Classificações das

PPRs

Bárbara Romano
 As classificações em Prótese
Parcial Removível:

Dentre os principais objetivos das classificações temos:

- Facilitar a comunicação entre profissionais (principalmente entre

dentistas e técnicos);

- Permitir a visualização imaginária da topografia do caso a ser

discutido;

- Facilitar o planejamento da futura reabilitação.

Por isso, a busca sempre foi por uma classificação simples,

facilitadora, de compreensão lógica e que fornecesse também
informações biomecânicas além de topográficas.

Bárbara Romano

Prótese Parcial Removível inferior.

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 De todas as classificações já desenvolvidas até hoje, as mais
utilizadas e universalmente aceitas são as classificações de
Kennedy, de Cummer e de Wild.
A classificação de Kennedy é TOPOGRÁFICA, leva em
consideração os dentes presentes no arco, a forma com que estão
distribuídos e os espaços protéticos existentes.
Cummer se preocupou em classificar a BIOMECÂNICA das
futuras próteses, isto é, como elas irão se comportar quando
estiverem em função.
Já Wild classificou as PPRs quanto ao tipo de SUPORTE, se
estarão apoiadas apenas em dentes, apenas em mucosa ou em
ambos e como isso influenciará no movimento das mesmas.

CLASSIFICAÇÃO O que ela nos diz:

Bárbara Romano

KENNEDY Quantidade e localização dos espaços protéticos.

Comportamento mecânico da futura prótese: se a

CUMMER PPR irá ou não rotacionar e qual será o eixo da
rotação.

Qual é o suporte da futura prótese, se ela está

WILD suportada por dentes, mucosa ou até mesmo
implantes.
Tabela resumindo as classificações .

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 Conceitos básicos necessários para
compreensão das classificações:

Dente Pilar Dente Pilar

Espaço Espaço
protético em Bárbara Romano protético
Extremidade
livre
Dente Pilar

Dentes pilares ou também chamados de dentes suporte são os

dentes adjacentes (imediatamente vizinhos) ao espaço protético e
também eventuais dentes distantes que poderão receber apoios
durante o planejamento da futura PPR.
Espaço protético é a porção do rebordo que sofreu a perda
dentária e será reabilitado com a futura prótese. Um único espaço
protético pode ser a somatória da perda de vários ou de um só
dente. Ele pode ser simples, ou seja, intercalado por dentes ou um
espaço protético em extremidade livre, isto é, não há dente pilar
posteriormente ao espaço.

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 K ennedy

A classificação foi desenvolvida em 1925 e divide as arcadas em

quatro grupos de acordo com a relação entre dentes presentes e
espaços protéticos. Para nomeação das classes de Kennedy,
utilizam-se números romanos.

Bárbara Romano Bárbara Romano

Classe I: Classe II:

Desdentado posterior bilateral (2 desdentado posterior unilateral (1
extremidades livres). extremidade livre).

Bárbara Romano Bárbara Romano

Classe III: Classe IV:

desdentado intercalar (dente – espaço desdentado anterior.
protético – dente).

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 A fim de aprimorar e melhor aplicar essa classificação, em 1935
Applegate criou 8 regras que ficaram conhecidas como
Regras de Applegate
e são aplicadas à classificação de Kennedy até os dias de hoje, são
elas:

1.
As áreas desdentadas posteriores determinam a classificação;
(isso quer dizer que devemos iniciar a análise pela região
posterior, pois ela determinará a classificação).

E esse espaço? Como

classificar?
E esse espaço? Como
classificar?

Esse é o espaço mais Bárbara Romano

posterior e, portanto,
determina a classificação
(classe II de Kennedy).

As áreas desdentadas adicionais são denominadas

2. modificações: fora o espaço protético já classificado, os demais
serão denominados como modificações. Elas são enumeradas
com números arábicos.

Nesse caso, tem-se uma extremidade livre

unilateral e, portanto, classificado como classe II
de Kennedy e, fora o espaço já classificado,
Bárbara Romano existem outras duas modificações. Portanto,
classifica-se: Classe II mod. 2.

