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Núcleo de Procedimentos Integrados 3- Aula 3 1

Estudo dos componentes da PPF- parte 1


↪ Vamos falar a respeito das considerações biomecânicas, continuando a aula dada no laboratório de componentes
da prótese parcial fixa, porém agora em uma parte mais de planejamento, de como esses componentes que vimos
no laboratório vão ser planejados, como vão ser conduzidos no planejamento clinico dos pacientes. Então vamos
fazer uma abordagem em primeiro momento de considerações biomecânicas, durante a função oclusal dessa
prótese fixa já instalada nos preparos, e didaticamente vamos dividir em 5 parâmetros para avaliarmos esses
componentes:

1. Lei de Ante: Tylman em 1970: 1970 Ante em 1926;


2. Lei das Vigas/Colunas;
3. Polígono de estabilização: Nymam em 1975, 76: Roy;
4. Próteses periodontais: Lindle, em 1977 (ou seja, quando os dentes têm alguma
mobilidade);
5. Curvatura do arco (principalmente para o segmento anterior, para trabalhos
anteriores).

Planejamento
↪ O planejamento é bem essa fotografia. Quando se faz a luz, quando se chega ao
melhor planejamento, foi avaliado vários parâmetros e não só um único parâmetro,
ou uma única consideração, foi avaliado todos para que se consiga fechar o
planejamento, não só um único parâmetro é o fundamental, e sim uma conjugação
de vários parâmetros.

↪ Como, por exemplo, nós vamos falar separadamente sobre


curvatura do arco, lei das vigas, lei de ante, polígono e próteses
periodontais, porém, não vamos nos ater somente em “ah poxa,
eu usei a lei de ante, e esse caso segundo a lei de ante não é
favorável, portanto não vou fazer o trabalho...” não é simples
assim, é claro que vamos avaliar a lei de ante e se for
desfavorável, como veremos mais a frente, existem outros
parâmetros a se considerar também, como por exemplo, o
dente antagonista, como ele está/ como ele é, se é um dente
natural, se é uma prótese total ou uma prótese removível, se esse paciente tem hábitos parafuncionais, se ele tem
apertamento dentário, se é um paciente jovem ou idoso, se é um paciente que coopera ou se é um paciente que não
leva em consideração nenhuma as recomendações do profissional (então mastiga gelo, usa o dente como
ferramenta,...), o gênero, se é uma pessoa do sexo feminino, mais delicada, ou se é uma pessoa mais musculosa, que
faz mais força, enfim, são vários os parâmetros para levarmos em consideração durante o planejamento.

Lei de Ante
↪ A lei de Ante foi criada pelo Professor Ante, que avaliando os dentes que estão presentes na arcada e os que
foram perdidos, ele fez uma proposta associando e relacionando essas 2 condições: os dentes que irão sustentar o
trabalho e os elementos que serão repostos, ou seja, os pônticos. Uma relação entre os dentes artificiais/pônticos e
os dentes que serão base, então ele fez a seguinte premissa:

• Razão: área dos dentes base / Área edêntula

↪ Com base nessa razão, entre a área dos dentes base, que vão sustentar o
trabalho, e a área do dente que foi perdido, que serão os pôntico. Com essa razão,
ele fez 3 considerações:

1. Área dos dentes base maior que a área dos dentes perdidos: Condição
favorável
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o Se a área dos dentes base for maior que a área edêntula, dos dentes perdidos, é uma condição
favorável.
2. Área dos dentes base semelhante a área dos dentes perdidos: Condição limite
o Se a área dos dentes base for semelhante à dos dentes artificiais temos uma situação “limite” na
indicação.
3. Área dos dentes base menor que a área dos dentes perdidos: Condição desfavorável
o Se tiver a área dos dentes base muito menor que o número de dentes que vou repor, isso começa a
ficar desfavorável.

↪ Então, são parâmetros de determinação se vai ser favorável, se está no limite ou se vai ser desfavorável. Isso é
uma avaliação que faremos.

• A área periodontal dos dentes base deve ser MAIOR ou IGUAL a área periodontal
do espaço protético.

↪ OBS.: Área = Volume

↪ Em cima disso, ele fez um postulado, ele relacionou que a área periodontal dos dentes
base, os dentes que irão sustentar o trabalho, ela deve ser maior ou pelo menos igual a
área periodontal do espaço protético. Então ele postulou essa premissa que serve como
uma primeira avaliação do planejamento. Então devemos observar a área periodontal
dos dentes adjacentes e a área periodontal do dente que foi perdido, que será reposto
pelo pôntico.

