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migração do contato oclusal para a região
anterior, causando trauma de oclusão nos
dentes anteriores superiores e abertura de
espaço entre eles.
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com movimento de distalização e controle da saúde periodontal nesta
extrusão. È interessante frisar que na área, com raspagem e alisamento
presença da inflamação a relação radicular freqüente, no intuito de evitar
osso alveolar e junção abscessos e edemas que porventura
cimento/esmalte podem não ser possam ocorrer.
mantidas resultando perda de inserção
podendo ainda criar ou agravar 5.2 CIRURGIAS PERIODONTAIS:
problemas de furca em dentes QUANDO REALIZAR?
multiradicular.
BURCH et al., em 1992, Cirurgias gengivais: com
realizaram trabalho estudando o respeito ao movimento de
comportamento de 20 molares verticalização,poucas são as situações
inferiores com lesão de furca onde, previamente,torna-se necessário
submetidos ao movimento de intervir cirurgicamente no tecido
verticalização, por meio de medições gengival. Há consenso na literatura em
de 40 locais específicos (20 no relação à necessidade de enxerto
aspecto lingual e 20 no aspecto gengival antes da movimentação
vestibular) pré e pós tratamento ortodôntica,que preconiza este
ortodôntico. No aspecto vestibular, procedimento periodontal em áreas
nove tiveram agravamento do quadro, que apresentam ausência ou
um teve melhora e dez não quantidade mínima de gengiva
demonstraram alterações e no aspecto inserida (menos de 2,0 mm) desde
lingual, nove tiveram agravamento do que alguns fatores predisponentes
quadro e onze permaneceram estejam presentes, tais como: (a)
inalterados. higiene bucal deficiente; e (b) áreas
Em relação aos resultados o com pequena quantidade de gengiva
autor relaciona como possíveis inserida estão mais propensas a
causadores do agravamento a higiene apresentarem inflamações, com
inadequada; (a) presença de placa conseqüente perda de inserção
bacteriana na região de furca e forças conjuntiva e recessão gengival.
ortodôntica inadequadas, com grandes Durante o tratamento ortodôntico a
componentes de extrusão. Por isso; e higienização é dificultada devido à
(b) a terapia periodontal prévia ocupa presença de fios, banda, braquetes e
papel de extrema importância nestas demais acessórios, piorando o
situações, pois o preparo inicial, com prognóstico dessas áreas.
redução ou eliminação total da b) direção do movimento: durante a
inflamação, condiciona a resposta inclinação do dente para vestibular, pode
favorável que pode ser atingida com o ocorrer deiscência óssea. Quando áreas
movimento ortodôntico. que apresentam quantidade mínima de
gengiva inserida perdem seu suporte
O reconhecimento de
ósseo, o risco de recessão gengival é
arquitetura óssea patológica é grande;
essencial no correto planejamento dos c) dentes com raízes
casos; e embora não seja comum proeminentes, estão mais sujeitos à
encontrar bolsas profundas e defeitos recessão, devido ao trauma mecânico
ósseos nas superfícies distais de durante a escovação;
molares inclinados para mesial, com d) áreas que já apresentam
ausência de dentes em sua área discreta recessão gengival, tendem a se
distal, quando estes estiverem agravar durante a movimentação
presentes e esta situação ocorrer, ortodôntica. Portanto, deve-se prestar
atenção a esses fatores para evitar
efeitos indesejados da verticalização
problemas durante ou após o tratamento.
podem incluir o agravamento desses Se por acaso houver a necessidade de
defeitos. intervenção cirúrgica gengival, deve-se
Ao detectar-se essas condições aguardar um período de pelo menos 60
e decidir-se pela execução do dias para início da terapia ortodôntica.
tratamento deve-se manter rígido
219
Correção cirúrgica de defeitos o tratamento envolverá ainda o
ósseos: na verticalização de molares a tratamento endodôntico dos canais e
atenção em relação a defeitos ósseos restauração protética do dente.
pré-existentes recai sobre os dentes a Defeitos de furca requerem cuidados
serem verticalizados. Dentre os especiais durante a terapia
possíveis defeitos que podem ocorrer, ortodôntica, pois podem apresentar
os mais comuns são: agravamento do quadro.
