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Apostila de Ortopedia
Sumário
ORTOPEDIA............................................................................................................................4
TECIDOS CORPORAIS – MORFOLOGIA – FUNÇÃO..........................................................4
SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO.....................................................................................4
PATOLOGIA DOS OSSOS......................................................................................................5
TECIDO CARTILAGINOSO.....................................................................................................5
LESÕES DE CARTILAGEM....................................................................................................5
FICHA DE AVALIAÇÃO...........................................................................................................6
ESTRUTURAS E FUNÇÕES NORMAIS DOS TECIDOS MUSCULOESQUELÉTICOS.......7
TECIDO MUSCULAR..............................................................................................................8
FISIOLOGIA DA CONTRAÇÃO MUSCULAR.........................................................................8
TRAUMAS MUSCULARES...................................................................................................10
PATOLOGIAS DO MÚSCULO..............................................................................................10
GRAUS DE LESÃO MUSCULAR..........................................................................................10
PATOLOGIAS DO QUADRIL DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE...................................13
DOENÇA DE LEGG-PERTHES-CALVÉ...............................................................................14
EPIFISIÓLISE DA CABEÇA FEMORAL................................................................................15
TORCICOLO CONGÊNITO...................................................................................................16
PÉ TORTO CONGÊNITO......................................................................................................17
ARTROGRIPOSE MÚLTIPLA CONGÊNITA.........................................................................18
OSTEOGÊNESE IMPERFEITA.............................................................................................19
SÍNDROME OU DOENÇA DE OSGOOD-SCHLATTER.......................................................20
AFECÇÕES DA COLUNA VERTEBRAL CERVICAL – Más-formações congênitas............21
CERVICOBRAQUIALGIA......................................................................................................22
AFECÇÕES DA COLUNA VERTEBRAL TORÁCICA E LOMBAR.......................................23
DOR NA COLUNA VERTEBRAL...........................................................................................24
FISIOPATOLOGIA DA DOR MUSCULAR............................................................................25
SÍNDROME MIOFASCIAL.....................................................................................................25
FIBROMIALGIA......................................................................................................................26
PINÇAMENTO SUBACROMIAL............................................................................................27
NECROSE AVASCULAR DA CABEÇA DO FÊMUR............................................................29
BURSITES DE QUADRIL......................................................................................................29
ARTROPLASTIA....................................................................................................................30
ARTRITE REUMATÓIDE.......................................................................................................31
ESPONDILITE ANQUILOSANTE..........................................................................................33
FISIOTERAPIA NAS AMPUTAÇÕES DE MEMBROS SUPERIORES E INFERIORES......34
FRATURAS DA CLAVÍCULA NO ADULTO..........................................................................37
LUXAÇÃO ACRÔMIO CLAVICULAR....................................................................................38
FRATURAS DA ESCÁPULA.................................................................................................38
LUXAÇÃO DE OMBRO.........................................................................................................38
LESÕES DE BANKART.........................................................................................................40
LESÃO DE HILL SACHS.......................................................................................................40
LESÃO DE SLAP...................................................................................................................40
FRATURA SUPRACONDILIANA DO ÚMERO (criança)......................................................40
FRATURAS PROXIMAIS DO ÚMERO..................................................................................41
FRATURA SUPRA INTERCONDILIANA...............................................................................43
FRATURAS DO OSSO DO ANTEBRAÇO............................................................................43
FRATURAS DA DIÁFISE DOS OSSOS DO ANTEBRAÇO..................................................44
FRATURAS DE PUNHO E MÃO...........................................................................................46
DOENÇA DE KIENBÖCK......................................................................................................47
FRATURAS DO QUADRIL E FÊMUR...................................................................................48
FRATURAS DO QUADRIL E ACETÁBULO..........................................................................49
FRATURAS DO FÊMUR........................................................................................................49
INSTABILIDADE PATELO-FEMORAL..................................................................................51
HÉRNIA DE DISCO...............................................................................................................53
ESPONDILOLISTESE...........................................................................................................55
MENISCO...............................................................................................................................57
LESÕES DO LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR (LCA)...................................................58
TORNOZELO.........................................................................................................................60
ESPORÃO DE CALCÂNEO..................................................................................................61
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................................63
ORTOPEDIA
Palavra derivada do grego “orto” – que significa, reto, direito, “pedia” – significa criança. A
palavra Ortopedia foi criada no século XVIII por um médico francês chamado Nicholas Andry para
designar o conjunto de conhecimentos que, na época, servia para prevenir e corrigir deformidades
em crianças.
SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO
Tendão: são estruturas em formato de cordão que tem a função de ligar o músculo ao
osso. São formados por colágeno, orientados em paralelo, altamente envoltos (tipo I e II). Os
tendões se deformam menos que os ligamentos (4%), são bem resistentes a alta tensão, mas
resistem menos ao cisalhamento e compressão. Componentes de colágenos orientados
unidirecionalmente dentro dos fascículos. Os fascículos são presos por tecido de colágeno frouxo-
endo-tendão. apresentam vasos sanguíneos, linfáticos e nervos – epitendão – tecido conjuntivo
que circunda todo o tendão.
Tendões deslizantes e tendões vascularizados.
Junção músculo tendínea (JMT) – mais larga e mais fina – vulnerável as falhas de tensão.
- lesões do tendão: tendinite (inflamação crônica), tendinose (alteração degenerativa) e
paratendinite (peritendinite, tenossinovite, inflamação das estruturas que envolvem o tendão).
Ligamentos: bandas fibrosas de tecido conjuntivo denso que ligam os ossos nas
articulações. Compostos por colágeno predominantemente do tipo I, menos unidirecionalizado,
mas ainda resiste a tensão.
A falha do ligamento (ruptura) é demonstrada com deformação máxima e mudanças
estruturais no ligamento.
Ossos: são uma forma altamente vascular de tecido conjuntivo composto de colágeno,
fosfato de cálcio, água, proteína amorfa e células. Mais rígido dos tecidos conjuntivos, tecido
dinâmico com metabolismo e modelagem constante.
TECIDO CARTILAGINOSO
LESÕES DE CARTILAGEM
FICHA DE AVALIAÇÃO
1- Identificação: nome, idade, sexo, grau de escolaridade, função atual, função anterior,
horário e turno de trabalho, postura (s) mais frequente (s) no trabalho, hábitos de sono, prática de
atividade desportiva.
- objetivo: estudar a evolução do paciente, traçar o tratamento mais adequado para cada
paciente. Item sexo e idade são um dos fatores mais importante a serem analisados no paciente.
Grau de escolaridade – qual a melhor linguagem a ser usada para cada paciente.
Cada doença tem uma faixa etária e também depende da raça de cada indivíduo.
3.1- História da dor: horário da dor, tipo da dor, periodicidade da dor, fator (es)
desencadeante (s), fator (es) de melhora ou de piora, intensidade da dor, presença de irradiação
ou de dor referida.
3.2- Sinais gerais: sinais inflamatórios, anorexia, insônia, ansiedade e perda de peso
repentina.
Primeiras semanas – estágio de blástulas e gástrulas: embrião toma forma (cabeça, tronco
e brotos dos membros).
ectoderma Osso
mesoderma – diferenciação – tecido conjuntivo Cartilagem
mesênquima Tendão
endoderma Ligamento
Músculo
Cápsula articular: forma-se a partir do tecido externo denso que é contínuo com o periósteo.
As células na superfície interna da cápsula se achatam em um falso epitélio denominado
membrana sinovial (produz o líquido sinovial).
Líquido sinovial: produzido pela membrana sinovial; tem por função nutrir a cartilagem
articular, de lubrificar as superfícies articulares, este líquido também se encontra presente nas
bainhas tendinosas, bolsas sinoviais. Cargas de torção causadas por rotação resultam em
grandes cisalhamentos por estresse sobre toda a superfície do osso. Geralmente existem
combinações de cargas nos ossos que beneficiam na diminuição da rede de efeitos de uma
carga específica.
TECIDO MUSCULAR
Apresentam características similares que são: ativação pelo mesmo tipo de estímulo
(nervoso), produzem potencial de ação após estimulados, possuem a propriedade de se
contraírem, a força de contração depende do suprimento inicial, tem capacidade de manter o
tônus muscular, se atrofiam com a circulação sanguínea inadequada. Se hipertrofiam em resposta
ao aumento de trabalho.