↪ Devemos notar que não é uma avaliação bidimensional (2D), somente com altura e
comprimento, mas há também a profundidade, então é o volume. Quando falamos área
devemos entender como todo o volume tridimensional, o quanto há de raiz implantada
no osso alveolar.

↪ Uma analogia a isso é um pai e uma mãe segurando a filha (uma criança), é bem
favorável, a filha é leve, sem problema nenhum...

Área edêntula menor- Favorável

↪ Quando a área edêntula, ou seja, a área dos dentes


que vão suportar é maior que a área do dente que vai
ser reposto, isso é bem favorável.

↪ Exemplo: na figura vai repor um segundo pré-molar,


vai utilizar um molar triradicular, um primeiro pré-molar
unirradicular. A soma dessas áreas é maior do que a
área do segundo pré. Ok? Isso é bem favorável.

Área edêntula igual- Limite! Favrável

↪ Se tem uma igualdade, uma semelhança, por exemplo, se


tiver dois pônticos, se repor os dois pré-molares, ainda tem
um canino com um molar que vai ficar bem semelhante aos
dois pré-molares. Então ainda está numa área ainda, num
território ainda bem limite, vamos colocar assim.
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Área edêntula maior- Desfavorável

↪ E se perde agora também o primeiro


molar e os dois pré-molares? Ficou o canino
e o segundo molar, substituindo três dentes
– dois pré-molares e um molar. Então já ficou
uma área muito maior, então já começa a
ficar desfavorável, começa a ascender o sinal
vermelho.

Lei das Vigas


↪ Qual a relevância clínica?

↪ De posse disso, nós já temos o primeiro


parâmetro que é a relação de pônticos
relacionados com os dentes que vamos planejar
para que seja o sustentáculos da prótese, ou seja,
os dentes pilares ou os dentes bases. Isso é Lei de
Ante.

↪ O segundo parâmetro é Lei das Vigas. Qual a importância dessa Lei das Vigas? É uma lei, obviamente, da
disciplina exata, da física, da matemática, que relaciona com o nível de flexão dos corpos frente a uma força, frente a
uma carga, a uma compressão por exemplo. Exatamente o que vai acontecer se nós construirmos uma fixa de três
elementos, cimentarmos nos dentes e o paciente começar a morder esse trabalho protético, esse trabalho vai
receber força de compressão, força de deslizamento, de cisalhamento, esse trabalho vai ter algum nível de flexão.
Então vamos avaliar o que essa Lei das Vigas preconiza para a gente.

↪ Uma simulação: no desenho tem uma


barra, apoio que vai fazer força sobre essa
viga. Se extrapolar para Odontologia, temos
uma fixa de três elementos que vai ser
cimentada, esse trabalho vai receber, por
exemplo, uma força oclusal de mastigação,
como ele vai se comportar? Vamos analisar o
que diz a lei!

• A flexão da viga é diretamente proporcional ao cubo do comprimento do vão livre. E inversamente


proporcional a espessura da viga.

↪ Lei das Vigas: ela diz o seguinte, que a


flexão da viga, e vamos entender viga como
está no centro do slide, uma fixa de três
elementos, vamos entender essa fixa como
uma viga. Essa flexão da viga vai estar
relacionada com o cubo do comprimento do
vão livre. O que isso quer dizer? O vão livre
nós vamos entender como a área do pôntico.

↪ Então vamos colocar, por exemplo, o primeiro pré e nós temos o molar, o pôntico substituindo o segundo pré-
molar. Esse comprimento do pré até o molar é o comprimento de uma viga, por exemplo, analisando como um único
pôntico. Então se tiver uma fixa de três elementos, ela vai se comportar completamente diferente do que se tiver
uma fixa de 4 elementos com 2 pônticos e se tiver uma fixa de 5 elementos com 3 pônticos.
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↪ E o que diz essa relação? Que quanto maior for o número de pôntico, ou seja, quando maior for o comprimento
da viga, ou quanto maior for o comprimento da prótese parcial fixa, maior será a flexão desse trabalho, ou seja,
dessa fixa, frente a força mastigatória oclusal.

↪ Isso elevado a três dimensões, ao cubo – então se tem, por exemplo, 2, nesse caso os números são absolutos, são
só para entender que se for 2, 2 pônticos elevado ao cubo, tem uma flexão de 8 vezes, se aumenta mais um pôntico,
de 2 para 3, essa flexão vai para 27 vezes mais, se aumenta mais um, para 4, ela vai para 64. Isso significa dizer que
quanto maior for o número de pônticos que colocar na prótese parcial fixa, que for substituir no planejamento, tem
que entender que essa estrutura vai ser submetida a uma força oclusal numa potência de 3 vezes, ou seja, a flexão
vai ser muito grande, então tem que levar isso em consideração a trabalhos grandes, a trabalhos maiores.

