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Adaptabilidade de caprinos Boer e Anglo-Nubiana às condiçoes climáticas do


Meio-Norte do Brasil

Article · January 2007


Source: OAI

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6 authors, including:

Amilton Paulo Raposo Costa Sílvia Turco


Universidade Federal do Piauí Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF)
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José Elivalto Guimarães Campelom Danielle Maria Machado Ribeiro Azevêdo

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ADAPTABILIDADE DE CAPRINOS BOER E ANGLO-NUBIANA ÀS
CONDIÇÕES CLIMÁTICAS DO MEIO-NORTE DO BRASIL*

BOER AND ANGLO-NUBIANA GOATS ADAPTABILITY IN THE BRAZIL' MIDDLE-NORTH


CLIMATIC CONDITIONS

Martins Júnior, L.M. 1, A.P.R. Costa 2, D.M.M.R. Azevêdo3, S.H.N. Turco4, J.E.G. Campelo5 e
M.C.S. Muratori6

1
Universidade Federal do Piauí. Centro de Ciências Agrárias. Campus da Socopo. Teresina, Piauí. CEP
64.049-550. Brasil.
2
Departamento de Morfofisiologia Veterinária/UFPI. Universidade Federal do Piauí. Centro de Ciências
Agrárias. Campus da Socopo. Teresina, Piauí. CEP 64.049-550. Brasil amiltonfox@uol.com.br
3
Embrapa Meio-Norte, BR 343, Km 35. Parnaíba, Piauí. CEP 64.200-911. Brasil. azevedo@cpamn.embrapa.br
4
Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais/UNEB. Av. Dr. Edgard Chastinet Guimarães, s/n. Bairro
São Geraldo. Juazeiro. Bahia, CEP 48.900-000. Brasil. silviaturco@terra.com.br
5
Departamento de Zootecnia/UFPI. Universidade Federal do Piauí. Centro de Ciências Agrárias. Campus
da Socopo. Teresina, Piauí. CEP 64.049-550. Brasil. elivalto@ufpi.br
6
Departamento de Morfofisiologia Veterinária/UFPI. Universidade Federal do Piauí. Centro de Ciências
Agrárias. Campus da Socopo. Teresina, Piauí. CEP 64.049-550. Brasil. christina@ufpi.br

PALAVRAS CHAVE ADICIONAIS ADDITIONAL KEYWORDS

Adaptação. Bioclimatologia. Estresse térmico. Adaptation. Bioclimatology. Heat stress.


Parâmetros fisiológicos. Physiologic parameters.

RESUMO

Este trabalho teve por objetivo avaliar a utilizado delineamento inteiramente casualizado
adaptabilidade das raças caprinas Boer e Anglo- em fatorial (2 raças e 2 períodos). Foi utilizado o
Nubiana às condições climáticas do Meio-Norte teste de Kruskal-Wallis. A TA, em °C, e a UR, em
do Brasil. Foram utilizados para isto dois testes p.100, foram, no período seco, TA= 33,0 ± 1,5 e
de adaptabilidade (Ibéria e Benezra) e um teste UR= 55,0 ± 7,43; e no período chuvoso, TA= 30,0
de dissipação de calor (Rainsby). Nos dois ± 2,02 e UR= 81,2 ± 6,99. No teste de Ibéria os
primeiros testes foram utilizados, de cada raça, caprinos Boer demonstraram uma maior
sete machos enquanto que no terceiro apenas adaptação às condições de Meio-Norte, nos dois
quatro. Foram realizadas quatro coletas no pe- períodos avaliados. No teste de Benezra foi
ríodo seco e no período chuvoso e nos mesmos constatada melhor resposta adaptativa (p<0,05)
dias de coleta foram medidas a temperatura da raça Boer no período seco enquanto que no
ambiente (TA) e a umidade reativa do ar (UR). Foi período chuvoso a raça Anglo-Nubiana
apresentou maior adaptação (p<0,05) às
*Pesquisa financiada pelo MCT/CNPq/PADCT. condições climáticas. No teste de Rainsby, os
Projeto Casadinho. Região Nordeste. caprinos Boer e os Anglo-Nubiana não

Arch. Zootec. 56 (214): 103-113. 2007.

