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REAL ESTATE FINTECH
Apresentação
Terracotta
Ventures
A Terracotta Ventures é uma empresa de venture capital que busca
fomentar a inovação na cadeia construtiva por meio do investimento
em construtechs e proptechs.
Temos uma proposta de valor única para quem busca inovação no setor.
Para os empreendedores, trazemos conhecimento específico e conexões
para desenvolver o seu negócio.
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REAL ESTATE FINTECH
Introdução
A cadeia da construção civil responde por volumes financeiros significativos.
Para efeito de análise, o setor representa 7% do PIB nacional e movimentou
cerca de R$ 124 bilhões em financiamento imobiliário, só no ano passado
Por muito tempo não houveram mudanças drásticas na forma com que as dife-
rentes partes envolvidas no ecossistema imobiliário interagiam financeiramente.
Instituições financeiras tradicionais controlavam as formas de financiamento
no setor, não haviam maneiras de alugar um imóvel sem garantia locatícia, o
acesso ao crédito imobiliário para compra de imóveis era restrito a clientes com
score saudável e os condomínios contavam com processos analógicos para gerir
suas finanças.
Essas empresas têm trazido maior inclusão de agentes antes excluídos desse
ecossistema e maior flexibilidade para os que já estavam inseridos, mas não
contavam com uma boa experiência. Em decorrência do caráter transversal
da indústria imobiliária, as Real Estate Fintechs estão presentes em diferentes
momentos da jornada desses agentes: desde o momento da construção até a
utilização do imóvel.
BOA LEITURA!
TERRACOTA VENTURES
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REAL ESTATE FINTECH
Sumário
Propriedade em uso
0105
Introdução
ENTENDA O CONCEITO DE REAL
38
43
44
HOME EQUITY
CRÉDITO PARA REFORMAS
"FINANCEIRIZAÇÃO" DE CONDOMÍNIOS
ESTATE FINTECH 45 SEGUROS RESIDENCIAIS
07 PANORAMA DE INVESTIMENTOS
Construção
18 FUNDING PARA CONSTRUÇÃO
19 FUNDING VIA POUPANÇA E FGTS
20 FUNDING VIA MERCADO DE CAPITAIS
21 CROWDFUNDING E TOKENIZAÇÃO
23 GESTÃO DE RECEBÍVEIS
Aquisição
COMPRA E VENDA
26 FINANCIAMENTO PARA AQUISIÇÃO DE
PRIMEIRO IMÓVEL
28 CONSÓRCIOS HABITACIONAIS
29 IBUYERS
32 BANCARIZAÇÃO DE CORRETORES
IMOBILIÁRIOS
ALUGUÉIS
33 GARANTIAS LOCATÍCIAS
33 ANTECIPAÇÃO DE ALUGUÉIS
35 ALUGUEL PARA INFORMAIS E
NEGATIVADOS
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REAL ESTATE FINTECH
Entenda o conceito de
Real Estate Fintech
São consideradas Real Estate Fintech as
empresas que buscam ofertar produtos e
serviços financeiros relacionados ao mer-
cado imobiliário, agregando algum nível
de inovação e tecnologia. Na prática, são
uma zona de convergência entre proptechs PROPTECHS FINTECHS
e fintechs, nascidas da união desses dois
mercados. Uma categoria que tem possi-
bilitado maior controle sobre as diversas
transações do setor imobiliário, reduzido o
nível de risco, ampliado o acesso e criado
novos produtos financeiros para o setor, da REAL ESTATE FINTECH
construção aos condomínios.
FONTE: DISTRITO
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REAL ESTATE FINTECH
Panorama de investimentos
O panorama de investimentos sobre as teses envolvendo Real Estate Fintech
vem crescendo a ritmo acelerado desde 2012. Além do aumento de liquidez
dos mercados atuais, que gera um efeito positivo sobre o mercado de Venture
Capital como um todo, o fenômeno de embedded finance, também abordado
como "fintechzação", tem feito com que cada vez mais startups, inclusive
aquelas que atuam no setor imobiliário, passem a acoplar serviços financeiros
ao seu core business, aumentando o espectro do que consideramos como Real
Estate Fintechs. O fenômeno faz parte de uma estratégia de rebundling, em
que a expansão da empresa acontece de maneira horizontal ao acoplar serviços
complementares para gerar ainda mais valor ao cliente.
Foi o segundo melhor ano para o setor, desde quando os primeiros deals foram
mapeados em 2012, ficando atrás apenas de 2019, quando foram investidos
US$1,761 bilhão nessas empresas.
Entre 2012 e 2020 o número de rodadas de teses de Real Estate Fintech cresceu
a um CAGR de cerca de 57%, saltando de apenas 3 registradas no primeiro
ano da análise para 110 no último ano. Além disso, o tamanho dos cheques em
rodadas early-stage praticamente dobrou desde então, de US$580 mil para
US$1,07 milhão.
Isso ajuda a explicar o fato de que até Junho de 2021 já haviam sido investidos
US$1,709 bilhão em Real Estate Fintechs, valor superior ao registrado no ano
anterior completo, quando foram aportados US$1,592 bilhão em empresas
dessa tese.
*Os números a seguir englobam apenas rodadas de Venture Capital de startups entre os
estágios de Pre-Seed e Series F.
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REAL ESTATE FINTECH
A Loft é um exemplo de uma Real Estate Fintech que teve origem em sua atividade como iBuyer
e nos últimos meses vem investindo na estratégia de ampliar seu portfólio de produtos finan-
ceiros por meio de parcerias e aquisições, como foi o caso da sua atuação junto a startup 180º
Seguros e aquisição da CredPago, respectivamente. 8
REAL ESTATE FINTECH
47
40
32 34
30 30 31
20 22
14 16 15 14
11 13
9 8 10
5 4 7
3 2 2 1
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 1S21
EARLY STAGE MID STAGE LATE STAGE
A crescente de deals early stage deve se manter à medida que startups late-stage
consigam validar seus modelos de negócios na intersecção entre o mercado
financeiro e o imobiliário. Essa validação dos modelos de Real Estate Fintech
deve abrir espaço para que cada vez mais startups passem a surgir com foco em
atacar essas dores de âmbito financeiro dentro da cadeia imobiliária, integrando
um espaço que outrora era pouco explorado e, por conseguinte, aumentando
a concorrência.