↪ Então já tem a Lei de Ante, que relaciona as duas áreas (perdidas e os dentes que vão ser suporte), tem o nível de
flexão desse trabalho quando tiver cimentado os dentes bases. Então, vamos
entender/fechar o raciocínio com uma animação. Então, por exemplo, novamente uma
viga frente a uma carga oclusal, onde ao observar a extremidade da viga é possível
identificar que ela começa ter um afastamento, um gap ou uma separação, pois este
trabalho sofre uma flexão. Então, essa flexão, obviamente, nesse desenho/esquema
feito no computador, está numa forma exagerado, mas, isso é didaticamente para
entender que há uma flexão, porém, em trabalhos de flexão menores, isso não é
detectado clinicamente, mas microscopicamente há o nível de tensão na linha de
cimentação do trabalho.

Análise de fotoelasticidade: força de tensão (Standle, 1988): - *Tração diametral

↪ Então, por exemplo, tiveram estudos que fizeram uma análise de


fotoelasticidade, por exemplo, de forças de tensão. Exatamente essa flexão
ela vai gerar o chamado de força de tração diametral lá na linha de
cimentação, na adaptação do trabalho. Então, por exemplo, se há uma
flexão menor como nesse caso aqui, quando a força oclusal incide sobre o
trabalho, essa força é dissipada sobre a prótese parcial fixa (áudio
cortado). Retornando: no centro da imagem há uma pequena prótese
parcial fixa, quando essa fixa sofrer uma força oclusal de mastigação, essa
força vai ser dissipada (áudio cortou).... que vai exatamente através da
(áudio cortou)... dar a possibilidade de ter uma infiltração na interface.

↪ Por exemplo, na animação


novamente, há uma força, observando
na extremidade houve uma força de
tração, puxou e pela flexão da viga
pode ter o início de força de
cisalhamento na linha de cimento ou
até microinfiltração.

↪ Se há um trabalho maior, por


exemplo, 2 pônticos, essa flexão na
extremidade da viga, em azul, ela é
maior, ela passa a ser 8 vezes (está
exagerado por ser um recurso didático).
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↪ Se acrescentar 3 pônticos, essa


força de tração diametral e essa flexão
da viga será 27 vezes maior. Observa-
se que há uma sinergia com o que o
Ante falou, quanto maior for o número
de ponticos, passa-se a ter um
planejamento desfavorável. Então, já tem dois parâmetros, ressaltando que, quanto maior for o número de
pônticos, maior será a solicitação em termos de flexão deste trabalho e, também, sobrecarregando a área
periodontal dos dentes base.

↪ Então, mostrando o desenho da flexão do trabalho, exagerado, porém,


clinicamente isso vai acontecer. Exatamente a importância, segundo as
setas, do início de alguma microinfiltração, mesmo o trabalho estando
adaptado, pois este trabalho vai entrar em função, em carga mastigatória.

Lei das Vigas

• A flexão da viga é diretamente proporcional ao cubo do comprimento do vão


livre. E inversamente proporcional a espessura da viga. (Smyd, 1962)
• Espessura: 4x = 4y de flexão
• 2x: 2³ = 8 vezes a flexão

↪ Continuando, se há uma espessura e porventura ela é diminuída com


algum ajuste feito, com algum desgaste da broca, se diminui a espessura
pré-determinada, aumenta também a flexão, ou seja, enfraquece o
trabalho, ele fica com uma espessura menor e essa flexão vai ser também
elevada ao cubo. Então, vendo o exemplo, se há uma fixa de 3 elementos
com área de conexão, ou seja, os conectores com uma certa espessura,
por exemplo, 4mm (pegando um exemplo clínico), se por algum motivo
desgastar essa área de conexão e reduzir para 2, a flexão vai ser 8 vezes
mais, ela vai ser elevada ao cubo. Então, as espessuras dos conectores
devem ser super respeitadas, não devem ser desgastadas, exceto se for
realizado um planejamento prévio anterior e aí não será necessário
desgastar o conector. Mas, lembre-se, se diminuir a espessura do trabalho, da área de conexão, vai enfraquecer
muito a prótese parcial fixa.

↪ Dúvida: Os conectores seria o diâmetro vestíbulo lingual do pôntico? Não. Na realidade, não é só o diâmetro
vestíbulo lingual do pôntico não. Vamos entender área de conexão exatamente como nós estamos vendo na área
periodontal, tridimensionalmente. Nós temos que entender tanto a espessura no sentido vestíbulo lingual quanto a
espessura no sentido ocluso cervical.