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MARTINS JÚNIOR, COSTA, AZEVÊDO, TURCO, CAMPELO E MURATORI

apresentaram diferença significativa (p>0,05) importância para a região Nordeste,


nos dois períodos avaliados. Em conclusão, de possuindo a mesma o maior efetivo
acordo com os testes utilizados, os caprinos caprino do Brasil. No entanto, o
Boer são melhor adaptados às condições de desempenho dos animais nesta região
estresse pelo calor da sub-região Meio-Norte do é ainda insatisfatório, em decorrência,
Brasil que os caprinos da raça Anglo-Nubiana. principalmente da criação extensiva
que sujeita os animais às intempéries
naturais como as condições climáticas
SUMMARY e deficiência nutricional em determi-
nadas épocas do ano.
This work was carried out to measure the
adaptability in Boer and Anglo-Nubiana goats on
No que concerne às condições cli-
the tolerance (Ibéria and Benezra) and the
máticas, é preciso conhecer a adapta-
dissipation (Rainsby) tests, at Timon, state of
bilidade dos animais criados na região.
Maranhão, Brazil. The experiment was conduct No entanto, infelizmente, poucos
from 2002 October to 2003 May. Fourteen animals trabalhos têm sido realizados e, quando
were used in the Ibéria and Benezra tests (7= ocorrem, se prendem à avaliação de
Boer and 7= Anglo-Nubiana) and eight male parâmetros fisiológicos como tempe-
goats were used (4= Boer and 4= Anglo-Nubiana) ratura retal, freqüência respiratória e
in the Rainsby test. The goats were submitted at freqüência cardíaca (Costa e Abreu,
the same conditions. In the same days and times, 1994; Brasil et al., 1998; Medeiros et
the temperature (TA) and relative humidity of the al., 1998a,b,c; Santos et al., 2003;
air (UR) were also collected. It was used the Santos et al., 2004a,b; Turco et al.,
completely randomized design in the factorial 2004), em geral comparando raças
schemes (2 breed and 2 periods). The Kruskal- exóticas que há muito tempo estão na
Wallis test was used. The TA, in °C, and the UR, região e raças nativas.
in percent, were, in the dry period TA= 33.0 ± 1.5 Com a raça Boer, introduzida no
and UR= 55.0 ± 7.43; and in the rain period, TA= Brasil há cerca de oito anos, com a
30.0 ± 2.02 and UR= 81.2 ± 6.99. In the Iberia test finalidade de incrementar a produção
the Boer goats demonstrated better adaptation de carne caprina no país, poucos têm
than Anglo-Nubiana goats to the Meio-Norte
sido os trabalhos de avaliação da
conditions, in both periods. In the Benezra test
adaptabilidade, mesmo considerando-
Boer goats presented better adaptation answer
se apenas a verificação dos parâmetros
in the dry period but in the rain period Anglo-
Nubiana goats were better (p<0.05) in the two
fisiológicos (Santos et al., 2003). Fren-
breeds. In the Rainsby test, the Boer and Anglo-
te a isto e considerando-se que a raça
Nubiana goats do not present significant Boer é originária da África do Sul,
difference (p>0.05) in the two periods. In região tropical como o Brasil, é objeti-
conclusion, according the tests utilized, the Boer vo deste trabalho comparar a adapta-
goats are better adaptable in the hot stress bilidade desta raça à da Anglo-Nubiana,
conditions. esta última já bastante disseminada no
país, através da aplicação de testes de
adaptabilidade, buscando subsídios para
INTRODUÇÃO a escolha da melhor raça, em termos
de adaptação climática à sub-região
A criação de caprinos tem grande Meio-Norte do Brasil.

Archivos de zootecnia vol. 56, núm. 214, p. 104.

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ADAPTABILIDADE DE BOER E ANGLO-NUBIANA AO MEIO-NORTE DO BRASIL

MATERIAL E MÉTODOS corporal em 39,1°C.


