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reciprocidade
Eric Sabourin
Resumo1 Introdução
Este artigo propõe uma leitura dos processos Este artigo propõe uma leitura dos processos
de neo-patrimonialismo em particular nos de neo-patrimonialismo, analisados em
Estados africanos e de neo populismo nos particular nos Estados africanos e de neo
Estados latino-americanos a luz da lógica de populismo nos Estados latino-americanos a luz
reciprocidade. Defende a hipótese que o da lógica de reciprocidade.
principio de reciprocidade sendo diferente
daquele da troca (e em particular da troca Proponho completar a analises já estabelecidas
mercantil), ele pode gerar formas de desses dois fenômenos, por elementos trazidos
alienação especificas e não redutíveis a pela teoria moderna da reciprocidade de
principal forma de alienação do sistema de Temple (Temple e Chabal ;1995; Temple,
troca: a exploração capitalista analisada por 2003a; Temple, 2010). Defendo a hipótese que
Marx. o principio de reciprocidade sendo diferente
daquele da troca (e em particular da troca
mercantil), ele pode gerar formas de alienação
especificas e não redutíveis a principal forma
Abstract de alienação do sistema de troca: a exploração
capitalista analisada por Marx. Apos um breve
This article proposes a reading of neo-
retorno sobre a teoria moderna da
patrimonial processes, analyzed in particular
reciprocidade e a noção de alienação,
in the African countries and neo populism in
proponho desenvolver essa hipótese a partir de
Latin American states in light of the logic of
três exemplos: os limites das relações de
reciprocity. The main hypothesis is that the
reciprocidade negativa e a sua superação pelas
principle of reciprocity is different from the
organizações indígenas americanas; a crítica
principle of exchange (and in particular the
do neo-patrimonialismo na África e,
exchange market). So it can generate specific
finalmente a analise dos populismos na
forms of alienation which are not reducible to
America Latina contemporânea.
the main form of alienation in the exchange
system: the capitalist exploitation analyzed by O artigo se divide em três partes. A primeira
Marx lembra brevemente as bases da teoria da
reciprocidade e a necessidade de desenvolver
uma critica das formas de alienação
especificas dos sistemas de reciprocidade, por
pertencer a uma lógica diferente dos sistemas
governados apenas pela lógica ocidental da
troca. A segunda parte aplica esta proposta ao
caso do neo-patrimonialismo na África e a
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Sociólogo e antropólogo, pesquisador titular do terceira ao populismo nos países da America
CIRAD, Departamento Meio Ambiente e Sociedade, Latina. As considerações finais voltam sobre
Unidade de pesquisa Art-DEV, Montpellier, França,
sabourin@cirad.fr
essa hipótese.
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motiva o crescimento da dádiva “mais eu dou, Estruturas, níveis e formas se articulam para
mais eu sou”. Entre as expressões extremas formar sistemas de reciprocidade.
das formas negativas e positivas da
reciprocidade, as sociedades estabeleceram, Alienação na reciprocidade
então, diversas formas intermediárias. Trata-
A alienação no sentido sociológico e
se, em particular, de controlar o crescimento
antropológico corresponde a toda limitação ou
da dádiva: a ostentação, o potlatch, a dádiva
a todo condicionamento objetivamente
agonística que podem destruir e submeter o
imposto a um individuo pelo funcionamento
outro mediante o prestígio.
da sociedade e vivido como uma alteração dos
Em terceiro lugar, as relações de direitos humanos fundamentais.
reciprocidade podem ser analisadas em
Utilizo a noção de alienação no sentido
termos de estruturas, no sentido antropológico
subjetivo de Marx (1972), a privação material
do termo. Assim, se distinguem segundo
e no sentido objetivo de alteração, de desvio
algumas estruturas elementares, tais como
perverso levando a perda do sentido das
propostas inicialmente por Mauss (1931),
coisas.
