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ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA

Assistente Judiciária: Dra. Mariselma Aleixo de Moraes


Assistente Judiciária: Advogada OAB/26.376 Dra.
Mariselma Aleixo de Moraes
Advogada OAB/26.376
E-mail: mariselmaadvogada@bol.com.br e
assistenciajudiciarialagoa@gmail.com

MM. JUÍZO DE DIREITO DA VARA CIVEL DA COMARCA DE CARPINA/PE

Autos nº 0005955-57.2022.8.17.2470

LEANDRO SERGIO DA SILVA e JOSÉ RONALDO DA SILVA PEREIRA,


devidamente qualificados nos autos epigrafados por intermédio da ASSISTÊNCIA
JUDICIARIA, apresentar CONTESTAÇÃO e o faz pelas razões que passa a expor;

I - DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA

Inicialmente, afirmam os CONTESTANTES estarem sendo


patrocinados pela ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA do Município de Lagoa do Carro/PE,
órgão público de assistência jurídica, pro bono, aos munícipes, e que também, não
possui condições de arcar com as custas processuais e honorários advocatícios
sem prejuízo do sustento próprio, bem como o de sua família, razão pela qual faz
jus ao benefício da gratuidade da justiça, nos termos da Lei
1.060/50.

Rua Antônio Francisco da Silva, 353 – Centro – Lagoa do Carro – PE


CEP: 55820-000 – CNPJ: 40.893.778/0001-91
Tel.: (81) 3621-8156 Ramal: 204 – ao lado Cartório
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REQUEREM também, de plano, que a indicação da


profissional, para defender a causa do necessitado seja feita na pessoa da patrona
que subscreve o presente, a qual declara aceitar o cargo, nos termos do § 4º. do
art. 5º, da Lei 1.060/50.

DAS ALEGAÇÕES DA EXORDIAL:

“(...) Às 14:00 do dia 12/11/2022 o Autor foi vitimado em decorrência de um


acidente de trânsito causado pelo segundo réu (LEANDRO SERGIO DA
SILVA), a serviço do primeiro réu, causando-lhe graves lesões e prejuízos
materiais. O segundo réu estava a serviço do primeiro réu, que por sua vez é
dono do veículo dirigido e causador do acidente. Em depoimento na delegacia
de polícia, o segundo réu admite ter invadido a contra, e juntamente com o
primeiro réu declara desejo de ajudar financeiramente o autor em relações ao
seus prejuízos, declarações que, mesmo depois de muitos contatos do autor,
não se confirmaram na pratica, conforme contatos para solução extrajudicial
infrutífera (em anexo).(...)”

É A VERSÃO DA EXORDIAL em busca de uma Indenização, porém, alegações


feitas, as quais não condizem com a realidade e verdade dos fatos, como
demostraremos a seguir.

DA VERDADE DOS FATOS

Inicialmente se esclarece que o condutor do veículo era apenas e tão somente o


JOSÉ RONALDO DA SILVA PEREIRA intitulado na Ação como

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“PRIMEIRO RÉU”, e que o LEANDRO SERGIO DA SILVA intitulado na Ação como


“SEGUNDO RÉU”, na realidade é o patrão do JOSÉ RONALDO DA SILVA PEREIRA e
sequer estava no veículo na hora do acidente, chegando após o fato acontecido e
quando todos acidentados, já haviam sido socorridos aos hospitais, fato que o
AUTOR tem conhecimento e omite na exordial para tentar induzir o Juízo em erro.

Pois bem:

O REQUERENTE em sua exordial faz confusão em sua narração dos fatos


e se contradiz com as declarações feitas na Delegacia de Polícia juntadas na
própria peça inicial, ao atribuir as condutas de cada demandado, omitiu fatos de
suma importância para a resolução da lide, as quais a seguir apontamos.
Vejamos:

No dia 12 de novembro de 2022, por volta das 12h:00min o LEANDRO


SERGIO DA SILVA, cuja parte autora o nomeia como “PRIMEIRO RÉU”, conduzindo o
veículo, saindo do Município de Surubim/PE com destino ao Município de Lagoa do
Carro/PE, conduzindo o veículo de marca: Toyota, modelo: Hilux, de placa KIH
5C38, quando nas proximidades do novo Fórum do Município de Limoeiro/PE na
rodovia PE-90, momento em que um animal, o qual acredita ser um cachorro,
atravessou de maneira inesperada a pista, correndo em frente ao veículo, quando
neste momento tentou desviar do dito animal vindo a colidir com o veículo que
vinha em sentido contrário, sendo conduzido pelo

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AUTOR.