18= constante.
Neste experimento foram utiliza- TR= temperatura retal média final.
dos três diferentes testes: o teste de 39,1oC= temperatura retal média considerada
normal para o caprino.
Ibéria ou Rhoad, o teste de Benezra e
o teste de Rainsby, a fim de comparar
Esta fórmula admite a temperatura
a adaptabilidade de caprinos das raças
39,1o C como temperatura retal normal
Boer e Anglo-Nubiana. Todos os tes-
para o caprino, sendo uma variação da
tes foram realizados na mesma
fórmula original, desenvolvida para
propriedade-Fazenda Água Limpa, no
bovinos, que considera uma tempera-
município de Timon, Maranhão, dis-
tura de 38,3o C como normal para a
tante 465 km da capital do estado e
espécie. O delineamento estatístico uti-
apenas 35 km de Teresina, capital do
lizado para análise dos resultados foi o
vizinho estado do Piauí. Foram utiliza-
inteiramente casualizado em esquema
dos nos três testes animais machos,
fatorial 2x2 (duas raças x dois perío-
adultos e sadios.
dos), com sete repetições (caprinos).
No teste de Ibéria foram utilizados
No teste de Benezra também foram
sete animais de cada uma das raças
utilizados sete animais de cada raça,
avaliadas. Os animais ficaram expostos
Boer e Anglo-Nubiana. Os animais
ao Sol durante 30 minutos, em dois
foram mantidos à sombra, em um dia
horários distintos: às 10 e às 15 horas,
ensolarado com temperatura ambiente
em um dia com temperatura ambiente
variando de 29,5 a 35oC. Foram aferidas
variando de 29,5 e 35o C, conforme
a temperatura retal, em o C, por meio de
recomendações para realização do teste
termômetro clínico digital e freqüência
(Muller, 1982). A temperatura retal
respiratória, em movimentos respi-
(TR) dos animais foi aferida através
ratórios/minuto, através da observação
de termômetro digital introduzido no
dos movimentos do flanco dos animais.
reto do animal, até soar o sinal sonoro
Estes parâmetros fisiológicos foram
de estabilização da temperatura, uma
obtidos sempre no intervalo de 14 às 15
vez por semana, durante quatro sema-
horas (horário mais quente do dia),
nas, no período seco (outubro/no-
uma vez por semana, durante quatro
vembro) e também quatro semanas no
semanas no período seco (outubro/
período chuvoso (fevereiro/março). Os
novembro) e quatro no período chuvoso
animais participavam do manejo nor-
(fevereiro/março).
mal da propriedade nos demais dias,
O coeficiente de adaptabilidade 1
indo ao campo para pastejo.
(CA1) foi obtido segundo fórmula:
O coeficiente de tolerância ao calor
foi determinado através da seguinte CA1= TR/39,1 + FR/19
fórmula: onde:
CA1= coeficiente de adaptabilidade.
CTC= 100 – [18 (TR – 39,1)] TR= temperatura retal observada, em °C.
onde: FR= freqüência respiratória observada, em
CTC= coeficiente de tolerância ao calor. movimentos por minuto.
100= eficiência máxima em manter a temperatura 39,1= temperatura retal média normal considera-

Archivos de zootecnia vol. 56, núm. 214, p. 105.