↪ O dano é sempre maior se diminuir a altura no sentido cérvico oclusal. Se diminuir um pouquinho no sentido
vestíbulo lingual para dar um pouquinho mais estética na ameia, não é tão prejudicial. Agora, se diminuir altura no
sentido ocluso-cervical, essa sim é muito danosa.

↪ Novamente mostrando a flexão.


Elipse rosa mais espessa, quando vai
para azul (acima), fica mais fina,
enfraquece o trabalho ao cubo, ou
seja, a recíproca também é
verdadeira. Se quiser aumentar a
resistência do trabalho, pode
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aumentar a espessura, a altura do conector e vai aumentar no trabalho.

↪ Então se um trabalho, por exemplo, vamos fazer um enfoque clínico, se tem um trabalho onde tem alguma coisa
desfavorável segundo a Lei de Ante, ou segundo a própria Lei das Vigas, pode trabalhar com esse gradiente da
espessura do conector, aumentando a resistência e se opondo à possível flexão que já detectamos no planejamento.
Então, a recíproca também é verdadeira. Se diminuir, enfraquece e se aumenta, fortalece.

Polígono de Estabilização e Próteses Periodontais


↪ Vamos para o terceiro parâmetro, que a gente vai analisar em conjunto,
que tem a ver tem tudo a ver com os Polígonos de Estabilização e tem tudo a
ver com a parte da Prótese Periodontal.

↪ Vamos abrir um parêntese aqui agora. Vamos voltar um pouquinho mais


no tempo. O que acontecia? Antigamente, quando tinha mobilidade nos
dentes, o que acontecia? A prótese parcial fixa ficava problemática, já ficava
com certa desconfiança. “Poxa, eu vou colocar uma prótese fixa nos dentes
com mobilidade?”. Mesmo que nesse dente tenha sido feito tratamento periodontal e agora o paciente está
saudável, porém temos uma sequela de mobilidade. “Será que esse paciente não merece uma prótese fixa? Tinha
que usar uma removível?”

↪ Então, um autor chamado Lindhe começou a raciocinar em cima disso. E o Lindhe era periodontista. Ele falou:
“Poxa, seu eu tratei meu paciente, ele tinha mobilidade por doença periodontal, tratei a doença periodontal, porém
ele perdeu um pouquinho de osso, mas agora ele está saudável, mas ele ficou com uma sequela clínica com uma
ligeira mobilidade, por que não posso colocar uma prótese fixa nesse paciente?”. Então, ele começou a pensar.

↪ Falou “Bom, mas se eu fizer uma ferulização?” O que vem ser uma ferulização? Ou seja, um uma união, uma
esplintagem, ou seja, conectar esses dois dentes através de uma estrutura rígida.

↪ Ele começou a pensar “Bom, se eu fizer isso, talvez eu consiga uma neutralização de movimentos”. Então, ele
começou a raciocinar em cima desses trabalhos do Lindhe, começou-se a realizar o que foi chamado na época de
Próteses Fixas Periodontais, ou seja, trabalhos de prótese fixa em pacientes com sequela periodontal. Tinha saúde
periodontal, porém tinha mobilidade por conta da perda óssea da sequela, porém clinicamente esse paciente estava
saudável.

↪ Então, vamos entender isso como aconteceu.

Polígono de Roy: estabilização usando diferentes segmentos

• Análise periodontalmente: “Periodonto sadio”


o Rudd 1964- mov. V/L varia de 56 um (1ºmolar) a 108 um (inc)
o Parfitt 1960- movimento de intrusão de 28 um
o Chayes 1949- diferença de movimentação V/L, entre os segmentos

↪ Então, o polígono de Roy é a peça fundamental dos trabalhos de Lindhe. Ele começou a unir dentes, esplintar os
dentes, através do trabalho de prótese parcial fixa. Por quê? Porque tem vários trabalhos mostrando que cada dente
tem um tipo de movimento no alvéolo, tipo de direcionamento de mobilidade.

↪ Vários trabalhos acima têm dentes que movimentam no sentido vestíbulo lingual, outros movimentam um
pouquinho mais inclinado, diferença de movimento. Então, ele pegou esses trabalhos e começou a fazer
reabilitações.
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↪ Na imagem da esquerda, observemos que tem uma coroa clínica grande, ao contrário da direita, que tem um osso
alveolar preservado ainda. Imagine que o paciente tenha tido doença, perdeu osso, foi tratado, clinicamente estável
e ficou com essa sequela da imagem da esquerda. Bom, será que esse paciente merece uma prótese fixa? Tem que
receber uma removível? Não, o Lindle provou para gente que não precisamos fazer isso, vamos utilizar o que? A
técnica do polígono de Roy. Já foi salientado em 75 e 76 por Nymam.

