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Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem

Direito Civil

Direito Civil
Prof.ª Patrícia Strauss
Prof.ª Maitê Damé
Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem
Direito Civil

Queridos alunos,

Cada material da Revisão Turbo foi preparado com muito


carinho para que você possa absorver, de forma rápida,
conteúdos de qualidade!

Lembre-se: o seu sonho também é o nosso!

Esperamos você durante as aulas da Revisão Turbo!

Com carinho,

Equipe 1ª Fase Ceisc ♥

@prof.patriciastrauss

@maitedame
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Direito Civil

1. Direito das obrigações

1.1 Inadimplemento

Disposições gerais: arts. 389 – 393, CC.

O Código Civil dá grande importância para o inadimplemento das obrigações. Temos aqui
a responsabilidade civil contratual.

Temos dois tipos de inadimplemento:

Inadimplemento
Inadimplemento total
relativo, parcial ou
ou absoluto
mora

Descumprimento Descumprimento
parcial total

Obrigação ainda Obrigação não


pode ser pode mais ser
adimplida cumprida
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Como regra, de acordo com o artigo 389 não cumprida a obrigação, responde o devedor
por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente
estabelecidos, e honorários de advogado. No entanto, (artigo 393) o devedor não responde pelos
prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles
responsabilizado.

Caso fortuito é evento totalmente imprevisível. Força maior é evento previsível, porém
inevitável. Na parte final do artigo 393 é dito que se a parte assumir o risco então mesmo em
caso fortuito/força maior irá responder.

1.2 Mora (arts. 394 – 401, CC)

Mora é atraso ou até mesmo o cumprimento incompleto da obrigação. A mora pode ser
tanto do credor quanto do devedor.

Estar em mora é não cumprir a obrigação no tempo, forma, objeto, enfim, a maneira como
foi originalmente contratado.

1.2.1 Mora do devedor

Art. 394. Considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento e o credor que
não quiser recebê-lo no tempo, lugar e forma que a lei ou a convenção estabelecer.

Art. 395. Responde o devedor pelos prejuízos a que sua mora der causa, mais juros,
atualização dos valores monetários segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e
honorários de advogado.

Atenção: Não havendo fato ou omissão imputável ao devedor, não incorre este em mora
(artigo 396). Assim, se a obrigação não for cumprida em razão de algo que não seja culpa do
devedor, não teremos a caracterização da mora. Esse aspecto é bem importante, já que informa
que para que haja a mora, é necessário que haja a culpa do inadimplente. Se não houver culpa,
não teremos mora.
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1.2.2 Mora do credor

Art. 400. A mora do credor subtrai o devedor isento de dolo à responsabilidade pela
conservação da coisa, obriga o credor a ressarcir as despesas empregadas em conservá-la, e
sujeita-o a recebê-la pela estimação mais favorável ao devedor, se o seu valor oscilar entre o dia
estabelecido para o pagamento e o da sua efetivação.

Importante: Artigo 399, que trata sobre a responsabilidade do devedor que, em mora,
responde pela impossibilidade de cumprimento do contrato, mesmo que essa impossibilidade
resulta de caso fortuito ou força maior.

Como com a mora (inadimplemento relativo) é possível o cumprimento da obrigação,


podemos ter então a chamada purga da mora. Purga da mora é o cumprimento da obrigação
que estava em atraso.

Art. 401. Purga-se a mora:

I – Por parte do devedor, oferecendo este a prestação mais a importância dos prejuízos
decorrentes do dia da oferta;

II – Por parte do credor, oferecendo-se este a receber o pagamento e sujeitando-se aos


efeitos da mora até a mesma data.

Súmula 562 STF: Na indenização de danos materiais decorrentes de ato ilícito cabe a
atualização de seu valor, utilizando-se, para esse fim, dentre outros critérios, os índices de
correção monetária.

Súmula 426 STJ: Os juros de mora na indenização do seguro DPVAT fluem a partir da
citação.

Súmula 530 STJ: Nos contratos bancários, na impossibilidade de comprovar a taxa de


juros efetivamente contratada – por ausência de pactuação ou pela falta de juntada do
instrumento aos autos -, aplica-se a taxa média de mercado, divulgada pelo Bacen, praticada
nas operações da mesma espécie, salvo se a taxa cobrada for mais vantajosa para o devedor.
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1.3 Perdas e danos (arts. 402-405, CC)

Segundo o artigo 402, as perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele
efetivamente perdeu (danos emergentes), o que razoavelmente deixou de lucrar (lucros
cessantes).

A teoria adotada pelo CC é a teoria do dano direto e imediato, ou seja, somente o que for
diretamente ligado ao inadimplemento será contado como perdas e danos

Para a doutrina, as perdas e danos do CC apenas tratam de danos materiais. Caso outros
danos venham a surgir do inadimplemento, podem também ser pedidos (danos morais, estéticos)
entre outros.

1.4 Cláusula penal (arts. 408 – 416, CC)

Cláusula penal é uma punição, penalidade de natureza civil e tem a ver com o
inadimplemento obrigacional.

Ela é contratada pelas partes e ocorre em caso de inadimplemento do contrato. É uma


obrigação acessória.

A cláusula penal pode ser classificada em: cláusula penal moratória e cláusula penal
compensatória.

1.4.1 Cláusula penal moratória

Caso de inadimplemento parcial, em que ainda é possível o cumprimento. Serve para a


punição de quem está em mora.

A doutrina entende que a multa moratória deve ter um teto de até 10%-20% sobre o valor
da dívida. Já para contratos de consumo, o valor é de até 2%.

Art. 411. Quando se estipular a cláusula penal para o caso de mora, ou em segurança
especial de outra cláusula determinada, terá o credor o arbítrio de exigir a satisfação da pena
cominada, juntamente com o desempenho da obrigação principal.
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Assim, quando houver clausula penal moratória, poderá o credor exigir o cumprimento da
obrigação e o cumprimento da clausula penal moratória.

1.4.1 Cláusula penal compensatória

Caso de inexecução total da obrigação. Ela tem a função de antecipar as perdas e danos.

Art. 412. O valor da cominação imposta na cláusula penal não pode exceder o da
obrigação principal.

Neste caso não poderá o credor exigir o cumprimento da obrigação e também a multa
compensatória.

Art. 410. Quando se estipular a cláusula penal para o caso de total inadimplemento da
obrigação, esta converter-se-á em alternativa a benefício do credor.

Se a cláusula penal tiver um valor muito alto, deverá o juiz reduzir.

Art. 413. A penalidade deve ser reduzida equitativamente pelo juiz se a obrigação principal
tiver sido cumprida em parte, ou se o montante da penalidade for manifestamente excessivo,
tendo-se em vista a natureza e a finalidade do negócio.

Não é necessária a comprovação de culpa do devedor, para que se possa solicitar a


incidência da cláusula penal.

Art. 416. Para exigir a pena convencional, não é necessário que o credor alegue prejuízo.

Ainda que o prejuízo exceda o previsto na clausula penal, não pode o credor exigir
indenização suplementar se assim não foi convencionado. e o tiver sido, a pena vale como
mínimo da indenização, competindo ao credor provar o prejuízo excedente.

Assim, não se pode cumular multa compensatória com indenização por perdas e danos
decorrentes do inadimplemento da obrigação. Contudo, se no contrato estiver previsto tal
possibilidade, a multa compensatória será já o mínimo de indenização. Cabe ao credor então
comprovar o prejuízo excedente.
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1.5 Arras ou sinal (arts. 417 – 420, CC)

Como o próprio nome nos mostra, arras é um sinal dado em um contrato, em dinheiro ou
outro bem móvel entregue por uma parte à outra. Tal sinal irá constar em um contrato preliminar.
São muito comuns em promessa de compra e venda de imóvel.

Há dois tipos de arras:

1.5.1 Confirmatórias

Quando não há a possibilidade de arrependimento quanto à celebração do contrato


definitivo.

Art. 418. Se a parte que deu as arras não executar o contrato, poderá a outra tê-lo por
desfeito, retendo-as; se a inexecução for de quem recebeu as arras, poderá quem as deu haver
o contrato por desfeito, e exigir sua devolução mais o equivalente, com atualização monetária
segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, juros e honorários de advogado.

A parte que sofreu com o inadimplemento do outro poderá pedir indenização suplementar
ou execução.

Art. 419. A parte inocente pode pedir indenização suplementar, se provar maior prejuízo,
valendo as arras como taxa mínima. Pode, também, a parte inocente exigir a execução do
contrato, com as perdas e danos, valendo as arras como o mínimo da indenização.

Como não há possibilidade de arrependimento, não cumprido o contrato, já incide as


arras.

Importante: Sem cláusula de arrependimento e com perdas e danos.

1.5.2 Penitenciais

Quando consta no contrato a possibilidade de arrependimento. Aqui as arras terão função


unicamente indenizatória, já que as partes podiam se arrepender, se assim quisessem.

Art. 420. Se no contrato for estipulado o direito de arrependimento para qualquer das
partes, as arras ou sinal terão função unicamente indenizatória. Neste caso, quem as deu perdê-
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las-á em benefício da outra parte, e quem as recebeu devolvê-las-á, mais o equivalente. Em


ambos os casos não haverá direito a indenização suplementar.

Importante: Com cláusula de arrependimento e sem perdas e danos.

2. Responsabilidade civil

2.1 Obrigação de indenizar (arts. 927 – 943, CC)

A responsabilidade civil subjetiva é a regra dentro do Direito Civil. Ela é baseada na


“teoria da culpa”, já que é necessária a verificação de culpa, para que se possa configurar tal
requisito. Assim, para a verificação da responsabilidade civil subjetiva (regra) é necessário:
conduta humana, culpa, nexo causal e dano. Já a responsabilidade objetiva está consagrada
no parágrafo único do artigo 927.

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado
a repará-lo.

Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos


casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano
implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.

Neste caso, para a configuração da responsabilidade objetiva são necessários: conduta


humana, nexo causal e dano.

Iremos nos deter na responsabilidade objetiva e nos casos previstos no CC.

2.1.1 Responsabilidade civil por atos de terceiros ou responsabilidade civil indireta

Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:

I - Os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia;

II - O tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas


condições;
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III - O empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício


do trabalho que lhes competir, ou em razão dele;

IV - Os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por


dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos;

V - Os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente


quantia.

O artigo 933 do CC prevê expressamente que a responsabilidade é objetiva, já que


informa que os terceiros serão responsabilizados, ainda que não haja culpa por parte deles.

De acordo com o artigo 934 se o empregador, por exemplo, pagar a indenização, terá
direito de regresso contra o empregado que causou o dano.

Há uma exceção: Relações entre ascendentes e descendentes incapazes não haverá


direito de regresso. Assim, o ascendente não tem regresso contra o descendente, se este for
incapaz.

Um ponto muito importante diz respeito à solidariedade entre todos os sujeitos do artigo
942, já que o parágrafo único informa que são solidariamente responsáveis com os autores os
co-autores e as pessoas designadas no artigo 932.

Observação: Responsabilidade do incapaz (art. 928 do CC).

De acordo com o referido artigo, a responsabilidade do incapaz é subsidiária.


Assim, primeiro respondem os responsáveis pelo incapaz. Se estas pessoas não tiverem
condições financeiras ou não forem obrigadas a tanto, então se irá responsabilizar o incapaz.
Mesmo assim, de acordo com o parágrafo único, a indenização deverá ser equitativa e, se privar
o incapaz ou as pessoas que dele dependam do seu sustento, então tal indenização não terá
lugar. Devido ao parágrafo único do 942, ainda há discussões que tratam sobre a
responsabilidade do incapaz ser ou não subsidiária. No entanto, a jurisprudência e a doutrina
dizem que sim, em decorrência do artigo 928, ela será subsidiária, não tendo aplicação o
parágrafo único do art. 942.
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2.1.2 Responsabilidade civil por fato de animal

Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não
provar culpa da vítima ou força maior.

Assim, há somente duas excludentes nas quais o dono/detentor não será


responsabilizado: culpa da vítima e força maior.

