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Gestão da Logística
Pública
Módulo
Presidência da Enap:
Diogo Costa
Conteudista:
Daniel Cardim Heller, (Conteudista, 2021).
Enap, 2021
Enap Escola Nacional de Administração Pública
Diretoria de Educação Continuada
SAIS - Área 2-A - 70610-900 — Brasília, DF
Unidade 2 – Licitação....................................................................... 10
2.1 O que são licitações?.......................................................................................10
2.2 Finalidades da licitação....................................................................................12
2.3 A licitação segundo a Constituição Federal de 1988.......................................14
2.3.1 Instrumentalidade, proposta mais vantajosa, desenvolvimento nacional
sustentável, natureza procedimental.................................................................18
2.3.2 Vedações aos Agentes Públicos.................................................................19
2.3.3 Preferência Nacional..................................................................................20
2.3.4 Margem de Preferência Nacional..............................................................20
2.3.5 Preferências na Lei n° 8.248/91 – Serviços de Informática e Automação.22
2.3.6 Preferências na Lei Complementar n° 123/2006 – Microempresas (ME) e
Empresa de Pequeno Porte (EPP).......................................................................23
2.3.7 Disciplina Financeira - Lei n° 8.666/93.......................................................24
2.3.8 Obras e Serviços – Lei n° 8.666/93............................................................24
2.3.9 Regimes de Execução – Lei n° 8.666/93....................................................27
2.3.10 Impedimentos à Participação – Lei n° 8.666/93......................................29
2.3.11 Compras – Lei n° 8.666/93......................................................................30
2.3.12 Licitação deserta e licitação fracassada...................................................31
Referências...................................................................................... 32
• Em um contexto industrial
É a arte e ciência de administração e engenharia para obter, produzir e distribuir
materiais fabricados ou industrializados a um local específico e em quantidades
específicas. Em um sentido militar também pode envolver o movimento de pessoal/
recursos. (Dicionário de Logística, 2014, p. 136).
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) também traz sua definição de logística, o qual
a considera como a ciência de planejamento e de realização da movimentação e manutenção das
forças, abrangendo quatro grupos, conforme apontado no Logistics Handbook (2010). Confira a
seguir, clicando nas opções o que cada grupo contempla.
• Materiais
O desenho, desenvolvimento, aquisição, estoque, movimentação, distribuição,
manutenção, evacuação e disponibilização de materiais.
• Pessoas
A movimentação, evacuação e hospitalização de pessoas.
• Instalações
A aquisição ou construção, manutenção, operação e a disponibilização de instalações.
• Serviços
A aquisição ou mobilização de serviços.
Confira na imagem a seguir uma linha do tempo de como a logística surgiu e se consolidou.
Agora que já sabemos o conceito de logística e suas definições, avançamos o estudo conhecendo
sobre a gestão da logística pública.
• Engenharia
• Materiais
• Estoque
• Almoxarifado
Para que a gestão em logística tenha um processo adequado, é necessária a utilização de sistemas
não somente para a catalogação, mas também para o controle dos materiais.
h,
Destaque,h
Com pessoas capacitadas a lidar na área de gestão de logística e com sistemas
auxiliares, o trabalho da gestão de logística alcançará resultados mais
adequados.
No setor público, quando falamos das atribuições da logística, podemos destacar dois pontos: o
objetivo e sua prática. Clique nas opções a seguir e confira mais informações.
• Seu objetivo
Prover o abastecimento de materiais no lugar certo, na hora certa e na quantidade
certa.
h,
Destaque,h
É fundamental para uma boa gestão de logística pública, o conhecimento da
legislação, doutrina e jurisprudência referente a licitações e contratos, e sua
adequada aplicação.
Esses materiais apresentam uma infinidade de produtos e serviços catalogados, que podem ser
acessados no Portal de Compras do Governo Federal.
No Portal de Compras do Governo Federal estão disponíveis os Cadernos de Logística, que são
guias de orientação sobre as leis e regulamentos normativos. Nesses cadernos você terá acesso às
informações sobre os procedimentos administrativos referentes a licitações públicas no âmbito
• Fato Gerador;
• Conta Vinculada;
• Pesquisa de Preços;
• Transporte;
• Vigilância;
• Limpeza e Conservação;
• RDC.
