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Engenharia Civil

Tecnologia de Transporte

Aula 8 - Veículos Aéreos

Prof. Dr. Otavio Henrique da Silva otavio.silva@unb.br


Transporte aéreo
• Modo de transporte realizado pelo ar por meio de aviões
(outros veículos: helicópteros, balões, dirigíveis etc.);
• Vantagens: Rapidez, segurança, opção
para transportar produtos perecíveis,
sensíveis e/ou de alto valor;
• Desvantagens: Custo elevado;
capacidade restrita para comportar
grandes cargas, alta dependência de
condições atmosféricas.
Tecnologia de Transporte - Aula 8 2
Transporte aéreo - Aeroportos
• Aeroporto X Aeródromo
Aeroporto
Aeródromo
Aeródromos públicos
Toda área destinada a
dotados de instalações e
pouso, decolagem e
facilidades para apoio de
movimentação de
operações de aeronaves e de
aeronaves e classificam-
embarque e desembarque
se em civis e militares
de pessoas e cargas
Tecnologia de Transporte - Aula 8 3
Transporte aéreo - Aeroportos
• Planejamento aeroportuário
• Processo complexo que deve levar em conta diversas atividades
interdependentes;
• Em aeroportos são praticadas diversas atividades, as quais
possuem requisitos diferentes e são frequentemente conflitantes;
• Planos de sistemas aeroportuários devem ser elaborados para
atender as necessidades não apenas de uma localidade, mas sim
de toda uma região (Ex: conjunto de municípios, regiões
metropolitanas, estado, país).
Tecnologia de Transporte - Aula 8 4
Transporte aéreo - Aeroportos
• Planejamento aeroportuário
• As características dos veículos (terrestres e aéreos) exercem grande
influência sobre o planejamento;
• Passageiros e transportadores de mercadorias estão interessados
inicialmente no tempo total gasto porta-a-porta e não apenas no
tempo de duração da viagem aérea. Assim, o acesso ao aeroporto
é um ponto fundamental dentro do planejamento;
• É necessário avaliar diferentes problemas que podem ser causados
pela incorporação do aeroporto em uma localidade, especialmente
quando próximo a áreas urbanizadas, industriais e de preservação
ambiental.
Tecnologia de Transporte - Aula 8 5
Transporte aéreo -
Aeroportos

• Elementos de
um aeroporto

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Transporte aéreo - Aeroportos
• Elementos de um aeroporto - Lado Ar (Airside)
• Pista de pouso e decolagem (runway): Área retangular definida em
um aeródromo terrestre, preparada para o pouso e decolagem de
aeronaves;
• Pista de rolamento ou de táxi (taxiway): Via preparada em um
aeródromo terrestre, destinada ao tráfego de aeronaves entre as
pistas de pouso e decolagem e os pátios de estacionamento de
aeronaves (área terminal);
• Pátios de estacionamento de aeronaves (Apron): Área do
aeroporto destinada ao estacionamento das aeronaves para as
operações de embarque/desembarque, abastecimento, comissaria,
manutenção, estadia e demais serviços.
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Transporte aéreo - Aeroportos
• Elementos de um aeroporto -
Lado Ar
• Pista de pouso e decolagem
(runway)
• Faixa de terra usada por
aeronaves para operações de
pouso e decolagem;
• Instalação mais importante no
aeroporto;
• Sinalização na cor branca.

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Transporte aéreo - Aeroportos
• Elementos de um aeroporto - Lado Ar
Número:
- Direção magnética da pista (360° = N);
- Números arredondados sempre para duas
casas (1 a 36) → Ex: 274° a 265° = 27.

No caso de pistas paralelas:


- Uso de “L” ou “R” para diferenciar as pistas
da esquerda (Left) e da direita (Right);
- No caso de três pistas paralelas, uso da
letra - C (Center) para indicar a pista central.
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Transporte aéreo - Aeroportos
• Elementos de um aeroporto - Lado Ar
Faixas paralelas:
- Início da pista: onde começa a cabeceira (threshold)
→ onde o avião se posiciona para a decolagem;
- Largura da pista (cada faixa representa aprox. 4
metros de largura).
Número de listras Largura Comprimento
4 18 m 24 m
6 23 m 24 m
8 30 m 30 m
12 45 m 30 m
16 60 m 30 m
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Transporte aéreo - Aeroportos
• Elementos de um aeroporto - Lado Ar

Caso em que há cabeceira deslocada:


- Indicada por setas apontando para a
pista;
- Pode ser usada para decolagens, mas
não para pousos (pode haver algum
obstáculo no espaço antes da pista, o
que impediria a rampa de aproximação
dos aviões nesse local)

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Transporte aéreo -
Aeroportos
• Elementos de um
aeroporto - Lado Ar
Faixas contínuas laterais:
limite lateral da pista

Linha tracejada central


(centerline): Eixo central da
pista, onde o avião deve se
posicionar para a rolagem

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Transporte aéreo - Aeroportos
150 m
• Elementos de um aeroporto - Lado Ar (500 ft)
Zona de toque (Touchdown zone):
- Pares de retângulos simétricos ao eixo da pista, simples
ou múltiplos (variável segundo a distância de pouso
disponível (LDA, ou “landing distance available”);
- Local dedicado para a aterrissagem
Ponto de visada (Aiming point):
- Par de retângulos maiores do que as marcações de
zona de toque;
- Ponto a ser utilizado como “alvo" ou referência para a
aproximação final

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Transporte aéreo - Aeroportos
• Elementos de um aeroporto -
Lado Ar
• Pista de rolamento ou de táxi
(taxiway)
• Pistas que permitem o
deslocamento das aeronaves
entre a runway e o pátio;
• Devem ser disponibilizadas de
forma a agilizar a movimentação;
• Sinalização na cor amarela.

