Você está na página 1de 75

DIREITO

PROCESSUAL
CIVIL
Recurso Especial. Recursos
Extraordinário, Aspectos
Procedimentais Comuns aos Recursos
Extraordinário e Especial. Embargos de
Divergência. Livro Complementar

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

Sumário
Recurso Especial e Recurso Extraordinário............................................................................... 3
Recurso Especial............................................................................................................................ 10
Recurso Extraordinário.. ............................................................................................................... 14
Agravo em Recurso Especial e em Recurso Extraordinário.. ................................................ 28
Embargos de Divergência.. ........................................................................................................... 30
Livro Complementar das Disposições Finais e Transitórias. . ............................................... 38
Questões de Concurso..................................................................................................................48
Gabarito............................................................................................................................................ 73

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 2 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

Olá. Tudo bem? Estamos de volta com mais uma aula da disciplina mais maravilhosa do
mundo jurídico. Tenho certeza de que você concorda comigo. Como é legal o Direito Proces-
sual Civil.
Se você chegou até aqui, considere-se um(a) vencedor(a). Embora o direito processual civil
seja muito agradável, seu campo de estudo é muito vasto e muitos morrem no meio do cami-
nho. Mas você não sucumbiu ao desejo de parar no meio da jornada! Você conseguiu avançar
e é isso que separa os meninos dos homens (risos...).
Hoje vamos estudar temas importantíssimos, sempre abordando o aspecto jurispruden-
cial, a análise da legislação e os principais entendimentos doutrinários.
Não há segredo para a aprovação. Há, sim, necessidade, força de vontade, persistência,
dedicação e, principalmente, disciplina e organização. E, se além disso, você estudar por um
material que agrega tudo o que você precisa saber, melhor ainda. Esse é o meu papel: facilitar
a sua vida.
Os temas da aula de hoje são:
1. Recurso Especial;
2. Recurso Extraordinário;
3. Agravo em Recurso Especial e em Recurso Extraordinário;
4. Embargos de Divergência;
5. Livro Complementar das Disposições Finais e Transitórias.
Vamos nessa?

Recurso Especial e Recurso Extraordinário


O primeiro ponto que temos que saber sobre essas espécies recursais (Recurso Especial
e Recurso Extraordinário) é o motivo pelo qual eles são considerados recursos excepcionais,
extraordinários ou de superposição.
E a resposta é: como são recursos cujo cabimento só ocorre em hipóteses específicas e há
a exigência do preenchimento de requisitos mais rigoroso, são considerados excepcionais. Ou-
tro motivo importante é que esses recursos permitem apenas a análise/reexame de matérias
de direito, diferentemente dos recursos de natureza ordinária/comum que também permitem o
reexame de fatos. Fora isso, temos também que lembrar que são recursos destinados ao STJ e
STF respectivamente, que são considerados os órgãos da cúpula do Poder Judiciário.
Para que seja interposto um RE ou um REsp, basta apenas que tenha havido a sucumbên-
cia do recorrente?
Não! Como eu disse acima, os requisitos para a interposição dos dois recursos são mais
rigorosos. Estamos diante de recursos que precisam estar inseridos nas hipóteses de cabi-
mento da Constituição Federal, senão, nada feito!

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 3 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

Vamos falar das principais características comuns dos dois recursos? Vamos a uma tabela:

CARACTERÍSTICAS COMUNS DO RECURSO ESPECIAL E RECURSO


EXTRAORDINÁRIO

Não servem para revisão de matéria de fato ou prova, já que sua finalidade é
proteger e controlar a correta aplicação do direito. Por isso, permitem apenas
a análise/reexame de matérias de direito. E nesse sentido, temos os seguintes
entendimentos sumulados:
Súmula 279 STF: “Para simples reexame da prova não cabe recurso
extraordinário.”
Súmula 454 STF: “A simples interpretação de cláusula contratual não enseja
recurso extraordinário.”
Súmula 5 STJ: “A simples interpretação de cláusula contratual não enseja
recurso especial.”
Súmula 7 STJ: “A pretensão de simples reexame de prova não enseja recurso
especial”.
Nesse ponto, temos que entender que é possível a interposição desses
recursos por violação às normas de direito probatório, como, por exemplo, as
de valoração e admissibilidade das provas (pois, na verdade, são questões
de direito).
Exemplo: é possível a interposição de recurso extraordinário para discutir
a respeito da utilização de prova ilícita, que é proibida pela Constituição
Federal e a interposição de recurso especial para discutir violação de norma
de direito probatório prevista no Código de Processo Civil.
Lembre-se: recurso interposto para discutir a apreciação da prova é diferente
de recurso interposto para discutir violação ao direito probatório.
Os seus fundamentos estão previstos na CF, ou seja, são recursos de
fundamentação vinculada.
Exigem esgotamento das instâncias ordinárias. Isso significa que não são admitidos o RE e o
REsp per saltum, ou seja, enquanto houver possibilidade de recurso na instância de origem,
não caberá o RE e o REsp.
Confira o teor das seguintes súmulas:
Súmula 281 do STF: “É inadmissível o recurso extraordinário, quando couber,
na Justiça de origem, recurso ordinário da decisão impugnada”.
Súmula 207 do STJ: “É inadmissível recurso especial quando cabíveis
embargos infringentes contra o acórdão proferido no tribunal de origem”.
Mesmo que não haja mais a previsão dos embargos infringentes na
legislação processual, o conteúdo da súmula continua valendo, no sentido da
necessidade de esgotamento das vias ordinárias.
Há duplo juízo de admissibilidade, ou seja, o juízo de admissibilidade é feito tanto no juízo a
quo como no juízo ad quem. Nos recursos de natureza ordinária, o juízo de admissibilidade é
feito exclusivamente pelo órgão ad quem.
O RE e o REsp são os únicos recursos que se submetem ao duplo juízo de admissibilidade.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 4 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

CARACTERÍSTICAS COMUNS DO RECURSO ESPECIAL E RECURSO


EXTRAORDINÁRIO

São desprovidos de efeito suspensivo automático. Desse modo, a decisão


proferida pelas instâncias inferiores passa a ser eficaz desde logo e admite
execução provisória, nos termos do artigo 520 do CPC. No entanto, embora
naturalmente o RE e o REsp sejam desprovidos de efeito suspensivo, é possível
requerê-lo e pode o relator, no STJ ou no STF, conceder ao recurso especial e
ao recurso extraordinário esse efeito.
Veja a quem é dirigido o pedido:
Art. 1.029 § 5º CPC. O pedido de concessão de efeito suspensivo a recurso
extraordinário ou a recurso especial poderá ser formulado por requerimento
dirigido:
I – ao tribunal superior respectivo, no período compreendido entre a
publicação da decisão de admissão do recurso e sua distribuição, ficando o
relator designado para seu exame prevento para julgá-lo;
II – ao relator, se já distribuído o recurso;
III – ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, no período
compreendido entre a interposição do recurso e a publicação da decisão de
admissão do recurso, assim como no caso de o recurso ter sido sobrestado,
nos termos do art. 1.037.
Há, no entanto, uma situação que prevê o efeito suspensivo automático:
quando interpostos contra decisão que julga o incidente de resolução de
demandas repetitivas. Confira:
Art. 987 CPC. Do julgamento do mérito do incidente caberá recurso
extraordinário ou especial, conforme o caso.
§ 1º O recurso tem efeito suspensivo, presumindo-se a repercussão geral de
questão constitucional eventualmente discutida.
Exigem prequestionamento (expresso ou implícito) para serem conhecidos,
ou seja, o STF e o STJ somente devem decidir questões no RE ou REsp que
tenham sido enfrentadas pelo órgão julgador recorrido. Isso porque não é
possível entender que a decisão recorrida contraria a Constituição ou as leis
federais se ela não abordar a questão constitucional ou legal.
O prequestionamento é expresso quando menciona expressamente o
dispositivo normativo violado e há manifestação sobre o tema. O implícito, ao
contrário, é aquele no qual o enfrentamento ocorre sem menção expressa a
um dispositivo do ordenamento jurídico.

Maravilha!
Vamos falar um pouco mais sobre o prequestionamento?
Como disse acima, tanto o RE como o REsp exigem prequestionamento para serem
conhecidos.
O prequestionamento está relacionado ao fato de que para que uma questão constitucio-
nal ou legal seja objeto de RE ou REsp, o recorrente deve suscitá-la nas instâncias ordinárias e
o tribunal deve enfrentar a questão de direito objeto do recurso.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 5 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

Mas surge uma dúvida, professora...Se a parte suscitar a questão e, mesmo assim, a ins-
tância inferior não examiná-la... O que ocorre? A parte fica prejudicada?
Nesse caso, a parte precisa opor embargos de declaração, requerendo que haja o supri-
mento dessa omissão. É uma tentativa de fazer com que a instância ordinária se pronuncie
sobre a questão.
Esses embargos, inclusive, não têm caráter procrastinatório. Veja:
Súmula 98 do STJ: “Embargos de declaração manifestados com notório propósito de pre-
questionamento não têm caráter protelatório”.

Professora, e se mesmo com a oposição dos embargos de declaração, as instâncias or-


dinárias teimarem em não tratar da questão?

Interessante a sua dúvida! E aqui, precisamos fazer um breve estudo sobre como decidiam
o STF e o STJ na vigência do CPC de 1973.
O STF, por meio da súmula 356, deixava claro que era suficiente a oposição dos embar-
gos de declaração para que o requisito do prequestionamento fosse satisfeito, mesmo que
os embargos não fossem acolhidos e a omissão das instâncias ordinárias permanecesse. É o
chamado prequestionamento ficto. Confira:
Súmula 356 do STF: “O ponto omisso da decisão, sobre o qual não foram opostos em-
bargos declaratórios, não pode ser objeto de recurso extraordinário, por faltar o requisito do
prequestionamento.”
Já o STJ, por meio da súmula 211, deixava claro que, mesmo quando os embargos de de-
claração fossem opostos, se as instâncias ordinárias permanecessem na omissão e não se
manifestassem sobre a questão, o requisito do prequestionamento não estaria preenchido e
o REsp não seria admitido. Assim, não bastava que tivessem sido interpostos os embargos
declaratórios. Era necessário que o tribunal suprisse a omissão para que o requisito do pre-
questionamento fosse considerado cumprido.
Veja:

Súmula 211 do STJ: “Inadmissível recurso especial quanto à questão que, a despeito da
oposição de embargos declaratórios, não foi apreciada pelo tribunal a quo”.

O CPC de 2015, em coerência com um sistema que dá primazia às decisões de mérito,


consagrou o entendimento do STF, criando, então, uma ficção legal de prequestionamento,
conforme o disposto no artigo 1.025.

Art. 1.025. Consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o embargante suscitou, para
fins de pré-questionamento, ainda que os embargos de declaração sejam inadmitidos ou rejeitados,
caso o tribunal superior considere existentes erro, omissão, contradição ou obscuridade.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 6 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

Assim, diante do texto do artigo 1.025 do CPC, a súmula 211 do STJ não poderá mais
ser aplicada.
Outro ponto importante e comum entre o recurso especial e o recurso extraordinário é o
fato de que existe uma regra específica para esses recursos no CPC que reforça o princípio da
primazia da decisão de mérito, consagrada no artigo 4º (As partes têm o direito de obter em
prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa). É a regra do artigo
1.029, § 3º, do CPC:

Art. 1.029. § 3º O Supremo Tribunal Federal ou o Superior Tribunal de Justiça poderá desconsiderar
vício formal de recurso tempestivo ou determinar sua correção, desde que não o repute grave.

Perceba que o CPC permite que o STJ ou o STF desconsiderem os vícios formais de re-
cursos tempestivos, se esses vícios não forem graves. Também é possível permitir a correção
desses vícios não graves, a exemplo de uma falta de assinatura, sendo o recurso tempestivo.

Professora, surgiu uma nova dúvida... É possível que o acórdão tenha mais de um capítu-
lo, sendo cada um impugnável por uma modalidade de recurso?

