.2, a coleta de dados. Segundo Costa (2005), o código de barras é
formado por um conjunto de barras distintas separadas por espaços de forma sequencial.

De acordo com Costa (2005), são existentes várias especificações para o código de
barras, no qual o autor lista os seguintes padrões:

• EAN;
• CodaBar;
• ITF;
• JAN;
• Post Net;
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• UOC;
• Pharmacode.

Exemplo de Côdigo de Barras (fonte: SENAI Cimatec)

Exemplo de Leitores Ôpticos (fonte: http://www.fsautomacao.com.br/loja-vidual/3800g.html)

Segundo Coronado (2007), em 1973 foi criado nos Estados Unidos da América (E.U.A)
o UCC, Conselho de Códigos Uniformes, com intuito de minimizar os erros através da
padronização da linguagem comercial.

O sistema de identificação por código de barras possibilita, segundo Coronado (2007), a


transmissão de informações entre diferentes empresas, diferentes mercados em
qualquer local do mundo.

Rezende (2009), afirma que os códigos de barras são:

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 123


[...] são compostos por um conjunto de barras e espaços contêm uma área livre em torno da
representação, que é denominada “zona de silêncio” e sua altura é determinada conforme o tipo
de equipamento de impressão e do equipamento de leitura óptica a ser utilizado.

Os códigos de barras usualmente são impressos em embalagens de diferentes produtos,


com intuito de tornar única a identificação do produto em questão, em qualquer elo da
cadeia de suprimentos. As informações coletadas através da leitura óptica dos códigos
de barras, normalmente são: lote e data de fabricação, prazo de validade, preço, tributos,
descrição do produto, etc. Segundo Rezende (2009) e Coronado (2007), a aplicação do
código de barras pode se dar em diferentes setores industriais e elos da cadeia de
suprimentos.

Coronado (2007) e Rezende (2009) listam alguns benefícios inerentes à aplicação do


código de barras pelas empresas:

• Eficiência operacional e logistica;


• Controle dos processos;
• Controle dos estoques;
• Redução de custos;
• Velocidade no recebimento e expedição;
• Informações em tempo real;
• Fortalecimento das parcerias entre diferentes elos da cadeia de
suprimentos;
• Eliminação de erros de digitação;
• Otimização da gestão de preços;
• Gestão de estoques em tempo real;
• Resposta rápida a mudança de hábitos de consumo;
• Velocidade de entrada de dados.

RÁDIO FREQUÊNCIA — RFID (RADIO FREQUENCY IDENTIFICATION DATA)

As conexões sem fio já são uma realidade em nosso cotidiano há algum tempo, através
dos controles remotos para televisores, aparelhos de som, DVD, entre outros, que se

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 124


utilizam de conexões através de raios infravermelhos.

A RFID seria uma espécie de ramificação desta tecnologia, sendo comumente conhecida
por “etiqueta inteligente", que possibilita o acompanhamento de um produto, em tempo
real, por toda a cadeia de suprimentos, proporcionando altíssimos ganhos de
produtividade operacional e garantindo a segurança na manipulação e comercialização
dos produtos (SANTANA, 2005).

RFID é a denominação dada a Radio Frequency Identification ou Identificação por Rádio-


Frequência. Essa tecnologia de compartilhamento de informações em tempo real é
composta de equipamentos (como leitores, antenas) e tags (etiquetas) que se
comunicam através da radio frequência, enviando informações através de um software
para o usuário final (CORONADO, 2007). Enquanto a tecnologia de código de barras
utiliza-se do feixe de luz para a captura dos dados, essa tecnologia utiliza a freqüência
de rádio.

Radiofrequêcia é a faixa de frequência que abrange aproximadamente de kHz a 300 GHz.


Saiba mais em (http:llpt.wikipedia.org/wiki/Radiofrequ%C3%AAncia

11.7 APLICAÇÕES DA RFID E PRINCIPAIS VANTAGENS

De acordo com Coronado (2007), a tecnologia de identificação de dados por


radiofreqüência (RFID) teve sua origem em 1935 a partir de um dispositivo utilizado para
identificar aviões aliados e inimigos, durante o período da guerra, possuindo hoje
diversas aplicações. O mesmo autor apresenta algumas aplicações interessantes para o
sistema, como se observa a seguir.

Na pecuária, algumas fazendas brasileiras já identificam o gado de corte com etiquetas


eletrônicas, compostas por um chip, que armazena informações do animal, como
vacinação, peso, alimentação e dados da genética do animal. O mesmo autor também
destaca que no esporte a utilização desse tipo de tecnologia está cada vez mais
difundido, a exemplo dos atletas que disputam provas com chips de identificação que
possibilitam verificar o exato momento em que trespassam a linha de chegada. Também
é possível observar a utilização desses dispositivos em pedágios sem parar, em que o
carro, possuindo o dispositivo que emite ondas de rádio, tem seu acesso liberado pela

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 125


cancela automaticamente, de modo que os computadores do sem parar fazem a
cobrança do pedágio posteriormente.

Santana (2005) destaca que o surgimento dessa tecnologia se deu

Inicialmente como solução para sistemas de rastreamento e controle de acesso na


década de 80 quando o MIT (Massachusetts Institute of Technology), juntamente com
outros centros de pesquisa, iniciou o estudo de uma arquitetura que utilizasse os
recursos das tecnologias baseadas em radiofreqüência para servir como modelo de
referência ao desenvolvimento de novas aplicações de rastreamento e localização de
produtos.

A mesma autora traz, ainda, que esta nova tecnologia prevê uma mudança radical na
operação do varejo mundial, de modo que a indústria varejista será beneficiada, com o
uso desta tecnologia de diversas maneiras, ocasionando principalmente a redução dos
custos. Adverte, porém, que o seu uso não se restringe apenas a aplicações na indústria
varejista, de modo que esta tecnologia já tem sido utilizada em outras áreas como saúde,
monitoramento de crianças nas escolas, passaportes, etc., atendendo setores em que
os códigos de barras já não dão suporte às necessidades de automação, de modo que:

A utilização da tecnologia RFID é bastante ampla, especialmente na área de logística e


retaguarda, em carretas ou mesmo caixas de despacho de produtos e, em breve,
também na interface com o consumidor, especialmente nas áreas de vendas. Esta
tecnologia deverá conviver por muito tempo com os códigos de barras (SANTANA,
2005).

Os benefícios trazidos pelas soluções que empregam a tecnologia RFID podem ser
observados, principalmente, através da melhoria de controle da mobilidade de bens, e
automação de processos, aumento da produtividade e da integridade da informação,
reduzindo a possibilidade de erros durante os processos logísticos empregados nas
indústrias, evitando retrabalhos e fraudes e gerando maior facilidade para o trabalho e
menor dispêndio de tempo na localização de bens, por exemplo.

As empresas que se utilizam dessa tecnologia tendem a melhorar a integração com seus

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fornecedores e clientes, melhorar a prestação de serviços, o controle e eficiência dos
processos relacionados, por exemplo, ao recebimento e inventários de materiais e
equipamentos; operação e expedição de produtos e serviços; rastreamento de bens,
materiais ou colaboradores, dentre outros.

Funcionamento

RFID é um termo genérico para as tecnologias que usam as ondas de rádio para
identificar automaticamente pessoas ou objetos. Diversos podem ser os métodos de
identificação, sendo o mais comum o de armazenar um número de série que identifique
uma pessoa ou um objeto, ou outra informação, em um microchip. Deste modo, é
possível a captura automática de dados, para identificação de objetos com os
dispositivos eletrônicos, conhecidos como Pag ou transponder, que emitem sinais de
radiofreqüência para leitores ou antenas, que captam estas informações (SANTANA,
2005).
As etiquetas inteligentes são capazes de armazenar dados enviados por transmissores.
Elas respondem a sinais de rádio de um transmissor e enviam de volta informações
quanto a sua localização e identificação. Santana (2005) descreve da seguinte forma o
funcionamento d sistema:

O microchip envia sinais para as antenas, que capturam os dados e os retransmitem


para leitoras especiais, passando em seguida por uma filtragem de informações,
comunicando-se com os diferentes sistemas da empresa, tais como sistema de gestão,
sistema de relacionamentos com clientes, sistemas de suprimentos, sistema de
identificação eletrônica de animais, entre outros. Esses sistemas conseguem localizar
em tempo real os estoques e mercadorias, as informações de preço, o prazo de validade,
o lote, enfim, uma gama de informações que diminuem o processamento dos dados
sobre os produtos quando encontrados na linha de produção.

Componentes do sistema

De acordo com Santana (2005), os sistemas de RFID possuem basicamente três


componentes principais: antena, transceiver (com decodificador) e transponder
(normalmente chamado de RF Tag, que é composto por uma antena e um chip
eletronicamente programado com uma determinada informação).

