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O CONHECIMENTO DOS ALUNOS DE BIBLIOTECONOMIA DOS PRIMEIROS

PERÍODOS SOBRE SOFTWARES DE AUTOMAÇÃO DE BIBLIOTECAS*

LUCIO LAGO LOPES**

RESUMO

Avaliação do conhecimento sobre softwares de automação de bibliotecas dos alunos

de Biblioteconomia da Universidade Federal do Maranhão. Foi realizada uma

pesquisa quantitativa, adotando o método descritivo para investigar se os alunos dos

primeiros períodos do Curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do

Maranhão conhecem os softwares de automação de bibliotecas e qual a sua

compreensão sobre a mesma. Constatou-se um número alto de desconhecimento

pelos alunos dos primeiros períodos do curso de Biblioteconomia sobre os softwares

de automação de biblioteca gerada pela ausência da percepção das transformações

ocorridas nas bibliotecas nos últimos anos.

Palavras chaves: Conhecimento dos alunos de Biblioteconomia. Conhecimento

sobre automação de bibliotecas.

INTRODUÇÃO

Certas atividades caracterizam a sociedade da informação, como “Assistir


à televisão, falar ao telefone, movimentar a conta no terminal bancário e, pela
internet, verificar multas de trânsito, [...] trocar mensagens com o outro lado do

*
Artigo apresentado para disciplina Automação ministrado pela professora Cenidalva Teixeira para a
obtenção parcial da terceira nota.
2

planeta [...]” (TAKAHASHI, 2000, p.3) etc. Pode-se afirmar que, na primeira década
do século XXI, um número pequeno da população do planeta já assimilou essas
atividades em seu quotidiano, já que as tecnologias de informação estão cada vez
mais presentes na sociedade. Define-se como tecnologia da informação

[...] um conjunto de recursos tecnológicos e computacionais, desde os


voltados à elementar geração de dados, até os pertinentes a sofisticadas
redes de comunicação, presentes nos processos de utilização da
informação. (VELLOSO, 2004, p.263)

As influências exercidas por essas tecnologias estão também nas


organizações, uma vez que buscou-se “[...] um processo de modernização de suas
estruturas e maior agilidade na prestação de serviços à comunidade usuária.”
(CÔRTE et al, 1999, p.241.) As bibliotecas, sendo uma organização, sofreram
influência dessas mudanças e, como conseqüência destas, algumas delas já
possuem os serviços e rotinas automatizados. Os recursos tecnológicos e
computacionais já compõem o layout de uma parcela das bibliotecas.
Ser o mediador entre a informação e o usuário é uma característica do
bibliotecário. Mesmo com os softwares mais acessíveis e com linguagem mais fácil
para o autoatendimento do usuário, o bibliotecário não se torna dispensável, ao
contrário adquire competências diretamente ligadas a elaboração de gerenciamento
de recursos ligados a tecnologia da informação. Valentim (2002, p. 151 apud
Carvalho, 2002) corrobora com essa idéia quando afirma que “[...] as tecnologias da
informação, as telecomunicações e a informação modificam a sociedade e assim
sendo, o profissional deve acompanhar essas mudanças. [...]”. O perfil de
bibliotecário moderno possui dentre várias qualificações enumeradas pelo Martins
(2004) o requisito: domínio das tecnologias da informação. Percebe-se que essa
exigência deve-se as mudanças advindas da sociedade da informação e
impulsionou o bibliotecário a acompanhá-las.
Esse domínio das tecnologias da informação será obtido após a
graduação do aluno, já que o mesmo terá uma visão global da profissão. Pressupõe-
se que os alunos que ingressaram na Universidade e optaram pelo curso de
biblioteconomia tenham notado a automação dos serviços e rotinas das bibliotecas.
Julga-se que esse aluno tenha freqüentado bibliotecas na época do ensino médio
para pesquisar o conteúdo exigido pelo professor seja em enciclopédias e
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almanaques, seja pela internet. Por exemplo, a biblioteca Rosa Castro, vinculada ao
serviços social do comercio disponibiliza acesso à internet para os seus usuários,
mais um vestígio da Sociedade da Informação.
Assim, o artigo visa investigar se os alunos nos primeiros períodos do
curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Maranhão conhecem alguns
softwares de automação de bibliotecas. As mudanças que caracterizam a sociedade
da informação são perceptíveis, logo conjectura-se que o aluno de biblioteconomia
tenha tido a curiosidade por motivação própria de conhecer e pesquisar os softwares
de automação de bibliotecas disponíveis do mercado. Pretende traçar o nível de
compreensão sobre automação de bibliotecas, o conhecimento de algum software
da área e a percepção da sua relevância na eficiência dos serviços prestados.
Traça-se inicialmente um breve panorama sobre a automação dos
serviços e rotinas nas bibliotecas do Brasil, resgatando a maneira e as
circunstâncias que os bibliotecários receberam as inovações tecnológicas em seus
ambientes de trabalho. Em seguida, é apresentado os entraves que inviabilizam o
processo de automação e esboça de modo sucinto a partir de observações
empíricas como este está ocorrendo no Maranhão.
Para finalizar, reforça o conhecimento de softwares de automação de
bibliotecas nos primeiros anos da Universidade para se ter uma visão global do
processo de automação desce o orçamento até o desenvolvimento do parque
tecnológico. Após esse panorama, é exposto os dados da pesquisa, com a
exposição de gráficos, seguindo a ordem das perguntas presentes no questionário.

