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Consequências do

Inadimplemento
(Perdas e Danos,
Juros, Cláusula
Penal e Arras ou
Sinal)
PROFA. DRA. CÍNTIA ROSA PEREIRA DE LIMA
E-MAIL: CINTIAR@USP.BR
CONSEQUÊNCIAS DO INADIMPLEMENTO VOLUNTÁRIO:

Consequências do Inadimplemento Culposo:

Perdas e Danos (arts. 402 a 405 do CC/02)

Juros Legais (arts. 406 e 407 do CC/02)

Cláusula Penal (arts. 408 a 416 do CC/02)

Arras ou Sinal (arts. 417 a 420 do CC/02)

Profa. Dra. Cíntia Rosa Pereira de Lima - OBRIGAÇÕES


PERDAS E DANOS (ARTS. 402 A 405 CC/02):

Quando a prestação perecer ou deteriorar-se, havendo culpa do devedor,


ele responderá prestando o equivalente e perdas e danos.

indenização pelo inadimplemento da obrigação

Requisitos de prova das perdas e Valor da Indenização:


danos:
 Completa: dano emergente e
 Conduta da parte (culpa ou lucro cessante (art. 402 CC/02);
dolo);
 Dano Moral: incisos V e X do
 Ofensa a um bem jurídico; art. 5º CF/88 e art. 186 CC/02;

 Nexo Causal.  Equação final: inadimplemento


da obrigação = dano emergente
+ lucro cessante + dano moral.

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PERDAS E DANOS:

Dano Matemático prejuízo sofrido em razão de lesão patrimonial e,


ou Concreto portanto, passível de conversão em quantia monetária.

a perda futura de um lucro que se presume alcançável a


Dano Remoto depender de outros fatores além da mera execução da
prestação pelo devedor (Ex. Perda de Uma Chance).

o dano de repercussão não patrimonial, mas que atinge


Dano Moral direitos da personalidade, tais como honra, imagem, dor,
angústia, sofrimento.

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DANO MORAL:

* Conceito (Yussef Said Cahali) *

"a privação ou diminuição daqueles bens que têm um valor precípuo na vida do
homem e que são a paz, a tranqüilidade de espírito, a liberdade individual, a
integridade individual, a integridade física, a honra e os demais sagrados afetos,
classificando-se desse modo, em dano que afeta a parte social do patrimônio moral
(honra, reputação, etc.) e dano que molesta a parte afetiva do patrimônio moral
(dor, tristeza, saudade, etc.), dano moral que provoca direta ou indiretamente dano
patrimonial (cicatriz deformante, etc.) e dano moral puro (dor, tristeza, etc.)".

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PERDAS E DANOS:

* Art. 402 CC/02 *

Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas


e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente
perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar.

Art. 403. Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as


perdas e danos só incluem os prejuízos efetivos e os lucros cessantes
por efeito dela direto e imediato, sem prejuízo do disposto na lei
processual.

Art. 403 vs. 186 CC/02

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DANO MORAL:

Cabe indenização por danos morais por


inadimplemento contratual?

 Caio Mário da Silva Pereira: o dano moral também faz parte do valor a ser
indenizado como perdas e danos, decorrentes do inadimplemento da obrigação.
 Diversas decisões judiciais expõem que “o mero inadimplemento contratual
não acarreta danos morais” (REsp 803950/RJ, 3ª turma, Rel. Min. Nancy
Andrighi, DJe 18/06/2010.)

 Em geral, decide-se que a regra é de que o inadimplemento contratual não dá


margem ao dano moral, pois este “pressupõe ofensa anormal à personalidade”
(AgRg no REsp 1132821, 3ª Turma, Rel. Min. Sidnei Beneti, DJe 29/03/2010).

 É comum, ainda, verificar julgados afirmando que “o mero aborrecimento,


transtorno ou dissabor não gera dano moral” (STJ – EDcl no AREsp: 626695 SP
2014/0302285-3, Relator: Ministro RAUL ARAÚJO, Data de Julgamento:
19/05/2015, T4 – QUARTA TURMA, Data de Publicação: DJe 18/06/2015).