↪ Então observe. Esses dentes, obviamente essa mobilidade está extremamente exagerada, mas só para ilustrar
num esquema, (áudio cortou) pra um recurso didático (áudio cortou) moderado (áudio cortou) e com perda óssea, a
doença já foi tratado porém ficou uma sequela.

↪ Então vamos lá, eu tenho uma arcada completa e cada


dente ele tem um direcionamento de mobilidade, o sentido
dá seta cada um tem o seu sentido peculiar, anatômico,
fisiológico. Se eu tenho uma arcada completa, porém ao
longo do tempo, ao longo do uso, ou algum acidente, alguma
coisa, não importa, perdeu os dentes.

↪ A arcada que era


completa passou a ficar por exemplo, nesse caso um caso de exemplo, para
a gente poder explicar o polígono de Roy. Perdeu-se o que? Os 2 pré
molares e os 2 incisivos laterais. E vamos colocar que canino e molar
tenham ligeira mobilidade, passou por um tratamento periodontal e ficou
com uma sequela de mobilidade e agora tem que fazer um planejamento.
Se eu utilizar o raciocínio do Linde, que cada dente tem um sentido de
direcionamento, (áudio cortado) cada um com o seu movimento, eu tenho
um sentido de movimento (áudio cortado).

↪ Se eu unir esses dentes eu vou ter um polígono, que quanto maior o


número de dentes eu unir, mais travado vai ficar esse trabalho por
exemplo. Esse exemplo eu uni todos os polígonos, eu uni molar, canino,
os 2 incisivos centrais, canino do outro lado e o molar. Então eu fechei
quase que com os 6 dentes, então eu trabalhei com 6 sentidos
diferentes. Agora imagine esse molar com cor laranja querendo se
movimentar para o lado direito e o outro molar querendo se
movimentar para o lado esquerdo, o canino querendo ir pra diagonal, o
outro para a diagonal,
o central indo para
frente em diagonal, o outro central indo para frente um pouquinho
para a diagonal, o que acontece? Um acaba antagonizando o
movimento do outro e promove um travamento. O que sozinho
eles tinham mobilidade, unidos eles passam a ter o quê?
Estabilidade, passa a ter uma função física, clínica do trabalho em
função oclusal sem nenhum movimento.
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↪ Então através desse trabalho clássico e sensacional do Linde nós


podemos colocar uma fixa de molar a molar cimentada, esses dentes
que tinham movimento com a instalação da prótese passam a não
ter mais movimento periodontal.

↪ Então nós fechamos os 2 parâmetros que é o polígono de Roy que


é um polígono de estabilização com dente com mobilidade ou não,
não necessariamente se trabalha só indicado para dente com
mobilidade, para dentes normais também. Você tem que entender o
seguinte, a relação que você tem do polígono de Roy ela é mais ampla do que o tratamento periodontal em si, ele
também ajuda naqueles casos aonde eu tenho o que? Indicação desfavorável na lei de ante, indicação desfavorável
na lei das vigas, eu vou colocar mais um parâmetro no meu planejamento para casos aonde eu começo a ter
problema eu utilizo o princípio de polígonos de Roy, começa a trabalhar com os polígonos e vou viabilizar um
trabalho que estava indo para um direcionamento desfavorável.

↪ Então observem que estou somando parâmetros, volta lá ao início da aula, não é analisando um parâmetro só, é
analisar todos os parâmetros e raciocinar sobre aquele caso e vê o que que eu posso fazer ou não.

Curvatura do arco

• Próteses: Pônticos de 4 incisivos superiores:


Alavanca Classe I: movimento de rotação/torção na linha imaginária
entre os retentores do caninos (Braço de Alavanca)

↪ Então continuando. Outro parâmetro é a curvatura do arco, ou seja, a curvatura dos dentes ântero superiores de
canino a canino. É um caso específico no caso de trabalhos de prótese parcial fixa anterior, perda dos 4 incisivos, dos
2 incisivos, com manutenção de canino por exemplo. Então o que que acontece? Eu tenho a possibilidade de ter um
arco mais plano de canina a canino mais plano, ou um arco mais curvo, mais encurvado de canino a canino. Isso vai
impactar diretamente na seleção do número de dentes bases, vamos entender como isso funciona.

