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Mecânica dos Solos 2 16/12/2019

UN I VE RSIDADE F E D ERAL R UR AL D O S E MI - ÁRIDO


C URSO D E G RA D UAÇÃO E M E NGE N HARIA CI VI L

Mecânica dos Solos 2


Resistência ao Cisalhamento -
Areias
PROF ª: L E TÍCIA AZE VE DO DE FARIA S PE RE IRA
E -MAIL : leticia.azeve d o@ u fe rs a. ed u. b r

Resistência ao Cisalhamento
dos Solos - Areias
 Conteúdo

 Comportamento típico das areias;


 Índice de vazios crítico;
 Variação do ângulo de atrito com a pressão
confinante;
 Ângulos de atrito típicos de areias;
 Fatores que influenciam na resistência das areias.

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Comportamento típico das


areias
Areia – designa solos que possuem mais de 50% de
material classificado como areia, segundo os sistemas de
classificação.
Assim, refere-se a materiais granulares com reduzida
porcentagem de finos que não interferem no
comportamento do conjunto (menos de 12%);

 Solos arenosos com 20, 30 ou 40% de finos têm um


comportamento muito influenciado pela fração de argila e o
seu modelo de comportamento não é analisado como areia.

Comportamento típico das


areias
 Principais características:

 Muito permeáveis;
 Tempo suficiente para que as pressões neutras devidas ao
carregamento se dissipem;
 Resistência definida em termos de tensões efetivas.

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Comportamento típico das


areias
 Ângulo de repouso das areias
Se depositar um material granular,
lançando-o a partir de um único ponto, se
formará uma pilha de forma cônica. Se
continuar lançando o mesmo material,
por um certo tempo a pilha estará mais
íngreme, porém depois voltará a uma
posição de inclinação natural.
Essa inclinação natural se chama ângulo
de repouso.

Comportamento típico das


areias
 Ângulo de repouso das areias

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Comportamento típico das


areias
 Areias Fofas
Ao ser feito o carregamento
axial, o corpo de prova
apresenta uma tensão
desviadora que cresce
lentamente com a deformação,
atingindo um valor máximo só
para deformações relativamente
altas.

Comportamento típico das


areias
 Areias Fofas
 Ensaios realizados com tensões
confinantes diferentes
apresentam curvas com
aproximadamente o mesmo
aspecto
 Podendo-se admitir, numa
primeira aproximação, que as
tensões sejam proporcionais à
tensão confinante do ensaio.

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Comportamento típico das


areias
 Areias Fofas
Ao se traçar os círculos de Mohr
correspondentes às máximas
tensões desviatórias (que
correspondem à ruptura),
obtêm-se círculos cuja
envoltória é uma reta passando
pela origem, pois as tensões de
ruptura foram admitidas
proporcionais às tensões
confinantes.

Comportamento típico das


areias

 Areias Fofas
 A resistência da areia fica
definida pelo ângulo de atrito
interno efetivo, como mostrado
na figura;
 A areia é, então, definida
como um material não coesivo.

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Comportamento típico das


areias
 Areias Fofas
 Impossibilidade de moldar um
corpo de prova de areia seca ou
saturada;
 A moldagem eventual de um
corpo de prova de areia úmida
é devida à tensão capilar
provocada pelas interfaces
água-ar.

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Comportamento típico das


areias
 Areias Compactas
 A tensão desviadora cresce
muito mais rapidamente com as
deformações, até atingir um
valor máximo, sendo este valor
considerado como resistência
máxima ou resistência de pico;
 Após atingir a resistência
máxima, a tensão desviadora
decresce lentamente até se
estabilizar (resistência residual).

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Comportamento típico das


areias
 Areias Compactas
 Os círculos representativos do
estado de tensões máximas
definem a envoltória de resistência;
 A resistência de pico das areias
compactas se expressa pelo ângulo
de atrito interno correspondente
ϕc;
 Os círculos gerados pelo estado de
tensões residual possui outro
ângulo de atrito ϕf.

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Comportamento típico das


areias

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Comportamento típico das


areias
 O entrosamento dos grãos
 Nas areias fofas, o processo de
cisalhamento provoca uma
reacomodação das partículas, que
se dá com uma redução de volume;
 Nas areias compactas, as tensões
de cisalhamento devem ser
suficientes para vencer os
obstáculos representados pelos
outros grãos na sua trajetória.

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Índice de Vazios Crítico


 Areia fofa – diminui de volume
 Areia compacta – se dilata

 Resultados de ensaios de
compressão triaxial sobre corpos de
prova de uma areia moldada com
quatro índices de vazios diferentes,
com a mesma tensão confinante
mostram esse comportamento.

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Índice de Vazios Crítico

 Determina o índice de vazios no


qual o corpo de prova não apresenta
nem diminuição nem aumento de
volume por ocasião de ruptura;
 É obtido por interpolação dos
resultados.

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Índice de Vazios Crítico

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Índice de Vazios Crítico


 A importância da definição do índice de vazios crítico...

 Vem do fato de que o comportamento das areias (se


saturadas e eventualmente carregadas sem possibilidade de
drenagem) é extremamente diferente conforme...