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DANO MORAL:

Caso Prático:

Catarina contratou plano de saúde com X Saúde. Precisando de um marca passo


diagnosticado pelo médico dada a insuficiência cardíaca crônica e grave, a
prestadora nega a cobertura da cirurgia. Em carta com a negativa, X Saúde afirma
que apenas se a paciente vir a óbito e for reanimada comprovar-se-á a imperiosa
necessidade do procedimento cirúrgico, o que está descrito no Manual da
Prestadora de Saúde, que excluiu a cobertura obrigatória do referido procedimento.
(OBS: Resolução Normativa nº 211, de 11 de janeiro de 2010 da Agência Nacional
de Saúde Suplementar – determina a cobertura obrigatória de cirurgias para
implantar marca passo)

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PERDAS E DANOS:

• Art. 404. As perdas e danos, nas obrigações de


CPC/2015
pagamento em dinheiro, serão pagas com Art. 322. O pedido deve ser
Obrigação atualização monetária segundo índices oficiais
regularmente estabelecidos, abrangendo juros,
certo.
custas e honorários de advogado, sem prejuízo
Pecuniária da pena convencional. § 1º Compreendem-se no
principal os juros legais, a
correção monetária e as verbas
de sucumbência, inclusive os
honorários advocatícios.

• Parágrafo único. Provado que os juros da mora


não cobrem o prejuízo, e não havendo pena
Indenização convencional, pode o juiz conceder ao credor
indenização suplementar.
Sim = os juros convencionados
são insuficientes + inexiste valor
no contrato (parágrafo único do
Suplementar art. 404 CC);

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PERDAS E DANOS:

CPC/2015

• Art. 491. Na ação relativa à obrigação de pagar quantia, ainda que formulado pedido
genérico, a decisão definirá desde logo a extensão da obrigação, o índice de correção
monetária, a taxa de juros, o termo inicial de ambos e a periodicidade da capitalização dos
juros, se for o caso, salvo quando:

• I - não for possível determinar, de modo definitivo, o montante devido;

• II - a apuração do valor devido depender da produção de prova de realização demorada ou


excessivamente dispendiosa, assim reconhecida na sentença.

• § 1º Nos casos previstos neste artigo, seguir-se-á a apuração do valor devido por liquidação.

• § 2º O disposto no caput também se aplica quando o acórdão alterar a sentença.

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PERDAS E DANOS:

Perdas e danos MORATÓRIOS: Perdas e danos Compensatórios:

Inadimplemento parcial Inadimplemento absoluto

Não são cumuláveis

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JUROS (ARTS. 406 E 407 CC/02):

Juros Moratórios: Juros Retributivos ou


Compensatórios:
Consequência do inadimplemento das Pactuados pelas partes como forma de
obrigações (mora), devidos desde a citação (art. retribuição pelo capital mutuado
405 CC/02)

Arts. 395 ou 400 c/c 406 CC/02 Art. 591 CC/02

Ex. não cumprimento da obrigação no modo, lugar Ex. Mútuo feneratício


ou tempo estabelecido entre as partes

Juros legais ou convencionais Juros convencionais

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JUROS (ARTS. 406 E 407 CC/02):

Art. 406. Quando os juros moratórios não forem convencionados, ou o forem sem taxa estipulada, ou quando provierem
de determinação da lei, serão fixados segundo a taxa que estiver em vigor para a mora do pagamento de impostos
devidos à Fazenda Nacional.
Art. 13 Lei n. 9.065/95
É um sistema informatizado que visa à custódia de títulos escriturais de emissão do Tesouro Nacional e do Banco Central
do Brasil, bem como ao registro e à liquidação de operações com os referidos títulos conforme Circular nº 2.727 do
Banco Central, de 14 de novembro de 1996.

Esta taxa é fixada pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil - COPOM

Taxa SELIC
Sistema Especial de Liquidação e de Custódia
 sucedâneo de juros (juros + correção monetária);
 acúmulo mensal;
 não oferece segurança;
 não é instituída por lei.

