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Relatório AF - Trabalho de analise financeira, com o fim de


estudarem e compreenderem melhor
Análise Financeira (Instituto Politécnico de Setúbal)

A Studocu não é patrocinada ou endossada por alguma faculdade ou universidade


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Análise Financeira
Licenciatura em Gestão de Recursos Humanos
1º Ano – 2º Semestre
Turma 23

Empresa 1

Docentes: Professor Paulo Alexandre


Professor Rui Dias

Discente: Adriana Brito – 180318017

Junho 2020

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Índice

Índice Figurativo ............................................................................................................................ II


Introdução ..................................................................................................................................... 1
1. Análise Económica................................................................................................................. 2
1.1 Rendibilidade e Evolução Económica ............................................................................ 2
2. Análise Financeira ................................................................................................................. 4
2.1 Tesouraria...................................................................................................................... 4
2.2 Estrutura de Capitais ..................................................................................................... 6
2.3 Risco Financeiro ............................................................................................................ 7
Conclusão ...................................................................................................................................... 9
Bibliografia .................................................................................................................................. 10

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Índice Figurativo
Tabela 1 – Indicadores de Rendibilidade e Evolução Económica ................................................. 2
Tabela 2 – Indicadores de Tesouraria ........................................................................................... 4
Tabela 3 – Indicadores de Estrutura de Capitais ........................................................................... 6
Tabela 4 – Indicadores de Risco Financeiro .................................................................................. 7

II

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Introdução
A Empresa em análise encontra-se inserida no setor de comércio, manutenção e
reparação, de veículos automóveis e motociclos. No que diz respeito ao comércio, refere-se às
atividades de comércio por grosso e retalho de veículos automóveis (ligeiros e pesados) e de
motociclos e ciclomotores, sendo estes novos ou usados, partes, peças e acessórios. O comércio
pode ainda ser feito por correspondência, leilão ou internet. A manutenção e reparação é feita
em veículos automóveis e motociclos, suas partes e peças; lavagem e polimento; agentes que
intervêm no comércio por grosso ou a retalho dos veículos.
Portugal, em 2018 tem no seu total 448 864 empresas que operam neste setor, sendo
que as áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto são as que apresentam um maior destaque
no que diz respeito à distribuição por localização.
Cerca de 32,6% das empresas deste setor situam-se na área metropolitana de Lisboa e
cerca de 17,6% das empresas situam-se na área metropolitana do Porto, ou seja, com isto
verificamos que a área metropolitana de Lisboa apresenta um maior destaque face à área
metropolitana do Porto, devido à existência de um número mais elevado de empresas.
Relativamente ao número de empresas por dimensão, verifica-se que 88,99% são
microempresas, ou seja, este é o tipo de empresa que mais reside em Portugal. No que diz
respeito às empresas de outras dimensões, Portugal tem 41 417 (9,23%) pequenas empresas,
6 818 (1,52%) médias empresas e 1 203 (0,27%) grandes empresas, sendo este um valor muito
baixo.
No entanto, embora exista um número muito significativo de microempresas, as grandes
empresas são as que apresentam valores mais elevados no que diz respeito às vendas e
serviços prestados, sendo que possuem um total de 159 446, 7M € anuais, enquanto que as
microempresas têm um total de 58 176, 1M €.

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1. Análise Económica
Para avaliar a rendibilidade e a evolução económica da empresa em estudo foi
necessário recorrer não só, a rácios e indicadores, como também às médias do setor de atividade
em que a empresa se insere.

1.1 Rendibilidade e Evolução Económica


A tabela seguinte apresenta os indicares (de rendibilidade e de evolução económica) e
os valores apurados para a empresa em questão, de seguida encontram-se as definições e
análise dos indicadores.
Tabela 1 – Indicadores de Rendibilidade e Evolução Económica

Análise Económica e Rendibilidade 2016 2017 2018 CAE 2018


Taxa de crescimento do Volume de Negócios -5,09% 4,98% 161,73% 5,1%
Rendibilidade Bruta do VN 18,40% 17,79% 15,83% 16,3%
Rendibilidade Operacional do VN -1,29% 1,28% 1,98% -1,10%
EBITDA/ Volume de Negócios -0,38% 1,76% 2,44% 0,65%
ROA -2,01% 2,14% 5,66% 1,04%
RCP -26,53% 2,14% 2,69% -12,98%
Fonte: Autoria Própria e BdP