Baseado nisso, o ideal é manter
a) defeitos de furca: defeitos de visitas constantes ao periodontista a
furca podem ser classificados como cada 2 ou 3 meses dependendo da
incipientes ou Classe I, em que a gravidade. Realizando controle
perda horizontal não excede um terço adequado, esses defeitos tendem a se
da largura do dente; moderados ou manter inalterados e podem e devem
Classe II, em que a perda horizontal ser corrigidas depois de atingida as
dos tecidos periodontais de posições finais e ideais do dente.
sustentação excede um terço da b) defeitos de três paredes
largura do dente, mas não abrange a ósseas: podem ser tratados com
largura total da área da bifurcação; ou terapia regenerativa, realizando-se
avançados ou Classe III, em que a enxerto ósseo autógeno ou alógeno
destruição periodontal horizontal com membranas reabsorvíveis ou não.
abrange toda a área de bifurcação de (Figs.8,9,10 e 11)
lado a lado. Estas lesões requerem
cuidados especiais em pacientes sob
tratamento ortodôntico.
Freqüentemente, os molares
necessitam de bandas com tubos e
outros acessórios que impedem o
acesso à furca durante a higiene
pessoal e instrumentação periodontal
de controle. As lesões de Classe I
Fig. 08 -RX de defeito ósseo na mesial do
respondem bem à correção óssea 2° molar
cirúrgica. Os defeitos de Classe II
podem ser tratados com enxerto
ósseo e terapia regenerativa com
membranas. É importante salientar
que o sucesso destas modalidades de
tratamento de furca está condicionado
à altura do osso na mesial e distal do
dente envolvido. Se o osso na mesial
e distal se apresentar nos níveis de
normalidade o prognóstico é Fig. 09 - Campo cirúrgico aberto
favorável. Já os defeitos de Classe III demonstrando a presença de defeito
são mais difíceis de serem tratados, ósseo de três paredes (vestibular, mesial e
lingual)
com respostas imprevisíveis quando
submetidos ao tratamento
regenerativo. As soluções para os
problemas de furca Classe III, no arco
inferior, vão da confecção de túneis
de higienização entre as raízes, à
separação dessas e confecção de
próteses unitárias. No arco superior,
lesões de Classes II e III podem ser
tratadas com amputação de uma das Fig. 10 - Enxerto ósseo autógeno na área
raízes, geralmente a mais afetada. A de defeito
desvantagem dessa alternativa é que
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inserção conjuntiva e osso alveolar. As
duas principais características da
periodontite, em contraste com a
gengivite são, pelo menos do ponto de
vista clínico, a perda de inserção
conjuntiva e a perda óssea. Para se
obter avaliação satisfatória, deve-se
medir a severidade da inflamação
(sangramento durante a sondagem) e
Fig. 11 - Evidência radiográfica da as mudanças nos níveis de inserção
correção do defeito após nove meses dos tecidos moles (recessões,
sondagem da profundidade de bolsa,
Quando ocorrer na mesial do sondagem do nível de inserção
dente que será movimentado, e optar- conjuntiva). De uma maneira indireta
se pela cirurgia, previamente ao pode-se também avaliar a situação
movimento ortodôntico, nos casos de periodontal radiograficamente.
defeitos muito profundos, é
conveniente aguardar de 8 a 12 Em condições normais de saúde do
meses para completa maturação periodonto, como demonstrado por
óssea e reorganização dos tecidos LISTGARTEN et al. considerando a
periodontais e aí então iniciar a melhora no aspecto vertical da crista
movimentação dentária. Nessas óssea após o movimento de
situações, a decisão de cirurgia antes verticalização, a determinação do nível
ou após a movimentação deve ser exato da inserção
tomada analisando, junto com o conjuntiva é extremamente importante
periodontista, cada caso no intuito de antecipar as modificações
individualmente. subseqüentes ao tratamento.
c) defeitos hemiseptais: são
defeitos de uma ou duas paredes, Objetivos da verticalização de molar
freqüentemente, localizados ao redor
de dentes inclinados ou extruídos. 1. Recuperação de espaço +
Esses defeitos podem ser corrigidos reposição protética do elemento
pela movimentação ortodôntica,como ausente.
o movimento de verticalização de 2. Recuperação de espaço +
molares acompanhado de extrusão, implante e prótese.
que melhora ou restabelece totalmente 3. Fechamento de espaço
o nível ósseo. Portanto, na presença dependendo da situação oclusal
de defeitos hemiseptais em dentes 4. Eliminar colapso oclusal e
que serão movimentados, é adequado problema periodontal subseqüente.