1.23
1.09 1.07
0.96
0.79
0.68 0.64
0.58 0.56
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 1S21
FONTE: ELABORADO POR TERRACOTTA VENTURES
* Considerando Early stage os deals Pre-seed e Seed, Mid Stage os deals Series A e Series B, 9
o restante Late Stage.
REAL ESTATE FINTECH
Verticais
Real Estate Fintech é uma tese transversal, o que significa que ela permeia toda
a cadeia de valor da construção. Para facilitar o aprofundamento e a sua leitura,
dividimos o material em três verticais:
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REAL ESTATE FINTECH
AS VERTICAIS:
CRÉDITO
PROJETO E
SEGUROS VIABILIDADE
CONSTRUÇÃO
PAGAMENTO
AQUISIÇÃO
INVESTIMENTOS
PROPRIEDADE
EM USO
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REAL ESTATE FINTECH
Projeto e
Viabilidade
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REAL ESTATE FINTECH
Projeto e Viabilidade
No âmbito do financiamento, o mercado de loteamentos encontra dificuldades
decorrentes de suas características de risco, com altas taxas de inadimplência
e baixa garantia do valor do lote. Nesse mercado, cujas estimativas apontam
para 375 mil lotes disponibilizados ao ano, a dificuldade de crédito reside tanto
na figura do loteador, que vai iniciar o loteamento, quanto na do comprador,
que precisa de recursos para a transação e para posterior construção. De modo
geral, o setor é bastante dependente de capital próprio para se financiar.
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REAL ESTATE FINTECH
AGREGA PRODUTOS
FINTECHZAÇÃO
FINANCEIROS
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REAL ESTATE FINTECH
Com foco na pessoa física, o Produlote possui duas modalidades: para compra
de lote e para compra do lote e construção. Na modalidade para lote urbaniza-
do, podem ser financiados imóveis entre R$ 50 mil e R$1,5 milhão, com prazo
para pagamento da dívida de até 240 meses, a uma taxa de 8,5% + TR, sendo
possível financiar até 70% do valor de avaliação do lote em questão. Para aqui-
sição de terreno e construção ou construção em terreno próprio, a taxa de juros
está em 6,5% + TR, sendo possível financiar os mesmos 70% do valor em um
prazo de amortização de até 30 anos. Ainda assim, houve baixa procura desses
produtos, que reformularam taxas e prazos.
FONTE: TECHOME
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REAL ESTATE FINTECH
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REAL ESTATE FINTECH
Construção
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REAL ESTATE FINTECH
Construção
A cadeia da construção é marcada por uma Para efeito de análise, mais da metade das
alta concentração de produtos financeiros empresas da construção civil é de pequeno
nas mãos de poucas instituições, que uti- porte e possui até 4 funcionários, segundo
lizam recursos da poupança ou do FGTS levantamento da CBIC. Essa conjuntura
para concessão de crédito. O volume mais gera disparidades entre as empresas do
significativo desses recursos encontra-se setor, sendo um processo complexo, des-
na etapa após o início da obra, devido ao de a análise de risco até o pagamento das
maior risco de execução existente. Desse tranches de crédito.
modo, empresas da construção civil que
não contam com um nível de governança
tão profissionalizado ou escala têm mais
dificuldade em acessar esses recursos.
REPASSE OU SECURITIZAÇÃO
R$
QUEDA DO LUCRO
DEVIDO AO AUXÍLIO
FINANCEIRO NA
PRODUÇÃO
TEMPO
FINANCIAMENTO À PRODUÇÃO
ExPm (EXPOSIÇÃO
MÁXIMA DE CAIXA)
PAGAMENTO
DAS PRESTAÇÕES
12 A 24 MESES 6 MESES CONSTRUÇÃO (EX. 36 MESES) (EX. 6 MESES)
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REAL ESTATE FINTECH
35000
200000
30000
25000 150000
20000
15000 100000
10000
50000
5000
0 0
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
20.000.000.000
18.000.000.000
16.000.000.000
14.000.000.000
12.000.000.000
10.000.000.000
8.000.000.000
6.000.000.000
4.000.000.000
2.000.000.000
0
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
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REAL ESTATE FINTECH
R$ 80.000.000.000.00 100000
84119 85139
R$ 60.000.000.000.00 75000
51238
R$ 40.000.000.000.00 50000
26863
R$ 20.000.000.000.00 25000
9810
4735 6219
3106 3561 3304
2 28 43 34 85 132 49 41 127 1351 992
R$ 0.00 0
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
FONTE: B3
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REAL ESTATE FINTECH
Já as LCIs derivam do capital emprestado aos bancos para ser usado em financia-
mento, construção ou reforma, estando divididas em três tipos: prefixadas, cuja
rentabilidade é estabelecida antes do investimento e sem indexador atrelado;
pós-fixadas, que estão atreladas a algum indexador e têm sua rentabilidade
conhecida apenas ao final do investimento; e híbridas, que possuem uma taxa
preestabelecida acrescida da variação de algum indexador, por exemplo IPCA+4%.
Tanto o CRI quanto o LCI são alternativas de financiamento com juros atrelados
mais altos, portanto, não são a primeira escolha de um construtor, principalmen-
te aqueles de menor porte, e muitos não têm acesso a essas modalidades, em
decorrência dos custos envolvidos no processo de securitização e nas despesas
financeiras em torno da operação. Embora a grande vantagem da securitização
seja o retorno de caixa em um prazo menor, ao lidar com o mercado de capitais
os custos de operação e patamares de risco atrelados não são acessíveis a
grande parte das obras.