A Taxa de Crescimento do Volume de Negócios indica o aumento em percentagem do


volume de negócios do ano em questão relativamente ao volume de negócios obtido no ano
anterior. Assim, admite-se que se calcula da seguinte forma:
𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑁𝑒𝑔ó𝑐𝑖𝑜𝑠𝑛
𝑇𝑎𝑥𝑎 𝐶𝑟𝑒𝑠𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑒 𝑁𝑒𝑔ó𝑐𝑖𝑜𝑠 = ( − 1) ∗ 100
𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑁𝑒𝑔ó𝑐𝑖𝑜𝑠𝑛−1
Através da análise dos valores obtidos para a Taxa de Crescimento do Volume de
Negócios, podemos concluir que a empresa apresenta uma taxa negativa no ano de 2016, devido
ao facto de que o volume de negócios da empresa em questão ter sofrido uma descida de
valores. Já em 2017 e 2018 o cenário altera-se, ou seja, o volume de negócios da empresa é
crescente, o que se reflete numa taxa positiva, sendo que em 2017 e 2018 apresentam valores
de 4,98% e 161,73%, respetivamente. É de salientar que a empresa se encontra abaixo da média
do setor nos anos de 2016 e 2017.

A Rendibilidade Bruta do Volume de Negócios expressa a margem bruta de


comercialização da empresa em valores relativos, ou seja, em percentagens. É calculada através
da seguinte fórmula:
𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 − 𝐶𝑀𝑉𝑀𝐶
𝑅𝑒𝑛𝑑𝑖𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝐵𝑟𝑢𝑡𝑎 𝑑𝑜 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑒 𝑁𝑒𝑔ó𝑐𝑖𝑜𝑠 = ∗ 100
𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑒 𝑁𝑒𝑔ó𝑐𝑖𝑜𝑠

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A empresa apresenta valores positivos de Rendibilidade Bruta do Volume de Negócios


nos três anos em análise. Estes valores são mais elevados no ano de 2016 e sofrem um
decréscimo ano após ano, sendo que em 2016 e 2017 encontra-se acima da média do setor, o
que já não acontece em 2018.

A Rendibilidade Operacional do Volume de Negócios (ROV) indica a propensão do


negócio em gerar resultados e é calculado da seguinte forma:
𝑅𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑑𝑜 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙
𝑅𝑂𝑉 = ∗ 100
𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑒 𝑁𝑒𝑔ó𝑐𝑖𝑜𝑠
Este indicador apresenta um valor negativo em 2016 uma vez que o resultado
operacional da empresa neste ano é negativo e abaixo da média do setor, enquanto que nos
anos seguintes este indicador sofre um aumento significativo, situando-se acima dessa média.
Estes valores positivos demonstram que o negócio está a gerar resultados.

𝐸𝐵𝐼𝑇𝐷𝐴
O rácio avalia a capacidade da empresa em transformar cada unidade
𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑒 𝑁𝑒𝑔ó𝑐𝑖𝑜𝑠

vendida em resultado económico obtido. A PME de excelência encontra-se acima de 7,5%.


Este rácio é negativo em 2016 devido ao EBITDA negativo nesse ano. Nos anos
seguintes o cenário inverte-se atingindo valores positivos e acima da média do setor. No entanto,
encontra-se sempre abaixo da PME de excelência.

A Rendibilidade Operacional do Ativo (ROA) avalia o desempenho dos capitais totais


investidos pela empresa, independentemente da sua origem e demonstra a eficiência do
negócio. Calcula-se da seguinte forma:
𝑅𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑑𝑜 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙
𝑅𝑂𝐴 = ∗ 100
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙
O ROA da empresa é negativo em 2016 e positivo nos anos seguintes por consequência
das alterações do resultado operacional ao longo do triénio. A média do setor é de 1,04% e nos
anos de 2016 e 2017 o rácio da empresa encontra-se acima desse valor.