ESCLARECENDO QUE ESTAVA SOZINHO NO VEÍCULO, E QUE A PESSOA DE LEANDRO


SERGIO DA SILVA, QUE É SEU PATRÃO, NÃO ESTAVA NO VEÍCULO COM O MESMO.

O PRIMEIRO RÉU e CONDUTOR DO VEÍCULO, embora, não possuía


habilitação para conduzir veículo, não negou tão condição e confessou isso no
Inquérito Policial, conforme já foi juntado na Inicial, porém, possui prática em
conduzir veículos desde os 12 (doze) anos de idade. Na ocasião do acidente,
também foi vitimado e ficou ferido, sendo socorrido desmaiado do local do acidente,
acordando no hospital de Lagoa do Carro/PE.

No dia do fato o PROPRIETÁRIO DO VEÍCULO, seu patrão, “SEGUNDO


RÉU”, ao chegar ao local do acidente e tendo todos já sido socorridos, conseguiu
através de informações o contato do AUTOR chegando a ligar para o número que
conseguiu, sendo informado que o mesmo estava no Hospital e seria liberado e tão
logo fosse liberado entraria em contato para tentarem acordar as despesas de
reparação do veículo.

Faz-se necessário observar que o AUTOR mesmo em posse do


Boletim de Ocorrência, faz confusão com relação as condutas dos réus, trocando
os nomes e condições em que se enquadram na situação fática, enfatizando
sobremaneira o nome do SEGUNDO RÉU, de forma evidentemente proposital pelo
fato do SEGUNDO RÉU ser o PROPRIETÁRIO DO VEÍCULO E POSSUIR UMA PEQUENA

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OFICINA DE MECÂNICA E PORTANTO DISPOR DE MAIS CONDIÇÕES FINANCEIRAS QUE


SEU EMPREGADO, QUE ALIAS É PESSOA HUMILDE E FOI PRATICAMETE CRIADO NA CASA
DO SEGUNDO RÉU.

Ressalte-se ainda que DIFERENTEMENTE DO QUE SE ALEGA NA


EXORDIAL NA PARTE DOS FATOS, O REQUERIDO PROPRIETÁRIO DO VEÍCULO
PROCUROU A VÍTIMA PARA QUE FOSSE FEITO UM ACORDO PORÉM VIU-SE SEM
CONDIÇÕES DE PRESTAR COM A QUANTIA DE R$ 20.000,00 (VINTE MIL REAIS)
SOLICITADA PELO AUTOR.

Todas as ofertas de acordos foram apresentadas ao AUTOR dentro das condições


do SEGUNDO RÉU, considerando que o PRIMEIRO RÉU não possui nenhuma condição
financeira sequer de se manter, o SEGUNDO RÉU, ofertou a possibilidade de colocar
o veículo em uma oficina de sua confiança e fazer o serviço/reparo no veículo do
AUTOR, o que foi rejeitado, porque o AUTOR alegava que queria comprar outro
veículo e não mais recuperar aquele, e que já tinha intenção mesmo antes do
acidente de trocar o carro porque estava velho, apresentando laudo o qual não é
oficial apenas de oficina e mecânico indicado por ele mesmo, afirmando que o carro
teria sido “condenado” teria sido “PT” perda total, e que só aceitaria dinheiro.

Diante disso, tentando ainda conseguir um acordo, ofertou o SEGUNDO RÉU o valor
R$ 10.000,00 (dez mil reais) o que pagaria em 02 (duas) parcelas, pois, iria vender
alguns objetos de sua oficina para conseguir o valor, o que foi rejeitado pelo AUTOR
alegando a “tabela FIPE” referente ao seu veículo, quando na realidade se sabe
que a tabela FIPE jamais é a realidade do estado da veículo, trata-se de veículo
usado, velho e que já estava com muitos reparos a ser feito, tanto é que o próprio

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AUTOR afirmou que já estava querendo fazer a troca por outro veículo,
provavelmente, encontrando nesta ocasião onde “buscar o dinheiro para entrada
da compra de outro veículo”, motive pelo qual rejeitou todas as proposta de
acordo.