↪ Dúvida: Nesse caso, uma ppr seria contra-indicada? Pode fazer uma ppr nesse caso?
Claro que pode, sem problema algum. O planejamento protético não é só de prótese fixa.
Quando faz o planejamento protético, temos que avaliar que esse paciente pode receber
uma prótese parcial removível a grampo, pode receber uma prótese parcial fixa e pode
receber uma prótese parcial fixa sobre implante. Vamos avaliar o planejamento mais
aberto. Isso o prof vai dar enfoque mais na aula clinica. Poder pode, claro que pode, mas
quando fazemos um planejamento, nesse caso desse planejamento, tenho que levar em consideração dois fatores
fundamentais, que é o fator financeiro e o fator de conveniência protética de uso do trabalho, ou seja, a queixa
principal do paciente. Se o paciente não se importar de usar uma prótese parcial removível com grampo aparente,
tirar a prótese, colocar prótese, enfim, se ele não se importar em usar e quiser economizar pra um trabalho mais
barato, faz-se uma prótese parcial removível a grampo perfeitamente. A narrativa da aula está direcionada ao
trabalho e aula de prótese parcial fixa, porém, quando formos para o oitavo período, as aulas são mais clínicas, e a
segunda aula também será mais clínica, e aí ampliamos mais esse raciocínio. Mas com certeza esse trabalho pode ser
feito uma prótese parcial removível sem problema algum, mas a narrativa da aula é só sobre prótese fixa.
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↪ A imagem da esquerda mostra um arco mais encurvado e a imagem


da direita um arco mais planificado. Então, existem diferentes tipos de
pacientes. Imaginemos que esses pacientes tenham perdido os 4
incisivos e se tem os dois caninos para planejar uma prótese parcial
fixa, eu tenho arcos completamente diferentes que vão se comportar
biomecanicamente em função mastigatória completamente diferente
também.

↪ Então, existe uma indicação que mostra que você deve passar uma
linha que vai tangenciar a borda dos incisivos centrais, no caso aqui do
esquema, os dois ao mesmo tempo, das imagens da direita e
esquerda, passa pela linha da borda do incisivo central, passa mais ou
menos na ponta/no centro do canino, então eu tenho uma distância
da linha do centro do canino até a borda incisal. Vamos trabalhar
agora com uma linha que vai para a distal do canino. Por que distal do
canino? Porque vai ser exatamente aquela área que vai sofrer a
alavanca quando esse trabalho for, por exemplo, uma apreensão de
alimento, então vai ser justamente a área da distal do canino que vai
se opor a força de deslocamento desse trabalho (veremos mais a
frente). Então, no caso eu tenho 3 linhas, se eu tenho um arco que ele é mais plano o espaço que fica entre a linha
do central com a linha da ponta do canino é bem semelhante com a linha da ponta do canino até a linha da distal do
canino. Então quando essas distâncias são semelhantes podemos perfeitamente indicar somente os dois caninos
como dentes base, porém, se essa linha for muito menor como no caso da imagem da esquerda, fica desfavorável.
Vai aumentar o braço de alavanca como vamos ver mais a frente e vai começar a ter problema de risco de soltura de
cimentação, de soltura do trabalho.

↪ Nesse caso, temos que usar um pilar ou um retentor


secundário, temos que colocar os primeiros pré-molares do
planejamento protético para que tenha uma compensação
dessa alavanca, que aumente a resistência da alavanca que vai
ocorrer quando esse paciente morder na borda incisal, por
exemplo.

↪ Vamos ver isso agora, mas em outro plano, tem plano oclusal e o
sagital agora. Observe a fixa novamente de 6 elementos, de canino
à canino, em uma plano na imagem da esquerda frontal e na
imagem da direita sagital, temos canino, lateral e central no plano
sagital. O que acontece nisso?! Perdeu os incisivos e colocou um
trabalho fixo.

↪ Nesse caso, colocou um trabalho de canino à canino, só fez um


preparo nos dois caninos. Mas essa relação da curvatura do arco é
fundamental, por quê? Nesse plano sagital vamos entender
perfeitamente o que estava falando no slide anterior.
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Alavanca Inter-fixa

↪ Vai acontecer, nesse caso, uma alavanca inter-fixa, que é a


alavanca mais poderosa que nós temos, ou seja, a que tem a
melhor eficiência de resultados. Mas que no nosso caso, a
melhor eficiência vai gerar a soltura do nosso trabalho, uma
descimentação do trabalho.

