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O saber
COMENTANDO BIBLIOGRAFIAS S IMENTANDO e o fazer
MELOGAARAS
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A interrogação suscitada pressupõe uma refle- dades não resolvidas. Ele deve entender que o co-
xão acerca da predominância, ainda hoje, de uma nhecimento histórico não é uma mercadoria que
metodologia do ensino da História baseada na se compra bem ou mal.
repetição enfadonha dos conteúdos pelos alunos. A aula de história é o [- Assim, a aula de história é o espaço em que um
Pelo que parece, pode-se verificar uma mudança momento em que, ciente do
embate é travado diante do próprio saber: de um
conhecimento que possui,
na forma de pensar o ensino de modo geral e o o professor pode oferecer a lado, a necessidade de o professor ser o produtor
ensino da História em particular. Essas mudanças seu aluno a apropriação do do saber, de ser partícipe da produção do conhe-
estão sendo mediadas por um conjunto de fatores
conhecimento histórico por
cimento histórico, de contribuir, pessoalmente,
um esforço e uma atividade
que rompem a sala de aula, estimulando a constru- com a qual ele retome a para isso; de outro, a opção de se tornar tão so-
ção e o compartilhamento de conteúdos por pro- atividade que edificou mente eco do que já foi dito por outros.
esse conhecimento
fessores e alunos. Assim, O que se procura é uma A sala de aula não é apenas o espaço onde se
prática docente distanciada o mais possível da ima- transmitem informações, mas o espaço onde se
gem do “professor-enciclopédia”, detentor do estabelece uma relação em que interlocutores
saber, buscando a construção de um “professor- constroem significações e sentidos. Trata-se de um
que contribui para a construção do espetáculo impregnado de tensões, no qual se
consultor”,
conhecimento de seus alunos em sala de aula. torna inseparável o significado da relação entre
teoria e prática, entre ensino e pesquisa. Na sala de
É na sala de aula que se realiza um espetáculo
aula, evidenciam-se, de forma mais explícita, os
cheio de vida e sobressaltos. Cada aula é única.
dilaceramentos da profissão de professor e os
Nesse espetáculo, a relação pedagógica é, por
embates da relação pedagógica.
essência, plural; uma relação em que “o professor
SNYDERS, 1995, p. 109
No tocante ao fazer histórico e ao fazer pedagó-
fornece a matéria para raciocinar, ensina a racioci-
gico, um dos desafios enfrentados pelo educador
nar, mas, acima de tudo, ensina que é possível
na sala de aula é o de realizar a transposição
raciocinar”.
didática dos conteúdos e do procedimento histó-
Nesse sentido, o professor de história ajuda o
rico. A transposição didática é
aluno a adquirir as ferramentas de trabalho neces-
O INRP, 1989, p. 1á [...] um processo de transformação científica, didáti-
sárias para aprender a pensar historicamente,
[Tradução das autoras.] ca até sua tradução no campo escolar. Ela permite
saber-fazer, o saber-fazer-bem, lançando os germes
pensar a transformação de um saber científico e
do histórico. Ele é o responsável por ensinar ao social que afeta os objetos de conhecimento em um
aluno como captar e valorizar a diversidade das saber a ensinar, tal qual aparece nos programas,
fontes e dos pontos de vista históricos, levando-o manuais, na palavra do professor, considerados não
somente científicos. [...] Isso significa, então, um
a reconstruir, por adução, o percurso da narrativa
verdadeiro processo de criação e não somente de
histórica. Ao professor cabe ensinar ao aluno como
simplificação, redução. [...]
levantar problemas, procurando transformar, em
cada aula de história, temas e problemáticas em Necessitam ser esclarecidas algumas questões
narrativas históricas. referentes ao processo de vivência da transposição
Ensinar História passa a ser, então, dar condi- didática pelo professor. É comum, no dia-a-dia do
ções ao aluno para poder participar do processo magistério, serem consideradas sinônimos determi-
de fazer o conhecimento histórico, de construí-lo.
nadas palavras e expressões, como procedimento
O aluno deve entender que o conhecimento histó- histórico, método ou abordagem didática, técni-
rico não é adquirido como um dom, como comu- cas de ensino, recursos didáticos, materiais e
mente ouvimos os alunos afirmarem. O aluno que estratégias de ensino. Todas elas, é claro, referem-
se a um conjunto de ações necessárias às ativida-
declara “eu não sirvo para aprender História” evi-
des didáticas que não têm o mesmo significado.
