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Indivíduos e grupos

Atração
Definição
- Apreciação afetiva e cognitiva que um indivíduo faz de alguém, revelando alguma
preferência, e que o leva a procurar a companhia deste.
Fatores que influenciam a atração.
Proximidade: A proximidade geográfica é um fator, onde as pessoas mais próximas são
aquelas por quem poderemos sentir-nos mais atraídos.
Familiaridade: A atração pode aumentar com quem lidamos com maior frequência, isto
é, que nos são mais acessíveis.
Atração física: Causada pelas primeiras impressões, por exemplo, a beleza, que
colhemos de alguém.
Semelhanças interpessoais: Atração por pessoas que têm sentimentos,
comportamentos, atitudes, opiniões, interesses e valores semelhantes aos nossos.
Qualidades positivas: Preferência pelas pessoas com características que consideramos
agradáveis do que com características desagradáveis.
Complementaridade: As pessoas sentem-se atraídas por quem tem características que
elas não possuem, através das assimetrias das características que tornam o outro
atraente, complementando-se um ao outro.
Reciprocidade: Preferência por quem nos aprecia e por quem simpatiza connosco.
Agressão
Definição
Comportamento que visa causar danos físicos ou psicológicos a uma pessoa ou a várias
pessoas e que reflete intenção de destruir.
Formas de agressão quanto à intenção do sujeito
Agressão Hostil:
Caracterizada pela emoção e a impulsividade.
Visa causar danos ao outro, sem ter em conta qualquer vantagem que consiga adquirir.
Agressão Instrumental:
Tem um objetivo para conseguir algo específico, sem ter em conta os danos que pode
causar.
A agressão que possa surgir é apenas um subproduto da ação.
Formas de agressão quanto ao alvo
Direta- comportamento agressivo, dirige-se à pessoa ou só objeto que justifica a
agressão.
Exemplo: a criança agride o colega que lhe tirou o brinquedo .
Deslocada- o sujeito dirige a agressão a um alvo que não é responsável pela causa que
lhe deu origem.
Exemplo: como a educadora está presente e a criança não pode agredir diretamente o
colega que lhe tirou o brinquedo, dá um pontapé na parede.
Autoagressão- o sujeito dirige a agressão para si próprio, e não para com o outro.
Exemplo: os pais recusam um brinquedo ao filho e este recusa-se a comer.
Formas de agressão quanto à forma de expressão
Aberta- É explícita, manifesta-se pela violência física ou psicológica.
Exemplo: espancamentos, ataques à auto-estima, humilhações.
Dissimulada- recorre a meios não explícitos para agredir.
Exemplo: sarcasmo, cinismo.
Inibida- manifesta agressão contra si próprio, e não para com o outro.
Exemplo: sentimento de rancor.
Fatores que induzem à agressão :
Fatores biológicos: hormonas e outras substâncias afetam o sistema nervoso ativando
e inibindo a expressão de agressividade. Exemplo: testosterona.
🔹Fatores socioculturais: a agressividade varia de cultura para cultura, numa sociedade
em que a agressividade é valorizada, os indivíduos tendem a ser mais agressivos. O
álcool desencadeia respostas mais agressivas às provocações.
Origem da agressividade - Lorenz
1. A agressão é inerente a todos os organismos.
2. A energia agressiva faz parte da natureza
3. É um comportamento inscrito geneticamente sob a forma de um programa
desencadeado a determinadas situações face aos estímulos adequados.
Origem da agressivade- Freud
Freud distingue dois grandes tipos de pulsões:
Pulsões da vida: integram a ideia de manutenção do indivíduo e as pulsões sexuais.
Pulsões de morte: autodestruição que explica os comportamentos agressivos, deste
modo, a agressividade teria uma origem biológica.
Dollard, a agressao seria provocada pela frustração. Quando o sujeito nao conseguia
atingir os seus objetivos recorria à agressao
Intimidade é uma experiencia que implica uma forte vivência, um grande
envolvimento e uma comunicação profunda.
