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TEXTO 2: “No Brasil, o desamparo familiar, principalmente de idosos, cresce junto com a expectativa de
vida. Pois, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), até 2025, o Brasil será o sexto país do mundo
com o maior número de pessoas idosas. Na nova sociedade, devido às mudanças nos laços familiares, a
tendência é que os idosos não tenham mais a garantia de um cuidador próximo diariamente, além da falta de
políticas públicas que protejam esse grupo em momentos de abandono. Visto que o envelhecimento também
pode barrar a terceira idade de avançar no mercado de trabalho, o que os torna mais dependentes de filhos e
terceiros para o seu sustento. Diante disso, por motivos de negligência, condições físicas ou financeiras para
a prestação de cuidados, não é incomum familiares abandonarem idosos em hospitais ou asilos. Além do
desamparo intencional, há a ocorrência frequente da prática de violência com pessoas da terceira idade. De
acordo com dados do Disque 100, do Ministério da Mulher, desde o início da pandemia até o ano passado,
foram registradas cerca de 48,5 mil denúncias sobre casos de violação de direitos dos idosos. Contudo, o que
ainda está pouco claro para a população é que o abandono de pessoas idosas seja em abrigos, hospitais ou
até mesmo dentro dos lares, é crime. [...]. Conforme o artigo 133 do Código Penal Brasileiro, atos como
abandono de incapaz resultam em pena de detenção de dois a cinco anos. Se o abandono for seguido de
lesão corporal grave, a pena subirá de três a sete anos de reclusão. Caso resulte em morte, a pena será de oito
a quatorze anos.”
(Disponível em: https://www.adpec.org.br/defensores-explicam-seu-papel-na-educacao-em-direitos-e-protecao-das-vitimas-de-
abandono-de-incapaz/. Acessado em: 21/02/2023).
TEXTO 3: “Leonardo, 25 anos, tem distrofia muscular – uma deficiência que causa fraqueza progressiva e
perda de massa muscular. Desde os 15 anos, ele morou em uma instituição de acolhimento para pessoas com
deficiência no Brasil. Sua mãe achava que não tinha escolha a não ser colocá-lo lá. “Sofri muito quando
Leonardo precisou ser transferido para a instituição…, mas não tive outra escolha. O Estado não me dá
nenhum apoio para cuidar dele em casa”, ela disse. Sua esperança era que a instituição pudesse cuidar dele
de uma forma que ela não poderia. Leonardo dividia um quarto com outros 24 homens e mulheres com
deficiência. As camas eram colocadas diretamente uma ao lado da outra, sem sequer uma cortina para dar
privacidade. Leonardo não tinha controle sobre sua vida; ele estava sujeito ao cronograma e às decisões da
instituição. Ele ficava na cama a maior parte do dia, mesmo para as refeições, sem nada relevante para fazer:
“Eu sou colocado na cadeira de rodas de manhã, mas tenho que ser colocado de volta na cama porque... não
há ninguém para me colocar de volta à noite. Sinto falta da minha casa e gostaria de morar com minha mãe,
mas entendo que ela está envelhecendo e que não poderia me aguentar fisicamente”. A experiência de
Leonardo não é única. Ele é uma entre milhares de pessoas no Brasil que vivem em instituições de
acolhimento para pessoas com deficiência. A maioria das pessoas entra ainda criança e continua a viver lá
quando adulto, algumas por toda a vida. Nessas instituições, crianças e adultos podem enfrentar negligência,
condições desumanas e abuso, com pouco respeito a sua dignidade e necessidades ou preferências
individuais. Muitos adultos que vivem em instituições são vítimas de detenção ilegal, de acordo com as
obrigações do Brasil perante o direito internacional, uma vez que um responsável legal os coloca nessa
situação, sem reconhecer-lhes o direito de contestar essa decisão. O governo brasileiro oferece apoio
insuficiente para que famílias de crianças com deficiência criem seus filhos em casa e que adultos com
deficiência vivam de forma independente, resultando na escolha pela institucionalização.”
(Disponível em: https://www.hrw.org/pt/report/2018/05/23/318010. Acessado em: 21/02/2023).
TEXTO 4:
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua
formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa
sobre o tema “A naturalização do abandono de incapazes no Brasil”, apresentando proposta de
intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa,
argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.