Músculo estriado: composto de fibras filiformes, apresentam bandas claras e escuras, célula
multinucleada muito alongada, contém receptores para dor e proprioceptores.
Função – movimento corporal e manutenção da postura. Na visão microscópica do
músculo estriado temos cerca de 100 a 150 células ou fibras musculares que são em envolvidas
por uma rede de fibras reticulares conjuntivas chamada endomísio. Essas fibras se unem entre si
por meio de um tecido conjuntivo chamado perimísio para formar um feixe chamado fascículo.
Vários fascículos se unem para formar uma unidade maior, essas unidades são envoltas pelo
epimísio para formar o músculo estriado esquelético.
1. Os potenciais de ação cursam pelo nervo motor até suas terminações nas fibras
musculares.
7. Os íons cálcio ativam as forças atrativas entre os filamentos de miosina e actina, fazendo
com que deslizem ao lado um do outro, que é o processo contrátil.
8. Após fração de segundo, os íons cálcio são bombeados de volta para o retículo
sarcoplasmático pela bomba de Ca++ da membrana, onde permanecem armazenados até que
novo potencial de ação muscular se inicie; essa remoção dos íons cálcio das miofibrilas faz com
que a contração muscular cesse.
Vídeos:
http://www.youtube.com/watch?v=cIY22fO9A6o
http://www.youtube.com/watch?v=Klq_6JaTBBs
http://www.youtube.com/watch?v=mcw6WDuU6Ww
http://www.youtube.com/watch?v=UNQwzkjrjN0
TRAUMAS MUSCULARES
DISTENSÃO: indica que houve algum grau de ruptura nas fibras musculares, na junção
músculo-tendão, no tendão ou na inserção óssea, de uma unidade músculo-tendinosa. Diante da
lesão vai formar fibrose, não tem como evitar a fibrose, mas se pode fazer com que ela se forme
de maneira que não atrapalhe a contração e alongamento deste músculo.
PATOLOGIAS DO MÚSCULO
ENTESITES: inflamação da êntese muscular que muitas vezes pode confundir-se com a
epicondilite. A dor da entesite quando não é irradiada é no local exato da inserção do tendão no
músculo. Em uma epicondilite por exemplo (dor na articulação do cotovelo), considera-se como
entesite porque pode ter a lesão que se insere no epicôndilo. A entesite no tendão de Aquiles
pode gera um futuro esporão.
Na fase aguda o principal objetivo é de fazer com que a fibrose se forme de maneira
ordenada para que não atrapalhe o alongamento e contração muscular.
PRICE – (gelo, compressão, proteção, repouso, elevação)
Objetivo – diminuição do processo inflamatório e dor, restaurar a ADM e propriocepção.
Eletroterapia – CIV, OCP
Exercícios proprioceptivos
CIV (parâmetros)
AMF 120
∆F 70
Slope 6/6
Tempo 10-15min
OBS: o tipo de contração que pode causar com maior frequência este quadro é a
excêntrica, pois a tensão é maior na tração exercida pelo músculo.
SINAIS: edema e eventualmente rubor. Se existe a presença de rubor, pode também ter
aumento da temperatura local que é detectada pela palpação.
Manobra de Barlow. Entre o polegar e os demais dedos de uma das mãos, o examinador
prende a pelve do paciente, que se encontra em decúbito dorsal. Ao mesmo tempo, com o
polegar da outra mão na face interna da coxa e o 2º e 3º dedos sobre a região trocantérica do
quadril a ser avaliado, em flexão de 90º, promove-se movimentos de abdução e adução. A
presença de crepitação ou ressalto caracteriza a manobra como positiva.
A manobra de Barlow, em um determinado grupo etário, promove e redução (abdução) e a
luxação ativa (adução) em pacientes com luxação coxofemoral congênita.
TRATAMENTO
- conservador: 0 a 6 meses – tem que tratar para recuperar a luxação. Objetivo: manter o
quadril o mais centrado possível. A melhor posição é flexão do quadril e abdução.
DOENÇA DE LEGG-PERTHES-CALVÉ
Foi descrita em 1910, independentemente, por Legg nos Estados Unidos, Perthes na
Alemanha e Calvé na França. É ocasionada pela necrose asséptica e avascular do núcleo
epifisário femoral superior, ao que se somam outras alterações. Acomete crianças entre três e
doze anos, predominantemente entre seis e oito anos. A incidência é maior no sexo masculino
numa proporção de 5:1. É bilateral em 20% dos casos. Quanto menor a idade do paciente, melhor
o prognóstico, quanto maior a idade pior o prognóstico.
O quadro clínico se caracteriza por dor na face anterior da coxa e joelho. Os movimentos
do quadril estão limitados, principalmente a rotação interna e a abdução. A atrofia da coxa, por
desuso, é comum e a marcha, habitualmente, é claudicante.
O estudo radiológico consta das incidências em AP e perfil. Este procedimento é
fundamental, pois, permite a confirmação diagnóstica, a avaliação da fase de evolução da doença
e, ainda, orienta o tratamento.
DADOS CLÍNICOS: dor pela fragmentação, choque ósseo, limitação articular, diminuição
da rotação externa, rotação interna e abdução. Se perde a rotação por articulação incongruente e
a abdução por espasmos dos adutores.
TRATAMENTO CLÍNICO
Tratamento conservador x cirúrgico
Respeitar as fases da doença, observar o final da evolução da doença. Objetivo – cabeça
femoral mais esférica e congruente possível.
Tratamento fisioterápico – diagnóstico precoce, mobilização passiva, não perder ADM,
promover lubrificação através do estímulo para a produção do líquido sinovial.
EPIFISIÓLISE DA CABEÇA FEMORAL
A epifisiólise, epifisiolistese, coxa vara do adolescente ou coxa vara epifisária, tem como
característica o escorregamento da epífise femoral proximal com a fise, sobre a metáfise. Incide
na adolescência durante o período de crescimento rápido, o enfraquecimento da fise em sua
junção com a metáfise, associado às forças de cisalhamento do peso corporal, ao que somam-se
impactos, conduz ao deslocamento, habitualmente, gradual. A faixa acometida está entre 13 e 15
anos no sexo masculino, onde prevalece (3:2), e 11 e 13 no feminino.
TORCICOLO CONGÊNITO
As palavras torcicolo muscular e torcicolo congênito são usadas para designar o pescoço
“torto”, acompanhado de fibrose. A cabeça apresenta-se inclinada para um lado e rodada para o
lado oposto. Deformidade ao nível do pescoço, determinada por encurtamento do músculo
esternocleidomastóideo, na maioria das vezes unilateral. O termo torcicolo tem origem no latim:
“tortus” (torto) e “collum” (pescoço).
PROGNÓSTICO
Tratamento conservador (alongamentos), principais fatores que regem um bom prognóstico
são a gravidade do torcicolo e o início do tratamento. Tratamento cirúrgico realizado no tendão
para poder alongá-lo. Tratamento em fisioterapia para o torcicolo está no alongamento,
posicionamento e estímulo visual, mostrar objetos no lado oposto a deformidade (correção ativa).
TRATAMENTO CONSERVADOR: avaliação, aspecto geral da criança, posição da cabeça,
presença de nódulo no ECOM, amplitude de movimento, sinais de dor, reflexos anormais.
PÉ TORTO CONGÊNITO
CLASSIFICAÇÃO
Fisioterapia
Ocorre imobilização, aplicação de talas durante todo período neonatal. Mobilizar e corrigir a
deformidade e sua manutenção. Corrigir o desalinhamento subtalar (a inversão combinada com
adução) e em seguida o elemento de flexão plantar. O que segura o pé torto é a manipulação e
gesso, a fisioterapia só nos pós-operatórios.
Trata-se de um grupo de patologias congênitas que tem como característica como a rigidez
de três ou mais articulações. É uma doença que tem a predominância de deformidades
articulares, atingindo a cápsula.
CLASSIFICAÇÃO
TRATAMENTO
Tratamento ortopédico – conservador: gesso seriado para alongamento das partes moles.
Geralmente não corrige a deformidade, porém facilita o procedimento cirúrgico.
Tratamento cirúrgico – indicado para pacientes com bom prognóstico para deambulação,
força muscular de flexores de quadrilha, quadríceps e glúteos, ausência de deformidades na
coluna, boa função dos membros superiores.