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Transporte aéreo - Aeroportos
• Elementos de um aeroporto -
Lado Ar

Faixas contínuas laterais:


limite lateral da pista de táxi

Linha central contínua: Eixo central


da pista de táxi, onde o avião deve
se posicionar para o taxiamento

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Transporte aéreo - Aeroportos
• Elementos de um aeroporto -
Lado Ar
Ponto de espera:
- Conjunto de linhas tracejadas e linhas contínuas;
- Localizado no acesso à runway

Sentido pátio-decolagem → Parada


obrigatória e aguarda autorização (se
houver torre de controle)

Sentido pouso-pátio → Passagem livre.

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Transporte aéreo - Aeroportos
• Elementos de um aeroporto -
Lado Ar
• Pátio de aeronaves (apron)
• Área junto ao terminal, em que
as aeronaves estacionam para
a realização de diferentes
atividades;
• Deve garantir adequada
movimentação das aeronaves
para evitar atrasos.
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Transporte aéreo -
Aeroportos
• Elementos de um
aeroporto - Lado Ar

Atividades
realizadas no pátio

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Transporte aéreo - Aeroportos
• Elementos de um aeroporto - Lado Terra (Landside)
• Sistema viário de acesso/egresso e interno;
• Estacionamentos de veículos;
• Terminais de passageiros: Instalação dotada de facilidades para
atendimento, embarque, desembarque e liberação do passageiro
do transporte aéreo.
• Terminais de cargas: Instalação dotada de facilidades para
armazenagem e processamento de carga, onde ela é transferida da
aeronave para o transporte de superfície e vice-versa, bem como
para outra aeronave.
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Transporte Pátios
aéreo - Pista de pouso e decolagem
Aeroportos
Pista de rolamento

• Elementos de
um aeroporto Terminal de
passageiros
Terminal
Aeroporto de Cargas
Internacional de
Viracopos,
Campinas, SP Sistema Viário de Acesso

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Transporte aéreo - Aeroportos
• Configuração de Aeroportos
• Compreende o arranjo físico final, incluindo:
• Número de pistas de pouso e decolagem: depende do
volume de tráfego de aeronaves previsto
• Orientação das pistas: depende da direção dos ventos
dominantes e, eventualmente, da disponibilidade de área
para desenvolvimento do aeroporto;
• Posição da área terminal em relação às pistas: leva em conta
a facilidade de acesso das aeronaves aos sistema de pistas.

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Transporte aéreo - Aeroportos
• Configuração de Aeroportos
• As pistas de pouso e decolagem e as de rolamento (taxiways)
devem ser organizadas de forma a:
• Promover separação adequada ao tráfego aéreo;
• Minimizar interferências ou atrasos nas operações de pouso e
decolagem;
• Garantir uma distância mínima para o taxiamento das aeronaves
entre a área terminal e os finais das pistas de pouso e decolagem;
• Permitir a saída rápida das aeronaves que acabam de pousar.
• Aeroportos muito movimentados devem possuir pátios de espera
nas proximidades dos finais das pistas;
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Transporte aéreo - Aeroportos
• Configuração de Aeroportos
• Em aeroportos muito movimentados, onde pode ocorrer tráfego
simultâneo nas duas direções, deverão ser providenciadas pistas
de rolamento em paralelo;
• Durante períodos de pico de tráfego, a capacidade do sistema de
pistas depende do modo como as aeronaves que acabam de
pousar possam sair rapidamente da pista;
• A existência de saídas rápida de pista reduz o tempo de
ocupação das pistas, aumentando a capacidade do sistema.

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Transporte aéreo - Aeroportos
• Configuração de Aeroportos
• A capacidade varia também segundo o tipo de operação (regras que
evitam a colisão de aeronaves com obstáculos ou com outras aeronaves):
• Regras de Voo por Instrumentos ou IFR (Instrument Flight Rules):
separação sob responsabilidade do piloto e dos controladores de voo
em solo. O piloto orienta-se pelos instrumentos de bordo;
→ 100% da atenção voltada aos instrumentos de navegação e voo.
• Regras de Voo Visual ou VFR (Visual Flight Rules): separação sob
responsabilidade do piloto, o qual orienta-se por meio de
referências visuais (realizado em altitudes baixas);
→ 70% da atenção para fora da aeronave e 30% para os instrumentos
de navegação e voo.
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Transporte aéreo - Aeroportos
• Configuração de Aeroportos
• Principais configurações básicas de pistas:
• Simples (ou únicas);
• Paralelas;
• Duplas;
• Em interceptação;
• Em V-Aberto.
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Transporte aéreo - Aeroportos
• Configuração
de Aeroportos

• Pistas simples

• Configuração
mais simples e
menos complexa
existente. Aeroporto Estadual Dr. Leite
Lopes, Ribeirão Preto, SP
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Transporte aéreo - Aeroportos
• Configuração de Aeroportos
• Pistas paralelas
• A capacidade desse sistema depende do número de pistas (Usual: 2 a 4
pistas) e do espaçamento entre elas;
• O espaçamento é bastante variável, sendo classificado em função do
grau de independência das pistas em IFR:
• Próximo: operação de uma pista depende da operação da outra;
• Intermediário: um pouso em uma pista é independente de uma
decolagem na outra;
• Afastado: pistas podem ser operadas independentemente.
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Transporte aéreo - Aeroportos
• Configuração
de Aeroportos