↪ Por exemplo, temos aqui, no meio, o triângulo em azul sendo


o fulcro, a seta vermelha sendo a potência muscular e em amarelo sendo a resistência do nosso trabalho. Vamos
entender como isso vai se localizar lá na prótese parcial fixa!

↪ Observemos, o retentor do canino sendo o fulcro, a distal do


canino sendo a resistência e a seta vermelha sendo a abertura
e o fechamento durante o corte de um alimento ou em um
movimento protrusivo, por exemplo, numa guia incisiva.

↪ Então, temos a instalação de uma alavanca inter-fixa que pode levar ao


deslocamento da fixa, como podemos ver na imagem. A seta mostrando a carga, a
força incisal e o deslocamento da seta em movimento de deslocamento, criando uma
rotação, levando a soltura de cimentação da prótese porque institui-se nesse
momento, uma alavanca grau 1, que é extremamente eficiente.

• Criando uma rotação levando ao deslocamento da prótese

↪ Então, por isso nesses casos onde tem um arco extremamente curvilíneo nós
devemos levar a possibilidade de usar como pilares e retentores secundários, os primeiros pré-molares.

↪ Detalhe clínico importante, ficou na dúvida em utilizar o pré-molar em um caso desse, o que podemos fazer?
Podemos em primeiro momento, preparar os dois caninos, colocamos o trabalho e uma provisória. Essa provisória
vai ser utilizada durante 2 a 4 meses e vai ser avaliado se essa provisória soltou, se quebrou, o que aconteceu com
essa provisória. Se essa provisória for aprovada, não fraturar e nem se deslocar, pode perpetuar no trabalho de
prótese parcial fixa. Ou seja, utiliza as fases de prótese parcial provisória como diagnóstico para tomada de decisão.
Mas se a fixa provisória começou a soltar, a fraturar, paciente liga dizendo que o trabalho soltou, quebrou, tem
algum problema e então começamos a perceber que precisamos trabalhar também com os primeiros pré-molares,
usando a prótese provisória como diagnóstico.

Casos especiais

1- Pilares inclinados;
2- Substituição de canino;
3- Prótese em balanço.
↪ Então fechamos os 5 parâmetros de biomecânica e vamos entrar agora no que chamamos de casos especiais, o
que são casos especiais? São esses 3, os dentes pilares com inclinações diferentes, ausência de canino quando
vamos substituir o canino com um pôntico e também em próteses em balanço, conhecidas como prótese em
cantilever.
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↪ também conhecidas como próteses em cantiléver.

Pilares inclinados

↪ Se temos, nesses casos, pilares inclinados, canino tem um eixo de inserção e segundo pré
outro, o que precisamos fazer? Precisamos acertar esses dois eixos de inserção, do canino e
pré-molar.

↪ Em pilares inclinados, temos algumas soluções:

• Verticalização ortodôntica: verticalização de algum dente, no caso, do pré-molar é


mais simples
• Preparo cavitário corrigindo o eixo de inserção
• Conector semi-rígido
• Coroa telescópica (Shilligburg 1973)
• Coroa 4/5 modificada (Smith 1939)

↪ O quarto e quinto tópico, com a evolução da prótese, da Odontologia, esses tipos de trabalho são quase que
contra-indicados, quase que ninguém mais faz coroas telescópicas ou coroas 4/5 por conta da estética. Então, esses
parâmetros, apesar de estarem no Shilligburg, quase não se utiliza essas indicações. Ficamos nas três primeiras e
vamos ver como elas funcionam.

Correção do eixo de inserção com a Ortodontia

↪ Indicação de brequet, fio e força para verticalizar. Então agora podemos fazer o preparo
com facilidade e ter paralelismo.

Correção do eixo com o próprio preparo

↪ Com a própria broca, obviamente, temos uma desvantagem que vamos desgastar dente
desnecessário em uma parte porque vai compensar, mas se no planejamento, detectarmos
que pode ser feito isso, sem nenhum comprometimento pulpar, podemos tentar essa
técnica.

