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GESTÃO DOS RECURSOS PÚBLICOS: UMA ANÁLISE DA GESTÃO DE


ESTOQUES NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Larissa Oliveira Cruz Costa 1


Rosalvo Peixoto 2

RESUMO:
O instrumento de aprendizagem aqui realizado teve como escopo a análise da
gestão dos recursos públicos, particularmente no que tange a gestão de
estoques na gestão pública. Assim, procurou-se responder a diversas
dificuldades que os gestores passam na gestão de estoques na administração
pública, principalmente com a finalidade de dar mais eficiência aos aspectos
logísticos como um todo. A logística surgiu da necessidade de dar mais
agilidade e suprir as necessidades de uma determinada clientela, no caso da
administração pública o objetivo é propiciar o bem comum a todos. De modo
geral, através da análise dos resultados obtidos, compreendeu-se que a gestão
de estoque na administração pública precisa aliar a eficiência reconhecida no
setor público com a satisfação de toda uma população, o que demanda maior
complexidade na sua gestão. Assim concluiu-se que a gestão pública traz
consigo o enraizamento da gestão burocrática, mas que todavia vêm
apresentado uma considerável evolução, impondo mudanças no seu modelo
gerencial.

Palavras-chave: Gestão Pública, Logística, Gestão de Estoque.

INTRODUÇÃO

Para que uma organização tenha sucesso, seja qual for seu tipo, seja
privada ou pública, tudo dependerá depende dos direcionadores de
desempenho. Assim, uma das ferramentas que as empresas dispõem é a
logística que auxilia na busca da otimização dos recursos disponíveis através de
um planejamento de suas atividades.
A necessidade de se reestruturar o ambiente empresarial vem exigindo
das organizações públicas responsabilidades maiores diante de sua clientela
perante as constantes transformações que vêm acontecendo no âmbito da
modernização da máquina pública, uma gestão eficiente de estoques surge
como uma ferramenta na administração de matérias.
1
Acadêmica do Curso Superior de Tecnologia em Gestão Pública, do Centro Universitário
Leonardo da Vinci – UNIASSELVI.
2
Profa. Tutora do Curso Superior de Tecnologia em Gestão Pública, do Centro Universitário
Leonardo da Vinci – UNIASSELVI.
2

Diante desse cenário, chega-se ao seguinte questionamento, que tem


sido também a indagação de muitos gestores: como administrar de maneira
eficiente estoques de órgãos públicos? Diversos recursos públicos são
empregados para garantir o abastecimento dos estoques que irão supri as
necessidades de cada instituição. Assim, para auxiliar os gestores públicos,
surgiu a Lei Complementar 101, de 4 de maio 2000, que estabelece normas de
finanças publicas direcionadas para a responsabilidade na gestão fiscal.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Da Logística

Conforme Ballou (2006), a logística envolve o processo de planejar,


implantar e controlar o fluxo de eficiente e eficaz de mercadorias, informações e
serviços percorrendo o trajeto que abrange a ponto de origem ao ponto de
destino, com o objetivo de atender as exigências do consumidor. A logística
também engloba o fluxo de serviços, uma área com crescente oportunidade de
aperfeiçoamento.
A logística existe para suprir as necessidades dos clientes, facilitando as
operações de produção e marketing. No tocante a estratégia, os profissionais de
logística buscam atingir uma qualidade determinada antecipadamente por meio
de uma capacidade operacional. O objetivo e o equilíbrio entre as expectativas
dos serviços e os gastos (BOWERSOX; CLOSS 2001).
Ainda de acordo com Ballou (2006, p. 21)

A evolução da logística vem acompanhando o desenvolvimento de


novas tecnologias de informação, ganhando importância estratégica.
Para atender as exigências crescentes dos clientes em relação ao nível
de serviço, qualidade e customização de produtos e serviços. as
empresas devem implementar novos métodos que possibilitem a
logística integrada entre as suas áreas de suprimento,produção e
distribuição.