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TAXA SELIC:

 O Copom (Comitê de Política Monetária) elevou nesta 4ª feira


(16.jun.2021) elevar a taxa básica de juros, a Selic, de 3,5% para 4,25%
ao ano. Foi a 3ª alta consecutiva nos juros.
(https://static.poder360.com.br/2021/06/copom-selic-425-
16jun2021.pdf)

Em outras palavras, o Governo prevê a taxa de inflação em


determinados índices, e segundo um modelo econométrico, a
taxa de juros será definida tendo em vista o controle do índice
de inflação. Exemplo, o Governo quer conter a demanda,
então, para isso, adotar-se-á um modelo econométrico em
que se aumentará a taxa de juros, diminuindo o poder de
compra.

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TAXA SELIC:

 Jornada STJ 20: A taxa de juros moratórios a que se refere o art. 406 é a
do art. 161, §1º do Código Tributário Nacional, ou seja, 1% ao mês. A
utilização da taxa SELIC como índice de apuração dos juros legais não é
juridicamente segura, porque impede o prévio conhecimento dos juros;
não é operacional, porque seu uso será inviável sempre que se
calcularem somente juros ou somente correção monetária; é
incompatível com a regra do art. 591 do novo Código Civil, que permite
apenas a capitalização anual dos juros, e pode ser incompatível com o
art. 192, § 3º, da Constituição Federal, se resultarem juros reais
superiores a 12% ao ano. (grifo nosso)

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JUROS:

1% ao mês (CTN) 12% ao ano


JUROS
Dobro da taxa legal
(Lei da Usura) = 2% 24% ao mês

Diferente das Perdas e Danos:


Art. 407. Ainda que se não alegue prejuízo, é obrigado o devedor aos juros da mora que se contarão
assim às dívidas em dinheiro, como às prestações de outra natureza, uma vez que lhes esteja fixado o
valor pecuniário por sentença judicial, arbitramento, ou acordo entre as partes.

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CLÁUSULA PENAL (ARTS. 408 A 416 CC/02):

 Conceito: cláusula inserida no negócio jurídico bilateral ou unilateral que prevê uma sanção em
dinheiro ou em espécie à parte que descumprir sua prestação;

 Natureza jurídica: obrigação acessória;

 Terminologia: pena convencional (stipulatio penae) ou multa;

 Localização no CC/02: de forma correta, dentro do Livro I (Obrigações), Título IV (Inadimplemento


obrigacional), Cap. V – Cláusula Penal (e não uma modalidade de obrigação como no CC/16);

 Função: desestímulo da inadimplência das obrigações X Efeitos Adversos: abusos na fixação do


valor da cláusula penal (evitando o enriquecimento injusto e abusivo de uma das partes sobre a
outra).

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CLÁUSULA PENAL:

Art. 409. A cláusula penal


Funções: estipulada conjuntamente Caráter Acessório da
com a obrigação, ou em ato Cláusula Penal:
posterior, pode referir-se à
Garantia de Pagamento inexecução completa da Silêncio do CC/02 (art. 922 CC/16)
obrigação, à de alguma
Prefixação das Perdas e Danos cláusula especial ou
(pré-liquidação – art. 416 CC/02) simplesmente à mora. A nulidade da obrigação principal gera a nulidade
da cláusula penal

Fixada antes do inadimplemento Ex. Lei de Usura (Dec.


22.626/1933) – limite de A nulidade da cláusula penal não gera a nulidade
da obrigação principal
10% do montante da dívida
Caráter Punitivo????? (Georges (art. 9º) sob pena de
Ripert) nulidade; Art. 409 CC/02
Ex. § 1º do art. 52 do CDC
que traz o limite de 2%
sobre o valor da prestação

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CLÁUSULA PENAL:

Espécies:

Compensatória (inadimplemento absoluto)


Ex. a cláusula que impõe o pagamento de 3 (três) aluguéis, caso o inquilino
desocupe o imóvel antes do término da locação. O fato de ter desocupado o
imóvel, interrompendo a relação contratual, configura-se inadimplemento
absoluto.