Na última tentativa de acordo o SEGUNDO RÉU, solicitou que um mecânico de sua


confiança fosse até o Sítio em Limoeiro onde estava o veículo para fazer uma
avaliação, para saber se realmente havia possibilidade de fazer o serviço, ou se
realmente o veículo estava sem condições de reparos como havia afirmado o
AUTOR.

Apos vários contatos entre os Advogados, e em contato com o Advogado do


AUTOR, ficou acertado que o mecânico fosse até o Sítio sem a companhia do RÉU
ou RÉUS para avaliar o veículo, o qual de início, com a chegada do mecânico no
local, houve uma resistência por parte de uma senhora que ali estava, se
identificando como filha do AUTOR, sendo após a chegada do AUTOR liberado o
acesso ao veículo, e constatado pelo mecânico que havia sim a condição de
recuperação com o serviço feito pelo professional.

Após isso, o AUTOR não manteve mais contato, recusando o serviço, passando a
exigir apenas o valor em dinheiro porque queria comprar outro veículo e que o iria
ajudar na entrada de veículo novo.

Logo, Excelência foge a verdade a versão de que o SEGUNDO RÉU não quis ou
não quer assumir a responsabilidade, quem não aceita ACORDO ALGUM é
justamente o AUTOR, o qual exige dinheiro e um valor acima do que realmente pode
pagar o SEGUNDO RÉU.

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Logo, o PROPRIETÁRIO DO VEÍCULO SE DISPONIBILIZOU EM

CONSERTAR O CARRO E ARCAR COM AS DESPESAS COM OS MEDICAMENTOS, porém


não logrou êxito nas tentativas de vários acordos.

Ainda assim é necessário esclarecer que o REQUERIDO É UM


MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL (MEI) e NÃO DISPÕE DE CONDIÇÕES DE ARCAR COM
AS DESPESAS PLEITEADAS NA EXORDIAL, BEM COMO O CONDUTOR QUE POSSUI
APENAS 18 (DEZOITO) ANOS DE IDADE QUE ATUALMENTE ENCONTRA-SE
DESEMPREGADO e que no momento do fato estava prestando serviço de diarista
para o proprietário do veículo, como era de costume mas que não tem nenhum
vínculo trabalhista.

Assim diante do exposto medida que se faz necessária é a total


improcedência da exordial conforme se verificará abaixo.

PRELIMINARMENTE
DA ILEGITIMIDADE PASSIVA

Primeiramente cumpre destacar que os RÉUS são PARTES


ILEGÍTIMAS PARA FIGURAREM NO POLO PASSIVO DA PRESENTE DEMANDA se não
vejamos:

O sinistro ocorreu na PE-90 e FOI OCASIONADO DEVIDO AO FATO DE


UM ANIMAL TER ATRAVESSADO NA FRENTE DO CONDUTOR DO VEÍCULO DE FORMA
INESPERADA conforme se observa em seu depoimento em sede de Delegacia.

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Como vemos:

Em casos como esse a RESPONSABILIDADE CIVIL DE REPARAR


O DANO CAUSADO, É DO PROPRIETÁRIO DO ANIMAL ou em caso de ser o
PROPRIETÁRIO DESCONHECIDO, DO ÓRGÃO RESPONSÁVEL PELA MANUTENÇÃO E
CUIDADO DA VIA, QUE NESTE CASO É O DER (Departamento de Estradas e Rodagens).

O fato do animal ter atravessado em frente ao carro, afasta o


nexo de causalidade por se tratar de caso fortuito.

O NEXO DE CAUSALIDADE É INDISPENSÁVEL em qualquer


espécie de responsabilidade civil. Pode haver responsabilidade sem culpa, mas não
pode haver responsabilidade sem nexo causal.

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CASO FORTUITO É EVENTO IMPREVISÍVEL E,


PORTANTO, INEVITÁVEL.