Lévi-Strauss (1949), Scubla (1985) e Temple
(1998). As relações de reciprocidade Pode ser entendida no sentido dado por Hégel
estruturadas sob uma forma simétrica são (1993) e Marx :a privação da liberdade ou de
aquelas que geram valores afetivos e éticos, direitos humanos sofrida por um individuo ou
como o havia identificado Aristóteles (1994). um grupo social sob a pressão de fatores
A relação de reciprocidade em uma estrutura permanentes (Hégel) ou históricos (Marx) que
bilateral simétrica gera um sentimento de o os sujeitam a natureza ou à uma classe
amizade; a estrutura de divisão simétrica dos dominante.
bens dentro de um grupo gera a justiça. Assim,
outros tipos de relação, em outras estruturas, Por extensão utilizarei aqui a noção de
podem produzir outros valores específicos. alienação no sentido dado por Haber (2007)
como privação dos médios concretos de
O quarto elemento da teoria remete aos exercício da liberdade, mas também como
diferentes níveis do princípio de reciprocidade perda de sentido e de objetividade de um
e aos modos que lhe são específicos. Existem pensamento ou de uma relação.
três planos ou níveis de reciprocidade: o real, o
simbólico (a linguagem) e o imaginário (as Janus bifrons, l‟aliénation est autant une «
diminution qui transforme » qu‟une «
representações) (Temple, 2010). dépendance qui assujettit et emprisonne »
(p. 36). Ce qui unit les deux aspects du
Assim, existem várias estruturas fundamentais phénomène, c‟est un mécanisme inquiétant
de reciprocidade que geram sentimentos de transfert par lequel la victime devient
complice du mal qui l‟accable (Haber, 2007
diferentes e, portanto, valores diferentes. p 33-36).
Existem várias formas de reciprocidade, que
lhe conferem imaginários diferentes. O As comunidades de reciprocidade têm
sentimento do ser originário pode ser encontrado respostas mostrando que
capturado no imaginário do prestígio ou no da analisaram desde há tempo as formas de
vingança, dando lugar a formas de alienação mais legíveis como os excessos
reciprocidade positivas, negativas e simétricas. provocados pela dádiva agonística na procura
do prestigio ou pela assimetria da relação e
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encontramos uma nova forma de poder mais As palavras de Santa-Cruz não significam a
adaptada: é o Conselho”. soma das forças de uns para afrontar os outros,
senão a renúncia à força (ou a certas alianças
Trata-se aí de uma passagem da reciprocidade com forças coloniais ou da sociedade nacional)
positiva (a reciprocidade das dádivas) em para criar uma situação moral superior. A
direção à reciprocidade simétrica (a partilha da expressão seria a de homens que querem viver
autoridade). De fato, indica Temple (2000), os em respeito mútuo, na paz, na amizade e na
chefes locais ou regionais tinham justiça e que pretendem ser responsáveis pela
transformado a reciprocidade das origens em humanidade e pela natureza (Temple, 2000b,
dialética da dádiva, ou seja, em competição tradução nossa).
para o prestígio (mais eu dou, maior sou). A
reciprocidade simétrica corresponde à paridade A tese patrimonial na África
entre os donatários “sem referência a quem
pode dar mais”, precisa Temple (2000). Para Chabal e Daloz (1999) em L‟Afrique est
ele, essa forma de reciprocidade gera mais que partie! Le désordre comme instrument
a compreensão mútua proveniente do diálogo e politique (a África partiu ! Desordem como
dos debates do conselho: ela produz valores instrumento político) consideram que um
éticos como a confiança, a amizade, a justiça e dirigente não adquire sua legitimidade através
a responsabilidade, “valores que são de um bom governo, mas por sua capacidade
preferidos ao prestígio, que depende da em trazer benefícios à comunidade que o
quantidade do que podemos oferecer aos elegeu com as conseqüências do seu poder.