CROWDFUNDING E TOKENIZAÇÃO
O crowdfunding torna-se uma alternativa nos EUA, em 2018, foi de US$ 13,1 bilhões,
para que construtoras e incorporadoras sendo possível ingressar no mercado com
tenham mais acesso às fontes de financia- ticket a partir de US$ 100. Esse mercado
mento, democratizando o acesso ao crédito global foi estimado em US$ 120,4 bilhões,
e viabilizando a entrada de startups, que em 2019, e deve crescer a um CAGR de
não utilizam capital intensivo para a ativida- 33,4% até 2028, sendo influenciado por
de. Por meio do crowdfunding, investidores taxas de juros globais menores e maior
podem realizar aportes a partir de R$ 1 mil liquidez, o que faz com que investidores
em negócios em fase de construção e são busquem alternativas de investimento de
remunerados à medida que as unidades vão maior risco em troca de uma rentabilida-
sendo vendidas. Contudo, esse investimen- de superior. No cenário global, a Fundrise
to carrega o risco associado à capacidade de se destaca com um dos principais players,
execução da obra e de venda das unidades, tendo movimentado US$ 4,9 bilhões em
exigindo um retorno superior por parte dos investimentos desde sua criação. Isso in-
investidores, com projetos remunerando dica que o mercado brasileiro ainda tem
até 22% ao ano em plataformas brasileiras. bastante espaço para crescer, à medida em
que a Urbe.Me, principal startup brasileira
Nos EUA, o crowdfunding imobiliário já é de financiamento coletivo, movimentou R$
uma modalidade de financiamento melhor 71 milhões desde sua criação, sendo es-
difundida em relação ao Brasil. À medida perado que esse número aumente com a
que o setor nacional movimentou, aproxima- manutenção da taxa Selic em patamares
damente, R$ 140 milhões em 2019, o número historicamente inferiores.
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REAL ESTATE FINTECH
FONTE: BLOXS
FONTE: URBE.ME
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REAL ESTATE FINTECH
FONTE: ALTUS GROUP (2019): THE INNOVATION OPPORTUNITY IN COMMERCIAL REAL ESTATE: A SHIFT IN PROPTECH ADAPTION
AND INVESTMENT, CRE INNOVATION REPORT.
GESTÃO DE RECEBÍVEIS
Nas situações anteriores, o risco é inerente à confiança e rentabilidade dos
recebíveis em questão. Dentre os principais fatores que comungam para elevar
os níveis de risco está a baixa governança em empresas da construção civil,
já que, fora grandes empresas, percebe-se no setor baixa transparência. O
Brasil possui cerca de 45 mil empresas de construção com 5 a 29 funcionários,
representando 23% do valor total de incorporações do país e cujos meios de
gestão não são os mais adequados para trazer plena confiança a seus recebí-
veis. Dessa forma, quase ¼ das incorporações brasileiras podem ter o nível de
governança realçado.
REPASSE OU SECURITIZAÇÃO
R$
QUEDA DO LUCRO
DEVIDO AO AUXÍLIO
FINANCEIRO NA
PRODUÇÃO
TEMPO
FINANCIAMENTO À PRODUÇÃO
ExPm (EXPOSIÇÃO
MÁXIMA DE CAIXA)
PAGAMENTO
DAS PRESTAÇÕES
12 A 24 MESES 6 MESES CONSTRUÇÃO (EX. 36 MESES) (EX. 6 MESES)
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REAL ESTATE FINTECH
Aquisição
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REAL ESTATE FINTECH
Aquisição
COMPRA E VENDA
FINANCIAMENTO PARA AQUISIÇÃO DE PRIMEIRO IMÓVEL
Historicamente, quem contempla a compra O SFI, por sua vez, engloba todos os finan-
de seu primeiro imóvel dispõe de financia- ciamentos que não estão no SFH. Caso as
mento imobiliário por meio de recursos da condições em que se está captando recur-
Poupança e do FGTS ou através da compra sos não vá de encontro com os covenants
de cotas de consórcios. Buscando esta- estabelecidos pelo SFH, a modalidade de
belecer regras para proteger o mercado financiamento se enquadra como SFI. Esse
financeiro e o consumidor foram criados sistema atende aos investidores que com-
dois sistemas de financiamento no Brasil: o pram imóveis para revendê-los, obtendo
Sistema Financeiro de Habitação (SFH) e o lucro, além de regular o processo de compra
Sistema Financeiro Imobiliário (SFI). e venda de imóveis de luxo.
O SFH foi desenvolvido para ajudar as No caso do SFI, os recursos que possibi-
classes de menor renda a obter moradia litam o financiamento de imóveis vêm de
própria, embora hoje contemple pessoas investidores do setor imobiliário, como
de diferentes faixas de renda. Dentro desse bancos e financeiras, e, frequentemente,
sistema estão incluídas negociações atra- é financiado por fundos de renda fixa. As
vés de recursos do Sistema Brasileiro de taxas dos financiamentos dos SFI não são
Poupança e Empréstimo (SBPE) e do Fundo fixadas e não possuem teto, diferentemente
Garantidor do Tempo de Serviço (FGTS), do SFH, permitindo com que as instituições
além de envolver o programa Minha Casa financeiras tenham liberdade para negociar
Minha Vida. O objetivo dessa linha de fi- taxas a condições de mercado. A opção por
nanciamento é prover empréstimos a um aderir a um ou outro sistema depende do
custo de capital menor, de modo a estimular perfil de quem deseja tomar o empréstimo.
a demanda por financiamento imobiliário e É possível ter acesso a uma linha de crédito
reduzir o déficit habitacional. mais barata e com mais entraves ou ter um
crédito mais flexível, mas com condições
O SBPE é uma linha de crédito destinada à mais caras de pagamento.
compra de imóveis ou terrenos e é oferta-
do por diferentes instituições financeiras, O financiamento imobiliário sempre se mos-
públicas ou privadas. Essa fonte se torna trou uma opção que dispunha de parcelas
atraente pelas taxas indexadas, estrutural- menores e, consequentemente, com período
mente mais baixas que demais modalidades de amortização mais extenso, favorecendo
de crédito, e pela resolução do Banco Cen- seu uso. Contudo, essa modalidade acaba
tral N° 4.676, que estabelece um mínimo deixando de lado os 30 milhões de infor-
de 65% dos recursos do SBPE destinados mais e autônomos que não contam com
ao financiamento imobiliário por parte das comprovação de renda necessária para ter
instituições financeiras. Por meio do SFH um crédito aprovado.
