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Tratamento de dentes com lesão de furca

● A entrada da furca vestibular dos molares superiores e a entrada


das furcas vestibular e lingual dos molares inferiores
normalmente são acessíveis para exame com utilização de uma
sonda periodontal curva graduada.
● Nos molares superiores, à entrada da furca mesial está localizada
muito mais próxima da região palatina do que da superfície
vestibular do dente. Então, a furca mesial deve ser sondada pelo
lado palatino do dente A entrada da furca distal de um molar
superior em geral está localizada no meio da face distal entre as
superfícies vestibular e palatina, e, em consequência, essa furca
pode ser sondada tanto pelo lado vestibular quanto pelo lado
palatino do dente.

● Em virtude das variações anatômicas dos pré-molares superiores


e ao acesso limitado, a avaliação clínica do envolvimento de furca
nos pré-molares superiores com frequência é difícil. Em alguns
pacientes, um envolvimento de furca em tais dentes pode ser
identificado pela primeira vez após a elevação de um retalho.

Uma lesão na área inter-radicular de um dente multirradicular


pode estar associada a problemas oriundos do canal radicular ou
pode ser resultado de sobrecarga oclusal. O tratamento dos dentes
com envolvimento de furca, portanto, não deve ser iniciado até que
tenha sido feito um diagnóstico diferencial adequado da lesão.
➔ Se o dente apresentar vitalidade, deve-se suspeitar de uma
lesão associada à placa; se o dente não apresentar
vitalidade, o envolvimento de furca pode ser de origem
endodôntica.
➔ Nesse caso, o tratamento endodôntico apropriado deve
sempre preceder a terapia periodontal. Na realidade, a
terapia endodôntica pode resolver a lesão inflamatória,
ocorrendo a cicatrização dos tecidos moles e duros e o
desaparecimento de defeito de furca. Se sinais da
cicatrização do defeito de furca não aparecerem dentro de
2 meses após o tratamento endodôntico, o envolvimento de
furca provavelmente está associado a uma periodontite
marginal.
➔ Forças resultantes de interferências oclusais, por exemplo,
bruxismo, podem causar inflamação e destruição tecidual
ou alterações adaptativas na área inter-radicular de um
dente multirradicular. Nesse dente, uma área
radiotransparente pode ser vista na radiografia do
complexo radicular. O dente pode apresentar mobilidade
aumentada. À sondagem, entretanto, não conseguimos
detectar o envolvimento de furca. Nessa situação específica,
o ajuste oclusal quase sempre deve preceder a terapia
periodontal. Se os defeitos observados no complexo
radicular forem de origem “oclusal”, o dente se estabilizará e
os defeitos desaparecem algumas semanas após a
eliminação da sobrecarga oclusal.

Objetivo e tratamento da lesão de furca:


● A eliminação da placa microbiana das superfícies expostas do
complexo radicular.
● O estabelecimento de uma anatomia das superfícies afetadas
que facilite o adequado autocontrole de placa.

Tratamentos:
Lesão de furca classe I: Raspagem e alisamento radicular, plastia de
furca.
Lesão de furca classe II: Plastia de furca, tunelização, ressecção de raiz,
extração, regeneração tecidual guiada nos molares inferiores.
Lesão de furca classe III: Tunelização, ressecção de raiz e extração.

PLASTIA DE FURCA:
● Rebater retalho
● Raspagem, alisamento, remoção de tecido mole inflamatório na
furca
● Remoção de parte da coroa e da raiz para eliminar componente
horizontal do defeito.
● Osteoplastia para reduzir dimensão óssea VL
● Sutura do retalho cobrindo a entrada da furca.

TUNELIZAÇÃO:
Classe II profunda, classe III em molares inferiores de tronco curto com
amplo ângulo de separação entre as raízes. Risco de sensibilidade
radicular (em consultas preventivas realizar limpeza com CHX 0,12% e
aplicar verniz fluoretado), risco de cárie na área de furca
● Retalho
● Raspagem, alisamento, remoção de tecido de granulação da
furca.
● Ampliação da área de furca por meio da remoção de parte do
osso inter-radicular, osteoplastia da crista para obter um osso
plano
● Sutura do retalho no nível da crista óssea interproximal e
inter-radicular.

HEMISSECÇÃO E RESSECÇÃO RADICULAR


Dividir as raízes e deixar um ou dois cones radiculares; dividir e remover
algumas raízes.

Em molares superiores as melhores raízes para serem deixadas são a


mesiovestibular (está centralizada no alvéolo e alinhadas com
pré-molares) e palatina.

Em 1º pré-molares superiores o tratamento de hemissecção/ ressecção


não é tão viavel devido sua furca ser muito apical, recorre-se a
extração dentária.

Em molares inferiores a raiz distal é a melhor para ser mantida.


1. Tratamento endodôntico
2. Cirurgia periodontal (Preparo protético das raízes e
remanescente coronário, correção de defeitos ósseos,
hemissecção/dissecção radicular, prótese provisória, cimento
cirúrgico.)
3. Restauração protética final.

REGENERAÇÃO TECIDUAL GUIADA


Só obteve bons resultados em defeitos de furca classe II em molares
inferiores.
EXTRAÇÃO
Extensa perda de inserção, nenhuma raiz pode ser mantida, tratamento
não vai resultar em anatomia dentária e gengival adequada para
controle de placa, lesões cariosas e endodônticas que prejudiquem o
prognóstico de todo o tratamento.

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