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UNIVERSO MEPHIROT

LIVROS-JOGOS

O SENHOR DOS DRAGÕES: PARTE I


ESCRITO POR PAMELLA AVELAR

BASEADO NO UNIVERSO DE MEPHIROT


DE PAMELLA AVELAR E FELIPE FELDRICK

CAPA DE FELIPE FELDRICK


REVISÃO DE LIA SAMANTHA R.BARBOSA
PRODUÇÃO: MISTIK DAWN OF SOUL

Todos os direitos desta edição estão reservados à Mistik Dawn of Soul,


editora detentora da marca Mephirot. Copyright © 2020-2023, Mistik Dawn of
Soul. É proibida a sua reprodução total ou parcial por quaisquer meios
existentes ou que venham a ser criados sem autorização prévia por escrito da
editora, estando sujeitos às responsabilidades e sanções legais.
SUMÁRIO
DESCOBRINDO OS LIVROS-JOGOS
REGRAS
FICHA DE PERSONAGEM
O SENHOR DOS DRAGÕES - Parte 1

UNIVERSO MEPHIROT
DESCOBRINDO OS LIVROS-JOGOS

Embarque em uma aventura imersiva, em que você é o mestre e decide os


caminhos que o protagonista irá seguir. Ao mesmo tempo que descobre mais sobre
o seu personagem, também será guiado por um novo universo cheio de
possibilidades.

Com uma mecânica simples e prática, a proposta dos livros-jogos do


Universo Mephirot é proporcionar todo mês uma experiência fora do convencional,
podendo assim, incentivar o hábito de leitura de forma dinâmica, divertida, rápida e
com um toque de terror.

Mais do que um livro, é um jogo que impacta no desenvolvimento dos


personagens, que com suas ações, caminham para finais diferentes, fazendo com
que cada leitura/jogatina seja distinta.

Com o auxílio do aplicativo gratuito Universo Mephirot: Livros-jogos,


disponível no Google Play Store, você pode gerenciar a vida de seu personagem,
seus recursos e fazer anotações sobre a jornada de onde estiver.

Acompanhe a história de vários personagens que surgirão nas edições do


Mestres do Medo e descubra formas diferentes de usar a sua imaginação.

Mas, antes de seguir essa jornada, conheça regras importantes para


aproveitar a experiência por completo.
REGRAS
Para deixar a aventura mais realista e dinâmica, foram criadas regras para
determinar ações e recursos do personagem. Os comandos aparecem sempre em
negrito e dentro de parênteses.

Exemplos:

(Vá para 036) (Ao clicar você é levado para bloco indicado)

(Desafio: 3)

(Perca 3 de vida)

A seguir, conheça o essencial sobre cada regra.

Cena

Sua aventura será composta de blocos numerados, que apresentam um


período de tempo ou um caminho alternativo. Através das cenas é possível viajar
pela história.

Ficha do personagem

A ferramenta mais importante para vivenciar o livro-jogo é a ficha do


personagem, pois contém a história do protagonista e dados sobre seus recursos
que serão gerenciados ao longo da narrativa.

Desafio

Durante as narrativas ou combates, os desafios serão apresentados com um


valor específico, para ser igualado ou superado, conforme o exemplo a seguir:

(Desafio): 3
Sucesso: (Vá para 021)
Falha: (Vá para 019)

Resolução:
Um dado de 6 lados (D6) deve ser rolado:
Sucesso: 3 ou mais.
Falha: 2 ou menos.
Após isso, se oriente pela tabela de desafio para seguir a aventura.

Combates

Em situações de combate, os oponentes apresentam “Desafio” e “Vida”.


Exemplo:

(Combate)
Bart - O cão
Desafio: 2
Vida: 5

Resolução:
Isso significa que para dar 1 de dano no inimigo, o jogador tem que tirar, no
mínimo, 2 na rolagem. Durante esse combate, o jogador tentou atacar a criatura
jogando um dado de 6 lados (D6) e tirou 3, consequentemente, o inimigo perde 1
ponto de vida, ficando com 4.

Em caso de falha, o protagonista perde o valor de “Vida” do inimigo, que


nesta situação é “4”. Você pode repetir o ataque várias vezes até derrotar o
oponente, ou morrer.

Dano extra

Quando o sucesso supera mais vezes o “Desafio”, o personagem causa “+1”


de dano para cada superação.

Exemplo:

Desafio: 2
Resultado no dado: 6
2+2+2=6
Total de dano: 3

Finalização

Os combates podem ser acompanhados de finalizações narrativas.

Modificadores

Armas, armaduras, poções e outros itens podem adicionar modificadores


(positivos ou negativos) durante o combate.

Exemplo:

O personagem combate o inimigo com uma espada.


Seu oponente tem desafio 2.
Você tirou no dado = 2
(ou seja, é um sucesso), garantindo 1 de dano ao oponente.
Porém, a espada usada pelo personagem tem modificador +1, sendo assim,
o dano total é 2.
Resumo:
Dano: 1
Espada = +1
Dano total: 2

Modo de descanso

Durante a aventura haverá momentos exclusivos de descanso, em que o


personagem poderá consumir alimentos de seu inventário para recuperar pontos de
vida.

Aliados

Os livros-jogos são repletos de personagens, e aqui você encontra provas de


confiança que podem garantir um “Aliado”, e isso pode mudar o rumo da história.
Sempre que conquistar um aliado, anote seu nome na ficha.
FICHA DO PERSONAGEM
NOME: GAIWAN RONAI

HISTÓRIA:
Gaiwan nasceu em Garoth, um pequeno país ao norte de Wildengold, conhecido
como terra dos ferreiros e marceneiros. De origem humilde, sua família sempre
trabalhou nas forjas, e seus pais esperavam que esse fosse o seu caminho, mas
não foi isso que Gaiwan escolheu.

Diferente de seus irmãos, dois mais velhos e duas mais novas, ele queria ser um
lutador. A violência não o instigava, mas se deleitava com as recompensas,
inclusive, a possibilidade de ajudar sua família e de viajar por toda Mephirot.
Quando não estava nas fornalhas, treinava, escondido, até seu corpo desabar de
exaustão.

Na adolescência, ele começou a se envolver em lutas clandestinas em Bloodflush.


Com o tempo, os olhos roxos começaram a entregá-lo, seus pais ficaram
decepcionados, já que para eles, ganhar a vida em ringues para o divertimento de
apostadores não era um trabalho digno, e isso levou Gaiwan a fugir.

No mesmo dia em que os abandonou, sua casa foi incendiada por ladrões, seus
pais e irmãos mais velhos não resistiram e suas irmãs foram levadas para um
destino desconhecido. Gaiwan logo soube, mas já era tarde demais.

Seis anos se passaram, estando solitário em um mundo desolador, Gaiwan se


entregou aos ringues, conheceu muitos lugares, lutou até perder a consciência e
quase a humanidade, colecionou inimigos e se decepcionou com os resultados
corruptos das lutas. Rendia-se ao álcool para afogar suas mágoas, mas não era o
suficiente para aplacar o desejo de vingar sua família e trazer suas irmãs de volta.
Deixou de ser um lutador e tornou-se um mercenário, conciliando o acesso à
informação com o dinheiro. Seja para onde for, Gaiwan carrega o martelo de seu
pai, que é mais do que uma arma, é um amuleto que o encoraja.

INFORMAÇÕES INICIAIS DA FICHA


(Adicione na ficha antes de começar a aventura)

PONTOS DE VIDA: 82 Pontos

ARMA 1: Martelo de ferreiro (+1 de dano em combates)

ITENS INICIAIS:
Poção de vida (+5 de vida): 1 unidade

Ração desidratada (+2 de vida): 2 unidades

Dinheiro: 25 Kelpos
INTRODUÇÃO AO UNIVERSO
MEPHIROT
Você está prestes a adentrar o universo de Mephirot. Regresse se não
estiver preparado ou embarque nessa jornada sinuosa com sua sorte em risco.
Eis que aqui continua o senhor(a)…
Vejo que a advertência não o(a) intimidou. Você tem coragem ou, ao menos,
curiosidade. Confesso que encontrei muitos homens e mulheres assim, lhes
apresentaria se eles ainda estivessem por aqui. Entretanto, foi feita uma escolha,
sem volta. Aconchegue-se, mas não se exceda, pois irei lhe contar uma breve
história.
Dizem que no começo dos tempos não havia nada, apenas a escuridão que
devorava o mundo feito um monstro insaciável. Da obscuridade sobreveio Khan,
regente da luz, o primeiro dos grandes deuses do panteão. Ou seria Sophi, a deusa
da lua, a primogênita das divindades que coexistia nas trevas infinitas? Segredos de
um tempo antes do tempo. Uma fenda de incertezas que desperta o imaginário
humano e origina crenças e lendas.
Conta-se que a união dos deuses anciões resultou na concepção de
divindades de segundo plano. Estas foram responsáveis pela composição de tudo o
que conhecemos, embora, antes mesmo do mundo ganhar forma, os anciões já
haviam entrado em discórdia.
Após o rompimento de seus criadores, as divindades descendentes, sem
compreender a extensão de seus poderes, os usaram sem controle, não
percebendo, a princípio, que seus atos geraram consequências, como a criação de
um universo habitado.
O embrião do mundo surgira, Mephirot, o berço de várias raças que foram
abandonadas à própria sorte, amaldiçoadas a viver em um mundo de caos e
constante medo. Palco de inúmeros conflitos, crenças e segredos insanos.
Senhor(a), eu lhe disse que seria breve e cumpri. Ainda que Mephirot vá
além das abreviações, você tem uma base de onde pisará. Ora, não espere que os
deuses lhe contem tudo, tem uma jornada de leitura para seguir. Agora me despeço.
Voltaremos a nos encontrar quando partires deste mundo, e na escuridão meu
nome descobrirá.
O SENHOR DOS DRAGÕES - PARTE I