A imprevisibilidade, é o elemento indispensável para a


caracterização do caso fortuito, imprevisibilidade essa presente no fato que ensejou
no acidente objeto da presente demanda, fato este que AFASTA A
RESPONSABILIDADE DOS RÉUS DE ARCAREM COM EVENTUAIS INDENIZAÇÕES PELOS
DANOS CAUSADOS EM DECORRÊNCIA DO SINISTRO.

O DER, POR SUA VEZ É QUEM TEM ESSA RESPONSABILIDADE, por ser
órgão executivo rodoviário que faz parte dos governos estaduais brasileiros, bem
como do Distrito Federal. Assim, estando sob administração do governo estadual
local, compete ao DER fazer a gestão de rodovias estaduais.

Dentre suas funções, a principal delas é justamente cumprir e fazer


cumprir tanto legislação quanto normas de trânsito. Além disso, o DER também fica
encarregado da gestão que inclui planejamento, projeto e regulamentação, além de
operar o trânsito de veículos, animais e pedestres.

Há uma determinação legal que pouquíssimos julgados expõem, e que


sacramenta o tema, com exatidão. Trata-se do art. 1º da Lei 9.503/97 (Código de
Trânsito Brasileiro – CTB), verbis:

Art. 1º - O trânsito de qualquer natureza nas vias terrestres do território nacional, abertas
à circulação, rege-se por este Código.
(...)
§2º - O trânsito, em condições seguras, é um direito de todos e dever dos órgãos e
entidades componentes do Sistema Nacional de Trânsito (...);

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§3º - Os órgãos e entidades componentes do Sistema Nacional de Trânsito respondem,


no âmbito das respectivas competências, objetivamente, por danos causados aos
cidadãos em virtude de ação, omissão ou erro na execução e manutenção de
programas, projetos e serviços que garantam o exercício do direito do trânsito seguro.

É DEVER DO ESTADO, POR SEUS ÓRGÃOS E ENTIDADES


COMPONENTES DO SISTEMA NACIONAL DE TRÂNSITO, PROPICIAR UM TRÂNSITO EM
CONDIÇÕES SEGURAS.

Na forma da lei, estes mesmos órgãos e entidades responderão, objetivamente,


por danos causados aos cidadãos em virtude de ação ou omissão na execução dos
programas ou serviços relacionados. Logo, claro está que a responsabilidade civil
do Estado e de seus órgãos e entidades, neste tocante, é objetiva, porque prevista
em lei desta maneira.

A rigor, as decisões relativas a ações de reparação civil em


acidentes de trânsito motivados por animais, ajuizadas contra o Poder Público,
deveriam estar, todas elas, fundamentadas no dispositivo (art. 1º, § 3º) do Código
Brasileiro de Trânsito.

Contudo, não é isso que se observa, como se viu, ao longo do estudo. Cogita-se
das mais variadas teses – umas mais, outras menos adequadas – quando a solução
da questão, no mais das vezes, não é de difícil complexidade.

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É importante deixar marcado algumas questões. A primeira


delas, que se cerra fileira com a doutrina e a jurisprudência dominantes – e isto é
assunto repisado – no sentido de que a responsabilidade estatal pelos atos
omissivos é subjetiva, e que tais atos não estão albergados no art. 37, §6º, da
Constituição Federal.

CASO VOSSA EXCELÊNCIA ENTENDA DE FORMA DIVERSA, EM RESPEITO AO


PRINCÍPIO DA EVENTUALIDADE, PASSA-SE A DISCUTIR A DEFESA DE MÉRITO.

DO MÉRITO
DO NÃO CABIMENTO DE PENSÃO ALIMENTÍCIA

A fixação da pensão alimentícia deve obedecer ao binômio


necessidade de quem reclama alimentos e possibilidade econômico-financeira
daquele que os pode suprir.

No caso em tela ambos requisitos se mostram prejudicados


visto que por se tratar de Microempreendedor individual, o proprietário do
veículo não possui renda fixa e depois do acidente também sofreu com as
perdas e prejuízos ocasionados pelo sinistro. Perdeu praticamente seu veículo
ficou sem trabalhar teve prejuízos talvez bem maiores que o AUTOR.

Além do mais, o demandante provavelmente fez jus ao auxílio


acidente, benefício previdenciário destinado a suprir as necessidades temporárias
do segurado em caso de acidentes como esse.