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 127


11.7.1 roteirizadores

Uma das principais atividades gerenciadas pela logística são o transporte e a distribuição
física de materiais, no qual, de acordo com Carvalho (2006), 60% do transporte de cargas
no Brasil é realizado através do modal rodoviário. Tendo em vista a busca pela
minimização dos custos logísticos e a melhoria no transporte, as organizações vêm
buscando ferramentas que auxiliem as analises das variáveis de modo que sejam
tomadas decisões inerentes às definições das melhores rotas de transporte.

As principais variáveis inerentes ao processo decisório na definição das rotas de


transporte são:

Quantidade de clientes;
Produtos diferenciados em termos de cubagem, peso e densidade;
Áreas geográficas
Restrições de entrega ou coleta;
Variação de dias ou horários para entrega ou coleta;
Veículos com capacidades diferentes;
Integração com terceiros;
Retorno de veículo com carga

Devido ao elevado número de variáveis, e a dinamicidade das mesmas, torna-se


necessário à utilização de ferramentas computacionais que auxiliem os processos
decisórios. O processamento dessas variáveis demanda tempo e dinheiro. A redução de
custos e as melhorias no desempenho das entregas são benefícios que podem ser
obtidos com o uso de softwares especializados, como o sistema de otimização de rotas
ou roteirizador.

O roteirizador é uma tecnologia computacional, conforme exposto na figura 8.1, que


realiza cálculos complexos para a definição de rotas, possibilitando análises rápidas e
precisas com intuito de realizar um melhor aproveitamento dos recursos inerentes ao
processo de transporte e distribuição física de materiais.

11.8 PRINCIPAIAS CARACTERÍSTICAS DE UM ROTEIRIZADOR


Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 128
o Apresentam um ambiente amigável e intuitivo, valendo-se de uma série de
recursos gráficos que incluem os mapas detalhados da região de atuação e das
facilidades operacionais do ambiente Windows proporcionam ao usuário a visualização
de sua estratégia de vendas e a maioria integra-se facilmente ao sistema corporativo.
o Podem apresentar na tela a posição dos veículos em rota comparada à
planejado, desde que conectados a um sistema GPS.

Os roteirizadores desempenham um papel bem definido na cadeia de suprimentos, não


apenas otimizando as rotas e reduzindo substancialmente os custos, como também por
serem uma poderosa ferramenta de análise e simulação de estratégias de distribuição.

Com o uso de roteirizadores, o processo de distribuição obtém as seguintes vantagens:

o Maior controle da frota/expedição


o Otimização dos recursos
o Redução de custos
o Auxilia no planejamento estratégico
o Melhoria da dinâmica da cadeia logística
o Redução de quilometragem percorrida

11.9 OUTRAS TECNOLOGIAS NA LOGÍSTICA

ECR (Efficient Customer Response

A resposta eficiente ao consumidor, consiste em uma tecnologia que visa a integração


da cadeia de suprimentos, estreitando o relacionamento entre o cliente e o fornecedor, e
por sua vez aumentando a velocidade de resposta da cadeia de suprimentos.

Pick by Voice: é uma tecnologia de separação de pedidos por meio de voz, no qual o
funcionário realiza as coletas sem a necessidade de estar com um coletor de código de
barras, facilitando o trabalho uma vez que o mesmo fica com as mãos livres.

Pick by Light: sistema de separação que consiste em displays luminosos, quais ficam
localizados na frente das estruturas de armazenamento, com intuito de informar, através
Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 129
de mensagens numéricas, a quantidade a ser separada .

Funcionário utilizando pick by voice (fonte: http://www.ssi- schaefer.com.br/sistemas-de-Iogistica/integracao-de-


sistemas/picking-separacao-de- pedidos/pick-by-voice.html)

TMS (Transportatíon Management System): o sistema de gerenciamento de


transportes possibilita que todas as operações logísticas inerentes ao transporte
possam ser controladas.

GPS (Global Positioning System): o sistema de localização global, ver figura 10.3,
permite que um aparelho receptor possa ser localizado em qualquer parte do globo
terrestre através de satélites. Esta tecnologia normalmente é utilizada na logistica
por transportadores, principalmente quando associado a sistemas roteirizadores e
TMS.

GPS (fonte.' http://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema de posicionamento global)

SCM (Supply Chain Management)


Os sistemas SCM são Sistemas de Gestão da Cadeia de Suprimentos Integrada. Essas
soluções geralmente estão integradas com o APS e com o ERP e funcionam como

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 130


softwares de comunicação entre manufatura, distribuidores, varejo, fornecedores e
transporte.
Podemos destacar alguns dos sistemas abaixo:
• Supply Chain Solutions (BAAN);
• Trademix (I2 Tecnologies);
• One World Advanced Planning Solution (J.D . Edwards);
• NetWORKS (Manugistics);
• Oracle APS;
• People Soft;
• MFG /Pro (QAD);
• APO (SAP).

11.10 WMS ( Warehouse Management System)


Um dos diversos cuidados que uma empresa, por exemplo, de e-commerce deve possuir
é informar com precisão se existe ou não um determinado produto em seus estoques. O
erro nesse procedimento transmite insegurança para os clientes, além de gerar outros
transtornos, como a maior espera pelo produto comprado ou ainda a necessidade de
estornar a compra no cartão de crédito.
O controle de estoque vem se tornando cada vez mais complexo devido à tendência de
compra pelos clientes do varejo, de produtos cada vez mais inovadores e diferenciados,
provocando o aumento do número de itens de um centro de distribuição (CD). Podemos
citar, como exemplo, a loja virtual da Submarino, que aumento o número de itens de 400
mil em 2001 para 820 mil em 2002, segundo o ex-presidente da empresa Murilo Tavares.
Para armazenar essa quantidade de produtos foi necessário adquirir um CD de 8 mil m²
com aproximadamente 12 km lineares de prateleiras, de acordo com Murilo.

A gerencia de um CD desse porte torna-se complexa e sujeita a diversos erros quando


feita manualmente ou com um sistema de gestão precário. A necessidade do uso de
sistemas de informação que facilitem a localização dos produtos dentro de um CD passa
a ser primordial para minimizar erros.

Para dar suporte ao sistema de informação é necessário primeiramente organizar o CD


com endereços das prateleiras dividindo-o em ruas, andares, corredores, lado, pilha e
nível, por exemplo. As coletas, picking, são realizadas muitas vezes com coletores de
dados com obtenção das informações a partir de códigos de barras e transmissão online
Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 131
por radiofreqüência. Esse procedimento aumenta a velocidade no atendimento dos
clientes e minimiza erros, melhorando a produtividade. Para que todos esses processos
sejam cumpridos sem erros é necessário a gerência de um sistema de informação
denominado warehouse management system (WMS – sistema de gerenciamento de
depósito e armazéns).

O WMS tem a capacidade de gerenciar: movimentações de mercadoria, recebimentos


de produtos ou insumos, separações, expedições, roteirização de picking, entre outras
atividades logísticas. Os eventos são registrados em tempo real, identificando o operador
ou equipamento que realizou a tarefa, possibilitando o registro de todas as ações
realizadas em um CD.

Um WMS deve calcular também quais embalagens são necessárias para acondicionar
as diversas mercadorias a serem enviadas para um cliente, possibilitando a emissão de
listagem do conteúdo e peso bruto e líquido de cada embalagem. Posteriormente, é
calculada a ordem de entrada das embalagens no caminhão, de forma que a entrega
final obedeça a uma rota preestabelecida, sendo a posterior a próxima a ser retirada e
assim por diante. Para isso, o WMS permite cadastramento das rotas dos clientes que a
empresa possui.

Para uma integração com a empresa, o WMS necessita passar parâmetros para o ERP.
O WMS se integra ao sistema ERP para transacionar as seguintes informações: cadastro
de materiais, carteiras de pedidos de clientes e de fornecedores, contabilidade de
estoques, planejamento de compras e de produção, sistemas de transportes, tempo que
um produto permanece em estoque etc.

Essa integração pode melhorar a visibilidade do departamento de compras em relação


às decisões sobre o momento de suprir os estoques. O marketing pode também se
beneficiar desses dados tomando decisões a respeito de quando e como devem ser
feitas as promoções de estoques que estão muito tempo sem girar.

O WMS (Warehouse Management Systems) ou sistema de gerenciamento de armazéns,


é um sistema que otimiza todas as atividades operacionais (fluxo de materiais) e
administrativas (fluxo de informações) dentro do processo de armazenagem , incluindo:
Recebimento, inspeção, endereçamento, estocagem, separação, embalagem,
carregamento, expedição, emissão de documentos, inventários, entre outras.
Um WMS pode otimizar o negócio da empresa em duas grande categorias:
Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 132
• Redução de custos;
• Melhoria do serviço ao cliente.