OSTEOGÊNESE IMPERFEITA
O problema respiratório é que leva a óbito, devido as deformidades por conta das fraturas
dos ossos. Qualquer impacto mais brusco, gera a fratura, manifestações extra musculares: defeito
dentário, os dentes apresentam manchas azuladas, defeito do tecido conjuntivo.
TRATAMENTO
FISIOTERAPIA
Tratamento
É conservador, com repouso (parcial), utilização de anti-inflamatórios. Raramente indica-se
a imobilização gessada por desencadear atrofia. As infiltrações com corticóides podem romper o
tendão patelar.
A fisioterapia tem ação anti-inflamatória e de analgesia, ainda, deve promover alongamento
dos músculos isquiotibiais e quadríceps (os alongamentos devem ser diários e antes e após as
eventuais práticas de esporte). Pode-se combater a atrofia com cuidados, já que a tração
permanente do tendão patelar estimula tumefação e dor.
CERVICOBRAQUIALGIA
Presença da dor cervical que se irradia á uma das extremidades através do território
correspondente a uma raíz cervical baixa. Em sua grande maioria, apresenta-se como um quadro
unilateral onde a dor inicia-se na região cervical baixa e irradia-se para o membro superior, com
topografia radicular usualmente associada a parestesias de um ou mais dedos.
Síndromes radiculares: são causadas pela compressão das raízes nervosas, por material
discal herniado ou protrudente, ou por osteófitos posteriores que invadem o orifício de
conjugação, ou ainda, por ambos. Dor de caráter agudo, severa e agravada pelos movimentos da
cabeça, sendo acompanhada de parestesias (formigamentos), e eventualmente, de fraqueza
muscular. As dores são intermitentes, melhora com o repouso e algumas posições da cabeça.
Quadro clínico: sinais e sintomas cervicais – insidiosa, sem causa aparente, melhora com
o repouso, piora com a movimentação, pressão das apófises espinhosas, ocorre espasmos
musculares e pontos gatilhos. Sinais e sintomas radiculares – sensitivas (irradiação para
membros superiores e tórax, parestesia nos territórios) motores: (paresias e alterações dos
reflexos).
TESTE DE COBB: R-X em PA traça-se uma reta sobre o platô superior da vértebra
superior mais inclinada e uma outra reta no platô inferior da vértebra inferior mais inclinada.
Traça-se uma perpendicular sobre essas duas retas e calcula-se o ângulo pela intersecção das
duas perpendiculares.
Tratamento
Pesquisa de identificação, tratamento conservador, observação, gesso, órteses, tração.
Fisioterapia: analgesia, correção do alinhamento (ganho de ADM), cinesioterapia, cadeias,
RPG, outras. Fortalecimento muscular, orientações quanto as AVD’s.
Indicação cirúrgica: deformidades congênitas progressivas, em pacientes imaturos,
escoliose idiopática, progressão sem resposta ao tratamento conservador: estética, dor,
deformidades neuromusculares (20-30°), cifose estética (entre 50-70°).
4. Lesões vasculares.
5. Fatores psicogênicos.
Causa de dor lombar associada a edema. O edema causa dor pois, pode comprimir um
ligamento, nervo, tendo uma dor localizada, mas se comprimir uma raíz nervosa, encontramos um
quadro de ciatalgia.
Pós-cirúrgico de hérnia de disco, paciente evolui com dor não só devido ao edema, mas
também pela formação de fibrose no local.
Prolapso do disco intervertebral, pode romper pequenos vasos, rupturas de capilares que
podem desencadear uma isquemia em raíz nervosa. Dor irradiada tem que ter um componente de
dor central, seja ela neurológica ou muscular.
A espondilose (degeneração na coluna) é caracterizada pela presença de dor localizada e
em fases mais avançadas, irradiação para o membro, presença de limitação da ADM, mas não de
todos os movimentos, a dor se encontra de maneira mecânica.
Em um R-X, é possível notar a presença de osteófitos, que são anteriores ou superiores.
Se é na anterior e pequeno, nem sempre é a causa da dor, mas se for posterior é preocupante
pois pode ir perto do ligamento. Ocorre aproximação das facetas, degeneração da cartilagem
articular, isso em visão posterolateral.
SÍNDROME MIOFASCIAL
De fisiologia muito discutida, pode aparecer após exercícios não habituais ou contração
tônicas prolongadas que provocam rigidez e dor, podendo estar associada a tensão psicológica. A
dor é caracterizada por pontos dolorosos a compressão. O tratamento básico constitui da
inativação dos pontos dolorosos localizados dentro do músculo e avalição de fatores
etiopatológicos (hormonais, nutricionais, metabólicos, infecções e infestações crônicas, alérgicos,
psicológicos, mecânicos e lesões orgânicas específicas).
Tratamento
Objetivo Conduta
1. Analgesia 1. Watsu, amassamento, deslizamento,
rolamento, TENS, CIV, US, OC,
cinesioterapia, dedilhamento,
digitopressão, alongamento.
2. Ganho, aumento de ADM 2. Watsu, técnicas de massoterapia,
dedilhamento, alongamento.
FIBROMIALGIA
Uma forma de reumatismo não articular caracterizada por dor muscular generalizada e
rigidez, dor a palpação e locais característicos denominados de pontos dolorosos.
Classificação
- REGIONAL: também denominada de síndrome dolorosa.
- PRIMÁRIA: dor muscular esquelética generalizada e pontos dolorosos em vários locais.
Na ausência de doença de base significante ou qualquer outra condição que justifique
parcialmente ou completamente os sinais e sintomas encontrados.
- SECUNDÁRIA: é causada por doenças de base.
Quadro clínico: sexo feminino, raça branca, entre 40-50 anos. Doença crônica sendo que
os estudos mostram que as queixas estendem por 5-7 anos de duração em média.
Fibromialgia concomitante: presença de quadro clínico de primária bem como presença de
outra doença concomitante (osteoartrite).
Sintomas: dor generalizada, rigidez, distúrbio do sono, depressão. Pode ocorrer edema de
tecidos moles e parestesias. Em geral acomete os seguintes locais: lombar, cervical, cintura
escapular, braços, mãos, joelhos, quadris, coxas, pernas e pés; eventualmente o tórax anterior e
ATM.
Tratamento
Hidroterapia, atividades aeróbicas. Diagnosticar e tratar causa imediata da dor, pontos
gatilhos (miofasciais). Uso de laser, US ou digito pressão, acupuntura, dor localizada,
massoterapia – deslizamento, rolamento, dedilhamento, alongamento transpassado.
PINÇAMENTO SUBACROMIAL
Etiologia
Diminuição do espaço subacromial, alterações na morfologia do acrômio, desequilíbrio
muscular (abdutores, rotadores), overuse ou movimentos de elevação, área hipovascularizada
dificultando a regeneração, há uma demora para regenerar.
Quadro clínico
Dor em região escapulo umeral (glenoumeral), evidente na face anterolateral e proximal do
úmero.
Movimento da articulação escapulo umeral, diminuído ou praticamente ausente (na bursite
aguda).
Aumento de volume em região anterolateral do ombro, na fase aguda.
Atrofia da cintura escapular, na fase crônica.
Crepitação, na fase crônica.
Dor aos movimentos de abdução e rotação do ombro.
Tratar no estágio I que é reversível, pinça inflama as estruturas pois há desconforto e
queimação. Dói na hora que vai dormir.
Estágio II, alteração no tendão, aumento da dor, bursas inflamadas.
Estágio III, aumento da dor, lesão parcial ou total do manguito. A principal estrutura que
sofre com a síndrome é o tendão do supraespinhoso.
Inspeção, atrofia muscular, assimetria muscular, presença de edema, se mais ou menos
elevado.
Ombro elevado pode ter trapézio hipotrofiado.
Palpação voltada para o músculo, palpar deltoide, infra, diferença na goniometria,
principalmente em paciente idoso, adota postura de proteção, atrofia muscular devido ao desvio e
capsula retrai, hipotrofia dos tecidos, pontos dolorosos.
Identificar onde ocorre o desequilíbrio.
Testes especiais: New, Jobe, Yergason, Hawkins-Kennedy, Patter, Geber, escápula alada,
arco doloroso.