é possível financiar até 80% do valor do
imóvel e utilizar os recursos do FGTS como
entrada ou para amortizar o saldo devedor.
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REAL ESTATE FINTECH
Além disso, a ampla oferta de crédito imo- cessão de crédito pelo lado dos credores,
biliário faz com que a pessoa tenha que fintechs com funding próprio, bridge loans
realizar uma busca incessante atrás da que imobiliários e modelos de rent-to-own.
melhor caiba no seu bolso. Esse processo
leva tempo e, ao encontrar a opção mais A Credihome atua nessa vertical promo-
adequada, ainda é preciso aguardar um vendo uma plataforma em que o usuário é
prazo médio de 40 dias até que tenha o capaz de ter cotações de empréstimos com
dinheiro em mãos. Ao mesmo tempo, o li- diferentes instituições financeiras a partir
mite de 80% do valor do imóvel imposto da inserção de dados referentes ao valor
pelo SFH acaba sendo um problema para a do imóvel e renda mensal. Recentemente, a
população brasileira, que não possui cultura companhia deu o primeiro passo em busca
de poupança e educação financeira. da aceleração da esteira de crédito, ao se
tornar uma Sociedade de Crédito Direto
Foi de olho nas dificuldades envolvendo (SCD), reduzindo tempo e custos atrelados
esse processo que algumas inovações vêm a uma operação de originação de crédito
surgindo, como marketplaces de crédito para demais instituições financeiras.
imobiliário, plataformas que agilizam a con-
12.0
11.65%
11.0
11.0
10.86%
10.0 10.40%
10.0 10.00%
9.65% 9.64%
9.0 9.49%
9.30%
9.10%
9.0 9.00% 9.00%
8.77%
8.0 8.50% 8.49%
8.29%
8.10% 8.10%
8.0 7.99% 7.99% 7.95%
7.0 7.50%
7.30%
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01
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3/
1/
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4/
9/
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REAL ESTATE FINTECH
Outro exemplo é a startup Better, que recentemente recebeu US$ 500 mi-
lhões em um aporte realizado pelo Softbank. Ela atua na concessão de crédito
imobiliário com recursos próprios e é capaz de se manter competitiva frente a
grandes players do mercado, trazendo mais acessibilidade ao processo. Fora do
Brasil, há alternativas como as da Proportunity e da Divvy Homes. Na primei-
ra, o comprador realiza um pagamento de 5% do valor do imóvel, enquanto a
empresa cede 15% do valor em forma de equity para a pessoa ter acesso a um
crédito mais barato com uma instituição financeira. Já a Divvy Homes explora o
modelo de rent-to-own: a companhia compra o imóvel e o aluga para o usuário,
que se capitaliza por meio da aplicação em um fundo de reserva e adquire o
imóvel ao fim do contrato.
CONSÓRCIOS HABITACIONAIS
Os consórcios são alternativas ao financiamento habitacional para quem busca
comprar um imóvel, mas sem necessidade imediata em usufruí-lo. O modelo, já
tradicional no país, é oferecido por instituições financeiras diversas, em dife-
rentes focos (imóvel, automóveis, eletrodomésticos, etc).
80
70
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0
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019
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REAL ESTATE FINTECH
SISTEMA DE CONSÓRCIOS
CONSÓRCIO DE IMÓVEIS: UTILIZAÇÕES DOS CRÉDITOS - PESQUISA EM MAIO 2020
FONTE: ABAC
IBUYERS
A atuação direta sobre o momento de compra e venda do imóvel faz com que os
IBuyers (Instant Buyers) façam parte da definição de Real Estate Fintechs. Por
contarem com algoritmos de pricing do imóvel, esses players são capazes de
realizar uma leitura mais assertiva do valor do imóvel, retirando a subjetividade
do processo de compra e venda e dando menos vazão à precificação especula-
tiva. Ademais, esses players aumentam a liquidez do mercado imobiliário como
um todo, ao atuarem sobre a ponta compradora e vendedora.
29
REAL ESTATE FINTECH
No Brasil, essa tese foi conduzida por em- fim, ao trabalhar as vendas dos imóveis, o
presas como Loft, Grupo Zap e Keycash, modelo depende da liquidez que o ativo
embora o mercado nacional não possua vai ter no mercado. Assim, o investimento
outros grandes players de relevância ou uma inicial não tem prazo definido para retornar
grande empresa que opere somente nesse ao caixa da empresa, nem se pode assumir
modelo. A Keycash está migrando para uma uma rentabilidade exata.