2.1.3 Responsabilidade civil do dono de edifício ou construção pela sua ruína

O dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de sua ruína, se
esta provier de falta de reparos, cuja necessidade fosse manifesta, consoante artigo 937 do CC.
Para que haja a configuração, é necessário se estabelecer que o imóvel necessitava de reparos
de forma manifesta. A responsabilidade é do dono do edifício ou da construção (construtora, por
exemplo).

2.1.4 Responsabilidade por objetos caídos ou lançados do prédio


(defenestramento)

Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das
coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido.

Ponto muito importante a ser verificado que a responsabilidade é de quem habita o prédio.
Assim, seriam responsáveis o locatário, comodatário, proprietário, enfim, quem estiver habitando
o prédio.

Caso não se saiba de onde partiu o objeto caído ou lançado, os tribunais têm entendido
pela responsabilização do condomínio que, após (e caso) identificado o responsável, poderá
ajuizar regresso contra o ofensor.

2.2 Indenização (arts. 944 – 954, CC)

A segunda parte da responsabilidade civil do CC trata sobre a indenização. Uma vez


configurada a obrigação de indenizar se parte para a próxima etapa: indenização.

Consoante o art. 944 a indenização se mede pela extensão do dano. Assim, quanto maior
for o dano, maior será a indenização.
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Já o art. 945 trata sobre a vítima ter contribuído para o evento danoso (fato ou culpa
concorrente). Neste caso, a indenização será fixada levando em conta a contribuição da vítima.

Há inúmeros artigos no CC que tratam sobre qual será a indenização a ser fixada, em
caso da configuração da obrigação de indenizar:

Art. 948. No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras reparações:

I - No pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto da família;

II - Na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se em conta


a duração provável da vida da vítima.

Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das
despesas do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim da convalescença, além de algum
outro prejuízo que o ofendido prove haver sofrido.

Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício
ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do
tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão correspondente à
importância do trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu.

Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a indenização seja arbitrada
e paga de uma só vez.

Art. 951. O disposto nos arts. 948, 949 e 950 aplica-se ainda no caso de indenização
devida por aquele que, no exercício de atividade profissional, por negligência, imprudência ou
imperícia, causar a morte do paciente, agravar-lhe o mal, causar-lhe lesão, ou inabilitá-lo para o
trabalho.

Art. 952. Havendo usurpação ou esbulho do alheio, além da restituição da coisa, a


indenização consistirá em pagar o valor das suas deteriorações e o devido a título de lucros
cessantes; faltando a coisa, dever-se-á reembolsar o seu equivalente ao prejudicado.
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Parágrafo único. Para se restituir o equivalente, quando não exista a própria coisa,
estimar-se-á ela pelo seu preço ordinário e pelo de afeição, contanto que este não se avantaje
àquele.

Art. 953. A indenização por injúria, difamação ou calúnia consistirá na reparação do dano
que delas resulte ao ofendido.

Parágrafo único. Se o ofendido não puder provar prejuízo material, caberá ao juiz fixar,
equitativamente, o valor da indenização, na conformidade das circunstâncias do caso.

Art. 954. A indenização por ofensa à liberdade pessoal consistirá no pagamento das
perdas e danos que sobrevierem ao ofendido, e se este não puder provar prejuízo, tem aplicação
o disposto no parágrafo único do artigo antecedente.

Parágrafo único. Consideram-se ofensivos da liberdade pessoal:

I - O cárcere privado;

II - A prisão por queixa ou denúncia falsa e de má-fé;

III - A prisão ilegal.

3. Contratos

3.1 Evicção (arts. 447 – 457, CC)

Evicção é a perda total ou parcial de um bem, em regra, por meio de uma sentença judicial.
Esta sentença judicial atribui a outra pessoa o bem. Funda‑se no mesmo princípio da garantia
em que se assenta a teoria dos vícios redibitórios.

Requisitos da evicção:
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Anterioridade do
Perda total ou
Aquisição realizada direito daquele que
parcial da
de forma onerosa ganhou a ação
propriedade
judicial

Direitos do evicto:

Lembrando que evicto é aquele que perdeu a coisa em virtude de sentença judicial.

A) Responsabilidade total (artigo 450 do CC): Salvo estipulação em contrário, o evicto


tem direito:

Indenização Pelos
Indenização
dos frutos prejuízos Custas
Restituição pelas
que tiver que judiciais e
integral do despesas
sido diretamente honorários
preço dos
obrigado a resultarem do advogado
contratos
restituir da evicção

B) Responsabilidade parcial (artigo 449 do CC): Podem as partes excluir a


responsabilidade pela evicção? Sim, expressamente. Contudo, mesmo com a
existência de tal cláusula, se a evicção se der, tem direito o evicto (aquele que perdeu
a coisa) a recobrar o preço que pagou pela coisa evicta, com algumas condições:

Se não soube do risco da Se informado, não assumiu o


evicção OU risco da evicção

C) Isenção de responsabilidade pelo vencedor (artigo 457 do CC): Quando o comprador


sabe que está adquirindo bem alheio ou litigioso, caso venha a perder, não poderá demandar
contra quem lhe vendeu.

Observar: Evicção parcial (artigo 455).

O que ocorre se houve evicção parcial e não total da coisa?


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1 – Perda considerável: Poderá o evicto (quem perdeu parcialmente o bem) optar entre a
rescisão do contrato e a restituição da parte do preço do desfalque.

2 – Perda não for considerável: Pode apenas pleitear a indenização e não a rescisão do
contrato.

3.2 Contrato de compra e venda: limitações

A) Venda de ascendente a descendente

Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros


descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido.

Parágrafo único. Em ambos os casos, dispensa-se o consentimento do cônjuge se o


regime de bens for o da separação obrigatória.

Caso não tenha o consentimento, será passível de anulação. Os legitimados para a


propositura da ação anulatória são os outros descendentes e o cônjuge do alienante. Entende o
STJ que é necessária a prova do prejuízo dos demais herdeiros, para que se tenha a anulação.

O prazo para ajuizamento da ação anulatória é de 2 anos, segundo o artigo 179 do Código
Civil.

B) Venda de parte indivisa em condomínio

O condômino não pode alienar sua parte indivisa a terceira pessoa, se o outro condômino
a quiser, tanto por tanto. O condômino que quiser pode exercer seu direito de preferência ou
preempção, ajuizando ação no prazo decadencial de 180 dias contados da data em que teve
ciência da alienação. No momento do ajuizamento, deve o condômino, efetuar a consignação do
valor que deseja pagar. A ação pode ser ação adjudicatória, a fim de obter o bem para si.

C) Venda entre os cônjuges

É possível a venda entre cônjuges com relação aos bens excluídos da comunhão.

Enunciado 152, CJF. É possível a venda entre cônjuges no regime da comunhão


universal? Sim, pois há bens excluídos dessa comunhão, como os de uso pessoal, por exemplo.
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3.3 Contrato de doação

3.3.1 Restrições à doação

A) Doação da parte inoficiosa: é nula a parte que exceder ao que poderia dispor em
testamento, segundo o artigo 549 do CC.

B) Doação de todos os bens do doador: é a chamada doação global, em que não pode
todos os bens do doador serem doados, sem que fique algo para a sua subsistência. Caso isso
aconteça, teremos nulidade.

C) Doação do cônjuge adultero a seu cúmplice – artigo 550 do CC: pode ser anulada a
doação pelo cônjuge ou pelos herdeiros necessários. Prazo de 2 anos depois de dissolvida a
sociedade conjugal.

3.3.2 Revogação da doação:

Há duas razões pelas quais é possível a revogação da doação: ingratidão do donatário e


por descumprimento de encargo, conforme artigo 555 do CC.

Por ingratidão do donatário: As hipóteses se encontram nos arts. 557 e 558 do CC.

Art. 557. Podem ser revogadas por ingratidão as doações:

I - Se o donatário atentou contra a vida do doador ou cometeu crime de homicídio doloso


contra ele;

II - Se cometeu contra ele ofensa física;

III - Se o injuriou gravemente ou o caluniou;

IV - Se, podendo ministrá-los, recusou ao doador os alimentos de que este necessitava.

Observação: Quando o ofendido não for o doador, mas cônjuge, ascendente,


descendente, ou irmão deste, ou descendente adotivo, também pode o doador pleitear a
revogação da doação, de acordo com o artigo 558 do CC.
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Qual é o prazo para que se peça a revogação por ingratidão? Dentro de um ano, a contar
de quando chegue ao conhecimento do doador sobre o fato e que o donatário foi o autor.

Quem pode ajuizar a ação de revogação da doação? É personalíssima, ou seja, somente


o doador pode ajuizá‑la. Contudo, se a ação foi iniciada, e o doador morreu, os herdeiros e
sucessores podem prosseguir com a ação.

Mas e no caso de homicídio doloso? Se o doador morreu, como vai ajuizar? É uma
exceção, nesse caso, os herdeiros podem ajuizar a ação de revogação da doação.

De qualquer forma, só se admite a revogação da doação, por ingratidão, nas


doações puras. Não se admite, portanto, nas doações puramente remuneratórias, nas oneradas
com encargo já cumprido, nas que se fizerem em cumprimento de obrigação natural, e nas feitas
para determinado casamento.
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1. Pessoa natural

Absoluta
Art. 3º, CC
Incapacidade
Relativa
Art. 4º, CC
Capacidade
Civil Plena

Capacidade de
Direito
Pessoa
Natural
Nascituro
Maioridade
Voluntária
Art. 5º, CC
Capacidade de
Fato/Exercício Emancipação
Art. 5º, § Judicial
Pessoa com único, CC
Deficiência
Legal

1.1 Incapacidade

Quem, embora tenha personalidade jurídica, não pode praticar atos da vida civil por si
próprio.

Incapacidade absoluta:
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1. Menores de 16 anos;
2. Nenhum ato;
3. Suprimento: representação (pais, tutores);
4. Inobservância: nulidade (art. 166, J, CC).

Incapacidade relativa:

1. Hipóteses: +16 e –18 anos, ébrios habituais, viciados em tóxicos, aqueles


que por causa transitória ou permanentes não manifestem a vontade e pródigos;
2. Certos atos ou maneira de praticar;
3. Suprimento: assistência (pais, tutores, curadores);
4. Inobservância: anulação (art. 171, I, CC).

1.2 Pessoa com Deficiência

1. Plenamente capaz;
2. Art. 6º, Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13. 146/15);
3. Tomada de Decisão Apoiada (art. 1.783-A, CC).

1.3 Capacidade Civil Plena

Capacidade de direito + capacidade de fato.

1.4 Nascituro

1. A lei garante os direitos desde a concepção;


2. Não possui capacidade;
3. Proteção de direitos sucessórios e direitos de personalidade.

1.5 Capacidade de Direito

1. Art. 1º, CC;


2. Toda pessoa tem;
3. Inerente à personalidade;
4. Capacidade de ser titular de direitos e obrigações na ordem civil;
5. Inicia no nascimento com vida (art. 2º, CC);
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6. Termina com a morte (art. 6º, CC).

1.6 Capacidade de Fato/Exercício

Possibilidade de exercer atos da vida civil por si próprio. Entretanto, nem toda pessoa
possui.

A aquisição pode se dar com a maioridade (art. 5º, CC), ao completar 18 anos, ou com a
emancipação (art. 5º, § único, CC). Na emancipação, se antecipa a capacidade civil plena, mas
segue incidindo regras do ECA. É irrevogável.

Espécies de emancipação:

1. Voluntária: Ambos os pais, escritura pública, registro;


2. Judicial: Litígio, tutores e tutelados, registro;
3. Legal: Casamento; exercício emprego público efetivo; Colação de grau
(universidade); Independência econômica.
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2. Tutela e curatela

Legítima

Espécies Dativa

Incapacidade Testamentária
Tutela
Escusa

Exercício

Sujeitos

Curatela Interdição

Curador

2.1 Tutela

Representação legal de -18 anos.

Falta dos pais (morte, ausência ou destituição do poder familiar).

Base legal: Art. 1.728 e ss. do CC, art. 759 e ss. do CPC e art. 36 e ss. da Lei nº 8.069/90.