• Pistas paralelas

Aeroporto Internacional de
Hong Kong, HK
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Transporte aéreo - Aeroportos
• Configuração de Aeroportos
• Pistas duplas
• Duas pistas paralelas
próximas;
• As pistas podem ser
utilizadas para operações
mistas, mas o indicado é a
operação da pista mais
distante da área terminal
para pousos e da mais Aeroporto de Congonhas,
próxima para decolagens. São Paulo, SP
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Transporte aéreo -
Aeroportos
• Configuração de Aeroportos
• Pistas em Interceptação
• Pistas posicionadas em direções
diferentes, cruzando-se uma com a
outra;
• Sistema utilizado quando existem fortes
ventos dominantes em mais de uma
direção;
• A capacidade depende da localização do
ponto de intercepção (melhor situação: Aeroporto Internacional Afonso
intercepção próxima ao final de
decolagem ou da cabeceira de pouso). Pena, São José dos Pinhais, PR

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Transporte aéreo -
Aeroportos
• Configuração de Aeroportos

• Pistas em V-Aberto
• Pistas posicionadas em direções
diferentes, mas sem interceptação;
• Como as pistas em interceptação, são
usadas em locais que existem fortes
ventos dominantes em mais de uma
direção. Aeroporto Internacional Tom
Jobim, Rio de Janeiro, RJ
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Transporte aéreo - Aeroportos
• Pavimentos aeroportuários
• Estrutura de uma ou mais camadas de materiais
processados, de maneira a fornecer uma superfície de
rolamento suave e segura em quaisquer condições de
tempo;
• A espessura de cada uma destas camadas deve ser adequada
a fim de assegurar que as cargas aplicadas não
comprometam o próprio pavimento e as camadas
adjacentes.
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Transporte aéreo - Aeroportos
• Pavimentos aeroportuários - classificação segundo a rigidez

• Rígidos: Constituído por placas de concreto de cimento Portland


assentadas sobre sub-base e reforço do subleito;
• Semirrígidos: Base da estrutura executada com adição de
cimento, o que aumenta sua rigidez e permite a absorção de
parte dos esforços de tração;
• Flexíveis: Mistura de materiais betuminosos e agregados,
colocados sobre materiais granulares de alta qualidade.
Tecnologia de Transporte - Aula 8 33
Transporte aéreo - Aeroportos
• Pavimentos aeroportuários - classificação segundo a rigidez

• Diferença entre
pavimentos rígidos e
flexíveis: modo como as
cargas são transferidas
para as camadas
inferiores.

Tecnologia de Transporte - Aula 8 34


Transporte aéreo - Aeroportos
• Pavimentos aeroportuários - classificação segundo a rigidez

Seção típica de
uma estrutura de
pavimento

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Transporte aéreo -
Aeroportos
• Pavimentos aeroportuários -
classificação segundo a
rigidez
Pátios de estacionamento (Apron)
→ Pavimento rígido

Pista de rolamento (taxiway)


→ Pavimento flexível
Aeroporto Internacional de Brasília
Tecnologia de Transporte - Aula 8 36
Transporte aéreo - Aerovias
• Corredores virtuais (espaço
aéreo com altitude e
trajetória delimitadas),
permitindo que o piloto,
por meio do equipamento
de navegação da
aeronave, consiga conduzir
o voo com segurança e
precisão.

Tecnologia de Transporte - Aula 8 37


Transporte aéreo - Aerovias
• Podem ser utilizadas por várias aeronaves simultaneamente
→ a segurança é garantida por uma separação vertical entre
os aviões (níveis de voo);
• Distância mínima entre dois níveis de voo → 1.000 pés ou
305 metros (em alguns casos, pode ser de 2.000 pés (610
metros).

• Obs: A largura das aerovias é variável segundo o tipo da


aerovia, de 20 a 80 km, aproximadamente.

Tecnologia de Transporte - Aula 8 38


Transporte aéreo - Aerovias
• Tipos de aerovias:
• Aerovias Superiores (alta altitude): acima dos 24.500 pés (7.458 m).
• Mais utilizadas pelos aviões a jato (com cabine pressurizada);
• Aerovias Inferiores (baixa altitude): até 24.500 pés;
• Utilizadas principalmente por aviões a hélice e por helicópteros, em
alguns casos.
• Padrão de navegação aérea no Brasil: Navegação Baseada em
Performance (PNB – Performance Based Navigation);
• O controle do espaço aéreo utiliza a orientação por satélite e recursos
digitais (RNAV), ao invés do controle via rádio e ondas
eletromagnéticas (feito a partir de antenas em solo).