Debruçado sobre um pergaminho envolto de pilhas de livros, um homem


negro de túnica preta mergulhava a pena no tinteiro, de modo contínuo e
impaciente. Havia muito o que registrar, seu trabalho estava disposto por todo salão,
dentro de tanques borbulhantes com seres amorfos, em painéis de madeira com
insetos empalhados e em recipientes com colorações cintilantes expostos
ordenadamente nas prateleiras e etiquetados por runas. Este era um local tão
excêntrico quanto o seu proprietário, que balbuciava coisas desconexas enquanto
registrava seus experimentos.
De repente, uma batida na porta, logo fez o seu rendimento despencar e seu
humor ficar ácido. Ele ignorou uma, duas, mas na terceira vez que insistiam em
roubar sua atenção, abandonou seus afazeres, subiu a escada da antiga masmorra
e indagou: — O que há de tão importante para me importunar?
— Perdoe-me, Lorde Prissor, mas aquele mercenário retornou e exige falar
com o rei — respondeu uma voz amedrontada de uma jovem criada.
Depois de um silêncio constrangedor, a porta do laboratório se ergueu e
Lorde Prissor, sem ao menos olhar para a serviçal, tomou o caminho do grande
salão, com sua capa esvoaçante, uma postura engessada e um ar de superioridade.
A mera presença de Prissor destoava dos corredores, ele era um mago
vivendo em um castelo mecânico, com diversas engenhocas além do tempo
pertencentes a um rei fissurado pela ciência. Seu soberano Gordon Fendel tinha
motivos para confiar e nomeá-lo como seu conselheiro, pois existia entre eles uma
amizade perdurável, embora, indecifrável.
Chegando ao destino, as engrenagens ergueram o portão do salão principal
e o conselheiro adentrou. Sua primeira impressão foi de repúdio, ao ver um rastro
de imundície que levava a um jovem coberto de lama, segurando na mão direita um
saco encardido.
— O que posso dizer? Foi um trabalho bem sujo, mas está feito —
defendeu-se Gaiwan, dando um leve sorriso.
— Mostre-me a criatura! — Prissor foi direto ao ponto.
— Exijo falar com o re…
—... rei — cortou Prissor imediatamente. — Obviamente deseja, já que ele
lhe contratou, mas em sua falta, sou eu quem dou as ordens por aqui. Então,
mostre-me o que trouxe e seguiremos nossos caminhos.
— Senhor…?
— Lorde Prissor.
— Certo... milorde, aqui está a cabeça da criatura que atacava as rotas
mercantis — prontamente, Gaiwan retira da sacola a cabeça decepada de um
homem.
— Um homem?! Não me faça de tolo! — o conselheiro se irritou.
— Bem...era um monstro antes de retornar a sua forma original — ao ouvir
essas palavras, o mago se aproximou do cadáver e afundou seus dedos nas
pálpebras dele. Ao erguê-las, viu uma íris amarelada com um círculo com quatro
pontas na pupila.
— Você o capturou sozinho?— quis saber o lorde.
— Sim, milorde.
Prissor analisou mais um pouco o cadáver e, por fim, declarou: — És um
jovem de sorte. Tenho outro serviço para lhe oferecer.

Cavalgando em seu alazão sob a luz do luar, Gaiwan cruza a fronteira com
destino à Terras Livres, a região mais inóspita de Mephirot, em que não há amparo
dos reinos ou de qualquer forma de lei ou de bom senso. Ele segue a viagem pela
estrada desgastada, atento a qualquer interrupção que possa lhe afetar. Por onde
passa, nota as marcas de depredação: focos de incêndio, casas em ruínas, corpos
abandonados, tabernas imundas e bordéis esdrúxulos.
— Vem cá, bonitão! Vamos te levar ao paraíso ou ao inferno, se preferir —
tentavam persuadir as meretrizes na sacada, abafando risadinhas e fazendo atos
obscenos para o viajante. Ao serem ignoradas, elas não pouparam os palavrões.
— Seu filho de uma cadela, você não passa de um broxa.
Gaiwan se esforçava para não se intrometer. Se conteve até mesmo quando
um grupo de arruaceiros passou por ele, submetendo outros às mais terríveis
humilhações para satisfazer seus desejos mais insanos. Obviamente, se sentiu
revoltado com tudo que testemunhou, mas sabia que a fronteira, apesar de tudo,
ainda era um dos lugares mais brandos do imenso território de Terras Livres, onde
uma escolha errada comprometeria sua sobrevivência.
Adiante, o mercenário avista a Ponte da Cruzada, uma bela estrutura
arquitetônica com arcos metálicos entrelaçados, presente do rei do norte ao antigo
reino que hoje pertence a Terras Livres, logo soube que estava próximo de seu
destino.

No meio da travessia, um som energético de espadas chamou a atenção do


mercenário, mas isso não o impediu de seguir. Ao se aproximar, se deparou com
seis homens contra um. O rapaz em desvantagem portava apenas um escudo de
aço nobre, e mesmo ferido, ele não recuava, até que foi surpreendido por um dos
agressores que saltou sobre sua barreira e ligeiramente o perfurou com uma adaga
nas costas. O escudeiro urrou e logo respondeu com uma investida de aço,
nocauteando o adversário.

Enquanto o homem jazia no chão, seus comparsas se aproximavam furiosos,


Gaiwan chegou mais perto e foi notado pelo rapaz com escudo. Sem saber de que
lado o desconhecido estava, com as últimas forças que lhe restavam, o escudeiro
retirou a adaga de suas costas e encarou todos, inclusive o mercenário, como se
aguardasse uma resposta.
1- Ajudar o escudeiro.
(Vá para 001)

2- Ignorar o escudeiro e continuar a sua jornada.


(Vá para 002)

001
Gaiwan salta do alazão, deixando o peso do martelo enrijecer em suas mãos.
Determinado, vai para cima do alvo mais próximo, e assume a briga, para que o
escudeiro possa repousar e conter o sangramento.

(Combate)
Assaltante novato

Desafio: 2
Vida: 2
Finalização: Gaiwan esmaga o crânio do oponente.

Trio da corrente de aço

Desafio: 4
Vida: 5
Finalização: Agilmente Gaiwan prende seu martelo nas correntes e os
arremessa no rio.

Assaltante parrudo

Desafio:4
Vida:3
Finalização: Gaiwan mira nas pernas do inimigo, dilacerando seus joelhos.

Recobrando o fôlego, o mercenário se apressa para verificar o estado do


escudeiro. O rapaz está pálido, sentado e apoiado em uma pilastra, tentando conter
o sangramento com farrapos de suas vestes.
— Isso não vai bastar. Temos que procurar ajuda, venha! — Gaiwan
estende a mão para o ferido.
— A quem devo agradecer?— diz o escudeiro ao aceitar ajuda.
— Gaiwan.
— Pois bem, Gaiwan, me chamo Sir…, digo Harold, saiba que tens minha
lealdade, nunca vou me esquecer disso.
— Então, meu amigo, é melhor nos apressar para eu ter como cobrar a
dívida depois — diz Gaiwan, sorrindo para o companheiro.

(+ Gaiwan ganhou a lealdade de Sir. Harold)

(Vá para 003)

002
Gaiwan vira as costas para o escudeiro, o guerreiro nunca se esquecerá
desse ato de abandono e se esforça para continuar lutando. Ao longe, o mercenário
escuta os gritos de agonia da vítima, e logo o sentimento de culpa invade seu
âmago. Ele segue em frente o mais rápido que consegue, para que o passado se
torne distante.
Horas depois, Gaiwan chega ao seu destino, um porto clandestino, no qual
há uma única embarcação ancorada. Ao se aproximar do píer, o mercenário é
ultrapassado por uma charrete apressada, com a qual o condutor não perde tempo
com sua presença. Há algo que vale mais o seu esforço, e isso Gaiwan percebe no
momento em que um homem com cartola na cabeça desce da charrete e ajuda um
rapaz muito ferido, mas com o sangramento estancado, a se erguer, o destino de
Gaiwan e do escudeiro se cruza outra vez.
— Homem ferido! — berra o condutor da charrete.
De repente, outros homens saem do navio, o charreteiro diz algo para eles, e
levam o escudeiro para dentro da embarcação. Gaiwan percebe que o escudo do
rapaz fica com o charreteiro. Enquanto isso, um senhor, com cerca de 50 anos,
observa Gaiwan do convés.