• Justificativa
A ferramenta faz parte das medidas de eficiência organizacional para o aprimoramento
da administração pública federal direta, autárquica e fundacional estabelecidas pelo
Decreto nº 9.739, de 28 de março de 2019 (Art. 6º, IX),
• Órgãos envolvidos
9 Secretaria de Gestão (SEGES/SEDGG)
9 Secretaria do Tesouro Nacional (STN/SEF)
9 Secretaria de Gestão Corporativa (SGC/SE/ME)
9 Aos órgãos e entidades da administração pública direta, autárquica e fundacional,
incluindo as empresas estatais dependentes.
Saiba mais
Você pode consultar as informações sobre o Siads clicando aqui. Já para acessar
o sistema propriamente dito é só clicar aqui.
Unidade 2 – Licitação
Ao final desta unidade, você será capaz de compreender o conceito e a finalidade das licitações,
bem como sua previsão constitucional.
• Condições pré-estabelecidas,
A seguir, estão apresentadas diferentes definições de autores e pesquisadores que atuam com
licitação. Confira a seguir.
• Diógenes Gasparini
“O procedimento administrativo através do qual a pessoa ou ente a isso juridicamente
obrigada seleciona, em razão de critérios objetivos previamente estabelecidos, de
interessados que tenham atendido à sua convocação, a proposta mais vantajosa para o
contrato ou ato de seu interesse.” (1995, p. 286)
• Fase 1
Selecionar a proposta mais vantajosa para o ato ou contrato de interesse da
administração.
• Fase 2
Dar igualdade de oportunidades aos interessados.
Segundo Marçal Justen Filho (1997, p. 179, apud LOBATO NETO, 2001, p. 1), essa vantagem não
é um critério simples e unitário, pois compreende os seguintes aspectos:
A seleção da proposta mais vantajosa tem diferentes aspectos, o qual destacamos o administrativo
e o jurídico. Confira a seguir, clicando nas opções quais mais informações sobre cada aspecto.
• Administrativo
A administração precisa ainda ser cotejada com outras dimensões relacionadas à
finalidade da licitação, como a proteção ao meio ambiente e o desenvolvimento
nacional.
Art.37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
[...]
• O que é
É o elemento de proteção do vencedor da licitação, que não pode ser obrigado ou
pressionado a reduzir o preço ou melhorar condições para a assinatura do contrato.
• Objetivo
Está ligada também à ideia de manutenção da proporcionalidade e equilíbrio econômico
entre as obrigações e recompensas assumidas pelas partes ao longo da vigência do
contrato.
Já o artigo 173 da Carta Magna permite a edição de estatuto jurídico próprio das entidades
empresariais estatais para viabilizar o exercício da atividade comercial em um ambiente
concorrencial, sem prejuízo da observância aos princípios da administração pública.
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade
econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança
nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
[...]
Até que seja editada lei dispondo sobre licitações e contratos das empresas estatais e sociedades
de economia mista, em atenção ao artigo 173, § 1º, inciso III, da Constituição Federal, devem
essas observar os preceitos da Lei nº 8.666/1993 e os princípios e regras da administração
pública (Acórdão TCU 1732/2009 Plenário).
O art. 175 da Constituição Federal, por sua vez, estabelece que a prestação de serviços públicos
sob regime de concessão ou permissão seja precedida de licitação.
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da administração direta,
os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades
de economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União,
Estados, Distrito Federal e Municípios (Brasil, 1993).
É importante ainda estar atento à dois pontos. Clique nas opções a seguir e confira.
• Normas gerais
A definição de norma geral é controversa. Norma geral é aquela que trata dos aspectos
centrais e menos casuísticos ou detalhados dos fenômenos, sendo aplicável a todos os
entes federativos. É a norma que dá o primeiro nível de concretude a uma disciplina.
• Publicidade
A menção à publicidade deve-se ao caráter problemático da contratação de um trabalho
técnico de difícil comparação objetiva. Para sua contratação foi editada uma lei federal
específica, a Lei n° 12.232/2010.