A Rendibilidade do Capital Próprio (RCP) avalia o desempenho dos capitais investidos


pelos sócios/acionistas na empresa e demonstra a rendibilidade líquida gerada pelo negócio face
aos capitais alocados à empresa pelos mesmos. O PME de excelência encontra-se acima de
12,5%. É calculado da seguinte forma:
𝑅𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑑𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
𝑅𝐶𝑃 = ∗ 100
𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝑃𝑟ó𝑝𝑟𝑖𝑜
Este rácio é negativo em 2016 porque a rúbrica do resultado líquido é negativa nesse
mesmo ano e, mais uma vez, encontra-se abaixo da média do setor nesse mesmo ano. Em 2017
e 2018 a empresa atinge valores positivos e relativamente altos face à média do setor.

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2. Análise Financeira
A análise financeira da empresa é realizada da mesma forma que se realiza a situação
económica da mesma, ou seja, também se analisa através de rácios e indicadores. Para avaliar
a situação económica serão analisados os seguintes indicadores: a tesouraria, a estrutura de
capitais e o risco financeiro.

2.1 Tesouraria
A tabela seguinte apresenta os indicares e os valores apurados para a empresa em
questão, de seguida encontram-se as definições e análise dos indicadores.
Tabela 2 – Indicadores de Tesouraria
Tesouraria 2016 2017 2018 CAE 2018
FM 52739,73 295312,22 415864,80 55000
NFM 274585,78 439902,93 499450,26 176,1
Tesouraria Líquida -221846,05 -144590,71 -83585,46 -121,1
PMR 48 40 35 37
PMP 74 53 40 56
Prazo Médio de Rotação de Inventários 68 71 34 84
Liquidez Geral 105,23% 140,63% 127,88% 111,06%
Liquidez Reduzida 56,71% 66,78% 81,22% 60,82%
Fonte: Autoria Própria e BdP

O Fundo de Maneio (FM) é um indicador de equilíbrio financeiro a médio e longo prazo.


É a margem de segurança existente que fica disponível para financiar o ciclo de exploração da
empresa e a regra de ouro é que os capitais utilizados pela empresa no financiamento dos ativos
devem ter uma maturidade igual ou superior à vida útil dos ativos que estão a financiar. É
calculado da seguinte forma:
FM = (Capitais próprios + Passivo não corrente) − Ativos não correntes
A empresa está equilibrada financeiramente a MLP ao longo do triénio, apresentando
valores positivos em todos os anos analisados. O Capital Próprio aumenta significativamente ao
longo do triénio ao contrário do passivo não corrente que sofre um decréscimo de 2016 para
2017 e volta a crescer em 2018. Comparando com o setor, a empresa encontra-se sempre abaixo
da média do mesmo.

As Necessidades de Fundo de Maneio (FNM) é um indicador das necessidades de


exploração da empresa, dependente do tipo de negócio. É calculado da seguinte forma:
𝑁𝐹𝑀 = 𝑁𝑒𝑐𝑒𝑠𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠 𝐶𝑖𝑐𝑙𝑖𝑐𝑎𝑠 (𝑁𝐶) − 𝑅𝑒𝑐𝑢𝑟𝑠𝑜𝑠 𝐶í𝑐𝑙𝑖𝑐𝑜𝑠 (𝑅𝐶)
Por sua vez:
• Necessidades cíclicas (NC) = Inventários + Ativos biológicos + Clientes + Adiantamentos
a fornecedores + Estado + Outras contas a receber de exploração.
• Recursos cíclicos (RC) = Fornecedores + Adiantamentos de clientes + Estado + Outras
contas a pagar de exploração.

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As necessidades de Fundo de Maneio da empresa são positivas, o que indica que há


um ciclo de exploração deficitário ao longo do triénio (necessidades cíclicas são sempre
superiores aos recursos cíclicos). Esta situação deve-se ao peso do valor dos fornecedores nas
necessidades cíclicas. É de salientar que a empresa se encontra muito acima da média do setor.