Nos sistemas WMS o nível de serviço ao cliente é o primeiro foco de melhoria, mantendo
a acuracidade de informações muito alta e minimizando os erros operacionais, evitando-
se inclusive atividades de conferência e controles operacionais manuais.

Otimização Operacional
O WMS possibilita a otimização operacional através do aumento da produtividade
operacional, otimização dos espaços e melhoria da utilização dos recursos operacionais,
aumentando a capacidade operacional.
Esses aumentos podem chegar à ordem de 10 a 30% ou mais, dependendo do caso, e
são devidos à/ao:

• Controle operacional;
• Redução do tempo perdido com esperas;
• Redução do tempo morto dos recursos de movimentação;
• Otimização do percurso de separação de pedidos (picking);
• Estocagem otimizada através da localização pela curva ABC de giro;
• Aumento da densidade de estocagem, diminuindo distâncias a serem percorridas.

Além de gerenciar as tarefas, o WMS tem que prover também o planejamento


operacional baseando-se na previsão de separação.
O WMS também gerencia a localização dos itens no estoque através de análise de
intensidade de movimentação de cada item, onde os mesmo são classificados
dinamicamente em itens A, B e C, localizados em setores pré-determinados em função
de sua classificação.

Aumento de Capacidade
• Existem dois modos para aumentar a capacidade de um armazém:
• Aumentando o seu tamanho;

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 133


• Aumentando o giro dos produtos (movimentando-os de forma mais rápida,
fazendo com que os mesmo permaneçam o mínimo tempo no armazém).
Um WMS pode ser definido como a integração de software, hardware e equipamentos
periféricos para gerenciar estoque, espaço físico, equipamentos e Mão de obra em
Armazéns/Centro de distribuição (CD).
Em linhas gerais, um WMS é um sistema de gestão (software), que melhora a
operacionalidade da armazenagem, através do eficiente gerenciamento de informações
e dos recursos do mesmo. As informações utilizadas podem ser provenientes de
empresas transportadoras, da produção, do sistema corporativo (ERP), dos clientes e
fornecedores, entre outras fontes. O WMS utiliza as informações recebidas para
inspecionar, estocar, separar, embalar e expedir mercadorias da melhor forma possível
.

Funções de um WMS

Programação e entrada de pedidos – A função de um WMS quanto à programação e


entrada de pedidos é colocar os mesmos de modo rápido e acurado no armazém.
Lembrando que o WMS não funciona como um sistema de entrada de pedidos, mas que
pode melhorar o desempenho do mesmo quanto ao planejamento no atendimento.
O WMS é capaz de registrar as necessidade especiais de cada cliente;
Necessidade de embalagem especial; As características de paletização;
Os sistemas de rotulação e/ou documentação.
O TMS (Transportation Management System) ou Sistema de Gerenciamento de
Transporte é um software que tem por objetivos principais assegurar a rastreabilidade
do pedido e a produtividade em todo o processo de distribuição.

A gestão integrada nas organizações chegou também aos sistemas de gestão de


transportes, onde soluções específicas para coletar, processar e fornecer informações
gerenciais, foram desenvolvidas e hoje já são integradas aos ERP’s.

As soluções TMS, como são relacionadas com o transporte e a distribuição têm módulos
específicos para apoiar o gerenciamento do processo em questão.

Podemos citar como módulos específicos de um TMS , as seguintes soluções:

• Gestão de frotas;
Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 134
• Gestão de fretes;
• Roteirização;
• Programação de cargas;
• Controle de tráfego/rastreamento;
• Atendimento ao cliente;
• Entre outros.

O mercado tem a disposição varias soluções TMS, como por exemplo, o GKO Frete, o
DATASUL TMS CR 4.00, o Routing SEAL, o TMS LOGIX, o STORE/TMAS, etc.
Podemos dizer que os investimentos nestas soluções, considerando os mais diversos
segmentos de mercado, variam de R$ 15.000,00 à R$ 3.000.000,00.

ECR (EfficientConsumerResponse)

O ECR é uma solução que tem como objetivo coordenar as trocas de informações entre
indústria e varejo, implementado principalmente no setor alimentício, tendo como um de
seus principais usuários os supermercados. Ele possibilita o estabelecimento de um fluxo
de informações entre a indústria e cliente, informando as demandas em tempo real nos
PDVs (pontos-de-venda).

O ECR permite a otimização e sincronia na cadeia de suprimentos possibilitando, por


exemplo, determinar os pontos exatos relativos à quantidade e ao momento de
reabastecimento de cada unidade, minorando o problema de estoques
superdimensionados. Com as informações obtidas em tempo real é possível saber as
características de cada empresa, compreendendo o melhor mix adequado de produtos
para cada supermercado. Na realidade, podemos obter o comportamento de cada região
dimensionando melhor os estoques e mantendo bons níveis de serviços com baixos
níveis de inventários. A conseqüência imediata é a redução de perdas, principalmente
de produtos perecíveis.

Essas informações podem permitir uma otimização no transporte de carga,


armazenagem e estocagem, reduzindo os custos logísticos tanto do cliente quanto do
fabricante.

O ECR é, na verdade, um compartilhamento intensivo de informações entre fabricante e


varejista, possibilitando a melhoria nos tempos de respostas para as variações de
Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 135
demandas ocorridas no mercado. Podemos, também, compreender as sazonalidades de
cada item, possibilitando dimensionar quando, quanto e onde se deve suprir.

As trocas de informações entre os parceiros necessitam, no entanto, de tecnologias de


transmissão de dados como a internet e o electronic data interchange (EDI – intercâmbio
eletrônico de dados). Essas tecnologias permitem a transmissão eletrônica em tempo
real para os fabricantes do consumo do PDV na medida de sua ocorrência, disparando
o processo de reposição do estoque consumido.

Para que todos os processos sejam realizados de forma correta é importante a


integração do ECR com o WMS e com o ERP. Esse conjunto de sistemas de informação
possibilita que as ações ocorram sem erros. A solicitação do pedido é processada após
o produto passar pelo check-out e há uma verificação no ERP por meio do WMS do nível
de estoque. Compara-se o tempo de inventário com o de reposição; se ambos forem
iguais, é solicitado pelo cliente o reabastecimento para que seja mantido o alto nível de
serviço.

DI ( Eletrônic Data Interchange)

O EDI ou Intercâmbio Eletrônico de Dados é uma ferramenta que viabiliza a troca de


documentos comerciais eletronicamente.

O EDI é uma rede de acesso direto aos clientes do provedor, permitindo a conexão entre
os sistemas eletrônicos de informação entre empresas, independentemente dos
sistemas e procedimentos utilizados no interior de cada uma dessas empresas
(PIZYSTEZNIG FILHO, p.55). Teve inicio no final da década de 1970.

Benefícios:

• Diminuição de custos;
• Redução de erros;
• Agilidade na checagem de informações;
• Redução do volume de devoluções;
• Melhoria do nível de serviço;
• Detecção e solução rápida de problemas;
• Diminuição do ciclo de pedido.

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 136


Problemas na implantação e barreiras a serem vencidas:

• Aceitação por parte dos funcionários;


• Problemas de conscientização da alta administração sobre o uso do
• EDI;
• Redesenho dos processos;
• Incompatibilidade com os sistemas existentes e as interfaces do
consumidor;
• Erros por partes dos parceiros causando o chamado “Efeito Dominó”, ou
as falhas de segurança do sistema, comprometendo a integridade dos sistemas de
outros parceiros.

Tipos de EDI

EDI Convencional

A transferência de arquivos em uma operação EDI Convencional, requer que as


aplicações, tanto de lado emissor quanto do destinatário do documento, sejam
compatíveis com o formato do documento enviado, portanto o emissor deve utilizar uma
aplicação para criar um formato de arquivo idêntico ao formato da aplicação comercial
de destinatário.

Web EDI

É uma ferramenta de fácil utilização, pois é totalmente baseada em tecnologia web e tem
como principal beneficio a integração de pequenas empresas ao sistema EDI
convencional. Seu principal objetivo é agilizar os processo de compra e venda entre
empresas, inclusive, habilitando pequenas empresas, que processam um pequeno
volume de documentos a participarem do EDI com o simples uso do Browser. Para
efetuarem as transações, as empresas preenchem formulários web contendo campos
necessários e padronizados e a submetem a um servidor que valida o processo. A partir
desse ponto a mensagem é transformada em mensagem EDI e encaminhada ao
destinatário. O processo de volta é similar.

