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Goiânia, _____ de __________________ de 2023.

Professor (a): Yasmeen Cunha


Aluno(a):___________________________________________ - Série: ____________________
PROPOSTA DE REDAÇÃO
TEXTO 1: “‘O abandono é o distanciamento do agente (pai, mãe ou responsável) de maneira que ele perde
controle sobre o que pode acontecer com aquele incapaz’, relata o advogado criminalista Leonardo
Pantaleão. Por ‘incapaz’ entenda-se toda pessoa que por incapacidade psíquica ou motora não tem condições
de se defender sozinha dos riscos aos quais está sujeita durante o abandono. Além de uma criança, portanto,
isso pode acontecer com um idoso ou uma pessoa com deficiência física ou mental, por exemplo. Segundo
Leonardo, o simples fato de realizar o abandono prevê detenção de seis meses a três anos – a pena varia de
acordo às consequências do abandono. Além dos pais, adultos como os avós, tios, babás e mesmo os
professores que assumem a responsabilidade das crianças, ainda que temporariamente, têm o dever de zelar
pelo bem-estar delas e por sua integridade, podendo ser incriminados no caso de acidentes. [...]. Saídas
rápidas à padaria ou ao supermercado, em que os pais deixam o filho sozinho em casa, podem ser
configuradas como de abandono de incapaz. Por lei, isso vale para adolescentes de até 16 anos, quando eles
adquirem certa autonomia e passam a responder por seus atos em conjunto com os pais. Mas, na prática,
mesmo antes dessa idade muitos jovens podem ser considerados capazes de cuidar de si por alguns
instantes.”
(Disponível em: https://cangurunews.com.br/abandono-de-incapaz/. Acessado em: 21/02/2023).

TEXTO 2: “No Brasil, o desamparo familiar, principalmente de idosos, cresce junto com a expectativa de
vida. Pois, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), até 2025, o Brasil será o sexto país do mundo
com o maior número de pessoas idosas. Na nova sociedade, devido às mudanças nos laços familiares, a
tendência é que os idosos não tenham mais a garantia de um cuidador próximo diariamente, além da falta de
políticas públicas que protejam esse grupo em momentos de abandono. Visto que o envelhecimento também
pode barrar a terceira idade de avançar no mercado de trabalho, o que os torna mais dependentes de filhos e
terceiros para o seu sustento. Diante disso, por motivos de negligência, condições físicas ou financeiras para
a prestação de cuidados, não é incomum familiares abandonarem idosos em hospitais ou asilos. Além do
desamparo intencional, há a ocorrência frequente da prática de violência com pessoas da terceira idade. De
acordo com dados do Disque 100, do Ministério da Mulher, desde o início da pandemia até o ano passado,
foram registradas cerca de 48,5 mil denúncias sobre casos de violação de direitos dos idosos. Contudo, o que
ainda está pouco claro para a população é que o abandono de pessoas idosas seja em abrigos, hospitais ou
até mesmo dentro dos lares, é crime. [...]. Conforme o artigo 133 do Código Penal Brasileiro, atos como
abandono de incapaz resultam em pena de detenção de dois a cinco anos. Se o abandono for seguido de
lesão corporal grave, a pena subirá de três a sete anos de reclusão. Caso resulte em morte, a pena será de oito
a quatorze anos.”
(Disponível em: https://www.adpec.org.br/defensores-explicam-seu-papel-na-educacao-em-direitos-e-protecao-das-vitimas-de-
abandono-de-incapaz/. Acessado em: 21/02/2023).

TEXTO 3: “Leonardo, 25 anos, tem distrofia muscular – uma deficiência que causa fraqueza progressiva e
perda de massa muscular. Desde os 15 anos, ele morou em uma instituição de acolhimento para pessoas com
deficiência no Brasil. Sua mãe achava que não tinha escolha a não ser colocá-lo lá. “Sofri muito quando
Leonardo precisou ser transferido para a instituição…, mas não tive outra escolha. O Estado não me dá
nenhum apoio para cuidar dele em casa”, ela disse. Sua esperança era que a instituição pudesse cuidar dele
de uma forma que ela não poderia. Leonardo dividia um quarto com outros 24 homens e mulheres com
deficiência. As camas eram colocadas diretamente uma ao lado da outra, sem sequer uma cortina para dar
privacidade. Leonardo não tinha controle sobre sua vida; ele estava sujeito ao cronograma e às decisões da
instituição. Ele ficava na cama a maior parte do dia, mesmo para as refeições, sem nada relevante para fazer:
“Eu sou colocado na cadeira de rodas de manhã, mas tenho que ser colocado de volta na cama porque... não
há ninguém para me colocar de volta à noite. Sinto falta da minha casa e gostaria de morar com minha mãe,
mas entendo que ela está envelhecendo e que não poderia me aguentar fisicamente”. A experiência de
Leonardo não é única. Ele é uma entre milhares de pessoas no Brasil que vivem em instituições de
acolhimento para pessoas com deficiência. A maioria das pessoas entra ainda criança e continua a viver lá
quando adulto, algumas por toda a vida. Nessas instituições, crianças e adultos podem enfrentar negligência,
condições desumanas e abuso, com pouco respeito a sua dignidade e necessidades ou preferências
individuais. Muitos adultos que vivem em instituições são vítimas de detenção ilegal, de acordo com as
obrigações do Brasil perante o direito internacional, uma vez que um responsável legal os coloca nessa
situação, sem reconhecer-lhes o direito de contestar essa decisão. O governo brasileiro oferece apoio
insuficiente para que famílias de crianças com deficiência criem seus filhos em casa e que adultos com
deficiência vivam de forma independente, resultando na escolha pela institucionalização.”
(Disponível em: https://www.hrw.org/pt/report/2018/05/23/318010. Acessado em: 21/02/2023).

TEXTO 4:

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua
formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa
sobre o tema “A naturalização do abandono de incapazes no Brasil”, apresentando proposta de
intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa,
argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

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