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MARTINS JÚNIOR, COSTA, AZEVÊDO, TURCO, CAMPELO E MURATORI

da para caprinos. onde permaneciam tendo sua tempe-


19= freqüência respiratória média normal para ratura retal aferida a cada 15 minutos,
caprinos. até completar uma hora após o teste.
Os dados para realização do teste de
Esta fórmula foi adaptada de Muller Rainsby foram coletados uma vez por
(1982), comparando-se o resultado semana, durante quatro semanas no
obtido com o padrão 2, que é observa- período seco e quatro no período
do quando os parâmetros fisiológicos chuvoso. O delineamento estatístico
não se alteram em relação ao normal. utilizado foi o inteiramente casualizado
Quanto mais próximo do padrão 2, mais em esquema fatorial 2 x 2 (2 raças x 2
adaptado o animal (ou raça) ao calor. períodos), com 4 repetições.
Outro coeficiente de adaptabilidade Utilizando-se a mesma metodologia
(CA2) foi determinado, acrescentando- e animais do teste de Rainsby foi
se o parâmetro freqüência cardíaca à coletada também a freqüência res-
fórmula anterior, sendo a freqüência piratória, a fim de confirmar os resulta-
obtida através da contagem do número dos obtidos para o teste quanto à
de batimentos cardíacos por minuto, adaptabilidade das duas raças.
com auxílio de um estetoscópio. A As médias para TA e UR foram
fórmula então foi: utilizadas na estimativa do índice de
temperatura e umidade (ITU), segun-
CA2= TR/39,1 + FR/19 + FC/75
do a fórmula proposta por Buffington
et al. (1982):
considerando-se 75 a freqüência
cardíaca média normal para a espécie
ITU= 0,8TA + UR(TA-14,3)/100 + 46,3
caprina. O novo coeficiente foi então onde:
comparado ao padrão 3. O delinea- TA= temperatura ambiente, em oC e
mento estatístico empregado foi o UR= umidade relativa do ar, em p.100.
inteiramente casualizado em esquema
fatorial 2x2 (2 raças e 2 períodos) e
sete repetições. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para o teste de Rainsby foram uti-
lizados quatro caprinos de cada uma As médias para temperatura am-
das raças avaliadas. Seguindo as biente e a umidade relativa do ar no
recomendações para realização do teste período seco foram, respectivamente,
(Muller, 1982), os animais passaram a 33,0o C (±1,5) e 55,0 p.100 (±7,43); e
noite anterior à coleta de dados no período chuvoso, 30,0o C (±2,02) e
recolhidos no aprisco. Logo pela 81,2 p.100 (±6,99). Nos diferentes
manhã, foi realizada uma medição da horários de coleta de dados, nos dois
temperatura retal, através de termô- períodos, a TA e a UR foram utilizadas
metro digital. A seguir os animais foram para cálculo do índice de temperatura
submetidos a exercício intenso (corri- e umidade (ITU), apresentado na
da), durante 10 minutos, determinado- tabela I. Este índice, originalmente
se novamente a temperatura retal. Os desenvolvido por Thom (1958) como
animais eram então levados à sombra um índice de conforto térmico humano,

Archivos de zootecnia vol. 56, núm. 214, p. 106.

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ADAPTABILIDADE DE BOER E ANGLO-NUBIANA AO MEIO-NORTE DO BRASIL

tem sido utilizado para descrever o Tabela II. Teste de Ibéria, em coeficiente de
conforto de animais, principalmente tolerância ao calor (CTC)*, para as raças
bovinos, desde que Johnson et al. Boer e Anglo-Nubiana, nos períodos seco e
(1962) relataram redução na produção chuvoso, no município de Timon, Maranhão.
de leite de vacas associada ao aumen- (Ibéria test to Boer and Anglo-Nubiana breeds,
to no valor do ITU. for the hot tolerance coefficient (HTC)*, in the dry
Segundo Hahn (1985), para os and rain periods, in Timon, Maranhão).
animais domésticos em geral, um valor
de ITU inferior igual ou inferior a 70 Boer Anglo-Nubiana
indica condição normal, não es-
tressante; entre 71 e 78 é considerado Período seco* 89,6aA 84,8bB
crítico; entre 79 e 83, indica perigo; e Período chuvoso 88,3aA 86,8aB
acima de 83 constitui emergência. Média 89,0a 85,8b
Considerando estes valores, verifica-
se que em todos os horários, tanto no *CTC= 100 – [18 (TR – 39,1)], onde CTC= coefi-
período chuvoso quanto seco, os capri- ciente de tolerância ao calor; 100= eficiência
máxima em manter a temperatura corporal em
nos Boer e Anglo-Nubiana deste ex-
39,1oC; 18= constante; TR= temperatura retal
perimento estiveram sujeitos à ITU média final, e 39,1oC= temperatura retal média
superior a 78, ou seja, em condições considerada normal para o caprino.
estressantes críticas ou de perigo. a,b
Médias seguidas de letras distintas, minúscu-
Dados meteorológicos coletados ao las na linha e maiúsculas na coluna, diferem
sol e à sombra durante experimento de (p<0,05) pelo teste de Kruskal-Wallis.
Al-Tamini (2006) no sul da Jordânia,
resultaram em ITU de 68,4; 80,2 e 75,0
às 6, 12 e 19 horas, respectivamente. diferença entre os valores de ITU ao
No entanto, apesar de não encontrada sol e à sombra, os animais submetidos
ao sol, apresentaram temperatura re-
tal (TR) e freqüência respiratória (FR)
Tabela I. Índice de temperatura e umidade superiores àqueles mantidos em abri-
(ITU) nos períodos seco e chuvoso, em go, o que denota, segundo o autor, o
Timon, Maranhão. (Temperature and humidity efeito da radiação solar.
index (THI) in the periods dry and rainy, in Timon, Os resultados obtidos para o coefi-
Maranhão). ciente de tolerância ao calor (CTC),
segundo o teste de Ibéria (tabela II),
ITU mostram que nos dois períodos
Horário (h) Período seco Período chuvoso avaliados, seco e chuvoso, e também
na média global, o valor obtido para a
7-8 80,90±0,79 81,30±1,92 raça Boer foi significativamente supe-
10-11 83,67±2,87 84,18±17,8 rior (p<0,05) ao da raça Anglo-Nubiana.
14-15 85,09±2,04 84,09±3,36
Este resultado denota que os caprinos
17-18 84,57±0,90 83,22±3,78
da raça Boer tiveram CTC mais próxi-
20-21 78,85±1,29 81,47±0,33
mos de 100, portanto demonstraram
Média 82,66±2,70 82,85±1,39 maior capacidade de manter a tempe-
ratura corporal e, conseqüentemente,