TECNOLOGIAS DE IDENTIFICAÇÃO

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 137


Algumas variáveis podem ser fundamentais na decisão de compra de um produto pelo
consumidor e uma delas é a disponibilidade. Por outro lado, o excesso de produtos em
estoque pode inviabilizar a rentabilidade de uma empresa. É nesse paradoxo que o
varejo vive: de um lado, a falta do produto que pode afugentar os clientes; de outro, o
excesso que pode prejudicar a rentabilidade.

A correta previsão de demanda pode permitir um bom nível de serviço com baixos
estoques, mas para isso é necessário agilidade na tomada de decisão em reabastecer a
empresa no momento e na quantidade certos. Algumas tecnologias podem permitir
melhorar o desempenho das atividades logísticas e, conseqüentemente, otimizar os
processos de reabastecimento, armazenagem, coleta, entre outros.

Algumas dessas tecnologias são o código de barras, que é uma composição numérica
dos dados de um determinado produtos possibilitando a sua identificação rápida e
precisa. A radiofreqüência (RF) pode fazer o mesmo papel do código de barras, porém
com mais exatidão e com menor interação humana, reconhecendo o produto e seus
atributos. A RF pode ser utilizada como meio de comunicação, estabelecendo
transmissão de dados entre dois ou mais pontos.

Códigos de Barras

O código de barras é um arranjo de barras e espaços dispostos em um padrão


logicamente definido, que em conjunto representam um número. Essas barras são
interpretadas por um leitor óptico e enviadas a um computador que retorna algumas
informações sobre o produto referenciado. As barras em branco, por serem reflexivas,
retornam a informação para o sistema.

Em um supermercado, por exemplo, ao passar os produtos na caixa (check-out) as


informações são armazenadas em um computador central denominado servidor. Esses
dados são processados por um sistema específico, obtendo uma série de informações
sobre o produto e a loja.

Esses sistemas podem dar apoio a um software de gestão, o Customer Relantionship


Management (CRM), ao financeiro, à logística, entre outros, possibilitando a automação
de diversos tipos de empresas.

Essa tecnologia de identificação pode gerar diversos benefícios para as organizações


como, por exemplo: redução no erro na digitação de preços; possibilidade de mudança
Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 138
de preços dos produtos em poucos minutos; identificação do volume de estoques;
rapidez na leitura dos preços melhorando o atendimento no check-out; informação sobre
necessidade de reabastecimento nas gôndolas; entrada de informações online no
financeiro e na contabilidade.

Para o marketing, as informações obtidas no check-out podem representar a


possibilidade de melhoria das ações com o consumidor como, por exemplo, o uso de
cross-selling, venda cruzada de produtos. Além disso, com o co-relacionamento dos
produtos das cestas de compra podemos entender melhor os hábitos de consumo
referentes a uma determinada loja. Ao implementar o uso de códigos de barras as
vantagens são: melhoria no nível de serviço aos clientes e redução nos custos logísticos.

Radiofrequência

A identificação por meio de radiofreqüência, denominada também de RFID (Radio


Frequency Identification), é uma tecnologia que utiliza ondas eletromagnéticas
(radiofreqüência) para transmitir informações. Existem diversas formas de uso dessa
tecnologia, sendo a mais usual a utilização da etiqueta, também denominada tag, e de
um leitor. Existem dois tipos de tag: ativo e passivo. O ativo possui bateria e emite
pequenos pulsos eletromagnéticos possibilitando a identificação apenas com a captura
desses pulsos. Para localizar as etiquetas passivas é necessário induzi-las com outro
transmissor.

A tecnologia de RFID tem diversas aplicações comerciais, como: controle de acesso,


pedágios, identificação de pessoal, controle de furtos em lojas, entre outras. Ela pode
ser utilizada em depósitos no controle de estoques, localização de produtos e
levantamento de inventário. O levantamento de inventários, por exemplo, não necessita
ser feito produto por produto, bastando apenas a captura de todas as ondas emitidas por
todas as etiquetas, obtendo o resultado de forma imediata. Esse procedimento reduz
drasticamente o tempo necessário para determinar os itens em estoque.

Uma das aplicações possíveis na logística é a rastreabilidade, ou seja, um produto pode


ser acompanhado desde a saída da manufatura até a entrada na loja. A precisão nas
informações permite melhorar a assertividade de resposta aos clientes, aumentando a
credibilidade e, conseqüentemente, a retenção.

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 139


O marketing pode usar tal tecnologia para diversos fins. Um deles é o acompanhamento,
online, das compras de cada cliente, permitindo ações de cross-selling mais precisas. É
necessário, no entanto, o uso de forma ética dessa tecnologia devido à sua
potencialidade de rastreabilidade. A RFID absorve algumas ações do código de barras
e agrega outras funcionalidades.

A radiofreqüência pode ser usada também na transmissão de dados entre os coletores


e o sistema de informação da empresa. Os coletores são aparelhos que mostram aos
funcionários que produtos eles devem pegar em um armazém e onde os produtos se
encontram. Os coletores possuem receptores de radiofreqüência e scanners para
receber e transmitir dados coletados nos estoques. O scanner serve para fazer a leitura
do código de barras dos produtos, confirmando a coleta e dando baixa no estoque

A tecnologia RFID (Radio Frequency Identification) vem se mostrando como uma nova
revolução em relação às tecnologias para comunicação. A identificação por
radiofreqüência já é amplamente utilizada no varejo, embora, não necessariamente em
toda cadeia de abastecimento.

A tecnologia, RFID é baseada em Transponders ("transmitter/responder – Conjunto


transmissor/receptor dc microchi, com cerca de 1mm² e uma pequena antena) que se
comunica com receptores e emissores de radio freqüência, permitindo uma visão global
e ininterrupta de paletes, caixas e itens, estocados ou em trânsito.

Ao contrário da Europa e dos Estados Unidos, onde as empresas têm sido obrigadas a
se adequar as exigências de grandes clientes em relação à RFID de forma “relativa”, no
Brasil as empresas estão se antecipando as futuras necessidades e requisitos do
mercado.

Impactos do EDI na Logística

As áreas que sofrem maiores impactos pela utilização do EDI na Empresa X são as áreas
de Logística, Produção, expedição, compras e vendas. Porém, a empresa revelou que
quase todos os setores são indiretamente afetados pelos impactos do EDI.

A logística é uma das principais áreas afetadas pela troca eletrônica de dados via EDI.
Na Empresa X, a Logística é responsável pela recepção das informações emitidas pelos
clientes, tratamento dessas informações e distribuição aos diversos setores da empresa.
O EDI afeta quase todas as atividades logísticas realizadas pela Empresa X, ou seja, as
Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 140
áreas de Transporte, Distribuição Física, Planejamento e Controle de estoques,
Armazenagem, Serviço ao Cliente e finalmente, a Integração da Cadeia de Suprimentos
e relacionamento com os parceiros desta Cadeia. O Quadro a seguir, representa uma
síntese dos principais impactos relatados pela empresa em cada uma destas atividades.

Ao mesmo tempo em que as empresas vêm buscando reduzir seus estoques e melhorar
a qualidade de seu serviço, em um ambiente globalizado, a competitividade exige custos
reduzidos e prazos curtos nos ciclos dos pedidos. Para alcançar estes objetivos, as
empresas se utilizam em larga escala da Tecnologia da Informação. A TI vem
contribuindo para a logística tornar-se mais eficiente e efetiva na geração de valor para
as empresas.

Neste artigo, verificou-se a importância do EDI como uma ferramenta que permite
melhorar a coordenação das funções logísticas. Através do estudo de caso, observou-
se que o principal motivo para adoção do EDI na indústria automobilística é o
atendimento às necessidades e exigências dos clientes, seguido pelos benefícios que
esta ferramenta pode proporcionar, tais como agilidade na troca de informações, maior
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precisão, segurança, confiabilidade e redução de erros. Na empresa pesquisada, o EDI
é utilizado principalmente em três atividades: recebimento da necessidade de produção
enviada pelos clientes, pedidos de compras/suprimentos enviados aos fornecedores e
emissão de avisos de embarque e notas fiscais aos clientes, a partir do momento que o
produto final é transportado aos mesmos.

Baseado em todas estas considerações, pode-se afirmar que o uso do EDI pelas
empresas gera um diferencial nas operações logísticas, e consequente aumento de
competitividade das mesmas frente aos seus concorrentes. Por fim, pode-se concluir que
a Tecnologia da Informação é essencial à integração das atividades da Logística e para
que esta atinja sua meta, ou seja, garantir a disponibilidade de produtos, materiais ou
serviços no mercado e pontos consumidores, no tempo exato e na condição desejada
ao menor custo possível. Ambas constituem ferramentas indispensáveis à sobrevivência
das empresas modernas.