Objetivos – avalaiar os sinais inflamatórios, readquirir a ADM normal, melhorar a força
muscular, recuperar a função do manguito rotador, recuperar propriocepção.
Tratamento
CIRÚRGICO – enxerto ósseo, osteotomia.
Necrose primária é a idiopática, não tem uma causa específica, mas fatores
predisponentes.
A necrose secundária vem devido a uma fratura, a cabeça femoral coapta, as
artérias perdem elasticidade e se rompe, ocasionando a necrose. A cabeça não se
regenera mais, sendo necessário o uso de próteses.
A osteotomia é um corte no osso para mudar a angulação, é um procedimento de salvação.
BURSITES DE QUADRIL
Quadro clínico: dor na região do trocânter maior, palpação dolorosa nesta região e dor à
abdução resistida.
A bursa diminui impacto dos tendões em encontro aos ossos. Tendão, bursa, possuem
enzimas que impedem a calcificação diante de um processo inflamatório; existe a inibição dessas
enzimas, podendo levar a calcificação do tecido. Por que? Devido a um mal tratamento.
O que pode irritar a bursa é o uso excessivo, encurtamento de glúteo máximo e médio.
Teste de abdução resistida.
Tratamento
- FASE AGUDA: o paciente apresenta processo inflamatório, diminuição da ADM por
encurtamento muscular e dor. uso de eletroterapia, alongamento dos abdutores.
Quadro clínico: dor para deambulação e subir escadas, e não aguenta ficar muito tempo
sentado por comprimir a bursa, levando a processo inflamatório.
Tratamento
- FASE AGUDA: tirar mecanismo de tração, alongamento de extensores do quadril e
flexores do joelho. Uma tração excessiva leva a fricção da bursa, ocasionando a bursite.
Ergonomia: cadeira apropriada, forma correta de permanecer sentado. Controlar processo
inflamatório, diminuição da dor e alongamento.
Ileopectínea: profundamente ao tendão do ílio psoas.
Quadro clínico: dor durante a flexão ou extensão, dor a palpação na área inguinal.
Tratamento
Crioterapia, CIV, alongamento dos flexores do quadril para tirar o fator causal. As bursas
não levam a prótese.
Tratamento
- CONSERVADOR: analgesia, alongamento muscular. É uma síndrome onde existe a
compressão do nervo ciático pelo encurtamento do músculo piriforme.
ARTROPLASTIA
Biomecânica da artroplastia
Tipo de fixação das próteses: cimentada, biológica (não cimentada), híbrida, impactada.
São 4 formas de se fixar a prótese. A híbrida é a prótese total onde o acetábulo não cimenta, mas
o fêmur sim.
VANTAGEM DESVANTAGEM
Facilita revisão Reabilitação tardia
Respeita vascularização Qualidade óssea
Não pode provocar hipertensão Imobilismo no leito
Menos invasiva Menos estável
Prótese com fixação cimentada
VANTAGEM DESVANTAGEM
Reabilitação precoce Dificulta revisão
Mais estável Não respeita vascularização
Qualidade óssea Mais invasiva
Pode provocar hipertensão pelo cimento
ARTRITE REUMATÓIDE
Hipóteses causais: teoria do fator iniciante: um fator iniciador causa inflamação articular e
não desaparece após estágio agudo.
Teoria infecciosa: infecções de difteróides, micoplasma ou por vírus de rubéola, herpes
zoster.
Predisposição genética: os parentes de pessoas com artrite reumatóide são mais
propensos a desenvolver a doença.
Mãos: desvio ulnar do punho, flexão e subluxação radio ulnar, dedos em botoeiras e
pescoço de cisne, joelhos – deformidade em flexão e / ou valgismo, pés, desvio lateral dos dedos
(hálux), proeminência da cabeça dos metatarsos, coluna vertebral cervical, pode ocorrer luxação
de C1 e C5, cotovelos fletidos, ombros e quadris podem desenvolver deformidades em flexão e
adução.
Diagnóstico
Rigidez matinal (+ de 6 semanas), com duração de pelo menos uma hora nas mãos, artrite
de 3 ou mais regiões articulares com edema ou derrame, artrite das articulações das mãos (+ de
6 semanas), artrite simétrica há mais de 6 semanas (punho metacarpos, interfalangeanas),
acometimento horizontal bilateral de mmss e mmii é aceito como simetria, nódulos reumatóides
subcutâneos sobre saliências ósseas ou superfícies extensoras ou juntas articulares, fator
reumatóide sérico positivo, (joelhos), alterações radiológicas (punhos e mãos com erosão articular
ou osteopenia periarticular).
Ar = 4 dos 7 critérios.
Exames complementares
Provas inespecíficas: o hemograma geralmente mostra anemia crônica, provas
laboratoriais de caráter imunológico: fator reumatóide é positivo em 60% a 80% dos casos;
radiologia: aumento das partes moles, osteoporose, diminuição do espaço articular, erosões
marginais, cistos subcondrais e deformidades articulares.
Objetivos do tratamento
Analgesia, reduzir o edema, diminuir processo inflamatório, evitar edemas, deformidades,
manter ou melhorar a capacidade funcional, preservar as funções respiratórias, circulatórias,
prevenir atrofias, rigidez articular e osteoporose, adaptar o paciente ao meio, motivar e conseguir
a sua colaboração, orientações e adaptações nas AVD’s.
Cirurgias
Sinovectomia, retirada da membrana sinovial, osteotomia, realinhar e alterar a distribuição
de cargas nos ossos dos pés.
- artroplastia: substituição da articulação ou superfícies articulares.
Reparo do tendão em caso de ruptura dos extensores dos dedos.
- artrodese: fixação permanente de uma articulação para alívio da dor e melhora da função.
Fisioterapia
São recomendadas sessões de curta duração para que sobrecarregar a articulação e não
fadigar, respeitar um período de repouso para recuperação articular e recuperação geral do
paciente. Manobras lentas, evitando gestos bruscos, nunca ultrapassando o arco doloroso,
resistência moderada e de curta duração evitando sobrecarga articular e / ou fraturas, evitar
puxões fortes e pressões fortes pelo risco de provocar luxações e/ ou lesões tendinosas.
FASE CRÔNICA: ondas curtas contínuo, banhos de parafina, compressa quente, banhos
de contraste, exercícios isométricos e isotônicos, alongamento geral, fisioterapia respiratória
associada ao exercício, hidroterapia (técnica de Watsu), caminhas, exercícios de força muscular,
interferencial, turbilhão, controlar a doença regularmente com o reumatologista, motivar o paciente
com constantes mudanças nas condutas terapêuticas, motivar auto estima, orientações quanto as
AVD’s.
Prognóstico
O curso da doença é variável e imprevisível, em termos de função é razoavelmente bom:
25% permanecem com atividade normal, 40% tem deteriorização moderada da função, 25% fica
muito debilitado, 10% acaba evoluindo par auso em cadeira de rodas. O prognóstico é ruim
quanto maior o fator reumatóide, aparecendo lesões nas superfícies articulares.
Conclusão
Durante toda a fase da doença, a fisioterapia é fundamento, sobretudo a cinesioterapia
para manter a ADM e força muscular e assim preservar a articulação.
ESPONDILITE ANQUILOSANTE
Patogênese e Patologia
FASE TARDIA AO RAIO-X: ossificação do anel fibroso das sínfises intervertebrais, “coluna
em bambu”.
Amputação de membros inferiores são mais frequentes, desde articulação do quadril até o
pé. Amputações grosseiras já ocorria 9.000 a.C. amputações com fraturas expostas geralmente a
sobrevida era quase impossível, não sobrevivia.
No passado, quem tinha amputação era tido como uma pessoa amaldiçoada, e que tal fato
era transmitido de pai para filho.
Nos dias atuais, a qualidade de vida das pessoas que precisam passar por intervenção de
amputação de algum membro é muito melhor pois as próteses auxiliam na substituição do
membro amputado, oferecendo melhor qualidade de vida e também independência.
A amputação é um procedimento de salvação, onde o paciente se recupera mais
rapidamente do que esperar que a fratura se consolide, o que levaria em média em torno de 2
anos aproximadamente para isso ocorrer.
A força muscular não será mais a mesma, desse modo é preciso preparar o coro para
receber a prótese, evitando contraturas, favorecendo movimentos funcionais adequados a
prótese.