dencia a interiorização de preconceitos e incapaci-
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Etimologicamente, a palavra método vem do
grego méthodos — meta, “através” e hodós, “cami- ativa do saber-fazer e das informações, reproduzir os conhecimentos numa situa-
apresenta evidentes limites metodológi- ção diferente daquela da aula. Muito liga-
nho”. Em didática, essa palavra pode significar os cos. Mesmo que se apóie sobre uma pro- da à concepção descritiva da História,
meios colocados em prática, racionalmente, para blemática eficaz e respeite as exigências essa exposição propicia ao professor deri-
obtenção de um resultado determinado. No ensino de clareza na exposição, a aula magistral var para uma perspectiva factual do pas-
sado, que passa a ser lido com base em
da História, esses mencionados meios podem ser sempre mantém o aluno numa posição
de assistente. Nada indica que ele possa um modelo determinista.
relacionados, também, com a aplicação de méto-
dos de aprendizagem por repetição ou por desco-
brimento, métodos etnográficos ou descritivos,
métodos de resolução de problemas, como o estu-
do de caso, e os métodos de investigação. Muito usada no ensino fundamental, no do a ganhar a participação e o interesse de
O conceito de método é mais amplo que o de terceiro e no quarto ciclos, esta exposição seus alunos. Na maioria das vezes, o pro-
fessor realiza questionamentos, que são o
técnica. Esta é o instrumento ou a ferramenta para consiste em fazer o aluno participar, de
forma constante, da aula. Interrogado com coração desse método, o que o leva a res-
o processo de ensino-aprendizagem. Trata-se, ponder rapidamente a suas próprias inter-
questões individuais ou coletivas, mobili-
igualmente, de um recurso didático, como a utili- zado no contexto de comentário de docu- rogações sem deixar tempo aos alunos
zação de um filme por meio de sua exibição pelo mentos ou no planejamento, o aluno é para reflexões e sem retomar seus even-
videocassete. Recursos são os materiais disponí- levado a empregar ativamente os conheci- tuais erros. Além disso, pode colocar ques-
mentos informativos ou metodológicos tões fechadas que apelam a um tipo de
veis para a ação didática. Entre eles, estão os recur-
adquiridos em trabalhos anteriores. Atra- conhecimento, e não a uma reflexão, ou
sos humanos, dentre os quais se destaca o profes- tivo por ter caráter interativo, que dá a colocar questões que não possam ser iden-
sor. Podem ser denominadas estratégias de ensi- impressão de a classe participar da cons- tificadas com um conjunto de problemáti-
no todas as formas de organizar o saber, didatica- trução de seu próprio saber, esse método cas. Essa exposição traz o risco de dar ao
tem limites. Ele pressupõe, para ser eficaz, aluno uma concepção positivista da His-
mente, por meios como o trabalho em grupo e a plena colaboração da classe, que, muitas tória, que significa mais a restituição cole-
aula expositiva. vezes, prefere assistir, passivamente, às tiva de uma pseudoverdade histórica que a
Em relação à transposição didática do procedi- intervenções do professor, o qual é obriga- reconstrução hipotética do passado.
