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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 5 VARA

CRIMINAL DA COMARCA DE CAMPO GRANDE/ MS

Ação Penal: 1031439-94.2021.4.01.3400

ANTÔNIO AUGUSTO BRANDÃO DE ARAS, já devidamente citado


nos autos vem respeitosamente a presença de vossa excelência, por meio de
seu advogado infra-assinado, interpor RECURSO EM SENTIDO EXTRITO,
com amparo legal no Art. 581, I do CPP.

Sendo assim, requer que seja recebido o recurso e procedido o juízo


de desagravo nos termos do Art. 589 do CPP, caso Vossa Excelência não se
retrate, que o referido recurso com razões anexas seja encaminhado ao
Tribunal de Justiça de Estado, para seu regular processamento.

Termos em que

Pede deferimento

Campo Grande/MS 05 de maio de 2023

ADVOGADO

OAB
RAZÕES DO RECURSO EM SENTIDO ESTRITO

Recorrente: ANTONIO AUGUSTO BRANDÃO DE ARAS

Recorrido:

Autos n: 1031439-94.2021.4.01.3400

InsigneTribunal de Justiça,

Colenda Câmara,

Ínclitos Desembargadores

Douta Procuradoria de Justiça

Em que pese a respeitável decisão de Excelentíssimo Juiz de Direito


a quo, não merece prosperar a pronúncia do recorrente pelas razões fáticas e
jurídicas a seguir expostas, vejamos:

I- FATOS

O Recorrente ANTONIO AUGUSTO BRANDÃO DE ARAS por meio


da rede social Twitter, sofreu os crimes de calunia, difamação e injuria, Art.
138,139 e 140 do CP, por CONRADO HUBNER MENDES.

Teve decorrência do fato no dia 15 de janeiro de 2021, quando


Conrado publicou na rede social informada acima, um post com a seguinte
frase:

“O Poste Geral da República é um grande fiador de tudo que está


acontecendo. Sobretudo da neutralização do controle do MS na pandemia. É
gravíssima a omissão e desfaçatez de Aras. ”
Se referindo a Antonio, e não parou por aí, ademais nos dias 17 e 19
do mesmo mês, publicou ainda as seguintes acusações:

“Augusto Aras ignora o MPF da Constituição Federal. Age como o


PGR da Constituição militar de 1967. Um servo do presidente. ” “Augusto Aras
é um inovador institucional. O MS comete crimes comuns e de
responsabilidade que causam tragédia em Manaus e no resto do país. Tudo
bem documentado e televisionado. Aras, em vez de investigar o infrator,
manda o infrator investigar a si mesmo. ” “O Poste Geral da República publicou
nota para dizer que está fazendo tudo direitinho”.

Continuamente, nos dias 20, 21 e 23 do mesmo mês efetuou outras


posts:

“Augusto Aras é a antessala do fim do Ministério Público Federal tal


como desenhado pela Constituição, é também a própria sala da desfaçatez e
covardia jurídicas”. “O MPF ainda respira, apesar de uma bomba como Aras”
“O país que gera e empodera anti-antifascistas como Andrés Mendonças e
Augustos Aras também produz Margareth Dalcomos.” “Art. 43. São crimes de
responsabilidade do Procurador Geral da República: 2- recusar-se a prática de
ato que lhe incumba; 3- ser patentemente desidioso no cumprimento de suas
atribuições; 3- proceder de modo incompatível com a dignidade e o decoro do
cargo.” “Augusto Aras pede inquérito para investigar o despachante ““muito
simples senhores um manda, o outro obedece”” Investigar quem obedece é
coragem padrão Aras”.