75% dos casos de fraturas expostas evoluem para amputação pois não se consegue fazer
a rafia das artérias, ou seja, religar as artérias novamente a fim de levar suplemento sanguíneo e
de nutrientes para o membro.
Nas amputações de causas tumorais, estas têm diminuindo consideravelmente devido aos
avanços de diagnóstico precoce e tratamentos com radioterapia, quimioterapia, utilização de
endopróteses e enxertos.
As amputações de origem infecciosas também têm diminuído consideravelmente devido os
avanços em diagnósticos e medicamentos.
Nas amputações de origem congênita, as cirurgias são realizadas com a função de
amputação do mento residual. São realizadas nos primeiros anos de vida.
DESARTICULAÇÃO DO JOELHO: fica mantido o fêmur até sua porção proximal. Foi durante
muito tempo evitada – dificuldade de adaptação de prótese. Hoje possui inúmeras vantagens:
preserva a patela, bom braço de alavanca muscular, melhor apoio distal, não tem
deformidade importante e a cicatriz não vai incomodar o coto, melhor propriocepção.
AMPUTAÇÃO TRANSFEMORAL: apresenta deformidade em flexão e abdução do quadril,
sem descarga distal, encaixe protético – paredes alterais do coto e isquiático, cicatriz inferior
ou póstero-inferior. Preserva um pouco do fêmur para ação dos isquiotibiais. Se o paciente
desenvolver encurtamento, não terá como protetizar.
Dor fantasma
Sensação dolorosa – causas polêmicas e controvérsias, localizada na região distal – como
se fossem apertos, cãibras, queimação.
Enfaixamento
Verificar a técnica e o tipo de faixa.
Cicatrização
Verificar se está em local clássico. Não deve ter invaginações, ser irregular, aderida, etc.
Coxin terminal
Deve ser firme, não podendo ser escasso, tampouco volumoso. Flacidez – orelha de
cachorro, rolo adutores.
Deformidades
Por encurtamento muscular, contraturas articulares proximais, deformidades na coluna,
doenças reumáticas, fraturas, etc.
Objetivos
Bom equilíbrio muscular, impedir e eliminar contraturas, diminuir e eliminar estados
dolorosos, modelar e manter, maturar o coto, colocar uma prótese em perfeitas condições de
ajuste e alinhamento, realizar treinamento de marcha, corrigir posições, defeitos de marcha
encontrados.
Mecanismo de trauma
Queda com apoio da mão ou queda sobre o ombro (trauma indireto), podendo ocorrer por
trauma direto também.
Quadro clínico
Dor local, tumefação e crepitação, em geral ao raio-x de ombro em incidência AP, confirma
o diagnóstico.
A clavícula está dividida em três segmentos: segmento distal (25% do osso), segmento
intermediário (50% do osso), segmento proximal (25% do osso).
Tratamento
O tratamento conservador é o escolhido tanto para criança como para adultos – uso de
Velpau / oito posterior.
Complicações da imobilização: Velpau – maceração da região axilar, oito posterior –
compressão de artérias e nervos na região axilar. O tratamento cirúrgico raramente é realizado.
Mecanismo de trauma
Queda aplicada ao acrômio com o braço em discreta flexão e abdução. É comum
acontecer com atletas de judô.
Classificação
TIPO I: estiramento ou ruptura parcial do ligamento acrômio clavicular.
TIPO II: ruptura do ligamento acrômio clavicular com discreta elevação da clavícula.
TIPO III: ruptura completa do ligamento acrômio clavicular e córacoclavicular com grande
deslocamento da clavícula.
No tipo I e II, trabalhar força muscular, fortalecimento do deltóide para não elevar a
clavícula, o tipo é cirúrgico.
Tratamento
Para os tipos I e II, conservador, para o tipo III, cirúrgico. Luxação do esterno clavicular não
se opera, imobiliza somente.
FRATURAS DA ESCÁPULA
A escápula é um osso chato, envolvida por músculos, consolida de maneira fácil, pode ter
também fraturas em costelas associada, no caso 1ª, 2ª costelas. São raras e constituem
aproximadamente 1% de todas as fraturas, de 5 a 7% das fraturas da cintura escapular. Podem
ocorrer isoladamente ou associada a fratura de costela, clavícula e crânio. Por trauma direto é
mais frequente, podendo ocorrer fratura do arco posterior da costela. Ela pode desviar anterior ou
posteriormente. Se a fratura de costela ocorrer posteriormente, grande chance de perfurar o
pulmão.
LUXAÇÃO DE OMBRO
Esta é a mais frequente e a mais típica das luxações sendo, geralmente anterior, isto é, a
cabeça do úmero coloca-se anteriormente em relação à glenóide. É provocada por mecanismo
indireto originado por um movimento abrupto de elevação do membro superior que força o ombro
em abdução, extensão e rotação externa (esporte). Com isto, a cabeça do úmero é forçada para
frente onde só há a cápsula para contê-la, mas que acaba por romper-se. A cabeça do úmero
escapa e vai posicionar-se na região anterior da escápula. Algumas pessoas tem,
constitucionalmente, grande frouxidão da cápsula articular. Nesta eventualidade é possível haver
luxação apenas pela distensão da cápsula, sem rotura evidente.
Estes indivíduos tem grande tendência para apresentar luxação ainda muito jovens, em
torno dos 17 aos 20 anos, e sem grandes traumatismos. Apresentarão, também, tendência para
outros episódios de deslocamentos que, repetindo-se, caracterizam a luxação recidivante do
ombro.
Dificilmente, o tratamento quando é bem realizado, dá errado. Quando se pensa em
luxação, pensa em cápsulas e ligamentos envolvidos. Os músculos são os mais importantes
elementos para a estabilização do ombro. Existe 4 tipos de luxação do ombro.
Classificação
- ANTERIOR: (85% dos casos), ocorre por trauma direto e violento em direção póstero-
anterior ou queda ao solo. Principal movimento que desencadeia a luxação é o de rotação
externa.
- POSTERIOR: (rara), ocorre em casos de choque elétrico ou crises de epilepsia e também
por trauma direto em direção ântero-posterior.
- SUPERIOR: (extremamente rara), para ocorrer esse tipo de luxação é necessário haver
fratura do acrômio.
- INFERIOR: (não muito rara), produzida por força violenta com o braço em abdução
máxima.
Pode ter subluxação superior, mas não uma luxação em si, pois o acrômio teria que ser
quebrado para que ocorre-se esse tipo de luxação. Muito cuidado com rotação externa, deve ser
trabalhado por último de forma isotônica.
Recidivante
Ocorre em cerca de 50% dos casos de luxação traumática inicial. Caracterizada por novas
luxações, por trauma de menor intensidade. Fatores que influenciam na luxação recidivante:
1- idade do paciente – 90%
2- intensidade do trauma inicial
3- tipo de imobilização
4- reabilitação precoce
Quanto mais jovem for o paciente, maior é a chance de obter recidiva devido a um fator
mecânico e anatômico: quando jovem, a cápsula é extremamente flexível, a medida em que
envelhecemos, essa flexibilidade diminui, podendo ocorrer também síndrome do ombro congelado
ou aderência capsular.
Quando a reabilitação é bem feita e de forma precoce, o índice de recidiva diminui
bastante, mas, se for mal feita e tardia, maior a chance de luxar.
Exame físico
Em inspeção pode apresentar sinal de dragona, exame vascular com palpação da artéria
radial, exame neurológico, nervos axilar, músculo cutâneo.
O sinal de dragona ocorre por hipotrofia do músculo deltóide e manquito rotador, e a
cabeça do úmero cai.
Como saber que o axilar está lesado? Ele inerva rombóide menor e deltóide. Testar a força
do deltóide, se apresenta negativo, indica a lesão. Músculo cutâneo auxilia na flexão do
antebraço, inerva o bíceps braquial, teste de força a realizar = flexão do cotovelo.
Exame radiológico
Tratamento
LESÕES DE BANKART
Descolamento da cápsula da face anterior da glenóide, também definida como uma lesão
na porção ântero-inferior do lábio glenoidal, pode encontrar lesão “4 da tarde”. Essa lesão leva
esse nome pois ao avalaiar os exames radiológicos, divide-se a glenóide como se ela fosse um
relógio, e a posição no horário das 4 da tarde mostra o local da lesão, também podendo ocorrer o
Bankart invertido uma complicação da luxação. O tratamento é cirúrgico e o mecanismo de lesão
é sempre após a ocorrência de luxação anterior de ombro.
