Você está na página 1de 6

Universidade do Estado da Bahia - (UNEB)

Departamento de Ciências Exatas e da Terra – Campus II


Componente Curricular: Fundamentos de Química
Docente: Dora Almeida
Curso: Licenciatura em Ciências Biológicas
Discente: Marianne de Souza Ferreira
Atividade de Substituição à Aula Prática 02 – 2023.1

Reação de neutralização / Titulação ácido-base

1.Reação de neutralização

1.1 Principais conceitos:

Os ácidos e bases são importantes em inúmeros processos químicos que ocorrem


ao nosso redor, desde processos industriais até processos biológicos, desde reações no
laboratório até aquelas em nosso ambiente. O tempo necessário para um objeto metálico
imerso em água se corroer, a habilidade do ambiente aquático dar suporte à vida de
peixes e plantas, o destino de poluentes removidos do ar pela chuva e até mesmo as
velocidades de reações que mantêm nossa vida, todos dependem de maneira crítica da
acidez e basicidade das soluções. Uma grande parte da química pode ser entendida em
termos de reações ácido-base (BROWN et al., 2009). Mas o que faz uma substância
comportar-se como um ácido ou como uma base?

As reações das substâncias chamadas de “ácidos” e “bases” são uma excelente


ilustração dessa abordagem. O comportamento dessas reações foi inicialmente
identificado nos estudos de soluções de ácidos e bases em água que levaram às
definições de Arrhenius de ácidos e bases. Entretanto, como reações semelhantes
ocorrem em soluções não aquosas e mesmo na ausência de um solvente, os químicos
perceberam que as definições originais deveriam ser substituídas por definições mais
gerais.

1.1.1 Os ácidos e bases de Bronsted-Lowry

Em 1923, o químico dinamarquês Johannes Bronsted propôs que: um ácido é um


doador de prótons e uma base é um aceitador de prótons. O termo próton nessas
definições refere-se ao íon hidrogênio, H•. Um ácido é uma espécie que contém um
átomo de hidrogênio ácido, isto é, um átomo de hidrogênio que pode ser transferido na
forma do núcleo, o próton, a outra espécie, que age como base. As mesmas definições
foram propostas independentemente pelo químico inglês Thomas Lowry, e a teoria
nelas baseada são chamados de teoria de Bronsted-Lowry de ácidos e bases. Um doador
de prótons é conhecido como ácido de Bronsted e um aceitador de prótons, como base
de Bronsted (ATKINS; JONES; LAVERMAN, 2018).

1.1.2 Os ácidos e bases de Lewis

A teoria de Bronsted-Lowry tem o foco na transferência de prótons de uma


espécie para outra. Entretanto, os conceitos de ácido e base são mais amplos do que a
simples transferência de prótons. Muitas outras substâncias podem ser classificadas
como ácidos ou bases pela definição desenvolvida por G. N. Lewis: Um ácido de Lewis
é um aceitador de par de elétrons e uma base de Lewis é um doador de par de elétrons.
Quando uma base de Lewis doa um par de elétrons a um ácido de Lewis, as duas
espécies partilham um par de elétrons a partir de uma ligação covalente coordenada. Um
próton (H•) é um aceitador de par de elétrons. Portanto, ele é um ácido de Lewis, porque
ele pode unir-se a (“aceitar”) um par de elétrons isolados de uma base de Lewis. Em
outras palavras, um ácido de Bronsted é o fornecedor de um ácido de Lewis particular, o
próton (ATKINS; JONES; LAVERMAN, 2018).

1.2 Neutralização

Dito isso, após explanar as principais teorias podemos definir o que é a reação de
neutralização: As reações de neutralização ocorrem quando um ácido e uma base
reagem, formando sal e água. Quando misturamos um ácido e uma base, uma substância
irá neutralizar as propriedades da outra, pois elas reagem quimicamente entre si e, por
isso, essa reação é denominada de reação de neutralização. Quando uma solução de um
ácido e a de uma base são misturadas, ocorre uma reação de neutralização (BROWN et
al., 2009). Os produtos da reação não têm características de soluções ácidas nem de
soluções básicas. Por exemplo, quando o ácido clorídrico é misturado a uma solução de
hidróxido de sódio, a seguinte reação ocorre:

HCl + NaOH → NaCl + H2O (1)

A água e o sal de cozinha, NaCl, são os produtos da reação. Por analogia a essa
reação, o termo sal significa qualquer composto iônico cujo cátion vem de uma base
(por exemplo, Na+ de NaOH) e cujo ânion vem de um ácido (por exemplo, CI- de HCl).
Em geral, uma reação de neutralização entre um ácido e um hidróxido metálico produz
água e sal.