Tecnologia de Transporte - Aula 8 39


Transporte aéreo - Aerovias
• O departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) dividiu o
mapa do Brasil em 9 áreas;
• No total, há 18
cartas de rota,
metade delas de
Aerovias Superiores
(H – High) e a outra
metade de Aerovias
Inferiores (L – Low)

Tecnologia de Transporte - Aula 8 40


Transporte
aéreo -
Aerovias

• Carta de Rota
H2 → define as
aerovias de alta
altitude (High)
dos principais
aeroportos da
Região Sudeste
Tecnologia de Transporte - Aula 8 41
Veículos Aéreos
• Os veículos aéreos possuem tecnologia de modo a permitir o
deslocamento em um meio fluido, o ar.
• Exemplos de veículos aéreos:

Avião Helicóptero Dirigível Balão Drone Asa delta

Tecnologia de Transporte - Aula 8 42


Veículos Aéreos - Características
• Peso
• Carga paga, peso útil, ou "payload": peso da carga transportada pelo veículo;
• Carga paga máxima: peso útil máximo;
• Peso operacional básico (POB): o peso do avião equipado (pronto para operar)
sem carga paga e sem combustível;
• Peso de combustível (pode representar até 30% do peso bruto de decolagem);
• Peso bruto de decolagem: “POB + carga paga + peso de combustível”;
• Peso máximo zero combustível: Peso máximo “POB + carga paga” (limitação
do avião), mesmo que a capacidade de combustível não tenha sido atingida;
• Peso máximo de pouso: peso máximo bruto admitido para a operação de
aterrissagem (limitação estrutural do trem de pouso) o que pode exigir que
determinada parcela de combustível precise ser consumida ou alijada.
Tecnologia de Transporte - Aula 8 43
Envergadura da
empenagem
Veículos Aéreos - Características horizontal (EE)
EE
• Dimensões

DN DE B
CT EA
Distância entre Distância entre eixos do Bitola
o eixo do trem trem do nariz e do trem
de nariz e o Comprimento principal = comprimento Envergadura
nariz do avião total da base de rodas da asa
Tecnologia de Transporte - Aula 8 44
• Composição de um avião típico
Veículos Aéreos -
Características Aileron Asa Fuselagem
Fuselagem dianteira
Superfícies central (cockpit)
de controle

Leme de Belly
direção fairing Trem de
pouso
Elevador dianteiro
Trem de Conjunto
Empenagem pouso motopropulsor
principal
Tecnologia de Transporte - Aula 8 45
Veículos Aéreos - Características
• Composição de um avião típico
• Fuselagem (fuselage): Corpo do avião (une as demais partes da aeronave).
Aloca passageiros, carga e tripulação (fuselagem central) e controles
necessários para operar a aeronave (fuselagem dianteira, onde fica a cabine de
comando ou cockpit);
• Asas (wings): Componentes que fornecem força de sustentação ao avião. O
perfil da seção da asa é conhecido como perfil do aerofólio;
• Trem de pouso (landing gear): o trem de pouso principal suporta o peso da
aeronave nas operações de pouso e decolagem, sendo o trem de pouso
dianteiro o responsável pela direção da aeronave nos deslocamentos em solo;
• Belly fairing: refinamento aerodinâmico para reduzir o arrasto na fixação da
fuselagem. Também permite espaço extra para o armazenamento;
• Conjunto motopropulsor: gera tração ao avião;
Tecnologia de Transporte - Aula 8 46
Veículos Aéreos - Características
• Composição de um avião típico
• Empenagem: Parte traseira superior da aeronave (cauda) que dá
estabilidade e manobrabilidade à aeronave;
• Superfícies de controle do voo: fornecem manobrabilidade ao avião
(permitem ajustar a altitude e a direção do voo):
• Ailerons: superfícies na parte de trás da asa
que dão à aeronave o movimento de rolagem;
• Leme de direção (rudder): superfície vertical
da empenagem utilizada para controlar o
movimento de guinada;
• Elevador (profundor, leme de profundidade):
superfície horizontal da empenagem utilizada
para controlar o movimento arfagem.
Tecnologia de Transporte - Aula 8 47
Veículos Aéreos - Características
• Composição de um avião típico
• Superfícies de controle do voo

Ailerons
Tecnologia de Transporte - Aula 8 48
Veículos Aéreos - Características
• Composição de um avião típico
• Superfícies de controle do voo

Leme de direção Elevador


Tecnologia de Transporte - Aula 8 49
Veículos Aéreos - Características
• Trem de pouso
• A configuração do trem de pouso principal altera o modo como a
carga é transmitida pelas rodas da aeronave ao pavimento;
• É um parâmetro essencial para o dimensionamento de
pavimentos aeroportuários;
• Até a década de 1980, a maioria das aeronaves utilizavam três
configurações básicas de trem de pouso principal: Roda simples
(uma roda por trem); Roda-dupla (duas rodas lado a lado por
trem); Duplo-tandem (duas rodas lado a lado seguidas por duas
rodas lado a lado adicionais);
Tecnologia de Transporte - Aula 8 50
Veículos Aéreos - Características
• Trem de pouso
• Conforme as aeronaves ficaram maiores e mais pesadas,
foram adicionadas mais rodas para evitar carregamentos
muito altos no pavimento, sendo empregadas configurações
do tipo duplo-duplo-tandem (quatro trens de pouso duplo-
tandem);
• Ex: Boeing 747;
• Mais recentemente, outras aeronaves foram projetadas com
configurações especiais, que utilizam várias rodas em arranjos
diferentes das configurações básicas
• Ex: Boeing 777 e Airbus A380.
Tecnologia de Transporte - Aula 8 51
Veículos Aéreos - Características
• Trem de pouso

• Diferentes
configurações de
trem de pouso

Tecnologia de Transporte - Aula 8 52


Veículos Aéreos - Características
• Trem de pouso

A330 (duplo-tandem) A747 (duplo-duplo-tandem) A380 (configuração especial)

