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Vanessa Bastos – Turma 104


Classificação dos Arcos Parcialmente dos tecidos bucais (Kliemmann,
Desdentados 1999).

Se você não tiver um paralelismo para


O planejamento é o grande objetivo da inserir e retirar a estrutura metálica da boca
disciplina e representa o divisor de águas do paciente, acontece que ao se ter
entre o sucesso e insucesso. Representa um inclinações divergentes, diferentes,
guia enviado ao laboratório, para em forçaremos a entrada da estrutura metálica,
seguida confeccionar a prótese baseada e ao forçar, os dentes na entrada da
nele. estrutura que é rígida, irão se mexer
(mobilidade dentro do alvéolo) um pouco,
No exame clínico sabendo classificar os
entrará e ficará, e ao retirar terá uma
arcos parcialmente desdentados, já
mobilidade em menor grau e sairá.
conseguimos ter uma ideia do
planejamento, que será confirmada depois Como se insere e retira por longos períodos
ao realizar a moldagem de estudo. Nesse de tempo, isso fará com que esses dentes
modelo de estudo vai ser confirmado o pilares que recebem a estrutura entrem em
planejamento mental feito anteriormente, colapso e eles poderão ser extraídos,
que a classificação possibilitará de forma começando todo o processo de transição de
bem mais fácil. uma parcial para uma total.
Normalmente quando se tem uma boa - Planejamento é fundamental! -
experiência o planejamento mental é
confirmado no estudo do caso.

Quando se realiza o planejamento, nós


temos um bom prognóstico, mas caso seja
um CD que apenas molda e delega ao TPD
para fazer todo o resto, temos um
problema.

• Uma Prótese Parcial Removível


pode contribuir muito para saúde
bucal quando todos os cuidados Acima temos a estrutura metálica que é
forem observados, porém, ela 99% rígida, em que temos inclinações
poderá ser um instrumento de divergentes nela que produzirá as forças
destruição que culmina com a horizontais.
Prótese Total (Todescan, 1996). Classificação dos Arcos
Caso não se tome os cuidados necessários,
na verdade pegaremos o paciente e esse INTRODUÇÃO
será apenas um paciente de transição entre • Representa uma forma de
a parcial e uma total. identificação dos arcos
• Devemos sempre estar atentos parcialmente desdentados;
para o potencial de danos que as • Mais de 60 diferentes classificações
PPRs podem ocasionar aos dentes, dos parcialmente desdentados;
periodonto e fibromucosa da área • Primeiros autores: Kennedy (1925),
desdentada. Estas lesões ocorrem Rumpel (1927), Miller (1930), Wild
quando as PPRs abusam da (1933), Cummer (1942), Skinner
capacidade adaptativa biológica (1959), Avant (1966).

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• Segundo Cummer existem 131.072 realizar o exame intraoral já


combinações. sabemos mais ou menos o que será
feito);
Muitos autores tentaram classificar, mas
• Auxilia no desenho (planejamento):
essa classificações não permaneciam.
é uma consequência, em que ao
A partir do momento que se perde um olhar, mentalizar planejamento e
dente (por arco), se tem mais de 60 mil estudar através do delineador,
combinações. Ao pegar dois arcos, se tem vamos confirmar e registrar do
mais de 120 mil formas diferentes. desenho (registro gráfico do
planejamento
Por isso o grande objetivo da classificação imaginado/pensado);
dos arcos é:
• Ser universalmente aceita da
• A necessidade de uma classificação comunicação entre profissionais: é
surgiu diante da enorme variedade uma classificação Mundial, tendo
de combinações possíveis entre que ser universalmente aceita.
dentes e espaços edêntulos. Bases para Classificação
A classificação vai reunir todos os casos que Biomecânica
têm semelhança clínica e verá o Os autores (ex.: Rumpel, Wild, Skinner) que
planejamento daquele grupo. se basearam nessa biomecânica → se
OBJETIVOS basearam nas forças que eram transmitidas
por aquela estrutura e como as estruturas
• Auxilia na discussão dos casos: biológicas recebiam essas cargas.
significa que não vai precisar ao
chegar numa discussão dizer “tá Realmente é difícil no diálogo, é difícil na
faltando tais elementos”, mas visualização e é difícil no planejamento,
diremos qual classificação do seu porque precisa de muitas informações
arco (em que evidentemente já dirá sobre os elementos constituintes da PPR
mais ou menos que: na tal para poder depois classificar, ou seja, isso
classificação se utiliza normalmente não vingou.
tal grampo em tal dente). Não é Topográfica
preciso dizer quais as ausências;
• Finalidade didática: é muito mais Atualmente a base realmente utilizada é a
fácil passar as informações sobre topográfica. A topografia de um relevo na
planejamento trabalhando com Geografia é para ver os acidentes daquela
uma boa classificação, do que se área.
não a tivesse; Em relação a PPR é a mesma coisa, em que
• Reunir situações clínicas se vai ver os dentes que estão ausentes e os
semelhantes num número reduzido dentes que estão presentes, ou seja, é a
de grupos: temos várias situações topografia do arco. Foi a topográfica que se
clínicas semelhantes em outros tornou a base universalmente aceita.
grupos;
• Permite fácil visualização: ao exame
clínico, a visualização da cavidade
oral já traz um planejamento
mental, em que depois irá
confirmar (a boa classificação e fácil
de assimilar – faz com que ao