Sim! É possível. Aliás, é possível também que um mesmo capítulo do acórdão tenha por
fundamento matéria constitucional e matéria legal.
Isso significa que se qualquer desses fundamentos for suficiente para sustentar a decisão,
precisamos interpor o recurso extraordinário contra a parte constitucional e o recurso especial
contra a parte infraconstitucional. Captou?
E o que acontece se for interposto somente um deles?
Se deixar de ser interposto um desses recursos, o outro que venha a ser interposto não
será admitido porque se torna inútil, considerando que, ainda que o recorrente seja vitorioso no
recurso interposto, ele não lhe aproveitaria, pois, a decisão permaneceria intacta com base no
outro fundamento (autônomo e suficiente para manter a decisão) que não foi objeto de recurso.
Há, inclusive, uma súmula do STJ e outra do STF que tratam desse ponto:

Súmula 126 do STJ: “É inadmissível recurso especial, quando o acórdão recorrido assenta
em fundamentos constitucional e infraconstitucional, qualquer deles suficiente, por si só,
para mantê-lo, e a parte vencida não manifesta recurso extraordinário”.
Súmula 283 do STF – É inadmissível o recurso extraordinário, quando a decisão recorrida
assenta em mais de um fundamento suficiente e o recurso não abrange todos eles.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 7 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

Sempre haverá a exigência de interposição simultânea do RE e do REsp, professora?

Não! A exigência de interposição dos recursos extraordinário e especial contra o mesmo


acórdão acontece nos casos em que o fundamento constitucional e o infraconstitucional sus-
tentem de forma autônoma o acórdão.
Isso significa que, por exemplo, se um fundamento constitucional é utilizado apenas de
forma lateral ou de passagem, mas não constituir um fundamento autônomo, pode haver a
interposição apenas do recurso especial, já que o fundamento constitucional, por si só, não
sustenta o acórdão impugnado.
Importante ressaltar que, quando for o caso de interposição de ambos os recursos, não
há necessidade de que a interposição ocorra na mesma ocasião, ou seja, não se exige a si-
multaneidade de interposição. O prazo para a interposição de ambos os recursos é de 15
(quinze) dias, mas não necessariamente devem ser interpostos no mesmo momento. Pode ser
que o REsp seja interposto no quinto dia do prazo e o RE no último dia do prazo, por exemplo.
Pode-se concluir, dessa forma, que a interposição do primeiro recurso não gera a preclusão
consumativa para a interposição do segundo recurso, eis que não há exigência expressa de
simultaneidade no ordenamento jurídico.

Professora, veja se estou correto(a): quando for o caso de dois fundamentos suficientes
sustentarem o acórdão, sendo um constitucional e um infraconstitucional, preciso inter-
por os dois recursos (RE e REsp), certo?

Certo!
Basta apenas a interposição contra ambos os fundamentos e a admissão dos recursos
quanto a ambos os fundamentos para que os recursos tenham eficácia?
Não! Não basta apenas a interposição e a admissão. Para que o recurso seja útil, há neces-
sidade de provimento em relação a ambos os fundamentos, porque se um não for provido, o
acórdão se mantém íntegro com base no outro fundamento.
Assim, vamos a um exemplo.
Imagine a interposição de um REsp e um RE. O REsp não é provido. O RE será inútil, pois o
fundamento legal que sustentava a decisão foi mantido. Desse modo, após o julgamento do
REsp, o RE encaminhado ao STF não será admitido.
Por isso que o trecho final do § 1º do artigo 1.031 do CPC fala em RE prejudicado, conside-
rando que, nesse caso, teria ocorrido a perda de objeto. Confira:

CPC
Art. 1.031. Na hipótese de interposição conjunta de recurso extraordinário e recurso especial, os
autos serão remetidos ao Superior Tribunal de Justiça.
§ 1º Concluído o julgamento do recurso especial, os autos serão remetidos ao Supremo Tribunal
Federal para apreciação do recurso extraordinário, se este não estiver prejudicado.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 8 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

Professora, então, se o REsp for provido, ainda não posso considerar que o acórdão foi
reformado, havendo necessidade de aguardar o resultado do RE?

Isso mesmo. Se o recurso especial for provido, não há como já considerar o acórdão re-
corrido reformado, tendo em vista que ele ainda pode ser mantido pelo fundamento constitu-
cional do RE.
Somente podemos considerar que o acórdão recorrido foi reformado quando ambos
os fundamentos (legal e constitucional) forem derrubados, com o provimento de ambos os
fundamentos.
E como se dá o processamento dos recursos extraordinários interpostos conjuntamente?
É simples.
O REsp e o RE devem ser interpostos no prazo de quinze dias, em petições distintas, e essa
interposição ocorre perante o Presidente ou Vice-Presidente do tribunal de origem, conforme
dispõe o artigo 1.029 do CPC.

CPC
Art. 1.029. O recurso extraordinário e o recurso especial, nos casos previstos na Constituição Fede-
ral, serão interpostos perante o presidente ou o vice-presidente do tribunal recorrido, em petições
distintas que conterão:
I – a exposição do fato e do direito;
II – a demonstração do cabimento do recurso interposto;
III – as razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão recorrida.

Em seguida, recebida a petição pela secretaria do tribunal, o recorrido é intimado para apre-
sentar contrarrazões no prazo de quinze dias.
Depois, os autos são remetidos ao Superior Tribunal de Justiça para julgamento do recur-
so especial.
Uma vez que o julgamento do recurso especial é finalizado, os autos seguem ao STF para
apreciação do recurso extraordinário, salvo se ele estiver prejudicado (perda de objeto como
vimos acima).

CPC
Art. 1.031. Na hipótese de interposição conjunta de recurso extraordinário e recurso especial, os
autos serão remetidos ao Superior Tribunal de Justiça.
§ 1º Concluído o julgamento do recurso especial, os autos serão remetidos ao Supremo Tribunal
Federal para apreciação do recurso extraordinário, se este não estiver prejudicado.

Se o recurso extraordinário for prejudicial ao recurso especial, ele deve ser julgado primei-
ro. Nesse caso, o relator do REsp sobresta o seu julgamento e encaminha os autos ao STJ.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 9 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

E quando que o RE será prioritário em relação do REsp?


Quando o julgamento do REsp depender da definição da constitucionalidade ou não da
norma federal supostamente violada.
Mas pode acontecer de o STF não concordar com esse juízo feito pelo STJ de prejudicia-
lidade do RE. Nesse caso, o STF devolve os autos ao STJ para que decida o recurso especial.

CPC
Art. 1.031.
§ 2º Se o relator do recurso especial considerar prejudicial o recurso extraordinário, em decisão irre-
corrível, sobrestará o julgamento e remeterá os autos ao Supremo Tribunal Federal.
§ 3º Na hipótese do § 2º, se o relator do recurso extraordinário, em decisão irrecorrível, rejeitar a
prejudicialidade, devolverá os autos ao Superior Tribunal de Justiça para o julgamento do recurso
especial.

Recurso Especial
Qual a finalidade do Recurso Especial?
É permitir o controle de legalidade das decisões dos tribunais e promover a uniformização
da interpretação das leis federais.
Suas hipóteses de cabimento estão previstas na Constituição Federal. Vamos conferir:

CF
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
III – julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais
Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a deci-
são recorrida:
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;
b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal;
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.

O REsp possui como requisito indispensável que a causa tenha sido decidida em única ou
última instância pelos TRFs ou tribunais estaduais.

Professora, é admissível o REsp de acórdão proferido pelo Juizado Especial Cível?

Não. O motivo é que o acórdão do Juizado Especial Cível não vem de um tribunal, mas sim
de uma turma recursal, que é integrada por juízes que compõem a primeira instância.
Nesse sentido há até uma súmula do STJ. Confira:

Súmula 203 do STJ: Não cabe recurso especial contra decisão proferida por órgão de
segundo grau dos Juizados Especiais.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 10 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

Além disso, se do acórdão do tribunal ainda couber recurso, também não caberá REsp.
Lembre-se que há a necessidade de esgotamento das instâncias ordinárias.
Vale lembrar também que para o cabimento do REsp é necessário que haja manifestação
final do colegiado do tribunal. Portanto, não basta apenas uma decisão monocrática do relator.
Só é possível a interposição do REsp contra acórdão.
O rol do artigo 105, III da CF é taxativo ou exemplificativo?
É taxativo. Somente nas hipóteses nele previstas é que caberá a interposição do REsp.
Vamos tratar das hipóteses de cabimento do REsp?

CONTRARIEDADE OU NEGATIVA DE VIGÊNCIA DE TRATADO OU LEI FEDERAL


(Art. 105, III, a, CF)

O que significa contrariar?


Significa ofender o texto legal. Exemplo: deixar de aplicá-lo nos casos em que deve ser
aplicado, aplicá-lo de forma errada, dar interpretação inadequada ao texto legal.
Contrariar abarca o termo “negar vigência” e é mais abrangente.
O que significa negar vigência?
É um conceito mais restrito. É deixar de aplicar o texto legal nos casos em que deveria ser apli-
cado. Como eu disse acima, o conceito de “negar vigência” está inserido no conceito de contrariar.
Assim, cabe REsp seja quando o acórdão contraria, seja quando o acórdão nega vigência
a dispositivo de tratado ou de lei federal. Ainda que a interpretação dada pelo tribunal seja ra-
zoável, mas não seja a melhor, é cabível a interposição do REsp. Por isso, não se aplica mais o
teor da súmula 400 do STF, que foi editada ainda na vigência da CF anterior.

Súmula 400 do STF: Decisão que deu razoável interpretação à lei, ainda que não seja a
melhor, não autoriza recurso extraordinário pela letra a do art. 101, III, da C.F.

A súmula 400 do STF fala em recurso extraordinário, porque à época, na vigência da CF


anterior, o STF cumulava suas funções com as funções do STJ.
Perceba, ainda, que quando se fala em contrariedade ou negativa de vigência de tratado
ou lei federal, não está englobada a contrariedade ou negativa de vigência às súmulas e nesse
sentido temos a Súmula 518 do STJ: “Para fins do art. 105, III, a, da Constituição Federal, não é
cabível recurso especial fundado em alegada violação de enunciado de súmula.”

VALIDADE DE ATO DE GOVERNO LOCAL CONTESTADO EM FACE DA LEI FEDERAL


(Art. 105, III, b, CF)

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 11 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

O REsp também é cabível quando o acórdão recorrido julgar válido ato de governo local
contestado em face de lei federal. Isso porque a finalidade do recurso especial é preservar a lei
federal e não os atos de governo local.
Assim, quando um ato de governo local tem sua validade reconhecida em detrimento da lei
federal, estamos diante de uma das hipóteses de cabimento do REsp.

INTERPRETAÇÃO DE LEI FEDERAL DIVERGENTE DA ATRIBUÍDA POR


OUTRO TRIBUNAL.
(Art. 105, III, c, CF)

Essa é a hipótese de cabimento de recurso especial fundada em divergência jurispruden-


cial. A divergência aqui mencionada deve ocorrer entre tribunais distintos. Se a divergência
ocorrer dentro do mesmo tribunal não é cabível o REsp com base na alínea “c” do artigo 105,
III da CF.

Súmula 13 do STJ: A divergência entre julgados do mesmo Tribunal não enseja recurso
especial.

Professora, se quando a divergência existir dentro do mesmo Tribunal não cabe o REsp
com base na alínea “c” do artigo 105, III da CF, cabe o quê?

Você se recorda do teor do artigo 926 do CPC? Ele aduz que os tribunais devem uniformizar
sua jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e coerente. Isso significa, em outras palavras,
que atualmente o ordenamento jurídico veda a divergência interna corporis. Desse modo, se
ela existir, o que ocorre é uma afronta ao teor desse artigo. Assim, caberia o REsp pela alínea
“a” do artigo 105, III da CF, que é a hipótese de contrariedade à lei federal, por ferir o disposto
no artigo 926 do CPC.
A finalidade dessa hipótese de cabimento é preservar a uniformidade do direito federal e
da jurisprudência nacional.
A divergência jurisprudencial entre os tribunais deve ser comprovada.
Como se faz essa comprovação?
Por meio da apresentação de um acórdão paradigma e dos documentos previstos no §1º
do artigo 1.029 do CPC:

CPC
Art. 1.029. § 1º. Quando o recurso fundar-se em dissídio jurisprudencial, o recorrente fará a prova
da divergência com a certidão, cópia ou citação do repositório de jurisprudência, oficial ou cre-
denciado, inclusive em mídia eletrônica, em que houver sido publicado o acórdão divergente, ou

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 12 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

ainda com a reprodução de julgado disponível na rede mundial de computadores, com indicação da
respectiva fonte, devendo-se, em qualquer caso, mencionar as circunstâncias que identifiquem ou
assemelhem os casos confrontados.