mento histórico, procura-se uma significação dife-
rente. Busca-se a realização, na sala de aula, da ati-
vidade do historiador, a articulação dos elementos
constitutivos do saber histórico com os do fazer
O objetivo desta exposição é fazer o aluno em um comentário de documento segun-
pedagógico. Assim, o objetivo é fazer o conheci- do regras precisas (observação, classifica-
ser o ator de sua formação. Privilegiando
mento histórico ser ensinado de tal forma que dê a auto-aprendizagem experimental em ção e estabelecimento de relações), dirige-
ao aluno condições de participar do processo do detrimento da transmissão de saber já pro- se a uma idéia geral, que produz o texto
fazer, do contar e do narrar a história. duzido, esse método permite ao aluno escrito. Eficaz sob o ponto de vista meto-
apropriar-se de processos intelectuais. Ele, dológico, essa exposição é discutível do
Os principais métodos ou as principais maneiras ponto de vista epistemológico, pois pres-
igualmente, faz o professor levar em conta
de ensino na sala de aula são a aula ou a exposi- a classe real, e não aquela com que possa supõe que o documento tenha uma verda-
ção magistral, a aula ou a exposição dialogada, e a sonhar. Além disso, o professor trabalha de objetiva, que fará um questionamento
exposição construtivista. baseado em problemas metodológicos e orientado, inevitavelmente, surgir. A expo-
lacunas nocionais dos alunos, bem como sição hipotético-dedutiva supõe a defini-
explorando suas representações e expec- ção preliminar de um modelo teórico
tativas. Baseado ainda, mais que os prece- explicativo, cuja exploração de um ou
dentes, na exploração de “suportes peda- mais documentos pode ou não confirmar;
Trata-se de um método tradicional, que e superior. Além da magia da voz, o pro- gógicos” (em especial nos documentos, obriga, então, a elaboração de uma nova
permite transmitir muitas informações fessor também pode recorrer a alguns chamados mediadores), esse método apre- grade de leituras. Esse procedimento é o
em pouco tempo. Dirigido a alunos documentos para atrair a atenção dos senta duas variantes: exposição indutiva e mais próximo do utilizado pelo historia-
motivados, mobiliza perfeitamente os alunos e ilustrar seus propósitos exposição hipotético-dedutiva. A primeira dor, que constrói seu conhecimento por
pré-requisitos nocionais e metodológi- esse método, que privilegia a transmissão vai do concreto ao abstrato e, com base meio de questionamentos preliminares.
cos. É mais utilizado nos ensinos médio do conhecimento em lugar da aquisição
Esses métodos apresentam vantagens e desvan-
tagens. É importante escolher o mais eficaz em
of função das necessidades da classe e seguir algu- Qualquer que seja seu tipo, é Não existe verdadeira produção
mas recomendações fundamentais, como: o professor quem controla pelo aluno. Ele passa a ter a
diretamente o que será registrado. sensação de que a História
* recusar exaustivamente a erudição em prol de Os tipos de abordagem ou
Facilita o tratamento de certos consiste em copiar. Podem-se
métodos foram analisados
uma recomposição didática fundada na escolha por AUDIGIER, 2001 aspectos delicados ou polêmicos. alternar fases de tomar notas, de
de saberes e do saber-fazer essenciais, de docu- [Tradução das
escutar explicações ou de
manipular documentos.
mentos esclarecedores e de problemáticas per- autoras.]
tinentes;
colocar o aluno, o mais possível, em situações
em que ele seja participante da construção de
Situação de aulas sequenciais
seus saberes, pois o professor, hoje, não mais dá O professor intercala explicações, atividades e
aula à classe, mas baseado nela e com ela; produções de texto escrito. Certas fases podem ser
transmitir, com paixão e competência, o interes- dialogadas.
se por uma matéria indispensável à formação
de um cidadão esclarecido.
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ter ela orelhas muito grandes; e como, Em seguida, Zadig explicou aos
Ouvindo histórias de outras épocas
além disso, notei que as impressões juízes admirados como, usando o mes-
de descrever o A inglesa Maria Graham esteve no Brasil durante os anos de 1821 a 1823 e,
de uma das patas eram mais fundas mo método, fora capaz
que as das outras três, deduzi que a cavalo do rei sem tê-lo jamais visto. no decorrer de suas viagens pelo nosso país, escreveu um diário em que relata, dia
da nossa augusta rainha man- a dia, fatos interessantes que vivenciou.
cadela CHALOUB, Sidney. Visões da
quejava um pouco” Le liberdade. São Paulo: Companhia 29 de setembro de 1823.
das Letras, 1990. p. 48
Fui ao asilo de órfãos, que é também o hospital dos expostos. Os rapa-
zes recebem instrução profissional em idade adequada. As moças recebem
um dote de 200 mil réis que, apesar de pequeno, as ajuda a se estabelece-
rem. A casa é extremamente limpa, como também o são as camas para as
crianças expostas. Um melhoramento parcial já foi feito e ainda mais amplia-
Atividade ções deverão ser realizadas. Há grande falta de tratamento médico. Muitos
expostos são colocados na roda, cheios de doenças, com febre ou, mais fre-
Escolha um dos encaminhamentos metodológi- quentemente, com uma espécie terrível de comichão, chamada sarna, que
relacione-o com O
cos apresentados no texto e lhes é frequentemente fatal.