A Tesouraria Líquida (TRL) é um indicador de equilíbrio da tesouraria de curto prazo da


empresa. É dado pela seguinte formula:
𝑇𝑅𝐿 = 𝐹𝑢𝑛𝑑𝑜 𝑑𝑒 𝑀𝑎𝑛𝑒𝑖𝑜 − 𝑁𝑒𝑐𝑒𝑠𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝐹𝑢𝑛𝑑𝑜 𝑑𝑒 𝑀𝑎𝑛𝑒𝑖𝑜
Através da análise dos dados apresentados na tabela anterior pode-se observar que a
tesouraria líquida da empresa é negativa em todos os anos apresentados apesar de demonstrar
uma tendência crescente. Os valores negativos deste indicador têm origem no facto de as
necessidades de fundo de maneio serem superiores ao fundo de maneio da empresa, ou seja,
apesar de os valores de fundo de maneio serem sempre superiores face ao ano anterior, as
necessidades de fundo de maneio apresentam a mesma tendência. Em 2016 e 2017 os valores
apresentados são inferiores à média do setor, mas em 2018 conseguiu obter um valor de
tesouraria superior a essa média.

O Prazo Médio de Recebimentos (PMR) indica o tempo, em dias, que os clientes


demoram a cumprir os seus compromissos para com a empresa. Na ótica da empresa, é o tempo,
em dias, que a mesma demora a receber dos seus clientes. É dado pela seguinte formula:
𝐶𝑙𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠
𝑃𝑀𝑅 = ∗ 365
𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑒 𝑁𝑒𝑔ó𝑐𝑖𝑜𝑠
O PMR da empresa teve uma evolução positiva ao longo do triénio, visto que a empresa
demorava aproximadamente 48 dias a receber dos seus clientes em 2016, mas em 2018 esse
valor foi de aproximadamente 35 dias.
Comparando com o setor, em 2016 e 2017 a empresa encontrava-se acima da média
das restantes empresas (37 dias), contudo em 2018 conseguiu obter valores inferiores à mesma.

O Prazo Médio de Pagamentos (PMP) indica o tempo que a empresa demora a cumprir
com os seus compromissos. É dado pela seguinte formula:
𝐹𝑜𝑟𝑛𝑒𝑐𝑒𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠
𝑃𝑀𝑃 = ∗ 365
𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑎𝑠 + 𝐹𝑆𝐸
Tal como o PMR, o PMP da empresa também teve uma evolução positiva ao longo do
triénio (com uma tendência decrescente), visto que o indicador passou de aproximadamente 74
para dias (de 2016 para 2018). A média do setor é de 56 dias e a empresa encontra-se abaixo
desse valor em 2017 e 2018.

O Prazo Médio de Rotação de Inventários (PMRI) indica o tempo, em dias, que os


inventários permanecem na empresa. É calculado da seguinte forma:
𝐼𝑛𝑣𝑒𝑛𝑡á𝑟𝑖𝑜𝑠
𝑃𝑀𝑅𝐼 = ∗ 365
𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑎𝑠

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O PMRI sofreu um aumento em 2017 face a 2016, passando de aproximadamente 68


para 71 dias e, no ano seguinte, portanto em 2018, decresceu para aproximadamente 34 dias.
Isto significa que em 2018 os inventários permaneciam apenas (aproximadamente) 34 dias na
empresa. É de destacar que a empresa se encontra abaixo da média do setor ao longo do triénio.

A Liquidez Geral (LG) indica a capacidade de a empresa pagar as dívidas de curto prazo
com o ativo corrente (também designado por capitais circulantes). Isto é, se com o “dinheiro”
recebido da venda do inventário, da cobrança das dívidas de clientes, outros devedores e com
valores a receber no curto prazo a empresa consegue assumir as suas obrigações de curto
prazo. É calculado da seguinte forma:
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜𝑠 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠
LG =
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒
A empresa apresenta valores confortáveis de liquidez geral (valores superiores a 100%),
o que demonstra que a empresa tem capacidade de cumprir com as suas obrigações a curto
prazo. Este indicador apresenta um aumento significativo de 2016 para 2017, porém sofre um
decréscimo em 2018.
A média do setor é de 111,06% e o ano de 2016 é o único em que a empresa se encontra
abaixo dessa média.

A Liquidez Reduzida (LR) é um indicador utilizado com a mesma finalidade que a


Liquidez Geral, mas permite avaliar o peso dos inventários na liquidez da empresa.
(𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜𝑠 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 − 𝐼𝑛𝑣𝑒𝑛𝑡á𝑟𝑖𝑜𝑠)
𝐿𝑅 =
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒
A Liquidez Reduzida, comparativamente com a Liquidez Geral, apresenta valores muito
reduzidos, o que indica que o peso dos inventários é elevado. Apresenta uma média inferior à
do setor no ano de 2016, mas o cenário muda nos restantes anos do triénio.