(Vá para 004)

003
Minutos depois de cruzarem a ponte, Gaiwan e Sir. Harold encontram uma
taberna. O local está imundo, fede a urina e, embora esteja silencioso, há vários
homens e mulheres com olhares apáticos entornando bebidas e tomando sopa,
ignorando a presença uns dos outros. Até mesmo o taberneiro não parecia ser a
favor de conversa, estava concentrado no preparo da refeição em meio a uma pilha
de louças sujas. A água era escassa, uma tigela limpa era uma raridade em Terras
Livres.
— Precisamos de ajuda! — exclama Gaiwan, assim que entra na taberna
com o companheiro apoiado em seu ombro.
— Ele está perdendo muito sangue. Uma costura, um ferro quente, o que
tiver. Alguém pode nos ajudar? Alguém…!?
Vendo que ninguém se posicionou, ele enraivece e escolhe um alvo para
intimidar com o seu martelo.
— Eu não vou pedir de novo, agora trata de levantar essa bunda gorda e
traga algo para fechar a ferida. Anda, desgraçado!
O escolhido cospe no chão e desafia o mercenário. — Você não manda em
mim. Se quer afundar minha cabeça, vá em frente, não ligo. Quero mais é que se
foda!
— Deixa pra lá — diz Harold, de imediato, ao parceiro.
Logo um som de cavalos corta a madrugada, um ancião com uma cartola na
cabeça abandona sua charrete e entra na taberna. Ele vê uma poça de sangue no
chão, olha para os dois rapazes e diz: — Venham comigo!
Gaiwan e Harold se entreolham, e em seguida, seguem o sujeito.
— Eu vi o que fizeram na ponte, estava logo atrás de vocês. Agradeço por
limparem o caminho. Tenho como os ajudar, já fui médico, mas deixo claro que vai
ter um custo, já que empatia não enche barriga e já recusei da obrigação do meu
ofício. Então, por 5 kelpos salvo a vida do seu amigo.

1- Aceitar a oferta
(Vá para 005)

2- Não aceitar
(Vá para 006)

004
— Esperava por dois, e eis que recebo um e meio — diz o ancião
cinicamente, reparando no ferimento do escudeiro.
— Mas fazer o quê? No fim estamos no mesmo barco, quebrados por dentro
ou por fora, e prontos para nos afogar. Acho que dá azar falar disso antes de
embarcar, né? Ah… não importa, melhor não criar muita expectativa. Agora entrem!
A aventura está prestes a começar! — o ancião dá uma gargalhada amistosa e
retorna para o navio, em seguida, os últimos passageiros sobem a bordo.

(Vá para 007)

005
Gaiwan joga um saco de moedas ao ancião.

(Perca 5 kelpos)

Ele testa a autenticidade do dinheiro entre os dentes e logo depois pede


para os acompanhar até a traseira da charrete. Ali o ex-médico improvisa uma
sutura, enquanto Gaiwan fica do lado de fora ouvindo os gemidos de Harold ao ser
costurado.
Tudo acaba bem, embora Harold ainda esteja muito fraco, não corre risco
iminente. O charreteiro se despede com um aviso:
— Vou lhes dar um conselho, aproveitem que não vou cobrar. Cuidado em
quem confia, outros poderiam ter colocado uma substância no corpo dele para
matá-lo em poucas horas ou amputar um membro, acidentalmente. Fariam isso só
por puro divertimento, mas não foi o meu caso. Só fiquem alerta! Contem comigo, e
eu com os kelpos de vocês. Até mais, amigos!
— Até! — acenou Harold para o charreteiro que se afastava. — Que bom
que avisou que o conselho era grátis, fiquei até preocupado — zombou ele em
seguida.
Gaiwan dá um sorriso debochado. — Para onde vai? — questiona o novo
amigo.
E nessa hora, eles descobrem que vão para o mesmo lugar, para um porto
clandestino, onde serão revelados os detalhes de uma missão altamente sigilosa.
Chegando lá, avistam um ancião os aguardando na ponta do convés de uma
embarcação.

(Vá para 004)

006
— Você é um charlatão — xinga Gaiwan, aproximando-se com seu martelo.
Só não previa que o malandro ancião tinha truques na cartola. Ele retira o
chapéu e se agacha como um jovem contorcionista. Preso na cartola, havia uma
bolsa com duas seringas abastecidas, e rapidamente o ex-médico injeta a
substância nas pernas de Gaiwan, que no mesmo instante, ficam bambas e ele
tropeça.
— O que fez comigo? — indaga o mercenário.
— Isso só vai imobilizá-lo por algum tempo. Que pena que fez a escolha
errada, eu havia gostado de vocês, mas negócios são negócios e você me deve
duas seringas agora.
O charreteiro retira dos bolsos de Gaiwan um saco com 10 kelpos e vai para
a sua condução.

(Perca 10 kelpos)

Não demora, ele retorna com um kit de sutura e joga sobre o mercenário.
— Seu troco. Se vira agora! Melhor se apressar, hein, ou seu amigo vai bater
as botas — Gaiwan olha para o lado e Harold está ainda mais pálido. — Até mais,
amigos! — se despede o charreteiro.
Com as pernas imobilizadas, Gaiwan agarra o material e se arrasta até o
companheiro.
No chão próximo a uma taberna imunda, um escudeiro abatido recebe ajuda
de um mercenário temporariamente alejado. Mesmo exaustos, eles conversam e
acabam descobrindo que o destino deles é o mesmo, ambos estavam a caminho do
porto clandestino para uma missão altamente sigilosa. Quando chegam lá, são
recebidos por um ancião no convés da embarcação.

(Vá para 004)

007
Gaiwan é o último a subir, o ancião faz um sinal para que o mercenário o siga
até o interior do navio. Eles descem uma escada, viram o primeiro corredor e
adentram uma sala espaçosa com várias poltronas robustas ocupadas por outros
tripulantes, que calados observam os recém-chegados. A temperatura do ambiente
é agradável, uma chama azul arde dentro de um tubo de vidro e metal no meio do
salão comunal. Gaiwan observa a brasa distinta, enquanto se desloca para a última
poltrona vazia, longe do escudeiro que ocupa a lateral, aparentemente sentindo dor
com a mão apoiada na região enfaixada.
— A tripulação agora está completa — afirma o ancião de pé, olhando para
cada um dos embarcados. Como um bom observador, Gaiwan percebe as inúmeras
cicatrizes pelo corpo do sujeito.
— Eu sou o líder de incursão, mas podem deixar essa frescura de lado e me
chamem de Jordry. Vamos ficar um tempo juntos, então é melhor não dificultarmos
a convivência. Um amigo meu uma vez levou uma facada do próprio pai por cansar
de olhar a cara feia dele na segunda semana em alto-mar. Imagina o que
aconteceria sem um laço parental? Pior que isso só estando embarcados num navio
cheio de assassinos — Jordry olha para todos e dá uma risada psicótica, em
seguida, continua seu discurso.
— Podem ainda não me conhecer, mas peço que confiem em mim, pois
vamos para o continente de Exagorn buscar uma coisinha. Sou o único a voltar de
lá com vida, já fiz essa viagem uma dezenas de vezes, e cada vez trago uma
lembrança — ele alisa uma enorme cicatriz no pescoço.
— Mas essa equipe me parece promissora, embora tenham aqueles que já
se foderam no início — diz isso, olhando para o escudeiro.
— Eu já passei por coisas piores — defende-se o escudeiro rapidamente —
Não será isso que vai me impedir.
— Harold, eu sei disso, tá aqui na ficha. Suas habilidades são
inquestionáveis. Feitos heróicos... salvou sozinho um batalhão, blablablá..., mas
nunca esteve em Exagorn. Então é melhor não bancar o herói e se preocupar com a
própria pele.
— Chega de conversa fiada! Que coisa vamos buscar, afinal? — Intervém
um tripulante impaciente, um homem de quase 30 anos, forte como uma muralha.
— Você deve ser Morghus. Sua cabeça está custando uma fortuna, muitos o
querem morto e não entendo porque está com pressa, aqui você vai ter um pouco
de paz. Mas já que tocou no assunto, o motivo de irmos para Exagorn é para buscar
a Chama Eterna.
— Chama Eterna? Vamos buscar fogo, é isso que está dizendo? — indaga
uma mulher de armadura.
— Senhorita Thesia, é isso, mas não só isso. A Chama Eterna não é rara por
nunca se apagar, mas pelas possibilidades infinitas — responde Jordry.
— Quais possibilidades? E como vamos transportar fogo? — pergunta
Morghus apressadamente.
— Vão saber quando chegar a hora — afirma Jordry, tentando encerrar o
assunto.
— Vocês estão falando desse tal fogo milagroso, mas como vamos chegar lá
é o que mais me preocupa, além dos vatinezes selvagens que habitam o litoral. O
que faremos se cruzarmos com eles? — contesta um homem de óculos que não
parecia um adepto a lutas.
— Esmagar todos! — Morghus anuncia.
— Guarde essa fúria para depois, amigão — intervém Jordry. — Entendo
seus questionamentos, Brandon, não esperava menos do senhor, mas isso já está
sob controle. Romir, o capitão, é um vatinez, daqui a pouco irão conhecê-lo. Caso
não saibam, os vatinezes, até os mais selvagens, são bons negociantes e nossos
passaportes estão lá no porão. Venham comigo!

