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AO JUÍZO DA 7ª VARA CÍVEL - JUIZADO


ESPECIAL CÍVEL - DA COMARCA DE SINOP - MT

THIAGO AKIO WATANABE, brasileiro, solteiro,


corretor, portador do RG nº 2777921-1 SSPMT, CPF nº 703.569.021-29 e
CRECI F/9835, residente na Rua Agapantos, nº 200, Jardim primaveras, CEP:
78555-000, telefone: (66) 9.9931-6020, vem, respeitosamente, à presença de
Vossa Excelência, por seu procurador JOSÉ EVERALDO DE SOUZA
MACEDO, OABMT 5347B (procuração anexa), com endereço no rodapé, onde
recebe as intimações/notificações de praxe, com fundamento no art. 722 e
seguintes do Código Civil, propor a presente.

AÇÃO DE COBRANÇA DE COMISSÃO DE


CORRETAGEM

em face de ÉGIDE MÔNICA VIEIRA, brasileira,


casada, professora, inscrito no CPF sob o nº 627.041.091-68, carteira de
identidade RG: 711102 SSP-MT, residente e domiciliado na Rua dos
Monjoleiros, nº 760, Jardim das Palmeira, Sinop-MT, pelos fatos e fundamentos
a seguir transcritos:

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Avenida André Maggi 6560, Jardim das Oliveiras, CEP 78.552-313, Sinop/MT.
(66) 9.9906-1063; eve.adv2@gmail.com
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PRELIMINARMENTE

O Requerente roga a Vossa Excelência que lhes


sejam concedidos os benefícios da Assistência Judiciária Gratuita, conforme
dispõe o artigo 4º da Lei 1.060/50 e artigos 98 e 99 c/c 374, IV do Código de
Processo Civil, tendo em vista não dispor de condições financeiras para
suportar custas e despesas processuais sem prejuízo próprio, conforme
declaração de hipossuficiência econômica anexada.

I – DO NEGÓCIO JURÍDICO

Que a requerida Égide Mônica Vieira era proprietária


de um imóvel situado na Rua dos Monjoleiros, nº 760, Jardim das Palmeiras,
Sinop-MT que estava à venda, marcado por uma placa de ‘vende-se’.

No dia 18/05/2023 o requerente entrou em contato


com a proprietária do imóvel, ora requerida, pois, no dia anterior, 17/05/2023,
havia falado com Claudiomar, que é marido da requerida, avisando que tinha
um cliente interessado na propriedade da requerida.

Assim, no dia 22/05/2023, o requerente levou seu


cliente/comprador até a casa da Sra. Égide Mônica e mostrou o imóvel, sendo
que a própria requerida foi quem apresentou o imóvel ao comprador. Logo em
seguida, o requerente e seu cliente informaram que iriam formalizar uma
proposta e passar para que a requerida fizesse análise.

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Avenida André Maggi 6560, Jardim das Oliveiras, CEP 78.552-313, Sinop/MT.
(66) 9.9906-1063; eve.adv2@gmail.com
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Outrossim, no dia 31/05/2023 a proposta foi
formalizada e enviada para a requerida.

Após o aceite da proposta do negócio, o


requerente levou a proposta para a Requerida Égide Mônica, enviando-lhe a
documentação necessária pra que fosse elaborado o contrato
de compra e venda.

Segue anexo documentos que comprovam que a


requerida assinou e concordou com os termos da proposta.

A proposta que a requerida havia aceitado era no


valor total de R$ 600.000,00 (seiscentos mil reais), e com o compromisso de
pagar 5% sobre esse valor de comissão ao corretor, ora requerente.

No dia 05/06/23 a requerida entrou em contato


com o autor informando que queria desistir do negócio pois estava
insatisfeita com a proposta que a mesma havia concordado e assinado, e
que já estava fechando negócio com outra pessoa.

II – DO DIREITO

Infelizmente é muito comum que após a


aproximação das partes, o corretor de imóveis seja jogado para escanteio, que
seja dispensado para que não seja paga a comissão de corretagem. O papel
do corretor de imóveis é aproximar as partes para que o negócio possa
acontecer. Portanto, se o corretor apresentou o imóvel para quem comprou, ele
tem direito a receber a comissão.