Espécies:

1. Testamentária (Art. 1.729 e 1.730, CC): Direito dos pais indicarem tutor aos filhos;
Escritura pública ou outro documento autêntico.
2. Legítima (Art. 1.731, CC): Na falta de indicação pelos pais; Parentes
consanguíneos.
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3. Dativa (Art. 1.732, CC): Falta de indicação pelos pais; Falta de parente; Juiz indica
pessoa idônea.

Incapacidade (Art. 1.735, CC): Pessoas que não poderão exercer tutela.

Escusa (Art. 1.736, CC): Via de regra, não pode ser recusada. Exceções: casos do art.
1.736, CC. Procedimento de escusa: simples petição (Art. 760, CPC). Prazo de 5 dias.

Exercício (Art. 1.740 a Art. 1.752, CC): Os principais são administração dos bens e
aceitar a herança (com autorização do juiz).

2.2 Curatela

Representação legal de maiores de idade, mas incapazes.

Necessidade de Ação de Interdição.

Base legal: Art. 4º, II, III, IV do CC, art. 1.767 do CC e art. 747 e ss. do CPC.

Sujeitos (Art. 4º, II, III, IV e 1.767 do CC):

1.1 Ébrios habituais e viciados em tóxicos;


1.2 Aqueles que não possam manifestar a vontade;
1.3 Pródigos.

Interdição (Art. 747 e ss. do CPC): Reconhece situação de incapacidade. Fixa atos que
não podem ser praticados. Realização de perícia. Nomeação de curador.

Curador (Art. 1.775 do CC): Nomeado por sentença em Ação de Interdição. Ordem:

1. Cônjuge ou companheiro não separado;


2. Pai ou mãe;
3. Descendente mais apto;
4. Juiz nomeia.

Importante: Aplica-se à curatela as disposições da tutela (Art. 1.774 do CC).


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2.3 Prestação de contas

Base legal: Art. 1.755 até art. 1.762 e art. 1.783 do CC.

Tutores e curadores devem prestar contas ao juiz. De 2 em 2 anos ou sempre que o juiz
exigir.Na curatela, se o curador for cônjuge e o regime for de comunhão universal, há dispensa.

3. Direitos de personalidade

Rol exemplificativo.Proteção a pessoa já falecida – herdeiros buscam reparação do dano


(art 12 e 20, §§ únicos).

Relação com os DF e dignidade.

Art. 52 – pessoa jurídica.

Súmula 227, STJ: “A pessoa jurídica pode sofrer dano moral.”

Art. 13 a 15, CC – direito ao próprio corpo.

1. Testamento vital;

2. Cirurgia de adequação sexual – possibilidade;

3. Crença religiosa – testemunhas de Jeová.

Enunciado 528, das Jornadas de Direito Civil, que autoriza o chamado testamento vital ou
biológico, que nada mais é do que uma autorização para a prática da suspensão do tratamento
médico:

“É válida a declaração de vontade expressa em documento autêntico, também chamado


"testamento vital", em que a pessoa estabelece disposições sobre o tipo de tratamento de saúde,
ou não tratamento, que deseja no caso de se encontrar sem condições de manifestar a sua
vontade”.
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Arts. 16 a 19, CC – direito ao nome.

Transgêneros – possibilidade de alteração independentemente de cirurgia de adequação


sexual – ADIN 4275.

Nesse sentido, há a súmula 403, STJ que determina que “Independe de prova do prejuízo
a indenização pela publicação não autorizada de imagem de pessoa com fins econômicos ou
comerciais”.

Súmula 221, STJ: São civilmente responsáveis pelo ressarcimento de dano, decorrente
de publicação pela imprensa, tanto o autor do escrito quanto o proprietário do veículo de
divulgação.

Arts. 20 e 21, CC – palavra, imagem, honra e vida privada.

ADIN 4815, que dá ao art. 20, CC interpretação conforme a Constituição. Nesta ação, foi
autorizada a publicação das “biografias não autorizadas”, ou seja, a possibilidade de publicação
de obras biográficas literárias ou audiovisuais, independentemente do consentimento do
biografado. O Presidente do STF a época (Ricardo Lewandowski) afirmou que “não é possível
que haja censura ou se exija autorização prévia para a produção e publicação de biografias”, de
forma que “a censura prévia está afastada, com plena liberdade de expressão artística, científica,
histórica e literária, desde que não se ofendam os direitos constitucionais dos biografados”.
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4. Pessoa jurídica

Direito público – art. 41 e 42,


CC

Direito Privado – art. 44, CC


Atos constitutivos

Personalidade jurídica - Art. Registro no CRCPJ


45, CC
Pessoa Jurídica

Registro no Registro Público de Se por pessoa jurídica


Empresas Mercantis empresária

Sócio
Personalidade separada – art.
49-A, CC
Pessoa jurídica

Confusão patrimonial
Desconsideração da
Art. 50 Abuso da personalidade
personalidade
Desvio de finalidade
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5. Domicílio: cumprimento das obrigações

Local de residência
Regra geral - art.
habitual, com ânimo
70, CC
definitivo.

Qualquer deles será


Pluralidade de
Quando a pessoa tem usado para
Domicílios - art. 71,
mais de um domicílio. cumprimento das
CC
obrigações.

Pessoa tem residência em


Domicílio um local e exerce
Local onde exerce
Profissional - art. profissão em outro.
a profissão.
72, CC Utilizado para questões de
caráter profissional.

Sem Domicílio Pessoa que não tem Cumprimento no


Habitual - art. 73, domicílio certo. Ex: artista local onde for
CC de circo. encontrada.

Mudança de Quando muda o local de


Domicílio - art. 74, residência. Intenção
CC manifesta de mudar-se.

Domicílio de seus pais ou


Incapaz
representantes legais.

Domicílio Local do cumprimento da


Preso
pena.

Domicílio Local onde estiver lotado


necessário - art. 76, Servidor Público
para exercer função.
CC

Onde servir ou na sede do


Militar comando a que estiver
subordinado.

Local onde o navio estiver


Marítimo
matriculado.

Se o agente diplomático Não indicando: será


Agente diplomático brasileiro for citado no exterior e acionado no DF ou no
alegar extraterritorialidade, deve
- art. 77, CC indicar o lugar, no Brasil, em que último lugar em que teve
tem domicílio. domicílio no Brasil.

Possibilidade de indicar, nos


Foro de eleição - contratos escritos, o local de
art. 78, CC cumprimento das obrigações dali
provenientes.

Havendo filiais,
Sede das diretorias cada uma responde
Privado
e administrações. pelas obrigações ali
constituídas.
Domicílio da
Pessoa Jurídica
Capitais do Estado,
Público DF, União, sede do
Município.
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6. Bens jurídicos
Natureza solo (só ele)
Imóveis
art. 79-81, CC Acessão (o que se Natural Árvore
gruda ao bem imóvel
por natureza) Artificial Prédio

Semoventes (movem-se
Por natureza sozinhos)
Móveis
art. 82-84, CC Carro, celular, mesa (movimenta
Propriamente ditos sem deterioração, com auxílio
externo)
Bem fungível é o que Soja, arroz, milho
admite a substituição
Fungíveis e Infungíveis
art. 85, CC Bem infungível é o
Considerados que não admite Quadro do pintor famoso
em si mesmos substituição
O uso importa na destruição
Consumíveis (alimentos) ou estão a venda
Consumíveis e (livro da livraria)
Inconsumíveis
art. 86, CC Suportam o uso continuado
Inconsumíveis
(carro, roupa)
Podem ser fracionados sem alterar a
Divisíveis substância (grãos, $)
Divisíveis e Indivisíveis
art. 87-88, CC
Indivisíveis Não podem ser fracionados (cavalo)
Consideradas em sua
individualidade, representadas
Singulares
por uma unidade (cavalo, livro,
Singulares e Coletivos árvore)
Bens art. 89-91, CC
Compostos de várias coisas
jurídicos Coletivos
singulares (biblioteca, floresta)
Necessárias – evitar
estragos
Úteis: melhora o
Benfeitorias uso
Principal Existe por si próprio art. 96 a 97
Reciprocamente art. 92, CC (solo) Voluptuárias –
considerados recreação
Pressupõe a existência
Acessório
do principal (árvore)
Móveis que não são parte
integrante, mas se
Pertenças destinam, de modo
art. 93, CC duradouro, ao uso, serviço
ou aformoseamento de
Particulares Iniciativa privada outro.

Bens públicos Bens de uso Praças, ruas, etc. art.


e particulares comum do 103 – pode-se pagar
Pertencentes às povo pelo uso (pedágio)
pessoas de direito
Públicos Bens de uso Prestação/execução
público interno (art. 98,
CC) especial de serviços públicos
Bens
dominicais
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7. Bem de família

Vários bens
Até 1/3 patrimônio líquido
Escritura pública ou testamento
Voluntário Registro no CRImóveis
Enquanto o casal existir ou os filhos forem menores de 18 anos
Impenhorabilidade quanto a dívidas posteriores a instituição
BEM DE FAMÍLIA

Salvo: derivadas do próprio bem – Impostos e condomínio


Lei 8009/90
Único bem
Regra: impenhorabilidade
Exceção: art. 3º, Lei
Legal Protege imóveis de pessoas solteiras, casadas ou viúvas – súmula
364, STJ

Box de garagem – se tiver matrícula própria pode ser penhorado –


súmula 449, STJ

Se imóvel estiver locado a terceiro –súmula 486, STJ – mantém a


impenhorabilidade
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8. Planos da existência, validade e eficácia

Quando está apto a produzir


efeitos imediatos. A produção de
Uma vez que o negócio seja efeitos pode estar limitada por
existente, deve-se analisar se está elementos acidentais.

O negócio jurídico, para ser perfeito ou se contém algum vício ou


considerado como tal, deve defeito inviabilizante. Os requisitos
devem estar presentes. Plano da eficácia
cumprir certos requisitos
•Elementos acidentais
mínimos. Os elementos
•Condição
estruturais estão presentes. Plano da validade •Termo
•Vontade = livre + boa-fé •Modo ou encargo
•Agente = capaz + •Consequências do
Plano da existência legitimado inadimplemento negocial
•Objeto = lícito + possível (juros, multas, perdas e
•Vontade danos)
+ determinado
•Agente
•Forma = livre ou prescrita
•Objeto em lei
•Forma

Capacidade dos negócios jurídicos gerarem efeitos. Pode depender de alguma “situação
especial” (elementos acidentais do negócio jurídico).

Suspensiva
Condição
Evento futuro e incerto
art. 121
Eficácia

Resolutiva

Termo Evento futuro e certo

Determinação que
Encargo ou modo impõe um dever ou
ônus ao beneficiário
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Erro Art. 138, CC pessoa engana-se sozinha

Dolo Art. 145, CC artifício malicioso

ameaça ou pressão exercida sobre alguém, fundada


Coação Art. 151, CC em temor de dano iminente e considerável ao
paciente, seus familiares ou seus bens.

prejuízo resultante da enorme desproporção existente


Defeitos

entre as prestações de um contrato, no momento de


Lesão Art. 157, CC
sua celebração, determinada pela premente
necessidade ou inexperiência de uma das partes

situação de perigo conhecida da outra parte


estado de perigo Art. 156, CC (elemento subjetivo) + onerosidade excessiva
(elemento objetivo).

declaração enganosa da vontade, visando aparentar


Simulação Art. 167, CC
negócio diverso do efetivamente desejado.

Art. 158, CC –
devedor desfalca o seu patrimônio, a ponto de se gratuita
Fraude contra
tornar insolvente, com o intuito de prejudicar seus
credores
credores. Art. 159, CC –
onerosa

absolutamente incapaz;
Não convalesce pelo decurso do tempo.
Não pode ser confirmada pelas partes. objeto ilícito, impossível ou indeterminável;

motivo for ilícito;

não revestir a forma prescrita em lei;


Nulo Art. 166 e 167, CC
não for observada solenidade essencial;

objetivo fraudar lei imperativa;


Invalidades

Convalesce pelo decurso do tempo.


Prazo de 4 anos – art. 178, CC.
lei o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática
Pode ser confirmada pelas partes.