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CLASSE II
Topográfica Desdentado posterior
unilateral.
Kennedy Ausência dos posteriores
apenas de 1 lado.
O criador da base
topográfica.

CLASSIFICAÇÃO DE KENNEDY CLASSE III


• As arcadas parcialmente Desdentado
desdentadas são classificadas de intercalado.
acordo com a relação do espaço
protético com os dentes Significa que tem o
espaço desdentado,
remanescentes → topografia.
posterior a esse
Kennedy fez a classificação dele de acordo espaço se tem um
com a relação dos espaços elemento dentário e
protéticos/desdentados com os dentes anterior se tem outro dente.
presentes.
CLASSE IV
Baseado nessa ausência e presença, ele
classificou em 4 classes: Desdentado anterior,
com
• Classe I comprometimento da
• Classe II linha média.
• Classe III
Para se caracterizar
• Classe IV
como classe 4 tem
COLOCAR EM ALGARISMO ROMANO! que ter o
comprometimento da linha média, ou seja,
CLASSE I se eu perdi apenas um incisivo não tenho o
Desdentado comprometimento da linha média.
posterior bilateral Pergunta: Se estivesse faltando um pré-
(também molar ali, seria classe III ou IV?
conhecido como
extremidade livre R: Classificar baseado nas regras de
bilateral → Applegate → complementar a classificação
ausência de de Kennedy → nesse caso seria CLASSE III.
dentes
Regras de Applegate
posteriores dos 2
Facilitar a aplicação da classificação de
lados).
Kennedy.
Pergunta: Se tenho apenas os 4 incisivos
1. A classificação deve ser posterior à
centrais, seria uma Classe I?
preparação da boca (De Fiori, 1989).
R: Sim!

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Nesse caso tem um molar (38) 4. O segundo molar, se
atrás. Segundo essa regra a ausente e não for
classificação se dará depois do prevista a sua
preparo prévio (preparo de reposição protética,
boca). não deverá ser
levado em
Nesse caso se esse molar (38)
consideração ao se
no exame clínico apresentar
classificar o caso (De
uma alta mobilidade iremos
Fiori, 1989).
extraí-lo, e caso faça a extração será uma
classe diferente da que é observada. Pergunta: O 2° molar está ausente e por que
não colocaria ele no planejamento para
O planejamento para essa situação se não
repor?
fizer a exodontia será um, caso faça a
exodontia será outro planejamento R: Por conta da arcada curta. Alguns
completamente diferente. trabalhos científicos estudaram que mesmo
sem o 2° molar a eficiência mastigatória
2. Se o terceiro molar estiver
permanece a mesma e não teremos prejuízo
ausente, não se deve levar em
com a estética.
consideração essa região
desdentada durante a Há laboratórios (alguns cobram por QTD de
classificação (De Fiori, 1989). dente reposto – com isso não deixariam de
repor os molares) que nesse caso da foto
Ninguém vai repor o 3° molar, e
colocaria os incisivos e mais 2 molares atrás,
se não vai repor, não entrará na
mas só pela questão financeira. Alguns
classificação.
dentistas repõem o dente por conta do
Foto: A bola vermelha representa a antagonista, pois caso haja ausência do
ausência do pré-molar, então se eu não elemento, ele irá extruir (há  condutas).
levarei em conta a ausência do 3° (não
Caso pegue um paciente e ele perdeu esse
entrará no planejamento/não vou repor o
dente há um bom tempo (1, 2 anos) e o
3° molar) → seria Classe III.
antagonista não extruiu, ele não irá extruir
mais, ou seja, não vou repor. Mas caso
pegue um paciente que teve uma exodontia
3. Se o terceiro molar estiver recente, o professor opta pela reposição do
presente e for prevista a sua 2° molar. É uma questão só de conduta.
utilização como dente pilar,
deverá ser levado em O caso da foto acima é Classe I (extremidade
consideração ao se classificar o posterior bilateral – áreas desdentadas
caso (De Fiori, 1989). posteriores determinam a classificação).