LESÃO DE SLAP
Lesão que não tem ligação, relação com luxação. É uma lesão que acomete o lábio
superior, anterior e posterior e que envolve a cabeça longa do bíceps. Lesão encontrada em
atletas, como atuantes em ponta no vôlei, handebol e arremessadores do beisebol. Incidência de
95% dos casos em atletas. O mecanismo de lesão se dá pela realização de movimentos
torcionais da cabeça longa do bíceps.
Questão: se Bankart não fosse relacionada a luxação, qual lesão se consolida mais rápido:
Slap ou Bankart?
A lesão de Bankart se consolidaria mais rápido porque o lábio glenoidal é melhor
vascularizado na sua porção inferior. Slap não cicatriza.
Deve-se evitar movimentos torcionais que partem da rotação externa para rotação interna.
Classificação
Complicações
Lesão do nervo braquial, artéria braquial, nervo mediano ulnar e radial. Lesão do nervo
medial é o mais frequente.
Tratamento
Forma mais comum: fixação percutânea por 40 dias, flexão de 90° com uma tala, passa0se
2 fios cruzados. Depois de 40 dias, tira-se os fios e vai para a fisioterapia. Dentro da fisioterapia,
usa-se o turbilhão, mobilização passiva no limite da dor e massoterapia no tendão do bíceps. Mais
importante: mobilização intra-articular. Cápsula anterior é a que mais ficará encurtada. Não pode
imobilizar passivo forçado, senão gera miosite ossificante.
Estas fraturas podem envolver diáfise proximal do úmero, colo anatômico e cirúrgico,
grande e pequena tuberosidade, cabeça umeral.
Mecanismo de trauma
Lesões nervosas
Os nervos mais comumente lesados são: nervo axilar (m. deltóide, redondo menor), supra
escapular (supra e infra espinhoso), nervo músculo cutâneo (bíceps e córacobraquial)
Exame neuro vascular
A artéria axial se divide em artéria circunflexa umeral anterior e posterior, supra escapular,
tóraco acromial. A vascularização não está ligada somente as estruturas ósseas, mas também
vascular.
Exame radiológico
Epidemiologia
TIPOS DE FRATURAS
1. Com deslocamento mínimo: deslocamento menor que 1cm ou 45° de angulação –
representam 80% das fraturas proximais do úmero. Tratamento: tipóia ou velpau por
7 a 10 dias, reabilitação funcional.
2. Fraturas e fraturas – luxações em 2 partes: 10% dos casos tem deslocamento de
mais de 1cm ou 45° de angulação. Pode ocorrer no colo anatômico, cirúrgico, na
grande e pequena tuberosidade.
3. Fraturas e fraturas – luxações em 3 partes: envolvem o colo cirúrgico e a grande e
pequena tuberosidade.
4. Fraturas e fraturas – luxações em 4 partes: a cabeça umeral não se articula com a
glenóide e está desvascularizada.
5. Fraturas especiais: fraturas impactadas, fraturas tipo rachadura da cabeça umeral.
Mecanismo de trauma
Queda, impacto direto, acidente de trânsito, acidente de trabalho, ferimento por arma de
fogo; pode ocorrer por trauma indireto.
Cuidado par anão soltar o parafuso ou deslocar a placa não realizando movimentos de
angulação ou rotação. Não bloquear a raíz fazendo movimentos de torção e rotação pois pode
complicar o quadro do paciente. O mesmo vale para pacientes que tenham hastes metálicas
intramedular. Em fraturas acima da inserção do peitoral maior, o fragmento proximal deverá
deslocar-se em abdução e rotação externa. Em fraturas que ocorrem entre inserção do deltóide e
do peitoral maior, deverá ocorrer um deslocamento do fragmento proximal em adução e rotação
interna. Em fraturas abaixo da inserção do deltóide, deve ocorrer um deslocamento do proximal
em abdução.
Complicações das fraturas
Tratamento
Tipóia: pacientes idosos com fraturas estáveis, gesso pendente, velpau, talas gessadas –
em abdução, tração esquelética, fixadores externos, redução cruenta com fixação interna. Passo
seguinte: o paciente estará assintomático, provável perda de ADM e força muscular.
Complicações
Mecanismo de trauma
Tratamento
Nas fraturas dos tipos I e II com pequeno desvio, o tratamento é conservador com
imobilização por 15 dias, fisioterapia precoce.
A capsulite adesiva ocorre com mais de 15 de imobilização.
Nas fraturas do tipo III, está indicada cirurgia e ressecção da cabeça do rádio. Ressecção
da cabeça do rádio perde o atrito e o apoio para a realização de prono-supino. No sistema de
alavanca, perderá ponto de apoio e força.
FRATURAS DA ULNA PROXIMAL: - fraturas do olécrano em geral é intra-articular por
trauma direto e na maioria dos casos com desvio pela ação do tríceps. Em geral o tratamento é
cirúrgico com fixação por fios de Kishner e circlagem com arame de aço. Imobilização por 6
semanas e mobilização precoce. Provável comprometimento funcional, poder-se em termos de
extensão devido a angulação. O paciente irá evoluir, mas terá um déficit de extensão final.
- fraturas da apófise coronóide são intra-articulares e geralmente associadas a luxação de
cotovelo. Na maioria dos casos, os desvios são pequenos, não ocasionando instabilidade. A
imobilização por 3 semanas é suficiente.
- luxação do cotovelo é mais comum entre 30 e 40 anos. Após a redução, o paciente é
mantido em imobilização por 3 semanas e logo encaminhado á fisioterapia. A luxação mais
comum é no sentido posterior; sendo ela posterior, acaba impactando na parte anterior da ulna
levando a lesão da apófise coronóide. Em toda e qualquer lesão do cotovelo pode ter
comprometimento vascular ou lesão nervosa, uma neuropraxia, ocorrendo parestesia entre 4° e
5° dedo.
Quadro clínico
Dor intensa no punho, deformidade característica (dorso em garfo), desvio radial da mão,
pode haver compressão do nervo mediano.
Tratamento
Complicações
FRATURA DE BARTON: fratura da superfície articular dorsal ou volar do rádio distal, ocorre
em maior frequência com adultos jovens e expostos a traumatismos de alto impacto.
Mecanismo de trauma
Com o punho em extensão, ocorre a fratura da porção volar da superfície articular distal.
Com o punho em hiperextensão, ocorre a fratura da porção dorsal da superfície articular distal.
Tratamento
O tratamento das fraturas da porção volar é cirúrgico. Nas fraturas da porção dorsal pode
ser, em princípio, incruenta.
Fratura em rádio e fileira proximal, déficit da flexão porque perde a congruência. Fraturas
na fileira distal do carpo, o déficit será em extensão.
No desvio radial, há um choque precoce entre escafóide, trapezóide, processo estilóide. O
osso sesamóide se forma entre os tendões. Serve para aumentar a força do músculo em que ele
está inserido. Durante o desvio ulnar, o escafóide sofre desvio lateral e durante o desvio radial,
sofre deslocamento medial, é importante palpar o escafóide porque a fratura não é visualizada ao
raio-x logo de início devido a sua área óssea estar coberta por cartilagem que pode estar íntegra,
não revelando a fratura do escafóide. Todo suprimento do escafóide chega pela medial e lateral,
ele não é mal vascularizado; é que vem de um lugar só. O escafóide é o osso mais acometido em
fraturas de punho.
Exame radiográfico
Complicações
Tratamento
Conservador x cirúrgico
Gesso axilo-palmar; gesso ante braquial palmar.
DOENÇA DE KIENBÖCK
Ocorre necrose avascular do semilunar. É idiopática na maioria das vezes, mas pode estar
relacionada ao trauma. Predomina em adultos na terceira década de vida, no sexo masculino.
3 causas: idiopática, não se sabe porque ocorre, microtraumas ao longo do período de
vida. O mais importante é a carga repetitiva e o fator negativo da ulna. Esse fator de variação
negativo da ulna ocorre um degrau entre a ulna e o rádio, entre seus processos estilóides. No
momento dos desvios, o semilunar se choca com a ponta medial da extremidade distal do rádio.