Negócio simulado

incapacidade relativa do agente;


Anulável Art. 171, CC
vício resultante de erro, dolo, coação, estado de
perigo, lesão ou fraude contra credores.
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9. Prescrição e decadência

Prescrição Decadência

Existe um direito Há prática de um ato/negócio


Este direito é violado •Pela parte
Nasce para o titular uma pretensão •Por terceiro
•Cobrança; Reparação civil;
Indenização Em razão deste ato/negócio, nasce um
direito
Deve ser exercida nos prazos dos
arts. 205 e 206, CC
Deve ser exercido no prazo
Causas que impedem ou suspendem estabelecido
•Arts. 197 a 199, CC
•Prazo não começa a contar Geralmente o dispositivo que prevê o
direito, já traz o prazo. Se não trouxer,
Causas interruptivas art. 179, CC = 2 anos.
•Art. 202, CC Art. 207. Salvo disposição legal em
•Iniciou a contagem → ocorreu a contrário, não se aplicam à decadência
causa →recomeça a contar do zero as normas que impedem, suspendem
•Apenas uma vez ou interrompem a prescrição.
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10. Direito matrimonial

16 a 18 anos – necessidade de
autorização dos pais.

Consentimento: se um dos pais permitir


e o outro não, a solução é pedir
autorização judicial. Não deve casar.
Pode ser retirado até a celebração.
Capacidade para o
casamento
Indivíduo emancipado → não precisa da
autorização dos genitores.

Impossibilidade de casamento de
menor de 16 anos (nova redação do art.
1.520, CC).
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Corre perante o Registro Civil

Momento de averiguar a
Habilitação capacidade e eventual
impedimento.

Definir o regime de bens.

No cartório = 2 testemunhas

Fora = 4 testemunhas +
Celebração portas abertas

Casamento civil – celebração


por juiz de paz

Impedimentos: Art. 1.521, CC = não PODE casar.

Matrimônio realizado com inobservância de impedimento = nulo (art. 1.548, II, CC) –
interessados ou o MP poderão, a qualquer tempo, buscar a nulidade (art. 1.549, CC).

Causa suspensiva: Art. 1.523, CC = não DEVE casar.

Matrimônio realizado com inobservância de causa suspensiva = imposição do regime de


separação obrigatória (art. 1.641, I, CC).
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Casamento nulo e anulável:

Nulo = celebrado com inobservância à impedimentos. Não prescreve.

Anulável = situações do art. 1.550, CC. Prazos prescricionais exíguos.

Enquanto estiver em vigência, produz efeitos.

Depois da sentença = efeito retroativo (art. 1.563, CC) - dissolução do vínculo, como se
nunca tivesse ocorrido (volta a ser solteiro).

11. Regime de bens

Mutabilidade do regime de bens: Pedido motivado ao juiz, feito por ambos os cônjuges
e com a garantia do direito de terceiros – art.1.639, § 2.º, CC.

Pacto antenupcial: Escritura pública; antes da habilitação (encaminha junto com a


habilitação); dispor de regras patrimoniais (art. 1.653, CC).

Não havendo convenção, ou sendo esta nula ou ineficaz (pelo estabelecimento de


cláusulas que não sejam possíveis). Regime da CPB (art. 1.640, CC).

Sem o pacto antenupcial o regime que deve constar no casamento é o regime legal
(comunhão parcial de bens).

Outorga conjugal: Regra = necessidade de autorização conjugal. Arts. 1.647 a 1.650 do


CC.

Exceção:

 No regime da separação convencional de bens;


 Na separação obrigatória a súmula 377, STF é aplicada;
 No regime da participação final nos aquestos, quando o casal convencionar a
livre disposição dos bens.
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11.1 Comunhão parcial de bens

Bens incomunicáveis: constituem o patrimônio pessoal dos consortes (arts. 1.659 e


1.661).

Art. 1.659. Excluem-se da comunhão:

I - Os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância
do casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar;

II - Os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a um dos cônjuges em


sub-rogação dos bens particulares;

III - As obrigações anteriores ao casamento;

IV - As obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em proveito do casal;

V - Os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão;

VI - Os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge;

VII - As pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes.

Art. 1.661. São incomunicáveis os bens cuja aquisição tiver por título uma causa anterior
ao casamento.

Bens comunicáveis: integram o patrimônio comum (art. 1.660).

Art. 1.660. Entram na comunhão:

I - Os bens adquiridos na constância do casamento por títutlo oneroso, ainda que só em


nome de um dos cônjuges;

II - Os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho ou despesa
anterior;

III - Os bens adquiridos por doação, herança ou legado, em favor de ambos os cônjuges;

IV - As benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge;


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V - Os frutos dos bens comuns, ou dos particulares de cada cônjuge, percebidos na


constância do casamento, ou pendentes ao tempo de cessar a comunhão.

11.2 Comunhão universal de bens

Bens incomunicáveis: arts. 1.668.

Art. 1.668. São excluídos da comunhão:

I - Os bens doados ou herdados com a cláusula de incomunicabilidade e os sub-rogados


em seu lugar;

II - Os bens gravados de fideicomisso e o direito do herdeiro fideicomissário, antes de


realizada a condição suspensiva;

III - As dívidas anteriores ao casamento, salvo se provierem de despesas com seus


aprestos, ou reverterem em proveito comum;

IV - As doações antenupciais feitas por um dos cônjuges ao outro com a cláusula de


incomunicabilidade;

V - Os bens referidos nos incisos V a VII do art. 1.659.

Os cônjuges, casados sob esse regime, não podem constituir sociedade entre si (art. 977,
CC).

11.3 Participação final nos aquestos

Existem cinco universalidades de patrimônios:

1. Os bens particulares que cada um possuía antes de casar;


2. Os bens que o outro já possuía;
3. O patrimônio adquirido por um dos cônjuges, em nome próprio, após o
matrimônio;
4. Os adquiridos pelo outro, em seu nome, após o casamento;
5. Os bens comuns, adquiridos pelo casal.
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A participação ocorrerá sobre o patrimônio adquirido, de forma onerosa, pelo outro, mas
através de um crédito e não pela constituição de condomínio sobre o patrimônio. Significa dizer
que o direito não é sobre o patrimônio, mas sim sobre eventual saldo após as compensações
dos acréscimos de cada um.

Há uma expectativa de crédito (que só se configura ao final). Não se trata de meação,


mas de crédito a receber.

11.4 Separação de bens

Cada um possui o seu patrimônio (bens e dívidas anteriores e posteriores ao matrimônio).

Existem dois patrimônios bem separados: o do marido e o da mulher. Não há qualquer


comunicação de bens.

Qualquer dos cônjuges pode alienar ou gravar seus bens sem anuência do outro cônjuge.

Separação obrigatória – incidência da súmula 377, STF.

12. União estável

União estável = ato-fato jurídico = independe de vontade para que se configure. União
pública, contínua e duradoura, com a intenção PRESENTE de formar família.

Requisitos: art. 1.723, CC. Não há necessidade de coabitação. Súmula 382, STF.

Aplicabilidade das regras de impedimentos (art. 1.723, § 1.º, CC).

Não reconhecimento de uniões estáveis paralelas.

Regime de comunhão parcial de bens.

Concubinato = 1.727, CC – impedimento matrimonial.


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13. Dissolução do vínculo conjugal

Separação fática por 2


Divórcio direto
anos
CC - separação +
divórcio
1 ano de casamento +
separação judicial + 1 Divórcio por
ano de trânsito em conversão
Dissolução julgado

Independentemente do tempo de
casamento; independentemente do
Constituição Federal tempo de separação → cabe
divórcio para romper vínculo (EC
66/2010).

A possibilidade de julgamentos parciais no divórcio – art. 356, CPC/2015

Possibilidade de divórcio sem prévia partilha de bens.

Divórcio extrajudicial:

1. Consenso;
2. Inexistência de filhos incapazes ou nascituros (novo CPC) – cabe, neste caso,
emancipar os filhos menores de idade para a realização do divórcio extrajudicial
– o CPC/2015 retirou o termo menores, deixando os incapazes e incluindo os
nascituros;
3. Assistência de advogado.

Divórcio no estrangeiro: O divórcio consensual pode ser reconhecido no Brasil


sem que seja necessário proceder à homologação. Art. 961, § 5.º CPC + Prov. 53 CNJ =
Apenas para divórcios consensuais simples. Havendo guarda, partilha, necessária a
homologação do STJ.
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Separação e Divórcio Extrajudiciais: Lei 11.441/2007 + art. 733, CPC/2015.


Requisitos: Consenso; Inexistência de filhos incapazes ou nascituros; Assistência de
advogado.

14. Guarda

Unilateral ou exclusiva, quando exercida por apenas um dos pais. Compartilhada, quando
exercida por ambos em iguais condições.

A guarda pode ser modificada se ficar provado que o guardião ou pessoas de sua
convivência familiar não trata convenientemente a criança ou o adolescente.

A guarda pode ser estabelecida a terceira pessoa, desde o nascimento, se houver


abandono afetivo (art. 1584, § 5.º, CC).

Com a lei 13.058/2014 a guarda compartilhada tornou-se a regra!

Residência base de moradia = art. 1.583, § 3.º


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15. Parentesco

NATURAL Biológico

Parentesco biológico permanece apenas para fins de


Adoção
impedimento matrimonial

Se estabelece entre o cônjuge e os parentes do outro


(em razão do matrimônio). Permanente na linha reta
CIVIL Afinidade (sogro e enteado). Extingue-se na linha colateral
(limita-se ao segundo grau – cunhado)
Parentesco

Para sua configuração depende de laudo pericial. Pode


Afetividade prevalecer em detrimento do parentesco biológico
(questões de reconhecimento de paternidade).

Reta – relação de ascendência e descendência – INFINITO

Linhas
Colateral ou transversal – os parentes se relacionam por existir um
parente ancestral comum – LIMITA-SE ao 4.º grau (sucessões); 3.º
grau (casamento); 2.º grau (obrigação alimentar)

Graus É a unidade de parentesco em cada linha, contada a partir de uma


pessoa e seu parente imediatamente próximo
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16. Alimentos

Direito Prestação Prestação Prestação


aos alimentícia já alimentícia já alimentícia devida
alimentos fixada fixada em favor de pelos pais aos filhos
absolutamente
incapaz

Não há Cobrança = Cobrança = Cobrança =


prazos para prescreve em 2 prescreve em 2 prescreve em 2 anos
se pleitear anos anos
Prazos

--------- Vencimento Contra Prescrição não


---- absolutamente corre entre
incapaz (art. 198, I, ascendentes e

Início do do CC). Só se descendentes durante

prazo iniciará quando o o poder familiar (art.

prescricional menor completar 197, II, do CC). Só se


16 anos. iniciará quando o
menor completar 18
anos ou ocorrer a
emancipação.

Alimentos gravídicos: fixados em benefício da mulher grávida, para que possa atender
as necessidades especiais da gestação. Lei 11.804/2008 – depois do nascimento, convertem-se
automaticamente em alimentos para a criança até que seja pedida revisão.

Bem de família – não cabe alegação de impenhorabilidade.

É irrenunciável – discussão renúncia x dispensa.

Obrigação avoenga: caráter exclusivo, sucessivo, complementar e não-solidário.


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Ordem: pai/mãe → na falta destes → avós → na falta destes → bisavós → na ausência


de ascendentes → descendentes → na ausência destes → colaterais em 2.º grau (irmãos).

Reciprocidade:

Fixação ➔ necessidade x possibilidade → incidência da proporcionalidade

Modificação ➔ a qualquer tempo, desde que haja alteração da necessidade ou


possibilidade.
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17. Morte

MORTE • Real
• Presumida

• Ausente = art. 22
Presumida com • aquele que desaparece de seu domicílio sem dar notícias, sem
decretação de deixar representante ou procurador para administrar-lhe o
ausência (art. 6º, 2 patrimônio.
parte + art. 22 e ss., • A lei prevê três fases: curadoria dos bens do ausente, sucessão
CC + art. 744, CPC) provisória e sucessão definitiva. Art. 744 e ss. CPC/2015’

• Quando o corpo do de cujus não é encontrado


• Hipóteses:
Presumida sem • extremamente provável a morte de quem
decretação de estava em perigo de vida;
ausência (art. 7º, CC) • pessoa envolvida em campanha militar ou feito
prisioneiro, não sendo encontrado até dois
anos após o término da guerra.