Percebeu que há a necessidade de mencionar as circunstâncias que identifiquem ou as-


semelhem os casos confrontados?
Essa exigência é chamada de confronto ou cotejo analítico. Um cotejo/confronto/com-
paração que devem ser feitos entre o acórdão recorrido e o acórdão paradigma. Isso significa
que o recorrente deve analisar e demonstrar a divergência existente, transcrevendo o trecho
do acórdão paradigma e o trecho do acórdão recorrido onde a divergência seja verificada, não
bastando que ele faça apenas a juntada ou a transcrição das ementas.
É, desse modo, necessário demonstrar que no acórdão recorrido e no acórdão paradigma
foram adotadas teses opostas.
Além disso, há necessidade de que a divergência seja atual. Confira:
Súmula 83 do STJ: “Não se conhece de recurso especial pela divergência, quando a orien-
tação do Tribunal se firmou no mesmo sentido da decisão recorrida”.
Agora, veja que interessante!
Há no CPC uma regra que permite a conversão do recurso especial em recurso extraordinário.
É a regra do artigo 1.032 do CPC.

Art. 1.032. Se o relator, no Superior Tribunal de Justiça, entender que o recurso especial versa sobre
questão constitucional, deverá conceder prazo de 15 (quinze) dias para que o recorrente demonstre
a existência de repercussão geral e se manifeste sobre a questão constitucional.
Parágrafo único. Cumprida a diligência de que trata o caput, o relator remeterá o recurso ao Supremo
Tribunal Federal, que, em juízo de admissibilidade, poderá devolvê-lo ao Superior Tribunal de Justiça.

Essa regra concretiza o princípio da fungibilidade recursal.


Se o recurso especial versar sobre uma questão constitucional, em atenção ao princípio da
primazia da decisão de mérito e ao princípio da cooperação, o recurso será remetido ao STF,
em vez de ser extinto sem análise do mérito recursal.
Cabe ao relator, verificando que a questão é constitucional, conceder ao recorrente prazo
de 15 dias para que o recorrente demonstre a existência de repercussão geral, que é requisito
do RE e para que manifeste-se sobre a questão constitucional.
Em seguida, há a intimação do recorrido para apresentação das contrarrazões e a remessa
dos autos ao STF.
O STF pode devolver o recurso ao STJ?
Sim. O STF faz o juízo de admissibilidade e se entender que não há questão constitucional
envolvida, pode devolver o recurso ao STJ.
Há também regra em sentido oposto, ou seja, no sentido de permitir a conversão do Recur-
so Extraordinário em Recurso Especial. Confira:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 13 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

CPC
Art. 1.033. Se o Supremo Tribunal Federal considerar como reflexa a ofensa à Constituição afirma-
da no recurso extraordinário, por pressupor a revisão da interpretação de lei federal ou de tratado,
remetê-lo-á ao Superior Tribunal de Justiça para julgamento como recurso especial.

Essas duas regras dispostas nos artigos 1.032 e 1.033 do CPC criam o que a doutrina cos-
tuma chamar de livre trânsito de recursos entre o STF e o STJ.
Sobre esse tema, temos os seguintes enunciados do Fórum Permanente de Processua-
listas Civis:

Enunciado 564 do FPPC: Os arts. 1.032 e 1.033 devem ser aplicados aos recursos inter-
postos antes da entrada em vigor do CPC de 2015 e ainda pendentes de julgamento.
Enunciado 565 do FPPC: Na hipótese de conversão de recurso extraordinário em recurso
especial ou vice-versa, após a manifestação do recorrente, o recorrido será intimado para,
no prazo do caput do art. 1.032, complementar suas contrarrazões.
Enunciado 566 do FPPC: Na hipótese de conversão do recurso extraordinário em recurso
especial, nos termos do art. 1.033, cabe ao relator conceder o prazo do caput do art.
1.032 para que o recorrente adapte seu recurso e se manifeste sobre a questão infracons-
titucional.

Recurso Extraordinário
Cabe ao STF a função de guarda da Constituição Federal e a interpretação das normas
constitucionais.
Qual a finalidade do Recurso Extraordinário?
É assegurar que o sistema jurídico respeite a Constituição Federal. Assim, podemos afir-
mar que o recurso extraordinário é um instrumento utilizado para levar ao STF as ofensas à
Constituição Federal e garantir a integridade do sistema jurídico constitucional.
Suas hipóteses de cabimento estão previstas na Constituição Federal. Vamos conferir:

CF
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, caben-
do-lhe:
III – julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quan-
do a decisão recorrida:
a) contrariar dispositivo desta Constituição;
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição.
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 14 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

Vimos acima que o REsp possui como requisito indispensável que a causa tenha sido deci-
dida em única ou última instância pelos TRFs ou tribunais estaduais. Já no RE, perceba que o
artigo 102, III, da CF não faz alusão a órgão jurisdicional. Apenas exige que a causa tenha sido
decidida em única ou última instância.

Professora, é admissível o RE de acórdão proferido pelo Juizado Especial Cível?

Sim. Diferentemente do que estudamos quanto ao REsp, cabe RE em face de acórdão pro-
ferido no âmbito do Juizado Especial Cível. Isso porque o RE não exige que o acórdão provenha
de um tribunal, podendo vir de turma recursal.
Nesse sentido há até uma súmula do STF. Confira:

Súmula 640 do STF: É cabível recurso extraordinário contra decisão proferida por juiz de
primeiro grau nas causas de alçada, ou por turma recursal de juizado especial cível e cri-
minal.

Observe o seguinte: o STF tem entendimento de que não cabe RE contra decisão proferida
no processamento de precatórios, sob o fundamento de que a decisão, nesse caso, tem natu-
reza administrativa.
Há súmula nesse sentido:

Súmula 733 do STF: Não cabe recurso extraordinário contra decisão proferida no proces-
samento de precatórios.

Também, de acordo com o entendimento do STF, não é cabível o RE contra acórdão que
defere liminar. E a razão aqui é simples: o acórdão que defere a medida liminar é uma decisão
provisória, e não final. E por ser provisória, não tem, ainda, aptidão para instaurar o contencioso
constitucional perante o STF.

Súmula 735 do STF: Não cabe recurso extraordinário contra acórdão que defere medida
liminar.

O rol do artigo 102, III da CF é taxativo ou exemplificativo?


É taxativo. Somente nas hipóteses nele previstas é que caberá a interposição do RE.
Vamos tratar das hipóteses de cabimento do RE?

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 15 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

CONTRARIEDADE A DISPOSITIVO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL


(Art. 102, III, a, CF)

Um ponto importante deve ser entendido: não se admite o recurso extraordinário com base
nesta alínea “a” do artigo 102, III da CF se a ofensa à Constituição Federal for apenas indireta.
Há necessidade de que a decisão recorrida afronte diretamente a CF, ou seja, não basta
que a decisão recorrida afronte diretamente uma lei ordinária e apenas indiretamente/reflexa-
mente a CF.
Assim, por exemplo, se um decreto extrapolar o poder regulamentar, estaremos diante de
uma ofensa ao princípio da legalidade. Portanto, não cabe RE e sim o REsp por ofensa ao dis-
positivo do decreto que extrapolou.
Nesse sentido:

Súmula 636 do STF: Não cabe recurso extraordinário por contrariedade ao princípio cons-
titucional da legalidade, quando a sua verificação pressuponha rever a interpretação dada
a normas infraconstitucionais pela decisão recorrida.

Professora, imagine que eu interponha um RE e o STF entenda que há, na verdade, ofensa
meramente reflexa à CF. O que deve ser feito?

Nesse caso, aplica-se o disposto no artigo 1.033 do CPC (já estudado acima) que determi-
na a conversão do RE em REsp com a remessa dos autos ao STJ.

CPC
Art. 1.033. Se o Supremo Tribunal Federal considerar como reflexa a ofensa à Constituição afirmada
no recurso extraordinário, por pressupor a revisão da interpretação de lei federal ou de tratado, reme-
tê-lo-á ao Superior Tribunal de Justiça para julgamento como recurso especial.

Observe, no entanto, que essa não será a solução quando o acordão for proveniente de
turma recursal do juizado especial, pois já sabemos que não cabe REsp nesse caso e, portanto,
não haveria como converter o RE em REsp.

INCONSTITUCIONALIDADE DE TRATADO OU LEI FEDERAL


(Art. 102, III, b, CF)

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 16 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

Estamos diante de uma hipótese em que a decisão recorrida reconheceu a inconstituciona-


lidade de um tratado ou de uma lei federal.
Para o cabimento do RE com base na alínea “b” do artigo 102, III da CF, é preciso que o tri-
bunal recorrido observe a cláusula de reserva de plenário.

Como assim, professora?

O plenário ou o órgão especial do tribunal proclama a inconstitucionalidade da norma. Em


seguida, o caso volta para julgamento no órgão fracionário. Desse julgamento é que cabe o
recurso extraordinário com fundamento na alínea “b”.
Se, por acaso, o tribunal não obedecer a cláusula de reserva de plenário e reconhecer a
inconstitucionalidade da lei federal ou tratado, cabe RE, mas não com base na alínea “b” e sim
com base na alínea “a”, por ofensa ao disposto no artigo 97 da Constituição Federal.

CF
Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo
órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Po-
der Público.

Mas observe o seguinte... antes de interpor o RE, é preciso opor embargos de declaração
para que o tribunal supra a omissão quanto à aplicação do artigo 97 da CF e para que seja
cumprido o requisito do pré-questionamento.

VALIDADE DE LEI OU ATO DE GOVERNO LOCAL CONTESTADO EM FACE DA CF


(Art. 102, III, c, CF)

Quando a decisão recorrida julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face da
CF é cabível o RE. Isso porque a decisão, nesse caso, privilegia a lei ou ato de governo local em
vez de privilegiar a CF.

JULGAR VÁLIDA LEI LOCAL CONTESTADA EM FACE DE LEI FEDERAL.


(Art. 102, III, d, CF)

Nessa hipótese de cabimento, a intenção é resguardar o regime hierárquico previsto na


Constituição Federal.
Se a decisão der validade a uma lei local em detrimento de uma lei federal, estamos diante
de afronta à própria Constituição que previu essa hierarquia. Aqui, embora possa parecer que a

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 17 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

ofensa é reflexa ou indireta, a Emenda Constitucional 45/2004 fez questão de deixar expresso
no texto constitucional que não ao prever o cabimento do RE nesse caso.
Agora vamos falar de um ponto muito importante: A REPERCUSSÃO GERAL.
O artigo 102 da CF prevê em seu §3º o seguinte: No recurso extraordinário o recorrente
deverá demonstrar a repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, nos
termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do recurso, somente podendo recu-
sá-lo pela manifestação de dois terços de seus membros.
Esse parágrafo foi introduzido na nossa constituição pela Emenda Constitucional
n. 45/2004.
Perceba que o parágrafo traz um quorum qualificado de dois terços dos membros do Tribu-
nal para considerar que a questão não tem repercussão geral.
Desse modo, é possível dizer que há uma presunção a favor da existência da repercussão
geral no RE e com isso, o STF somente poderia afirmar o contrário, ou seja, que não há reper-
cussão geral, se dois terços dos seus membros deixassem de conhecer o recurso pela falta de
repercussão geral.
No STF temos onze ministros. Assim, para não conhecer do RE por ausência de repercus-
são geral, são necessários os votos de oito ministros nesse sentido.
No CPC, o artigo que trata da repercussão geral é o 1.035:

CPC
Art. 1.035. O Supremo Tribunal Federal, em decisão irrecorrível, não conhecerá do recurso extraor-
dinário quando a questão constitucional nele versada não tiver repercussão geral, nos termos deste
artigo.

Professora, então o recorrente tem que fundamentar seu recurso em uma das hipóteses
do artigo 102, III, da CF e, além disso, demonstrar a repercussão geral?

Isso mesmo. Captou a mensagem!


Depois que for reconhecida a repercussão geral do recurso, há um prazo para que o Tribu-
nal julgue o recurso. Você sabe qual é o prazo?
O prazo é de um ano. Veja:

CPC
Art. 1.035. § 9º O recurso que tiver a repercussão geral reconhecida deverá ser julgado no prazo de
1 (um) ano e terá preferência sobre os demais feitos, ressalvados os que envolvam réu preso e os
pedidos de habeas corpus .

Mas, afinal, o que é repercussão geral?