aguardar o final do tratamento
ortodôntico, que invariavelmente Importantes benefícios podem ser
propiciará melhoras nas condições conseguidos com a verticalização de
periodontais, estabilizar os dentes por molares como: paralelismo entre os
pelo menos 8 meses nas novas dentes que servirão para apoio para
posições, para então partir para próteses fixas ou removíveis
procedimentos periodontais cirúrgicos (fig.12.A,B); a eliminação e redução de
que por ventura se façam necessários. defeitos ósseos; enfim, o
restabelecimento da função normal da
Avaliando o Periodonto mastigação, pois mantém as forças
oclusais direcionadas ao longo eixo do
Doença periodontal é um termo dente preservando dessa forma a
geralmente usado para descrever saúde periodontal.
doenças inflamatórias provocadas por
bactérias e que afetam as estruturas
de suporte dos dentes: gengiva,
221
12-A - Antes da verticalização
5.3 CONSIDERAÇÕES
BIOMECÂNICAS NA
VERTICALIZAÇÃO DE MOLAR
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A verticalização pode ser Verticalização com
combinada com: fechamento de espaço
a) Deslocamento antero posterior Conjugando à coroa do molar
(abertura e fechamento de espaço) (fig.
inclinado (fis. 15- A, B) ao segmento
14A); e
dentário anterior com fio de amarilho e
b) Verticais (intrusão ou extrusão) associando a uma mola
verticalizadora, haverá inibição do
movimento distal da coroa
e,concomitantemente, ocorrerá o
movimento mesial radicular, sem abrir
o espaço na mesial.
Independentemente da coroa estar
presa ou livre para distalizar, os efeitos
de inclinação resultam em falsa
erupção nivelando as cristas ósseas
angulares e melhorando a relação
coroa/raiz de molares
periodontalmente envolvidos.
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c) Posição totalmente horizontal Mecânica Tip Back
(geralmente prognóstico de extração).
Para confecção destas molas
Seleção do aparelho de acordo com utilizam-se fios retangulares de aço
o efeito resultante da mola: .016 x .025 até .018 x .025 com
helicóide que diminuem a magnitude
a) extrusão de força.
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As molas também são chamadas de
cantilevers.
Molas tip-back
Fig. 24 Cantilever curto, gerando momento
com Fio TMA de grande força extrusiva
Portanto, o comprimento do
cantilever, longo ou curto, influenciará no
momento produzido ao nível de molar;
quanto mais curto o braço do cantilever,
maior será a extrusão e quanto mais longo
o comprimento menor, o efeito extrusivo.
Mola de verticalização
confeccionado com fio TMA .017x.025
Fig. 25 – Cantilever curto com fio
sem helicóide ligadura amarrada para
.017x.025”
evitar abertura de espaço durante a
verticalização.
225
Fig. 26 – Cantilever Longo com fio TMA
.017x.025”
226
Tunkay et al ( molas em T ) dependendo do slot do tubo. São
muito práticas para casos de 2°s e 3°s
A mola em “T ” simples ou dupla molares impactados. A mola
pode ser utilizada para ajudar na desenhada pelos autores pode ser
verticalização de molares com confeccionada em fio de aço ou fio de
resultados satisfatórios (TUNKAY et TMA.
al). Recomenda-se para a confecção
da mola o fio retangular .018 ” x ..025 ” Os helicóides diminuem a
introduzindo na extremidade do fio magnitude de força aplicada ao molar.
uma dobra com o efeito “Gable” de A mola produz movimento mesio distal
aproximadamente 30 °, para garantir predominante e suave extrusão.
a verticalização.
Orton e Jones
As molas de verticalização
sugeridas por ORTON e JONES
podem ser confeccionadas
Figs. 31 A,B - Fios de aço ou TMA, os
com fios de aço .016”x.022”,
helicóides diminuem a magnitude de força
.017”x.025” ou .018”x.025”
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Verticalização com intrusão
Cantilevers (duas molas tip-back)
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momentos sob desativação, apenas a
intensidade dos mesmos.
O sistema de forças
estaticamente determinado é
encontrado no uso de dispositivos em
que uma das extremidades é
encaixada na canaleta do braquete, e
a outra extremidade atua em apenas
um ponto de aplicação de força.