atuação mais focada em crédito imobiliário e
a Loft, ainda que pioneira, incorporou mais As empresas tentam contornar esses en-
serviços à sua carteira, indicando que as traves utilizando de análises preditivas e
empresas estão enxergando oportunidades modelos que garantam maior segurança
de sinergia em outros campos, aumentando nas expectativas das transações, porém
ainda mais seus campos de atuação. são artifícios ainda difíceis de serem exe-
cutados, dada a falta de disponibilidade de
Para a aquisição de imóveis nesse modelo de dados no mercado brasileiro e do custo que
negócio se faz necessário um investimento a estrutura carrega. No entanto, um ponto
inicial alto, além de todo gerenciamento, difere o mercado nacional do americano: nos
documentação, anúncios e reformas dessas EUA, uma parcela significativa dos imóveis
propriedades, quando necessário. Essas pertence a empresas que os alugam pos-
atividades necessitam de maturidade tec- teriormente. No cenário de crise e pande-
nológica para serem desempenhadas em mia, muitas colocaram os imóveis à venda,
escala e, no Brasil, a ausência de dados derrubando os preços de mercado. Já no
para alimentar os modelos analíticos tornam Brasil, a maioria dos imóveis está nas mãos
mais difícil a sustentação da operação. Por de pessoas físicas que optam por manter
31
REAL ESTATE FINTECH
seus bens, não afetando drasticamente os as transações (ao fornecer capital em con-
preços. Essa diferença foi um dos pontos trapartida de taxa e do imóvel atual) pode
que motivou a Loft a ter mantido a compra destravar imóveis que hoje estão parados
de imóveis durante a pandemia. no mercado por falta de acesso a crédito
pelos interessados em comprá-los.
No Brasil, enxerga-se também a possibi-
lidade de parcerias entre IBuyers e incor- A Rooftop é um modelo um pouco dife-
poradoras, permitindo que um proprietário rente de IBuyer que trabalha com imóveis
se mude para um imóvel da incorporadora, estressados, de ainda menos liquidez. A
enquanto a empresa fica encarregada de companhia conta com um algoritmo capaz
vender seu imóvel anterior. Essa dinâmica de identificar imóveis passíveis de irem a
poderia encurtar o ciclo de compra de um leilão por complicações judiciais, realiza a
imóvel, agregando dinamicidade ao merca- compra dos mesmos, resolve todas questões
do. Além disso, estimando-se que cerca de legais e então os revende, ganhando com
50% dos financiamentos imobiliários sejam a valorização.
deferidos, a forma como esse modelo facilita
ALUGUÉIS
Uma das práticas mais tradicionais no mercado imobiliário nacional, estima-se
que mais de 13 milhões de imóveis estão sob o regime de aluguel, representando
cerca de 17% do total de moradias no país. Muitos brasileiros possuem imóveis
para locação como forma de investimento, embora a penetração ainda seja
baixa quando comparada aos EUA, 17% e 35,9%, respectivamente. Isso pode
ser explicado pelo fato do sonho da casa própria ainda ser uma realidade para o
brasileiro. É possível que esse panorama venha a mudar no futuro, com base em
pesquisa conduzida em 2019 ter revelado que apesar de 80% das pessoas com
idade entre 25 e 39 anos preferir alugar a adquirir um imóvel, 22% desses afirma
não descartar a possibilidade de comprar um imóvel em idade mais avançada.
32
REAL ESTATE FINTECH
GARANTIAS LOCATÍCIAS
Recorrer a um fiador, cuja função é ser um necessidade do fiador ou do depósito cau-
respaldo para pagamento do aluguel em ção. Nessa modalidade, o inquilino contrata
caso de inadimplência, é a prática mais o seguro e o proprietário se torna o segura-
comum entre as formas de garantia loca- do, sendo ele quem recebe as indenizações
tícia. Segundo dados de fevereiro de 2021 correspondentes às apólices. A opção traz
do Sindicato da Habitação de São Paulo benefícios para as duas partes. O locatário
(Secovi-SP), 45,5% dos imóveis alugados evita o constrangimento de precisar que o
na cidade contavam com fiador. A moda- fiador arque com seus custos em caso de
lidade tem exigências: é necessário que o inadimplência e a não necessidade de pagar
fiador tenha um imóvel em seu nome (caso um caução lhe garante mais alívio financeiro.
seja necessário penhorar algum bem para Já o proprietário tem maior segurança, uma
cobrir despesas do inquilino), não possua vez que o processo é tratado diretamente
pendências de crédito e tenha renda mensal com a seguradora e com menos burocracia,
equivalente a três ou quatro vezes o valor tornando o processo de aluguel mais rápido
do aluguel, mais encargos de locação. Al- e evitando que o imóvel fique muito tempo
gumas imobiliárias ainda solicitam que o sem gerar renda.
imóvel do fiador seja na mesma cidade em
que o imóvel a ser alugado. Acreditamos que o futuro das relações
locatícias deva ser conduzido de modo a
Já o depósito caução funciona como uma tornar a vida do locatário mais prática e
entrada, um valor pago pelo locatário ao menos burocrática. É possível vislumbrar
locador no momento em que o processo que incorporadoras e imobiliárias devam
de locação é formalizado, sendo corres- estimular locações nessas condições, uma
pondente até três vezes o valor do aluguel. vez que um inquilino com uma boa experi-
Por mais que o objetivo do depósito caução ência pode vir a se tornar um proprietário
seja diminuir o risco do proprietário, a opção de imóveis no futuro.
torna a vida financeira do locatário mais difí-
cil, fazendo com que este tenha dificuldade No Brasil já existem startups que eliminam
de arcar com seus custos de curto prazo. a necessidade de alguma dessas três moda-
No entanto, esta se mostra a opção menos lidades. É o caso da Rede ConfiaX, startup
burocrática e ágil para locadores, e prática da Rede Vistorias. A empresa tem operado
para locatários que vêm de outra cidade e na esteira locatícia oferecendo diversos
não contam com fiador. produtos financeiros e imobiliários, dentre
eles o Seguro Fiança Locatícia, no qual,
A possibilidade do locatário em contratar o em instantes, o cliente é aprovado e pode
seguro fiança locatícia, uma garantia para dispensar o fiador.
dar segurança ao proprietário, substitui a
ANTECIPAÇÃO DE ALUGUÉIS
Quase 60% dos locatários se concentram em uma faixa de renda considerada
pertencente à classe média (de R$ 5,7 mil a R$ 23,8 mil por mês), o que repre-
senta maioria dos que recebem aluguel. Entretanto, é observado o crescimento
do endividamento dessa parcela da população, chegando a 27% dos lares.
