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Apresentação da disciplina:
A disciplina Gestão do ciclo de Materiais e Estoque trata dos aspectos relativos à natureza
da administração, planejamento e controle de materiais, a logística do ciclo de materiais
e a gestão dos custos dos materiais. A disciplina também abordará técnicas de otimização
da compra e estocagem de materiais, como também abordará técnicas e procedimentos
de recebimento, armazenagem, manuseio, acondicionamento e embalagem de materiais,
bem como da filosofia JIT (Just In Time) e ferramentas Kanban.
Objetivos:
Compreender a importância da administração de materiais, os aspectos correlatos a ela e
a sua aplicação nas empresas no cenário atual de globalização.
Conteúdo Programático:
• Web Aula 1 – Natureza do ciclo de materiais
• Web Aula 2 – Filosofia e técnicas de controle de estoque.
Metodologia:
Na unidade utilizaremos todos os recursos necessários e disponíveis para o
desenvolvimento da discussão do conteúdo, sendo assim, faremos uso de:
• Textos da própria Web Aula e de outros sites que possam contribuir para
a discussão;
• Vídeos que podem esclarecer ou aprofundar determinados conteúdos;
• Fóruns para discussão de tópicos onde seja possível a troca de ideias e
conteúdos entre os discentes e o docente;
• Avaliações virtuais onde será realizada a verificação do aprendizado;
Entre outros recursos que poderão ser utilizados visando maior entendimento da matéria.
Avaliação Prevista:
Cada web-aula conterá uma avaliação virtual composta de 5 questões (sendo assim,
temos 2 web-aulas com 5 questões cada). Quando houver fórum de discussão o aluno
será avaliado quanto ao conteúdo de sua postagem, quando deverá comentar o tópico
apresentando respostas completas e com nível crítico de avaliação pertinente ao nível de
pós-graduação.
Os textos devem sempre vir acompanhados das justificativas para a opinião do discente
sobre o conteúdo discutido, para que, assim, possamos dar continuidade ao debate em
nível adequado. Além disso, podem ser utilizados citações de artigos, livros e outros
recursos que fundamentem a opinião ou deem sustentação à sua posição crítica sobre o
assunto. Deve ser respeitado o tópico principal do fórum, evitando debates que não
tenham relação com o tema selecionado pelo professor.
Habilidades e competências
Conhecer os princípios e técnicas do ciclo de materiais e do controle e otimização do
estoque nas organizações.
WEB AULA 1
Olá pessoal! Sejam bem-vindos a mais uma disciplina do seu curso de MBA em Logística
e Cadeia de Suprimentos. Nesta Web Aula veremos a importância da administração de
materiais e a sua aplicação nas empresas no cenário de globalização que estamos
vivendo. Ainda nesta Web Aula veremos a importância da função compras, conceitos de
cadeias de suprimentos e princípios de gestão da cadeia de suprimentos com cálculos de
previsão de demanda.
ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS
Segundo Cordeiro (2008), entre as funções mais importantes da logística está a gestão
de materiais, estando ambos intrinsecamente ligados no processo produtivo e
administrativo das organizações contemporâneas. A administração de materiais tem o
objetivo de conciliar os interesses entre as necessidades de suprimentos e a otimização
dos recursos financeiros e operacionais das empresas. (GONÇALVES, 2010).
A cada dia que passa precisamos ter mais agilidade em toda a cadeia de suprimentos da
empresa. Devido ao avanço da tecnologia e pela necessidade de atender os clientes com
maior velocidade e qualidade, as empresas tem realizado melhorias em todos os seus
processos.
O ciclo do pedido compreende o tempo gasto desde a chegada do pedido na empresa até
a entrega do produto acabado ao cliente, ou seja, passa por toda a cadeia de
suprimentos: compra de matéria-prima, produção, expedição e entrega ao cliente.
Nos anos 1990, este tempo era em média de 10 a 30 dias, atualmente os ciclos estão
cada vez mais curtos. Isso se deve à utilização de tecnologias da informação e à
aplicação de técnicas de gestão da cadeia de suprimentos que visa o planejamento dos
estoques, o ganho de produtividade no processo produtivo e a eficiência na hora de
transportar e entregar os produtos aos clientes finais.