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Fig. 34 – Modelo de mola de verticalização
de raiz
Fig. 34B – Dois cantilevers para
verticalização de 2º e 3º molares, sem
ativação
Técnica simples de
verticalização de molar (MUST)
MUST: Molar Uprighting Simple
Fig. 33 D – Dois cantileves ativados para Technique
veticalização e intrusão dos molares
DRESCHER et al em 1992
introduziram uma nova mola de
Mola para correção radicular verticalização associando o fio de Ni Ti
com fios de aço na mesial e distal que
Apesar de eficaz a mola radicular produzem tanto o momento de
apresenta algumas desvantagens: verticalização como a força de
a) Prolongado tempo de intrusão.
tratamento Os autores citam dois mecanismos
b) Dificuldade clinica em distintos (Must 1 e Must 2) mudando-
mensurar força e momento se apenas a posição dos tubos do
c) Falta de constância e molar ou pré-molar. A (FIG.A)mostra o
qualidade MUST 1 com tubos horizontais no
d) Problemas com distância molar e pré-molar. O MUST 2
interbraquetes apresenta tubo de pré molar vertical.
(FIG.35 B).
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O aparelho simplificado para Molas de verticalização de Sander
verticalização de molar idealizado por (Forestadent)
CAPELLUTO e LAUWERYNS utiliza o
segmento reto de fio de Ni Ti Super É um sistema de mola de
elástico introduzidos nos tubos .018 ” x verticalização pré-fabricada da
.025 ” do molar inclinado e segundo Forestadent, onde se associa fio de
pré molar. NI-TI. 016x.022 com aço .017 x .025
conectados por um tubo. Os fios de
O fio de Ni Ti super elástico, uma NI-TI se caracterizam por liberarem
vez inserido nos tubos, estará ativado forças mais leves, favoráveis para a
e liberará forças leves e contínuas movimentação dentária.
produzindo forças, binários,
momentos, gerando uma força de A mola é ajustada colocando a
distalização horizontal contra o molar, parte de NITI no molar inclinado e a
assim como uma reação mesial de fio. extremidade do fio de aço é regulada
A componente de força mesial contra de acordo com a distância do molar
o pré-molar deve ser estabilizada até o tubo em cruz fixado geralmente
através de aparelhos fixos, arco lingual na região de pré-molares e caninos,
ou qualquer outro dispositivo com a com uma dobra de pré-ativação
mesma função. Botões ou ganchos apropriada para gerar uma força
linguais podem ser colados no molar e intrusiva no molar.
pré-molar e conjugados através de
“alastics” para prevenir movimento Determinado o comprimento
distal ou rotação indesejável. da mola, estabiliza-se ou se fixa
apertando com alicate o tubo que
acopla o fio NITI ao retangular de aço.
231
Dispositivo para verticalização com Utilização de fios e molas de NI TI
componentes mésio-distal para verticalização e distalização de
molares
Figs. 37B,C e D - Dispositivo alternativo Fig 38C – Mola aberta Nitinol com arco
para verticalização com componente de aço
distalização
232
5.4 CASOS CLÍNICOS no intuito de alinhar e nivelar todos os
dentes do arco. Neste caso, há
Os casos clínicos aqui movimentação de todos os dentes mal
apresentados tinham como prioridade posicionados, e portanto o tratamento
o restabelecimento da oclusão com torna-se mais longo.
tratamento protético, e foram tratados
ortodonticamente com a finalidade
de melhorar o posicionamento dentário
dos pilares das próteses, não havendo
portanto a intenção de correção de
más oclusões pré-existentes.
Deve ficar claro que se
houvesse disfunções envolvidas ou
mesmo desejo por parte do paciente
de fazer um tratamento mais extenso,
com correção integral de toda
oclusão, este poderia ser instituído da
mesma forma, com pequenas
modificações principalmente referente
à colagem dos braquetes nos dentes
de ancoragem, que receberiam desta Fig.40 – Fio segmentado em U
forma “colagem artística”.
O fio deve ser confeccionado de
modo que as dobras mesial e distal
estejam bem próximas dos dentes,
com a finalidade de evitar que alguma
porção do fio fique “suspensa ” no
espaço edêntulo, evitando e desta
forma torções e quebras durante a
mastigação.