A logística envolve a integração de informações, estoque, transporte,


manuseio de matérias e embalagens, que oferecem uma variedade de tarefas,
quando combinadas tornam o gerenciamento integrado uma atividade
desafiadora. Em decorrência da importância estratégica do desempenho
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logístico, os gestores de logística estão sendo promovidos para função de alta


gerencia (FARIA; COSTA, 2005)

2.2 Da gestão de estoque

De acordo com Garcia (2016) estoque é um conjunto de bens físicos


acumulados pela empresa, possuindo valor atrelado, característica própria,
conservado pelo um tempo, de alguma forma, atendo a uma ou mais
necessidades da empresa.
Segundo Pozo (2010), os estoques são classificados em estoques de
matérias primas, estoques de produto em processo, estoques de materiais
auxiliares e estoques de produtos acabados. Estoques de matérias primas são
insumos que servirão como material para algum tipo de processo de
transformação dentro de uma cadeia de operação e se destina a fabricação de
um produto final característico desse processo. Já os estoques de produtos em
processo estão relacionados com estoques de componentes, de peças em
processos ou subprodutos ou WIP (Works in Process), que devem ainda passar
por processamento até virem a ser incorporados aos produtos finais.
A gestão de estoques é a busca por obter vantagem competitiva em suas
decisões de compra, armazenagem, venda e distribuição de produtos. Isso é
alcançando quando a empresa tem como foco a qualidade, tempo e o custo.
Corresponde a integração da cadeia logística a partir do gerenciamento dos
estoques, objetivando prover o material certo, no local certo, e, ainda, em
condições de plena utilização (POZO, 2010).
No que se refere ao giro de estoque, Gonçalves (2007) comenta que é a
avaliação do capital investido em estoques comparado com o custo das vendas
anuais, ou da quantidade média de matérias em estoques dividida pelo custo
anual de vendas. Esse indicador é expresso por meio da quantidade que o valor
de estoques gira ao ano, ou seja, o valor investido em estoque ou sua
quantidade de peças que atenderá um determinado período de tempo.
Pode calcular o giro de estoques por meio do custo anual de vendas que
representa o valor anual das vendas menos à mão de obra e as despesas
gerais, que praticamente se resumem nos custos dos materiais comprados no
ano (GASNIER et al., 2007).
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Para Bowersox e Closs (2001) existe uma segunda maneira de calcular o


giro de estoques. É a utilização em unidades físicas, quantidades de produtos,
tanto de vendas quanto do volume médio estocado. Nesse caso, o índice é
calculado pela razão entro o numero de produtos vendidos no ano e a
quantidade média de produtos em estoques. A partir do calculo desse indicador,
é possível avaliar também a capacidade de cobertura do estoque, ou seja, o
intervalo de tempo em que o estoque suporta atender à demanda de
determinado produto.
Dias (2010) também comenta sobre o estoque de segurança, conhecido
também como estoque de reserva mínimo, é uma quantidade mínima que tem
que existir no estoque com a função de cobrir as possíveis variações do
sistema. A melhor solução seria encontrar um estoque de segurança que
suporte toda e qualquer variação do sistema, porém, isso implica em elevado
custo. É necessário determinar um estoque de segurança que possa otimizar os
recursos disponíveis e minimizar os custos envolvidos.
Destaca-se também que a função do estoque de segurança é atender
qualquer alteração inesperada na demanda ou atrasos dos fornecedores,
servindo também para manter um melhor nível de serviço (GASNIER et al.,
2007)

3. MATERIAIS E MÉTODOS

O trabalho aqui proposto trata-se de uma revisão de literatura, através de


uma abordagem indireta, ou seja, por meio de documentos como livros, artigos
científicos e outros periódicos online como o Google acadêmico.
Também se caracteriza como descritivo, pois, de acordo com Acervo e
Bervian (2006), procurar relatar propriedades características de determinado
fenômeno ou população, correlacionar fatos e fenômenos (variáveis) sem, no
entanto, manipulá-los. Dessa maneira, tem por escopo relatar os principais
aspectos da gestão de estoques no âmbito da gestão pública.
No que tange à abordagem do problema, utilizou-se a tipologia qualitativa,
pois neste tipo de análise “o pesquisador procura reduzir a distância entre a
teoria e os dados, entre o contexto e a ação, usando a lógica da análise
fenomenológica, isto é, da compreensão dos fenômenos pela sua descrição e
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interpretação. Deste modo, por meio destes instrumentos de pesquisa foi


possível identificar os principais aspectos que a logística trás para a gestão de
estoques, particularmente no âmbito público (TEIXEIRA, 2005).