outros” (idem, tradução nossa). Opostamente ao modelo do Estado não
patrimonial de Max Weber (1921-1995), onde
As etnias amazônicas da Bolívia e do Peru, a redistribuição é igualitária e horizontal, essa
que foram informadas da criação do Conselho redistribuição acontece verticalmente em
Indígena do Paraguai, se reconheceram nessa benefício de um eleitorado particular. Nesse
nova expressão mais equilibrada da sistema, a oposição não tem lugar, pois os
reciprocidade e na dinâmica de generalização vencedores das competições eleitorais
da reciprocidade. “faturam todas as apostas”. De onde a falência
do modelo de democracia parlamentar à
Segundo Temple (2000), a liberdade maneira ocidental na maioria dos países
reivindicada pelos ameríndios não se limita à africanos.
afirmação dos direitos do indivíduo e das suas
próprias faculdades, mas igualmente as Para Chabal e Daloz, a manifestação da lógica
capacidades que ele recebe de sua participação social de reciprocidade assimétrica associada à
em uma assembléia comunitária. Essa noção de “patrimonialismo” se apóia sobre “o
participação supõe renunciar em parte ao uso recurso espontâneo e racional aos recursos de
de sua própria força contra os outros, na um ambiente cultural profundamente
medida em que desse reconhecimento nasce enraizado” (Chabal & Daloz, 1999: 132).
um valor comum irredutível ao indivíduo ou a
outra parte. Para ele, a assembléia comunitária As elites e as redes sociais que formam suas
faz referência à humanidade que nasce da clientelas encontrando seu interesse em “um
relação com o outro e não da fusão em uma estado de confusão, de incerteza, às vezes de
massa de indivíduos idênticos. caos, que caracteriza muitas vezes os regimes
políticos africanos” (idem, p. XVIII), seria
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Sob essa visão truncada, Chabal e Daloz não Nós avançamos que as racionalidades
individuais permanecem fortemente submetidas
chegam a ler na lógica de redistribuição a lógicas coletivas. Queremos dizer aqui, por
africana a natureza da resistência em relação à um lado, a persistência de um respeito
da livre troca. Sob a noção de quadro informal preponderante em direção à comunidade da
qual somos provenientes e suas diversas
se desenha uma perspectiva prática chamada prescrições; por outro lado, que as relações de
trocas personalizadas na base de toda poder (político) se expressam sempre em
referência a esse quadro. (Tradução nossa).
notoriedade. Contudo, acrescentam (2003b)
“trocas personalizadas levam a outra
perspectiva que a da livre troca, que é por Para Temple (2003b) “as prescrições éticas das
definição despersonalizada, livre querendo culturas africanas não estão escritas e elas
dizer, no Ocidente, livre de toda opressão de devem voltar às fontes de suas matrizes de
qualquer ordem simbólica que seja, ou ainda, origem, ou seja, às estruturas de reciprocidade.
reduzida ao único valor de utilidade da coisa Não é, portanto, ao coletivo que o particular
trocada”. deve suas referências, mas às suas relações
com outro, segundo certa lógica”.
Chabal e Daloz reconhecem bem a
personalização das chamadas trocas como 2. O segundo ponto se refere ao imperativo da
estando na base da notoriedade. Se a reciprocidade tão manifestamente “onipresente
notoriedade é sinônimo de poder, esse poder nas relações políticas”.
não depende das coisas trocadas mas da
personalização de suas trocas. Tal associação Nós não entendemos isto como uma simples
troca de favores recíprocas, que, de fato,
entre personalização e notoriedade não é, sem poderíamos encontra em muitos lugares do
dúvidas, um perigo se ela não corresponde, mundo, mas uma atitude muito mais
efetivamente, ao sistema formal ocidental, ela fundamental que governa o conjunto das
relações sociais políticas (entre atores mais ou
leva, então, a outro sistema formal.(Bayart, menos dominantes, como entre eles e suas
1989). comunidades, suas redes de domínio).
Tradução nossa.