Tratamento dista doença é a ressecção do semilunar, deixando o punho instável, perdendo força,
não fará preensão, não irá segurar objetos com firmeza. Usa-se de fortalecimento, promovendo
reequilíbrio muscular que é o objetivo principal.
FRATURA DO PISIFORME: são raras, ocorrem por trauma direto. Pode haver parestesia no
território do nervo ulnar. Imobilização com gesso por 3 semanas.
FRATURAS DO FÊMUR
Tratamento
Complicações
Diagnóstico
Tratamento conservador
Está indicado para pacientes com alto índice de risco anestésico e já confinados no leito,
pacientes jovens suportam melhor a tração trans esquelética (em geral de 6 a 10 semanas),
mesmo assim, deve-se estar atento para complicações clínicas como: pneumonia, infecções
urinárias, escaras, tromboembolismo.
Tratamento cirúrgico
Deve acontecer o mais breve possível, colocação de placas de ângulo fixo, hastes flexíveis.
O tratamento com gesso trazia algumas sequelas como encurtamento, rigidez articular do
joelho e consolidação viciosa. A haste intramedular, trouxe outro avanço no tratamento pois
permitia a mobilização precoce e indolor e algum suporte de carga mesmo no período de
consolidação. No início dos anos 60, a placa de compressão passou a ser usada com sucesso,
entretanto, a grande exposição levava a altos riscos.
INSTABILIDADE PATELO-FEMORAL
Trata-se de uma instabilidade articular entre a patela e a tróclea (local do fêmur que articula
com a patela). A instabilidade fêmoro-patelar (rotuliana) é uma das desordens mais freqüentes da
articulação do joelho na adolescência. É mais freqüentemente visto em meninas, segunda década
e podem acometer um ou ambos joelhos.
A dor é sentida na frente do joelho e acontece quando a patela está sendo comprimida
contra o encaixe femoral. A característica mais marcante da patologia é a sensação de que o
joelho vai deslocar a cada momento. Evidentemente esse sintoma varia com o grau de
instabilidade.
A patela é um osso sesamóide. Na articulação fêmoro-patelar, há estabilizadores passivos
e ativos. Os passivos são: cápsula articular, cartilagem articular, côndilo lateral (mais longo),
ligamento côndilo patelar, retináculos patelar. Os estabilizadores ativos são: quadríceps, tem 6
ventres musculares, vasto intermédio mais profundo, por cima dele o reto femoral, vasto lateral
longo, tem inserção de 12°, vasto lateral obliquo se insere a 45°, excursão da patela para a
lateral, vasto medial longo, inserção a 12°, vasto medial obliquo a 45°. A função do vasto medial
obliquo está em medializar a patela na extensão. Se há algum desequilíbrio muscular, trabalha-se
com o reequilíbrio dessas estruturas dando maior enfoque ao VMO do que o lateral.
Etiopatogenia
Quanto maior o valgo de joelho, maior será a lateralização da patela. Fatores que
aumentam a força de luxação: joelhos valgos, inserção lateral do tendão patelar, ante versão do
colo femoral aumentada, torção tibial extrema, retração do retináculo lateral, desequilíbrio e
encurtamento do aparelho extensor. Quanto maior a rotação externa da tíbia, maior será a
lateralização da patela. O que roda a tíbia externamente são 3 fatores: 3 encurtamentos dos
músculos bíceps femoral, tensor da fáscia lata, trato ílio tibial, sóleo. Tensão do retináculo lateral,
patela lateraliza e perde rotação medial.
Ângulo Q, onde se consegue quantificar o valgo. O ângulo Q normal menor que 15°,
espinha ilíaca anterossuperior, traça uma linha até o centro da patela e uma da tuberosidade
anterior da tíbia até a patela, ou a distância entre os maléolos.
TA-GT tuberosidade anterior e garganta da tróclea, visualizada somente na tomografia em
corte transversal, uma linha passa na GT e a outra na TA e medir a distância entre elas que tem
que ser de 0 a15mm. Quando maior for a distância entre as linhas, maior será a rotação externa.
Quadro clínico
Avaliação proposta
Tratamento proposto
HÉRNIA DE DISCO
O termo hérnia de disco é frequentemente usado de forma indevida. Se alguém tem uma
dor na coluna, trata-se provavelmente de uma dor inespecífica e não de uma hérnia de disco.
Entre cada par de vértebras existe um disco composto de uma camada externa fibrosa que
envolve uma substância gelatinosa. Se um disco começa a se degenerar e tornar-se menos
flexível, seja devido ao envelhecimento ou a um excesso de esforço, o disco pode sofrer um
prolapso. A pressão faz com que a parte interna se projete através de um ponto fraco da camada
externa. O resultado é a perda do efeito amortecedor do disco e uma pressão dolorosa no nervo
que se encontra na região afetada.
O termo hérnia de disco pode ser definido como um processo de protusão do núcleo
pulposo do disco intervertebral através de ruptura de suas fibras cartilaginosas, podendo causar
compressão das raízes nervosas no canal vertebral ou gerar processos inflamatórios das
estruturas nervosas. Mas nem toda hérnia de disco irá comprimir a raiz nervosa, será extrusa,
provocará uma lombalgia intensa. Hérnia é um mecanismo traumático que poderá comprimir ou
não a medula ou inervação periférica. Qualquer disco pode sofrer um prolapso, mas os
localizados na região lombar são os mais susceptíveis. Pode ocorrer na região de pescoço, onde
a pressão em uma raiz nervosa pode causar dor e formigamento nos braços, podendo estar
relacionado a um quadro de cervicobraquialgia.
Incidência
Geralmente ocorre entre 30-50 anos de idade, (período de maior produtividade de uma
pessoa), predomínio no sexo masculino, em região lombar ( L4-L5, L5-S1), por fator ocupacional,
estresse e tensão. Região cervical geralmente acomete mais o sexo feminino por fator emocional.
Causas
Etiopatogenia
Disco jovem é constituído por 88% de água e quando adulto reduz para 66% de água, o
que pode estar relacionado com o próprio desenvolvimento e envelhecimento do organismo,
ocasionando ruptura das fibras, deslocamento do núcleo pulposo, promovendo a extrusão ou
protusão, agressão química ou mecânica nas raízes nervosas que leva a dor, contratura e
limitação da amplitude de movimento (adm).
Os discos flexíveis que existem entre as vértebras agem como um amortecedor para esses
ossos quando uma pessoa movimenta sua espinha. Cada disco tem uma membrana externa
rígida e um núcleo gelatinoso flexível. Quando as costas sofrem um esforço extra, a pressão pode
empurrar parta da substância flexível por um ponto mais fraco da membrana externa rígida.
Dessa forma pressiona também o nervo onde está medula espinhal, causando dor.
Classificação
Teste especiais
Lasègue a 30º, teste da perna retificada, flexão de tronco, teste de valsalva, compressão
de Milgran.
Exames complementares também auxiliam no diagnóstico como raio-X, ressonância
magnética, tomografia computadorizada, mielografia (radiografia com contraste).
Tratamento conservador
Repouso, uso de medicamentos anti-inflamatórios não hormonais, analgésicos, bloqueio
anestésico, terapia manual, eletroterapia, alongamento para membros inferiores, reeducação
postural, mudança de hábitos.
Tratamento cirúrgico
ESPONDILOLISTESE
Incidência
Classificação
I GRAU: 0 a 25%
II GRAU: 25 a 50%
III GRAU: 50 a 75%
IV GRAU: 75 a 100%
Etiologia
Biomecânica
Presença de lordose lombar e postura ereta no homem, sobrecarga em flexão, forças de
cisalhamento desequilibradas, rotação forçada com flexão, lordose acentuada.
Achados clínicos
Em crianças: lombalgia com leve irradiação para nádegas e coxas, ocasional – alto nível de
atividade ou aos esportes competitivos.