método de ensino da História. GRAHAM, Maria. Diário de uma viagem ao Brasil
Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Edusp, 1990. p. 365
|
Mulher colocando um recém-nascido |
na roda dos expostos. |
Atividade
Reprodução fac-símile das páginas 26 e 27 da obra Historiar — fazendo, con- Discuta com sua turma sobre as anotações do diário de Maria
tando e narrando a História. São Paulo: Scipione, 2000. v. 4, de onde esta pro Graham. Registre seu comentário sobre elas.
posta foi retirada
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ordem do nascimento determinava o futuro dos
Proposta de aula recomendada
vê para a 6.º série
filhos. Menino ou menina, o primogênito herda-
ria a empresa familiar. Os outros poderiam, even-
tualmente, estudar. Se fosse menina e se tornasse
Registrando a História da chefe da empresa familiar, corria o risco de ficar
sociedade européia solteira por toda vida.
A única herança que as famílias operárias
Na Europa, a partir do século XIV, os histo- podiam deixar para os seus filhos era o emprego.
riadores já tinham encontrado documentos que Assim, em muitas fábricas que surgiram na França
indicavam a relação dos jovens e das crianças durante o século XIX, os pais procuravam empre-
com o mundo do trabalho. gar seus filhos e ensinar a eles os macetes e os
No século XIV, na França, algumas jovens, segredos do ofício. Nas indústrias metalúrgicas, as
como Catarina de Siena (que veio a ser conheci- crianças atuavam primeiramente como serventes;
da como Santa Catarina), filha de um tintureiro e depois, por volta dos doze anos, trabalhavam
vigésima quarta de uma família de 25 filhos, recu- como ajudantes ao lado dos afinadores de metal.
saram-se a casar e foram obrigadas a trabalhar Já no século XX, uma das transformações
como cozinheiras para as famílias. que se consolidaram no mundo do trabalho foi a
Nessa época, era comum as meninas cola- sua passagem da esfera privada — do espaço
borarem nas atividades domésticas, fazendo o Acima e ao lado, reprodução
fac-símile das páginas 25,
doméstico — para a esfera pública — o espaço da
pão, cozinhando, lavando e arrumando a casa, fábrica. Assim, as regras, como aquelas relativas
26 e 27 da obra Historiar —
costurando e bordando. Isso acontecia nos dife- ao funcionamento e aos direitos e deveres, torna-
fazendo, contando e
rentes segmentos sociais, mas era comum nas
narrando a História ram-se, gradativamente, constitutivas dos acordos
famílias mais pobres, como entre os camponeses São Paulo: Scipione, 2002. coletivos.
Ao mesmo tempo, toda a vida dos jovens e das v. 6, de onde esta proposta No começo do século XX, havia uma gran-
crianças era controlada pelo pai. Ele determinava foi retirada de diferença entre trabalhar na própria casa ou na
até em que lugar deveria ser colocada a cama casa dos outros. O ideal para uma jovem era ficar
para os jovens dormirem. O pai decidia também na casa dos pais sem trabalhar. Se precisasse, o
qual era o ofício que os meninos deveriam seguir melhor era que permanecesse trabalhando na
No século XVIII, na França, as crianças, em casa dos próprios pais, por exemplo, costurando
sua maioria, ainda eram tratadas como adultos
por encomenda. Era somente nas camadas mais
Desde pequenas, eram colocadas como aprendi-
baixas da escala social que as jovens iam traba-
zes de algum ofício ou tinham de ajudar os pais
lhar fora de casa, na fábrica, na oficina ou na casa
nas tarefas cotidianas. Dessa forma, elas viviam a
de alguém, como doméstica.
experiência e o ritmo do mundo do trabalho, com
Ainda nessa época, trabalhar em casa tam-
seus rigores e suas imposições. Além disso, nas bém correspondia a outras duas situações distin-
comunidades em que viviam, muitas crianças le-
vavam recados e prestavam pequenos serviços tas: trabalhar em casa para outra pessoa, como os
Assim, elas participavam trabalhadores em domicílio, ou trabalhar por
tanto da vida pública —
da comunidade — como da vida conta própria, como os trabalhadores indepen-
o privada — da dentes.
família.