Archivos de zootecnia vol. 56, núm. 214, p. 107.

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MARTINS JÚNIOR, COSTA, AZEVÊDO, TURCO, CAMPELO E MURATORI

maior adaptabilidade ao calor. A lite- Tabela III. Teste Benezra, em coeficiente de


ratura consultada não cita trabalhos adaptabilidade (CAT1)* para caprinos das
realizados utilizando teste de Ibéria em raças Boer e Anglo-Nubiana, nos períodos
caprinos. No entanto, alguns trabalhos seco e chuvoso, no município de Timon,
foram realizados com esta espécie Maranhão. (Benezra test, in adaptability
avaliando sua adaptabilidade quando coefficient (AC1), to Boer and Anglo-Nubiana
exposta ao sol. breeds, in the dry and rain periods, in Timon,
Arruda et al. (1984), objetivando Maranhão).
verificar o efeito da insolação sobre a
temperatura corporal de caprinos das Boer Anglo-Nubiana
raças exóticas Anglo-Nubiana e Bhuj,
e da nativa Canindé, conduziram expe- Período seco 2,492±0,038bA 3,039±0,038aA
rimento em Sobral, Ceará, no qual Período chuvoso 2,683±0,038aA 2,678±0,038bB
aferiram a temperatura corporal pela
manhã (7 horas) e à tarde (14 horas), *CA1= TR/39,1 + FR/19 (CA1= coeficiente de
depois de submeterem os animais à adaptabilidade 1; TR= temperatura retal e FR=
freqüência respiratória).
radiação solar direta, simulando a,b
Médias seguidas de letras distintas, minúscu-
condições de pastejo. As médias gerais
las na linha e maiúsculas na coluna, diferem
obtidas para temperatura respectiva- (p<0,05) pelo teste de Kruskal-Wallis.
mente, pela manhã e à tarde, foram:
38,58 e 40,01o C, para a raça Anglo-
Nubiana; 38,36 e 40,00o C para a raça Jordânia, observou que animais à som-
Bhuj e 38,27 e 40,24o C para animais da bra e ao sol apresentaram valores si-
raça Canindé. Segundo os autores, a milares de TR as 12 e 19 horas durante
temperatura retal máxima obtida foi os sete primeiros dias do experimento.
para os animais da raça Canindé, às 14 No entanto, do oitavo ao 15º. Dia, os
horas, contrário ao esperado, por ser
esta uma raça nativa.
Santos et al. (2004b), avaliando as Tabela IV. Adaptação do Teste Benezra
respostas fisiológicas de duas raças (com acréscimo da freqüência cardíaca)
exóticas, Boer e Anglo-Nubiana e duas para caprinos das raças Boer e Anglo-
raças naturalizadas, Moxotó e Parda Nubiana, nos períodos seco e chuvoso, no
Sertaneja, na sombra e após 1 hora de município de Timon, Maranhão. (Benezra
exposição ao sol, em Patos, Paraíba, test adaptation to Boer and Anglo-Nubiana breeds,
no período seco (setembro), não in dry and rain periods, in Timon, Maranhão).
detectaram diferença estatística signi-
ficativa (p>0,05) entre as raças quanto Boer Anglo-Nubiana
à temperatura retal, à sombra. Porém,
Período seco 3,572±0,047bA 4,328±0,047aA
após exposição ao sol, as temperatu-
Período chuvoso 3,740±0,047aA 3,837±0,047aA
ras retais médias das raças exóticas
foram semelhantes entre si e inferio- a,b
Médias seguidas de letras distintas, minúscu-
res às das raças naturalizadas. las na linha e maiúsculas na coluna, diferem
Al-Tamini (2006) trabalhando com (p<0,05) pelo teste de Kruskal-Wallis.
cabritos machos da raça Damasco, na