Tecnologia de Transporte - Aula 8 53


Veículos Aéreos - Locomoção
• Para que uma aeronave voe é necessária uma força de tração
em sentido oposto ao arrasto (resistência aerodinâmica);
• Componentes do arrasto: 1.
parcela gerada pelo arrasto
das asas; e 2. parcela
referente ao arrasto gerado
pelo restante da aeronave;
• A sustentação é gerada pelo
escoamento do ar ao longo
dos aerofólios (a seção
transversal das asas).
Tecnologia de Transporte - Aula 8 54
Veículos Aéreos - Locomoção
• Ex: Aviões - Motores à reação
• A tração ou força propulsora é proporcionada por motor do tipo
térmico, que por meio de uma combustão interna converte a
energia térmica de um combustível (usual: Querosene de
Aviação (QAV) em energia mecânica;
• Tipos de motores à reação:
• Turbojato;
• Turbo-fans;
• Turboélices.
• Outro tipo: motor a pistão → convencionais, mais simples.
Tecnologia de Transporte - Aula 8 55
Veículos Aéreos - Locomoção
• Ex: Aviões - Turbojato
• Similar a um motor convencional;
• A tração é produzida como resultado
da admissão, compressão,
combustão (queima), e escapamento;
• É capaz de operar independente de
rampa de lançamento ou outro
dispositivo de partida;
• Opera em altas altitudes, em altas
velocidades.

Tecnologia de Transporte - Aula 8 56


Veículos Aéreos - Locomoção
• Ex: Aviões - Turbofan
• Motor turbojato acrescido de um fan
(ventoinha) movido por uma segunda
turbina (ou conjunto de turbinas);
• Parte do ar é canalizada, passando
por fora da câmara de combustão,
refrigerando-a e sendo aquecido;
• A pressão de ar auxiliar produzida
pelos fans aumenta a tração e reduz
o consumo de combustível;
• Opera em altas altitudes, em altas
velocidades.
Tecnologia de Transporte - Aula 8 57
Veículos Aéreos - Locomoção
• Ex: Aviões - Turboélice
• Motor que utiliza a força de
expansão dos gases para girar
uma hélice com várias pás;
• Força de propulsão: hélice (90-
95%) e gases de escapamento
(5-10%);
• Opera em baixas e altas
altitudes, em velocidades
moderadas e altas.

Tecnologia de Transporte - Aula 8 58


Método ACN/PCN
• Em 1981, a International Civil Aviation Organization (ICAO)
propôs o método do Número de Classificação de Aeronave
(Aircraft Classification Number – ACN) e o Número de
Classificação do Pavimento (Pavement Classification Number
– PCN);
• Esse método classifica índices de carregamento das aeronaves
e a capacidade de suporte dos pavimentos aeroportuários;
• Obs: O método não é utilizado com finalidades de
dimensionamento.
Tecnologia de Transporte - Aula 8 59
Método ACN/PCN
• ACN → Número que expressa o efeito relativo de uma
aeronave com uma determinada carga sobre um pavimento
para uma categoria padrão de subleito especificada;
• PCN → Número que expressa a capacidade de carga de um
pavimento, sem especificar suas informações detalhadas ou
uma aeronave em particular;
• Relação: Uma aeronave com um número ACN igual ou menor
do que o número PCN do pavimento pode operar sem
restrições de peso neste pavimento.
Tecnologia de Transporte - Aula 8 60
Método ACN/PCN
• Determinação do ACN

• Parâmetros aeronáuticos e operacionais relacionados: centro de


gravidade da aeronave, espaçamento entre rodas, pressão dos
pneus, peso de decolagem, entre outros.

• Meios para obtenção do ACN:


• Cálculo por meio de softwares específicos (Ex: COMFAA);
• Obtenção em manuais técnicos e fornecidos diretamente pelo
fabricante.
Tecnologia de Transporte - Aula 8 61
Método ACN/PCN
• Determinação do ACN - procedimentos matemáticos empregados:
• Pavimentos flexíveis → Índice de suporte Califórnia (California
Bearing Ratio - CBR). Determina-se uma espessura de pavimento
que permite 10.000 repetições de carga do trem principal do peso
da aeronave em análise (espessura de referência – tc);
• Pavimentos rígidos → Solução de Westergaard, baseada em uma
placa elástica carregada sobre uma sub-base de Winkler (caso de
carga interior), cujo resultado indica o módulo de reação do
subleito k. Determina-se a espessura da placa de concreto para
uma tensão de trabalho de 2,75 MPa.
Tecnologia de Transporte - Aula 8 62
Método ACN/PCN
• Determinação do ACN
• A partir de uma espessura de referência pré-determinada, deve-se
obter uma carga de “roda simples”;
• A carga de roda simples é igual à carga produzida por uma só roda
ao pavimento (com pressão padronizada de 1,25 MPa), porém
equivalente à tensão produzida pelo trem de pouso completo à
estrutura;
• Por fim, obtém-se o ACN, que equivale ao dobro da carga de roda
simples.

Tecnologia de Transporte - Aula 8 63


Método ACN/PCN
• Determinação do ACN
• Os números ACN são calculados para dois tipos de pesos:

• Um máximo: Carga máxima de Decolagem (CMD), Peso Máximo de


Rampa (Maximum Ramp Weight - MRW);
• Um mínimo: normalmente o Peso Operacional Vazio (POV).