• Princípio da saisine
• Todo unitário e indivisível
Transmissão da • Aplicação das regras do
herança aos herdeiros condomínio
• Possibilidade de utilização das
ações possessórias
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Direito Civil

• Real
MORTE • Presumida

Abertura da • Transmissão da herança aos herdeiros


sucessão
• Regra
• último domicílio do falecido (art. 1.785, CC)
• Exceções:
Lugar da •Falecido sem domicílio certo = situação dos bens (art. 48, § único,
abertura da I, CPC/2015)
sucessão •Falecido sem domicílio certo e com bens em lugares diferentes =
local de qualquer dos bens (art. 48, § único, II, CPC/2015)
•Falecido com pluralidade de domicílios = qualquer deles (art. 71,
CC)

Capacidade
• Legítima
hereditária •Art. 1.798, CC
• Testamentária
•Arts. 1.798 + 1.799, CC
Espécies de • Legítima
sucessão • Herdeiros necessários: descendentes,
ascendentes e cônjuge
• Garantia da legítima (1/2 da herança)
• Herdeiros facultativos: colaterais
• Podem ser excluídos da sucessão –
liberdade plena de testar
• Testamentária
• Herdeiro instituído – recebe % da
herança
• Herdeiro legatário – recebe bem certo,
descrito e caracterizado

18. Liberdade de testar

Princípio da liberdade limitada de testar – existe um percentual que não está sujeito à
vontade do testador, quando existirem herdeiros necessários.

Havendo herdeiros necessários – art. 1.789 – dispõe da metade da herança.

Herdeiros necessários: art. 1.845 – descendentes, ascendentes e cônjuge.

Deve ser respeitada a metade disponível aos herdeiros necessários: art. 1846, CC
(herança ≠ legítima).
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Valor da parte disponível definido pela avaliação – art. 1.847. Havendo excesso, redução
das disposições, nos termos dos arts. 1.966 a 1.968.

Herança ≠ meação.

Art. 1.850. Será plena a liberdade de testar se não houverem herdeiros necessários.

19. Herança

Confirma a
transmissão Por
ocorrida no Expressa
documento
momento da
morte
Atos próprios
Tácita
de herdeiro
Espécies

Art. 1807, CC -
Nesse caso, o
interessado em que o
silêncio é
herdeiro aceite requer ao
Aceitação interpretado
Presumida juiz, para que lhe intime a
como
dizer, em prazo não
manifestação da
superior a 30 dias, se
vontade
aceita ou não a herança.

Pelo próprio
Direta
herdeiro

Por
Formas
HERANÇA procurador

Pelos
Repúdio a
Indireta sucessores do
herança
herdeiro

Tem-se por
não verificada Pelo credor
a transmissão
Escritura
Sempre de pública
Renúncia forma
expressa
Termo judicial

Parte do herdeiro
renunciante acresce
aos herdeiros de
Efeitos mesma classe

Ninguém representa
herdeiro renunciante
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INDIGNIDADE

•Decorre de lei
•Hipótestes: art. 1.814, CC
•Independe de manifestação
•Alcança o herdeiro legítimo e o testamentário (instituído ou legatário)
•A exclusão depende da Ação de Indignidade
•Prazo – 4 anos – abertura da sucessão
•Admite reabilitação, mediante perdão do ofendido
•Nem sempre os fatos são anteriores à morte do autor da herança

DESERDAÇÃO

•Decorre da vontade do autor da herança


•Hipóteses: art. 1.814 + art. 1.962 + art. 1.963, CC
•Necessita de manifestação da vontade do autor da herança, em testament
•Deve indicar a causa da deserdação
•Só atinge aos herdeiros necessários – descendentes, ascendentes e cônjuge
•A exclusão depende da Ação de Deserdação – confirma a causa alegada no
testament
•Prazo – 4 anos – abertura do testamento
•Não comporta perdão, pois o ato correspondente é praticado em testamento (ato
de última vontade). Pode, contudo, novo testamento revogar o anterior.
•Os suportes fáticos são anteriores à morte do autor da herança

19.1 Herança Jacente e Vacante

1. Com a morte, abre-se, de imediato, a sucessão, com a transmissão da herança.


2. Se o autor da herança não tiver deixado herdeiros, o patrimônio não pode ficar
“solto”.
3. Cabe, então, ao juiz da Comarca em que tiver domicílio o finado tomar
providências para proteger e arrecadar o patrimônio (art. 738 e ss., CPC/2015).
4. A guarda e administração dos bens ficará a cargo de um curador, que age como
um verdadeiro administrador: arrecadando e conservando os bens que
compõem a herança, bem como reivindicando o domínio (art. 739, CPC/2015).
5. Finalizada a arrecadação, serão expedidos editais, nos termos do art. 741,
CPC/2015 – na internet, site do tribunal e na plataforma do CNJ, devendo
permanecer por 3 meses. Em não havendo o site, a publicação deverá ocorrer
na imprensa da Comarca, por 3 vezes, com intervalos de 1 mês entre cada uma.
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6. Não havendo herdeiro habilitado, após um ano da publicação do edital, a


herança será declarada vacante (art. 743, CPC/2015).
7. Uma vez sendo declarada, por sentença, a vacância, o cônjuge, companheiro
ou herdeiros só poderão reclamar seu direito através de ação de petição de
herança (art. 743, § 2.º, CPC/2015).
8. Após a declaração de vacância, podem os credores pedir o pagamento das
dívidas reconhecidas, nos limites da força da herança (art. 1.821, CC + art. 741,
§ 4.º, CPC/2015).
9. Mas essa declaração de vacância não faz com que os bens da herança se
incorporem, desde logo, ao patrimônio do Município ou Distrito Federal (se
localizados nos seus territórios) ou à União (se localizados em território federal).
Para tanto, o art. 1.822, CC prevê o prazo de 5 anos da abertura da sucessão.

19.2 Petição de herança

Pode ocorrer, por qualquer razão, que algum herdeiro não seja relacionado no inventário
e na partilha. Nesse caso, sua condição jurídica de herdeiro não é reconhecida (filho a ser
reconhecido de uma relação extraconjugal do de cujus).

Nesse caso, para que esse herdeiro possa ter seu direito reconhecido e, então, receber
parcela que lhe cabia na universalidade, deverá ingressar com uma ação judicial. Esse é o caso
da petição de herança.

A ação visa, portanto, o reconhecimento da qualidade de herdeiro e a satisfação quanto


ao acervo hereditário, ou seja, contemplar o herdeiro – autor da ação – com sua quota parte na
herança.

Exemplos:

1. Alguém que se aposse ilegalmente da herança ou de parte dela;


2. Herança que é recolhida por parentes mais afastados do falecido e o
interessado é de grau mais próximo, de classe preferencial;
3. A herança é distribuída entre os herdeiros legítimos, e aparece testamento do
de cujus, em que outra pessoa é nomeada herdeira;
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4. O filho não reconhecido ingressa com ação de investigação de paternidade


e, de forma cumulada, com a petição de herança.

20. Sucessão legítima

FALECIDO SOLTEIRO

• Mais próximos excluem os mais remotos


• Existe direito de representação
DESCENDENTES • Filhos sucedem por cabeça
• Outros descendentes, por cabeça ou por estirpe,
conforme se achem ou não no mesmo grau.

• Mais próximos excluem os mais remotos


• Não há direito de representação
ASCENDENTES
• Havendo igualdade em grau e diversidade em linha, os
ascendentes da linha paterna herdam a metade, cabendo
a outra aos da linha materna.

• Mais próximos excluem os mais remotos


COLATERAIS • Ordem: Irmãos, sobrinhos, tios e demais
colaterais
• Existe direito de representação – FILHOS
DE IRMÃOS
• Irmão unilateral – peso 1
• Irmão bilateral – peso 2
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DESCENDENTES ASCENDENTES
Falecido casado ou EM EM Sobrevivente
convivente em CONCORRÊNCIA CONCORRÊNCIA como
união estável COM O COM O herdeiro
universal
SOBREVIVENTE SOBREVIVENTE

• Condicionado ao • Independentemente • Não havendo


regime de bens do regime de bens descendentes,
•REGRA • Meação sobre bens nem ascendentes
• Há concorrência comuns • Direito real de
• Herda sobre a habitação sobre o
•EXCEÇÃO
totalidade da herança imóvel em que o
• CUB casal residia
(outra metade dos
• SOB
bens comuns +
• CPB, s/BP totalidade de bens
• Meação sobre bens particulares)
comuns • % de concorrência
• Herança sobre bens •1/3 se concorrer
particulares com Pai e Mãe
• % de concorrência •½ se concorrer só
•Divisão igualitária – com Pai ou só com
até 3 filhos comuns Mãe ou se maior for
•Divisão igualitária – o grau
qualquer número de
filhos individuais
•Reserva de ¼ da
herança – mais de 3
filhos comuns
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21. Sucessão testamentária

Liberdade de dispor Limitada a 50% da herança Herdeiro necessário

Plena Colaterais

Disposições Patrimoniais

Pessoais Reconhecimento de filho


Perdão indigno
Capacidade No ato de elaborar o testamento Pessoa capaz
Maior de 16 anos
Incapacidade superveniente não
retira validade

Formas ordinárias Público Tabelionato; 2 testemunhas


Particular Próprio testador; 3 testemunhas; Possível não observar
requisitos se houver risco de vida – juiz analisa
Cerrado Próprio testador; 2 testemunhas; tabelião aprova;
costurado e lacrado
Codicilo Disposições de pequeno valor

Formas especiais Marítimo e aeronáutico No diário de bordo


Deve ser entregue a autoridade no desembarque
Só tem validade se a pessoa falecer na viagem ou não
convalescer dentro de 90 dias após desembarque
Militar Ao oficial responsável
Situação excepcional – aceito de viva voz
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22. Revogação do testamento

Revogar = modificar ou desconstituir, através de novo ato de vontade.

Caducar = o ato perde a validade por uma causa que o esvazia, ou em razão de um fato
que lhe retira o objeto.

Nulidade = onde há um vício, embora as consequências sejam idênticas: deixa de existir


a disposição testamentária. Depende de declaração judicial, enquanto a revogação é ato
unilateral.

O testamento é essencialmente revogável.


Art. 1.966, CC
Testamentárias
Redução de Disposições

Autor da herança testa Autor da herança testa


Sabendo da existência de Sem saber existência de
herdeiro necessário herdeiro necessário
Autor da herança ultrapassa o Herdeiro necessário aparece
Rompimento de Testamento
limite da liberdade de dispor após testamento
Autor da herança falece Autor da herança falece
TESTAMENTO É CUMPRIDO TESTAMENTO NÃO É
= mas com redução das CUMPRIDO = rompe-se
disposições ao limite da parte Sucessão será exclusivamente
Art. 1.973, CC

disponível legítima
Sucessão será legítima – 50%
e testamentária – 50%

É nula a cláusula de renúncia a faculdade de revogar testamento.


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22.1 Espécies de revogação

Expressa: dá-se mediante a confecção de novo testamento, onde é indispensável


mencionar a revogação do anterior, ou parte dele. Observa-se a mesma solenidade pra a
celebração (art. 1.969 CC).

Tácita: decorre do surgimento de novo testamento, cujos dizeres e o conteúdo


apresentam-se incompatíveis com o anterior. Ante a contradição, permanece sempre a
disposição mais recente.

O simples fato de existir novo testamento não significa que tenha revogado o
anterior. Ambos podem coexistir, desde que não sejam contraditórios, ou seja, desde que
se complementem.

22.2 Formas de revogação

1. Total: revogação pura e simples: declara-se, em novo testamento, a revogação do


anterior, não fazendo qualquer limitação ou reserva.