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 18 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

Inicialmente você precisa entender que repercussão geral é um conceito aberto que tem
sua dimensão delimitada pela interpretação constitucional que o STF faz, bem como da análi-
se das circunstâncias do caso concreto.
A ideia da repercussão geral é que haja a demonstração de que aquela questão constitu-
cional objeto do recurso ultrapasse o interesse das partes e atinja ou reflita interesse de boa
parte da coletividade.
O artigo 1.035 § 1º do CPC aduz que “para efeito de repercussão geral, será considerada
a existência ou não de questões relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou
jurídico que ultrapassem os interesses subjetivos do processo”.
Perceba, pela própria redação do § 1º do artigo 1.035 do CPC que estamos diante de con-
ceitos jurídicos indeterminados e não temos como, de antemão, afirmar o que tem ou o que
não tem repercussão geral, mas é possível verificar situações que demonstram indícios da
existência de repercussão geral, como, por exemplo, causas coletivas que versam sobre temas
constitucionais e questões relacionadas à aplicação de direitos fundamentais.
Há, entretanto, algumas situações previstas pelo legislador, em que há, de forma absoluta,
presunção de repercussão geral.
São elas:

CPC
Art. 1.035.
§ 3º Haverá repercussão geral sempre que o recurso impugnar acórdão que:
I – contrarie súmula ou jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal;
III – tenha reconhecido a inconstitucionalidade de tratado ou de lei federal, nos termos do art. 97 da
Constituição Federal.

Alguns doutrinadores entendem que a repercussão geral deve vir demonstrada pelo recor-
rente em preliminar formal e fundamentada, sob pena de o recurso ser indeferido de plano.
Por outro lado, o FPPC possui o enunciado n. 224 que aduz: “A existência de repercussão
geral terá de ser demonstrada de forma fundamentada, sendo dispensável sua alegação em
preliminar ou em tópico específico”.

Professora, atualmente como se dá o procedimento para análise da existência ou não da


repercussão geral?

Observando-se as regras do Regimento Interno do STF, que prevê o julgamento eletrônico,


também chamado de plenário virtual.

RISTF
Art. 323. Quando não for caso de inadmissibilidade do recurso por outra razão, o(a) Relator(a) ou o
Presidente submeterá, por meio eletrônico, aos demais ministros, cópia de sua manifestação sobre
a existência, ou não, de repercussão geral.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 19 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

Então, funciona da seguinte maneira:


O relator do recurso examina se estão presentes os requisitos de admissibilidade do RE,
como a tempestividade, o prequestionamento e o preparo. Estando ausentes esses requisitos,
o relator nega seguimento do RE. Estando presentes, e não sendo o caso de um recurso que
tenha presunção absoluta de repercussão geral, o relator manifesta-se sobre a existência ou
não da repercussão geral e submete a questão aos outros ministros por meio eletrônico. Esses
outros ministros se manifestam num prazo de 20 dias. Confira:

RISTF
Art. 324. Recebida a manifestação do(a) Relator(a), os demais ministros encaminhar-lhe-ão, tam-
bém por meio eletrônico, no prazo comum de 20 (vinte) dias, manifestação sobre a questão da
repercussão geral.

E se não se manifestarem no prazo de 20 dias?


Se no prazo de 20 dias o relator não receber o número suficiente de manifestações
contrárias à existência de repercussão geral, está cumprido o requisito e será confirmada a
existência da repercussão geral, por meio de julgamento tácito ou implícito.
Assim, perceba que esse prazo de 20 dias é preclusivo, ou seja, se o ministro não se
manifestar no prazo, entende-se que ele reconheceu a existência de repercussão geral.
Admite-se a intervenção de amicus curiae na análise da repercussão geral?
Sim. Veja o que diz o artigo 1.035 §4º do CPC:

CPC
Art. 1.035. § 4º. O relator poderá admitir, na análise da repercussão geral, a manifestação de
terceiros, subscrita por procurador habilitado, nos termos do Regimento Interno do Supremo Tri-
bunal Federal.

Essa admissão do amicus curiae nesse tipo de procedimento se justifica no fato de que
é necessário aprofundar o debate em torno da repercussão geral e da formação de um pre-
cedente obrigatório.
Outro ponto importante que você precisa estudar é a questão da suspensão de processos.
O §5º do artigo 1.035 do CPC aduz que o relator no STF, ao ser reconhecida a reper-
cussão geral, determinará a suspensão do processamento de todos os processos penden-
tes que versem sobre a questão no território nacional, sejam eles individuais, sejam eles
coletivos.
A suspensão, como pudemos observar, é do processamento de todos os processos que
versem sobre a questão no território nacional, e não apenas em um Estado ou em uma re-
gião. Além disso, atinge os processos individuais e os coletivos.
Confira:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 20 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

CPC
Art. 1.035. § 5º. Reconhecida a repercussão geral, o relator no Supremo Tribunal Federal determi-
nará a suspensão do processamento de todos os processos pendentes, individuais ou coletivos,
que versem sobre a questão e tramitem no território nacional.

Esse parágrafo diz respeito apenas aos casos em que a repercussão geral for julgada
de acordo com a técnica dos recursos extraordinários repetitivos. Essa regra não se aplica
quando o RE for julgado por uma turma e nem quando o RE for julgado em incidente de as-
sunção de competência, pois, como vimos em aula anterior, nesse caso pressupõe-se a não
repetição em múltiplos processos, conforme o disposto no artigo 947 do CPC.

Professora, essa suspensão de processos é automática?

Não. Já há entendimento do STF a esse respeito, no sentido que a suspensão dos pro-
cessos prevista no § 5º do artigo 1.035 do CPC não é uma consequência automática do reco-
nhecimento da repercussão geral, devendo haver, então, manifestação do relator do recurso
paradigma a respeito da suspensão ou não.
Confira trecho da ementa:

(...) 2. A suspensão de processamento prevista no § 5º do art. 1.035 do CPC não é conse-


quência automática e necessária do reconhecimento da repercussão geral realizada com
fulcro no caput do mesmo dispositivo, sendo da discricionariedade do relator do recurso
extraordinário paradigma determiná-la ou modulá-la.
(...)
RE 966.177, Dje 01.02.2019

Agora veja que interessante:


É possível que um RE seja intempestivo. Nesse caso, o interessado pode requerer, ao presi-
dente ou ao vice-presidente do tribunal de origem, que o exclua da decisão de sobrestamento
e o inadmita, tendo o recorrente o prazo de 5 (cinco) dias para manifestar-se sobre esse reque-
rimento, conforme o disposto no § 6º do artigo 1.035 do CPC.
A finalidade desse requerimento é evitar que um recurso intempestivo possa impedir o
reconhecimento do trânsito em julgado, permanecendo suspenso, pois, não há salvação para
a intempestividade, não havendo qualquer razão para que esse recurso permaneça suspenso
já que ele é intempestivo.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 21 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

Professora, caso o interessado perceba que o RE é intempestivo e faça esse requerimento


que você acabou de explicar... Se o requerimento for indeferido, cabe algum recurso?

Cabe sim. O agravo interno, previsto no artigo 1.021 do CPC. Veja o que diz o artigo 1.035
§ 7º do CPC:

CPC
Art. 1.035. § 7º. Da decisão que indeferir o requerimento referido no § 6º ou que aplicar entendi-
mento firmado em regime de repercussão geral ou em julgamento de recursos repetitivos caberá
agravo interno.

Se, após todo esse procedimento, a repercussão geral for negada, o que ocorre?
O presidente ou o vice-presidente do tribunal de origem negará seguimento aos recursos
extraordinários sobrestados na origem que versem sobre matéria idêntica. Tranquilo, não é?
Por fim, perceba que cabe somente ao STF analisar se há repercussão geral ou não. Se
outro tribunal fizer essa análise, haverá usurpação da competência do STF.

CPC
Art. 1.035. § 2º. O recorrente deverá demonstrar a existência de repercussão geral para apre-
ciação exclusiva pelo Supremo Tribunal Federal.

Recursos Extraordinário e Especial Repetitivos

Sabemos que, no judiciário brasileiro, a quantidade de ações que se repetem é enorme. Por
conta disso, passou-se a ter grande preocupação com essa proliferação de recursos especiais
e extraordinários no âmbito do STJ e do STF.
Em decorrência dessa preocupação, foi editada a Lei n. 11.672/2008 que estabeleceu o
procedimento para o julgamento de recursos repetitivos no âmbito do Superior Tribunal de Jus-
tiça. Essa Lei tem como finalidade dar maior agilidade ao julgamento dos recursos de natureza
extraordinária e evitar que os Tribunais Superiores tenham que examinar individualmente cada
recurso dentre aqueles que versem sobre a mesma questão de direito, num verdadeiro trabalho
de enxugar gelo.
Assim, com o surgimento dos Recursos Extraordinários e Especiais repetitivos, permite-se
o julgamento da questão uma única vez, repercutindo-se a decisão sobre os outros recursos
interpostos, evitando-se a inútil repetição de julgamentos idênticos.
Como se dá o julgamento?
Inicialmente, o presidente ou ao vice-presidente do tribunal, percebendo que há uma multi-
plicidade de recursos extraordinários ou especiais versando sobre idêntica questão de direito,
seleciona dois ou mais recursos que serão os representativos da controvérsia. Esses recursos

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 22 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

são encaminhados ao STF ou ao STJ. Em seguida, determina-se a suspensão do trâmite de


todos os processos pendentes, individuais ou coletivos, que tramitem no Estado ou na região,
conforme o caso. Essa suspensão é obrigatória e o julgamento proferido no recurso repetitivo
terá eficácia vinculante sobre todos os processos em curso no território nacional.
A escolha feita pelo presidente ou vice-presidente quanto aos recursos representativos da
controvérsia não vinculam o relator no tribunal superior. E o que isso significa? Que o relator no
STF ou STJ pode selecionar outros recursos representativos da controvérsia.
Quanto à escolha dos recursos representativos da controvérsia, há entendimento doutriná-
rio no sentido de que deve-se dar preferência às demandas coletivas. Veja:

Enunciado 615 do FPPC: Na escolha dos casos paradigmas, devem ser preferidas, como
representativas da controvérsia, demandas coletivas às individuais, observados os requi-
sitos do art. 1.036, especialmente do respectivo § 6º.

CPC
Art. 1.036. Sempre que houver multiplicidade de recursos extraordinários ou especiais com funda-
mento em idêntica questão de direito, haverá afetação para julgamento de acordo com as disposi-
ções desta Subseção, observado o disposto no Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal e
no do Superior Tribunal de Justiça.
§ 1º O presidente ou o vice-presidente de tribunal de justiça ou de tribunal regional federal seleciona-
rá 2 (dois) ou mais recursos representativos da controvérsia, que serão encaminhados ao Supremo
Tribunal Federal ou ao Superior Tribunal de Justiça para fins de afetação, determinando a suspensão
do trâmite de todos os processos pendentes, individuais ou coletivos, que tramitem no Estado ou
na região, conforme o caso.
§ 4º A escolha feita pelo presidente ou vice-presidente do tribunal de justiça ou do tribunal regional
federal não vinculará o relator no tribunal superior, que poderá selecionar outros recursos represen-
tativos da controvérsia.
§ 5º O relator em tribunal superior também poderá selecionar 2 (dois) ou mais recursos represen-
tativos da controvérsia para julgamento da questão de direito independentemente da iniciativa do
presidente ou do vice-presidente do tribunal de origem.
§ 6º Somente podem ser selecionados recursos admissíveis que contenham abrangente argumen-
tação e discussão a respeito da questão a ser decidida.

Selecionados os recursos, aplica-se o disposto no artigo 1.037 do CPC:

CPC
Art. 1.037. Selecionados os recursos, o relator, no tribunal superior, constatando a presença do pres-
suposto do caput do art. 1.036, proferirá decisão de afetação, na qual:
I – identificará com precisão a questão a ser submetida a julgamento;

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 23 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

II – determinará a suspensão do processamento de todos os processos pendentes, individuais ou


coletivos, que versem sobre a questão e tramitem no território nacional;
III – poderá requisitar aos presidentes ou aos vice-presidentes dos tribunais de justiça ou dos tribu-
nais regionais federais a remessa de um recurso representativo da controvérsia.

Quanto ao sobrestamento dos feitos, há o seguinte entendimento do FPPC:

Enunciado 364 do FPPC: O sobrestamento da causa em primeira instância não ocorrerá


caso se mostre necessária a produção de provas para efeito de distinção de precedentes.

Professora, essa suspensão prevista no artigo 1.037, II do CPC alcança também os pro-
cessos dos juizados especiais?

Sim. Veja o entendimento do FPPC:

Enunciado 480 do FPPC: Aplica-se no âmbito dos juizados especiais a suspensão dos
processos em trâmite no território nacional, que versem sobre a questão submetida ao
regime de julgamento de recursos especiais e extraordinários repetitivos, determinada
com base no art. 1.037, II.

Em quanto tempo esses recursos afetados devem ser julgados?


Em um ano. Observe, ainda, que eles têm preferência sobre os demais julgados, exceto os
processos que envolvam réu preso e os pedidos de habeas corpus.
Finalizado esse prazo, se não julgados os recursos, cessa automaticamente a afetação, e
os processos suspensos em todo o território nacional retomam o seu curso normal.