Correção do eixo de inserção usando uma conexão semi-rígida

↪ Por exemplo, temos uma coroa total do canino e uma coroa total no
segundo pré-molar, onde nos dois preparos temos eixo de inserção paralelo,
porém o molar está extremamente inclinado. Podemos fazer o preparo de
coroa total respeitando a inclinação diferente do molar, por exemplo, e
trabalhar com duas peças separadas, com o sistema macho e fêmea, onde a
inclinação da fêmea vai estar de acordo com a inclinação do preparo do
molar e vamos ter um trabalho que após a cimentação, ele será um trabalho
rígido e mantivemos a inclinação original do molar, não correndo risco de
desgastar demasiadamente e ter problema pulpar, mantendo a resistência do dente, o preparo com dente vital é
muito mais resistente de desvitalizar um dente e utilizou um conector semi-rígido.
Núcleo de Procedimentos Integrados 3- Aula 3 12

↪ Ou seja, repetindo, a fêmea que vai estar localizada na distal do pré-molar, tem
a inclinação semelhante a inclinação do eixo de inserção do molar e o macho no
pôntico, também, obviamente de acordo com a fêmea do macho e a fêmea, vai
ter a mesma inclinação. Então quando cimentar o trabalho do molar, quando o
macho entrar na fêmea, é a mesma inclinação que tem o molar, então ele
consegue ser cimentado mesmo com uma inclinação diferente. Ou seja, utilizamos
um conector semi-rígido, sistema macho e fêmea, para compensar um eixo de
inserção diferente.

Substituição do canino

↪ Um dos priores panoramas que pode acontecer é pegar um paciente sem canino. O
canino é um dente extremamente resistente, estrategicamente colocado na maxila e na
mandíbula, com um posicionamento extremamente importante porque ele fica na
transição entre o segmento anterior e posterior, fica como uns autores dizem, “na
esquina da boca”, entre duas ruas. Então, segmento anterior, canino e segmento
posterior, ou seja, estrategicamente localizado, ele tem um reforço ósseo na maxila,
principalmente na maxila, na mandíbula também, mas mais na maxila, que é um osso
esponjoso, poroso, na bossa canina que é um reforço ósseo formidável, exatamente
pela importância e função que tem o canino.

↪ Então, se perdemos um canino, para planejar um trabalho de


prótese parcial fixa com ausência de canino, é extremamente mais
criterioso e difícil, complicado, do que se tivesse canino. Nesse caso,
perdeu o canino, ficou com incisivo lateral e primeiro pré-molar,
fizemos dois preparos de coroa total e fez uma fixa de três elementos.
Esse é o planejamento mais óbvio, preparou o lateral e primeiro pré,
canino como pôntico, fixa de três elementos, resolveu o problema.
Porém, não é tão simples assim. Imagine numa guia canino, guia pelo
dente canino, deslocamento lateral da mandíbula, uma alavanca
extremamente forte sobre esse canino que não é canino mais, é pôntico, não
tem mais bossa canina, não tem mais
raiz de canino, é um pôntico. Quem está
fazendo a guia canino nesse momento, é
o canino? Supostamente e
esteticamente sim, mas a força está
sendo direcionada na raiz do lateral e na
raiz do primeiro pré-molar, que não
foram feitos pra isso, então é uma perda
desse dente extremamente importante, e deve ser levada muito em consideração, porque a força/deslocamento
desse trabalho, se for feita uma fixa de três elementos, ele vai ser muito grande.

↪ Então, novamente, qual o parâmetro que vai nos ajudar a avaliar esse trabalho? Uma fixa provisória. Colocamos
uma prótese parcial fixa, três elementos, provisória, instalo no paciente e vou fazer o acompanhamento clínico, vou
avaliar. Esse caso é um caso tão já consistente que não vale nem a pena avaliar, porque o risco é muito grande,
então tem que se avaliar a possibilidade de se utilizar o central e o segundo pré-molar, então será uma fixa de não
mais 3 elementos, mas sim de cinco elementos, somente pra substituir um canino, percebam a importância desse
dente, por isso é um caso especial, quando tiver perda de canino tem que se avaliar com muito cuidado em relação
ao número de retentores.
Núcleo de Procedimentos Integrados 3- Aula 3 13

Prótese em balanço

↪ Por último, chamamos de prótese


em balanço (ou cantiléver). Por
exemplo, perdeu um lateral, a
indicação clássica é fazer um
cantiléver, faz o preparo de coroa total
em um canino e um pôntico, faço uma
fixa de dois elementos, que é a menor fixa que tem, um retentor (canino), um conector e um pôntico. Porém, como
o lateral é um dente extremamente mais delicado e quem normalmente domina as guias de desoclusão são o
próprio canino e o incisivo central, temos que fazer esse cantiléver,
quando feito, com muito critério, sem força, sem carga oclusal nele,
ele vai ficar praticamente só com estética e o paciente não deve
ocluir sobre ele, morder um sanduíche por exemplo, morder do
outro lado, pra que não ocorra exatamente essa alavanca mostrada,
que é uma alavanca interfixa, e o trabalho se desloca a partir do
canino.

↪ Novamente o movimento de alavanca e deslocando o canino

Bibliografia

Capítulo 7 - Shillingburg

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