2. Parcial: limita-se ao tópico atingido – art. 1.970 CC

3. A revogação do testamento de reconhecimento de filho é válida, mas a declaração de


reconhecimento permanece surtindo efeitos.

4. O novo testamento não atinge os legados, pois estes são especificações dos bens.

5. A superveniência de descendente revoga automaticamente o testamento – art. 1.973 –


este dispositivo pressupõe a inexistência, ou conhecimento, de qualquer descendente. Situação
irrelevante em face do teor do art. 1.974: “rompe-se também o testamento feito na ignorância de
existirem outros herdeiros necessários.”

22.3 Efeitos da revogação

1. Priva-se o testamento de qualquer eficácia, se total, ou da eficácia na parte atingida, se parcial.

2. Passa a vigorar a sucessão (legítima) hereditária, em todos os seus efeitos.


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22.4 Ação para anulação do testamento

1. Proposta no juízo do inventário.

2. Testamento viciado ou com cláusulas proibidas.

23. Ritos/espécies de inventários

Inventário judicial pelo rito tradicional – arts. 610


a 658, CPC/2015

Inventário judicial pelo rito do arrolamento


sumário – art. 659, CPC/2015
Ritos

Inventário judicial pelo procedimento do


arrolamento comum – art. 664, CPC/2015

Inventário extrajudicial – Lei 11.441/2007 + art.


610, § 1.º, CPC/2015
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24. Posse

POSSE

Éo
Éo exercício Teorias justificadoras Posse x Detenção Classificação
domínio de fato de
físico que um dos
alguém poderes
tem sobre inerentes
a coisa, a Teoria
que vem proprieda objetivista Posse - Detenção
a ser de. Teoria – Jhering – o sujeito
protegido subjetivist o sujeito
– exige que possui o
pelo a ou domínio Direta e
apenas o possui o Justa e Boa e
Direito, subjetiva posse Com título Nova e
poder domínio físico da injusta – má-fé –
sendo, – Savigny coisa, indireta – e sem posse
físico/fátic físico da art. 1.200, art. 1.201,
portanto, –poder o sobre a mas sabe art. 1.197,
CC CC
título velha
concedido físico coisa age CC
coisa, como se que a
efeitos sobre a dispensan coisa não
jurídicos a coisa dono
do o fosse é sua e
este (corpus) + “animus pretende
domínio. vontade domni”, devolvê-la
de ser mas após o
dono agindo, o uso.
desta agente,
coisa com o
(animus intuito de
domni) explorar a O
coisa de detentor
forma tem a
econômic coisa em
a. Esta é razão de
a teoria uma
adotada situação
pelo de
Brasil, dependên
(art. cia
1.196, econômic
CC) a ou de
subordina
ção.

24.1 Efeitos da posse

O Código Civil estabelece, dos arts. 1.210 ao 1.222 os efeitos da posse. Tais efeitos
podem ser de ordem material ou processual.

Os efeitos materiais dizem respeito a percepção dos frutos e suas consequências, ao


direito a indenização e retenção das benfeitorias, as responsabilidades e ao direito de usucapião.

Já os efeitos processuais dizem respeito a possibilidade de utilização dos interditos


possessórios, as ações possessórias e a legítima defesa da posse e do desforço imediato.
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24.2 Percepção dos frutos

Quanto a percepção dos frutos, deve-se, por primeiro, considerar se a posse é de boa ou
má-fé. Assim, o Código Civil prevê os seguintes dispositivos quanto ao recebimento (ou não) dos
frutos.

Art. 1.214. O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos percebidos.

Parágrafo único. Os frutos pendentes ao tempo em que cessar a boa-fé devem ser
restituídos, depois de deduzidas as despesas da produção e custeio; devem ser também
restituídos os frutos colhidos com antecipação.

Art. 1.215. Os frutos naturais e industriais reputam-se colhidos e percebidos, logo que são
separados; os civis reputam-se percebidos dia por dia.

Art. 1.216. O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem
como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que se constituiu de
má-fé; tem direito às despesas da produção e custeio.

O possuidor de boa-fé tem direito aos frutos percebidos (colhidos). Já os frutos pendentes
(ainda não colhidos) devem ser restituídos, assim como aqueles que tenham sido colhidos por
antecipação.

O possuidor de má-fé deve devolver todos os frutos colhidos ou pendentes, bem como
aqueles que deixou de colher por culpa sua (art. 1.216, CC), devendo, neste último caso, ser
responsabilizado no caso de perecimento do frutos não colhidos por sua culpa (reparação de
danos – responsabilidade civil). Mas tem direito, o possuidor de má-fé a ser indenizado pelas
despesas de produção e custeio.

Os frutos naturais são aqueles provenientes da coisa principal (frutas, por exemplo).
Estes, tão logo sejam separados da coisa principal consideram-se colhidos.

Os frutos industriais são aqueles que derivam de uma atividade humana (tudo o que venha
a ser produzido em uma fábrica, por exemplo). Estes, assim, como os naturais, logo após
separados consideram-se colhidos.
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Os frutos civis derivam de uma relação jurídica ou econômica (rendimentos de aplicações


financeiras, aluguel de imóveis, por exemplo). Estes são percebidos na data prevista para
vencimento do aluguel ou do “aniversário” da aplicação financeira.

24.3 Retenção e indenização das benfeitorias – 1.219 a 1.222

Conforme estudado na parte geral, as benfeitorias são acessórios que se agregam a coisa
principal, ou seja, obras artificiais, realizadas pelo homem, na estrutura da coisa principal – já
existente – com o propósito de conservá-la, melhorá-la ou embelezá-la. Estas benfeitorias podem
ser classificadas em necessárias, úteis e voluptuárias.

São necessárias as benfeitorias realizadas para evitar um estrago iminente ou


deterioração da coisa principal (reparos realizados na viga; troca do telhado).

São úteis aquelas realizadas com o objetivo de facilitar a utilização da coisa (abertura de
uma nova entrada para servir de garagem para a casa).

São voluptuárias aquelas feitas para o mero prazer, sem aumento da utilidade da coisa
(decoração do jardim). Art. 96, CC.

Benfeitorias necessárias: O possuidor de boa-fé tem direito a ser indenizado quanto a


estas benfeitorias (pelo valor atual) ou exercer o direito de retenção pelo valor delas. O possuidor
de má-fé tem direito de ser ressarcido apenas quanto a estas benfeitorias (aquele que tiver o
dever de indenizar tem direito de optar entre o valor atual da coisa e o custo dela), não possuindo
direito de retenção.

Benfeitorias úteis: O possuidor de boa-fé tem direito a ser indenizado quanto a estas
benfeitorias (pelo valor atual) ou exercer o direito de retenção pelo valor delas.

Benfeitorias voluptuárias: O possuidor de boa-fé tem direito a ser indenizado quanto a


estas benfeitorias ou de retirá-las, desde que não haja detrimento da coisa (que não haja a
desvalorização do imóvel, por exemplo), caso não lhes sejam pagas. O possuidor de má-fé não
tem direito a levantar as benfeitorias voluptuárias.
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24.4 Responsabilidade pela perda ou deterioração da coisa

Os arts. 1.217 e 1.218, CC tratam da responsabilidade do possuidor com relação a perda


ou deterioração da coisa:

Art. 1.217. O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração da coisa, a
que não der causa.

Art. 1.218. O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da coisa, ainda
que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando ela na posse do
reivindicante.

Pela redação dos dispositivos, percebe-se que essa responsabilidade é somente do


possuidor de má-fé, que deverá indenizar o proprietário em razão da perda ou da deterioração
da coisa, mesmo que acidentais. Essa responsabilidade somente será afastada havendo prova
de que a perda ou deterioração ocorreria mesmo que a coisa estivesse na posse do reivindicante
(art. 1.218, 2ª parte).

Exemplo: João se apossa do cavalo de Pedro. Neste caso, se o cavalo morrer na posse
de João por ter ingerido veneno, ele deverá indenizar a Pedro. Contudo, se a morte do animal
ocorrer por uma doença cardíaca grave, ou seja, mesmo que estivesse na posse de Pedro ele
morreria, não terá João o dever de indenizar. CUIDADO, pois, neste caso, depende de PROVA!

24.5 Proteção possessória

Dentro dos efeitos da posse encontra-se a possibilidade que o possuidor tem de se utilizar
das ações possessórias (ou interditos possessórios) para proteção e defesa de sua posse.
Importante observar que as ações possessórias tanto podem ser exercidas pelo proprietário
detentor da posse, como também por aquele que, embora não tenha a propriedade, se encontra
na posse da coisa.

Quanto a proteção possessória, o CC prevê os seguintes dispositivos:

Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído
no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado.
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§ 1° O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria


força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do
indispensável à manutenção, ou restituição da posse.

§ 2° Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de propriedade, ou


de outro direito sobre a coisa.

Art. 1.211. Quando mais de uma pessoa se disser possuidora, manter-se-á


provisoriamente a que tiver a coisa, se não estiver manifesto que a obteve de alguma das outras
por modo vicioso.

Art. 1.212. O possuidor pode intentar a ação de esbulho, ou a de indenização, contra o


terceiro, que recebeu a coisa esbulhada sabendo que o era.

Art. 1.213. O disposto nos artigos antecedentes não se aplica às servidões não aparentes,
salvo quando os respectivos títulos provierem do possuidor do prédio serviente, ou daqueles de
quem este o houve.

24.6 Ações possessórias

1. Interdito proibitório – caso de ameaça ou risco ao exercício da posse


do titular. Proteção de perigo iminente.
2. Ação de manutenção de posse – caso de turbação ou perturbação à
posse, ou seja, houve um atentado à posse, mas sem retirá-la do possuidor.
Preservação da posse.
3. Ação de reintegração de posse – caso de esbulho ou retirada da
posse, quando o atentado se concretiza e o possuidor é destituído da sua posse.
Devolução da posse. Cabível sempre que houver invasão, mesmo que parcial, do
imóvel.
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25. Propriedade

25.1 Atributos da propriedade

Estes quatro atributos da propriedade: Gozar, Reivindicar, Usar e Dispor, são resumidos
na expressão GRUD. Art. 1.228, CC. Se uma pessoa tiver todos estes atributos terá a
propriedade plena. Contudo, faltando algum deles ou, caso esses atributos sejam divididos entre
duas ou mais pessoas, haverá a propriedade restrita.

Direito de uso, ou seja, utilização da coisa conforme as permissões legislativas, ou seja,


existem limites ao uso como, por exemplo, o direito de vizinhança, a desapropriação ou o
tombamento.

Direito de gozo ou fruição, ou seja, a possibilidade de retirar da coisa os frutos que ela
produz (sejam eles naturais ou civis), como, por exemplo, a locação de um imóvel.

Direito de disposição, ou seja, sendo o proprietário da coisa, poder transmiti-la a terceiro,


seja por ato entre vivos (compra e venda) ou causa mortis (testamento), seja de forma onerosa
(mediante pagamento) ou gratuita (negócio benéfico, sem pagamento).

Direito de reinvindicação, ou seja, possibilidade de, através de ação petitória, com


fundamento na propriedade, reivindicar a coisa de quem a detenha injustamente. A ação
reivindicatória é a ação petitória mais comum, tratando-se de ação real fundada no domínio.
Tartuce afirma que pode-se “afirmar que proteção da propriedade é obtida por meio dessa
demanda, aquela em que se discute a propriedade visando à retomada da coisa, quando terceira
pessoa, de forma injustificada, a tenha, dizendo-se dono”. O STJ tem entendido ser imprescritível
tal ação, tendo em vista seu caráter declaratório.
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25.2 Formas de aquisição da propriedade imóvel

Formas originárias: Ocorre sem que a propriedade venha com as características

ilhas
aluvião
avulsão
Acessões
álveo abandonado
Formas plantações e
originárias construções
Usucapião
Formas de
aquisição a
propriedade
imóvel Registro do
título
Formas
derivadas
Sucessão
hereditária
anteriores, sem que haja manifestação de vontade do antigo dono. Nesta modalidade, não existe
transmissão.

Formas derivadas: Ocorre quando há manifestação de vontade do antigo dono,


transmitindo a propriedade a outra pessoa. Neste caso, a propriedade segue com as
características anteriores.