11.11 APLICATIVOS DE SIMULAÇÃO PARA A OBTENÇÃO DE MELHORIAS EM


OPERAÇÕES LOGÍSTICAS

Não há duvidas de que a Logística moderna foi fortemente influenciada pela evolução da
tecnologia da informação. Essa evolução tecnológica proporcionou vantagens para as
operações logísticas, que passaram a ser mais rápidas, confiáveis, de menor custo e
mais eficientes. Outra importante contribuição desse ambiente informatizado foi também
a maior disponibilidade de informações sobre os processos e a possibilidade de analisar
tais informações utilizando ferramentas quantitativas mais sofisticadas que até há pouco
tempo eram privilégio de algumas poucas organizações de grande porte.

A simulação aparece então como uma poderosa ferramenta da pesquisa operacional


que, apesar de conhecida desde o início da década de 50, somente agora se tornou de
fato mais acessível a um público maior.

As primeiras aplicações da simulação em operações logísticas foram nas áreas de


mineração, siderurgia e transportes marítimos. Hoje, fortemente influenciadas pelos
avanços tecnológicos, novas oportunidades surgiram, abrangendo praticamente todos
os elos da cadeia de suprimentos.

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 142


De fato, sistemas logísticos são sistemas dinâmicos complexos, que envolvem diversos
elementos que interagem entre si e são influenciados por efeitos de natureza aleatória.
Situações como essa impões sérias dificuldades para um estudo analítico do problema,
fazendo da simulação computacional um forte aliado, senão o único, para o projeto e a
análise de sistemas logísticos. Além disso, como forte incentivo, dispomos em nosso
ambiente de trabalho de computadores cada vez mais poderosos, com disponibilidade e
acesso a informações quase imediatos e uma gama de softwares capazes de nos auxiliar
em diferentes situações de tomada de decisão.

O que se entende por simulação?

Sem nos preocuparmos com uma definição precisa de simulação, podemos entendê-la
como o uso de modelos para o estudo de problemas reais de natureza complexa, por
meio da experimentação computacional. Assim, a simulação consiste no processo de
construção de um modelo que replica o funcionamento de um sistema real ou idealizado
(ainda a ser construído) e na condução de experimentos computacionais com este
modelo com o objetivo de melhor entender o problema em estudo, testar diferentes
alternativas para sua operação e, assim, propor melhores formas de operá-las.

Dessa forma, observando a figura abaixo, podemos resumir as principais etapas numa
aplicação prática de simulação em:

1) Construção do modelo;
2) Transformação desse modelo conceitual em um modelo computacional próprio ao
processo de experimentação;
3) Teste experimental de alternativas de ação para escolha das mais adequadas.

Construção do Modelo

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 143


Um dos passos fundamentais do processo de simulação consiste numa boa
compreensão do problema em estudo e na construção de um modelo que melhore
represente seu funcionamento. Embora existam ferramentas e abordagens próprias para
o processo de modelagem, este será sempre um misto de arte e ciência. Inicialmente,
esse modelo será de natureza lógica, representações gráficas em papel com inúmeras
anotações. Depois, dependendo do recurso computacional a ser utilizado, este modelo
lógico será traduzido para um programa de simulação, também denominado modelo
computacional. Nesse ponto, os principais objetivos do problema a ser estudado devem
ser determinados, e também a resposta que o modelo deve dar para os tomadores de
decisão.

Modelagem Computacional

Entendemos a modelagem computacional como o conjunto de ações que objetiva


traduzir o modelo lógico/conceitual em um modelo operacional. Como tal, essa
modelagem abrange três etapas fundamentais e também trabalhosas do processo de
simulação:

• Coleta de dados e sua modelagem estatística;


• Programação, com utilização de um software apropriado à natureza do problema;
• Verificação e validação.

Desse modo, uma operação ou sistema é traduzido em termos de regras, ações e


tempos de processo.

Experimentação

Construído o modelo computacional devidamente validado, passamos à fase


experimental, em que as diversas alternativas em consideração serão testadas. Além
disso, por meio da simulação podemos fazer análises de sensibilidade e do tipo whatIf,
para avaliar o efeito de possíveis alterações antes que elas ocorram de fato ou sejam
implementadas.

Como exemplos, poderíamos estar interessados em avaliar se o efeito da implantação


de um novo sistema de picking sobre o tempo de carregamento de veículos em um
Centro de Distribuição valeria o custo de sua aquisição. Da mesma forma, poderíamos

Novotec - Logística – 3ª Série - Formato 01 - Página - 144


avaliar o efeito de diferentes políticas de estoque sobre o nível de serviço prestado aos
clientes, em termos de disponibilidade de produto e custo de estoque.

Utilizando processos da experimentação estatística e apoiados por análises consistentes


dos resultados obtidos, estaremos a um passo para sugerir as melhores alternativas a
seguir ou recomendações que se façam necessárias. Essa fase consiste no teste de
diferentes alternativas, utilizando a representação do sistema real, que é o modelo de
simulação.

Onde Utilizar a Simulação

Avaliar alternativas de ação nunca foi tarefa das mais fáceis. Principalmente, quando os
resultados da escolha de determinada alternativa não são totalmente previsíveis.

Antes de implementarmos um novo processo, precisamos ter uma idéia antecipada de


seus possíveis resultados, seja para confirmar nossas expectativas em relação aos
benefícios procurados, seja para identificar possíveis efeitos colaterais. Quando
observamos a maioria das operações logísticas, temos a articulação de várias funções
de cadeia de suprimento e suas inerentes complexidades. Quando decisões de compra,
produção, estocagem, políticas de reposição, manuseio de material, distribuição física
devem ser tomadas de forma integrada, a simulação é uma ferramenta indicada para
quantificar os potenciais ganhos entre cada alternativa e os efeitos de suas inter-
relações.

Desse modo, a simulação é indicada para sistemas cujas conseqüências das relações
entre seus diversos componentes não são conhecidas a priori dificilmente traduzidas de
maneira analítica.

Suponha um exemplo simples de dimensionamento de um sistema logístico de


expedição de carga. O objetivo seria o de quantificar o número necessário de
empilhadeiras e trabalhadores por turno para atendimento de certo volume de
carregamento. Geralmente, teremos um número elevado de produtos, com tempos de
carregamentos diferentes, e algumas vezes recursos compartilhados (trabalhadores e
empilhadeiras sendo alocadas a outras atividades, além do carregamento). Por meio da
simulação, um modelo desse sistema de expedição é replicada, e testes com diferentes
números de empilhadeiras e trabalhadores podem ser feitos, revelando ao analista a
melhor decisão entre investimento e benefício de produtividade.

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Em termos gerais, a simulação aplica-se em tipos de problemas nos quais se necessita:

• Proporcionar melhor compreensão sobre a natureza de um processo. Com isso, novas


idéias normalmente surgem, objetivando maior produtividade;
• Identificar problemas específicos ou áreas problemáticas em um sistema, em particular
gargalos, estoques intermediários acima do ideal e recursos eventualmente ociosos;
• Auxiliar a estabelecer estratégias de investimento futuro para um sistema já existente,
mostrando melhor quando e quanto se tem a ganhar a cada nova etapa;
• Testar novos conceitos antes de sua implementação e sem interferir na operação de um
sistema atualmente em curso;
• Avaliar os benefícios de novos investimentos antes que haja um comprometimento de
fato dos recursos de uma empresa.

11.12 APLICATIVOS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

A melhor forma de entender o significado e a aplicabilidade do sistema de informação


geográfica (GIS) é por meio de um exemplo comum. Quem nunca viu um mapa fixado
na parede demarcando áreas de venda, ou, então, com clientes representados por
alfinetes coloridos? Agora, as empresas com essa prática podem melhorar o processo
de análise de clientes, bem como utilizar um instrumento mais adequado na formação
de zonas de vendas, isto sem mencionar as inúmeras aplicações que podem ser
executados por GIS.

O tratamento das informações espaciais no passado era realizado basicamente com a


utilização de mapas em papel. Hoje, existem softwares que permitem o uso de tais
informações para auxiliar na tomada de decisão. Análises do tipo quantos e quais
clientes são atendidos no raio de 150 km são facilmente realizadas pela tecnologia GIS.
Além disso, podem-se fazer análises e gerar mapas temáticos, utilizando mapas
digitalizados que contêm rodovias, ferrovias e informações sobre dados
georreferenciados, sem mencionar a aplicação dessa ferramenta a problemas de
localização, seja de pontos comerciais, seja de fábricas. No roteamento de veículos, ela
é fundamental, pois permite ao usuário visualizar as rotas que foram geradas com base
em um algoritmo.