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e qualquer ajuste entre
órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, em que haja um acordo de
vontades para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a
denominação utilizada (Brasil, 1993).
h,
Destaque,h
Portanto, a regra é licitar e a contratação direta é exceção.
A seguir são tratadas algumas definições e conceitos constantes dos artigos da Lei nº 8.666/93,
que trata de licitações públicas e contratos administrativos.
Confira a seguir, clicando nas opções as informações referentes aos princípios mencionados.
• Instrumentalidade
O início do dispositivo revela que a licitação se destina ao alcance de fins determinados.
Em consequência, o estrito cumprimento dos ritos, procedimentos e formalidades
licitatórios não é suficiente para garantir a conformidade da licitação ao Direito.
Passemos ao art. 4°, para entendermos a relação entre a natureza instrumental e a natureza
procedimental da licitação, antes de retornarmos ao art. 3°.
Art. 4º Todos quantos participem de licitação promovida pelos órgãos ou entidades a que se
refere o art. 1º têm direito público subjetivo à fiel observância do pertinente procedimento
estabelecido nesta lei, podendo qualquer cidadão acompanhar o seu desenvolvimento, desde
que não interfira de modo a perturbar ou impedir a realização dos trabalhos.
Parágrafo único. O procedimento licitatório previsto nesta lei caracteriza ato administrativo
formal, seja ele praticado em qualquer esfera da Administração Pública (Brasil, 1993).
Art. 3º(...)
I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que
comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo, inclusive nos casos de
sociedades cooperativas, e estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da
sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante
para o específico objeto do contrato, ressalvado o disposto nos §§ 5° a 12 deste artigo e no art.
3° da Lei n° 8.248, de 23 de outubro de 1991;
Art. 3º (...)
I - produzidos ou prestados por empresas brasileiras de capital nacional; (Revogado pela Lei nº
12.349, de 2010)
II - produzidos no País;
h,
Destaque,h
Em caso de empate, deve ser feita a distinção entre a preferência nacional, que
está presente desde a origem na Lei de Licitações, e a margem de preferência
inserida pela Lei n° 12.349/2010.
A margem de preferência pode ser normal (§ 5º) ou adicional (§ 7º), conforme aponta a Lei nº
8.666/93.
Art. 3º [...]
§ 9º As disposições contidas nos §§ 5º e 7º deste artigo não se aplicam aos bens e aos serviços
cuja capacidade de produção ou prestação no País seja inferior:
II - ao quantitativo fixado com fundamento no § 7º do art. 23 desta Lei, quando for o caso.
h,
Destaque,h
As margens de preferência acima elencadas são regulamentadas em decretos,
que contam com os produtos e as respectivas margens.
II - bens e serviços produzidos de acordo com processo produtivo básico, na forma a ser definida
pelo Poder Executivo.
1º Revogado.
Art. 3º [...]
Art. 45. Para efeito do disposto no art. 44 desta Lei Complementar, ocorrendo o empate,
proceder-se-á da seguinte forma:
§ 1º Considera-se receita bruta, para fins do disposto no caput deste artigo, o produto da
venda de bens e serviços nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o
resultado nas operações em conta alheia, não incluídas as vendas canceladas e os descontos
incondicionais concedidos”.
Em relação à ordem cronológica dos pagamentos, houve algumas mudanças com o passar do
tempo. Confira a seguir, clicando nas opções.
• Como era
Já foi muito frequente, antes da edição da Lei de Licitações e da informatização dos
procedimentos, o agente público pagar alguns contratados e não outros, por afinidade
pessoal, meio de punição ou recebimento de propina.
• Atualmente
Hoje, se impõe a ordem cronológica de pagamentos em verdadeira fila. A exigibilidade
nasce a partir do adimplemento da obrigação assumida pelo contratado, conforme as
condições de recebimento e pagamento estabelecidas no contrato administrativo.
Importante ressaltar que é vedado ao Estado suspender o pagamento de toda a fila havendo
disponibilidade de recursos, pois as relações jurídicas devem ser pautadas pela boa-fé.
Pagar com preterição da ordem cronológica é crime tipificado no art. 92 da Lei n° 8.666/93.