No caminho até o porão, Gaiwan analisa os tripulantes, um homem


aparentemente inteligente como Brandon destoava de todo o resto, intrigante era
tentar entender o que o levara a aceitar um risco incalculado, em que qualquer
tentativa de projeção o colocaria em desvantagem.
Já uma mulher de armadura só poderia ser de um local: Metalqueen.
Contudo, uma guerreira do aço jamais se submeteria a uma missão como aquela,
elas tinham um código de conduta ou algo do tipo. Até mesmo se fosse uma
desertora deveria abdicar de seu manto. Para Gaiwan, Thesia era uma incógnita.
E o que pensar sobre Harold? Afamado por heroísmo, honra, mas envolvido
em corrupção? Dado que aceitar ir para Exagorn, além de invadir um território,
significaria saquear um elemento raro, sagrado para aquele povo, a fim de
contrabandear para fins desconhecidos.
Gaiwan não era o único em silêncio, observara naquele grupo distinto outro
que não se pronunciara, seu nome pouco importava. O sujeito com roupas
esfarrapadas, cabisbaixo, tinha um olhar perdido e melancólico. Gaiwan o associava
a um cadáver arrastado pela maré, sendo devorado pelo tempo e por predadores,
que viam na fragilidade um meio de se alimentar. Um peso morto em uma missão
como essa, era suicida e incompreensível.
De todos aqueles, Jordry, Morghus e até o capitão vatinez, que não estava
ali, mas ouvira dizer, eram os mais convenientes, Gaiwan pressumia. Obviamente,
já provaram do inferno e arriscavam tudo no terrível jogo pela sobrevivência.
Ele mesmo não era perfeito, já aceitara muita coisa na tentativa de um dia
rever suas irmãs, agarrando-se na tênue linha da esperança para achar um
propósito para viver.
Logo Gaiwan concluiu, que apesar das diferenças, eram todos iguais,
escolhidos por ter capacidade de executar a missão, que deveria envolver altos
custos para ser financiada, mas também pelo impacto mínimo de suas faltas.
Exagorn seria um experimento, que no caso de falha não teria um efeito colateral.
Ao chegarem no porão, os pensamentos de Gaiwan são desviados para
aquilo que Jordry mostrara. O líder da incursão revelou um aglomerado de barris de
vinho salamariano e declarou posteriormente:
— Nossa sobrevivência depende disso. Melhor ficarem longe!
(Vá para 008)

008
A bordo do navio, um mês se torna uma eternidade, a beleza da imensidão
azul esvai-se ao perder a singularidade, dando lugar a um velho companheiro
indesejado que não sabe a hora de partir. Refugiado em sua cabine privativa,
Gaiwan adormece, até que o silêncio do refúgio monótono é cortado bruscamente
por um alvoroço do lado de fora.
— VOOOOLTAAA aqui! Eu vi vocês. APAREÇAM, suas danadas! — Jordry
grita do convés.
O mercenário desperta assustado e logo se junta aos outros tripulantes no
corredor, que curiosos, caminham apressadamente para o lado de fora. Chegando
lá, a equipe avista uma parte da carga de vinho salamariano amontoada, sendo que
um dos barris foi inteiramente violado e Jordry está embriagado, debruçado no
convés.
— Parem de timidez e venham tomar um gole comigo — oferece Jordry para
alguém no mar.
— Que merda você fez? E com quem acha que está falando? — questiona
Brandon ao líder da incursão.
— Minhas meninas, belas sereias! Eu vi primeiro, já vou lhe avisando —
Jordry responde, apontando o dedo na cara do tripulante. Brandon afasta o dedo
com hostilidade.
— Elas não sabem o que estão perdendo — continua Jordry, olhando para o
mar — Não faz mal, sobra mais pra gente — em seguida, o ancião observa a
tripulação — Ah! Esse é um dos meus! — todos os olhares se viram para Narzo, o
rapaz calado e magricelo, que demonstra ser mais forte do que parece, ao levantar
um barril com uma única mão e beber no gargalo.
— Larga isso, é nosso passaporte para… — recrimina Gaiwan.
— Tão ingênuo, Gaiwan. Confia em tudo que dizem? Coitado! A carga de
troca está lá embaixo, isso aqui é só um agrado, minha reserva particular que estou
disposto a dividir. Meu jovem, encare isso como uma comemoração, pode ser a
nossa última. Exagorn está logo ali. VAMOS BEBER! — vocifera Jordry.
Os tripulantes se olham, vendo Narzo ficando cada vez mais sorridente, um a
um começa a se aproximar da bebida.
Romir, o capitão, entorna o bico, o escudeiro timidamente beberica, Morghus
e Thesia brindam, enquanto Gaiwan e Brandon ficam um pouco relutantes. O
mercenário tinha uma fraqueza ao álcool, era uma luta que ele sempre perdia, e
desta vez, não foi diferente. Um caneco para começar, e não demorou para o vinho
desaparecer do barril.
Pela primeira vez, a tripulação se divertia, e não só de bebida virou a noite,
eles começaram a inventar seus próprios jogos.

(Vá para 009)


009
Escolha o que Gaiwan vai jogar.
1- Cartas
(Vá para 010)

2- Duelo de precisão
(Vá para 012)

3- Alvo vivo
*Só escolha a opção 3, após ter feito as duas primeiras.
(Vá para 011)

010
Sentado no chão com as pernas cruzadas, Jordry distribui algumas cartas
sobre um pano. Em seu deck há 6 cartas brancas e 1 preta, ninguém consegue
vencê-lo, o próximo a encará-lo é Gaiwan, que participa do jogo, pagando 2 kelpos.

(Perca 2 kelpos)

— Venha, rapaz, vamos ver se você tem mais sorte do que esses
perdedores.
Jordry mostra as cartas para o desafiante, em seguida, embaralha com
maestria, seus movimentos são ordenados e ágeis. Gaiwan observa atentamente,
tentando acompanhar o experiente carteador.
— É essa — aponta o mercenário.
— Tem certeza? Te concedo uma chance — insiste Jordry.
— É essa, eu disse — o mercenário se mantém firme.
Jordry encara o desafiante e faz um suspense na revelação. Gaiwan dá um
sorriso cínico em espera. A carta é exposta, revelando a coloração branca.
— Que droga! Você perdeu, Gaiwan. Você perdeu — gargalha o ancião.

O que, Gaiwan, vai fazer?

1- Confrontar Jordry.
(Vá para 014)

2- Jogar outro jogo


(Vá para 009)

011
Narzo, agora enturmado, propõe um jogo.
— Vocês bancam os espertalhões, corajosos e orgulhosos, mas quero ver se
tem algum homem ou mulher nesse navio capaz de acertar uma mera maçã. Por 5
kelpos eu os desafio, quem acertar, leva tudo.
O rapaz, antes tímido, dá uma faca para Gaiwan, Morghus e Thesia, e se
afasta, ficando próximo da proa, com a fruta equilibrada na cabeça.
— Tô dentro — Morghus coloca 5 kelpos na bancada.
— Você é mais idiota do que eu pensava — diz Thesia à Narzo, e contribui
com as moedas.
— Então vamos jogar — responde por último Gaiwan, aceitando o desafio e
joga 5 kelpos na mesa.

(Perca 5 kelpos)

Use um dado de seis lados (D6) para fazer a rolagem. Jogue primeiro
com Gaiwan, mas caso ele não acerte a maçã, jogue o dado para Thesia e
Morghus, respectivamente.

(Desafio)

Resultado: 1 ou 2
Passa de raspão
A faca passa de raspão, próximo ao pescoço de Narzo e desaparece no mar.
Ele sorri e zomba do jogador.
— Ruim. Muito ruim, sabia que era só marra mesmo.

Resultado: 3-4-5
Cabeça
O jogador(a) acerta a faca na cabeça de Narzo. Ele desequilibra e cai no mar,
fim de jogo. Todos os tripulantes correm para socorrê-lo, mas uma poça vermelha já
se forma na água. Narzo está morto.
— Os jogos acabam aqui, pessoal — Jordry declara o fim da festa.

(Vá para 016 imediatamente)

Resultado: 6
Acerta a maçã
O jogador(a) acerta a maçã e ganha 15 kelpos.
— Sorte de principiante — Narzo desdenha.

(Vá para 016)

012
Brandon mostra um truque que aprendeu com o pai que é passar a faca
pelos dedos do oponente sem o cortar.
— Não se trata de aptidão física, mas de precisão, inteligência. É preciso
saber calcular os espaços vazios, que por sua vez precisam estar no mesmo
ângulo, sendo penetrados por movimentos contínuos.
— Não é fácil aprender de primeira, mas tenho uma metodologia — continua
ele. — E com meus dedos em risco, irei provar que não falha.
— Gaiwan, eu te desafio.
O mercenário aceita e abre as mãos conforme a orientação de Brandon, a
faca passa ligeiramente sem que ele sofra um arranhão.
— Agora concentre-se no que vou te explicar — em seguida, Gaiwan recebe
orientações de como segurar a faca e sobre a linha imaginária que precisa traçar.