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Definição

Uma definição bastante comum de GIS encontrada na literatura relaciona esta tecnologia
com um ferramenta que associa banco de dados a mapas digitalizados. Conceitos mais
amplos que este são apresentados hoje. Um GIS completo consiste em pelo menos cinco
componentes: software, hardware, dados geográficos, pessoal e organização. Partindo
do princípio de que o sistema seja implementado na empresa, não basta apenas um
software que trabalhe com um bando de dados e mapas digitalizados, é importante que
exista pessoal qualificado, com objetivo em seu uso e interação com outras áreas dentro
da organização. Portanto, GIS é uma coleção de software, hardware, dados geográficos
e pessoal para facilitar o processo de tomada de decisão que envolve o uso de
informações georreferenciadas na organização.

Áreas de Aplicação de GIS

As áreas de aplicação de GIS extrapolam o uso no marketing e na logística. Esses


sistemas surgiram em estudos ambientais e urbanos, e em seguida foram utilizados nas
áreas de energia, água e esgoto, saúde e em estudos populacionais. Com isso, é
importante ressaltar que, dentro do geoprocessamento, as aplicações citadas a seguir
fazem parte de um grupo específico.

Devido à importância que os dados espaciais ocupam na atividade logística, os GIS


possibilitam inúmeras aplicações. Com a utilização de dados georreferenciados, podem-
se executar diversas análises nas seguintes áreas:

• Apoio ao marketing – Nessa área, o uso de GIS auxilia na identificação do potencial de


vendas das diferentes regiões. Isso fornece informação para eventuais promoções em
pontos menos nobres. Além disso, pode ser realizada segmentação de mercado, pois,
se existirem dados disponíveis dos clientes com suas respectivas necessidades (obtidas
por meio de pesquisa), podem-se estabelecer padrões de serviço diferenciados. A visão
espacial ajuda muito nesse aspecto.
• Geografia de mercado: Localização de pontos comerciais – Na atualidade, a
tecnologia GIS é amplamente utilizada na geografia de mercado, que tem no estudo de
localização pontos comerciais a principal vertente. Essa abordagem possui um escopo
diferenciado do estudo de localização de fábricas e centros de distribuição (CD). Na
localização de fábricas e CD’s os custos com transporte e armazenagem têm impacto

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muito grande. Já na definição do melhor ponto comercial, questões como mão da via,
sinais de trânsito e outros aspectos urbanos são ressaltados.
• Localização de fábricas e CD’s/Roteamento – Nesse tipo de estudo, o GIS são
utilizados como interface. A solução desses problemas são obtidas por meio de
algoritmos baseados em programação matemática. A importância, porém, que a
representação visual tem para facilitar o entendimento de não-especialista é muito
grande. Além disso, a ferramenta GIS possibilita identificar problemas na resposta do
modelo.
• Análises de sistemas logísticos e uso de SDSS – É importante existir controle em
sistemas logísticos já implementados. Isto pode ser obtido por meio de GIS. Para
distribuidores, por exemplo, várias anomalias podem ser identificadas, tais como:
desbalanceamento das regiões de entrega, fluxos inadequados, má formação na
consolidação, entre outros.

O uso de SpatialDecisionSupport Systems (SDSS) tem aumentado significativamente na


logística. Esses sistemas podem ser definidos como de apoio à decisão, utilizando dados
espaciais, e são caracterizados pela conjunção de sistemas especialistas com
ferramentas GIS. Os softwares de localização e de roteamento estão dentro dessa
classe. Além deles, podem ser incluídos modelos de alocação, previsão de vendas,
controle de frota etc.

Tendências

O que podemos perceber como novas tendências no uso do GIS na logística relaciona-
se ao desenvolvimento de produtos que compartilham a tecnologia GIS com base de
dados específicas, o uso da Internet para veicular mapas e disponibilizar informações
para os clientes on-line e a intensificação no uso de SDSS nas empresas.

O uso da internet para veicular mapas já é bastante comum nos EUA. Essa opção é
adotada porque tem baixo custo e possibilita atender ao cliente de forma diferenciada.

Por fim, está sendo esperado aumento significativo na utilização de SDSS nas empresas.
Isso é justificado pelo aumento do número de variáveis, principalmente geográficas,
consideradas nas análises. Com isso, as decisões ficam cada vez mais complexas, e a
necessidade do uso de tal ferramenta torna-se fundamental para a competitividade da

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empresa. Algumas organizações já estão adotando o SDSS na formulação do
planejamento estratégico.

ESTUDOS DE CASO:

ESTUDO DE CASO – TV POR ASSINATURA SKY

Para atender com qualidade e rapidez um universo de 708 mil assinantes em todo o
Brasil, a Sky, empresa de TV por assinatura via satélite, requer uma rede de sistemas
de informação bastante profissional e confiável. Até julho de 2001, todo o estoque,
armazenagem e distribuição eram feitos de forma manual, com controle via planilha
eletrônica Microsoft Excel. Com o objetivo de sanar esse problema, a operadora
contratou a empresa Inovatech, especializada em consultoria e desenvolvimento de
sistemas de informação, para implementar um WMS no seu centro de distribuição no
bairro da Barra Funda, em São Paulo. O projeto teve início em julho e foi implementado
em novembro. O armazém da Sky trabalha com um número relativamente pequeno de
itens, mas com giro rápido.

A empresa tem um ERP e um sistema que controla a disponibilidade da programação


para os assinantes, que se acoplam ao WMS complementando o sistema de suporte ao
cliente.

Os eventos que deveriam ser controlados pelos sistemas possuem os seguintes passos:
quando um cliente solicita uma assinatura, seu pedido é registrado em um arquivo no
ERP que emite a nota fiscal. O WMS importa esse pedido. Posteriormente, é feita a
conciliação entre a solicitação do cliente e a composição exata do kit pedido. É, então,
gerada uma etiqueta com código de barras, que identifica a mercadoria e é também
vinculada à entrega a uma das transportadoras terceirizadas. Feita a entrega, a
transportadora devolve a informação para a Sky, que fica disponível para a central de
vendas. Só com a confirmação de entrega é que a operadora pode efetivar a compra,
instalando o equipamento e liberando o sinal. Na hora da instalação, o cliente recebe o
cartão de assinante, cujo código deverá ser vinculado ao número do equipamento e só
assim o sinal será habilitado. Essa operação também é gerenciada pelo WMS.

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A implantação desse sistema trouxe solução imediata para um problema bastante crítico:
o prazo de entrega dos kits. O prazo girava em torno de seis a sete dias e após a
implementação dos sistemas passou para, no máximo, três dias.

O WMS também permite controlar os fretes; existem entregas bastante pulverizadas. O


sistema de frete permite que a empresa cadastre rotas, origem e destino das entregas.
Em paralelo, são cadastradas as tabelas de preços das transportadoras terceirizadas.
Quando o software recebe a informação de que uma nota foi expedida, automaticamente
calcula o frete e deixa esse dado armazenado. No momento em que a transportadora
fecha o mês e envia a cobrança para a Sky, essa informação será lançada no sistema e
poderá então ser feita a confrontação dos dados. Dessa forma, a empresa consegue
monitorar todos os pagamentos, independentemente, de origem e destino das entregas.

O WMS comprado pela Sky permite o gerenciamento do material promocional.


Trimestralmente são feitos certa de 5 mil envios, em que são encaminhados todos os
tipos de brindes, desde um chaveiro a um carro, chegando próximo de 200 itens. Na
campanha publicitária da Copa do Mundo, por exemplo, foram enviadas
aproximadamente 200 toneladas de material promocional.

ESTUDO DE CASO – MAGAZINE LUIZA – AS VANTAGENS DO PROCESSO


COLABORATIVO

Na medida em que a Internet vem amadurecendo e se consolidando como um canal de


apoio aos negócios, as organizações começam a fazer uso dela de uma maneira mais
objetiva e inteligente, compartilhando as informações por meio da malha ou rede de
negócios. Começa, então, a essência do ciclo colaborativo entre as organizações. A
cultura de colaboração começa a ser mais bem entendida. A confiança mútua, definição
de responsabilidades, estabelecimento de regras de negócios e objetivos comuns
extrapolam as fronteiras de uma organização em busca de ganha-ganha e da excelência
na satisfação do consumidor.

Traçando essa estratégia, o Magazine Luiza, uma rede de lojas do interior de São Paulo,
resolveu colaborar com seus fornecedores para dar aos seus clientes consumidores um
atendimento superior, demonstrando sua paixão e zelo pelo cliente na prática e não nas
retóricas acadêmicas.
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O Magazine Luiza, com sede em Franca, no interior paulista, é uma das quatro maiores
redes de lojas de departamento do Brasil. Em 2001, o faturamento bruto atingiu R$ 588
milhões – um crescimento de 8% com relação ao ano de 2000.

Em 1992 a empresa lançou no Brasil um conceito pioneiro de comércio eletrônico: lojas


virtuais. Estabelecimentos sem produtos em estoque ou exposição, em que o cliente
compra com a ajuda de terminais multimídia e de vendedores treinados.