Archivos de zootecnia vol. 56, núm. 214, p. 108.

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ADAPTABILIDADE DE BOER E ANGLO-NUBIANA AO MEIO-NORTE DO BRASIL

Tabela V. Médias para temperaturas retais em acompanhamento ao Teste de Rainsby para


caprinos das raças Boer e Anglo-Nubiana, nos períodos seco e chuvoso, no município de
Timon, Maranhão. (Average to rectal temperatures in addiction the Rainsby test to Boer and Anglo-
Nubiana breeds, in dry and rain periods, in Timon, Maranhão).

Período seco Período chuvoso


Boer Anglo-Nubiana Boer Anglo-Nubiana

Descansado 38,99aA 39,01bA 38,98aA 39,07aB


Exercitado 40,55aA 40,63aA 40,04aB 40,12aB
TR1(15 minutos) 40,06aA 40,03aA 39,84aA 39,94aA
TR2 (30 minutos) 39,57aA 39,64aA 39,62aA 39,74aA
TR3 (45 minutos) 39,28aA 39,36aA 39,46aA 39,54aA
TR4 (60 minutos) 39,13aA 39,28aA 39,33bA 39,40bA

a,b
Médias no mesmo período, nas duas raças, seguidas de letras minúsculas distintas na mesma linha
diferem (p<0,05) pelo teste de Kruskal-Wallis.
A,B
Médias na mesma raça, nos dois períodos, seguidas de letras maiúsculas distintas na mesma linha
diferem (p<0,05) pelo teste de Kruskal-Wallis.

animais sob o sol, apresentaram, às 12 cardíaca, foram inseridos dados de


horas, TR 0,36 ± 0,1º C (p<0,01) acima freqüência cardíaca na fórmula do
daqueles à sombra. cálculo do coeficiente de adapta-
Na tabela III estão apresentados bilidade, passando a utilizar-se o valor
os resultados obtidos para o teste de três para as comparações, quanto mais
Benezra, com adaptações para a próximo deste valor, consideramos mais
espécie caprina, como explicitado no adaptado o animal (tabela IV). Obser-
Material e Métodos. Observa-se que vou-se então que no período seco os
houve diferença estatística significati- caprinos da raça Boer apresentaram
va (p<0,05) entre as duas raças nos coeficientes significativamente inferio-
dois períodos, sendo a média para a res (p<0,05), o que sugere uma maior
raça Boer no período seco mais próxi- adaptabilidade desta raça às condições
ma de dois, enquanto que os animais da experimentais neste período do que a
raça Anglo-Nubiana tiveram compor- raça Anglo-Nubiana.
tamento contrário, apresentando média Os resultados obtidos para o teste
mais próxima de 2 no período chuvoso. de Rainsby estão apresentados na
Estes resultados indicam adaptação tabela V. No período seco os animais
bastante diferente para as duas raças da raça Boer tiveram média inicial, ou
no que concerne, provavelmente, à seja, em descanso, significativamente
capacidade de dissipar calor através menor (p<0,05) que os da raça Anglo-
da evapotranspiração. Nubiana, diferente do que ocorreu no
Com o objetivo de conferir maior período chuvoso onde as duas raças
abrangência ao teste e dar real não apresentaram diferenças (p>0,05).
importância ao parâmetro freqüência No entanto, após os primeiros 10 minu-

Archivos de zootecnia vol. 56, núm. 214, p. 109.