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REAL ESTATE FINTECH
TODAS TODAS
SÓ AS QUE SÓ AS QUE
PAGAM PAGAM
SÓ AS QUE SÓ AS QUE
RECEBEM RECEBEM
0% 20 40 60 80 100
Esse cenário, acrescido de fatores como ano de 2020 viu-se um forte aumento no
desemprego e a recessão a partir de 2014, IGP-M, dessa forma a previsão de reajuste
foram propícios para que empresas enten- dos aluguéis deve ser acertada na taxa
dessem a importância de antecipar o fluxo cobrada pela antecipação. Quanto à Selic,
de recebíveis do imóvel, ao passo em que por ser balizadora de diversos modelos de
traz rentabilidade e baixo risco. crédito, pode influenciar a competitividade
da antecipação de aluguéis. Hoje, um em-
A antecipação de aluguéis funciona em préstimo médio do brasileiro gira em torno
algumas etapas. O locatário do imóvel, pes- de 6,08% ao mês, enquanto plataformas
soa física ou jurídica, se cadastra em uma como o Quinto Andar e Recebe oferecem
plataforma de antecipação e seus dados antecipação a uma taxa de 5% e 6%, res-
(localização do imóvel, valores de aluguel, pectivamente, demonstrando ser um crédito
renda, etc.) possibilitam que a empresa mais barato. Tal cenário pode ser alterado
cedente de crédito analise o risco, o quanto em caso de baixíssimas taxas de juros, no
poderá ser antecipado e a que taxa. A partir entanto a perspectiva é de que o crédito
do cadastro efetuado, o locatário passa a via antecipação seja mais barato do que um
receber o valor acertado com a empresa. empréstimo comum, porém menos barato
Como um serviço de crédito, essas empre- do que o Home Equity, girando em torno
sas podem originar crédito, estando rela- de 0,8% ao mês.
cionadas a instituições financeiras ou elas
mesmas podem ser cedentes, com dinheiro O processo ágil e seguro se mostra vanta-
advindo de equity, caixa da operação ou joso se comparado ao empréstimo comum,
via FIDC. além de gerar caixa instantâneo ao pro-
prietário. No entanto, o proprietário com-
Por envolver crédito diretamente ao alu- promete a rentabilidade do aluguel e, em
guel, essa operação é influenciada por caso de quebra de contrato, muitas vezes a
fatores como o IGP-M e a Taxa Selic. No empresa arca com o prejuízo da operação.
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REAL ESTATE FINTECH
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REAL ESTATE FINTECH
Propriedade
em uso
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REAL ESTATE FINTECH
Propriedade em uso
Nessa vertical são abordadas as transações financeiras referentes a imóveis
em utilização. Aqui, é trazido o Home Equity, forma de alavancagem imobiliária
sob regime de alienação fiduciária, as reformas e como custear esse tipo de
atividade e, por fim, são tratados os condomínios, como locais de transações
e de consumo.
HOME EQUITY
Entende-se por Home Equity uma modalida- visto quando o mesmo permanece no nome
de de crédito na qual o imóvel do tomador da pessoa física ou jurídica.
é colocado em garantia, seja ele pessoa
física ou pessoa jurídica. Uma pessoa ou Historicamente, o Home Equity não apre-
empresa que deseja tomar essa linha de sentou grande variação no que se refere a
crédito cede o imóvel quitado em seu nome valores contratados, ficando praticamente
à instituição financeira como garantia, de estável entre R$ 2,3 bilhões e R$ 2,6 bilhões
modo que a alienação fiduciária só é válida anualmente, desde 2014, primeiro ano em
enquanto a operação não é quitada. Isto é, que se tem registro pelo Banco Central.
o agente financeiro se torna o proprietário No entanto, o produto atingiu recorde de
indireto daquele imóvel apenas durante o contratação em 2020, com mais pessoas
período em que a dívida existir, enquanto enxergando seu potencial enquanto forma
o devedor continua sendo seu proprietário de endividamento saudável. O movimen-
direto, podendo usufruir do mesmo. to observado em 2020 está associado ao
fato de pessoas físicas trocarem dívidas
Diferente de um financiamento convencio- de curto prazo por dívidas mais extensas
nal, o qual o crédito cedido precisa ter um como resposta às incertezas causadas pela
destino específico, no Home Equity não pandemia. Ao mesmo tempo, ao aumentar
há necessidade de especificar seu uso, de o prazo de pagamento, as grandes insti-
modo que o tomador pode utilizá-lo para tuições financeiras passaram a ampliar sua
finalidades distintas, como reforma do pró- carteira de Home Equity com o objetivo de
prio imóvel, capital de giro para negócio, mitigar a inadimplência, mesmo que isso
adquirir um veículo ou mesmo financiar exija canibalizar produtos de maior renta-
uma graduação. bilidade no curto prazo. Em resumo, é um
produto ainda pouco explorado no Brasil
É válido destacar que uma operação de se comparado a outras modalidades de
Home Equity difere de uma hipoteca no que crédito, contando com uma carteira de,
tange ao proprietário do imóvel posto em aproximadamente, R$ 12,8 bilhões, em 2020.
garantia. Como já citado, o Home Equity
envolve a alienação fiduciária do imóvel, O Home Equity apresenta alguns em-
enquanto na hipoteca o imóvel permanece pecilhos que corroboram para sua baixa
no nome do tomador. A implicação disso se penetração frente a outras modalidades
reflete nas taxas praticadas por cada uma de crédito. A principal delas é a aversão
dessas modalidades. À medida que o imóvel cultural do brasileiro em colocar sua casa
passa a compor o balanço da instituição própria como garantia, enxergando nessa
financeira, existe menor risco associado operação um risco de perder o imóvel pelo
à operação, enquanto o efeito contrário é qual sonhou e se esforçou para conquistar.