Graças a esse pioneirismo, enquanto a maioria das empresas ainda engatinha com o
comércio eletrônico, o Magazine Luiza possui a experiência de quem já está há uma
década no comércio eletrônico. No ano de 2001, as vendas virtuais, que inclui o
magazineluiza.com.br, movimentaram em torno de R$ 52 milhões.

Para atender com presteza e eficiência uma clientela de 4 milhões de clientes, que
demanda volumes gigantescos de vendas, foi desenvolvida uma estrutura de logística e
informática, da qual fazem parte três centros de distribuição, estrategicamente
localizados em Ribeirão Preto, no interior paulista, Ibiporã, cidade paranaense vizinha a
Londrina, e em Sorocaba, a 90 km da capital paulista. Os centros de distribuição são
totalmente informatizados, somando uma área de 40 mil m² e 317 mil m³.

Utilizando um sistema de colaboração interempresarial – o NeoGrid -, os diferentes


sistemas de gestão empresarial dos fornecedores são interligados, estabelecendo um
fluxo de trabalho entre as organizações com base em regras de negócios definidas entre
as várias empresas participantes da malha de colaboração.

O projeto de colaboração no Magazine Luiza foi dividido em três fases:

• Troca eletrônica de pedidos;


• Integração colaborativa;
• Ressuprimento automático.
Atualmente, a malha de colaboração abrange cerca de 80 fornecedores representando
aproximadamente 60% do faturamento da empresa.

Os benefícios alcançados com o projeto foram:

• Relacionamento dinâmico e funcional;


• Compartilhamento e troca de informações de maneira ágil e confiável;

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• Redução de custos relacionados aos níveis de estoque, ciclo de armazenagem e
operacionalização;
• Redução nos prazos de entrega;
• Aumento na disponibilidade dos produtos;
• Melhor monitoramento da situação do pedido;
• Maior freqüência de faturamentos diluindo o fluxo de pagamentos;
• Gerenciamento preventivo e não reativo.
O Magazine Luiza tem dado particular e rara importância aos processos da cadeia de
abastecimento, buscando velocidade, qualidade e rentabilidade, em que os serviços aos
clientes devem ser um diferencial competitivo importante. Os processos são simples, o
poder descentralizado e as pessoas são vistas como ativos importantes para viabilizar
os negócios, os processos e encantar os clientes.

ESTUDO DE CASO – GENERAL MOTORS – VENDENDO CARROS PELA INTERNET

Comprando via Internet tem sido um modelo de negócio em franca evolução e vem cada
vez obtendo mais adeptos. Livros, revistas, eletrônicos, roupas entre outros produtos são
oferecidos pelas lojas virtuais que devem carregar processos logísticos bastante
eficientes.

Ainda que outrora difícil de crer, um mecanismo que tem sido utilizado pela indústria
automobilística é a venda de automóveis pela Internet. A General Motors foi a pioneira.
No decorrer do ano 2000, aproveitando o lançamento do carro popular Celta, começou
a vendê-lo também pela Web. O resultado foi imediato e positivo: dos primeiros 15.500
carros vendidos, a GM obteve quase 60% dos carros sendo comercializados pela rede.

Os serviços oferecidos pelo site eram bastante atrativos: financiamento, sistema de


acompanhamento do pedido, opções de pagamento, bem como escolha de serviços pós-
venda. O modelo de negócio era baseado em quatro princípios fundamentais:
comercialização eletrônica, preço único, faturamento direto e entrega rápida ao cliente.

O cliente, acessando o site de compras, podia efetuar as seguintes ações:

• Configurar o Celta conforme seus desejos, incluindo a cor do veículo;


• Localizar a concessionária mais próxima de sua residência;

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• Escolher a melhor forma de pagamento incluindo financiamento pelo banco GM com
aprovação online;
• Compra direta da General Motors, reservando o Celta por meio do pagamento de uma
taxa com cartão de crédito, efetivo ou cheque;
• Faturamento direto da General Motors;
• Acompanhamento da situação do pedido;
• Confirmação da entrega, sugerindo a data e o local.

Posteriormente, o cliente é contatado pela concessionária sobre a entrega do veículo.

Depois da exitosa iniciativa nacional no setor automotivo, implementada pela GM, outras
montadoras resolveram perseguir a idéia, e os projetos de comércio eletrônico
começaram a deixar a garagem. Atualmente, cerca de 80% das vendas do Celta são
efetuadas online, economizando no inventário e na redução de impostos.

Outras montadoras viam as iniciativas de comércio eletrônico com alguma cautela,


utilizando a grande rede mais como um site institucional.

Montadoras como Volkswagen, Fiat, Ford e Renault somam-se às iniciativas da GM.


Segundo as montadoras, o grande benefício é o preço inferior, uma vez que elimina os
impostos – PIS e Cofins, além de proporcionar maio facilidade e comodidade ao usuário.
É possível montar o carro sem sair de casa, adicionando componentes opcionais,
efetuando simulações com financiamento e até seguro do veículo.

O Polo, da Volkswagen, é vendido pela Internet e apresenta algumas características


interessantes no modelo de interação com o comprador: o carro pode ser configurado,
escolhendo-se motorização, cor, opcionais, e fazer o pedido para a concessionária mais
próxima. Adicionalmente, o comprador pode verificar a disponibilidade do veículo
acessando a rede Volkswagen e contatando as concessionárias. Outra funcionalidade
de valor agregado ao cliente é a busca nos estoques das concessionárias e da fábrica
do modelo escolhido, e caso não seja encontrado, a linha de montagem também é
pesquisada. Caso o automóvel não esteja disponível, o consumidor pode solicitar o
veículo diretamente para a montadora. Uma vez efetuada a compra, o consumidor pode
consultar em que fase da produção o veículo requisitado se encontra.

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O comércio tradicional de veículos, com a compra via concessionárias, continua a existir.
No entanto, a Internet aparece como um canal de vendas que oferece comodidade e
facilidade àqueles que se dispões a comprar seus carros pela rede.

Fonte: Adaptado de GM Internet Sales ModelBreaksGround in Brazil, 05 dez 2000.

ESTUDO DE CASO – FEDEXCORPORATION

Uma das mais memoráveis séries de comerciais que já foram ao ar na televisão dos EUA
estreou em 1981. Ela apresentava um gerente muito agitado chamado Spleen, que dizia
monotonamente uma longa e extenuante lista de nomes, lugares e fatos para, de
maneira bem-humorada, exagerar o novo conceito de entrega de pacotes de um dia para
o outro... e a empresa iniciante que o havia inventado. Até hoje, muitos observadores
atribuem a essas mensagens recitadas pelo ator John Moschitta a ascensão da Federal
Express.

Todavia, não foi realmente o estilo, ou mesmo o conteúdo, que fez dessas propagandas
um sucesso- e sua (então) revolucionária mas (agora) óbvia, decisão de dirigir seus
comerciais diretamente aos secretários, ao escreventes das salas de postagem e a
outros funcionários que, na verdade, tomavam as decisões de envio. Aqui, enfim, os
comerciais conduziram de uma maneira não tão sutil, uma empresa em autodestruição
cheia de pessoas que todos os dias prometiam buscar as encomendas quando
chamadas, entregar novos materiais de embalagens quando necessário, entregar
relatórios (ou o que quer que fosse) a seus destinos em um tempo garantido e cobrar um
preço razoável para fazê-lo. A FedEx, estava implícito nestes agora lendários comerciais
acelerados, estava lá para nos fazer parece bem, sempre que algo que tivesse absoluta
prioridade para o dia seguinte chegasse em nossas mãos.

Ela funcionava também. Exatamente como o forno de microondas e o gravador de


videocassete – que também começaram a mudar as coisas na mesma época -, a Federal
Express realmente nos dava aquilo que queríamos, quando queríamos. Por meio de sua
imagem cuidadosamente construída e seu serviço inegavelmente eficiente, a empresa
rapidamente se tornou líder de uma indústria em desenvolvimento, que posteriormente
ajudaria amoldar a Era da Informação que se aproximava. Dois séculos depois que
Benjamin Franklin refez o serviço postal americano pela primeira vez, e poucas décadas

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depois que as companhias privadas começaram a enviar encomendas de porta em porta,
a FedEx redefiniu radicalmente nossas necessidades e expectativas. No processo, ela
remodelou completamente o modo pelo qual nosso mundo se comunica.