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Diante de toda a literatura bordada de maneira ampla, onde envolveu-se


publicações que abordassem o tema gestão de estoque na administração
pública, a análise do assunto se forma de maneira concisa abrangendo o que foi
delimitado através dos objetivos traçados para o trabalho. Autores como Ballou
(2006); Faria e Costa (2005); e Gasnier et al. (2007) enfatizaram que a gestão
de estoque como um todo, é um tema que traz à tona várias áreas do
conhecimento da administração, envolvendo desde a necessidade, aquisição,
armazenagem, registros patrimoniais dentre outros.
No tocante a Administração pública Gonçalves (2007) e Pozo (2010)
concordam que todo material se trata de bens públicos existentes e adquiridos
para satisfazer as necessidades públicas e coletivas, tais áreas têm uma
preocupação maior em comparação ao setor privado. Todavia Faria e Costa
(2005) comentam que todavia, existe peculiaridade devido as normas e
regulamentos exigidos para os atos da Administração Públicas, assim
vislumbra-se também a aproximação das ações em busca da eficiência do
Estado. Com a reforma nº 19 da Constituição Federal, em que foi inserido o
princípio da eficiência nos atos da Administração Pública, o que se emergiu foi a
orientação para o sistema Gerencial de Administração Pública.
O objetivo principal deste instrumento é encurtar a distância que existem
entre a Gestão Pública da eficiência da Gestão privada (DIAS, 2010;
BOWERSOX; CLOSS, 2001). No que tange a Gestão de Estoque no Serviço
Público, diante de todo estudo aqui referenciado, é visível que em vários pontos
esta convergência vem se efetuando.
A gestão de estoques no serviço público, apesar de ter toda orientação na
Instrução Normativa Nº 205, o seu teor é semelhante aos empregados na
gestão privada. Seguindo os ritos nas formas de codificação, armazenagem, etc.
Na Gestão de bens permanentes, a gestão em si está bem próxima, o que se
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percebe é algumas mudanças estabelecidas pela atual Contabilidade Aplicada


ao Setor Público (DIAS, 2010; POZO, 2010; TEIXEIRA, 2005).

5. CONCLUSÃO

Através da realização da pesquisa que possibilitou a concepção desse


trabalho, foi possível compreender os caminhos da gestão de estoques na
administração pública, aonde constatou-se que se trata de uma área mais
complexa do que a área privada.
Para que se conseguisse responder ao questionamento levantado pelo
problema da pesquisa, foi abordado diversas literaturas sobre o tema, aonde foi
possível verificar que existe algumas distinções e pontos divergentes em
decorrência da morosidade e peculiaridades inerentes ao serviço público de
forma geral, já que o mesmo não tem como escopo a lucratividade e sim a
satisfação e o bem comum.
A gestão pública é relevantemente carregada de normas que em
algumas situações acabam por amarrar a logística de forma geral, indo na
contra-mão do setor privado, que vê na logística e na gestão de estoque um
instrumento da gestão estratégica voltado para a concorrência.
Conclui-se assim que a Administração Pública é culturalmente amarrada
ao padrão de gestão burocrática, mas que todavia vêm apresentado uma
considerável evolução, impondo mudanças no seu modelo gerencial.

REFERÊNCIAS

BALLOU, R. H. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos: organização e


logística empresarial / BALLOU, Ronald. H; trad. Elias Pereira. 4. Ed.Porto
Alegre: Bookman, 2006.

BOWERSOX, D. J.; CLOSS, D. J. Logística Empresarial: O Processo de


Integração da Cadeia de Suprimento. São Paulo: Atlas, 2001.

CERVO, A. L; BERVIAN, P. A.; SILVA, R. Metodologia científica. São Paulo:


Ed. Pearson, 2006.

DIAS, M. A. P. Administração de materiais: uma abordagem logística. 5. ed.


São Paulo: Atlas, 2010.
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FARIA, A. C.; COSTA, M. F. G. Gestão de custos logísticos. São Paulo: Atlas,


2005.

GARCIA, E. S.; et al. Gestão de estoques: otimizando a logística e a cadeia de


suprimentos. Rio de Janeiro: E-papers Servicos Editoriais Ltda., 2016.

GASNIER, D. G. et al. Gestão de estoques e suprimentos na cadeia de


abastecimento. 1. ed. São Paulo: IMAM, 2007.

GONÇALVES, P. S. Administração de materiais. 2. ed. Rio de Janeiro:


Elsevier, 2007.

POZO, H. Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais: Uma


abordagem Logística. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

TEIXEIRA, E. As três metodologias: acadêmica, da ciência e da pesquisa


Petrópoles: Vozes: 2005. 203p.

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