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3.
Considera-se apenas o número de ÁREAS desdentadas e não a
extensão da modificação, ou seja, não importa quantos dentes
tenham sido perdidos e sim quantos espaços protéticos
existem).

Espaço protético correspondente à

Espaço protético
1 único dente.
correspondente à 6 dentes,
porém, segundo Applegate, é
chamado apenas de espaço
protético igualmente aos
Bárbara Romano
outros 3 espaços
correspondentes à perda de 1
único elemento. Classe III mod. 3. (fora o espaço mais posterior,
existem outros 3 espaços protéticos que são
chamados de modificações).

4.
A classe IV é caracterizada pelo espaço protético anterior que
cruza a linha mediana e não possui modificações. De acordo com
a regra 1, devemos iniciar a avaliação pela região posterior e,
caso os últimos molares estejam presentes em boca, aquele é um
caso de Classe III ou IV, afinal as classes I e II possuem
extremidade livre. Restando então as opções de Classe III ou IV,
basta avaliar se possui mais de um espaço protético, em caso
afirmativo, trata-se de uma classe III, pois a classe IV não
apresenta modificações. Se houver apenas um único espaço
protético intercalar, deve-se avaliar se este espaço cruza a linha

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 mediana, se sim, é uma classe IV de Kennedy, e se não cruzar, trata-
se de uma classe III sem modificações.

Bárbara Romano Bárbara Romano

Classe III sem modificações. Classe IV.

5. A avaliação deverá ser realizada após a execução de

exodontias e / ou próteses fixas que poderão alterar a
classificação.

Se o terceiro molar estiver ausente e não houver a intenção

6. de restaurá-lo proteticamente, ele não deverá ser incluído na

classificação. Por isso, em caso de ausência dos terceiros molares
e presença dos segundos molares, a arcada só será considerada
uma Classe I de Kennedy se houver a intenção de reabilitar os
terceiros molares na futura PPR.

7. Se o terceiro molar for utilizado como suporte, deve-se

considera-lo na classificação.

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8.
Se a área desdentada não precisar ser reabilitada, não será
considerada durante a classificação, só se classifica as áreas em
que se tem a intenção de reabilitar proteticamente.

Para você treinar:

Tente classificar os casos abaixo. Eu posso corrigir para você,

para isso basta você postar o exercício nos seus stories e me
marcar @dra.barbararomano !

Bárbara Romano Bárbara Romano

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C ummer

A classificação de Cummer foi desenvolvida em 1921 e leva

em consideração o comportamento biomecânico da futura
prótese. De acordo com a distribuição dos dentes no arco, é
possível prever se a PPR sofrerá movimentos de rotação e
qual será o eixo desse movimento. Sabendo do movimento e do
local em que ele acontecerá, pode-se decidir a posição de
retentores diretos e a necessidade ou não de retentores
indiretos. Por influenciar diretamente no planejamento da
futura prótese, a classificação de Cummer é de extrema
importância.
As quatro classes de Cummer recebem o nome
correspondente à posição do eixo de rotação. Para determina-
lo, deve-se dividir a arcada em questão em duas grandes áreas:
a dentada e a desdentada. A área desdentada é chamada de
área de potência, pois é onde potencialmente acontecerá a
movimentação, enquanto que a área dentada é chamada de
área de resistência pois tende a resistir ao movimento gerado
na área de potência.

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 AR AP

Bárbara Romano

Área de resistência x área de potência.

Quando a área de potência for maior ou igual à área de
resistência, há grandes chances de a prótese sofrer
movimentos rotacionais. Isso ocorre principalmente nos casos
de classes I e II de Kennedy. Portanto, as classes
exemplificadas possuem eixos REAIS de rotação. Entretanto,
as classes III e IV extensas também poderão sofrer rotações.
Por isso, a possibilidade ou não de rotação é determinada pela
diferença entre as áreas de potência e resistência.
Nos casos de classe I de Kennedy onde os pilares são
igualmente distribuídos (ou seja, os pilares são o 33 e o 43 por
exemplo), a classificação de Cummer é DIAMETRAL e seu eixo
REAL de rotação passará pelos caninos.