(Desafio): 3
Sucesso: (Vá para 013)
Falha: (Vá para 015)

013
Com a faca em mãos, Gaiwan se concentra, tentando encontrar o ponto de
equilíbrio nos espaços vazios. Passa toda a jogada em sua cabeça e deposita a
confiança na lâmina e em sua aptidão. Ambos ainda sentem o efeito da embriaguez,
mas de alguma forma o subconsciente de Brandon é analítico e sabe que Gaiwan é
a única opção válida para o cumprimento desse desafio, assim como o mercenário
persevera mesmo em condições instáveis.
Gaiwan realiza a jogada, passando a faca rapidamente entre os dedos do
oponente, cumprindo assim o duelo de precisão, que sobretudo trata-se mais sobre
Brandon fazer a jogada certa.

(+ Gaiwan ganhou a lealdade de Brandon)


(Vá para 009)

014
— Isso foi forjado. Mostre-me todas as cartas, seu velho vigarista.
— Ninguém quer perder, eu sei. Mas não precisa ser um babaca — retruca
Jordry.
— Eu vou te mostrar um babaca — ligeiramente, Gaiwan se apossa das
cartas e, como imaginou, não havia nenhuma preta sobre a mesa. Ele encara o
ancião que o responde com um sorriso cínico.
— Uma, duas, três — Jordy conta as moedas e entrega ao mercenário.
— São duas — responde Gaiwan.
— Essa é pelo nosso segredinho — fala o ancião, dando um tapinha nas
costas do adversário, e se afasta.

(Ganhe 3 kelpos)

(Vá para 009)

015
Gaiwan sua ao tocar na lâmina, sua visão está meio turva, embora não
queira dar o braço a torcer e desistir. Ele fecha os olhos rapidamente e isso alerta
Brandon, que recolhe seus dedos e o adverte.
— Você fracassou — condena ele.
— Ainda nem tentei — defende-se Gaiwan.
— Perdeu antes mesmo de começar, mas não foi o único a fracassar —
confessa ao mercenário, sentindo-se mal pela própria escolha.

(Vá para 009)

016
A escuridão é derrotada pelo amanhecer, trazendo não só um novo dia como
o começo de uma jornada na terra prometida. O apito do navio, alto e agourento,
anunciava Exagorn, passando aos tripulantes um sentimento de apreensão e
incerteza ao avistarem o litoral do continente vermelho.
Apesar de que não só o desconhecido os assustava, após a ressaca, os
embarcados perceberam os estragos da noite anterior, já que no convés havia mais
barris do que antes da bebedeira.
— Mas que merda! Pegamos os lá debaixo também — Thesia se indignou ao
dar conta da situação.
— Vamos dar um jeito — respondeu secamente Jordry, com os olhos
pregados no horizonte.
Outro que também estava obcecado pelo continente era Gaiwan. Ele
observava, com auxílio de uma luneta, a paisagem do novo mundo. Havia um porto
improvisado na margem, onde os nativos o aguardavam. Logo atrás era coberto de
terra vermelha e imensas rochas que formavam desfiladeiros. Ao longe, avistou o
pico de duas grandiosas torres metálicas.
— Jordry, que tipo de construção é aquela? — indagou o mercenário ao líder
de incursão.
— A construção representa os Dentes da divindade Dawyne. Conhece a
lenda?
Gaiwan responde que não com a cabeça.
— Contam que ela e sua irmã gêmea Vawyne queriam engolir Mephirot.
Dawyne abocanhou, daí os dentes, e Vawyne tragou, dando origem à garganta de
Vawyne, um poço imenso que é protegido pelas torres metálicas de sua irmã. Tem
quem acredite que elas foram castigadas, transformadas em uma fortaleza para
abrigar eternamente um dos elementos mais raros de toda a existência.
— Presumo que seja o Fogo Eterno — arrisca Gaiwan, e o ancião opta pelo
silêncio.

(Vá para 017)

017
O navio desembarca no porto clandestino, onde uma dúzia de vatinezes
exagornianos aguardavam a carga contrabandeada. Gaiwan ficou surpreso em vê-
los na forma humana, em que apenas os olhos vermelhos os diferenciavam, pois
imaginava que em Exagorn, esses mestiços de demônios com humanos, só
assumissem a forma original monstruosa.
Romir é o primeiro a desembarcar e cumprimenta seus companheiros no
idioma nativo, que o mercenário desconhece. Após uma breve conversa, ele retorna
ao navio e comunica a tripulação.
— Eles querem a carga que lhes pertence. Eu disse que fomos atacados por
piratas e que verificaria se havia remanescentes. Ficaram furiosos, e mandaram nos
apressar com a contagem. Só assim decidirão se podemos desembarcar.

(Desafio): 4
Sucesso: (Vá para 021)
Falha: (Vá para 019)

018
Quando Narzo desembarca do navio, ele deixa a carga de lado e começa a
olhar fixamente para o mar, como se estivesse em transe. Logo a atitude do rapaz
chama a atenção da equipe, que apesar de já achá-lo estranho, nota uma reação
mais bizarra agora.
— O que esse imbecil está olhando? — Thesia quis saber.
— Oh, retardado, vamos embora! — chama Morghus.
Gaiwan percebe que os vatinezes começam a rir e Jordry passa a mão na
testa preocupado. No entanto, o que deixou o mercenário mais intrigado foi a
mudança repentina do tempo, em que nuvens negras começam a cobrir o céu e as
ondas ficam cada vez mais agitadas. Nessa hora, Narzo vai em direção ao mar.
Subitamente, Gaiwan, movido por um mau presságio, tenta deter o rapaz,
correndo para afastá-lo da água, mas fracassa, pois ao tentar puxar o companheiro,
o mercenário acaba sendo arrastado por ele. Narzo é realmente forte e não está
apenas compenetrado, mas também salivando.
— O que está fazendo, Narzo? — Gaiwan tenta dialogar.
Da praia, a equipe observa intrigada.
— Temos que ajudar Gaiwan — Harold fala à Jordry.
— Não podemos interferir — Jordry responde tristemente. — Os rastros de
opressão são mais fortes aqui, mentes fracas como a de Narzo são presas fáceis.
Uma vez tomado pela opressão, não há nada que possamos fazer.
— Vamos apenas assistir ele matar Gaiwan? É isso que propõe? — Harold
insiste.
— Se Gaiwan é quem eu penso ser, vai sair dessa — afirma Jordry.
Chegando no mar, Narzo afunda a cabeça do mercenário, tentando afogá-lo.

(Combate)
Narzo - O louco
Desafio: 4
Vida: 3
(Vá para 020) se vencer no combate

(Vá para 022) caso morra em combate.

019
— Diz que isso é suficiente — Harold tenta entender.
Todos olham para Jordry e Romir em busca da resposta dos veteranos, mas
o silêncio deixa o clima ainda mais apreensivo.
O capitão e o líder de incursão conversam a sós, logo após, Romir
desembarca e tenta negociar com os vatinezes.
Gaiwan observa atentamente, quando um soco inesperado atinge a face do
capitão, e depois o vatinez que o agrediu, pega ele pela gola e fala bem rente ao
seu ouvido.

Romir humilhado retorna ao navio e pede para que desçam a carga restante.
— O que eles disseram? Podemos passar? — Jordry se apressa a perguntar.
— Se não pudéssemos, você já saberia. Vocês vão, mas pelo caminho da
tríade.
— Mas isso é suicídio! — protesta o ancião.
— Só há esse caminho para vocês agora — Romir encerra a conversa.

(Caminho da Tríade desbloqueado)

(Vá para 024)

Mas se caso Narzo ainda esteja entre os tripulantes (Vá primeiro para 018)

020
O mercenário consegue escapar das mãos de Narzo, nessa altura já
entendeu que não tem como salvá-lo, portanto, afasta-se, e nada o mais rápido que
consegue para a praia. Chegando em terra firme, ele tenta recuperar sua energia.

(momento de descanso)

(Vá para 023) se foi autorizado a seguir pelo caminho comum.

(Vá para 024) se foi sentenciado ao caminho da tríade.

021
— Achei que não íamos passar dessa — confessa Romir à Jordry.
— Eu também, meu amigo, eu também — responde o ancião, aliviado.
Gaiwan se junta à equipe para levar os barris até os vatinezes, que
contentes, inspecionam a carga e entornam alguns barris em comemoração.
(Caminho comum desbloqueado)

(Vá para 023)

Mas se caso Narzo ainda esteja entre os tripulantes (Vá para 018)

022
Gaiwan não consegue se livrar das mãos de Narzo, e sente a água salgada
entrando por suas narinas, regando seus pulmões e limpando brutalmente a sua
consciência.
O corpo do mercenário afunda em águas estrangeiras.
Sua jornada acaba aqui.