• São padronizadas quatro categorias de resistência para o subleito,


para cada tipo de pavimento, com base nos valores de CBR e do
módulo de resistência k.
Tecnologia de Transporte - Aula 8 64
Método ACN/PCN
• Determinação do ACN
• Categorias de subleito para o Método ACN/PCN
Pavimentos rígidos Pavimentos Flexíveis
Resistência do subleito Resistência do Resistência do
Categoria Resistência do
k normalizada subleito k subleito CBR
subleito CBR
(MN/m³) (MN/m³) normalizada
Alta 150 k ≥ 120 15 CBR ≥ 13
Média 80 60 < k < 120 10 8 < CBR < 13
Baixa 40 25 < k ≤ 60 6 4 < CBR ≤ 8
Ultra Baixa 20 k ≤ 25 3 CBR ≤ 4
Tecnologia de Transporte - Aula 8 65
Método ACN/PCN
• Determinação do ACN
• Conhecido o peso da aeronave, pode-se obter o ACN diretamente
a partir de informações fornecidas por manuais técnicos e pelo
fabricante.
• Etapas:
• 1) Segundo a aeronave de análise, obter os números ACN da
aeronave com pesos máximo e mínimo;
• 2) Determinar o número ACN real da aeronave por meio de
interpolação.
Tecnologia de Transporte - Aula 8 66
Peso máx Pressão ACN Relativo à categoria da camada de subleito
Aeronave Peso mín de pneu Pavimentos Rígidos Pavimentos Flexíveis
(kN) (MPa) Alta Média Baixa Ultra Baixa Alta Média Baixa Ultra Baixa
Valores de ACN - Exemplos
690 37 40 42 45 35 36 40 46
A-319-100 1,07
382 18 20 21 23 18 18 20 23
744 39 40 45 51 42 45 48 50
A-320-200 1,14
422 20 21 22 26 22 23 25 26
2264 54 62 74 86 62 68 79 107
A-330-300 1,42
1697 39 43 50 58 44 47 53 70
211 11 12 14 15 13 14 14 15
ATR72 0,79
125 6 6 7 8 7 7 8 8
690 43 46 48 50 38 40 44 49
B-737-700 1,39
370 21 22 23 24 18 19 20 23
3905 54 65 77 88 59 66 82 105
B-747-400 1,38
1800 20 23 27 31 23 24 27 35
1410 39 42 50 68 34 41 48 56
B-767-200 1,31
800 19 20 23 29 18 19 22 26
2945 54 69 89 109 68 76 97 129
B-777-300 1,48
1600 27 28 35 43 20 32 38 53
217 14 15 15 16 12 13 15 16
ERJ-145 0,90
110 6 7 7 7 5 6 6 7
Tecnologia de Transporte - Aula 8 67
Método ACN/PCN
• Determinação do ACN
(𝑃𝑒𝑠𝑜𝑚𝑎𝑥 − 𝑃𝑒𝑠𝑜𝑅𝑒𝑎𝑙 ) × (𝐴𝐶𝑁𝑚𝑎𝑥 − 𝐴𝐶𝑁𝑚𝑖𝑛 )
𝐴𝐶𝑁 = 𝐴𝐶𝑁𝑚𝑎𝑥 −
(𝑃𝑒𝑠𝑜𝑚𝑎𝑥 − 𝑃𝑒𝑠𝑜𝑚𝑖𝑛 )
• Em que:
• ACN = Número ACN real
• ACNmin e ACNmax = Números ACN mínimo e máximo, respectivamente
• PesoReal = Peso real da aeronave
• Pesomin e Pesomax = Pesos mínimo e máximo da aeronave,
respectivamente
Tecnologia de Transporte - Aula 8 68
Método ACN/PCN

• Exercício 8.1: Determinar o número ACN para um Boeing


737-700 com peso de decolagem igual a 500 kN,
considerando uma pista de pavimento flexível, e o CBR do
subleito igual a 8%.

Tecnologia de Transporte - Aula 8 69


Método ACN/PCN
• Exercício 8.1: Resolução

• Inicialmente, é necessário determinar qual a categoria de


resistência do subleito (CBRSL = 8)
Pavimentos rígidos Pavimentos Flexíveis
Categoria k (normaliz.) CBR
k (MN/m³) CBR
Segundo quadro: (MN/m³) (normaliz.)
categoria → Baixa Alta 150 K ≥ 120 15 CBR ≥ 13
Média 80 60 < k < 120 10 8 < CBR < 13
Baixa 40 60 < k ≤ 120 6 4 < CBR ≤ 8
Ultra Baixa 20 k ≤ 25 3 CBR ≤ 4
Tecnologia de Transporte - Aula 8 70
Método ACN/PCN
• Exercício 8.1: Resolução

• Depois, deve-se obter os valores tabelados para realização da


interpolação

Peso máx Pressão ACN Relativo à categoria da camada de subleito


Aeronave Peso mín de pneu Pavimentos Rígidos Pavimentos Flexíveis
(kN) (MPa) Alta Média Baixa Ultra Baixa Alta Média Baixa Ultra Baixa
690 43 46 48 50 38 40 44 49
B-737-700 1,39
370 21 22 23 24 18 19 20 23

Tecnologia de Transporte - Aula 8 71


Método ACN/PCN
• Exercício 8.1: Resolução

• Cálculo do ACN da aeronave


(𝑃𝑒𝑠𝑜𝑚𝑎𝑥 − 𝑃𝑒𝑠𝑜𝑅𝑒𝑎𝑙 ) × (𝐴𝐶𝑁𝑚𝑎𝑥 − 𝐴𝐶𝑁𝑚𝑖𝑛 )
𝐴𝐶𝑁 = 𝐴𝐶𝑁𝑚𝑎𝑥 −
(𝑃𝑒𝑠𝑜𝑚𝑎𝑥 − 𝑃𝑒𝑠𝑜𝑚𝑖𝑛 )