511AdaptabilidadeMartins.p65 109 19/04/2007, 9:43


MARTINS JÚNIOR, COSTA, AZEVÊDO, TURCO, CAMPELO E MURATORI

Tabela VI. Efeito do exercício intenso sobre a temperatura retal (TR, em oC), logo após e aos
60 minutos após o exercício, em caprinos Boer e Anglo-Nubiana, nos períodos seco e chuvoso,
em Timon, Maranhão. (Effect of intensive exercise in the rectal temperature (RT, °C), after and 60
minutes after exercise, to Boer and Anglo-Nubiana breeds, in the dry and rain periods, in Timon,
Maranhão).

Aumento da TR após exercício Redução da TR após 60 minutos


Seco Chuvoso Seco Chuvoso

Boer 1,56±0,04aA 1,06±0,04bA 1,42±0,04aA 0,71±0,04bA


Anglo-Nubiana 1,33±0,04aB 1,05±0,04bA 1,35±0,04aA 0,71±0,04bA

a,b
Médias na mesma raça seguidas de letras minúsculas distintas diferem (p<0,05) pelo teste de Kruskal-
Wallis.
A,B
Médias no mesmo período seguidas de letras maiúsculas distintas diferem (p<0,05) pelo teste de
Kruskal-Wallis.

tos de exercício intenso, as médias aumento da temperatura retal após o


foram estatisticamente semelhantes exercício e a redução da temperatura
(p>0,05), mantendo-se esta semelhan- retal após 60 minutos do exercício,
ça aos 15, 30, 45 e 60 minutos após o para as duas raças, nos dois períodos.
exercício, tanto no período chuvoso O aumento e a redução da temperatu-
quanto no período seco. ra retal foram maiores (p<0,05) no
Na tabela VI são comparados o período seco em relação ao chuvoso,

Tabela VII. Freqüência respiratória (FR), em mov.min.-1, para caprinos das raças Boer e
Anglo-Nubiana, em acompanhamento ao Teste de Rainsby, nos períodos seco e chuvoso, no
município de Timon, Maranhão. (Average to respiratory frequency (RF), in mov.min.-1, in addiction
the Rainsby test to Boer and Anglo-Nubiana breeds, in dry and rain periods, in Timon, Maranhão).

Período seco Período chuvoso


Boer Anglo-Nubiana Boer Anglo-Nubiana

Descansado 22,50bA 29,00aA 23,44aB 20,63bB


Exercitado 89,56aA 96,94aA 57,50aB 47,44bB
FR1, 15 minutos 55,63bA 62,06aA 47,81aB 37,25bB
FR2, 30 minutos 37,88bA 46,75aA 36,75aA 31,81bB
FR3,45 minutos 28,56bA 34,31aA 30,56aA 27,25aB
FR4, 60 minutos 25,31aA 30,81aA 26,31aB 24,19bB

a,b
Médias no mesmo período, nas duas raças, seguidas de letras minúsculas distintas na mesma linha
diferem (p<0,05) pelo teste de Kruskal-Wallis.
A,B
Médias na mesma raça, nos dois períodos, seguidas de letras maiúsculas distintas na mesma linha
diferem (p<0,05) pelo teste de Kruskal-Wallis.

Archivos de zootecnia vol. 56, núm. 214, p. 110.

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ADAPTABILIDADE DE BOER E ANGLO-NUBIANA AO MEIO-NORTE DO BRASIL

Tabela VIII. Efeito do exercício intenso sobre a freqüência respiratória (em mov.min.-1),logo
após e aos 60 minutos após o exercício, em caprinos Boer e Anglo-Nubiana, nos períodos
seco e chuvoso, em Timon, Maranhão. (Effect of intensive exercise in the respiratory frequency
(RF, mov.min.-1), after and 60 minutes after exercise, to Boer and Anglo-Nubiana breeds, in the dry and
rain periods, in Timon, Maranhão).