CPC
Art. 1.037. § 4º. Os recursos afetados deverão ser julgados no prazo de 1 (um) ano e terão preferên-
cia sobre os demais feitos, ressalvados os que envolvam réu preso e os pedidos de habeas corpus.

Professora, uma vez determinada a suspensão de um processo, é possível que o recor-


rente se insurja contra essa decisão que o suspendeu?

Sim. Da decisão do relator ou juiz que suspende o processo, as partes devem ser intima-
das. Não se conformando com a suspensão, as partes podem requerer o prosseguimento do
processo, demonstrando que entre a questão objeto do julgamento repetitivo e a questão dis-
cutida no seu processo há uma distinção (distinguishing).

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 24 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

Esse requerimento é dirigido ao juiz ou ao relator e a parte contrária deve ser ouvida em
cinco dias. Contra a decisão que versar sobre esse requerimento, cabe agravo de instrumento
se o processo estiver tramitando em primeira instância ou agravo interno se for uma decisão
de relator.
Vamos conferir:

CPC
Art. 1.037.
§ 8º As partes deverão ser intimadas da decisão de suspensão de seu processo, a ser proferida pelo
respectivo juiz ou relator quando informado da decisão a que se refere o inciso II do caput .
§ 9º Demonstrando distinção entre a questão a ser decidida no processo e aquela a ser julgada no re-
curso especial ou extraordinário afetado, a parte poderá requerer o prosseguimento do seu processo.
§ 10. O requerimento a que se refere o § 9º será dirigido:
I – ao juiz, se o processo sobrestado estiver em primeiro grau;
II – ao relator, se o processo sobrestado estiver no tribunal de origem;
III – ao relator do acórdão recorrido, se for sobrestado recurso especial ou recurso extraordinário no
tribunal de origem;
IV – ao relator, no tribunal superior, de recurso especial ou de recurso extraordinário cujo processa-
mento houver sido sobrestado.
§ 11. A outra parte deverá ser ouvida sobre o requerimento a que se refere o § 9º, no prazo de 5
(cinco) dias.
§ 13. Da decisão que resolver o requerimento a que se refere o § 9º caberá:
I – agravo de instrumento, se o processo estiver em primeiro grau;
II – agravo interno, se a decisão for de relator.

Professora, e se a parte tinha razão e conseguir demonstrar a distinção entre o seu caso
e o recurso representativo da controvérsia... o que acontece?

O processo prossegue na forma do § 12 do artigo 1.037 do CPC.

CPC
Art. 1.037. § 12. Reconhecida a distinção no caso:
I – dos incisos I, II e IV do § 10, o próprio juiz ou relator dará prosseguimento ao processo;
II – do inciso III do § 10, o relator comunicará a decisão ao presidente ou ao vice-presidente que
houver determinado o sobrestamento, para que o recurso especial ou o recurso extraordinário seja
encaminhado ao respectivo tribunal superior, na forma do art. 1.030, parágrafo único.

Entendido? Sim? Que bom...


Veja agora um ponto importante.
No julgamento do recurso especial ou extraordinário repetitivos, o relator tem um papel
fundamental. A ele cabe determinar diversas diligências, como, por exemplo, solicitar informa-
ções aos tribunais estaduais ou federais sobre a controvérsia.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 25 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

Além disso, ante o grande impacto que a decisão dos recursos afetados gera, o relator
pode admitir a manifestação de amicus curiae e marcar audiência pública para melhor instruir
o procedimento.
Veja:

CPC
Art. 1.038. O relator poderá:
I – solicitar ou admitir manifestação de pessoas, órgãos ou entidades com interesse na controvér-
sia, considerando a relevância da matéria e consoante dispuser o regimento interno;
II – fixar data para, em audiência pública, ouvir depoimentos de pessoas com experiência e conhe-
cimento na matéria, com a finalidade de instruir o procedimento;
III – requisitar informações aos tribunais inferiores a respeito da controvérsia e, cumprida a diligên-
cia, intimará o Ministério Público para manifestar-se.

Quanto à participação do amicus curiae, temos o seguinte enunciado:

Enunciado 659 do FPPC: O relator do julgamento de casos repetitivos e do incidente de


assunção de competência tem o dever de zelar pelo equilíbrio do contraditório, por exem-
plo solicitando a participação, na condição de amicus curiae, de pessoas, órgãos ou enti-
dades capazes de sustentar diferentes pontos de vista.

A manifestação do Ministério Público, nos casos em que ela deve ocorrer, deve ser feita no
prazo de 15 dias.
Em seguida, o processo é incluído em pauta para julgamento.

CPC
Art. 1.038. §2º. Transcorrido o prazo para o Ministério Público e remetida cópia do relatório aos de-
mais ministros, haverá inclusão em pauta, devendo ocorrer o julgamento com preferência sobre os
demais feitos, ressalvados os que envolvam réu preso e os pedidos de habeas corpus.

Ótimo! E o que acontece após o julgamento?

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 26 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

CPC
Art. 1.040. Publicado o acórdão paradigma:
I – o presidente ou o vice-presidente do tribunal de origem negará seguimento aos recursos espe-
ciais ou extraordinários sobrestados na origem, se o acórdão recorrido coincidir com a orientação
do tribunal superior;
II – o órgão que proferiu o acórdão recorrido, na origem, reexaminará o processo de competência
originária, a remessa necessária ou o recurso anteriormente julgado, se o acórdão recorrido contra-
riar a orientação do tribunal superior;
III – os processos suspensos em primeiro e segundo graus de jurisdição retomarão o curso para
julgamento e aplicação da tese firmada pelo tribunal superior;
IV – se os recursos versarem sobre questão relativa a prestação de serviço público objeto de con-
cessão, permissão ou autorização, o resultado do julgamento será comunicado ao órgão, ao ente ou
à agência reguladora competente para fiscalização da efetiva aplicação, por parte dos entes sujeitos
a regulação, da tese adotada.

Atente-se ao disposto no enunciado 482 do FPPC: Aplica-se o art. 1.040, I, aos recursos
extraordinários interpostos nas turmas ou colégios recursais dos juizados especiais cíveis,
federais e da fazenda pública.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 27 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

Pode acontecer de o tribunal de origem manter o acordão divergente. Nesse caso, o recur-
so especial ou extraordinário contra ele interposto será remetido ao tribunal superior.

Agravo em Recurso Especial e em Recurso Extraordinário


Você se lembra que comentei que o recurso especial e o recurso extraordinário são os
únicos recursos que permanecem com duplo juízo de admissibilidade e que o CPC de 2015
acabou com o duplo juízo de admissibilidade dos recursos de natureza ordinária?
Lembro, professora!
Que bom. Então, permaneça com essa informação na cabeça porque esse ponto é bastan-
te cobrado.
Quando o recorrente interpõe o REsp ou o RE, esses recursos são interpostos perante o
Presidente ou Vice--Presidente do Tribunal de origem.
A parte contrária é intimada para apresentar contrarrazões, no prazo de 15 dias.
Em seguida, vem o juízo de admissibilidade feito pelo Presidente ou Vice-Presidente do
tribunal local, que é chamado de juízo de admissibilidade provisório.
Confira:

CPC
Art. 1.030. Recebida a petição do recurso pela secretaria do tribunal, o recorrido será intimado para
apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias, findo o qual os autos serão conclusos ao
presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, que deverá:
V – realizar o juízo de admissibilidade e, se positivo, remeter o feito ao Supremo Tribunal Federal ou
ao Superior Tribunal de Justiça, desde que:
a) o recurso ainda não tenha sido submetido ao regime de repercussão geral ou de julgamento de
recursos repetitivos
b) o recurso tenha sido selecionado como representativo da controvérsia; ou
c) o tribunal recorrido tenha refutado o juízo de retratação.

Quando o processo sobre ao tribunal superior, lá é exercido o juízo definitivo de admis-


sibilidade.
A admissão do recurso pelo presidente ou vice-presidente do tribunal local não gera qual-
quer vinculação para o tribunal superior, ok?
Se o juízo provisório de admissibilidade é positivo, estamos diante de uma decisão irrecorrível.
Se o juízo provisório de admissibilidade é negativo, estamos diante de uma decisão recorrível.
Já o juízo provisório negativo de admissibilidade é recorrível e o recurso cabível é o agravo
em REsp ou RE.
Assim, podemos conceituar o agravo em recurso especial ou extraordinário como sendo
o recurso cabível em face da decisão que, em juízo provisório de admissibilidade, inadmite o
recurso especial ou extraordinário.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 28 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

CPC
Art. 1.042. Cabe agravo contra decisão do presidente ou do vice-presidente do tribunal recorrido
que inadmitir recurso extraordinário ou recurso especial, salvo quando fundada na aplicação de
entendimento firmado em regime de repercussão geral ou em julgamento de recursos repetitivos.

Quanto à parte final desse artigo, perceba que se o recurso especial ou extraordinário for
inadmitido pelo presidente ou vice-presidente do tribunal de origem em razão da aplicação de
precedente de recurso especial repetitivo ou de repercussão geral. Nesse caso, não caberá o
agravo em recurso especial ou em recurso extraordinário
O recurso cabível será o agravo interno, que, nessa situação, tem a finalidade de demons-
trar a distinção e deixar de aplicar o precedente ao caso.
É possível que tanto o REsp como o RE sejam inadmitidos. Nesse caso, deve o recorrente
interpor um agravo para cada recurso não admitido.

CPC
Art. 1.042. § 6º. Na hipótese de interposição conjunta de recursos extraordinário e especial, o agra-
vante deverá interpor um agravo para cada recurso não admitido.

Como ele é processado?


Nos próprios autos e não por instrumento.
Enunciado 215 do FPPC: O agravo em recurso especial ou extraordinário será interposto
nos próprios autos.

Professora, esse recurso requer o pagamento de preparo?

Não!
Segundo o § 2º do art. 1.042 do CPC, o agravo em recurso especial ou extraordinário não
se sujeita a preparo.

Art. 1042 § 2º CPC. A petição de agravo será dirigida ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal
de origem e independe do pagamento de custas e despesas postais, aplicando-se a ela o regime de
repercussão geral e de recursos repetitivos, inclusive quanto à possibilidade de sobrestamento e do
juízo de retratação.

É um recurso que admite retratação. Veja:

CPC
Art. 1.042. § 4º. Após o prazo de resposta, não havendo retratação, o agravo será remetido ao tribu-
nal superior competente.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 29 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

O procedimento desse recurso segue os seguintes passos: interposição, apresentação de


contrarrazões em 15 dias, possibilidade de retratação, e caso não haja a retratação, os autos
são remetidos ao tribunal superior.
Esse recurso não tem juízo provisório de admissibilidade. Isso quer dizer que, de todo
modo, não havendo retratação, os autos serão encaminhados pelo presidente ou vice-presi-
dente do tribunal de origem ao STJ ou ao STF, conforme o caso, não podendo o presidente ou
vice negar-lhe seguimento.
E se por acaso, o presidente ou vice-presidente do tribunal de origem inadmitir o agravo
em recurso especial ou extraordinário, cabe reclamação por usurpação de competência, nos
termos do artigo 988, I do CPC.
Enunciado 685 do FPPC: Cabe reclamação, por usurpação de competência do Tribunal
Superior, contra decisão do tribunal local que não admite agravo em recurso especial ou em
recurso extraordinário.
Chegando nos tribunais superiores, temos as seguintes possibilidades:
Se o tribunal superior entender que o agravo é manifestamente inadmissível, não o conhe-
cerá. Assim, o REsp ou RE não será examinado no tribunal superior.
Se o tribunal superior entender que o agravo deve ser conhecido, mas negar-lhe provimen-
to, por entender que a decisão que não admitiu o REsp ou RE estava correta, o REsp ou RE nem
serão conhecidos.
Se o tribunal superior entender que o REsp ou RE são manifestamente inadmissíveis, preju-
dicados ou contrários a súmula do tribunal, a acórdão proferido pelo STF ou STJ em julgamento
de recursos repetitivos ou a entendimento firmado em incidente de assunção de competência,
conhecerá do agravo para negar-lhe provimento.
Se o tribunal superior entender que o acórdão recorrido está em conflito com súmula do
tribunal, com acórdão proferido pelo STF ou STJ em julgamento de recursos repetitivos ou com
entendimento firmado em incidente de assunção de competência, conhece do agravo para dar
provimento ao REsp ou RE.

CPC
Art. 1.042.
§7º Apenas um agravo, o recurso será remetido ao tribunal competente, e, havendo interposição
conjunta, os autos serão remetidos ao Superior Tribunal de Justiça.
§8º Concluído o julgamento do agravo pelo Superior Tribunal de Justiça e, se for o caso, do recurso
especial, independentemente de pedido, os autos serão remetidos ao Supremo Tribunal Federal para
apreciação do agravo a ele dirigido, salvo se estiver prejudicado.