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Avenida André Maggi 6560, Jardim das Oliveiras, CEP 78.552-313, Sinop/MT.
(66) 9.9906-1063; eve.adv2@gmail.com
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O direito de receber a comissão não depende da
cláusula de exclusividade, mas somente que tenha aproximado as partes e que
tal aproximação tenha contribuído para a celebração do negócio.

Inclusive, caso tenha sido colocado outro corretor de


imóveis para finalizar o negócio, a comissão de corretagem será dividida entre
os corretores.

Sobre o assunto, vejamos algumas decisões:

Intermediação de negócio. Cobrança de comissão.


Autor que comprovou ter apresentado o imóvel aos compradores.
Caracterizado o resultado útil do trabalho feito efetivamente pelo autor. Negócio
concluído com a intermediação de dois corretores. Autor que faz jus à metade
da comissão pela corretagem. Incidência da regra do artigo 728 do Código
Civil.

(TJ-SP, Apelação nº 1005222-32.2015.8.26.0704,


32a Câmara de Direito Privado, Rel. RUY
COPPOLA, j. em 09/06/16).

AÇÃO DE COBRANÇA. COMISSÃO DE


CORRETAGEM. COMPRA E VENDA DE IMÓVEL.
Autor que requer a cobrança de verbas a título de
comissão de corretagem, em razão da prestação de
serviços de intermediação na aquisição de imóvel.
[....] Incontroversa a atuação do requerente na
aproximação entre vendedores e compradores.
Adquirentes que tomaram ciência do lote adquirido
por meio da atuação do autor. Avença concluída
posteriormente com corretor diverso, nas mesmas
condições negociadas pelo requerente. Efetiva
intermediação do autor demonstrada. Incidência do
art. 725 do Código Civil. Comissão de corretagem
devida. Percentual não impugnado especificamente
pelos réus. Sentença mantida neste quesito. Termo
inicial para incidência da correção monetária.
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Comissão que deve ser corrigida a partir da efetiva
celebração da avença, quando as verbas seriam
devidas ao autor. Sentença reformada neste quesito.
Recurso parcialmente provido. (TJ-SP, Apelação nº
11002552-62.2020.8.26.0666, 32a Câmara de
Direito Privado, Rel. Mary Grün, j. em 28/08/22).

É cediço que a comissão de corretagem consiste na


remuneração de trabalho do corretor, que teve pleno sucesso ao aproximar as
partes para a contratação, visando à conclusão de uma negociação.

Desse modo, independente do insucesso na


celebração do negócio, ou se a culpa foi do promitente comprador, ou do
promitente vendedor, a remuneração é devida àquele profissional, uma
vez que tenha conseguido o resultado no contrato de mediação.

Para além disso, mesmo que não se efetive o trato


contratual, em virtude de arrependimento das partes, ou porque o
financiamento para a aquisição não pôde ser contratado, é devido o pagamento
da comissão de corretagem.

Nesse sentido, urge trazer à colação o que reza o


Código Civil:

Art. 725. A remuneração é devida ao corretor


uma vez que tenha conseguido o resultado
previsto no contrato de mediação, ou ainda que
este não se efetive em virtude de arrependimento
das partes.

Assim, não obsta dúvidas de que a comissão de


corretagem é devida ao corretor de imóveis, ora autor, que intermediou a
relação entre comprador e vendedora.

Acerca do contrato de corretagem, leciona Paulo


Nader que:

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(66) 9.9906-1063; eve.adv2@gmail.com
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“Forma-se o contrato de corretagem ou mediação
quando uma pessoa, denominada corretor ou
mediador, obriga-se perante o seu cliente a se
empenhar em aproximá-lo de terceiro, indicado ou
não, visando à realização de negócios, mediante
retribuição condicionada à eficácia de seu trabalho
(...).”

Como o contrato é aleatório, o corretor somente fará


jus à remuneração se alcançar resultado positivo em seu trabalho. Este se
caracteriza quando consegue promover o negócio previsto, colocando o cliente
em contato com terceiro interessado, seguindo-se a efetivação do ato negocial
(NADER, 2016, Curso de Direito Civil, Vol. 3).