2 AUTOMAÇÃO DE BIBLIOTECAS

Houve um longo processo de automação dos serviços e rotinas das


bibliotecas do Brasil. Os bibliotecários não aceitaram de imediato a inserção das
tecnologias de informação no seu ambiente de trabalho por temerem a perda do seu
espaço e considerarem o computador uma ameaça a sua profissão. Vale lembrar
que esse momento descrito está em consonância aos acontecimentos da época,
pois
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[...] No final da década de 1980, inicia-se o processo de abertura do


mercado de informática e as soluções desenvolvidas em computadores de
grande porte começam a migrar para os microcomputadores. Surgem os
pacotes. É mais fácil e barato adquirir um produto pronto do que capacitar a
equipe interna no seu desenvolvimento. A década de 1990 consolida essa
posição. Início do novo século: introdução da filosofia do software livre, o
custo elevado de manutenção, treinamento e upgrade das versões [...]
(CÔRTE et al, 2002, p.64)

Hoje os bibliotecários já perceberam o quanto as tecnologias da


informação são indispensáveis para eficiência dos serviços e rotinas em uma
biblioteca e já conseguem ver as vantagens que a automação pode trazer para a
melhoria do atendimento ao usuário e armazenamento de dados. Não se pode
afirmar que todas as bibliotecas estão automatizadas. Muitos fatores ainda
inviabilizam esse processo, já que as bibliotecas [...] convivem com sérios conflitos
organizacionais, orçamentos reduzidos, pessoal insuficiente e muitas vezes não
qualificado para o desempenho de suas funções atuais [...](CÔRTE et al, 2002,
p.27) Mesmo havendo softwares livres, as bibliotecas de pequeno porte não
possuem mão de obra capacitada que possa implantá-los devido, muitas vezes, a
questões orçamentárias.
Observações empíricas revelam que as bibliotecas escolares e
comunitárias do Estado do Maranhão, em sua maioria, ainda executam os serviços e
rotinas de maneira manual, porque a automação dos serviços ainda acontecem em
organizações que possuem “[...] um volume muito grande de transações relativas ao
gerenciamento bibliotecário.” [...] (ROWLEY, 2002, p.5). Percebe-se nas bibliotecas
universitárias um grande fluxo de empréstimos e a necessidade de sempre estar
atualizando a sua coleção, o que justifica a automação de muitas delas.

1.1 Importância do conhecimento de softwares de biblioteca no início do curso


de Biblioteconomia

Hoje, quando se visita algumas bibliotecas, percebe-se o uso dos


computadores em todos os processos da biblioteca: aquisição, catalogação,
indexação e circulação dos itens e serviço de referência. Contudo,
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Falar da automação de serviços e sistemas de informação de bibliotecas [...]


é mais do que falar de uso direto de computadores, construção e acesso a
bases nas bibliotecas [...] Não se trata de inundar as bibliotecas [...] com
computadores e bases de dados, como que caídos de pára quedas. Não
são poucos os estudos realizados mostrando como a simples
informatização leva apenas a que as mesmas coisas sejam feitas com maior
rapidez, além do acúmulo de equipamento sofisticado sendo utilizado como
simples máquinas de escrever. O primeiro ponto é entender desde a base
técnica do processo de automação até o verdadeiro uso da informação. [...]
(CÔRTE et al, 2002, p.19)