Embargos de Divergência
Os embargos de divergência são uma espécie recursal que tem a finalidade de uniformizar
a jurisprudência interna do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça, em

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 30 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

nítido atendimento ao comando do disposto no artigo 926 do CPC que determina que os tribu-
nais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e coerente.
Para fins de garantir a segurança jurídica e a igualdade, temos que ter em mente que casos
iguais merecem ter tratamento igual por parte do Poder Judiciário e assim, as decisões, quan-
do divergentes, principalmente dentro do STF e STJ que têm finalidade de interpretar definiti-
vamente a CF e a legislação infraconstitucional em todo o país, precisam ser uniformizadas.
Assim, podemos afirmar que os embargos de divergência possuem as seguintes finalidades:

Quais são as hipóteses de cabimento?

CP
Art. 1.043. É embargável o acórdão de órgão fracionário que:
I – em recurso extraordinário ou em recurso especial, divergir do julgamento de qualquer outro órgão
do mesmo tribunal, sendo os acórdãos, embargado e paradigma, de mérito;
III – em recurso extraordinário ou em recurso especial, divergir do julgamento de qualquer outro
órgão do mesmo tribunal, sendo um acórdão de mérito e outro que não tenha conhecido do recurso,
embora tenha apreciado a controvérsia;

Observe, inicialmente, que os embargos de divergência são cabíveis apenas no STF e no


STJ e dos julgamentos proferidos por seus órgãos fracionários. Não é possível a oposição de
embargos de divergência em outros tribunais.
Como é a composição do STF?
O STF é composto de 11 ministros. Há um plenário (composto pela totalidade dos minis-
tros) e duas turmas. As duas turmas são os órgãos fracionários do STF. Assim, no STF, os
embargos de divergência cabem do julgamento de turma.
Como é a composição do STJ?
O STJ possui turmas, seções e uma corte especial. A corte especial, por desempenhar o
mesmo papel que o plenário, não deve ser considerada um órgão fracionário. Assim, no STJ,
os embargos de divergência são cabíveis de acórdãos proferidos por turmas ou por seções.
Quais são os pressupostos para o cabimento dos embargos de divergência?

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 31 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

E o que deve ser demonstrado pelo embargante no recurso?


Que há outro acórdão, do próprio tribunal, que adotou entendimento contrário ao do acór-
dão recorrido, postulando a reforma ou invalidação do julgado para que seja adotado aquele
entendimento manifestado no outro acórdão. Esse outro acórdão, indicado nas razões dos
embargos, é denominado acórdão paradigma.
Essa divergência pode dizer respeito apenas ao mérito, professora?
Não! A divergência pode dizer respeito tanto ao mérito quanto à admissibilidade do recurso
especial ou do extraordinário.
Basta lermos o teor do artigo 1.043 novamente para percebermos isso. Confira:

CP
Art. 1.043. É embargável o acórdão de órgão fracionário que:
I – em recurso extraordinário ou em recurso especial, divergir do julgamento de qualquer outro órgão
do mesmo tribunal, sendo os acórdãos, embargado e paradigma, de mérito;
III – em recurso extraordinário ou em recurso especial, divergir do julgamento de qualquer outro
órgão do mesmo tribunal, sendo um acórdão de mérito e outro que não tenha conhecido do recurso,
embora tenha apreciado a controvérsia;

No entanto, perceba o seguinte:


Embora a divergência possa dizer respeito tanto ao mérito quanto à admissibilidade do
recurso especial ou do extraordinário, é necessário que haja similitude fática entre o caso que
será julgado e o paradigma, ou seja, não cabem embargos de divergência, quando o acórdão
embargado tratar do mérito e o paradigma tratar da inadmissibilidade do recurso especial.
Fique atento(a) quanto ao seguinte ponto: essa similitude fática não será exigida quando
a divergência tiver relação com o direito processual. Nessa situação, basta que a matéria pro-
cessual seja idêntica.
Veja agora o que diz o artigo 1.043 §1º do CPC: “Poderão ser confrontadas teses jurídicas
contidas em julgamentos de recursos e de ações de competência originária.”
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 32 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

Sabe o que isso quer dizer?


Nadaaa!!!
Brincadeira (rssrsrsrs)...Eu apenas quis imitar o Tadeu Schimidt.
Significa que o aresto utilizado como paradigma pode ter sido prolatado em julgamento de
qualquer recurso e toda e qualquer divergência interna a respeito de questão federal, seja ela
constitucional ou infraconstitucional permite os embargos de divergência.
Além disso, a divergência pode ser tanto de direito material como de direito processual. Veja:

CPC
Art. 1.043. § 2º. A divergência que autoriza a interposição de embargos de divergência pode verifi-
car-se na aplicação do direito material ou do direito processual.

Os embargos de divergência somente são cabíveis contra acórdão. Não é possível embar-
gos de divergência contra decisão unipessoal. Além disso, somente acórdão pode ser utilizado
como paradigma.
Por isso, de uma decisão monocrática proferida no RE ou no REsp, cabe agravo interno. Jul-
gado esse agravo interno, surge um acórdão e aí sim seria possível os embargos de divergência.
Enunciado 230 do FPPC: “Cabem embargos de divergência contra acórdão que, em agra-
vo interno ou agravo em recurso especial ou extraordinário, decide recurso especial ou extra-
ordinário”.
Além disso, contra o acórdão que julga o agravo do artigo 1042 do CPC, que resulte no
não conhecimento do recurso extraordinário ou recurso especial, não cabem os embargos de
divergência.
Essa afirmação pode ser extraída do teor da súmula 315 do STJ, que tem uma redação ain-
da antiga (ainda mencionando agravo de instrumento) porque foi editada na vigência do CPC
de 1973, mas cujo sentido ainda tem aplicação:

Súmula 315 do STJ: Não cabem embargos de divergência no âmbito do agravo de instru-
mento que não admite recurso especial.

Outro ponto de extrema importância: a divergência, para que sejam cabíveis os embargos
de divergência, precisa ser atual.

Súmula 168 do STJ: “Não cabem embargos de divergência, quando a jurisprudência do


tribunal se firmou no mesmo sentido do acórdão embargado”.

Há necessidade, nos embargos de divergência, de confronto analítico.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 33 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

O que é isso, professora?

Não está lembrando(a)? Estudamos acima quando tratamos do Recurso Especial interpos-
to com base na divergência jurisprudencial.
É a análise, a comparação, o cotejo entre o acórdão recorrido e o acórdão paradigma para
que se possa perceber se há ou não a similitude entre os casos.
Veja que o artigo 1.043 §4º do CPC prevê a necessidade desse cotejo:

Art. 1.043. § 4º O recorrente provará a divergência com certidão, cópia ou citação de repositório
oficial ou credenciado de jurisprudência, inclusive em mídia eletrônica, onde foi publicado o acórdão
divergente, ou com a reprodução de julgado disponível na rede mundial de computadores, indicando
a respectiva fonte, e mencionará as circunstâncias que identificam ou assemelham os casos con-
frontados.

Ah... E lembre-se! Não basta transcrever as ementas para demonstrar a divergência. É pre-
ciso mais esforço que isso! Há de se fazer uma verdadeira análise, fundamentando o motivo
pelo qual a divergência existe em casos semelhantes.
Assim, resumindo, nos embargos de divergência é necessário que:
• A decisão seja colegiada (acórdão) e não monocrática;
• A decisão seja proveniente de um órgão fracionário do STJ ou STF;
• Esse acórdão tenha decidido um RE ou um REsp;
• Haja similitude fática entre o caso a ser julgado e o caso paradigma;
• A divergência seja atual.
• Haja confronto analítico.

Sobre o procedimento dos embargos de divergência, o CPC previu a necessidade de obser-


var o que estiver disposto no regimento interno do STJ ou do STF. Confira:

CPC
Art. 1.044. No recurso de embargos de divergência, será observado o procedimento estabelecido no
regimento interno do respectivo tribunal superior.

A interposição dos embargos de divergência deve ocorrer no prazo de 15 (quinze) dias. As


contrarrazões também devem respeitar o prazo de 15 (quinze) dias.
No STF, as regras sobre o procedimento dos embargos de divergência previstas no regi-
mento interno são as seguintes:

Art. 330. Cabem embargos de divergência à decisão de Turma que, em recurso extraordinário ou em
agravo de instrumento, divergir de julgado de outra Turma ou do Plenário na interpretação do direito
federal.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 34 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

Art. 331. A divergência será comprovada mediante certidão, cópia autenticada ou pela citação do
repositório de jurisprudência, oficial ou credenciado, inclusive em mídia eletrônica, em que tiver sido
publicada a decisão divergente, ou ainda pela reprodução de julgado disponível na internet, com
indicação da respectiva fonte, mencionando, em qualquer caso, as circunstâncias que identifiquem
ou assemelhem os casos confrontados.
Art. 332. Não cabem embargos, se a jurisprudência do Plenário ou de ambas as Turmas estiver fir-
mada no sentido da decisão embargada, salvo o disposto no art. 103.
Art. 333. Cabem embargos infringentes à decisão não unânime do Plenário ou da Turma.
I – que julgar procedente a ação penal;
II – que julgar improcedente a revisão criminal;
III – que julgar a ação rescisória;
IV – que julgar a representação de inconstitucionalidade;
V – que, em recurso criminal ordinário, for desfavorável ao acusado.
Parágrafo único. O cabimento dos embargos, em decisão do Plenário, depende da existência, no
mínimo, de quatro votos divergentes, salvo nos casos de julgamento criminal em sessão secreta.
Art. 334. Os embargos de divergência e os embargos infringentes serão opostos no prazo de quinze
dias, perante a Secretaria, e juntos aos autos, independentemente de despacho.
Art. 335. Interpostos os embargos, o Relator abrirá vista ao recorrido, por quinze dias, para contrar-
razões.
§ 1º Transcorrido o prazo do caput, o Relator do acórdão embargado apreciará a admissibilidade do
recurso.
§ 2º Da decisão que não admitir os embargos, caberá agravo, em cinco dias, para o órgão compe-
tente para o julgamento do recurso.
§ 3º Admitidos os embargos, proceder-se-á à distribuição nos termos do art. 76.
Art. 336. Na sessão de julgamento, aplicar-se-ão, supletivamente, as normas do processo originário,
observado o disposto no art. 146.
Parágrafo único. Recebidos os embargos de divergência, o Plenário julgará a matéria restante, salvo
nos casos do art. 313, I e II, quando determinará a subida do recurso principal.

Atente-se para o fato de que você precisa ler o regimento interno com olhos atuais, lem-
brando que não temos mais no rol de recursos os embargos infringentes.
Vamos resumir os passos do procedimento dos embargos de divergência no âmbito do STF:
• Oposição dos embargos na Secretaria do STF;
• Juntada dos embargos aos autos;
• Conclusão dos embargos ao relator que admitirá ou não os embargos.
• Se os embargos forem admitidos, intima-se o recorrido para apresentação de contrarra-
zões no prazo de 15 dias;
• Inclusão em pauta;
• Julgamento.

No âmbito do STJ, o regimento interno traz as seguintes regras de procedimento:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 35 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

Art. 266. Cabem embargos de divergência contra acórdão de Órgão Fracionário que, em recurso
especial, divergir do julgamento atual de qualquer outro Órgão Jurisdicional deste Tribunal, sendo:
I – os acórdãos, embargado e paradigma, de mérito;
II – um acórdão de mérito e outro que não tenha conhecido do recurso, embora tenha apreciado a
controvérsia.
§ 1º Poderão ser confrontadas teses jurídicas contidas em julgamentos de recursos e de ações de
competência originária.
§ 2º A divergência que autoriza a interposição de embargos de divergência pode verificar-se na apli-
cação do direito material ou do direito processual.
§ 3º Cabem embargos de divergência quando o acórdão paradigma for do mesmo Órgão Fracioná-
rio que proferiu a decisão embargada, desde que sua composição tenha sofrido alteração em mais
da metade de seus membros.
§ 4º O recorrente provará a divergência com certidão, cópia ou citação de repositório oficial ou
credenciado de jurisprudência, inclusive em mídia eletrônica, em que foi publicado o acórdão diver-
gente, ou com a reprodução de julgado disponível na internet, indicando a respectiva fonte, e men-
cionará as circunstâncias que identificam ou assemelham os casos confrontados.
Art. 266-A. Os embargos de divergência serão juntados aos autos independentemente de despa-
cho, e sua oposição interrompe o prazo para interposição de recurso extraordinário por qualquer
das partes.
Art. 266-B. Se os embargos de divergência não forem providos ou não alterarem a conclusão do jul-
gamento anterior, o recurso extraordinário interposto pela outra parte antes da publicação do julga-
mento dos embargos de divergência será processado e julgado independentemente de ratificação.
Art. 266-C. Sorteado o relator, ele poderá indeferir os embargos de divergência liminarmente se
intempestivos ou se não comprovada ou não configurada a divergência jurisprudencial atual, ou
negar-lhes provimento caso a tese deduzida no recurso seja contrária a fixada em julgamento de
recurso repetitivo ou de repercussão geral, a entendimento firmado em incidente de assunção de
competência, a súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça ou, ainda, a
jurisprudência dominante acerca do tema.
Art. 266-D. O Ministério Público, quando necessário seu pronunciamento sobre os embargos de
divergência, terá vista dos autos por vinte dias.
Art. 267. Admitidos os embargos de divergência em decisão fundamentada, promover-se-á a publi-
cação, no Diário da Justiça eletrônico, do termo de vista ao embargado, para apresentar impugna-
ção nos quinze dias subsequentes.
Parágrafo único. Impugnados ou não os embargos, serão os autos conclusos ao relator, que pedirá
a inclusão do feito na pauta de julgamento.