Confira a seguir os conceitos de obra, serviço, projeto básico e projeto executivo, expressos,
respectivamente, nos incisos I, II, IX e X, do art. 6º da Lei de Licitações.
• Obra
Toda construção, reforma, fabricação, recuperação ou ampliação, realizada por execução
direta ou indireta (BRASIL, 1993).
• Projeto Básico
Conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de precisão adequado,
para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou serviços objeto da
licitação, elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos preliminares, que
assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do
empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos
métodos e do prazo de execução, devendo conter os seguintes elementos: orçamento
detalhado do custo global da obra, fundamentado em quantitativos de serviços e
fornecimentos propriamente avaliados; (BRASIL, 1993).
• Projeto Executivo
O conjunto dos elementos necessários e suficientes à execução completa da obra, de
acordo com as normas pertinentes da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT;
(...) (BRASIL, 1993)
Em relação aos serviços de engenharia, você considera que eles são enquadrados como obra ou
como serviço? A resposta é: depende.
I - projeto básico;
II - projeto executivo;
[...]
I - houver projeto básico aprovado pela autoridade competente e disponível para exame dos
interessados em participar do processo licitatório;
III - houver previsão de recursos orçamentários que assegurem o pagamento das obrigações
decorrentes de obras ou serviços a serem executadas no exercício financeiro em curso, de
acordo com o respectivo cronograma;
IV - o produto dela esperado estiver contemplado nas metas estabelecidas no Plano Plurianual
de que trata o art. 165 da Constituição Federal, quando for o caso (Brasil, 1993, grifo nosso).
O art. 7° é um artigo de planejamento. Confira na imagem a seguir quais as atividades que ele
contempla.
Após essas atividades, em seguida, há um juízo de pertinência material ao Plano Plurianual (PPA)
e de suficiência dos recursos orçamentários necessários à execução. Embora tais disposições
estejam no artigo específico para obras e serviços, sua disciplina serve para qualquer licitação.
• Execução direta
Prevista no inciso VII, a execução direta é aquela que é feita pelos órgãos e entidades da
Administração, pelos próprios meios (BRASIL, 1993).
• Execução indireta
Prevista no inciso VIII é aquela que o órgão ou entidade contrata com terceiros sob
qualquer um dos seguintes regimes: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
a) empreitada por preço global - quando se contrata a execução da obra ou do
serviço por preço certo e total;
b) empreitada por preço unitário - quando se contrata a execução da obra ou do
serviço por preço certo de unidades determinadas; (...) (BRASIL, 1993).
[...]
VIII – [...]
tarefa - quando se ajusta mão de obra para pequenos trabalhos por preço certo, com ou sem
fornecimento de materiais; empreitada integral - quando se contrata um empreendimento
em sua integralidade, compreendendo todas as etapas das obras, serviços e instalações
necessárias, sob inteira responsabilidade da contratada até a sua entrega ao contratante em
condições de entrada em operação, atendidos os requisitos técnicos e legais para sua utilização
em condições de segurança estrutural e operacional e com as características adequadas às
finalidades para que foi contratada;
Na hipótese de empreitada por preço global, o pagamento deve ser efetuado após a
conclusão das parcelas, etapas ou serviços definidos no respectivo cronograma físico-
financeiro. Exemplo: terraplenagem, fundações de estrutura, concretagem de laje,
cobertura, revestimento, pintura.
• Tarefa
É utilizada quando se contrata mão de obra para pequenos trabalhos por preço certo,
com ou sem fornecimento de materiais.
• Empreitada integral
É usada quando se contrata, por exemplo, empreendimento na integralidade, com todas
as etapas da obra, serviço e instalações correspondentes. Nesse regime, o contratado
assume inteira responsabilidade pela execução do objeto até entrega à Administração
contratante para uso. Para isso, devem ser atendidos todos os requisitos técnicos e
legais para utilização, em condições de segurança estrutural e operacional, com todas
as características adequadas às finalidades da contratação.
Sabendo das definições de cada regime, cabe destacar exemplos para diferenciar a empreitada
por preço global e por preço unitário. Confira no quadro a seguir.