25.2.1 Usucapião de bens imóveis

Posse com a intenção de ser dono (posse ad usucapionem). Deve ser mansa e pacífica,
ou seja, sem oposição. Lapso temporal prescrito em lei.

Extraordinária: Art. 1.238

1. 15 anos de posse.
2. Dispensa a existência de justo título e boa-fé.
3. Redução de prazo: para 10 anos se o imóvel for utilizado para moradia
habitual ou se tiver sido realizado obra ou serviço de caráter produtivo.

Ordinária: Art. 1.242

1. 10 anos de posse
2. Justo título e boa-fé.
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3. Redução de prazo: para 5 anos se o imóvel tiver sido adquirido, de


forma onerosa, devidamente registrado e, posteriormente, tiver o registro cancelado e
desde que os possuidores tenham estabelecido lá sua moradia ou realizado
investimentos de interesse social e econômico.

Especial Rural: Art. 1.239

 5 anos
 Área rural de até 50 hectares
 Produtividade ou moradia
 Não ser proprietário de outro imóvel urbano ou rural.

Especial Urbana: Art. 1.240

 5 anos
 Área urbana de até 250 m²
 Moradia
 Não ser proprietário de outro imóvel urbano ou rural

Especial urbana por abandono do lar conjugal: Art. 1.240-A

 anos
 Área urbana de até 250 m²
 Moradia (posse direta)
 Usucapiente seja proprietário em conjunto com ex-cônjuge ou companheiro que
tenha abandonado o lar
 Não ser proprietário de outro imóvel urbano ou rural.

Especial Urbana coletiva: Art. 10, Lei 10.257/01

 Núcleos urbanos informais


 5 anos
 Área por possuidor, inferior a 250 m²
 Não serem os possuidores proprietários de outro imóvel urbano ou rural.
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25.3 Formas de aquisição da propriedade móvel

Usucapião

Não há transferência da propriedade Ocupação

Achado de
tesouro

Formas Especificação
originárias

Confusão
Formas de
aquisição da Comistão
propriedade
móvel
Adjunção

Formas
derivadas Tradição

O alienante transfere o domínio ao adquirente

25.3.1 Usucapião de bens móveis

Usucapião ordinária: Prevista no art. 1.260, CC, exige posse ad usucapionem, lapso
temporal de 3 anos, justo título e boa-fé.

Usucapião extraordinária: Prevista no art. 1.261, CC, exige posse ad usucapionem,


lapso temporal de 5 anos. Não exige justo título e nem boa-fé.

25.4 Perda da propriedade

Art. 1.275. Além das causas consideradas neste Código, perde-se a propriedade:

I - Por alienação;

II - Pela renúncia;
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III - Por abandono;

IV - Por perecimento da coisa;

V - Por desapropriação.

Parágrafo único. Nos casos dos incisos I e II, os efeitos da perda da propriedade imóvel
serão subordinados ao registro do título transmissivo ou do ato renunciativo no Registro de
Imóveis.

Alienação: Por esta forma, ao mesmo tempo em que a propriedade é adquirida (por
aquisição derivada) por aquele que “compra”, é perdida por aquele que “vende”. Ex.: contrato de
compra e venda; troca/permuta; doação.

No caso de imóveis, há a necessidade de registro no Cartório de Registro de Imóveis para


efetivar a transmissão e, no caso de móveis, há a necessidade da tradição.

Renúncia: Ocorre quando o proprietário abre mão do seu direito. Ex.: renúncia da herança
– art. 1804 e seguintes do CC. Para a eficácia da renúncia de bem imóveis, há que se ter o
registro do título renunciativo.

Abandono: Ocorre quando o dono abandona a coisa, deixa ela com a intenção de não
tê-la mais para si. Também chamada de derrelicção, ou seja, ato praticado com a intenção de
perder a propriedade. A propriedade originária da coisa abandonada pode ser adquirida por
ocupação (móveis) ou por usucapião (móveis ou imóveis).

O art. 1276, § 2.º, CC estabelece, quanto aos bens imóveis, que haverá presunção do
abandono quando o proprietário, além da derrelicção, parar de pagar os impostos referentes ao
imóvel.

Perecimento da coisa: Ocorre quando a coisa, o bem, é perdido, ou seja, quando algum
fenômeno excluir o objeto do direito de propriedade do mundo fático. Ex.: uma casa que é
demolida; um quadro que pega fogo; o colar da Rose, jogado em alto mar em Titanic. Os direitos
de propriedade sobre esses bens são perdidos.
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Desapropriação: Ocorre quando o poder público, por necessidade, finalidade púbica ou


interesse social adquire a propriedade através do pagamento de justa e prévia indenização. A
desapropriação é revista no art. 5.º, XXIV, da CF. A desapropriação independe da vontade do
proprietário, podendo, apenas, discutir o valor da indenização.

26. Condomínio

Estabelecido pelas partes

Cada um possui uma


Voluntário quota ideal – pro indiviso

Cada um possui um
quinhão real – pro diviso

Paredes, cercas, muros e


valas divisórias dos
imóveis
Necessário
CONDOMÍNIO

Incidência das normas do


direito de vizinhança
Ato entre vivos
Unidades autônomas +
partes comuns
Testamento

Instituição
Identificação da fração
ideal

Finalidade

Edilício
Lei interna do
condomínio
Convenção de
condomínio
Deve ser registrada

Aquisição de todas as
unidades por uma só
pessoa

Extinção Destruição do imóvel

Desapropriação
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27. Direitos reais

O proprietário do imóvel concede a outrem, por tempo


Superfície determinado ou indeterminado, o direito de construir
sobre seu terreno.

Os proprietários de dois imóveis estabelecem, através de


Servidões escritura pública ou testamento, registrada no CRI, a
concessão de benefícios de um imóvel para o outro.

Proprietário (nu- proprietário) (direito de reivindicar e


Direitos reais de uso e Usufruto dispor) concede a terceiro (usufrutuário) o direito de usar
e fruir da coisa alheia por determinado período de tempo.
fruição
Uso Direito de utilizar a coisa para seu próprio bem.

Habitação Direito de usar a coisa para fins de moradia.


sobre coisa alheia
Direitos reais

Possibilidade do proprietário de uma construção base


ceder a superfície superior ou inferior de sua construção
Laje
para terceiro edificar unidade distinta daquela
originariamente construída sobre o solo.
Direito real de Promessa de compra e Proveniente da promessa de compra e venda com
aquisição venda cláusula de irrevogabilidade e registrada no CRI.
Garantia real sobre bem móvel, através da qual o
devedor entrega ao credor o bem, sendo, ainda, exigido
Penhor
o registro do instrumento de penhor no Cartório de
Títulos e documentos (art. 1.432).

Direitos reais de Geralmente sobre bem imóvel. O bem se mantém nas


Hipoteca mãos do devedor, sendo nula a cláusula que proíba o
garantia proprietário de vender o imóvel.

Direito real pelo qual o devedor entrega ao credor o bem


Anticrese imóvel, autorizando que ele perceba os frutos e
rendimentos da coisa, compensando na dívida.
Caderno de Questões – Direito Civil
Maitê Damé e Patrícia Strauss

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Maitê Damé e Patrícia Strauss

XXXIII Exame
1) FGV - 2021 - OAB - XXXIII Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase – Q35
Antônio, advogado, passou a residir com sua namorada Lorena, em 2012, com objetivo declarado, pelo próprio
casal, de constituir uma união estável, ainda que não guarnecida por escritura pública. A partir de então, Antônio
começou a participar do cotidiano de Lucas, filho de Lorena, cuja identidade do pai biológico a própria mãe
desconhecia. No início de 2018, Antônio procedeu ao reconhecimento voluntário de paternidade socioafetiva de
Lucas, com base no Provimento nº 63/2017 CNJ.
Em meados de agosto de 2020, a convivência de Antônio e Lorena chegou ao fim. Diante deste cenário, Antônio
comprometeu-se a pagar alimentos para Lucas, que estava com 13 anos de idade, até os 21 anos de idade do filho,
no valor de R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais), mediante acordo homologado judicialmente. Porém, no final
de 2020, Antônio recebeu a notícia de que o escritório de que ele é sócio perdeu um de seus principais clientes, fato
cujo impacto financeiro gerou a redução de 30% dos seus rendimentos mensais. Quando soube de tal notícia,
Antônio procurou Lorena, como representante legal de Lucas, para fixar um valor mais baixo de pensão a ser pago,
ao menos durante um período, mas ela recusou-se a estabelecer um novo acordo. Conforme este contexto, assinale
a afirmativa correta.
A) A redução do encargo alimentar apenas poderá acontecer caso Lucas, por meio de sua representante legal,
Lorena, concorde com ela.

B) Os filhos socioafetivos não têm o direito de pleitear alimentos frente aos seus pais.

C) Diante da mudança de sua situação financeira, Antônio poderá requerer ao juiz a redução do encargo alimentar.

D) Caso eventual pedido de redução do valor pago a título de obrigação alimentar seja procedente, Lucas nunca
mais poderá pleitear a majoração do encargo, nem mesmo se a situação financeira de Antônio melhorar.

2) FGV - 2021 - OAB - XXXIII Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase – Q37
Valdeir e Max assinaram contrato particular de promessa de compra e venda com direito de arrependimento, no
qual Valdeir prometeu vender o apartamento 901 de sua propriedade por R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais). Max,
por sua vez, se comprometeu a comprar o imóvel e, no mesmo ato de assinatura do contrato, pagou arras
penitenciais de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais).

A escritura definitiva de compra e venda seria outorgada em 90 (noventa) dias a contar da assinatura da promessa
de compra e venda, com o consequente pagamento do saldo do preço. Contudo, 10 (dez) dias antes da assinatura
da escritura de compra e venda, Valdeir celebrou escritura definitiva de compra e venda, alienando o imóvel à Ana
Lúcia que pagou a importância de R$ 750.000,00 (setecentos e cinquenta mil reais) pelo mesmo imóvel. Max,
surpreendido e indignado, procura você, como advogado(a), para defesa de seus interesses.

Sobre a hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta.

A) Max poderá exigir de Valdeir a importância paga a título de arras mais o equivalente, com atualização monetária
segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, juros e honorários de advogado.

B) Por se tratar de arras penitenciais, Max poderá exigir de Valdeir apenas R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), e
exigir a reparação pelas perdas e danos que conseguir comprovar.

C) Max poderá exigir de Valdeir até o triplo pago a título de arras penitencias.

D) Max não poderá exigir nada além do que pagou a título de arras penitenciais.

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3) FGV - 2021 - OAB - XXXIII Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase – Q38
Antônio decide ceder gratuitamente a posse de um de seus imóveis residenciais a Carlos, seu grande amigo que
vem passando por dificuldades financeiras, sem fixar prazo para a devolução do bem.

Passados 5 (cinco) anos, Antônio decide notificar Carlos para que se retire do imóvel, após descobrir que estava
deteriorado por pura desídia do possuidor, que não estava realizando os atos de conservação necessários. Carlos
realiza uma contranotificação, informando que não vai devolver o imóvel, na medida em que ainda necessita dele
para sua moradia. Em razão disso, Carlos decide arbitrar o aluguel pelo uso do bem imóvel.

Neste contexto, assinale a afirmativa correta.

A) O contrato firmado é de depósito, motivo pelo qual tem Carlos o dever de guardá-lo e conservá-lo até que Antônio
o reclame, sob pena de pagar alugueis.

B) O contrato firmado é de mútuo, que transfere o domínio da coisa emprestada ao mutuário, correndo por conta
deste os riscos desde a tradição, sendo indevidos os alugueis.

C) O contrato celebrado é de comodato, sendo o comodatário obrigado a conservar a coisa emprestada e, uma vez
constituído em mora, a pagar alugueis.

D) O contrato pactuado é de locação, que se iniciou com a renúncia à cobrança de alugueis pelo locador e, após a
notificação, tornou a exigi-los, como é da natureza do contrato.