Vamos então resumir os passos do procedimento dos embargos de divergência no âm-


bito do STJ:
• Oposição dos embargos na Secretaria do STJ;
• Sorteio do relator que admitirá ou não os embargos;
• Se os embargos forem admitidos, intima-se o recorrido para apresentação de contrarra-
zões no prazo de 15 dias;

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 36 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

• Manifestação do Ministério Público em 20 dias, se for o caso de sua participação (per-


ceba que o regimento do STF nada diz a respeito). A doutrina entende que esse prazo
foi revogado pelo art. 178 do CPC, que passou a prever o prazo de trinta dias para as
manifestações do Ministério Público.
• Conclusão ao relator;
• Inclusão em pauta;
• Julgamento.

Uma observação importante quanto aos embargos de divergência é a que diz respeito ao
dever de fundamentação na inadmissibilidade dos embargos de divergência.
Nos embargos de divergência não é permitido que o recurso seja inadmitido apenas com
base em fundamento genérico, ou seja, no fundamento de que as circunstâncias fáticas entre
o acórdão recorrido e o paradigma são diferentes.
Há necessidade de demonstrar a existência de distinção, sob pena de ausência de funda-
mentação idônea da decisão.
Outra característica dos embargos de divergência é que ele tem o efeito de interromper o
prazo para interposição de recurso extraordinário.

Art. 1.044 § 1º CPC. A interposição de embargos de divergência no Superior Tribunal de Justiça


interrompe o prazo para interposição de recurso extraordinário por qualquer das partes.

Como ocorre essa interrupção?


Da seguinte forma:
Quando o STJ decide um REsp, é possível que sua decisão seja apoiada em fundamento
constitucional, sendo cabível o recurso extraordinário.
Mas imagine que a decisão seja contrária à conclusão manifestada em outro julgado de
outro órgão do próprio STJ. Nesse caso, cabem os embargos de divergência, que irão interrom-
per o prazo para a interposição de recurso extraordinário por qualquer das partes.
Então, podemos nos deparar com a seguinte situação: uma parte interpõe os embargos de
divergência e a outra interpõe recurso extraordinário. Como fica?
Nesse caso, se os embargos de divergência interrompem o prazo do recurso extraordinário.
E se os embargos de divergência forem desprovidos ou não alterarem a conclusão do acórdão
recorrido, o recurso interposto pela outra parte será processado e julgado independentemente
de ratificação ou qualquer ato de confirmação a ser praticado pelo recorrente. Confira:

CPC
Art. 1.044. §2º. Se os embargos de divergência forem desprovidos ou não alterarem a conclusão
do julgamento anterior, o recurso extraordinário interposto pela outra parte antes da publicação do
julgamento dos embargos de divergência será processado e julgado independentemente de ratifi-
cação.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 37 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

Outro ponto que sempre é cobrado em prova é: cabem embargos de divergência quando o
acórdão paradigma for da mesma turma que proferiu a decisão embargada?
Cabem. Mas aqui você precisa observar um requisito quanto à composição da turma. Veja:

CPC
Art. 1.043. § 3º. Cabem embargos de divergência quando o acórdão paradigma for da mesma turma
que proferiu a decisão embargada, desde que sua composição tenha sofrido alteração em mais da
metade de seus membros.

Fique atento(a) a esse parágrafo porque as bancas examinadoras sempre gostam de mu-
dar a quantidade de membros na alteração da composição da turma.
Por fim, saiba que nos embargos de divergência, poderão ser confrontadas teses jurídicas
contidas em julgamentos de recursos e de ações de competência originária.

Livro Complementar das Disposições Finais e Transitórias


Agora, vamos estudar o livro complementar das disposições finais e transitórias do CPC.
Nesse ponto, vamos nos ater àquilo que realmente interessa para as provas de concur-
so público.
O primeiro ponto importante é o prazo de vacância do CPC. O CPC de 2015 teve prazo de
vacância de 01(um) ano.

CPC
Art. 1.045. Este Código entra em vigor após decorrido 1 (um) ano da data de sua publicação oficial.

Com esse prazo de vacância de um ano, quando, efetivamente, o CPC entrou em vigor?
Como havia divergência doutrinária quanto à data de entrada em vigor do CPC de 2015,
englobando três correntes que entendiam que a data seria 16 de março de 2016, 17 de março
de 2016 e uma outra que defendia o dia 18 de março, o Superior Tribunal de Justiça e o CNJ
decidiram que a data de início de vigência do CPC de 2015 é 18 de março de 2016.
Veja alguns importantes enunciados administrativos do STJ sobre o tema que já foram
cobrados em provas de concursos:
Enunciados aprovados pelo Plenário do STJ na Sessão de 2 de março de 2016
Enunciado administrativo n. 1

O Plenário do STJ, em sessão administrativa em que se interpretou o art. 1.045 do novo


Código de Processo Civil, decidiu, por unanimidade, que o Código de Processo Civil apro-
vado pela Lei n. 13.105/2015, entrará em vigor no dia 18 de março de 2016.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 38 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

Enunciados aprovados pelo Plenário do STJ na Sessão de 9 de março de 2016


Enunciado administrativo n. 2

Aos recursos interpostos com fundamento no CPC/1973 (relativos a decisões publica-


das até 17 de março de 2016) devem ser exigidos os requisitos de admissibilidade na
forma nele prevista, com as interpretações dadas, até então, pela jurisprudência do Supe-
rior Tribunal de Justiça.

Enunciado administrativo n. 3

Aos recursos interpostos com fundamento no CPC/2015 (relativos a decisões publica-


das a partir de 18 de março de 2016) serão exigidos os requisitos de admissibilidade
recursal na forma do novo CPC

Enunciado administrativo n. 4

Nos feitos de competência civil originária e recursal do STJ, os atos processuais que
vierem a ser praticados por julgadores, partes, Ministério Público, procuradores, serventu-
ários e auxiliares da Justiça a partir de 18 de março de 2016, deverão observar os novos
procedimentos trazidos pelo CPC/2015, sem prejuízo do disposto em legislação proces-
sual especial.

Enunciado administrativo n. 5

Nos recursos tempestivos interpostos com fundamento no CPC/1973 (relativos a deci-


sões publicadas até 17 de março de 2016), não caberá a abertura de prazo prevista no art.
932, parágrafo único, c/c o art. 1.029, § 3º, do novo CPC.

Enunciado administrativo n. 6

Nos recursos tempestivos interpostos com fundamento no CPC/2015 (relativos a deci-


sões publicadas a partir de 18 de março de 2016), somente será concedido o prazo pre-
visto no art. 932, parágrafo único, c/c o art. 1.029, § 3º, do novo CPC para que a parte
sane vício estritamente formal.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 39 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

Enunciado administrativo n. 7

Somente nos recursos interpostos contra decisão publicada a partir de 18 de março de


2016, será possível o arbitramento de honorários sucumbenciais recursais, na forma do
art. 85, § 11, do novo CPC.

As normas processuais, em geral, têm aplicação imediata. Não foi diferente com o CPC,
que aplicou a teoria do isolamento dos atos processuais, ainda que de forma não pura, por
contemplar exceções. Confira:

CPC
Art. 1.046. Ao entrar em vigor este Código, suas disposições se aplicarão desde logo aos processos
pendentes, ficando revogada a Lei n. 5.869, de 11 de janeiro de 1973.
§ 1º As disposições da Lei n. 5.869, de 11 de janeiro de 1973, relativas ao procedimento sumário e
aos procedimentos especiais que forem revogadas aplicar-se-ão às ações propostas e não senten-
ciadas até o início da vigência deste Código.
CPC
Art. 14. A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso,
respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da
norma revogada.

Quanto a essa questão, temos os seguintes enunciados:

Enunciado 267 do FPPC: Os prazos processuais iniciados antes da vigência do CPC serão
integralmente regulados pelo regime revogado.
Enunciado 268 do FPPC: A regra de contagem de prazos em dias úteis só se aplica aos
prazos iniciados após a vigência do Novo Código.
Enunciado 275 do FPPC: Nos processos que tramitam eletronicamente, a regra do art.
229, § 2º, não se aplica aos prazos já iniciados no regime anterior.

Outro ponto importante é que o CPC de 2015 revogou o procedimento sumário. Assim,
atualmente, o único procedimento previsto é o comum.
Além disso, houve a revogação de vários procedimentos especiais que eram previstos no
CPC anterior.

CPC
Art. 1.046. §1º. As disposições da Lei n. 5.869, de 11 de janeiro de 1973, relativas ao procedimento
sumário e aos procedimentos especiais que forem revogadas aplicar-se-ão às ações propostas e
não sentenciadas até o início da vigência deste Código.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 40 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

Perceba, no entanto, que os procedimentos especiais previstos na legislação extravagante


permaneceram em vigor.

CPC
Art. 1.046. § 2º. Permanecem em vigor as disposições especiais dos procedimentos regulados em
outras leis, aos quais se aplicará supletivamente este Código.

O artigo 1.047 do CPC trata de direito probatório e aduz que: as disposições de direito pro-
batório adotadas neste Código aplicam-se apenas às provas requeridas ou determinadas de
ofício a partir da data de início de sua vigência.
Isso significa que se o processo já estava em trâmite quando o CPC de 2015 entrou em
vigor, o que determinará sua aplicação quanto às disposições probatórias é a prova já ter sido
requerida ou determinada de ofício pelo juiz. Se isso já tivesse ocorrido, a regra a ser aplicada
seria a do antigo CPC.
Ahhh... e mais uma coisa: esse pedido de prova mencionado acima não pode ser genérico.
Se for, aplica-se o novo CPC. Nesse sentido:

Enunciado 366 do FPPC: O protesto genérico por provas, realizado na petição inicial ou
na contestação ofertada antes da vigência do CPC, não implica requerimento de prova
para fins do art. 1047.

Professora, e essa regra de direito probatório do artigo 1.047 do CPC impede que as par-
tes criem convenções sobre matéria probatória?

Não. Há entendimento do FPPC que mesmo que as provas tenham sido requeridas ou de-
terminadas ainda na vigência do antigo CPC, não há esse impedimento. Confira:

Enunciado 569 do FPPC: O art. 1.047 não impede convenções processuais em matéria
probatória, ainda que relativas a provas requeridas ou determinadas sob vigência do CPC-
1973.

O artigo 1.048 do CPC traz as regras sobre direito de preferência na tramitação dos
processos e aduz:

CPC
Art. 1.048. Terão prioridade de tramitação, em qualquer juízo ou tribunal, os procedimentos judiciais:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 41 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

I – em que figure como parte ou interessado pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta)
anos ou portadora de doença grave, assim compreendida qualquer das enumeradas no art. 6º, inci-
so XIV, da Lei n. 7.713, de 22 de dezembro de 1988;
II – regulados pela Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente) .
III – em que figure como parte a vítima de violência doméstica e familiar, nos termos da Lei n.
11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha).
§ 1º A pessoa interessada na obtenção do benefício, juntando prova de sua condição, deverá reque-
rê-lo à autoridade judiciária competente para decidir o feito, que determinará ao cartório do juízo as
providências a serem cumpridas.
§ 2º Deferida a prioridade, os autos receberão identificação própria que evidencie o regime de tra-
mitação prioritária.
§ 3º Concedida a prioridade, essa não cessará com a morte do beneficiado, estendendo-se em favor
do cônjuge supérstite ou do companheiro em união estável.
§ 4º A tramitação prioritária independe de deferimento pelo órgão jurisdicional e deverá ser imedia-
tamente concedida diante da prova da condição de beneficiário.