As porções mesial e distal do fio
devem estar no mesmo nível,de modo
que quando o fio for flexionado para
dentro do tubo (em preto), as tensões
geradas provoquem movimento de
Fig. 39 – Colagem passiva e verticalização do molar (em vermelho).
artística
Na colagem passiva (CP) os Caso clínico nº 1
braquetes são posicionados de Paciente de 40 anos, com
maneira que o fio utilizado entre segundo molar inferior direito
passivamente nos braquetes no mesializado devido ausência do 46 e
sentido vertical, sem provocar tensões, coroa fraturada do 45 (Fig.41 A,B). Foi
para que não ocorra movimentos realizada colagem passiva dos
indesejados nos dentes de braquetes até o canino do lado oposto
ancoragem. Se os dentes e iniciado o tratamento com fio
apresentarem apinhamentos ou segmentado .018 ”com alça em “L ”
rotações, pode-se colar os braquetes (Fig.41 C,D). Após 2 meses foi
fora do centro mesio-distal da coroa modificada a mecânica com o uso de
ou, se necessário, realizar dobras de mola de secção aberta para completar
primeira ordem para manter a o movimento (Fig.16 E,F,G). O
passividade do fio também no sentido tratamento possibilitou a confecção de
horizontal. prótese sobre os elementos 47 e 44,
Na colagem artística (CA) com as raízes paralelas e não houve
(figura 39), os braquetes são colados necessidade de endodontia em
de acordo com as regras de Edgewise, nenhum dente (Fig.41 A,B).
233
FIG. 41F - Vista oclusal
Fig. 41 A – Primeiro Molar Mesializado
Fig. 41D - Vista lateral onde pode-se notar Fig. 41I- Vista frontal da prótese finalizada
a mecânica utilizada no início do
tratamento (alça em “L ”) e colagem
passiva no canino inferior direito
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Caso Clínico nº 2
Neste caso, o paciente de 48
anos havia perdido o primeiro molar
permanente ainda na infância e talvez
por isso, a disposição dentária é
ligeiramente diferente do usual, com
espaço entre os pré molares e o
segundo pré-molar disposto ao lado do
segundo molar (Fig.17A). Havia uma
FIGURA 42 -A Rx demonstrando
prótese entre os dentes, porém
inclinação dos pré-molares e;B )prótese
quando foi realizada, na ausência de de tamanho inadequado colocada sobre
espaço edêntulo adequado, um dentes inclinados
cantilever foi disposto entre os dois pré
molares inclinados, conferindo aspecto
estético desagradável, e risco de
fratura do primeiro pré-molar
(Fig.17B). O objetivo portanto era
recuperar o espaço adequado para
confecção de dentes de tamanhos
harmônicos, assim como verticalizar
as raízes para que a força oclusal
incidisse sobre o longo eixo dos
dentes. Como havia espaços entre o
primeiro pré-molar e o canino (Fig.17
C,D), não houve necessidade de
ancoragem nos dentes anteriores,
uma vez que a força derivada da mola
de secção aberta para anterior,
movimenta o pré-molar para frente e
não exerce pressão sobre o canino
FIGURA 42 -C e D )Remoção das coroas
que, por estar na curvatura do arco,
e confecção de provisórios para facilitar a
teria tendência de se deslocar pela colagem dos acessórios. Como havia
tangente. O tratamento durou 3 meses espaços entre o primeiro pré-molar e
e possibilitou a confecção da prótese canino, foi possível utilizar quantidade
com tamanho ideal dos seus mínima de ancoragem, pois a força para
elementos (Fig. 42). Foi necessário anterior gerada pela mola não atinge o
realizar o tratamento endodôntico do canino, eliminando a tendência de saída
segundo pré-molar devido à deste pela tangente que ocorreria se
sensibilidade excessiva relatada pelo ambos estivessem em contato
paciente.(Fig.42E).
235
FIGURA 42 -E )Rx após final do
movimento, com paralelismo entre as
raízes e; F) nova prótese confeccionada
com tamanho adequado dos dentes.