Por sua vez, a jurisprudência do Egrégio Tribunal


de Justiça de Minas Gerais aduz que

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. COBRANÇA.


CORRETAGEM. PROVA. INTERMEDIAÇÃO.
COMPROVAÇÃO. DIREITO. RESCISÃO
CONTRATO. BOA FÉ. COMISSÃO DEVIDA.
PROPORCIONAL.
- Os contratantes são obrigados a guardar, assim na
conclusão do contrato, como em sua execução, os
princípios de probidade e boa-fé. Nos termos do
Código Civil é devida corretagem quando há provas
que a concretização do negócio se deu por
intermediação, ainda que posteriormente tenha
havido a rescisão do contrato de parceria.
Comprovando o autor que a concretização do
negócio se deu por sua intermediação, não ter
sido a rescisão da parceria justificada, ou seja,
por justa causa e posteriormente ter a parte
concluído o negócio, faz jus a percentual de
comissão contratada, ainda que de forma
proporcional, mormente quando as relações são
incontroversas e há provas que a parte ré também
tenha interferido para o êxito do negócio de forma
direta. (TJMG - Apelação Cível 1.0000.20.469213-
1/001, Relator (a): Des.(a) Amauri Pinto Ferreira, 17ª

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CÂMARA CÍVEL, julgamento em 20/08/2020,
publicação da sumula em 25/08/2020).

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO


REGRESSIVA DE COBRANÇA -COMISSÃO DE
CORRETAGEM - RESSARCIMENTO PELA
CONSTRUTORA - POSSIBILIDADE.

I- A luz dos artigos 722 e 725 do Código Civil, o


serviço de corretagem consiste na intermediação
para concretização de negociação entre duas partes,
sendo devida comissão ao corretor quando,
efetuada a aproximação entre comprador e
vendedor, o resultado for alcançado. II- Se foi a
construtora quem contratou os serviços para
intermediar a venda de seus imóveis, cabe a esta o
pagamento decorrente do trabalho de corretagem.
Assim, é devida a restituição do valor desembolsado
pela imobiliária contratada, para ressarcir ao
consumidor o montante pago a título de comissão de
corretagem. (TJMG – Apelação Cível
1.0000.20.050186-4/001, Relator (a): Des.(a) João
Cancio, 18ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em
14/07/2020, publicação da sumula em 15/07/2020)

Nesse contexto, a obrigação de pagar a comissão


de corretagem é evidente e não restam dúvidas quanto à obrigatoriedade do
pagamento pela ora requerida Égide Mônica Vieira, que insistentemente
cobrada, recusa-se ao pagamento da corretagem realizada.

III – DOS PEDIDOS

Diante do exposto, REQUER o autor a TOTAL


PROCEDÊNCIA dos pedidos iniciais, nos moldes seguintes:

a – A concessão das benesses da Assistência


Judiciária Gratuita, nos termos do art. 5º, LXXIV, da

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Constituição Federal, e art. 98 do Código de
Processo Civil, por não ter condições financeiras de
arcar com as despesas processuais sem prejuízo de
sua própria subsistência ou de sua família;

b– A procedência da ação, condenando o requerido


ao pagamento do montante de R$ 30.000,00 (trinta
mil reais), correspondente à comissão de
corretagem ajustada pelas partes e devida ao
requerente pelos termos e fundamentos expostos
anteriormente;

c – Que o valor devido pelo requerido seja acrescido


de juros de mora, contados da citação, e correção
monetária, a partir do ajuizamento da ação, de
acordo com art. 292, I do NCPC;

d – A citação da requerida Égide Mônica Vieira para


que apresente resposta no prazo legal, sob pena de
revelia;

e – A condenação do requerido para arcar com as


custas processuais e os honorários advocatícios
sucumbenciais;

f – Provar o alegado por todos os meios de provas e


direitos admitidos, incluindo depoimento pessoal,
testemunhal e produção de prova documental.

g - Atribui-se à causa o valor de R$ 30.000,00 (trinta


mil reais)

Nestes termos,

Pede deferimento.

Sinop/MT, 28 de junho de 2023.


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José Everaldo de Souza Macedo


OAB/MT 5347-B

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