023
Depois que a carga é entregue aos vatinezes, Jordry apressa a equipe.
— Vamos! Quanto antes pegarmos o Fogo Eterno, melhor serão nossas
chances — todos, exceto Romir, acompanham o líder.
— Romir não vai com a gente? — Harold quer saber.
— Não podemos arriscar nosso capitão, faz parte do acordo ele ficar com os
exagornianos.
Jordry vai na frente, mostrando o caminho, através de uma trilha estreita que
leva ao pico de um penhasco. A subida é longa e o calor é excessivo durante o dia.
Horas depois, alcançam o topo da imensa montanha e avistam no centro dos
desfiladeiros, os Dentes de Dawyne.
— Mais algumas horas e estaremos lá. — Jordry aponta para o templo. —
Porém, não somos de pedra, vamos parar e descansar.

(momento de descanso)

Sem hesitar, o grupo inteiro desaba no chão.

Enquanto descansa, Gaiwan pode tentar estreitar os laços entre os


companheiros. Com quem ele quer conversar?

Falar com Thesia (Vá para 025)

Dialogar com Morghus (Vá para 027)

024
Jordry se despede de Romir e apressa o grupo. — Então é isso. Que os
deuses não cuspam em nossa cabeça. Vamos cambada, hora de zarpar!
— Romir não vai com a gente? — pergunta Gaiwan.
— Sem capitão o navio não navega. Faz parte do acordo ele ficar com os
exagorniados até nosso regresso — responde o ancião.
— E faz parte do plano os vatinezes nos acompanharem? — indaga o
mercenário, observando que três exagornianos os escoltavam.
— Não, não faz, mas o plano exigia que entregássemos a carga completa,
porém, como não fizemos nossa parte, eles vão nos levar até um lugar que chamam
de tríade.
— E o que isso quer dizer? — insiste Gaiwan.
— Que estamos bem encrencados a partir de agora — afirma o ancião.

(Vá para 026)

025
Gaiwan observa Thesia, ela retira o peso de sua armadura, ficando com uma
parte das costas nua. Em seu ombro direito ele vê uma enorme cicatriz com um
nome gravado: Moah Myhat. A guerreira percebe que alguém está a observando e
seus olhos logo encontram Gaiwan. Depressa ela cobre o ombro e adverte o
mercenário.
— Tá olhando o quê? Eu arranco seus olhos se me olhar desse jeito outra
vez — ela o ameaça.
Gaiwan se aproxima com calma e senta-se ao lado dela. Thesia fica furiosa,
e ele se apressa a dizer.
— Calma! Eu não estou interessado se é o que pensa, Moah.
Thesia dá um riso irônico, cospe no chão, e em seguida, coloca a mão na
testa, encarando Gaiwan.
— Nunca mais me chame desse maldito nome, entendeu? — ela fala
seriamente. — Eu não sou ela, mas gostaria que estivesse morta.
— Costuma tatuar nomes de inimigos? — Gaiwan insiste na conversa.
— Não, imbecil. Ela fez isso em mim.
Thesia se levanta bruscamente e avista algo que chama sua atenção.
— O que é aquilo? — ela aponta para duas pessoas na beira do precipício.

(Vá para 029)

026
Afastando-se da praia, caminham em direção aos desfiladeiros, logo depois,
passam por um caminho estreito entre os paredões de pedra e terra. Embora ainda
seja dia, pouca luz penetra o labirinto formado pelas ravinas.
Durante o percurso, são acompanhados por tremores e deslizamentos de
rochas, deixando a jornada ainda mais perigosa.
Mais tarde, se deparam com uma ladeira íngreme, cheia de lodo e
imperfeições. A partir desse ponto, os vatinezes abandonam o grupo, mas obrigam
Jordry e sua equipe a continuar até chegarem à entrada da tríade, a gruta que liga a
praia ao templo. Este era o caminho mais arriscado, no qual foram sentenciados
como forma de punição por terem violado a carga.
O grupo atravessa a colossal entrada da caverna, percebendo que os
tremores ficaram cada vez mais intensos. Um filete de água corrente banha os pés
da equipe, e ali dentro o caminho não é linear, há inúmeros buracos gigantescos,
formando labirintos irregulares.
— Fiquem juntos e sigam o manancial — ordenou Jordry.
— Já esteve aqui? — perguntou Gaiwan em seguida.
— Uma vez, e levei um monte de lembranças pra casa — o ancião alisa
novamente a terrível cicatriz no pescoço.
De repente, um terremoto avassalador é sentido sob seus pés e o grupo se
dispersa, inesperadamente, o solo começa a se deslocar desproporcionalmente,
enquanto algumas partes sobem, outras descem. Jordry grita para saltarem e irem
sempre em frente.
Nessa hora, Gaiwan se prepara para se arriscar entre as rochas em
movimento.

(Desafio): 3
Sucesso: (Vá para 028)
Falha: (Vá para 030)

027
Morghus se distancia do grupo, Gaiwan vai atrás dele. De repente, Morghus
para, e de costas, ele repreende o mercenário.
— Vai ficar me seguindo, seu merdinha?
— Para onde vai? — questiona Gaiwan.
— Não te interessa.
— Interessa sim, somos um grupo agora — insiste o mercenário, e se
aproxima com rapidez do fugitivo, encarando Morghus de frente, ele percebe que o
grandalhão está com os olhos mergulhados em lágrimas.
— Eu não sei o que está acontecendo comigo — Morghus confessa. — Mas
não consigo controlar.
— Não há vergonha em chorar.
— Eu não choro, porra! Desde meus 8 anos, eu não choro. Tem algo muito
errado nesse lug… — Morghus não consegue terminar a frase, algo do outro lado
do desfiladeiro rouba a sua atenção.

(Vá para 029)

028
Gaiwan salta por uma fenda que surgiu e percorre o caminho, tentando não
ser atingido pelo solo furioso. Seus companheiros também seguem obstinados,
embora alguns se firam durante a jornada.
Do mesmo modo que o terremoto começou, ele cessa subitamente.
Reunidos outra vez, a equipe recobra o fôlego em frente a um lago de
coloração esmeralda.
(Vá para 032)

029
Gaiwan percebe que todos os seus companheiros agora observam
atentamente um casal nu, com mãos dadas, olhando para as profundezas do
cânion. Não demora e a dupla se joga no abismo, isso pega todos de surpresa,
exceto, Jordry, que apenas se levanta sem demonstrar espanto.
— Vamos! A moleza acabou — o líder junta seus pertences.
— Você sabe o que está acontecendo. Conte-nos!— Sir.Harold exige saber.
— Isso é mais comum do que imaginam. É melhor se acostumarem— conta
Jordry indiferente com a situação.
— O que está escondendo da gente? — Gaiwan o questiona.
— Aqueles eram urbes, para esse povo a morte é uma libertação. Agora
peguem suas coisas, temos que chegar no templo antes do anoitecer.
A equipe começa a se deslocar, o sol se despede aos poucos e a
temperatura sofre quedas bruscas, dando espaço para uma brisa fria que parece
sussurrar maus presságios. Durante esse tempo, parecia que Jordry estava
apreensivo, olhava para todos os lados, e exigia, frequentemente, o silêncio de seus
companheiros.
Mais tarde, um tremor deixa todos em alerta, as cadeias de montanhas são
afetadas e estrondos simultâneos orquestram uma sinfonia perturbadora, enquanto
rachaduras se formam no solo. A sensação era de que algo subterrâneo os rejeitava
e estava prestes a engoli-los.
— Ela nos achou! — Jordry anuncia.
— Ela quem? — pergunta Brandon.
— Gamadak. Corram! — o ancião dá o comando e corre em direção ao
templo, que estava a um pouco mais de um quilômetro.
Os tremores se intensificam, Gaiwan olha para trás e vê que o solo começa a
ruir, observa o desconhecido com uma certa curiosidade ingênua.
— GAIWAN! — o grito de Jordry impulsiona o mercenário a reagir, quando
ele se atenta, percebe que havia ficado para trás e se apressa para os alcançar.
Logo à frente, surge uma enorme fenda que bloqueia o caminho, separando,
definitivamente, Gaiwan dos outros. Sem outra alternativa, o mercenário se prepara
para saltar, se abastecendo de coragem ele recua para pegar impulso.

(Desafio): 5
Sucesso: (Vá para 031)
Falha: (Vá para 033)

030
Gaiwan salta por uma fenda e bate de frente com um monte que se ergue de
repente. A pancada é brusca e ele perde a consciência. Quando acordar, verá uma
lembrança de Exagorn, um ferimento no centro da testa.
(Perca 3 de vida)

O mercenário cai direto em uma superfície que também se eleva. Morghus se


arrisca para ajudá-lo.

(+ Gaiwan ganhou a lealdade de Morghus)

Com Gaiwan em suas costas, Morghus segue desviando dos obstáculos. Até
que o tremor cessa inesperadamente, reunindo o grupo próximo a uma lagoa de
água verde intensa.
Gaiwan desperta e conversa sobre o que aconteceu.