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Sendo assim, não estão preenchidos os requisitos da


necessidade por parte do autor e possibilidade por parte do réu de arcar com tais
despesas.

DO ENRIQUECIMENTO ILÍCITO E DA LITIGANCIA DE MÁ FÉ

Quando o AUTOR OMITE FATOS, sua conduta se torna via de


consequências mais repreensíveis, portanto, FERE CABALMENTE O PRINCÍPIO
DA LEALDADE PROCESSUAL.

Em assim sendo, interessante observação do que literalmente estabelece o


artigo 80, incisos I, II e III, cujo teor os Requeridos solicitam vênia para transcrever:
(artigo 80 do Código de Processo Civil – CPC).

“Art. 80. Reputa-se litigante de má-fé aquele que:


I – deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de Lei ou fato
incontroverso;
II – alterar a verdade dos fatos;
III – usar do processo para conseguir objetivo ilegal;
(…)”

No tocante ao objetivo ilegal, afigura-se no caso em apreço, UM


INTUITO DE OBTENÇÃO DE ENRIQUECIMENTO ILÍCITO , nada existindo em apoio à
pretensão do AUTOR.

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Ora, o enriquecimento sem causa legítima


agride (genericamente falando) todo o edifício axiológico-valorativo sobre o
qual se assenta a ordem jurídica como um conjunto.

Não pode o direito acolher ou dar guarida ao locupletamento


“sine causa”, sob pena de os pilares que alicerçam o mundo jurídico ruírem
sistematicamente. Com a devida licença, se, em última análise, a própria Cultura é,
no entender de RUDOLF STAMMLER – renomado jusfilósofo, “uma aspiração para
aquilo que é justo”, não pode o direito (o qual possui também a metodologia relativa às
chamadas “ciências culturais”) agasalhar em seu seio aquilo que tende para o injusto,
exemplificativamente o enriquecimento sem causa lídima que o justifique.

Com respeito ao enriquecimento “sine causa”, digna de nota é


passagem elucidativa de PEDRO PAES, que em renomada obra, assim exprime:

“(…) Com este esclarecimento, caracterizemos o enriquecimento sem causa legítima,


quanto aos elementos constitutivos. Na decomposição do fenômeno, encontramos,
como anteriormente fixamos:
1º) Enriquecimento de uma das partes.
2º) Empobrecimento da outra.
3º) Alteração patrimonial válida.
4º) Nexo de causalidade entre o enriquecimento e o empobrecimento.
5º) Ausência ou inoperância de causa jurídica. (…)”
(autor citado, “ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA” – Editora Resenha Universitária, São Paulo,
1977, página 98).

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Com o devido respeito, não parece que o propósito do Autor com a


presente Ação seja outro que não o de se enriquecer indevida e injustificadamente
às custas dos Requeridos, utilizando-se do pretexto do dito sinistro.
De todo modo, os Requeridos pedem vênia para tecer a consideração
de que o procedimento do AUTOR estaria a demandar sérias penalidades,
devendo ser acoimado com rigor.

DO NÃO CABIMENTO DE LUCROS CESSANTES

A REPARAÇÃO DE LUCROS cessantes se refere aos danos


materiais efetivos sofridos por alguém, em função de culpa, omissão, negligência,
dolo, imperícia de outrem.

Para caracterização do pleito, HÁ NECESSIDADE DE EFETIVA


COMPROVAÇÃO DOS LUCROS CESSANTES – NÃO BASTA ARGUMENTAR QUE
EXISTIRAM, DEVE-SE PROVÁ-LOS.

O Código Civil assim dispõe sobre a reparação de danos:

Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos


devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que
razoavelmente deixou de lucrar.

Art. 403. Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e danos
só incluem os prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito dela direto e
imediato, sem prejuízo do disposto na lei processual.

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Os lucros cessantes, para serem calculados, exigem um


fundamento seguro (histórico), de modo a não abranger ganhos imaginários ou
fantásticos. Cabe a um perito fazer análises objetivas, fundadas em fatos
passados e correntes.

Observe que o art. 402 do Código Civil especifica que a reparação


compreende “o que razoavelmente deixou de lucrar”, e não o que “lucraria com
especulação” ou “alavancagem”.