§1º É permitida a participação do autor do projeto ou da empresa a que se refere o inciso II deste
artigo, na licitação de obra ou serviço, ou na execução, como consultor ou técnico, nas funções
de fiscalização, supervisão ou gerenciamento, exclusivamente a serviço da Administração
interessada.
§2º O disposto neste artigo não impede a licitação ou contratação de obra ou serviçoque inclua
a elaboração de projeto executivo como encargo do contratado ou pelo preçopreviamente
fixado pela Administração.
§3º Considera-se participação indireta, para fins do disposto neste artigo, a existência de
qualquer vínculo de natureza técnica, comercial, econômica, financeira ou trabalhista entre
o autor do projeto, pessoa física ou jurídica, e o licitante ou responsável pelos serviços,
fornecimentos e obras, incluindo-se os fornecimentos de bens e serviços a estes necessários.
§4º O disposto no parágrafo anterior aplica-se aos membros da comissão de licitação (BRASIL,
1993).
A participação dos impedidos seria um risco aos princípios da moralidade e da isonomia. Trata-se
de um artigo acautelador.
§1º É permitida a participação do autor do projeto ou da empresa a que se refere o inciso II deste
artigo, na licitação de obra ou serviço, ou na execução, como consultor ou técnico, nas funções
de fiscalização, supervisão ou gerenciamento, exclusivamente a serviço da Administração
interessada.
§2º O disposto neste artigo não impede a licitação ou contratação de obra ou serviçoque inclua
a elaboração de projeto executivo como encargo do contratado ou pelo preçopreviamente
fixado pela Administração.
§3º Considera-se participação indireta, para fins do disposto neste artigo, a existência de
qualquer vínculo de natureza técnica, comercial, econômica, financeira ou trabalhista entre
o autor do projeto, pessoa física ou jurídica, e o licitante ou responsável pelos serviços,
fornecimentos e obras, incluindo-se os fornecimentos de bens e serviços a estes necessários.
§4º O disposto no parágrafo anterior aplica-se aos membros da comissão de licitação (BRASIL,
1993).
Segundo Marçal Justen Filho (2010, p. 184), o princípio da padronização visa reduzir custos e
gerar eficiência com base nas aquisições passadas e futuras da administração, eliminando
variações tanto no tocante à seleção de produtos no momento da contratação como também na
sua utilização e conservação.
h,
Destaque,h
A adoção de padronizações deve ser realizada com cautela para não restringir
indevidamente o caráter competitivo da licitação. Não se pode estabelecer
padronização que conduza à aquisição de determinada marca, salvo em
situações muito excepcionais.
• Licitação deserta
A licitação será deserta quando não comparecerem interessados em participar do
certame. Nesse caso, a Administração poderá contratar diretamente, o que caracteriza
um exemplo de licitação dispensável.
• Licitação fracassada
A licitação será fracassada quando comparecerem interessados, porém todos forem
inabilitados. Nesse caso, a Administração poderá conceder novo prazo aos licitantes -
para apresentação de nova documentação ou outra proposta escoimada da causa que
originou a inabilitação -, ou realizar nova licitação.
Brasil. Portal de Compras do Governo Federal. Cadernos de Logística. Disponível em: https://
www.gov.br/compras/pt-br/centrais-de-conteudo/cadernos-de-logistica. Acesso em: 26 de
outubro de 2020.
Cretella Júnior, José. Das licitações públicas: comentários à Lei Federal nº 8.666, de 21 de junho
de 1993,18ª ed. ver. e atual. Rio de Janeiro: Forense, 2008.
Di Pietro, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 23ª ed. São Paulo: Atlas, 2010.
Gasparini, Diógenes. Direito Administrativo. 4ª ed. rev. e ampl. São Paulo: Saraiva, 1995.
Lobato Neto, Lucival Lage. Uma sugestão para otimizar a obtenção de propostas mais vantajosas
para administração ao fim do processo licitatório. Jus Navigandi, Teresina, ano 6, n. 52, 1 nov.
2001.Disponível em: <http://jus.com.br/artigos/2400>. Acesso em: 11 ago. 2013
Meirelles, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 29ª ed. atual. Rio de Janeiro: Malheiros
ed., 2004.
Mello, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 17ª rev. e atual. São Paulo:
Malheiros editores, 2004.