Apesar de todas mudanças, Fleury e Figueiredo (2000) destacam que ainda existem
grandes barreiras a serem vencidas; tanto para implementar novos conceitos e
tecnologias, como para a formação e qualificação de profissionais, bem como para a
disseminação desses e sua operacionalização.
Bowersox e Closs (2001) identificam como logística integrada a competência que vincula
a empresa a seus clientes e fornecedores. As informações fluem pela empresa na forma
de atividades de vendas e de pedidos, estes são filtrados em planos específicos de
compras e de produção. Como se pode verificar na figura abaixo, não é suficiente
garantir o desempenho interno de fluxo dos materiais e informações para ser totalmente
competitivo e eficaz, a empresa deve expandir de forma integrada incorporando clientes
e fornecedores. Essa extensão é denominada de gerenciamento da cadeia logística.
Segundo Carlini (2002), para que possa ser gerenciada de forma integrada, a logística
deve ser tratada como um sistema, ou seja, um conjunto de componentes interligados
trabalhando de forma coordenada para o atendimento das metas e atingir um único
objetivo comum. Esta abordagem de integração deverá ser expandida pela empresa aos
seus clientes e fornecedores para que sejam alcançadas as metas de desempenho. Se em
um primeiro plano o relacionamento interno é fundamental, a integração com os clientes
e fornecedores será imprescindível, para que isto ocorra é necessário uma estrutura
organizacional que a integre na direção do desempenho estratégico de suas atividades
logísticas em direção à competitividade.
Aprofundando o conhecimento:
Vamos ler agora um texto do escritor Peter Wanke que aborda como assunto principal o
ECR (Logística just-in-time aplicado ao varejo).
Peter Wanke
Como pudemos ver, a evolução da logística foi grande nas últimas décadas, o que
impactou diretamente na eficiência da cadeia de suprimento das empresas, tornando-as
muito mais competitivas e rentáveis.
Na visão de Gonçalves (2010), a cadeia de suprimentos se inicia no fornecedor das
matérias-primas, passando pelo fluxo de transformação dessa matéria-prima em
produtos intermediários e, finalmente, chegando à ponta de consumo, nas prateleiras e
nas gôndolas dos varejistas e clientes. O autor ainda detalha que ela consiste em
fornecedores, centros de produção de bens, almoxarifados, centros de distribuição e
comércio varejista, na qual se tem um fluxo de materiais que começa com a matéria-
prima, passa por produtos em processos e termina com produtos acabados que fluem ao
longo dos diversos pontos da cadeia e, finalmente, são enviados aos varejistas ou
clientes.
Fonte: o autor.
O desejo de toda empresa que trabalha com a oferta de produtos e/ou serviços é
trabalhar sempre com o modelo de cadeia de suprimentos puxada, pois, neste caso, é
possível diminuir ou até eliminar as incertezas do mercado, resultando assim uma
diminuição dos estoques existentes.
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clicando aqui ou ative o mesmo.
PREVISÃO DE DEMANDA
Como não se pode conhecer com certeza absoluta o que ocorrerá no futuro, é necessário
um meio para prever ou inferir o que acontecerá. Assim, são utilizadas as técnicas ou
métodos de previsão.
Várias técnicas são utilizadas para fazer as estimativas futuras. Cada uma dependerá do
grau de sofisticação que se pretende utilizar na modelagem em função do tempo que
dispõem para fazer previsões e dos custos envolvidos na sua obtenção. (GONÇALVES,
2010).
Por outro lado, se as previsões ficam muito abaixo da realidade, pode ocorrer a falta de
materiais, cuja consequência tem um custo para a organização - perda de vendas, perda
de clientes, paralisação ou redução da produção, etc.
Um exemplo clássico é o consumo de café, que tem o seu maior consumo na época de
inverno (Jun/Jul/Ago), imagine se você estivesse fazendo uma previsão de demanda
considerando apenas estes meses, a sua análise estaria distorcida pelo fator da
sazonalidade do produto, por isso que aconselho você utilizar um período mínimo de 12
meses com análise dos picos e vales de consumo.