Por volta do século XIX, em muitas famíl Entre muitas famílias de camponeses,
ias comerciantes e artesãos, a família era uma unida-
francesas as crianças eram treinadas
para as de de produção, uma verdadeira célula econômi-
imposições e a disciplina do traba
lho industrial
ajudando o pai e a mãe nas atividades ca. Todos os seus membros eram mobilizados
de tecela-
gem que eram realizadas pela famíli para trabalhar na lavoura, no artesanato ou no
a. Na França,
durante esse século, a indústria comércio, participando da produção. Assim, no
artesanal de tece-
lagem ainda reunia a maior parte campo, os meninos ajudavam os velhos a levarem
do trabalho
operário. Nessa família-oficina. as “vacas para pastar”, as meninas trabalhavam no
em que o lugar de
morada se confundia com o local estábulo e nos galinheiros. Toda a família ajudava
de trabalho, a
a tocar o sítio ou a loja. Esse tipo de família de-
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sempenhava um papel determinante
na educação das crianças e dos jovens.
Proposta de aula recomendada
Com o desenvolvimento e a para 5.º a 8.º séries
expansão do trabalho externo (fora de
casa) e assalariado, a família foi per- Constituição da República
dendo essa função econômica, o que Federativa do Brasil
diminuiu também parte da responsa-
Reproduzimos alguns artigos referentes aos direi-
bilidade de educar os filhos, que foi
tos de crianças e adolescentes para serem analisados.
assumida pela escola.
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do
Baseado em: DUBY, Georges. Quadros Estado assegurar à criança e ao adolescente, com ab-
a vida privada dos notáveis toscanos soluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimen-
In: DUBY, Georges (Org). História da vida tação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à
privada — da Europa feudal à Renascença cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade, à con-
São Paulo: Companhia das Letras, 1990
vivência familiar e comunitária, além de colocá-los a
v. 2. p. 228; FARGE, Arlette. Famílias: a hora e
salvo de toda forma de negligência, discriminação,
o sigilo. In: CHARTIER, Roger (Org). História
exploração, violência, crueldade e opressão.
da vida privada — da Renascença ao Século
das Luzes. São Paulo: Companhia das Letras, [...]
1991. v. 3. p. 587-8; PERROT, Michelle
8 1.º O Estado promoverá programas de assis-
A juventude operária. Da oficina à fábrica tência integral à saúde da criança e do adolescente,
In: LEVI, Giovanni; SCHMITT, Jean-Claude admitida a participação de entidades não governa-
(Orgs.). História dos jovens — a época mentais e obedecendo os seguintes preceitos:
contemporânea. São Paulo: Companhia Ei
das Letras, 1996. v. 2. p. 98-99; PROST, $ 2.º A lei disporá sobre normas de construção
Antoine. Fronteiras e espaços do privado dos logradouros e dos edifícios de uso público e da
In: PROST, Antoine; VINCENT, Gérard (Orgs.) Foto de família. O destilador manda tirar fabricação de veículos de transporte coletivo, a fim
História da vida privada — da Primeira este retrato na frente de seus alambiques de garantir acesso adequado às pessoas portadoras
Guerra a nossos dias. São Paulo: Companhia Trabalho e família confundem-se numa de deficiência.
das Letras, 1992. v. 5. p. 21, 26 e 28 mesma identidade. 8 3.º O direito à proteção especial abrangerá
os seguintes aspectos:
I — Idade mínima de quatorze anos para
admissão ao trabalho [...)
Atividades II — Garantia de direitos previdenciários e tra-
balhistas.
1. Organize um quadro para sistematizar as informações II — Garantia de acesso do trabalhador ado-
do texto lescente à escola [...]
pode usar os elementos a seguir.
VII — Programas de prevenção e atendimento
especializado à criança e ao adolescente dependente
de entorpecentes e drogas afins.
8 4.º A lei punirá severamente o abuso, a vio-
lência e a exploração sexual da criança e do adoles-
cente.
$ 6.º Os filhos, havidos ou não da relação do
casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos
e qualificações, proibidas quaisquer designações dis-
Reprodução fac-símile das
2. Explique o significado de trabalho criminatórias relativas à filiação.
como atividade privada e pública, páginas 21 e 22 da obra
$ 7.º No atendimento dos direitos da criança e
trabalho domiciliar e trabalho inde Historiar — fazendo,
pendente. contando e narrando a do adolescente, levar-se-á em consideração o dispos-
3. Tendo como
rência conce refe História. São Paulo: to no Art. 204.
ção Industrial e ie E) como trabalho assalariado, Revolu- Art. 228. São penalmente inimputáveis os me-
Ro anização da família, + Construa
cons
Scipione, 2002. v. 5, de
histórica sobre o trabalho do jove uma argumentação onde foi retirada esta nores de dezoito anos, sujeitos às normas da legisla-
m na Europa no século XIX. proposta ção especial.