38
REAL ESTATE FINTECH
Além disso, o tomador de crédito precisa rente à operação, o que torna o crédito mais
desembolsar tarifas iniciais para que seja barato. Ademais, é possível dispor de prazos
realizado o laudo de avaliação do valor do de pagamento mais alongados. É comum
imóvel, mesmo que não venha a tomar esse que o Home Equity seja pago em um prazo
crédito após a avaliação, constituindo um entre 180 e 240 meses, permitindo que o
custo irrecuperável de cerca de R$ 2 mil, tomador disponha de fôlego financeiro para
em média. Por fim, a burocracia na esteira honrar com a sua dívida. É possível, ainda,
de crédito torna o processo mais lento do contrair valores maiores de empréstimo. De
que demais produtos, por envolver serviços acordo com a Resolução nº 4.271 do Banco
cartoriais que podem levar até 30 dias. Central, os empréstimos dessa modalidade
podem chegar até 60% do valor do imóvel
Por outro lado, essa modalidade de crédito dado em garantia, embora cada instituição
conta com vantagens que poucos produ- financeira adote o percentual que lhe for
tos têm. A alienação fiduciária do imóvel conveniente. Por fim, observa-se que o cré-
se mostra como a principal alavanca para dito proveniente do Home Equity pode ser
permitir um menor custo do capital. Ao utilizado para múltiplas finalidades, como
dispensar a necessidade de ações judiciais investir em uma empresa, quitar dívidas,
para retomada do imóvel, simplificando o financiar estudos, reformar um imóvel ou
processo de reaver e penhorar o imóvel em até fazer alguma viagem.
caso de inadimplência, reduz-se o risco ine-
14,000%
12,000%
10,000%
8,000%
6,000%
4,000%
2,000%
0,000%
PESSOA FÍSICA - CRÉDITO CARTÃO DE CRÉDITO CHEQUE ESPECIAL CARTÃO DE CRÉDITO CRÉDITO PESSOAL
PESSOAL CONSIGNADO PARCELADO ROTATIVO CONSIGNADO INSS
PRIVADO
Com a medida, a alienação fiduciária não de VC, levantou dois fundos exclusivos:
será realizada mais com a instituição finan- o FIDC Auto e o FIDC Home. Em 2018,
ceira, mas sim com as CGGs, que ficarão lançou dois CRIs a um custo 2% mais bai-
responsáveis pela gestão das garantias. Isto xo que os FIDCs, aumentando ainda mais
é, esta passa a receber os imóveis alienados suas fontes de recursos. Até que, em 2019,
e fica encarregada de determinar quanto a foi autorizada pelo BC para operar como
pessoa ou empresa pode tomar de emprés- Sociedade de Crédito Direto (SCD) e, com
timos, de modo que a informação servirá esse movimento, passou a poder conceder
de insumo para a realização de operações crédito de maneira direta, sem precisar de
com instituições financeiras associadas à intermediários.
central, não só àquela que concedeu o fi-
nanciamento habitacional. Essa mudança Embora em pequena escala, empresas de
regulatória tem o poder não só de ampliar a originação têm sido compradas por ou-
oferta desse tipo de produto, mas também tras empresas do setor. Essas aquisições
abrir espaço para que mais players passem se devem à eficiência do motor de crédito
a ofertá-lo. da empresa originadora, além da qualida-
de da sua esteira de crédito, possibilitan-
Além de instituições financeiras tradicio- do grande potencial de gerar contratos à
nais, a tese tem sido explorada por fintechs, empresa que a adquire e proporcionando
como a CashMe, CrediHome, Creditas e boa experiência ao cliente. Nesse sentido,
Pontte. Observando a forma de atuação, algumas transações podem ser citadas,
faz-se necessário diferenciar aquelas que como a Credipronto com o Itaú, a Cyrela
atuam como originador do empréstimo criando a CashMe e a Creditas adquirindo
para instituições que o fazem através de a Bcredi. No modelo de atuação no qual a
veículos de investimento e, ainda, as que empresa cede o crédito, o desafio está em
trabalham com funding próprio. Ao atuar como ela arrecada dinheiro para financiar
como um funding próprio, a empresa tem o a operação.
ônus de se adequar ao aparato regulatório
que envolve as SCDs, embora seus ganhos Na questão das startups, um dos grandes
sejam superiores aos de correspondentes desafios no Brasil é a qualidade da esteira
bancários que, por sua vez, são remunera- e motor de crédito. Quando comparadas
dos via fee de service, originação e até fee a Borrowell, startup canadense que já ar-
de sucesso. De olho nisso, algumas fintechs recadou US$ 92 milhões, percebe-se que
que atuam como correspondente bancário as empresas brasileiras ainda não atingi-
estão estruturando veículos de investimento ram a excelência na satisfação do cliente.
como FIDCs e CRIs para aumentar suas Nessa seara, a fintech canadense acoplou
receitas financeiras e escalar seus modelos ferramentas financeiras e desenvolveu um
de negócio. approach pautados na melhoria da situação
financeira do cliente, se colocando como
Um exemplo desse movimento é a Credi- parceira e disposta a ajudá-lo de forma
tas que, no final de 2017, após quase US personalizada, assistida e educativa.