A lei protege o direito, mas não ao ponto de exacerbar o seu valor objetivo.

Acidente de trânsito. Majoração da condenação. Ausência de prova dos lucros


cessantes. Comprovantes dos quais não consta qualquer vínculo com o autor. Lucros
cessantes que exigem comprovação. Sentença mantida. Recurso improvido.

(TJ-SP – RI: XXXXX20218260576 SP XXXXX-33.2021.8.26.0576, Relator: André da Fonseca


Tavares, Data de Julgamento: 23/06/2022, 4ª Turma Cível, Data de Publicação: 23/06/2022)

DA DEDUÇÃO DA INDENIZAÇÃO DO SEGURO DPVAT

Conforme prega a súmula n 246 do STJ, o valor do seguro DPVAT


deverá ser abatido da indenização a ser fixada pelo doutor juíz, vejamos:

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CEP: 55820-000 – CNPJ: 40.893.778/0001-91
Tel.: (81) 3621-8156 Ramal: 204 – ao lado Cartório
www.lagoadocarro.pe.gov.br
ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA
Assistente Judiciária: Dra. Mariselma Aleixo de Moraes
Assistente Judiciária: Advogada OAB/26.376 Dra.
Mariselma Aleixo de Moraes
Advogada OAB/26.376
E-mail: mariselmaadvogada@bol.com.br e
assistenciajudiciarialagoa@gmail.com

SÚMULA N. 246.
O valor do seguro obrigatório deve ser deduzido da indenização judicialmente
fixada.

V - DOS PEDIDOS

Diante o exposto, requer:

➢ Que a presente CONTESTAÇÃO SEJA RECEBIDA;

➢ A CONCESSÃO DAS GRATUITA DA JUSTIÇA AOS RÉUS DADA A


HIPOSSUFICIÊNCIA ECONÔMICA; e estarem sendo assistidos por
Órgão Publico de Assistência Judiciária;

➢ Que a Preliminar de ILEGITIMIDADE PASSIVE DOS RÉUS ARGUIDA


SEJA ACOLHIDA, afim de que seja, reconhecida a excludente
de responsabilidade , caso queira o AUTOR, seja PROPOSTA
AÇÃO EM FACE DO DER, RESPONSÁVEL PELA
REPARAÇÃO DOS DANOS CAUSADOS EM ACIDENTES
OCASIONADOS POR ANIMAIS NAS VIAS ;

➢ Que o pedido de ALIMENTOS SEJA JULGADO IMPROCEDENTE,


afim de que os réus não sejam condenados a prestação da
obrigação por não estarem presentes os requisites
estabelecidos.

➢ Que SEJA RECONHECIDA A LITIGANCIA DE MÁ FÉ afim de se evitar


o enriquecimento ilícito do autor;

Rua Antônio Francisco da Silva, 353 – Centro – Lagoa do Carro – PE


CEP: 55820-000 – CNPJ: 40.893.778/0001-91
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Assistente Judiciária: Dra. Mariselma Aleixo de Moraes
Assistente Judiciária: Advogada OAB/26.376 Dra.
Mariselma Aleixo de Moraes
Advogada OAB/26.376
E-mail: mariselmaadvogada@bol.com.br e
assistenciajudiciarialagoa@gmail.com

➢ Que o pedido de LUCROS CESSANTES SEJA JULGADO


TOTALMENTE IMPROCEDENTE, deixando assim de condenar o
autor ao pagamento de tal verba.

➢ Caso não seja a preliminar acolhida, QUE ESTE DOUTO JUÍZO


ARBITRE UM VALOR JUSTO, ANTE A REALIDADE DOS RÉUS A
TÍTULO DE IDENIZAÇÃO;

➢ Seja o AUTOR condenado ao pagamento de custas e


honorários advocatícios.

Respeitosamente pugna por Procedência.

Lagoa do Carro/PE 31.01.2023

Dra. Mariselma Aleixo de Moraes


Assistente judiciaria

Dra. Janaina de Cácia Dos Santos Lima


Advogada OAB/PE 59. 632

Rua Antônio Francisco da Silva, 353 – Centro – Lagoa do Carro – PE


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