AR

Eixo real de rotação AP

Bárbara Romano
Classificação DIAMETRAL de Cummer. 10
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 Nos casos de Classe II de Kennedy ou casos de Classe I sem
pilares igualmente distribuídos (sendo pilares o 33 e o 45, por
exemplo), apesar de ainda possuírem um EIXO REAL de rotação,
são classificados como DIAGONAL, de acordo com Cummer.

Eixo real de rotação

Bárbara Romano

Classificação DIAGONAL de Cummer.

Quando a área de potência for menor do que a área de

resistência, como nos casos simples de classes III e IV de Kennedy
por exemplo, o eixo entre os pilares adjacentes ao espaço protético
é chamado de eixo VIRTUAL de rotação. Uma classe III de Kennedy
sem modificações é um bom exemplo de classificação
UNILATERAL de Cummer, o eixo passa sobre pilares presentes no
mesmo hemi-arco e, como a área de potência é menor do que a
área de resistência, esses casos não apresentam potencial de
rotação, tendo, portanto, um eixo VIRTUAL de rotação.
Bárbara Romano

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Eixo virtual de rotação

Bárbara Romano

Classificação UNILATERAL de Cummer.

Agora para exemplificar a última classe de Cummer, chamada de

MULTILATERAL, tem-se uma classe III mod. 1 de Kennedy. A
presença de dois espaços protéticos, sendo um de cada lado faz
com que a área de resistência seja muito superior à área de
potência, o que torna casos como esse biomecanicamente mais
favoráveis do que outras classes de Cummer. Como seu potencial
de rotação é quase nulo, o eixo também é considerado VIRTUAL.

Eixo virtual de rotação

Bárbara Romano
Classificação MULTILATERAL de Cummer.
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 W ild

A classificação de Wild visa orientar-nos quanto ao suporte das

futuras próteses de acordo com três classes:

Intercalar: Wild considera como intercalar as próteses com eixo

VIRTUAL de rotação, onde os espaços protéticos INTERCALAM
com dentes pilares (ou seja, não há extremidade livre).

Dente

Espaço

Bárbara Romano
Dente

Classificação INTERCALAR de Wild.

Alavanca: próteses em alavanca são próteses com extremidades

livres ou espaços intercalares extensos e que, portanto, possuam
eixo REAL de rotação. São os casos de classes I e II de Kennedy
sem modificações ou casos de classe IV extensas.
Os casos de classe III extensos são considerados mistos pois

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 apresentam outro espaço prótetico além do espaço no qual
acontecerá a rotação e, naturalmente esse outro espaço será
intercalado por dentes pilares.

Extremidade livre
Bárbara Romano
Classificação ALAVANCA de Wild.

AP
Área de potência extensa na
região anterior, passível de
rotação. AR

Bárbara Romano
Classificação ALAVANCA de Wild.

Mista: são os casos que possuem espaços protéticos em

extremidades livres e espaços protéticos intercalados por dentes
pilares, ou seja, as classes I e II de Kennedy com modificações e
também as classes III extensas que apresentam espaços protéticos
intercalados por dentes porém, por conta de sua extensão, é
susceptível à rotação.

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 Espaço protético 2:
Espaço intercalar e,
portanto, intercalar de
Wild.

Espaço protético 1:
extremidade livre e,
portanto, alavanca de
Wild. Bárbara Romano
Classificação MISTA de Wild.

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RESUMO - formato de esquema:

onamoR arabráB

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 TREINAMENTO:
Tente classificar os casos abaixo. Eu posso corrigir para você,
para isso basta você postar o exercício nos seus stories e me
marcar @dra.barbararomano !

K
C
W

K
C
W

K
C
W

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