(Vá para 032)

031
Movido por um instinto avassalador, o mercenário impulsiona seu corpo para
frente, urrando a pleno pulmões, ele externaliza toda a sua vontade, e por alguns
segundos seu corpo flutua no ar.
Gaiwan é arremessado no solo firme, sentindo a terra outra vez, ele é
acometido por uma sensação de euforia que o estimula a se erguer e continuar.

(Vá para 037)

032
— O que foi aquilo? — Gaiwan indagou assustado.
— A tríade, na verdade, é a toca da Gamadak, uma serpente titã de pedra
que habita essa região — informou Jordry. — Olhem em sua volta, esses buracos
são por onde ela passa e ainda demos sorte dela estar transitando por baixo.
Acreditem, se ela estivesse nesse nível, já estaríamos mortos.
— O que vamos fazer agora? — Brandon, cheio de cortes pelo corpo,
perguntou receoso.
— Sempre em frente. Isso significa que precisamos cruzar o lago. Mas
tomem cuidado, não é só a Gamadak que pode nos matar, quanto mais tempo
perdermos discutindo, piores serão nossas chances. Não se distraiam no lago.
Sempre em frente, entenderam?
Todos consentem com a cabeça.
Sem demora, o ancião mergulha naquela bacia mal-cheirosa, em seguida, os
outros o acompanham.
Gaiwan penetra a água congelante e fétida. Imerso, ele ouve uma melodia
funesta que o arrepia mais do que a temperatura, e logo pressente que está sendo
observado.
No meio do percurso, são cercados por um grupo de sereias com cabeças de
polvos e diversos tentáculos, eram as Zendéias, uma raça desconhecida para o
mercenário. As criaturas agarram os aventureiros e os arrastam para as
profundezas.
(Desafio): 3
Sucesso: (Vá para 036)
Falha: (Vá para 038)

033
Por mais que a coragem não o abandonasse, a cratera estava além de seus
esforços. O mercenário sentiu seu corpo perder força durante o salto, sendo
lançado para o abismo, enquanto suas mãos erguidas não desistiam de lutar,
estendidas para a superfície que era engolida pelas profundezas.
Ao longo da queda, ele sente mais tremores em sua volta, e de repente, seu
corpo é amparado violentamente sobre uma estrutura rochosa que se move.

(Perca 5 de vida)

Sangue escorre de sua cabeça, mas ele tenta lutar para não perder a
consciência e o equilíbrio, se agarrando no desconhecido que abre caminho por
baixo da terra. Logo percebe que estava sobre um ser colossal, que só podia ser a
temida Gamadak, a serpente titã de pedra.
Gamadak costura a superfície, movimentando-se em direção ao grupo de
Gaiwan, que corre desesperado para o templo. Gaiwan, agarrado no dorso da titã,
vislumbra uma oportunidade.
Ele se equilibra, movendo-se até a cabeça da serpente. Chegando lá, vê o
imenso orifício que se assemelha a um olho, com presteza, retira do suporte nas
costas o seu martelo e tenta golpeá-la.

(Desafio): 6
Sucesso: (Vá para 034)
Falha: (Vá para 035)

034
Ao atingir Gamadak, ela fica desnorteada e começa a se debater, a fim de
afastar o intruso. Gaiwan espera ficar o mais próximo do templo para saltar da titã,
caindo a poucos passos da entrada, ele se levanta e corre para a segurança do
templo, onde seus companheiros o aguardam e o recebem com calorosos
cumprimentos pela ousadia insana.

(Vá para 040)

035
O plano de Gaiwan fracassa. Gamadak, já consciente do intruso, se debate e
o mercenário cai de uma altura considerável, sofrendo uma lesão nas costas.
(Perca 4 de vida)

A serpente retoma à terra. Morghus se arrisca para resgatar o mercenário, se


aproxima de Gaiwan e joga o rapaz em suas costas, enquanto corre em direção ao
templo, a cobra surge outra vez. Gaiwan desmaia, quando recobra a consciência,
estava na segurança da fortaleza com uma bandagem nas costas que amenizava a
dor.

(Vá para 040)

036
Gaiwan dá um chute certeiro no rosto da zendéia, que desiste de agarrá-lo,
então, retoma a nadar e vê seus aliados em apuros. Thesia está mais próxima, o
mercenário vai ajudá-la e tenta desferir um soco na face da criatura.

(Desafio): 2
Sucesso: Gaiwan gira o martelo agilmente e o golpe atordoa zendéia.
(+ Gaiwan ganhou a lealdade de Thesia)
Falha: Thesia aproveita a distração do mercenário e escapa sozinha, não
reconhecendo o esforço do guerreiro.

A coragem de Gaiwan estimula os demais. Morghus resgata Brandon de ser


sufocado e Harold puxa Jordry, que não consegue acompanhar a jovem equipe. Por
fim, todos conseguem escapar da morte e saem do lago.

(Vá para 039)

037
A equipe de Gaiwan vibra com sua conquista, eles já estão no portal do
templo, aguardando-o para entrar. No entanto, algo grande irrompe das fissuras,
levanta muita poeira e atrapalha a visão do mercenário. Quando Gaiwan se dá
conta, enxerga uma imensa serpente de pedra, Gamadak se aproxima.
— Corra, Gaiwan, corra! — berram seus companheiros.
Gaiwan está a poucos metros da segurança do templo, e novamente estimula
todo o seu corpo a cooperar, movimentando-se o mais rápido que consegue ele
alcança o seu destino.

(Vá para 040)

038
O mercenário perde a chance de acertar o ponto mais frágil da zendéia: a
cabeça. Seu chute é fraco e abre espaço para a criatura enroscar seus tentáculos
no corpo dele, esmagando-o.
(Perca 3 de vida)

Mas Gaiwan não desiste, tenta soltar um dos braços para alcançar o martelo
preso às costas. A zendéia interpreta o ato como ameaça, e com força, arremessa o
mercenário para fora do lago contra um paredão de pedra. Gaiwan lesiona as
costas.

(Perca 4 de vida)

Seus companheiros também são arremessados pelas criaturas e se


espatifam no chão, de modo que não fossem dignos de morrer nas profundezas.

(Vá para 039)

039
Assim que saem do lago, observam um paredão de pedra, que impossibilita
seguir em frente, que era o que Jordry havia instruído. Então, olham para o líder em
busca de uma direção, mas o ancião está muito enfraquecido e fica mais tempo
deitado no chão de olhos fechados.
— O velhote bateu as botas ou tá tirando um ronco? — debocha Morghus.
— Velhote não deveria ser ofensa, você terá sorte se um dia chegar a idade
dele — retruca Sir. Harold.
— Quem te chamou na conversa? Nem arma você usa, seu frouxo —
Morghus ofende o escudeiro.
— Calados! — intervém Jordry, ainda com as pálpebras pregadas. —
Sentem, descansem e comam algo, pois precisam ter energia para escalar.
— Escalar? Sério isso? — se surpreende Brandon, que estava arrependido
de aceitar a missão.

(momento de descanso)

Depois do breve intervalo, o grupo inicia a escalada. Brandon fracassa já no


começo, e Jordry usa um apetrecho para subir, um aparato mecânico que lança
uma corda metálica, agarra-se no topo e o impulsiona.
— Vem comigo, Brandon! — ele diz ao rapaz sem aptidão física.
Enquanto os dois sobem, os demais vão do jeito tradicional.
Durante a escalada, um verme gigante irrompe de um covil no paredão. A
larva se arrasta na direção de Gaiwan, que está à frente do grupo. O mercenário faz
um movimento lento para retirar o martelo das costas.

(Combate)
Verme gigante
Desafio: 4
Vida: 2
Se vencer: (Vá para 042)

040
Assim que cruzaram a entrada da fortaleza de pedra e metal, sentiram uma
brisa quente vinda da fornalha da garganta, estalidos constantes e um cheiro de
ferro derretido que Gaiwan resgatou da infância. O longo corredor estava
desprotegido, nem mesmo a titã de pedra ousava adentrar, mas vigiava os
arredores, causando tremores, para que sua falta não fosse esquecida.
Ao fim do saguão, se depararam com um monumento que representa as
deusas, um único corpo compartilhado por dois seres, esculpidos de forma a
expressar fúria na tentativa de se desprender, materializando anomalias na forma
carnal.
— Ninguém sabe quem esculpiu, mas se o artista representa deuses assim,
imagina só a galeria dos demônios? — brincou Jordry. — Agora vamos, cambada!
Temos uma garganta para descer! — acrescenta ele, indo em direção ao poço no
fim do corredor.
Na beira do abismo, Gaiwan olha para baixo e sente lufadas, ainda mais
inflamadas, que passam por ele e escapam pelo teto aberto do templo, ele nota a
descida do poço, circular e estreita, até a grande brasa, com paredões
impenetráveis, que acolhiam com integridade o elemento raro.