Moratória (inadimplemento relativo – mora)

Ex. aplicação de multa de 10% se houver atraso no pagamento do aluguel. Ainda


interessa ao credor o recebimento do aluguel, porém cumulado com o
pagamento da cláusula penal moratória, cujo efeito é reforçar a observância da
data de vencimento da obrigação de pagar o aluguel.

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CLÁUSULA PENAL:

Espécies: São Cumuláveis

Compensatória (inadimplemento absoluto)


Art. 410. Quando se estipular a cláusula penal para o caso de total
inadimplemento da obrigação, esta se converterá em alternativa a benefício do
credor. (correto = substituição ou obrigação sucessiva – Nelson Nery Jr e Rosa
Maria de Andrade Nery)

Moratória (inadimplemento relativo – mora)

Art. 411. Quando se estipular a cláusula penal para o caso de mora, ou em


segurança especial de outra cláusula determinada, terá o credor o arbítrio de
exigir a satisfação da pena cominada, juntamente com o desempenho da
obrigação principal. (cumulação de pedidos = prestação + cláusula penal)

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CLÁUSULA PENAL:

Distinção entre Cláusula Penal e Figuras Afins:

Astreintes ou Multa Cominatória Cláusula de Arrependimento

Cláusula de Cláusula Penal


Astreintes Cláusula Penal Arrependimento
Função: conferir ao devedor Função: reforçar o vínculo
Caráter coercitivo: Caráter a faculdade de não cumprir obrigacional;
forçar o devedor a indenizatório; o avençado (multa
penitencial)
realizar a
prestação; Efeitos: escolha em favor do Efeitos: na compensatória,
devedor substitui a obrigação
principal.
Ambas podem ser cumuladas
Ambas são acessórias

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CLÁUSULA PENAL:

Regra: Não pode exceder o valor da obrigação principal (art. - Limites à Autonomia Privada
412 CC/02); - Enriquecimento sem Causa

 Exceção: possibilidade de cobrança de indenização - O valor da cláusula penal será o


suplementar (art. 416, parágrafo único CC/02). mínimo
- Ônus da prova dos prejuízos
excedentes

Limitações Específicas da Cláusula Penal:


art. 2.035, Código Civil (plano da
 Art. 1.336 CC – multa condominial; eficácia) – vigência 01/01/2003.

Aplica-se a toda relação de


 Relações de Consumo – art. 52, §1.º do CDC; consumo (majoritário); não só
aos contratos de crédito.
 Lei da Usura – art. 9º;

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CLÁUSULA PENAL:

Redução
Equitativa da
Imutabilidade
Cláusula Penal
da Cláusula
Penal

Art. 413. A penalidade deve ser reduzida eqüitativamente


pelo juiz se a obrigação principal tiver sido cumprida em
parte, ou se o montante da penalidade for manifestamente
excessivo, tendo-se em vista a natureza e a finalidade do
negócio.

Dever vs. Faculdade do Juiz??

Enunciado 356 do CJF/STJ

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REDUÇÃO DA CLÁUSULA PENAL POR EQUIDADE:

Cabimento: Redução:

Cumprimento Equidade (En.


Parcial 359 CJF/STJ) “En. 359 – Art. 413. A redação do art. 413 do
Código Civil não impõe que a redução da
penalidade seja proporcionalmente idêntica ao
percentual adimplido.”
Não é simples
Excessiva cálculo
aritmético

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REDUÇÃO DA CLÁUSULA PENAL POR EQUIDADE:

Duas correntes:
Podem as partes renunciar o direito de 1) Não - doutrina majoritária (Enunciado 355
pleitear a redução da cláusula penal? do CJF/STJ) – preceito de ordem pública;

2) Sim – doutrina minoritária (Caio Mário).