Em adultos: pode apresentar grau I ou II, lombalgia, discreta restrição nos movimentos sem
alteração na marcha, grau III, lombalgia mais acentuada, desnível lombo sacro, rigidez, ADM
restrita, tensão de ísquios tibiais, espasmos de paravertebrais com retificação e anteriorização do
tronco, grau IV, acentuação dos sinais e sintomas anteriores, deformidades significantes como os
joelhos parcialmente fletidos e a coluna torácica e lombar em posição hiperlordótica, lombalgia –
instabilidade, radiculopatia, estenose de canal, calo fibroso nas pars fraturada, hipertrofia do
ligamento amarelo e hérnia de disco.
Raio-x em PA, PF e obliqua: visualização “cachorrinho escocês”
Cirurgia
Graus III e IV: dor intensa sem resposta satisfatória ao tratamento conservador, dor crônica
com perda da capacidade de voltar ao trabalho, artrodese, laminectomia com fusão de L4 e L5.
Serve para absorver impacto, diminuir atrito entre fêmur e tíbia, papel estabilizador da
articulação, absorção de carga.
Principal função
Estruturas
- Ligamento transverso do joelho = estabilizar movimentação meniscal. O menisco se
movimenta para fugir do pinçamento do côndilo do fêmur que vai para anterior ou posterior.
- Ligamento cruzado anterior = une-se ao corno anterior do menisco medial.
- Ligamento colateral medial
- Músculo semimembranoso
- Cápsula articular
- Ligamento cruzado posterior
- Músculo poplíteo
Quanto mais o menisco se movimenta, melhor. O medial é menos móvel, mais aberto, por
isso ocorre maiores lesões, associado ao mecanismo de trauma.
Nutrição
Movimentos do menisco
Mecanismo de lesão
Traumas indiretos (entorses), joelho em flexão mais rotação femoro tibiais, resultando em
cisalhamento meniscal, estresse em valgo e em varo, sem história de trauma (lesões
degenerativas).
Semiflexão mais pés fixos e rotação do corpo “esfrega” os meniscos dentro da articulação,
lesionando-os porque os ligamentos colaterais afrouxam, deixando o joelho mais vulnerável a
lesão.
Classificação
LONGITUDINAL OU ALÇA DE BALDE: (50 A 90% dos pacientes jovens), o menisco descola
do platô, o joelho “trava”, não flete mais de 100° ou não tem a extensão final, fica sendo um
corpo estranho dentro da articulação. Se o joelho falsear, suspeita-se de ligamentos frouxos.
HORIZONTAL: ocorre em pacientes mais velhos devido a degeneração do menisco.
DEGENERATIVA
Incidência
1/3 de todas as lesões meniscais ocorre na prática esportiva, maior frequência em menisco
medial.
80 a 90% das lesões meniscais estão associadas a lesões de ligamento cruzado anterior.
Diagnóstico
Clínico, histórico do paciente. Chega-se ao diagnóstico em até 75% dos casos, dor súbita
após entorse ou mudança súbita de direção. Presença de bloqueio articular, incapacidade de
estender o joelho e agachar.
Tratamento fisioterapêutico
Objetivo do tratamento
Mecanismo de trauma
Quadro clínico
Derrame articular progressivo – edema, dor de início imediato, estalido audível, postura em
flexão de joelho, não consegue estender o joelho.na lesão aguda= edema, crônica = instabilidade.
Exame físico
Testes especiais
Gaveta anterior, Pivot Shift, Lackman, exames complementares, raio-x em estrese, RNM.
Complicação de LCA quando não quer operar = fortalecimento dos ísquios, mas irá levar a
um quadro de artrose precoce. Tratamento conservador nesse caso, não apresenta bons
resultados, mesmo que seja bem executado. Indivíduo atleta, o tratamento obrigatoriamente é
cirúrgico.
Sem ser atleta, o tratamento cirúrgico depende muito do perfil de cada paciente para poder
ser operado já que o tratamento conservador vai degenerar a articulação devido aos entorses de
repetição. Tratamento cirúrgico do LCA, dor na região doadora, boa fixação, fratura de patela pela
remoção de um pedaço do tendão, tendinite. Quádruplo semitendíneo e grácil, sem dor, baixa
fixação, instabilidade.
LCA: aspecto cirúrgico – quanto mais anterior estiver o parafuso da tíbia, pior é para o
paciente, não há extensão do joelho, estará bloqueado, levando a déficit de extensão.
FASE INICIAL ATÉ 2 MESES: objetivo, controle de edema, ganho total de ADM, despertar o
quadríceps, iniciar trabalho de propriocepção, manutenção das condições físicas treináveis no
caso de atletas, visando a proteção do enxerto = não estressar o enxerto. Usar de
mobilização patelar para não formar fibrose no fundo de saco, fortalecer ísquios tibiais de 0 a
6 meses, usar mobilização patelar até o paciente atingir ADM total, banhos de contraste, usar
o rolo no tornozelo realizando extensão passiva, gelo na fase aguda. Uso de bicicleta sem
carga com banco alto e com o passar da semana abaixa, usar a partir da segunda semana.
Despertar o quadríceps na 1ª, 2ª semana para ganhar massa muscular. Ganho de ADM,
paciente sentando deslizando o pé em flexão e extensão ou deitado com os pés deslizando
na parede, exercícios isométricos associados a eletroestimulação. Trabalho da articulação do
quadril, trabalhar flexão / extensão, abdução / adução.
SINAL DE LAG: insuficiência do quadríceps, paciente não estende totalmente o joelho;
dessa maneira, não realizar SRL. Fortalece com o paciente em pé, espadar atrás, membro
envolto em theraband. Pode-se usar da hidroterapia, tira ação da gravidade, mas a resistência da
água é maior, tomar cuidado para não fadigar a musculatura, usar de propriocepção leve a
moderada.
FASE FINAL 4 A 6 MESES: igualar forças. Objetivo: aumento de força muscular, aprimorar
propriocepção de gesto esportivo, igualar as condições físicas treináveis, retorno ao esporte
competitivo. O alongamento trabalha em todas as fases, começa com alongamento, força
muscular, pode mobilizar e depois alongar. Manutenção do trabalho interdisciplinar, paciente
vai sempre precisar de manutenção pois o enxerto não terá o mesmo desempenho que o
LCA.
TORNOZELO
A importância do é a última parte, o último segmento que sustenta todo o peso corporal e
tem como função o equilíbrio e que permite uma vida de relação na caminhada, corrida.
Pontos de pressão: calcâneo lateral e sai pelo hálux, base do 5º metatarso e o 1º
metatarso que biomecanicamente são unidos entre si. Proporciona uma base de apoio em
equilíbrio, mas que nem todos apresentam. A pessoa pode ter uma fascite plantar, valgo de
joelho.
ESPORÃO DE CALCÂNEO
Causas
1- peso aumentado, 2- pessoas que exigem mais a articulação talus calcâneo, 3- tenopatia
de inserção dos músculos originados na tuberosidade calcânea da aponeurose plantar, *4- quem
leva o peso mais para o calcanhar, **5- predisposição.
* encurtamento de tríceps e ísquios tibiais (cadeia posterior de mmii). Não é toda tendinite
de tendão de Aquiles ou fascite plantar que irá evoluir para esporão.
** predisposição familiar.
* joelho em geno recurvato, posicionamento da pelve em retroversão pélvica.
** tem algumas doenças que podem levar a um quadro degenerativo mais precoce, que
pode levar a uma osteoartrose de joelho e esporão de cocaína. Uma pessoa com diabetes por
exemplo, tem maior predisposição a ter esporão.
Sinais e sintomas
Os esporões de calcâneo nem sempre causam dor, podendo ser assintomático por muitos
anos. A dor é experimentada somente com apoio de carga ou com pressão digital no local,
podendo irradiar-se para outras regiões do calcanhar e, algumas vezes, anteriormente ao pé. O
raio-x é o único meio de diagnóstico certo.
Primeiro sinal indicativo é a dor, uma dor debaixo do pé.
Tratamento
Cirúrgico: raramente é indicado porque produz uma queratose plantar e que dói
muito mais que o próprio esporão. Há também casos de pacientes que sofreram
fraturas no calcanhar após a cirurgia. O repouso é ótimo para o paciente.
Clínico: medicação e nos casos mais intensos, imobilização completa por botas
rígidas (plásticas ou gessadas), é de grande auxílio para diminuição da dor e
combater a inflamação. Litotripsia extracorpórea = ondas vibratórias que quebram o
esporão.
Fisioterapia
HALL, J.E. Tratado de Fisiologia Médica. 12 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.