(Vá para 043)

041
Morghus estremece com a ideia de ajudar Jordry, que está na mira do
dragão, mas decide não deixar Gaiwan na mão.
— É melhor esse velhote valer a pena — diz ele e toma a dianteira.
Morghus faz força para levantar a pedra, abrindo caminho para Gaiwan
passar.
Sem demora, Gaiwan alcança o ancião e envolve um pedaço de tecido no
rosto dele.
— Aguenta mais um pouco — o mercenário diz ao companheiro ferido,
apoiando ele em seu ombro.
— O ovo. Precisamos do ovo — lembra o ancião.
Gaiwan avista o artefato, mas está quebrado ao meio.
— Vai logo, porra! — Morghus intervém. — O dragão tá vindo — alerta em
tom de desespero.

(Vá para 045)

042
Gaiwan não desiste até o verme gigante ser derrotado, golpeia
demasiadamente até que a larva estoura e excreta um líquido verde que cobre o
mercenário e respinga em Thesia, Morghus e Harold. Da ponta do paredão, Jordry e
Brandon acompanham enojados.
Finalmente, todos alcançam o topo e conseguem sair da tríade. Já na
superfície, eles avistam o imenso templo de Vawyne e Dawnye, suas torres
metálicas eram ainda maiores vistas de perto. O grupo se equilibra por um caminho
estreito até a passagem colossal, que os colocaria na rota do Fogo Eterno.

(Vá para 040)

043
Depois de uma longa descida, eles encontram o berço da chama azul.
Ensopados de suor, a equipe aguarda para ver como Jordry vai apanhar o
elemento.
O ancião retira de sua bolsa um aparato mecânico no formato de um ovo e o
deposita, cuidadosamente, no braseiro. Não demora, e o artefato se abre como uma
flor de lótus, e aos poucos vai se preenchendo com a lava que dá origem à
combustão.
— Esse trabalho todo por tão pouco? — questiona Thesia.
— Já é mais do que o suficiente. Agora é só esperar o Ovo de Dragão ficar
completo — afirma o líder de incursão.
— Ovo de Dragão? — indaga Gaiwan.
— O nome é uma homenagem aos gigantes extintos.
— Entendo. Quem o projetou deve ter achado genial a ideia da incubadora
ser um ovo — analisa Gaiwan.
— Exato, captou bem a ideia — confirmou Jordry.
Enquanto o material é preenchido, uma lufada de ar frio desceu da noite
escura, atingindo o grupo de modo incompreensível. Logo são tomados por uma
sensação mórbida, como se a felicidade fosse assaltada durante o sopro.
Atordoados, sentiam a presença de algo muito negativo se aproximando.
— O que foi isso? — pergunta Harold receoso.
— Não sei, mas melhor não ficarmos para descobrir — Gaiwan diz —
Como tiramos esse ovo? — acrescenta o mercenário, olhando para o objeto.
— Com isso — Jordry se aproxima com um extrator do mesmo material do
Ovo de Dragão.
Na hora em que o ancião encaixa o puxador no artefato, um rugido
ensurdecedor invade o poço, assustando a equipe. Em seguida, ouvem batidas de
asas e uma criatura colossal irrompe no templo, ao passo que o sentimento
angustiante se intensifica.
Jordry fica estático, pois percebe a real forma da ameaça.
“Eles não estavam extintos?”, pensa Gaiwan
O dragão se move, esbarrando nas rochas que desabam na cratera.
— Corram! — grita Thesia.
Mas é tarde demais para o ancião, que recebe uma onda de lava no rosto
quando um dos pedregulhos é arremessado na fornalha, enquanto várias rochas
gigantes bloqueiam o seu caminho. Ele agoniza de dor, tento a face sendo
consumida pelo fogo.
Gaiwan percebe que Jordry fica para trás e pede ajuda de Morghus para
resgatá-lo.

(Vá para 041) se Morghus for aliado de Gaiwan.

(Vá para 044) se Morghus não for aliado de Gaiwan.

044
Morghus vira as costas para Gaiwan. Mesmo sem apoio, o mercenário
encara o problema. Ele vê as rochas em seu caminho, não há como atravessá-las,
mas ele conhece um meio de fazer isso. Com as duas mãos ele segura o martelo e
se prepara para acertar bem forte.

(Desafio): 5
Sucesso: (Vá para 047)
Falha: (Vá para 049)

045
O inacreditável dragão aterrissa próximo ao braseiro. A criatura titânica era
horrenda e parecia ter sido resgatada da morte, com olhos brancos e pele necrosa.
Ao tocar o solo, o monstro cria um tremor ainda maior, nisso Gaiwan e Jordry são
arremessados contra a parede. Harold e os outros saem dos escombros e ajudam
os companheiros a se erguer.
— Vocês voltaram — Gaiwan diz ao escudeiro.
— Não deveríamos ter ido — responde Sir. Harold, estendendo a mão ao
mercenário.
Estando mais próximo da criatura, o mercenário se sente atormentado, até
sua arma fica mais pesada. Ele percebe que o dragão pousou para que um
indivíduo de armadura negra deslizasse da montaria.
O cavaleiro negro ignora o grupo e vai em direção ao Fogo Eterno, portando
o cabo de uma espada em mãos. A cada passo que ele dá, Gaiwan percebe
sombras envolta do invasor e se dá conta de que, de alguma forma, ele dominava a
opressão.
Ao se aproximar do lago flamejante, uma espada se materializa nas mãos do
senhor do dragão, e ele a usa para sugar toda a fonte, criando uma lâmina de
coloração azul cintilante. Enquanto faz isso, o dragão vira-se para o grupo e abre a
boca para disparar de sua garganta uma bola de fogo.
— Corram! — ordena Sir. Harold à equipe.

(Vá para 046) se Sir.Harold for aliado.

(Vá para 048) se Sir. Harold não for aliado.


046
Todos saem correndo, exceto Harold, que fica para trás com o escudo em
mãos, encarando o dragão. Gaiwan percebe a ausência dele e berra para o
companheiro.
— HAROLD!
— Considere a dívida paga, Gaiwan — diz o escudeiro, sorrindo, minutos
antes do dragão cuspir fogo em sua direção.
O escudeiro aguenta alguns segundos, mas seu aço começa a derreter.
— Vá! E proteja Jordry — e essas são suas últimas palavras, antes de ser
consumido pelo fogo.
Gaiwan fica em choque vendo o amigo se sacrificar. Ninguém, jamais, havia
dado a vida por ele.
Sua morte não poderia ser em vão, Gaiwan decidiu, e naquele momento
soube que precisava continuar e proteger não só Jordry, como todos os outros.
Então seguiu em frente, lutando para se manter firme, enquanto ecoavam pelo
templo os gritos de agonia de um leal companheiro.

CONTINUA… Na parte II

047
Diante do obstáculo, uma lembrança invade os pensamentos de Gaiwan. Ele
recorda de seu pai dando marteladas precisas no aço recém-criado, que ainda
incandescente, emanava uma tempestade de faíscas.
Seu espírito ardeu em coragem com esse pensamento, logo seus músculos
se enrijeceram, preparando-se para o golpe decisivo. Com toda força, o filho do
ferreiro desintegrou o obstáculo, atravessou e resgatou o ancião antes do dragão
aterrissar. Só não foi possível recuperar o ovo de dragão, que foi esmagado.

(Vá para 045)

048
A rajada de fogo segue o grupo e alcança Gaiwan que está por último. A
bolsa do mercenário se incendeia e suas costas ficam feridas.

(Perca todos os seus alimentos e 2 de vida)

Gaiwan apaga o fogo e persiste, mesmo sentindo uma dor perturbadora. Ele
dá tudo de si para alcançar os outros pelo caminho circular. De repente, um silêncio
absurdo paira no ar e intriga todos eles. Nesse momento, Harold procura Gaiwan
com o olhar, e diz como se fosse diretamente para o mercenário.
— Se eu tivesse o meu escudo, isso seria diferente.
De súbito, o dragão surge, sem anunciar sua chegada, abocanha a cabeça
de Sir.Harold, balançando selvagemente seu corpo.
Todos estremecem.
— Ah, merda! Vamos, vamos! Temos que continuar — grita Thesia.
Gaiwan é o último a passar e sente como se abandonasse o escudeiro outra
vez.

CONTINUA… em parte II

049
Ele mira no obstáculo, e durante seu movimento uma voz penetra a sua
cabeça e enche seu peito de ódio.
“Um verme feito você não é capaz de cruzar o meu caminho.”
Isso faz com que o mercenário se enfureça e perca o controle, desferindo
golpes seguidos sobre a rocha, até ouvir uma voz distante.
— Chega, Gaiwan, não me machuque, por favor, não faça isso — súplica
Jordry.
Quando Gaiwan se deu conta, ele já havia destruído a pedra e seu corpo
estava ferido por estilhaços.

(Perca 2 de vida)

Diante dele estava Jordry, deitado no chão com as mãos protegendo o corpo
do martelo erguido pelo mercenário.
— Por favor, não me machuque — insistia o ancião.
Gaiwan abaixa o martelo, sem entender como tudo aconteceu, mas reage
tirando Jordry dali, antes do dragão aterrissar.

(Vá para 045)


A JORNADA CONTINUA…
SENHOR DOS DRAGÕES – PARTE II

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