Aumento da FR após exercício Redução da FR após 60 minutos


Seco Chuvoso Seco Chuvoso

Boer 67,1±1,89aA 34,1±1,89bA 64,3±1,86aA 31,2±1,86bA


Anglo-Nubiana 67,9±1,89aA 26,6±1,89bB 66,1±1,86aA 23,3±1,86bB

a,b
Médias na mesma raça seguidas de letras minúsculas distintas diferem (p<0,05) pelo teste de Kruskal-
Wallis.
A,B
Médias no mesmo período seguidas de letras maiúsculas distintas diferem (p<0,05) pelo teste de
Kruskal-Wallis.

em ambas as raças. A raça Boer teve ríodo seco, os animais das duas raças
um maior aumento (p<0,05) na tempe- em estudo tiveram médias iniciais (em
ratura retal após o exercício no período descanso) diferentes estatisticamente,
seco que a raça Anglo-Nubiana, porém, porém, logo após o exercício, estas
em relação à redução da temperatura foram significativamente semelhantes
retal após 60 minutos do exercício, as (p>0,05). Já dos 15 aos 45 minutos de
duas raças não diferiram (p>0,05). descanso a média da raça Boer foi
Arruda e Pant (1984) aferiram as significativamente (p<0,05) inferior à
temperaturas retais de caprinos da raça Anglo-Nubiana, enquanto que
Canindé, Bhuj e Anglo-Nubiana em aos 60 minutos após o descanso as
repouso e após 15 minutos de exercício, médias de ambas as raças tornaram-
no mês de outubro, na cidade de Sobral, se, novamente, semelhantes significa-
Ceará, Brasil. Segundo os autores, não tivamente (p>0,05). No período
houve diferença significativa na tem- chuvoso as médias para freqüência
peratura inicial (em repouso) entre as respiratória dos caprinos Anglo-Nu-
raças, porém, os caprinos das raças biana foram estatisticamente (p<0,05)
Bhuj e Canindé, após o exercício inferiores aos da raça Boer em todas
retornaram às suas temperaturas normais as etapas de avaliação da temperatura.
aos 45 e 60 minutos, respectivamente, ao Com relação ao aumento da
contrário dos animais Anglo-Nubiana freqüência respiratória após o exercício
que permaneceram com temperatura (tabela VIII) houve diferença esta-
corporal elevada ainda após os 60 minu- tística apenas no período chuvoso, em
tos da realização do exercício. que a raça Boer teve maior aumento
Quando se aplicou a mesma (p<0,05). A redução da freqüência
metodologia do teste de Rainsby na respiratória após 60 minutos foi
coleta da freqüência respiratória semelhante (p>0,05) entre as raças, no
(tabela VII) observou-se que no pe- período seco, porém no período

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MARTINS JÚNIOR, COSTA, AZEVÊDO, TURCO, CAMPELO E MURATORI

chuvoso foi maior na raça Boer. manter a temperatura corporal normal,


No experimento de Arruda et al. a raça Boer apresenta maior adaptabi-
(1984), os autores observaram, ao com- lidade às condições de Meio-Norte,
parar animais das raças Anglo-Nubiana em relação à raça Anglo-Nubiana.
e Bhuj que, após os 30 minutos de Já no teste de Rainsby, que avalia a
descanso que se seguiram a exercício capacidade de dissipação de calor após
intenso, todos os animais voltaram ao hipertermia induzida por exercícios, as
ritmo respiratório normal. duas raças mostraram-se semelhantes,
porém a raça Boer conseguiu ter a
mesma redução de temperatura retal
CONCLUSÕES com menor freqüência respiratória,
demonstrando ter maior eficiência,
Segundo os testes de Benezra e provavelmente com menor custo ener-
Ibéria, que avaliam a capacidade de gético.

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Recibido: 8-3-05. Aceptado: 21-3-06.

Archivos de zootecnia vol. 56, núm. 214, p. 113.

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