Art. 413. A penalidade deve ser reduzida


eqüitativamente pelo juiz se a obrigação
“En. 355 – Art. 413. Não podem as partes renunciar à possibilidade de
principal tiver sido cumprida em parte, ou
redução da cláusula penal se ocorrer qualquer das hipóteses previstas
se o montante da penalidade for
no art. 413 do Código Civil, por se tratar de preceito de ordem pública.”
manifestamente excessivo, tendo-se em
vista a natureza e a finalidade do negócio.

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DA CLÁUSULA PENAL NAS OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS:

Obrigação indivisível: todos respondem pela cláusula penal


proporcionalmente à sua cota-parte. O valor integral só pode ser
demandado do co-devedor culpado pelo inadimplemento. No
entanto, os demais co-devedores têm ação regressiva contra o que
deu causa (art. 414 do CC).

Obrigação divisível: só incorre o co-devedor responsável pelo


inadimplemento; valor reduzido proporcional a sua cota-parte (art.
415 CC);

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CLÁUSULA DE NÃO INDENIZAR:

Conceito: é a cláusula que exime o inadimplente ou o causador do


dano de responder pelas consequências do inadimplemento e de
reparar o dano causado;

Em relação de consumo: nula de pleno direito (art. 51, inc. I do CDC).

Antônio Junqueira de Azevedo: nulidade


- caso de dolo; MONTEIRO FILHO, Carlos Edison do
- contrária à norma cogente; Rêgo; CASTRO, Diana Loureiro Paiva
- inadimplemento da obrigação principal; de. Proteção de dados pessoais e
- vida e à integridade física; cláusula de não indenizar. Disponível
em:
https://www.migalhas.com.br/coluna
/migalhas-de-protecao-de-
Lei Geral de Proteção de Dados – Políticas de dados/346273/protecao-de-dados-
Proteção de Dados e Privacidade pessoais-e-clausulas-de-nao-
indenizar

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ARRAS OU SINAL: ARTS. 417 A 420 CC/02

Conceito: quantia em dinheiro ou coisa móvel que é dada por uma parte
à outra em garantia da conclusão do contrato (arras confirmatórias), ou
para permitir o exercício do direito de arrependimento (arras
penitenciais);

Natureza jurídica: real – pressupõe a entrega do dinheiro ou bem móvel


(art. 417 CC);

Art. 417. Se, por ocasião da conclusão do contrato, uma parte der à
outra, a título de arras, dinheiro ou outro bem móvel, deverão as arras,
em caso de execução, ser restituídas ou computadas na prestação
devida, se do mesmo gênero da principal.

Localização: consequências do inadimplemento (Título IV) do Livro I


(Das Obrigações), pelo fato de se permitir o arrependimento, hipótese
em que não haverá a realização da prestação.
OBS: CC/16 – Parte Geral dos Contratos

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ARRAS OU SINAL: ARTS. 417 A 420 CC/02

Confirmatórias: Arts. 418 e 419 CC/02

Quem prestou não cumprir o contrato – a outra


parte pode retê-las;
Art. 419. A parte inocente pode pedir
indenização suplementar, se provar maior
Se quem as recebeu não cumprir o contrato,
prejuízo, valendo as arras como taxa
devolve o que recebeu mais o equivalente; mínima. Pode, também, a parte inocente
exigir a execução do contrato, com as
perdas e danos, valendo as arras como o
Em ambas as hipóteses, considera-se desfeito o mínimo da indenização.
negócio jurídico;

Prova da celebração do contrato.

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ARRAS OU SINAL: ARTS. 417 A 420 CC/02

Penitenciais: Art. 420 CC/02

Permitem o exercício do direito de


arrependimento;
Art. 420. Se no contrato for estipulado o
direito de arrependimento para qualquer
das partes, as arras ou sinal terão função
Se quem as deu não se arrepender, perdê-las-á; unicamente indenizatória. Neste caso, quem
as deu perdê-las-á em benefício da outra
parte; e quem as recebeu devolvê-las-á,
Se quem as recebeu se arrepender, devolvê-las-á mais o equivalente. Em ambos os casos não
somando-se o equivalente;
haverá direito a indenização suplementar.

Sinal for de natureza diversa da prestação devida,


o bem deverá ser restituído (Ex. joias como sinal)

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