Caso Clínico nº 3
Paciente de 25 anos, relatou
ausência de mastigação do lado
direito, devido a oclusão insatisfatória
que se fazia presente. Os segundo e FIGURA 43 A,B -Vista lateral e oclusal de
terceiro molares apresentavam-se segundo e terceiro molares inclinados
inclinados para mesial e para mesial e lingual
extremamente voltados para lingual,
com os antagonistas superiores
ocluindo nas superfícies vestibulares
(Fig. 43A, B, C). Para a correção,
primeiramente foi instituído o uso de
elásticos intermaxilares 3/16 por
quatro meses (Fig.43D) até possibilitar
a instalação de aparelhos fixos
(Fig.43E,F). Uma vez instalado o
aparelho fixo, colado passivo nos
dentes de ancoragem, prosseguiu-se
com o nivelamento até possibilitar o
uso de fio retangular .018”x.025”,
necessário para conferir torque
vestibular de coroa nos dentes. No
final foi atingido bom posicionamento
dentário, (Fig.438G) e um pôntico
suspenso foi adaptado para servir de
contenção até a confecção do trabalho
FIGURA 43 - C) No modelo pode-se
final. As radiografias demonstram as observar a gravidade da inclinação para
modificações do perfil ósseo que lingual e um fator favorável para a
ocorreram entre a posição inicial mecânica ortodôntica que foi utilizada, que
(Fig.438I), final do movimento é a inclinação para vestibular dos molares
(Fig.43J), 7 meses após (Fig.43L) e 1 antagonistas superiores. D) Início do
ano pós tratamento, ficando evidente a reposicionamento dos molares com
demora com que ocorre a utilização de elásticos intermaxilares 3/16
remodelação e mineralização do osso cruzados entre os molares antagonistas
na mesial do dente verticalizado e
porque deve-se aguardar de 8 a 12
meses antes de realizar
procedimentos cirúrgicos nestas
áreas.
236
FIGURA 43 - E) Posição conseguida só
com o uso de elásticos (4 meses). Foi
possível um bom posicionamento
vestíbulo lingual, porém ainda
permaneciam inclinados para mesial.
F)Início da utilização de aparelhos fixos, FIGURA 43 - I) Rx inicial (radiografia teve
que durou mais 4 meses. No final foi parte digitalizada devido à manchas
necessário acrescentar torque vestibular presentes na original). J) final do
de coroa movimento ortodôntico, L) 7 meses de
contenção, M) 1 ano de contenção. É
importante observar nestas radiografias, a
evolução do processo reparador da
neoformação óssea na mesial do segundo
molar. A total maturação óssea na região
ocorreu 1 ano após a estabilização,
demonstrado claramente a necessidade
de esperar um período de contenção de 8
a 12 meses antes de qualquer intervenção
cirúrgica na área, pois do contrário não se
aproveita o potencial reparador do
movimento de verticalização dos molares
Caso clínico nº 4
Paciente de 49 anos
apresentava perda dos primeiros e
segundos molares inferiores,
FIGURA 43 -G e H) vista lateral da
bilateralmente, ocorrida há
posição final dos dentes, com os molares
verticalizados e dente de estoque usado aproximadamente 10 anos. Os
como contenção provisória terceiros molares apresentavam-se
acentuadamente inclinados para
mesial com os segundos molares
superiores ocluindo nas suas faces
distais (Fig.449A-H). O caso foi
indicado pelo protesista que pediu
avaliação quanto à possibilidade de
verticalização dos terceiros molares,
salientando que os mesmos
constituíam peças fundamentais na
237
conclusão do trabalho por estarem facilitando sobremaneira a confecção
posicionados na extremidade do arco e ativação dos fios. O tempo de
após os espaços edêntulos. tratamento para cada lado foi de 3
Avaliando-se clínica e meses. Logo após constatado o
radiograficamente, observou-se que os posicionamento ideal, avaliado
dentes apresentavam boas condições também pelo protesista, foram
periodontais tanto no aspecto confeccionados provisórios unindo-se
gengival, sem sangramento e com boa os terceiros molares aos pré-molares
faixa de gengiva inserida, quanto dando com isso estabilidade aos
ósseo, não apresentando defeitos novos posicionamentos dentários.
verticais profundos na face mesial. A Durante a movimentação foi realizado
preocupação maior, quanto ao periodicamente o desgaste na
movimento que seria realizado, era o superfície distal dos molares para
posicionamento da furca em relação evitar o trauma oclusal (Fig.449D.)
ao osso, pois de ambos os lados já se
apresentavam ao nível ósseo
(Fig.44B-M), podendo-se supor que
com a pequena extrusão que
caracteriza o movimento de
verticalização pudesse haver
exposição das mesmas. Porém, se há
osso e inserção conjuntiva na furca,
estes sempre acompanharão o
movimento. Mecanicamente, optou-se
por realizar a movimentação
primeiramente de um lado e depois do
outro, propiciando mais conforto e
evitando-se o descolamento de
braquetes e quebra do fio, pois como a
mastigação dá-se justamente nesta FIGURA 44 -A) Vista oclusal de terceiro
área foi possível orientar a paciente a molar inclinado devido à perda do primeiro
realizar mastigação unilateral e segundo molares; B ) Rx do dente.