Outro fator importante que devemos nos atentar é para o intervalo de tempo dos dados
históricos, podemos utilizar dia, mês, bimestre, trimestre e assim por diante. No entanto,
temos que tomar muito cuidado para não haver interferência na tendência dos números.
Nos gráficos abaixo temos o comportamento da demanda de um mesmo item com dados
trimestrais (à esquerda) e mensais (à direita).
Fonte: o autor.
Note-se que o gráfico à esquerda pode induzir à ideia de uma demanda quase constante,
com variabilidade muito pequena, porém o gráfico à direita, mais detalhado, demonstra
que isto não é verdade.
FATORES QUE PODEM ALTERAR O COMPORTAMENTO DE CONSUMO
- Influências políticas: pode haver mudança no consumo devido uma nova lei, ou até
mesmo em anos de eleições;
- Inovações técnicas: este fator se refere à evolução dos produtos e ao aporte de novas
tecnologias ou ingredientes na produção.
- Volume de produção: pode ser alterado para mais ou para menos os volumes
produzidos e por consequência altera os volumes do consumo. Lembrando que ainda
temos os produtos novos que são lançados e alguns produtos que param de ser
fabricados e são retirados de linha.
- Preços competitivos: os preços podem alterar para cima ou para baixo o nível de
consumo de um determinado produto
Este modelo, mais simples e sem base matemática consiste em utilizar, como previsão
para o período seguinte, o valor ocorrido no período anterior; se colocarmos em um
gráfico os valores ocorridos e as previsões, obteremos duas curvas exatamente iguais,
porém deslocadas de um período de tempo.
O grau de confiabilidade é relativamente baixo, mas pode ser aplicado nos casos em que
se apresente pequeno grau de variação e de tendência. O cálculo da média aritmética é
representado matematicamente pelas fórmulas:
CM = Consumo médio
N = Número de períodos
Exemplo:
A partir deste histórico e utilizando a média móvel de 2011, qual será a média projetada
para o trimestre de set./out./nov. de 2012.
4. Método prático
Vamos agora partir para um método prático que é utilizado por muitas empresas e que
parte sempre do histórico de vendas do ano anterior. O passo seguinte será identificar e
listar todas as variáveis que iremos considerar como acréscimo ou decréscimo de vendas
para o próximo ano.
Vamos utilizar como base de nossa previsão o histórico de vendas de 2011. O primeiro
passo é ajustar o histórico de 2011 diminuindo as quantidades mensais de produtos que
irão sair de linha:
O próximo passo agora é a aplicação dos percentuais que foram escolhidos para a
determinação do aumento, ou seja, 1,8% do crescimento populacional e 5% do PIB,
fazendo um total de 6,8% de aumento. Vamos aplicar agora para cada mês do histórico
de 2011 o percentual de aumento de 6,8%:
Agora você deverá somar os volumes que serão acrescidos devido o aumento da
capacidade de produção, que será de 150 caixas/mês a partir de abril/2012 e pronto, sua
previsão para 2012 já esta pronta!
Podemos fazer agora a análise de qual será o aumento de demanda previsto neste
cálculo: em 2011 tivemos uma demanda total (somando os 12 meses) de 16.050 caixas
e para 2012 fizemos a previsão de 18.235 caixas, ou seja, um aumento na demanda de
13,65%.
COMPRAS
O aumento da importância da área de compras para as organizações fez com que esta
evoluísse de uma função estritamente operacional, com atividades burocráticas e
repetitivas, para uma abordagem proativa que reflete mais amplamente sua contribuição
para o alcance de resultados, passando a atuar em consonância com as definições
estratégicas da empresa.
Neste sentido, os autores ilustram a mudança dos papéis de compras, passando de uma
abordagem reativa, ou seja, da simples reação às necessidades dos usuários, para um
papel proativo.
O papel reativo, cujas características são apresentadas no quadro 1, reflete uma situação
tradicional da atividade de compras presente em organizações estruturadas e
administradas no final da década de 1980, situação esta que ainda não desapareceu
totalmente. O papel proativo, por sua vez, reflete uma situação mais atual dessa
atividade, presente em parte das organizações nos dias de hoje.
BAILY, Peter et al. Compras: princípios e administração. São Paulo: Atlas, 2000.