$80 milhões captados através de rodadas
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REAL ESTATE FINTECH
FONTE: BORROWELL
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REAL ESTATE FINTECH
HOME HOME
EQUITY EQUITY
EXCLUSIVO PARA
CARTÃO CONSTRUCARD A PARTIR COMPRA DE
240 MESES R$ 150 MIL
DE 2,5% MATERIAL
DEPENDE DA CONVÊNIO
PROGRAMA A PARTIR
48 MESES ANÁLISE DE ANAMACO E
JOÃO-DE-BARRO DE 2,58%
CRÉDITO BRADESCO
ATÉ 80% DO
CONSTRUÇÃO E NÃO DESTINADO PARA
18 MESES VALOR DA
REFORMA CAIXA INFORMADO EMPRESAS PRIVADAS
OBRA
FONTE: VIVADECORA
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REAL ESTATE FINTECH
"FINANCEIRIZAÇÃO" DE CONDOMÍNIOS
Os condomínios vêm de um cenário tradicionalmente analógico, mas esse
panorama começou a mudar com o surgimento de condotechs, melhorando a
operação dessas propriedades a partir da digitalização, automação e integração
de alguns processos.
FONTE: CONDOCONTA
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REAL ESTATE FINTECH
SEGUROS RESIDENCIAIS
Quando analisado o mercado de seguros residenciais no Brasil, existe uma
grande disparidade de penetração em relação aos EUA. Segundo a Susep,
apenas 14,6% dos lares brasileiros contam com algum tipo de seguro residen-
cial, enquanto nos EUA esse número é de 85%. A essa disparidade pode ser
atribuída uma maior popularidade das hipotecas nos EUA, que, assim como no
Brasil, requerem seguro residencial como condição para sua concessão, além
da percepção do brasileiro de que seguro é um produto caro. Contudo, o valor
é similar nos dois países: 2,76% do salário médio do brasileiro, enquanto nos
EUA esse número é de 2,82%.
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REAL ESTATE FINTECH
3,36
3,17
3,00
FONTE: FENSEG
2018 2019 2020
O sucesso desse tipo de inovação pode ser visto em cases internacionais como
a Lemonade e Hippo, nos EUA. Ambas atuam na vertical de seguros residenciais
por assinatura e contam com Inteligência Artificial para desenvolver planos mais
personalizados aos seus clientes. A Hippo conta, ainda, com smart devices que
buscam identificar situações de perigo e alertar o morador.
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140.000 16,00%
14,00%
120.000
12,00%
100.000
10,00%
80.000
8,00%
60.000
6,00%
40.000
4,00%
20.000
2,00%
- 0,00%
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
O efeito dos juros baixos, por outro lado, é refletido diretamente sobre a paridade
da nossa moeda frente ao dólar. Além dos ruídos políticos e econômicos atuais
no Brasil, a taxa de juros no patamar atual tem feito com que investidores inter-
nacionais deixem de olhar o país como um mercado atrativo para investimento
em títulos públicos, favorecendo a fuga de dólar e elevando sua cotação. Ao
mesmo tempo, com o fim do isolamento social, a retomada da economia global
tem levado a um boom de commodities precificadas em dólar, como aço, ferro,
cobre e madeira serrada que sobem, respectivamente 31%, 32%, 34%, 44%, do
início do ano até maio. O enfraquecimento do real, acrescido da escalada do
processo de insumos essenciais para a construção civil, deve ter um impacto
direto sobre o setor.
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A conjuntura de 2020, reunindo alta do dólar, o aumento do preço das commodities, aumento
na demanda por projetos e materiais, aumento do preço dos fretes, além da dificuldade de
se importar e a queda no nível de produção, decorrente da pandemia do COVID-19, cor-
robora para a maior inflação no setor nos últimos 28 anos. O IGP-10 contabilizou variação
acumulada de 38,66% entre maio de 2020 e maio de 2021, a maior desde sua criação, em
1993. Já o INCC-10 contabilizou variação de 30,86% no mesmo período.
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REAL ESTATE FINTECH
Um exemplo disso é a Canopy, que conta uma infraestrutura plugada ao Open Banking para
conseguir mapear o fluxo de pagamento dos inquilinos, aumentando seu score de crédito e
permitindo que este consiga realizar a portabilidade das informações para outra instituição
financeira, caso decida tomar algum empréstimo imobiliário.
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CONSTRUÇÃO MODULAR
As inovações da construção modular têm em acidentes e paralisações, usuais nas
reinventado a maneira de se construir e afe- obras tradicionais, que são reduzidos em
tado a cadeia de recebíveis da construção um ambiente controlado, planejado e mais
civil. Para compreender sua importância, tecnológico como o modular.
deve-se confrontar fatores como tempo,
risco e custos, entre este e o método tra- Um dos principais fatores que influenciam
dicional. Enquanto uma média de 80% das na modalidade é o tempo. No gráfico, en-
grandes construções estouram o orçamento, xerga-se a diferença entre os ciclos de obra
na construção modular é possível uma eco- e como o prazo chega a ser reduzido entre
nomia de até 25%. Soma-se a isso a queda 30% a 50% na modalidade.
DESENVOLVIMENTO SIMUL-
FABRICAÇÃO DOS MÓDU- TÂNEO NO CANTEIRO E NA
LOS EM FÁBRICA FÁBRICA REDUZ O CRONO-
GRAMA ENTRE 30 A 50%
FONTE: NOAH
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Essas mudanças serão sentidas no longo prazo, visto que ainda estamos em
processo amadurecimento destas startups no mundo.
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Outro ponto dentro desta linha tem a ver com o desenvolvimento e aperfei-
çoamento de produtos de financiamento. Com a implementação do BIM, risk
management, análises preditivas e outras ferramentas, algumas startups pas-
saram a gerar inteligência às instituições financeiras sobre os riscos envolvidos
na obra, seja de acidentes, atrasos, retrabalhos. Dessa forma, uma construtech
passa a estar diretamente inserida na lógica de financiamento.
OUR MISSION IN TO BRIG PEACE AND HARMONY TO THE INDUSTRY BY MAKING THE LIVES OF CONSTRUCTION PROFESSIONALS
EASIER. WITH OUR PROPRIETARY TECHNOLOGY AND YEARS OF CONSTRCTION INDUSTRY EXPERIENCE, WE ENABLE BETTER
FINANCIAL AND PROJECT OUTCOMES.
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