Essa compreensão deve ser realizado ainda no ambiente acadêmico. No


curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Maranhão, possuem três
disciplinas do currículo 30 que subsidiaram o aluno sobre a automação de
bibliotecas, justamente para que o futuro profissional atenda as exigências do
mercado: Elementos de informática que é ministrada no segundo período;
Tecnologia e gerenciamento da informação, no quarto período, e Automação de
unidades de Informação, no sétimo período. Deve ser apresentado o conceito do
código binário na disciplina Elementos de informática, pois só assim os alunos
poderão estar aptos a criar um Plano Diretor de Informática (PDI), ministrado em
Automação de unidades de Informação. Somente esse conhecimento pode
desmitificar a vinculação estrita do uso de computadores com automação. Contudo,
busca-se na Universidade

“[...] o máximo possível de informações a todos os níveis, a fim de que a


realidade seja percebida, questionada, avaliada, estudada e entendida em
todos os seus ângulos e relações, com rigor, para que possa ser
continuamente transformada. [...] (LUCKESI et al, 1995, p.41)

Os alunos dos primeiros períodos necessitam conhecer todos os


conteúdos inerentes de Biblioteconomia (linguagens documentárias, formação e
desenvolvimento de coleções, organização, planejamento e marketing de unidades
de informação, fontes de informação) e conhecimentos básicos de informática para
criarem o Plano Diretor de Informática.No entanto, nesse percurso, os discentes
usufruíram os benefícios gerados pela automação das bibliotecas e a percepção da
realidade das unidades de informação do século XXI deve ocorrer já no ingresso do
Curso de Biblioteconomia. Não é permitido mais imaginar uma biblioteca sem os
serviços e rotinas automatizados. É necessário, após a percepção, avaliação e a
compreensão em todos os ângulos da realidade para que assim possa promover
uma intervenção.
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Deve-se abolir o pensamento característico do final da década de 80 e


vislumbrar um conjunto de possibilidades que a automação pode favorecer. Mas, as
discussões a cerca de automação de bibliotecas deve ser fomentadas ainda nos
primeiro períodos, aguçando a curiosidade de conhecer os softwares da área. Até
por que

Aplicar novas tecnologias de informatização nos serviços oferecidos pelas


bibliotecas [...] é uma atividade que vai além da escolha, por mais detalhada
que seja, de um software. Envolve aspectos os mais variados possíveis,
como investimentos financeiros de elevados custos para a capacitação de
recursos humanos, para desenvolvimento do parque tecnológico, além do
cumprimento de normas e padrões, sendo, portanto, um processo
trabalhoso, completo e complexo. [...] (CÔRTE et al, 2002, p.35)

Contudo, para ter essa visão global desde o orçamento até o


desenvolvimento do parque tecnológico, é imprescindível conhecer os softwares de
automação de bibliotecas e percebê-los assim que adentrar a Universidade, desde
as visitas à biblioteca para fazer eventuais consultas nas fontes de informação
disponíveis a vivenciar como usuário todo processo que é realizado
quotidianamente, como empréstimo domiciliar e renovação. A biblioteca do século
XXI difere da tradicional e exige um bibliotecário que domine as tecnologias da
informação. As mudanças advindas pela sociedade da informação são irreversíveis,
seja nas organizações, como bibliotecas, seja na vida quotidiana das pessoas. Por
isso, o estudante de biblioteconomia já deve pesquisar e ter um conhecimento
mínimo sobre os softwares existentes de automação de bibliotecas.

3 METODOLOGIA

O tipo de pesquisa utilizada foi a descritiva, pois, segundo Barros; Lehfeld


(2000, p.70 apud Gonçalves, 2005, p.91), nessa modalidade “[...] não há a
interferência do pesquisador, isto é, ele descreve o objeto de pesquisa. [...]” Por isso,
no momento em que foram distribuídos os questionários de maneira aleatória aos
estudantes do primeiro ao quarto período do Curso de Biblioteconomia da
Universidade Federal do Maranhão, o pesquisador se manteve distante, pois o
objetivo da pesquisa era tentar traçar o nível de compreensão que eles possuiam
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sobre os softwares de automação de bibliotecas. Alguns questionários foram