Com a grande repercussão, conseguiu fazer com que o jornal “Folha


de São Paulo”, publicasse um artigo com o seguinte título, “Aras é a antessala
de Bolsonaro no Tribunal Penal Internacional”, além de escrever as
seguintes atrocidades no repertório do artigo, acima mencionado:

Augusto Aras integra o bando servil. Enquanto colegas de governo


abrem inquéritos sigilosos e interpelam quem machuca imagem do chefe, Aras
fica na retaguarda: omite-se no que importa; exibe-se nas causas minúsculas;
autoriza o chefe a falar boçalidades mesmo que alimente espiral da morte sob
o signo da liberdade. [...] Aras não economiza no engavetamento de
investigações criminais: contra Damares por agressão a governadores; contra
Heleno por ameaça ao STF; contra Zambelli por tráfico de influência; contra
Eduardo Bolsonaro por subversão da ordem política ao sugerir golpe.

Aras não só se omite. Quando age, tem um norte: contra a lei,


inviabilizou que procuradores enviassem recomendações de praxe ao
Ministério da Saúde; contra a lei, recomendou a membros do MPF que não
cobrassem gestores da saúde em caso de “incerteza científica”. Nem vamos
falar de como desmontou forçastarefa de combate à corrupção para concentrar
em si arsenal de informações privadas com infinito potencial de intimidação.
[...] Aras não se deixa constranger pela submediocridade verbal e teatral que
floreia seu colaboracionismo. Aderiu à hermenêutica declaratória, fraude
interpretativa que atribui validade do argumento jurídico à autoridade de quem
fala, faceta autoritária comum à magistocracia. Aras é a antessala do fim do
Ministério Público tal como desenhado pela Constituição de 1988. “A
Constituição é o meu guia, a PGR não se move por interesses partidários. ” A
Constituição-guia de Aras é a ditatorial de 1967. Ali, o PGR era empregado do
presidente. Se contra Bolsonaro cabe um impeachment Pró-Vida, contra Aras
cabe um impeachment Pró-MP. ”

II- DO DIREITO

Contrariamente ao entendimento do Doutor Juiz, não se configura no


caso em tela o disposto no Art. 395, III do CP, uma vez que, na Queixa-Crime,
estão presentes todos os elementos indicadores de autoria e materialidade
julgados necessários para que os delitos de calunia e difamação fossem
consolidados.

De acordo como doutrinador Tourinho Filho, “a justa causa estaria


ligada ao interesse de agir, pois o interesse legitimo ou interesse de agir
descansa na idoneidade do pedido, [...] o titular da ação deve formular um
pedido idôneo, arrimado em elementos que convençam o Magistrado da
seriedade do que se pede”.

Ou seja, pelos pontos trazidos na Queixa-Crime, é inegável a


idoneidade do pedido, já que os indícios de autoria e materialidade trazidos
pelo Requerente dão ao seu pleito interesse legítimo.

Além disso, Mossin expressa que “Não havendo demonstrabilidade


de uma transgressão típica e indícios, mais ou menos razoáveis, de que o
indivíduo apontado foi o autor, o pedido de tutela jurisdicional será inadequado
incapaz de provocar a jurisdição.”

Assim, os fatos trazem uma clara percepção de transgressão típica


da lei penal, querendo provar veracidade dos fatos.

Portanto, não a dúvida que a existência dos crimes de calúnia e


difamação foram comprovados através da descrição clara da prática da
conduta prevista nos Art. 138 e 139 do CP.

Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente FATO definido


como crime. Difamação

Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe FATO ofensivo à sua


reputação

Além do mais, com intuito de provar que os indícios de autoria são


concretos, o Requerente indicou todas as provas necessárias.

Por isso requer que, se em dúvida seja aplicado o Princípio do “In


dubio pro societate “. Para que fatos sejam devidamente apurados, atendendo
o Princípio do Contraditório e da Ampla- Defesa.

III- DO PEDIDO
Diante do Exposto, pleiteia que seja conhecido e provido o presente
Recurso em Sentido Estrito, a fim de cassar a Decisão pela ausência dos
requisitos para rejeição da Queixa-Crime, contidos no Art. 395 do CPP.

Termos em que

Pede deferimento

Campo Grande 05 de maio de 2023

Advogado

OAB/MS

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