Segundo Temple (2003b) “Podemos, portanto,
A reciprocidade é um princípio, diz Temple
ter uma segunda leitura dessa constatação : “a
(2003b), mas sua atualização se traduz por
supremacia das redes informais (comunitárias
várias estruturas que produzem cada uma um
ou faccionais) ligando em permanência o
valor particular de modo que é possível
conjunto dos sistemas político-sociais do mais
construir sistemas éticos distintos uns dos
„alto‟ ao mais „baixo‟, torna-se obvia”, pois
outros em que testemunham as diversas
basta suprimir a palavra informal para ser
culturas africanas. É, portanto, uma relação
interpelado pela lógica das instituições
complexa e concreta com a reciprocidade que
africanas”. Tradução nossa
deveria se considerar, e não uma relação
Chabal e Daloz concluem sua argumentação ideológica.
através de cinco constatações às quais Temple
3. A preeminência das relações de natureza
(2003b) responde com base na teoria da
vertical sobre o plano político.
reciprocidade.
Praticamente toda carreira africana visa o
1. A primeira se refere à dupla indivíduo- estatuto do Big man, grande especialista em
comunidade. relações personalizadas e sempre preocupados
em parecer estar acima dos seus concorrentes,
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Os fenômenos de paternalismo,
5. No final da sua argumentação, Chabal e patrimonialismo e populismo não são
Daloz relativizam a idéia da desordem como sinônimos, longe disso, mesmo se
instrumento político para a mais nuançada “de freqüentemente eles são associados a cálculos
um outro ordem econômico e político”. Este eleitoreiros ou clientelistas.
seria baseado não mais na propriedade privada
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conjunção das alienações dos dois sistemas: ARISTOTELES, [-350], 1994. Ethique à
exploração capitalista e opressão paternalista, Nicomaque, V, 8, 1132 b- 1133, Paris,
como identificado no Brasil (Sabourin, 2009). Vrin, 238 p.
Outras formas de alienação dos sistemas de BAYART Jean François, 1989. L'Etat en
reciprocidade, ligadas à fixação dos estatutos Afrique, la politique du ventre, Paris,
(classes e castas) ou ao fechamento da Fayard.
reciprocidade dentro de imaginários
totalitários (religiosos, ideológicos ou BOURDIEU Pierre. Raisons pratiques. Sur la
racistas), ganhariam também a ser théorie de l’action. Paris : Le seuil, 1994,
reconsideradas sob o ângulo da teoria da
CAILLÉ Alain, Anthropologie du don Le tiers
reciprocidade.
paradigme Paris : Desclée de Brouwer,
Um potencial de contribuição importante para 2001.
a análise das políticas públicas e da ação do
CHABAL Mireille, 2006. Les formes de
Estado reside na questão da identificação das
réciprocité positive, négative, symétrique.
formas de alienação específicas às lógicas de
Conférence in Cauris
reciprocidade. É um aspecto que não está
http://afrique.cauris.free.fr/conferences.htm
sendo tratado pela teoria da dádiva, do mesmo
l Accès le 20/05/2006
modo que o tema da reciprocidade de
vingança. CHABAL Patrick ; DALOZ Jean Pascal,
1999. L'Afrique est partie ! Du désordre
A dupla leitura dos princípios econômicos
comme instrument politique, Paris.
(reciprocidade e troca ou dádiva e mercado)
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deve ser complementada por uma dupla leitura
das suas formas de alienação. Caso contrario, DUBY George 1974. Débats in Annales ESC ,
não existe possibilidade de crítica e de n° 6, p 1366-67, Paris, Armand Colin
correção.
DUBY George 1978. Les trois ordres où
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populismo na America Latina, e do neo- Paris, 1978
patrimonialismo na África, precisa dessa dupla
análise para sair do impasse da critica estéril DUMONT, Louis 1966. Homo Hierachicus,
pela razão única ocidental. Trata-se também de Le Seuil, Paris.
evitar os vieses da acumulação do poder nas
mãos de governantes que escapam a todo FREGOSI, René. 2006. Altérités et
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