devolvidos dias posteriores a data de entrega o que comprova a inexistência de
qualquer interferência dos pesquisadores.
Os questionários é composto por 2 questões abertas, 1 fechadas e 2
mistas. A primeira questão visa identificar qual o período o pesquisado pertence. Já
a segunda, o interrogado responde com as suas palavras, sem restrições, o seu
entendimento sobre automação.
A terceira é uma questão mista. Uma parte é de múltipla escolha, cujas
altenativas são os softwares que pertencem ao levantamento feito no livro Avaliação
de softwares para bibliotecas e arquivo, de Adelaide Ramos e Côrte, Iêda Muniz de
Almeida, Eulina Gomes Rocha e Wilma Garrido do Lago. Na lista construída por
essas autoras, originária de uma profunda pesquisa, estão alguns softwares
utilizados nas bibliotecas de São Luís do Maranhão, como o Arches Lib o qual é
usado nas bibliotecas públicas Benedito Leite e Casa Josué Montello. Isso justifica a
escolha desses softwares citados nesse livro na formulação das alternativas dessa
pergunta.
Possibilitou na terceira questão ao pesquisado a citação de outros
softwares na ausência dos que foram citados no livro Avaliação de softwares para
bibliotecas e arquivo.
Na quarta pergunta, o interrogado expõe em sua opinião a importância da
automação para eficiência dos serviços oferecidos em qualquer biblioteca, enquanto
a última é mista, pois solicita a exposição de alguma dificuldade em recuperação da
informação devido a ineficiência do sistema de consulta de alguma biblioteca, por
meio da dicotomia sim ou não. Em seguida, pede-se para descrever o fato.

4 RESULTADO E DISCUSSÕES

Os 25 % dos alunos dos primeiros períodos do curso de Biblioteconomia


tiveram opiniões diversas sobre colocaram o seu entendimento sobre automação de
bibliotecas, pois não conseguiram responder de fato a pergunta. O sujeito A do
segundo período afirma “É um sistema muito bom, pois tem uma boa agilidade no
sistema, mas de vez quando tem uma recaída que deixa os usuários estressados.”
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Essa opinião diversa aponta problemas no sistema da Biblioteca Central da UFMA e


revela incompreensão sobre a questão, induzido pelo desconhecimento sobre o
assunto, embora tenha a disciplina Elementos de Informática na qual é ministrado
conhecimentos básicos de informática.

Compreensão sobre Automação de Bibliotecas

13% 13%

Compreensão é mínima
Desconhecem o assunto
Associam a informática
19% Meios que agilizam o processo da
biblioteca e facilitam o acesso à
25% informação
Opiniões diversas
Sem resposta

19%
13%

Gráfico 1 – Compreensão dos alunos dos primeiros períodos sobre automação de bibliotecas.

O sujeito b do 3ª período revela um dos objetivos da automação de


bibliotecas: “sistema de como se pode implantar e como ter acesso rápido”. Essa
opinião resgata o “[...] o intuito de implantar uma infra-estrutura de comunicação
para agilizar e ampliar o acesso à informação pelo usuário [...] (CÔRTE et al, 1999,
p.242). O sujeito b do 3ª período associou a automação com a agilidade no acesso a
tudo que é solicitado em um biblioteca. Essa opinião difere do Sujeito c do 3
periodo: “É algum processo que envolve o livro”. Fica explicitado o total
desconhecimento desse último sujeito.
O sujeito d do 4ª período define “A automação de biblioteca é a
sistematização dos serviços oferecidos pela a mesma”. Percebe-se em todos os
sujeitos que divergiam em suas opiniões nenhuma relação com as tecnologias da
informação que caracterizam a automação das bibliotecas.
Os 12% dos alunos entendem que Automação são “Meios que agilizam o
processo da biblioteca e facilitam o acesso à informação”. Esse percentual já
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vislumbra as tecnologias da informação, que definem como “meios”. A mesma


quantidade de estudantes respondeu que desconhecia a automação e não atribuíam
razões para o desconhecimento.

Conhecimento dos Softwares de Automação


11% 6%

11% BIBLIOTECH
CARIBE
THESAURUS
BIBVIRTUA
BIBLIUM
61% 6% Nenhum

6%

Gráfico 2 - Softwares conhecidos pelos alunos dos primeiros períodos.