Modelo do amor
Segundo o autor Robert Sternberg, o amor tem 3 dimensões, três componentes:
- Intimidade: correspondem sentimentos que visam a proximidade emocional, a união,
a compreensão mútua e a partilha (componente essencialmente emocional);
- Paixão: envolve um intenso desejo sexual, uma vontade irreprimível de estar com o
outro (componente essencialmente motivacional);
- Compromisso: corresponde a intenção de um comprometimento em manter uma
relação amorosa (componente essencialmente cognitiva).
As diferentes relações que estabelecemos refletem casa dimensão em proporções
diferentes, em quantidades que podem variar com o tempo. O amor consumado
integraria estas três dimensões: as pessoas partilham uma grande intimidade e paixão
bem como um compromisso, isto é, a decisão consciente de participar na relação.
Definição de estereótipo:
Estereótipo é o conjunto de crenças que dá uma imagem simplificada das
características de um grupo ou dos membros dele. Aprendem-se pelo processo de
socialização e são crenças a propósito de características, atributos e comportamentos
dos membros de determinados grupos, são formas rígidas e esquemáticas de pensar
que resultam dos processos de simplificação e que se generalizam a todos os membros
do grupo.
Exemplos de estereótipos: “os futebolistas têm pouca cultura”; “o lugar da mulher é na
cozinha”; “as loiras são burras”; “os alentejanos são preguiçosos”; “os médicos são
dedicados”, etc.
Relação entre estereótipos e categorização:
Na base dos estereótipos está também um processo de categorização: colocamos os
indivíduos que nos rodeiam em “gavetas”, o que nos permite, de uma forma rápida e
económica, orientarmo-nos na vida social. Uma vez interiorizado, o estereótipo é
aplicado de uma maneira quase mecânica. O conteúdo dos estereótipos é uma
construção social e não meras construções individuais.
Dizemos que uma categoria é estereotipada quando os elementos de um mesmo
grupo partilham a convicção de que um ou mais traços particulares caracterizam as
pessoas dessa categoria. Por exemplo, os estudantes de Economia podem considerar
os estudantes de Belas-Artes irreverentes, imaginativos e contestatários; estes podem
considerar os primeiros conservadores, rigorosos e alinhados.
Os estereótipos, que existem em todas as sociedades, têm uma função de simplificação
que permite a adoção de quadros de interpretação do mundo social em que se está
integrado. Refletem também as dinâmicas de posicionamento e de poder intergrupais
e a manutenção e reprodução de formas de relação e de organização social.
Ao adotar-se o modo de ver, de pensar e agir da família, do grupo, da cultura, da
sociedade a que se pertence, está-se a assegurar a integração social. Quando nos
comportarmos de acordo com os estereótipos, obtemos a aceitação social, porque
agimos de acordo com o que está estabelecido.
Funções dos estereótipos:
Os estereótipos têm uma função sociocognitiva, uma vez que o categorizar a realidade
social permite-nos encarar eficazmente o mundo em que nos encontramos inseridos,
definindo o que esta bem e o que esta mal, o que é justo e injusto. Uma outra função
dos estereótipos é de ordem socioafectiva, que se relaciona com o sentimento de
identidade social. Efetivamente, reconhecemo-nos enquanto pertencentes a grupos
com os quais nos identificamos. Parte do que somos relaciona-se com o facto de
pertencermos a determinados grupos sócias, o que nos leva a distinguirmo-nos dos
outros que pertencem a outros grupos: desenvolvemos o sentimento de “nos” por
oposição aos “outros”. Permite a um grupo definir-se, positiva ou negativamente, por
relação a um outro. Os estereótipos, ao caracterizarem o grupo dos “ outros”, reforçam
a identidade do nosso grupo. Ao desenvolver uma imagem negativa em dos outros
grupos, os estereótipos contribuem para reforçar a identidade positiva do grupo a que
pertence. Talvez devido a esta função se explique por que razão é que os estereótipos
que se partilham depreciem os grupos a que não pertence.