O 3° molar está presente, com suporte e 5. As áreas desdentadas


anatomia da coroa favoráveis, em que ele mais posteriores
entrará no planejamento e será usado para determinam a
receber algum elemento constituinte, classificação (De Fiori,
então entrará na classificação. 1989).

Foto: Classe III (intercalado).

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6. As regiões desdentadas O planejamento será praticamente os
adicionais, são denominadas mesmos para essas diferentes classes.
modificações e designadas
O planejamento não existe um só não,
quanto ao número (De Fiori,
poderemos pegar alguns
1989).
atalhos/alternativas e conseguir o mesmo
Foto: Como vou classificar aqui? objetivo, não existindo um só.

Área mais posterior, vou repor o 2° molar e


se trata de uma Classe II. Mas tenho mais 2
espaços fora o espaço desdentado que é o
mais posterior, então essa regra diríamos
Classe II e o nome dos outros espaços
desdentados são as modificações, que são
classificados quanto a quantidade deles.

Foto → Classe II modificação 2. Nesse caso não tem reposição de posterior. Pela regra o
espaço desdentado mais posterior é o que classifica →
Classe III. Fora o espaço desdentado mais posterior, têm
OBS.: classificação de Kennedy colocar em
mais dois espaços → modificação 2. Aqui se tem 3 espaços
algarismo romano, a modificação colocar desdentados, pela regra 5 o espaço mais posterior
em arábico. determinará a classificação e fora esse os outros serão
chamados de modificação independente na QTD de perda
7. A determinação da de dente. Nesse caso os dois espaços estão na mesma
posição posterior, posso escolher tanto o do hemiarco
modificação de certa classe esquerdo ou direito, ou seja, um hemiarco vai determinar a
depende unicamente do número classificação → Classe III.
de regiões desdentadas OBS.: se não tivesse os 2° molares seria Classe I modificação
secundárias. Independente pois, 1.
da extensão dessas regiões, ou do
número de dentes ausentes (De
Fiori, 1989).

Nesse caso vamos ter uma modificação um


pouco maior (ausência + dentes) e no outro
teremos modificação só com ausência de 1.
NÃO vamos contar modificações pela
quantidade de dentes ausentes,
contaremos pelo espaço.

Foto → Classe II modificação 4.

8. A classe IV não aceita


modificações (De Fiori, 1989).
Se o dente posterior for considerado como pilar será Classe
Por que não aceita modificações? III, caso não seja seria Classe I. Nesse caso os molares vão
entrar na classificação.
R: Porque se tiver alguma
modificação na Classe IV é mais posterior,
então não será uma Classe IV, sendo
considerada qualquer outra classe.

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Sobre o caso acima: não precisa ser a partir de um pré, ou
algo do tipo, precisa ser extremidade livre bilateral nesse
caso.

Nesse caso seria Classe II modificação 1 se fosse repor o 2°


molar, mas como não vá repor terá Classe III.

Nesse caso não tem comprometimento da linha média.

No caso acima só deixaria de ser Classe IV se tivesse qualquer


modificação além do espaço anterior, em que como seria o
espaço mais posterior ela deixaria de ser Classe IV. Mas não
tem nenhuma modificação na região anterior.

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