Filho de um homem de negócios do Sul dos Estados Unidos, que fez fortuna durante a
Depressão, Frederick Wallace Smith era um estudante de graduação de Yale, em 1965
quando pensou pela primeira vez nessa idéia. Smith via a sociedade tornando-se cada
vez mais orientada pelos serviços e denominada pela tecnologia e percebeu uma
demanda pela entrega rápida e confiável de documentos e pequenos pacotes. As
empresas transportadoras existentes, como a Emercy e a Airborne, vinham enviando
frente em companhias de aviação comercial há longo tempo. Mas Smith acreditava que
a tarefa poderia ser cumpria mais rápida e eficientemente pela combinação de uma tropa
de suas próprias vans com uma frota de seus próprios aviões, operando-os de um local
central. Ele escreveu um trabalho em termos econômicos descrevendo sua visão. Isso
lhe valeu um C.

Entretanto, Smith não conseguia livrar-se do conceito. Em 1971, depois de duas


excursões de trabalho como piloto da Marinha no Vietnã, ele levantou US$40 milhões de
investidores e uma quantia semelhante em financiamento bancário, acrescentou
aproximadamente US$ 10 milhões de origem familiar e fundou a Federal Expresso
Corporation. Em 17 de abril de 1973, ela começou a funcionar entregando 186 pacotes
no prazo de um dia em 25 cidades dos Estados Unidos.

O percurso era previsivelmente irregular no início. A lenda da empresa diz que Smith
pagou um salário adiantado ao ganhar US$ 27 mil em uma visita a Las Vegas. Mas a
Federal rapidamente decolou, graças a um plano de negócios criativo, assim como à
opinião pouco lisonjeira do público sobre o Serviço Postal dos EUA e uma greve do
United Parcel Service em 1974. Aviões, vans, e pessoas cobertas com o motivo laranja
e roxo da FedEx logo eram onipresentes em toda a América.

Smith, que ainda não tinha 30 anos quando a empresa foi aberta, manteve firmemente
o plano que havia criado com aquele trabalho “médio” da faculdade. Junto com suas
próprias vans e aviões, ele agora também tinha seu próprio espaço no Aeroporto Central
de Memphis (escolhido em parte porque ficava nublado apenas aproximadamente 10
horas por ano). Alguns observadores inicialmente pensaram que a estratégia não
comprovada de passar todos os pacotes por uma cidade era um pouco arriscada, mas a
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FedEx logo mostrou que ela funcionava como prometido e um número de concorrentes
posteriormente seguiu o processo. O processo em Memphis tem pico toda noite por volta
das 23 horas, quando um exército de funcionários começa a descarregar aeronaves que
chegam de todos os lugares, classificar os pacotes destinados a todos os lugares e então
recarregar os aviões que voltam ao ar aproximadamente às 4 horas. Todo esse balé é
tão divertido na verdade, que agora é a terceira atração turística mais popular da cidade
do Tennessee, atrás apenas da Graceland e da BealeStreet.

Além disso, Smith comprometeu-se a construir uma base de funcionários leais que
estivesses dispostos a trabalhar duro e por muitas horas para ajudar a FedEx a ter
sucesso. Ele ofereceu os salários mais altos, participação nos lucros, ausência
temporária de demissões, opções de ações para os administradores, pagamentos de até
US$25 mil para sugestões que melhorassem a produtividade, vôos grátis nos aviões da
FedEx e uma política de tratamento justo. Ele fazia um relatório a cada ano diretamente
para a força de trabalho por meio de uma videoconferência de “instruções para a família”
exibida em reuniões por todos os Estados Unidos e em todo o mundo. Ele introduziu
almoços para que os encarregados superiores pudessem palestrar para grupos
menores. E dirigiu a empresa com um entusiasmo militar que se mostrou contagioso.

Tais esforços, incentivados por uma necessidade aparentemente insaciável de


comunicação ainda mais rápida e confiável, fizeram da jovem empresa um sucesso
instantâneo. Ela tornou-se pública em 1978 e logo começou a instituir uma série de
inovações tecnológicas que lhe permitiriam alcançar seus prazos finais com 99% de
precisão. Talvez a mais significativa, como Smith disse mais tarde aos repórteres, tenha
sido a adoção de códigos de barras como meio de rastrear esses pacotes – um conceito
pioneiro que ele pegou da indústria de alimentos. Esta foi apenas uma das idéias
interdisciplinares que ele formulou depois de passar aproximadamente 4 horas diárias
com livros, revistas e jornais voltados a diversos ramos de negócios. As metas de Smith
também foram muito favorecidas por sua tendência de se rodear de jovens e brilhantes
talentos administrativos, como o vice-presidente executivo e diretor Jim Barksdale (que
mais tarde foi para a Netscape para aclamação ainda maior).

Marcas milionárias eram registradas regularmente pela corporação. Em 1981, a empresa


iniciou suas operações no Canadá e introduziu a pioneira Carta “Overnight”. Dois anos
mais tarde, tornou-se a primeira empresa dos EUA a alcançar US$ 1 bilhão em

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rendimentos sem fusão ou aquisição. Apenas doze meses depois dessa distinção,
mudou completamente a marcha e adquiriu a Gelco Express International para lançar
operações na Europa e Ásia.

No Natal de 1984, a combinação de idéias e continuidade deu à FedEx o controle de


mais de metade do mercado de entrega no dia seguinte do mundo. Ela então servia 40
mil comunidades com 30 mil funcionários e 10 mil vans. E entregava uma impressionante
marca de 500 mil pacotes overnight a cada dia.

O sucesso criou uma competição ainda mais acirrada, mas Smith continuou com os pés
no chão para manter a liderança de overnight. Um obstáculo contínuo era a UPS,
autoproclamada de “Gigante Marrom”, que permanecia de longe a maior entregadora de
pacotes em geral do país, com aproximadamente 1,8 bilhão entregue diariamente.
Quando a UPS anunciou que estava entrando no ramo das entregas de dia seguinte,
garantias até 15 horas, Smith imediatamente antecipou seu prazo final de meio-dia para
10 horas e 30 minutos. Quando outros tentaram seduzir os consumidores com preços
mais baixos, Smith baixou o seu de uma média de U$$26,29 para US$ 19,36. E,
enquanto isso, ele continuava adquirindo novas empresas para aumentar seu alcance,
como a compra que fez da FlyingTigers em 1989 para expandir a presença internacional
da FedEx. Tais atitudes aceleraram-se ainda mais durante a década de 1990. Conforme
a empresa comprava da Evergreen International rotas na China e criava uma infra-
estrutura de logística e distribuição de US$16 bilhões ao adquirir a Caliber System, e
comprava a RPS baseada em Pittsburgh para eventualmente relançar como Território
da FedEx.

Na virada do séculos, com nossas necessidades de entrega crescendo cada vez mais,
a contagem de pacotes diários da FedEx aproximou-se de 5 milhões. A empresa também
foi considerada uma jogada de internet “quente-porém-segura” devido à sua ligação
periférica (mas não dependente) com o meio, de acordo com a Business Week. O preço
de suas ações inicialmente subiu com toda a mania pontocom. Porém, como muitas
empresas inovadoras descobrem ao atingir um nível similar de maturidade, boas notícias
como esta freqüentemente são acompanhadas de grandes desafios.

Por exemplo, entregas de pacotes podem ter crescido significativamente, mas não
saltaram de maneira tão dramática quanto as mensagens eletrônicas enviadas por meio
da internet instantaneamente e praticamente de raça – muitas levando documentos como
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aqueles que a FedEx entregava mais rápido do que ninguém. Até então nem a FedEx
nem seus competidores planejaram uma maneira viável de interromper o esvaziamento
desse negócio ou somar a ele.

E, enquanto muitos previam que ela iria obter uma grande quantidade de entregas da
explosão do e-commerce, a arqui-rival UPS foi quem forjou uma liderança inicial. A
FedEx planejou especificamente usar sua aquisição de US$ 2,7 bilhões da RPS para
fornecer o tipo de serviço que os compradores da internet geralmente preferem (entregas
de dois a cinco dias), mas teve problemas para integrar a nova operação no início e
terminou perdendo clientes e ficando para trás. As implicações, é claro, são gigantes.
Em 1998, de acordo com a Zona Research, a UPS entregou aproximadamente 55% de
todas as compras cibernéticas, o U.S. Postal Service lidou com 32% e a FedEx obteve
apenas 10%. Com a ForresterResearch prevendo mais de 4,2 milhões de envios diários
de e-commerce em 2003, a perda potencial é enorme.

Naturalmente, um visionário dos negócios e ex-ofical da Marinha durão como Fred Smith
está contra-atacando de maneira agressiva. As rotas de base residencial têm sido
constantemente expandidas, enquanto o poder de vendas e os sistemas de entregas
para operações tanto aéreas quanto terrestres vêm sendo combinados para se
assemelhar mais ao modo conveniente como a UPS oferece serviços complementares.
Ainda veremos como tudo vai correr, mas os sábios observadores não estão dando mais
um C a Smith por seus esforços.

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