enquanto se trabalhava no lado A seta indica o nível da inserção
oposto, com isso o tratamento conjuntiva
transcorreu sem consultas
intermediárias para reparos,
diminuindo deste modo o tempo de
cadeira. A mecânica utilizada consistiu
no uso de fio NiTi .014 ” para iniciar o
processo de movimentação e
posteriormente fio .017x.025” de aço
inoxidável com alça em “u ”, que
oferece a possibilidade de pequenas
ativações na sua extremidade e
também a vantagem de fugir do plano
oclusal evitando-se torções e quebras
indesejadas. A existência de
provisórios na região ântero-inferior,
unindo-se o canino inferior esquerdo
ao direito e portanto formando um
bloco para ancoragem perfeito
(Fig.44L), possibilitou a utilização de
fios segmentados com colagem de FIGURA 44-C) Início da movimentação
com utilização de alça em “u ” com fio
braquetes somente nos caninos, pré-
retangular ..017 ” x ..025 ” e D) após 3
molares e terceiros molares, meses,com o dente já verticalizado. Notar
238
o ajuste oclusal necessário durante a
movimentação, devido ao componente
extrusivo do movimento
239
o posicionamento da inserção conjuntiva, aberta anterior, foram desgastados os
que permanece a mesma dentes posteriores, daí a necessidade
do tratamento endodôntico dos
Caso 5 terceiros molares. (Fig.45J)
A paciente W.S., 27 anos,
procurou tratamento odontológico
devido a dores constantes na região
da ATM. Durante o exame clínico
observou-se a presença de mordida
aberta anterior esquelética e ausência
dos primeiros e segundos molares
inferiores bilateralmente e
diagnosticou-se desvio funcional da
mandíbula para o lado esquerdo
devido ao contato prematuro no
segundo pré-molar inferior esquerdo
como causa provável da disfunção da
ATM. O tratamento foi iniciado com
ajuste oclusal para estabilizar a
oclusão e sanar o problema da dor e FIGURA 45 -A) Modelo inicial com perdas
posteriormente foi instituído plano de bilaterais dos primeiros e segundos
tratamento integrado com várias molares. B) Vista oclusal do aparelho
especialidades. A princípio foi ancorado em todo o arco inferior. Colagem
planejado preparo ortodôntico para passiva nos dentes anteriores
cirurgia ortognática, com objetivo de
sanar a mordida aberta anterior e
estabelecer as guias anterior e canino,
e posteriormente restauração
protética, porém a paciente declinou
quanto à cirurgia ortognática devido a
motivos financeiros e optou por
realizar somente a correção
ortodôntica do posicionamento dos
molares e as próteses.
O tratamento ortodôntico
consistiu na bandagem dos molares e
colagem direta de todos os dentes
inferiores (Fig.45B), sendo que se
realizou colagem passiva do segundo
pré-molar inferior esquerdo ao
segundo pré molar inferior direito para
que a movimentação nos elementos
FIGURA 45 -C) Vista lateral da mecânica
de ancoragem fosse a menor possível.
utilizada desde o início bilateralmente (alça
A princípio utilizou-se fio redondo de em “u ”). Foram utilizados somente dois
aço inoxidável.016 ” e ..020 ”, e fios redondos de calibre .016 ” e..020” D)
posteriormente fio retangular Posição final do dente do lado direito,
.018x.025, todos com alças em “u ” imediatamente antes da confecção dos
bilaterais (Fig.45C) A verticalização provisórios. O tempo de movimentação foi
dos terceiros molares demorou 3 de 3 meses, porém o aparelho ficou como
meses, porém o aparelho permaneceu contenção mais 5 meses, por motivos
na boca por mais 5 meses, financeiros.
aguardando a época de confecção dos
provisórios. A reabilitação protética do
plano posterior foi finalizada, no intuito
de reduzir ao máximo a mordida
240
FIGURA 450 - Radiografias do lado
direito G) Inicial; H) final do movimento, 3
meses; I) contenção, 6 meses; J ) 10
meses, antes de a prótese ser
definitivamente cimentada. Notar a
evolução da neoformação óssea, com a
formação do triângulo de osso neoformado
característico deste tipo de movimento
241
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