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Estatuto da Criança e do Adolescente 3. Pesquise, na Constituição Brasileira de 1988, o Artigo 204. Registre em
seu caderno o que encontrou.
Em 1990, foi elaborado o Estatuto da Criança e do Adolescente no Brasil.
A seguir estão transcritos alguns artigos. é. Reúna-se em grupo com seus colegas e, com base nos dois documen-
Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990
tos, elaborem uma questão sobre a situação dos direitos do adolescen-
te no Brasil. Após a pesquisa, é interessante fazer um mural com a
e 2.º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze
temática que vocês pesquisaram.
anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de
idade.
44 á5
tido de auxiliar os alunos
descobrir uma solução. Cumpre frisar, ainda, três argumentação sólida quanto a recusa aos “achis-
a construírem uma
aspectos importantes: primeiro, que a linguagem mos”, a posições sem a menor coerência ou con-
da formulação do problema precisa ser acessível
os discentes; em segundo sistência. Faz-se necessário, ademais, que os mes-
e/ou interessante para
lugar, que o problema pode ser gerado por um tres aceitem como válidas as visões dos alunos
que porventura sejam diferentes das que eles
artifício criado pelo professor; e, em terceiro, que
próprios defendem. Ao final do processo, portan-
as respostas para a situação-problema estão no
ou no passado, implicando a percepção to, os alunos terão reconstruído o que já foi feito
presente
quer de continuidades, quer de rupturas, quer de pela historiografia e, ao mesmo tempo, se posi-
diferenças ou semelhanças identificadas por meio cionado diante desse conhecimento.
de uma comparação relativizadora entre expe- Uma última observação refere-se à avalia-
riências históricas distintas. [...] ção: ela deve ser feita a cada etapa do processo,
Desconstrução, reconstrução e constru- com o que se permite ao professor identificar e
ção de discursos — Nesta segunda e mais longa dimensionar as dificuldades da classe, os acertos
etapa do processo, o professor, em conformidade e os erros do processo de ensino, corrigindo-os a
com os objetivos que fixar previamente, selecio- tempo e, ainda, ter uma visão mais clara sobre o
na os recursos e organiza as atividades por meio empenho e o sucesso de cada aluno.
das quais levará seus alunos a reconstruírem — VILLALTA, Luis Carlos. O ensino de História e
isto é, a construírem de novo, a elaborarem o que a metodologia da investigação. Caderno do professor
já está feito pela historiografia — o conhecimen- Belo Horizonte: Secretaria de Estado de Educação/
to histórico. [...] Os recursos podem ser textos Centro de Referência do Professor
didáticos, testemunhos históricos (documentos n. 3, p. 15-22, out. 1998
escritos, objetos materiais, reproduções fotográfi-
cas de gravuras, quadros, esculturas, obras arqui-
tetônicas e outros elementos da cultura material, go
(4)
DG
filmes, depoimentos orais, tudo, enfim, o que foi Atividades '
produzido pela sociedade e época em estudo),
programas de televisão, canções e até mesmo Analise as vantagens e as desvantagens do tra-
exposições orais feitas pelo professor. [...] balho com a metodologia da investigação na
Na desconstrução, na reconstrução e na aula de história, seguindo o roteiro:
construção de discursos, é preciso pôr os alunos e atividades e atitudes dos alunos;
a raciocinarem por si, a usarem os métodos dedu-
* utilização dos documentos e do livro;
tivo e indutivo. Pelo método dedutivo, vai-se do
geral ao particular, do princípio à conclusão. Seu * atividades e atitudes do professor;
modelo é o silogismo, um raciocínio dado pela * produção de trabalho escrito.
sucessão de premissa, premissa intermediária e
Redija uma análise e uma conclusão e as entre-
conclusão. Pelo método indutivo. com base na
análise de
gue ao professor.
fatos particulares, chega-se a uma
generalização, a uma “lei”, a uma asserção-con-
clusão que explica um conjunto de fatos. [...)
k Construção de uma síntese — Além das À
46 47
tica de sala de aula, os tipos de aula, os métodos e
a avaliação.
j » € L e
Cc :
da História
A PROBLEMATIZAÇÃO DO
CONHECIMENTO HISTÓRICO
Recs EM SALA DE AULA
48
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