4) FGV - 2021 - OAB - XXXIII Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase – Q39
Matheus, médico clínico-geral, recebe para atendimento em seu consultório o paciente Victor, mergulhador
profissional. Realizando a anamnese, Victor relata que é alérgico à ácido acetilsalicílico.
Desatento, Matheus ministra justamente esta droga a Victor como parte de seu tratamento. Victor tem danos
permanentes em razão do agravamento de sua asma pelo uso inadequado do medicamento, tendo que comprar
novos medicamentos para seu tratamento e, ainda mais grave, fica impedido de trabalhar nos dois anos seguintes.
A respeito da responsabilidade civil de Matheus, assinale a afirmativa correta.

A) Ele responderá pelo regime objetivo de responsabilidade civil, tendo em vista que a atividade de Matheus é
arriscada.

B) Ele deverá indenizar Victor independentemente de culpa, isto é, de imperícia de sua parte, considerando existir
relação de consumo.

C) Ele, sendo profissional liberal, terá apurada sua responsabilidade mediante a verificação de culpa,
responsabilizando-se unicamente pelos danos diretos verificados no caso.

D) Ele deverá indenizar Victor pelas despesas do tratamento e pelos lucros cessantes até o fim da convalescença,
além da pensão correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou.

XXXII Exame
5) FGV - 2021 - OAB - XXXII Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase – Q35
Joel e Simone se casaram em regime de comunhão total de bens em 2010. Em 2015, depois de vários períodos
conturbados, Joel abandonou a primeira e única residência de 150 m2, em área urbana, que o casal havia adquirido
mediante pagamento à vista, com recursos próprios de ambos, e não dá qualquer notícia sobre seu paradeiro ou
intenções futuras. Em 2018, após Simone ter iniciado um relacionamento com Roberto, Joel reaparece subitamente,
notificando sua ex-mulher, que não é proprietária nem possuidora de outro imóvel, de que deseja retomar sua parte

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no bem, eis que não admitiria que ela passasse a morar com Roberto no apartamento que ele e ela haviam
comprado juntos. Sobre a hipótese narrada, assinale a afirmativa correta.

A) Apesar de ser possuidora de boa-fé, Simone pode se considerar proprietária da totalidade do imóvel, tendo em
vista a efetivação da usucapião extraordinária.

B) Uma vez que a permanência de Simone no imóvel é decorrente de um negócio jurídico realizado entre ela e Joel,
é correto indicar um desdobramento da posse no caso narrado.

C) Como Joel deixou o imóvel há mais de dois anos, Simone pode alegar usucapião da fração do imóvel
originalmente pertencente ao ex-cônjuge.

D) A hipótese de usucapião é impossível, diante do condomínio sobre o imóvel entre Joel e Simone, eis que ambos
são proprietários.

6) FGV - 2021 - OAB - XXXII Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase – Q39
Érico é amigo de Astolfo, famoso colecionador de obras de arte. Érico, que está abrindo uma galeria de arte,
perguntou se Astolfo aceitaria locar uma das pinturas de seu acervo para ser exibida na grande noite de abertura,
como forma de atrair mais visitantes. Astolfo prontamente aceitou a proposta, e ambos celebraram o contrato de
locação da obra, tendo Érico se obrigado a restituí-la já no dia seguinte ao da inauguração. O aluguel, fixado em
parcela única, foi pago imediatamente na data de celebração do contrato. A abertura da galeria foi um grande
sucesso, e Érico, assoberbado de trabalho nos dias que se seguiram, não providenciou a devolução da obra de arte
para Astolfo. Embora a galeria dispusesse de moderna estrutura de segurança, cerca de uma semana após a
inauguração, Diego, estudante universitário, invadiu o local e vandalizou todas as obras de arte ali expostas,
destruindo por completo a pintura que fora cedida por Astolfo. As câmeras de segurança possibilitaram a pronta
identificação do vândalo. De acordo com o caso narrado, assinale a afirmativa correta.

A) Érico tem o dever de indenizar Astolfo, integralmente, pelos prejuízos sofridos em decorrência da destruição da
pintura.

B) Érico não pode ser obrigado a indenizar Astolfo pelos prejuízos decorrentes da destruição da pintura porque
Diego, o causador do dano, foi prontamente identificado.

C) Érico não pode ser obrigado a indenizar Astolfo pelos prejuízos decorrentes da destruição da pintura porque
adotou todas as medidas de segurança necessárias para proteger a obra de arte.

D) Érico somente estará obrigado a indenizar Astolfo se restar comprovado que colaborou, em alguma medida, para
que Diego realizasse os atos de vandalismo.

7) FGV - 2021 - OAB - XXXII Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase – Q40
Leandro decide realizar uma doação com a finalidade exclusiva de remunerar serviços prestados voluntária e
espontaneamente por Carmen em sua ONG (Organização Não Governamental). Oferece, então, um pequeno
imóvel residencial, avaliado em R$ 100.000,00 (cem mil reais), por instrumento particular, oportunidade na qual o
doador fez questão de estipular uma obrigação: Carmen teria que realizar benfeitorias específicas na casa, tais
como a troca dos canos enferrujados, da fiação deteriorada, bem como a finalização do acabamento das paredes,
com a devida pintura final. A donatária aceita os termos da doação e assina o documento particular, imitindo-se na
posse do bem e dando início às obras. Alguns dias depois, orientada por um vizinho, reúne-se com o doador e
decide formalizar a doação pela via de escritura pública, no ofício competente, constando também cláusula de
renúncia antecipada do doador a pleitear a revogação da doação por ingratidão. Dois anos depois, após sérios
desentendimentos e ofensas públicas desferidas por Carmen, esta é condenada, em processo cível, a indenizar

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Maitê Damé e Patrícia Strauss

Leandro ante a prática de ato ilícito, qualificado como injúria grave. Leandro, então, propõe uma ação de revogação
da doação. Diante desse fato, assinale a afirmativa correta.

A) Mesmo diante da prática de injúria grave por parte de Carmen, Leandro não pode pretender revogar a doação,
porque houve renúncia expressa no contrato.

B) A doação para Carmen se qualifica como condicional, eis que depende do cumprimento da obrigação de realizar
as obras para a sua confirmação.

C) A doação para Carmen não pode ser revogada por ingratidão, porque o ato de liberalidade do doador teve
motivação puramente remuneratória.

D) O ordenamento admite que a doação para Carmen fosse realizada por instrumento particular, razão pela qual a
realização da escritura pública foi um ato desnecessário.

8) FGV - 2021 - OAB - XXXII Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase – Q40
Carlos, motorista de táxi, estava parado em um cruzamento devido ao sinal vermelho. De repente, de um prédio em
péssimo estado de conservação, de propriedade da sociedade empresária XYZ e alugado para a sociedade ABC,
caiu um bloco de mármore da fachada e atingiu seu carro. Sobre o fato narrado, assinale a afirmativa correta.

A) Carlos pode pleitear, da sociedade XYZ, indenização pelos danos sofridos.

B) Carlos pode pleitear indenização pelos danos sofridos apenas da sociedade ABC.

C) A sociedade XYZ pode se eximir de responsabilidade alegando culpa da sociedade ABC.

D) A sociedade ABC pode se eximir de responsabilidade alegando culpa exclusiva da vítima.

XXXI Exame
9) FGV - 2020 - OAB - XXXI Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase – Q37
Jacira mora em um apartamento alugado, sendo a locação garantida por fiança prestada por seu pai, José. Certa
vez, Jacira conversava com sua irmã Laura acerca de suas dificuldades financeiras, e declarou que temia não ser
capaz de pagar o próximo aluguel do imóvel. Compadecida da situação da irmã, Laura procurou o locador do imóvel
e, na data de vencimento do aluguel, pagou, em nome próprio, o valor devido por Jacira, sem oposição desta. Nesse
cenário, em relação ao débito do aluguel daquele mês, assinale a afirmativa correta.

A) Laura, como terceira interessada, sub-rogou-se em todos os direitos que o locador tinha em face de Jacira,
inclusive a garantia fidejussória.

B) Laura, como terceira não interessada, tem apenas direito de regresso em face de Jacira.

C) Laura, como devedora solidária, sub-rogou-se nos direitos que o locador tinha em face de Jacira, mas não quanto
à garantia fidejussória.

D) Laura, tendo realizado mera liberalidade, não tem qualquer direito em face de Jacira.

10) FGV - 2020 - OAB - XXXI Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase – Q38
Antônio, divorciado, proprietário de três imóveis devidamente registrados no RGI, de valores de mercado
semelhantes, decidiu transferir onerosamente um de seus bens ao seu filho mais velho, Bruno, que mostrou
interesse na aquisição por valor próximo ao de mercado. No entanto, ao consultar seus dois outros filhos (irmãos

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do pretendente comprador), um deles, Carlos, opôs-se à venda. Diante disso, bastante chateado com a atitude de
Carlos, seu filho que não concordou com a compra e venda do imóvel, decidiu realizar uma doação a favor de Bruno.
Em face do exposto, assinale a afirmativa correta.

A) A compra e venda de ascendente para descendente só pode ser impedida pelos demais descendentes e pelo
cônjuge, se a oposição for unânime.

B) Não há, na ordem civil, qualquer impedimento à realização de contrato de compra e venda de pai para filho,
motivo pelo qual a oposição feita por Carlos não poderia gerar a anulação do negócio.

C) Antônio não poderia, como reação à legítima oposição de Carlos, promover a doação do bem para um de seus
filhos (Bruno), sendo tal contrato nulo de pleno direito.

D) É legítima a doação de ascendentes para descendente, independentemente da anuência dos demais, eis que o
ato importa antecipação do que lhe cabe na herança.

XXVIII Exame
11) FGV - 2019 - OAB - XXVIII Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase – Q40
Matheus, sem filhos, casado com Jane, no regime de comunhão parcial de bens, falece após enfarto fulminante.
De seu parentesco em linha reta são ainda vivos Carlos, seu pai, e Irene, sua avó materna. A partir da situação
acima, assinale a opção que indica a sucessão de Matheus.

A) Serão herdeiros Carlos, Irene e Jane, a última em concorrência, atribuído quinhão de 1/3 do patrimônio para
cada um deles.

B) Serão herdeiros Carlos e Jane, atribuído quinhão de 2/3 ao pai e de 1/3 à Jane, cônjuge concorrente.

C) Carlos será herdeiro sobre a totalidade dos bens, enquanto Jane apenas herda, em concorrência com este, os
bens particulares do falecido.

D) Serão herdeiros Carlos e Jane, esta herdeira concorrente, atribuído quinhão de metade do patrimônio para
cada um destes.

XXVI Exame
12) FGV - 2018 - OAB - XXVI Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase – Q35
A cidade de Asa Branca foi atingida por uma tempestade de grandes proporções. As ruas ficaram alagadas e a
população sofreu com a inundação de suas casas e seus locais de trabalho. Antônio, que tinha uma pequena
barcaça, aproveitou a ocasião para realizar o transporte dos moradores pelo triplo do preço que normalmente seria
cobrado, tendo em vista a premente necessidade dos moradores de recorrer a esse tipo de transporte. Nesse caso,
em relação ao citado negócio jurídico, ocorreu

A) estado de perigo.

B) dolo.

C) lesão.

D) erro.

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XVI Exame
13) FGV - 2015 - OAB - XVI Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase – Q37
Os tutores de José consideram que o rapaz, aos 16 anos, tem maturidade e discernimento necessários para praticar
os atos da vida civil. Por isso, decidem conferir ao rapaz a sua emancipação. Consultam, para tanto, um advogado,
que lhes aconselha corretamente no seguinte sentido:

A) José poderá ser emancipado em procedimento judicial, com a oitiva do tutor sobre as condições do tutelado.

B) José poderá ser emancipado via instrumento público, sendo desnecessária a homologação judicial.

C) José poderá ser emancipado via instrumento público ou particular, sendo necessário procedimento judicial.

D) José poderá ser emancipado por instrumento público, com averbação no registro de pessoas naturais.

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GABARITOS DAS QUESTÕES:

1-C 2-A 3-C 4-D 5-C 6-A 7-C 8-A 9-B 10 - D

11 - D 12 - C 13 - A

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