2.2 Estrutura de Capitais


A tabela seguinte apresenta os indicares e os valores apurados para a empresa em
questão, de seguida encontram-se as definições e análise dos indicadores.
Tabela 3 – Indicadores de Estrutura de Capitais

Estrutura de Capitais 2016 2017 2018 CAE 2018


Autonomia Financeira 48,97% 55,56% 65,95% 21,16%
Debt to Equity Ratio 12,74 8,64 8,19 1,4
Peso do Passivo Remunerado 917,03% 556,42% 558,12% 37,68%
Fonte: Autoria Própria e BdP

A Autonomia Financeira (AF) indica qual a percentagem do ativo que é financiado por
Capitias Próprios e mostra o esforço financeiro efetuado pelos sócios/acionistas. PME excelência
obriga a que o rácio AF>37,50%. É calculada da seguinte forma:
𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑖𝑠 𝑃𝑟ó𝑝𝑟𝑖𝑜𝑠
𝐴𝐹 = ∗ 100
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜
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A empresa em análise encontra-se com uma boa Autonomia Financeira, não só porque
tem uma tendência crescente ao longo do triénio, como também é superior ao PME de
excelência. Além disso, a empresa apresenta valores bastante superiores à média do setor em
que se insere.

O Debt to Equity Ratio (V. Bancária) indica qual a proporção utilizada pela empresa de
passivo remunerado comparando com os capitais próprios utilizados. É calculado através da
seguinte formula:
𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝐸𝑚𝑝𝑟é𝑠𝑡𝑖𝑚𝑜𝑠
𝐷𝑒𝑏𝑡 𝑡𝑜 𝐸𝑞𝑢𝑖𝑡𝑦 𝑅𝑎𝑡𝑖𝑜 =
𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝑃𝑟ó𝑝𝑟𝑖𝑜
A empresa apresenta valores muito elevados ao longo do triénio, embora tenha uma
tendência decrescente. Relativamente à média do setor (1,4), os valores obtidos são bastante
superiores em cada um dos anos.

O Peso do Passivo Remunerado indica qual a proporção usada pela empresa de passivo
remunerado comparando com o total do seu passivo. Calcula-se da seguinte forma:
𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝐸𝑚𝑝𝑟é𝑠𝑡𝑖𝑚𝑜𝑠
𝑃𝑒𝑠𝑜 𝑑𝑜 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑅𝑒𝑚𝑢𝑛𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜 =
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙
Este indicador apresenta valores muito elevados de passivo remunerado, embora tenha
uma tendência decrescente. Isto indica que a empresa se encontra com grande risco financeiro
pois grande parte do seu capital alheio é financiado por dívida bancária. Relativamente ao setor,
a empresa encontra-se muito acima da média nos 3 anos em análise.

2.3 Risco Financeiro


A tabela seguinte apresenta os indicares e os valores apurados para a empresa em
questão, de seguida encontram-se as definições e análise dos indicadores.

Tabela 4 – Indicadores de Risco Financeiro


Risco Financeiro 2016 2017 2018 CAE 2018
Cobertura dos Encargos Financeiros -0,36 1,94 6,23 0,87
Autofinanciamento 2511,55 31186,62 72846,32 35,7 M€
Períodos de Recuperação da Dívida 375,47 26,64 16,51 66,00
Fonte: Autoria Própria e BdP

A Cobertura dos Encargos Financeiros avalia a capacidade da empresa em cobrir os


juros de empréstimos com os meios financeiros gerados da atividade operacional. Calcula-se da
seguinte forma:
𝐸𝐵𝐼𝑇𝐷𝐴
𝐶𝑜𝑏𝑒𝑟𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑒 𝐸𝑛𝑐𝑎𝑟𝑔𝑜𝑠 𝐹𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑜𝑠 =
𝐺𝑎𝑠𝑡𝑜𝑠 𝐹𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑜𝑠

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Em 2016 a empresa não consegue cobrir os seus encargos financeiros com os meios
gerados da atividade operacional devido ao valor negativo obtido nesse ano. Já em 2017 e 2018
o cenário inverte-se, ou seja, a empresa obtém valores positivos e superiores à média do setor,
indicando que a empresa não tem dificuldade nos pagamentos dos juros.