Os estereótipos caracterizam-se por:
- Simplicidade: as imagens veiculadas pelo estereótipo são pobres;
- Uniformidade: o estereótipo é uniforme num dado grupo;
- Tonalidade afetiva: um estereótipo nunca é neutro: ou é favorável ou é desfavorável;
- Durabilidade e constância: o estereótipo tem tendência a perpetuar-se no tempo, no
interior do grupo que o partilha;
- Pregnância: o grau de adesão ao estereótipo varia de um individuo para outro,
podendo ir desde uma adesão superficial a uma adesão profunda.
Definição de preconceitos:
Preconceito é a atitude que envolve um pré-juízo, pré-julgamento, na maior parte das
vezes negativo, relativamente a pessoas ou grupos.
É uma atitude que gera sentimentos negativos, como por exemplo, desconfiança e
desprezo, em relação a membros de um grupo resultante de um juízo desfavorável que
foi prévia e infundadamente constituído.
É também uma disposição adquirida cujo objetivo é uma diferenciação social.
Os preconceitos aprendem-se no processo de socialização nos grupos a que se
pertence: família, grupos de pares, meios de comunicação social.
Funções dos preconceitos:
Os preconceitos têm uma função principalmente socioafectiva, isto porque expressam
um desejo de união e de proteção de um grupo social. Assumem, em geral, posições
radicais contra um ou vários grupos. São, frequentemente, o reflexo de tensões
manifestas ou latentes entre grupos sociais ou culturais.
Componentes dos preconceitos:
O preconceito é constituído por três componentes: componente cognitiva (ideias que
se formulam acerca de membros de um grupo social); componente afetiva
(sentimentos que se experimentam relativamente ao objeto do preconceito) e
componente comportamental (refere-se á orientação do comportamento face á pessoa
ou grupo).
Definição de discriminação:
A discriminação designa o comportamento dirigido aos indivíduos visados pelo
preconceito, ou seja, são um conjunto de comportamentos em relação aos membros
de um grupo que não são justos por comparação com membros de outros grupos. São
atos intencionais que assentam em distinções injustas e injuriosas relativamente a um
grupo.
Na base da discriminação está o preconceito, que sendo uma atitude sem fundamento,
injustificado, dirigida a grupos e aos seus membros, geralmente desfavorável, pode
conduzir á discriminação. Contudo, não se pode confundir discriminação com
preconceito: enquanto este é uma atitude, a discriminação é o comportamento que
decorre do preconceito. Então, o tipo de discriminação esta ligado ao preconceito que
lhe esta subjacente.
Os comportamentos discriminatórios manifestam-se com mais intensidade em
períodos de crise económica e social: as pessoas, não podendo agir sobre as causas da
sua situação, dirigem os seus sentimentos negativos, a sua agressividade contra grupos
ou pessoas inocentes. A discriminação pode manifestar-se em diferentes níveis,
podendo ir desde uma atitude de evitamento até comportamentos hostis e a agressões
ao indivíduos e grupos visados.
Segundo Allport, a hostilidade patente nos preconceitos pode assumir diversos graus:
verbalização negativa (as pessoas só falam dos seus preconceitos com aqueles com que
têm confiança, aos quais expressão as suas opiniões negativas); evitamento de relações
(as pessoas furtam-se ao convívio com os elementos dos grupos hostilizados); medidas
discriminatórias (as pessoas desses grupos são excluídos de determinados empregos,
de morar em determinados bairros, de frequentar escolas, participar em determinados
cargos, etc); agressão física (algumas vezes as pessoas discriminadas são também alvo
de agressões); extermínio (liquidação dos sujeitos discriminados, massacres,
linchamentos, genocídio étnico).
Relacionar discriminação e autoestima:
A discriminação social tem graves influências na autoestima dos afetados. Estudos
revelam que os grupos discriminados frequentemente acabam por partilhar juízos
negativos sobre si próprios. Assim, ao serem vítimas de preconceitos, as pessoas
tendem a interiorizar as razões da discriminação e a concordar com elas, perdendo
autoestima e amor-próprio em prol da opinião depreciativa comum.

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