2. Titulação ácido-base

A titulação é uma técnica analítica que envolve a adição de uma solução,


chamada de titulante, colocada em uma bureta, a uma solução que contém a amostra,
chamada de analito. Por exemplo, se um químico ambiental estivesse estudando o
escoamento de resíduos de uma mina e precisasse conhecer a concentração de ácido na
água, uma amostra do efluente da mina seria o analito e uma solução básica de
concentração conhecida seria o titulante. No ponto estequiométrico de uma titulação
ácido-base, a quantidade de OH- (ou H3O-) adicionada como titulante é igual à
quantidade de H3O+ (ou OH-) inicialmente presente no analito.

2.1 As titulações ácido forte-base forte

Quando um ácido forte é adicionado a uma base forte, ocorre uma reação de
neutralização para a qual a equação iônica simplificada é

H3O+ (aq) + OH- (aq) — > 2 H2O (2)

Contudo, para garantir a estequiometria correta no trabalho com titulações, é


melhor usar à equação química completa. Por exemplo, se o ácido clorídrico for usado
para neutralizar Ca(OH)2 temos de levar em conta que a fórmula unitária do Ca(OH),
corresponde a dois ions OH-:

2HCl (aq) + Ca(OH)2 (aq) —> CaCl2(aq) + 2 H2O (3)

Uma curva de pH é um gráfico do pH da solução do analito em função do


volume do titulante adicionado durante a titulação. À forma da curva de pH na figura 1
é típica de titulações em que um ácido forte é adicionado a uma base forte. Inicialmente,
o pH cai lentamente. Então, próximo ao ponto estequiométrico ocorre um decréscimo
repentino do pH, passando pelo valor 7.
Figura 1: Variação do pH durante a titulação de uma base forte, 25mL de uma solução
de 0,250 mol de NaOH, com um ácido forte, em concentração de 0,340 mol de HCl
Fonte: Atkins, Jones e Laverman (2018).
Neste ponto, um indicador muda de cor ou um titulador automático responde
eletronicamente à rápida mudança de pH. As titulações em geral terminam neste ponto.
Entretanto, se a titulação prosseguir, o pH cai lentamente na direção do valor do pH do
ácido, à medida que a diluição decorrente da solução original do analito se torna cada
vez menos importante. O procedimento ofoi padronizado pelo quimicos ao longos dos
anos Atkins, Jones e Laverman (2018) o descreve na figura 2 ao qual os autores
denominam de na Caixa de Ferramentas, para encontrar os valores de pH em qualquer
estágio. A obra de Atkins, Jones e Laverman (2018) ainda possuem o passo a passo em
laboratório e como deve proceder aos cálculos.

Figura 2: Caixa de ferramentas


Fonte: Atkins, Jones e Laverman (2018)
Ainda há varias varições de titulação onde o analito é um ácido forte e o titulante
é uma base forte; ou titulações ácido forte-base fraca e ácido fraco-base forte, todas
seguirão principios parecidos. Todavia, suas curvas serão diferentes, e elas nada mais
são do que a imagem do tipo de titulação, ou seja conseguimos destingir quem é o
analito e quem é o titulante pelo formato da curva.

2.2 Indicadores de ácido-base

Os indicadores apresentam uma determinada cor na forma ácida e outra cor na


forma de base conjugada. A mudança de cor, resultante da conversão entre a forma
ácida e a forma básica, ocorre devido à alteração da estrutura molecular do indicador,
que é provocada pela entrada ou saída do proton (H+). Consequentemente, a
modificação da estrutura do indicador leva a que seja absorvida luz com diferente
comprimento de onda, o que origina cores distintas para cada uma das formas. Atkins,
Jones e Laverman (2018) sumarizaram os principais indacores usados presentes na
figura 3.

Figura 3: Indicadores e suas respectivas cores

Fonte: Atkins, Jones e Laverman (2018)


Referências:

ATKINS, P.; JONES, L.; LAVERMAN, L. Princípios de Química - 7.ed.:


Questionando a Vida Moderna e o Meio Ambiente. [s.l.] : Bookman, 2018.

BROWN, Theodore L. et al. Química a ciência central. , 2009.

Você também pode gostar