A areia esteja com índice de vazios abaixo do índice de vazios


crítico.
 A areia esteja com índice de vazios acima do índice de vazios
crítico.

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Variação do ângulo de atrito


com a pressão confinante
 A máxima tensão desviadora é
proporcional à tensão confinante de
ensaio;
 Disto resulta que a envoltória aos
círculos representativos do estado de
tensões na ruptura é uma reta passando
pela origem;
 A variação do ângulo de atrito com a
pressão confinante é tanto mais sensível
quanto mais compacta estiver a areia e
quanto menos resistentes forem os grãos.

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Ângulos de atrito típicos de


areias
 Para a mesma tensão confinante, o ângulo de atrito
depende da compacidade da areia, pois é ela que governa
o entrosamento entre as partículas;

 Resultados experimentais:
• Ângulo de atrito de uma areia no seu estado mais compacto é da
ordem de 7 a 10 graus maior do que o seu ângulo de atrito no
estado mais fofo.

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Ângulos de atrito típicos de


areias
 Características que diferenciam as diversas areias:

• Distribuição Granulométrica • Composição mineralógica


• Formato dos Grãos •Presença de água
• Tamanho dos grãos • Estrutura da areia
• Resistência dos Grãos • Envelhecimento das areias

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Fatores que influenciam na


resistência das areias
• ÍNDICE DE VAZIOS OU DENSIDADE RELATIVA

• FORMATO DA PARTÍCULA

• DISTRIBUIÇÃO GRANULOMÉTRICA

• RUGOSIDADE DA SUPERFÍCIE DA PARTÍCULA

• CONTEÚDO DE ÁGUA

• DIMENSÃO DA PARTÍCULA
No mesmo índice de vazios, não interfere

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Fatores que influenciam na


resistência das areias
Tabela com valores típicos de ângulos de atrito, para tensões
de 100 a 200 kPa, que é a ordem de grandeza das tensões
que ocorrem em obras comuns de engenharia civil.

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Exercícios em Sala
1. Duas areias apresentam partículas com igual formato. A
areia A tem coeficiente de não uniformidade CNU = 5,5
e a areia B tem CNU = 2,7, ou seja, a areia A é mais bem
graduada que a areia B. Quando compactadas com a
mesma energia:

a. Qual das duas fica com o maior peso específico?


b. Qual das duas apresenta maior ângulo de atrito interno?

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Exercícios em Sala
2. Duas areias apresentam aproximadamente a mesma
granulometria. A areia A tem grãos arredondados e a
areia B tem grãos angulares. Quando compactadas com a
mesma energia:

a. Qual das duas fica com o maior peso específico?


b. Qual das duas apresenta maior ângulo de atrito interno?

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Exercícios em Sala

3. Em alguns parque de diversão,


existem tanques com esferas de
plástico, onde as crianças pulam e
afundam. Considerando que é um
sistema de grãos, como as areias
ou pedregulhos, quais são as
características que permitem que
as crianças de fato afundem
quando pulam nesses tanques?

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Exercícios Complementares

1. Num terreno arenoso, cujo peso específico natural é de 19,0


kN/m³, o nível d’água se encontra a 2m de profundidade em
relação ao nível do terreno. Deseja-se estudar o estado de
tensões a 6 m de profundidade. Estima-se que essa areia
tenha um ângulo de atrito interno de 35°. Calcular as tensões
principais, totais e efetivas.

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Exercícios Complementares
2. No terreno referido no Exercício 1 anterior, fez-se um
carregamento na superfície que provocou os seguintes
acréscimos de tensão num ponto a 6m de profundidade:
• No plano horizontal: Δσ = 81 kPa; Δτ = 25 kPa;
• No plano vertical: Δσ = 43 kPa; Δτ = -25 kPa; e
• Pressão neutra: Δu = 30 kPa
Determine o estado de tensões efetivas devido ao peso próprio e
ao carregamento feito, imediatamente após o carregamento e
depois que a sobre-pressão neutra se dissipou, e compare esse
estado de tensões com a resistência ao cisalhamento da areia.

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Exercícios Complementares
3. Para um ensaio de cisalhamento direto em areia fofa seca, é
fornecido o seguinte:

• Tamanho do corpo de prova: 50mm x 50mm x 25mm (altura)


• Tensão normal: 192 kN/m²
• Resistência ao cisalhamento no momento da ruptura: 120 kN/m²

a) Determine o ângulo de atrito Ø’


b) Para uma tensão normal de 200 kN/m², qual força de
cisalhamento é necessária para provocar ruptura no corpo
de prova?

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Referências
 PINTO, C. DE S. Curso básico de Mecânica dos solos em 16
aulas. Com exercícios resolvidos. 3 ed. São Paulo. Oficina de
textos. 2006.
 DAS, B. M. Fundamentos de Engenharia Geotécnica. 6 ed.
Tradução All Tasks. São Paulo. Cengage Learning. 2011.
 MARANGON, Marcio. Mecânica dos Solos II - Notas de aulas.
Disponível em: <http://www.ufjf.br/nugeo/pagina-do-
aluno/notas-de-aula/mecanica-dos-solos-ii/>. Acesso em 25
nov 2018.

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