690 𝑘𝑁 − 500 𝑘𝑁 × 44 − 20
𝐴𝐶𝑁 = 44 − → 𝐴𝐶𝑁 = 29,75
690 𝑘𝑁 − 370 𝑘𝑁

Tecnologia de Transporte - Aula 8 72


Método ACN/PCN
• Determinação do PCN
• A autoridade aeroportuária pode escolher o método utilizado para a
determinação dos valores do PCN dos pavimentos sob sua
responsabilidade;
• O PCN deve ser informado em uma formatação específica, em cinco
partes:
• 1. Valor numérico do PCN;
Com exceção ao valor
• 2. Tipo de pavimento;
numérico, as demais
• 3. Categoria de resistência do subleito;
informações devem ser
• 4. Pressão máxima permitida nos pneus;
expressas por meio de códigos
• 5. Método de avaliação utilizado.
Tecnologia de Transporte - Aula 8 73
2. Tipo de pavimento
Método ACN/PCN Categoria Código
Rígido R
• Determinação do PCN Flexível F
3. Categoria de resistência do subleito
Pavimentos rígidos Pavimentos Flexíveis
Resistência do Resistência Resistência do Resistência
Categoria Código
subleito k do subleito k subleito CBR do subleito
normalizada (MN/m³) (MN/m³) normalizada CBR
Alta 150 k ≥ 120 15 CBR ≥ 13 A
Média 80 60 < k < 120 10 8 < CBR < 13 B
Baixa 40 25 < k ≤ 60 6 4 < CBR ≤ 8 C
Ultra Baixa 20 k ≤ 25 3 CBR ≤ 4 D
Tecnologia de Transporte - Aula 8 74
Método ACN/PCN
• Determinação do PCN

4. Máxima permitida nos pneus


Categoria Pressão máxima permitida (MPa) Código
Ilimitada Sem limite de pressão W
Alta Pressão limitada a 1,75 MPa X
Média Pressão limitada a 1,25 MPa Y
Baixa Pressão limitada a 0,5 MPa Z

Tecnologia de Transporte - Aula 8 75


5. Método de avaliação utilizado
Método ACN/PCN Categoria Código
Técnico T
• Determinação do PCN Por experiência U
• Método técnico: demanda conhecer, de forma confiável, a
estrutura do pavimento, sendo realizadas análises das tensões e
deformações (obtém-se a carga bruta da aeronave pelo processo
inverso do dimensionamento);
• Método por experiência: empregado quando não se conhece a
estrutura do pavimento (ou a informação disponível não for
confiável). Nesse caso, o maior ACN entre as aeronaves do mix que
opera no aeroporto geralmente é utilizado para indicar o PCN da
estrutura (o que pode superestimar o PCN real).
Tecnologia de Transporte - Aula 8 76
Método ACN/PCN
• Determinação do PCN - Exemplo

PCN 50 / F / B / X / T
PCN igual a 50 indicado
Pavimento pela Avaliação Técnica
Flexível
Pressão máxima permitida nos
pneus das aeronaves que
Subleito com CBR de
compõem o mix do aeroporto
10% (Categoria Média)
de 1,75 MPa (Categoria Alta)
Tecnologia de Transporte - Aula 8 77
Exemplos de números PCN para
Método ACN/PCN aeroportos brasileiros (ANAC, 2023)
Aeroporto Pista Indicação
GALEÃO – ANTONIO CARLOS JOBIM (Rio de Janeiro, RJ) 10/28 PCN 78/R/A/W/T
SANTOS DUMONT (Rio de Janeiro, RJ) 2R/20L PCN 65/F/A/W/T
GUARULHOS – GOV. ANDRÉ FRANCO MONTORO (Guarulhos, SP) 9L/27R PCN 77/F/B/W/T
VIRACOPOS (Campinas, SP) 15/33 PCN 56/F/B/X/T
CONGONHAS (São Paulo, SP) 17R/35L PCN 50/F/B/X/T
PRESIDENTE JUSCELINO KUBITSCHEK (Brasília, DF) 11L/29R PCN 76/F/B/X/T
EDUARDO GOMES - (Manaus, AM) 11/29 PCN 71/F/C/X/T
PAMPULHA - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Belo Horizonte, MG) 13/31 PCN 44/F/B/X/T
TANCREDO NEVES (Confins, MG) 16/34 PCN 75/F/B/W/T
SALGADO FILHO (Porto Alegre, RS) 11/29 PCN 72/F/B/X/T
AFONSO PENA (São José dos Pinhais, PR) 15/33 PCN 42/F/A/X/T
DEPUTADO LUÍS EDUARDO MAGALHÃES (Salvador, BA) 10/28 PCN 73/F/A/W/T
SENADOR NILO COELHO (Petrolina, PE) 13/31 PCN 80/F/C/X/T
Tecnologia de Transporte - Aula 8 78
Método ACN/PCN
• Exercício 8.2: O Aeroporto Estadual de Barretos – Chafei
Amsei possui o PCN 32/F/A/X/T. Desconsiderando outras
restrições, verificar se as aeronaves A-319-100, A-330-300 e
ATR72 podem operar no aeródromo.
ACN dever PCN Método
ser igual ou 32 / F / A / X / T técnico
menor a 32
Pavimento Resistência do Pressão limitada
flexível subleito alta a 1,75 MPa
Tecnologia de Transporte - Aula 8 79
Método ACN/PCN
• Exercício 8.2: Resolução
• Para atestar que uma aeronave pode operar, é necessário
observar (1) se a pressão de pneu do modelo é adequada e se (2)
o peso é adequado à resistência do subleito.