O Autofinanciamento resulta da soma dos resultados líquidos com as depreciações e


amortizações do exercício e com as provisões e imparidades do exercício. Os valores obtidos do
cálculo referido anteriormente são os excedentes financeiros líquidos conseguidos em cada
exercício económico.
Os valores obtidos pela empresa são bastante confortáveis e têm uma tendência
crescente ao longo do triénio.

O Período de Recuperação da Dívida permite estimar o número de anos em que a


empresa consegue pagar as suas dívidas bancárias. É dado da seguinte forma:
𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝐸𝑚𝑝𝑟é𝑠𝑡𝑖𝑚𝑜𝑠
𝑃𝑒𝑟𝑖𝑜𝑑𝑜 𝑑𝑒 𝑅𝑒𝑐𝑢𝑝𝑒𝑟𝑎çã𝑜 𝑑𝑎 𝐷í𝑣𝑖𝑑𝑎 =
𝐴𝑢𝑡𝑜𝑓𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑖𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜
O período de recuperação da divida da empresa é muito elevado no ano de 2016, mas
tem uma tendência decrescente ao longo do triénio. É de salientar que em 2017 e 2018 os valores
apresentados encontram-se abaixo da média do setor em que a empresa se insere.

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Conclusão

Para averiguar a situação económica da empresa em análise recorreu-se a vários rácios


e indicadores relativos à sua rendibilidade e evolução económica. Podemos observar que a
empresa se encontrava numa situação crítica em 2016 uma vez que todos os seus indicadores
apresentam valores negativos, apesar de que a rendibilidade bruta do seu volume de negócios
é muito boa. Atualmente, em 2018, a empresa atingiu o volume de negócios mais elevado do
triénio, o que permitiu obter melhores rendibilidades.

Relativamente à análise financeira da empresa em questão, foi também necessário


utilizar rácios e indicadores de modo a observar a tesouraria, a estrutura de capitais e o risco
financeiro da empresa.
A tesouraria líquida apresenta valores negativos ao longo do triénio, o que indica que a
empresa tem dificuldades em cumprir os compromissos financeiros de curto prazo. Em 2018, os
prazos médios de recebimento, pagamento e de rotação de inventários, encontram-se abaixo
das médias do setor. A situação ideal para uma empresa é quando PMP > PMR + PMRI. Neste
caso, 40 < 35 + 34, o que significa que a empresa paga primeiro e recebe depois, o que não
deveria acontecer. Relativamente à liquidez geral pode-se observar que os valores são sempre
superiores a 100%, o que indica que a empresa tem capacidade de cumprir as obrigações. No
entanto, comparando a liquidez reduzida com a liquidez geral, é de reparar que os inventários
têm um peso relevante na liquidez da empresa, aumentando assim o risco de liquidez da mesma.
A estrutura de capitais da empresa em 2018 é equilibrada, uma vez que a autonomia
financeira da empresa demonstra que a mesma é independente relativamente aos capitais
externos e aumenta a credibilidade perante eventuais credores. Porém, o “Debt to Equity Ratio”
é relativamente alto (comparado com a média do setor) e indica que a empresa está a financiar
a sua atividade numa proporção superior de empréstimos face ao capital próprio da mesma e o
indicador do peso do passivo remunerado indica que a empresa se encontra com grande risco
financeiro devido ao seu capital alheio ser financiado por dívida bancária.
Por fim, os indicadores de risco financeiro da empresa demonstram que a empresa não
tem dificuldade nos pagamentos dos juros, que a empresa tem uma tendência crescente de
autofinanciamento e que o período de recuperação da dívida tem uma propensão decrescente,
embora em 2018 tenha reduzido para apenas 16 anos (valor muito inferior à média do setor).

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Bibliografia
https://www.ine.pt/ine_novidades/semin/cae/CAE_REV_3.pdf

https://www.bportugal.pt/QS/qsweb/Dashboards

Slides de Apoio à UC de Análise Financeira

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