Quase três quarto dos estudantes de Biblioteconomia não conhecem
nenhum software, enquanto 5 % conhece o software Caribe. Esse percentual menor
pertence ao grupo de alunos do primeiro período, o que conjectura-se a escolha de
qualquer software presente na lista do questionário para não expor um total
desconhecimento sobre automação.
Supõe-se que 61% desses alunos que ingressaram no Curso de
Biblioteconomia não freqüentam bibliotecas, porque desde um empréstimo domiciliar
a busca de um livro na coleção por meio de catálogos eletrônicos tem-se contato
com esses softwares.
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A importância da automação para eficiência


dos serviços oferecidos numa biblioteca
19% 13%
Desconhece a importância
Relacionam com os beneficios que
a automação como rapidez na
busca de informações
13% Satisfação do usuário
Opiniões diversas

56%

Gráfico 3 - Importância atribuída pelos alunos dos primeiros períodos à automação para eficiência dos
serviços oferecidos numa biblioteca.
Constatou-se que 56% dos estudantes relacionam a importância da
automação com os benefícios que elas trouxeram para a biblioteca, como a rapidez
na busca de informações. Esse resultado já desponta algumas características que a
automatização dos serviços e rotinas. Já 12% desconhecem alguma importância.
Esse percentual é resultado da ausência de conhecimento sobre a biblioteca.

Dificuldades em recuperar uma informação


devido a ineficiência do sistema de consulta de
alguma biblioteca
27%

sim
não

73%

Grafico 4 - Dificuldades apontadas pelos estudantes dos primeiros períodos de Biblioteconomia no


sistema de consulta de alguma biblioteca.
Contraditoriamente 73% nunca tiveram de dificuldades em recuperar uma
informação devido a ineficiência do sistema de consulta, enquanto 27% vivenciou o
contrário. Esse grupo menor compartilha do desconhecimento total do sujeito E do
1ª período cuja resposta foi: “porque eu não tenho noção do que seje”. Mas alguns
alunos apontaram as dificuldades que vivenciaram.
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O relato do sujeito F do segundo período, “lentidão do sistema durante a


recuperação, falta de informação sobre o seu funcionamento, falta de profissionais
para auxilio”, revela a necessidade de realizar periodicamente uma avaliação dos
softwares das unidades de informação. Muitos dos estudantes não descreveram as
dificuldades em recuperar a informação que viveram.

5 CONCLUSÃO

Mais de 50% dos alunos de Biblioteconomia dos primeiros períodos não


conhecem nenhum software de automação de bibliotecas. Embora as mudanças
que caracterizam a sociedade da informação estejam perceptíveis, fica evidenciado
que esse aluno não teve a curiosidade por motivação própria de conhecer e
pesquisar sobre os softwares de automação de bibliotecas. Declarações como do
sujeito E do primeiro período, “porque eu não tenho noção do que seje”, confirma a
asserção acima.
Logo, o nível de compreensão sobre automação é inexistente, por isso a
dispersão de opiniões. Esse aluno pode ter assimilado a biblioteca com os serviços
e rotinas automatizados, sem associar ao termo “Automação”, uma vez que Côrte et
al utiliza em seu livro Avaliação de softwares para bibliotecas e arquivos a expressão
“Informatização”.
Esse aluno não acompanhou todo o processo de automação de
bibliotecas, retratado por Corte et al (2002), desde a migração de computadores de
grande porte para os microcomputadores até a introdução do software livre. Em
relação a eficiência dos serviços, seja as dificuldades na ausência desta, seja a
importância da automação para os serviços e rotinas de uma biblioteca, os alunos
relacionaram com os benefícios tragos pela automação e não apontaram nenhuma
dificuldade na recuperação da informação.
Portanto, o desconhecimento sobre a automação ficou bem explicitado. A
partir desse panorama, pode traçar possíveis ações para que os alunos, ao
ingressarem no curso de Biblioteconomia, possam perceber a realidade das
unidades de informação do século XXI. Nesse ponto, reside a importância de
fomentar o conhecimento sobre os softwares de automação de bibliotecas. Torna-se
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interessante a promoção de palestras sobre esses softwares, onde permita discutir


as transformações ocorridas nas bibliotecas nos últimos anos e os reflexos no perfil
do futuro bibliotecário. Dessa forma, o aluno não permanecerá alheio a realidade ao
longo do curso de Biblioteconomia.

ABSTRACT

Assessment of knowledge of automation software libraries of students of Library

Science at the Federal University of Maranhão. We performed a quantitative study,

adopting the descriptive method to investigate whether students in the early periods

of Librarianship Course at the Federal University of Maranhão know the software

library automation and what their understanding of it. It was a high number of

knowledge by students of the early periods of the course in library science on the

automation software library generated by the lack of awareness of the changes

occurring in libraries in recent years.

Key words: Knowledge of students in library software on library automation.

REFERENCIAS

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VELLOSO, Fernando de Castro. Informática: conceitos básicos. 7 ed. rev. e atual.


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14

APENDICE – Questionário para investigar o conhecimento dos alunos do curso de


Biblioteconomia em softwares de automação de bibliotecas.

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