Segundo o código “X” do PCN fornecido, é possível determinar a


pressão de pneu máxima permitida na pista de pouso e decolagem
Categoria Pressão máxima permitida (MPa) Código
Alta Pressão limitada a 1,75 MPa X

Tecnologia de Transporte - Aula 8 80


Método ACN/PCN
• Exercício 8.2: Resolução Aeronave
Pressão de
pneu (MPa)
• Segundo os valores fornecidos A-319-100 1,07
no quadro, é possível verificar A-330-300 1,42
a pressão de pneu dos ATR72 0,79
modelos

Como as pressões de pneu das Verificação da pressão dos pneus:


aeronaves são inferiores ao limite A-319-100 → OK!
fixado (1,75 MPa), inicialmente os três A-330-300 → OK!
modelos poderiam operar no local. ATR72 → OK!
Tecnologia de Transporte - Aula 8 81
Método ACN/PCN
• Exercício 8.2: Resolução

• Tratando da questão do peso, deve-se comparar valor numérico do


PCN (igual a 32) com a faixa de valores de ACN das aeronaves,
segundo a variação de peso das aeronaves de modo que:

• Se PCN ≥ ACNMáx → A aeronave PODE operar;


• Se ACNMín ≤ PCN < ACNMáx → A aeronave pode operar DEPENDENDO
do peso;
• Se PCN < ACNMín → A aeronave NÃO PODE operar.
Tecnologia de Transporte - Aula 8 82
Método ACN/PCN
• Exercício 8.2: Resolução
• Sabendo que a resistência do subleito é alta (Cód. A) e que o pavimento é
flexível (Cód. F), é possível verificar as faixas de ACN permitidas
Peso máx Pavimentos Flexíveis
Aeronave Peso mín
Alta Média Baixa Ultra Baixa
(kN)
690 35 36 40 46
A-319-100
382 18 18 20 23
2264 62 68 79 107
A-330-300
1697 44 47 53 70
211 13 14 14 15
ATR72
125 7 7 8 8
Tecnologia de Transporte - Aula 8 83
Método ACN/PCN
• Exercício 8.2: Resolução
• Verificação do peso das aeronaves, considerando PCN 32
Verificação do peso das aeronaves:
A-319-100 → A aeronave pode operar DEPENDENDO do peso (ACNMín ≤ PCN < ACNMáx)
A-330-300 → A aeronave NÃO PODE operar (PCN < ACNMín)
ATR72 → A aeronave PODE operar (PCN ≥ ACNMáx)
• Resta determinar qual é o peso máximo que o A-319-100 pode
operar de modo que seja produzido um ACN máximo igual a 32
(igual ao PCN).
Tecnologia de Transporte - Aula 8 84
Peso máx Pavimentos Flexíveis
Aeronave Peso mín
Método ACN/PCN (kN) Alta Média Baixa Ultra Baixa
690 35 36 40 46
A-319-100
• Exercício 8.2: Resolução 382 18 18 20 23

• Cálculo do peso máximo de operação para a aeronave A-319-100


(por meio de interpolação)
(𝑃𝑒𝑠𝑜𝑚𝑎𝑥 − 𝑃𝑒𝑠𝑜𝑚𝑖𝑛 ) × (𝐴𝐶𝑁𝑚𝑎𝑥 − 𝐴𝐶𝑁𝑅𝑒𝑎𝑙 )
𝑃𝑒𝑠𝑜𝑅𝑒𝑎𝑙𝑀á𝑥 = 𝑃𝑒𝑠𝑜𝑚𝑎𝑥 −
(𝐴𝐶𝑁𝑚𝑎𝑥 − 𝐴𝐶𝑁𝑚𝑖𝑛 )
690 𝑘𝑁 − 382 𝑘𝑁 × 35 − 32
𝑃𝑒𝑠𝑜𝑅𝑒𝑎𝑙𝑀á𝑥 = 690 𝑘𝑁 − → 𝑃𝑒𝑠𝑜𝑅𝑒𝑎𝑙𝑀á𝑥 = 635,7 𝑘𝑁
35 − 18

Assim, a condição de operação do A-319-100 é que o peso seja limitado a 635,7 kN

Tecnologia de Transporte - Aula 8 85


Referências
• ANAC – Agência Nacional da Aviação Civil. RBAC 154 – Projeto de Aeródromos. 2021.
• ______. Aeródromos. Disponível em: <https://www.gov.br/anac/pt-
br/assuntos/regulados/aerodromos/lista-de-aerodromos-civis-cadastrados >.2023.
• ICAO - International Civil Aviation Organization. Annex 14 – Aerodrome Design and
Operations - Volume 1. 2018.
• MORLOK, E.K. (1978). Introduction to Transportation Engineering and Planning.
McGraw-Hill, Nova Iorque.
• SETTI, J. R. A. (2002). Tecnologia de Transportes. Universidade de São Paulo, Escola de
Engenharia de São Carlos. 214 p.
• SETTI, J. R. A.; WIDMER, J. A. (1993). Tecnologia de Transportes. Universidade de São
Paulo, Escola de Engenharia de São Carlos. 207 p.

Tecnologia de Transporte - Aula 8 86

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