Essa norma afeta outras prioridades previstas em lei específica?


Não! Permanecem as prioridades previstas em lei específica, como ocorre com o mandado
de segurança, o habeas data e o habeas corpus.
Perceba que, de acordo com o §3º do artigo 1.048, sendo concedida a prioridade, esta não
cessará com a morte do beneficiado, estendendo-se em favor do cônjuge supérstite ou com-
panheiro em união estável.
O artigo 1.050 do CPC cria um dever à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municí-
pios, e às suas respectivas entidades da administração indireta, ao Ministério Público, à Defen-
soria Pública e à Advocacia Pública, qual seja, o dever de, em 30 dias da entrada em vigor do
CPC de se cadastrarem perante a administração do tribunal no qual atuem.

Art. 1.050 CPC. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios, suas respectivas entidades
da administração indireta, o Ministério Público, a Defensoria Pública e a Advocacia Pública, no prazo
de 30 (trinta) dias a contar da data da entrada em vigor deste Código, deverão se cadastrar perante
a administração do tribunal no qual atuem para cumprimento do disposto nos arts. 246, § 2º, e 270,
parágrafo único.

Essa regra teve a intenção de facilitar a citação e a intimação por meio eletrônico, confor-
me o disposto no artigo 246, §§ 1º e 2º, do CPC:

CPC
Art. 246.
§1º Com exceção das microempresas e das empresas de pequeno porte, as empresas públicas e pri-
vadas são obrigadas a manter cadastro nos sistemas de processo em autos eletrônicos, para efeito
de recebimento de citações e intimações, as quais serão efetuadas preferencialmente por esse meio.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 42 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

§ 2º O disposto no § 1º aplica-se à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios e às enti-
dades da administração indireta.

O artigo 1.051 do CPC traz praticamente a mesma regra do artigo 1.050, mas dessa vez,
voltada às pessoas jurídicas de direito privado.

CPC
Art. 1.051. As empresas públicas e privadas devem cumprir o disposto no art. 246, § 1º, no prazo de
30 (trinta) dias, a contar da data de inscrição do ato constitutivo da pessoa jurídica, perante o juízo
onde tenham sede ou filial.

De acordo com o artigo 1.053 do CPC, os atos processuais praticados por meio eletrônico
até a transição definitiva para certificação digital ficam convalidados, ainda que não tenham
observado os requisitos mínimos estabelecidos pelo novo CPC, desde que tenham atingido
sua finalidade e não tenha havido prejuízo à defesa de qualquer das partes. Esse artigo visa dar
efetividade ao princípio da instrumentalidade das formas.
O artigo 1.059 do CPC trata da tutela provisória contra a Fazenda Pública, seja ela de ur-
gência ou de evidência.

CPC
Art. 1.059. À tutela provisória requerida contra a Fazenda Pública aplica-se o disposto nos arts. 1º a
4º da Lei n. 8.437, de 30 de junho de 1992, e no art. 7º, § 2º, da Lei n. 12.016, de 7 de agosto de 2009.

O artigo 1.061 do CPC trata da nulidade da sentença arbitral.


A Lei n. 9.307/1996 prevê a possibilidade de a parte interessada pleitear ao Poder Judiciário a
declaração de nulidade da sentença arbitral. Assim, segundo o artigo 1.061 do CPC, a declaração
de nulidade da sentença arbitral poderá ser arguida em impugnação ao cumprimento de sentença.
Veja:

Art. 1.061. O § 3º do art. 33 da Lei n. 9.307, de 23 de setembro de 1996 (Lei de Arbitragem), passa a
vigorar com a seguinte redação: (Vigência)
“Art. 33.......................................................................
§ 3º A decretação da nulidade da sentença arbitral também poderá ser requerida na impugnação
ao cumprimento da sentença, nos termos dos arts. 525 e seguintes do Código de Processo Civil, se
houver execução judicial.

No que tange aos juizados especiais, o CPC previu algumas regras importantes:
Primeiro, a previsão expressa de que o incidente de desconsideração da personalidade
jurídica aplica-se ao processo de competência dos juizados especiais, conforme o disposto no
artigo 1.062 do CPC.
Em seguida, o CPC de 2015, por meio do artigo 1.064, previu que os embargos de decla-
ração, nos juizados especiais, passam a ser regidos pelo disposto no artigo 1.022 do CPC.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 43 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

Assim, não há mais a previsão de embargos de declaração em caso de dúvida nos juizados
especiais.
Além disso, antes, os embargos de declaração opostos contra sentenças no Juizado Espe-
cial suspendiam o prazo para a interposição de outros recursos. O CPC de 2015 uniformizou
o regime jurídico dos embargos de declaração, de maneira que, no âmbito dos Juizados Es-
peciais, eles também passaram a interromper o prazo para a interposição de outros recursos.
Vamos conferir:

CPC
Art. 1.062. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica aplica-se ao processo de com-
petência dos juizados especiais.
Art. 1.063. Até a edição de lei específica, os juizados especiais cíveis previstos na Lei n. 9.099, de
26 de setembro de 1995, continuam competentes para o processamento e julgamento das causas
previstas no art. 275, inciso II, da Lei n. 5.869, de 11 de janeiro de 1973 .
Art. 1.064. O caput do art. 48 da Lei n. 9.099, de 26 de setembro de 1995, passa a vigorar com a
seguinte redação: (Vigência)
“Art. 48. Caberão embargos de declaração contra sentença ou acórdão nos casos previstos no Có-
digo de Processo Civil .
...................................................................................” (NR)
COC
Art. 1.065. O art. 50 da Lei n. 9.099, de 26 de setembro de 1995, passa a vigorar com a seguinte
redação: (Vigência)
“Art. 50. Os embargos de declaração interrompem o prazo para a interposição de recurso.” (NR)
CPC
Art. 1.066. O art. 83 da Lei n. 9.099, de 26 de setembro de 1995, passam a vigorar com a seguinte
redação: (Vigência)
“Art. 83. Cabem embargos de declaração quando, em sentença ou acórdão, houver obscuridade,
contradição ou omissão.
.............................................................................................
§ 2º Os embargos de declaração interrompem o prazo para a interposição de recurso.

Também houve influência do CPC de 2015 nos embargos de declaração de processos da


justiça eleitoral com a finalidade de adaptar os embargos de declaração da justiça eleitoral ao
definido pelo CPC de 2015.
O Código Eleitoral previa o cabimento dos embargos de declaração na hipótese de obscuri-
dade, dúvida, contradição e omissão. Com o CPC de 2015, não há mais previsão de embargos
de declaração para dúvida. Fora isso, acrescentou-se a hipótese de cabimento dos embargos
de declaração para sanar erro material.
Também afastou a previsão de que apenas acórdão seria embargável.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 44 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

A redação do Código Eleitoral previa a suspensão do prazo recursal, o que também foi alte-
rado pelo CPC de 2015, que prevê a interrupção.

Art. 1.067. O art. 275 da Lei n. 4.737, de 15 de julho de 1965 (Código Eleitoral), passa a vigorar com
a seguinte redação: (Vigência)
“Art. 275. São admissíveis embargos de declaração nas hipóteses previstas no Código de Processo Civil.
§ 1º Os embargos de declaração serão opostos no prazo de 3 (três) dias, contado da data de publi-
cação da decisão embargada, em petição dirigida ao juiz ou relator, com a indicação do ponto que
lhes deu causa.
§ 2º Os embargos de declaração não estão sujeitos a preparo.
§ 3º O juiz julgará os embargos em 5 (cinco) dias.
§ 4º Nos tribunais:
I – o relator apresentará os embargos em mesa na sessão subsequente, proferindo voto;
II – não havendo julgamento na sessão referida no inciso I, será o recurso incluído em pauta;
III – vencido o relator, outro será designado para lavrar o acórdão.
§ 5º Os embargos de declaração interrompem o prazo para a interposição de recurso.
§ 6º Quando manifestamente protelatórios os embargos de declaração, o juiz ou o tribunal, em deci-
são fundamentada, condenará o embargante a pagar ao embargado multa não excedente a 2 (dois)
salários-mínimos.
§ 7º Na reiteração de embargos de declaração manifestamente protelatórios, a multa será elevada
a até 10 (dez) salários-mínimos.” (NR)

O artigo 1.069 do CPC prevê a necessidade de o Conselho Nacional de justiça promover,


de forma periódica, pesquisas estatísticas para avaliação da efetividade das normas previs-
tas no CPC.

CPC
Art. 1.069. O Conselho Nacional de Justiça promoverá, periodicamente, pesquisas estatísticas para
avaliação da efetividade das normas previstas neste Código.

O artigo 1.071 do CPC passou a admitir a realização de usucapião extrajudicial, com a


alteração da lei de registros públicos. A finalidade do artigo é estimular a desjudicialização
do direito.

CPC
Art. 1.071. O Capítulo III do Título V da Lei n. 6.015, de 31 de dezembro de 1973 (Lei de Registros
Públicos), passa a vigorar acrescida do seguinte art. 216-A: (Vigência)
“Art. 216-A. Sem prejuízo da via jurisdicional, é admitido o pedido de reconhecimento extrajudicial
de usucapião, que será processado diretamente perante o cartório do registro de imóveis da comar-
ca em que estiver situado o imóvel usucapiendo, a requerimento do interessado, representado por
advogado, instruído com:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 45 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

I – ata notarial lavrada pelo tabelião, atestando o tempo de posse do requerente e seus antecesso-
res, conforme o caso e suas circunstâncias;
II – planta e memorial descritivo assinado por profissional legalmente habilitado, com prova de
anotação de responsabilidade técnica no respectivo conselho de fiscalização profissional, e pelos
titulares de direitos reais e de outros direitos registrados ou averbados na matrícula do imóvel usu-
capiendo e na matrícula dos imóveis confinantes;
III – certidões negativas dos distribuidores da comarca da situação do imóvel e do domicílio do
requerente;
IV – justo título ou quaisquer outros documentos que demonstrem a origem, a continuidade, a na-
tureza e o tempo da posse, tais como o pagamento dos impostos e das taxas que incidirem sobre
o imóvel.
§ 1º O pedido será autuado pelo registrador, prorrogando-se o prazo da prenotação até o acolhimen-
to ou a rejeição do pedido.
§ 2º Se a planta não contiver a assinatura de qualquer um dos titulares de direitos reais e de outros
direitos registrados ou averbados na matrícula do imóvel usucapiendo e na matrícula dos imóveis
confinantes, esse será notificado pelo registrador competente, pessoalmente ou pelo correio com
aviso de recebimento, para manifestar seu consentimento expresso em 15 (quinze) dias, interpreta-
do o seu silêncio como discordância.
§ 3º O oficial de registro de imóveis dará ciência à União, ao Estado, ao Distrito Federal e ao Municí-
pio, pessoalmente, por intermédio do oficial de registro de títulos e documentos, ou pelo correio com
aviso de recebimento, para que se manifestem, em 15 (quinze) dias, sobre o pedido.
§ 4º O oficial de registro de imóveis promoverá a publicação de edital em jornal de grande circula-
ção, onde houver, para a ciência de terceiros eventualmente interessados, que poderão se manifes-
tar em 15 (quinze) dias.
§ 5º Para a elucidação de qualquer ponto de dúvida, poderão ser solicitadas ou realizadas diligên-
cias pelo oficial de registro de imóveis.
§ 6º Transcorrido o prazo de que trata o § 4º deste artigo, sem pendência de diligências na forma do
§ 5º deste artigo e achando-se em ordem a documentação, com inclusão da concordância expressa
dos titulares de direitos reais e de outros direitos registrados ou averbados na matrícula do imóvel
usucapiendo e na matrícula dos imóveis confinantes, o oficial de registro de imóveis registrará a
aquisição do imóvel com as descrições apresentadas, sendo permitida a abertura de matrícula, se
for o caso.
§ 7º Em qualquer caso, é lícito ao interessado suscitar o procedimento de dúvida, nos termos
desta Lei.
§ 8º Ao final das diligências, se a documentação não estiver em ordem, o oficial de registro de imó-
veis rejeitará o pedido.
§ 9º A rejeição do pedido extrajudicial não impede o ajuizamento de ação de usucapião.
§ 10. Em caso de impugnação do pedido de reconhecimento extrajudicial de usucapião, apresen-
tada por qualquer um dos titulares de direito reais e de outros direitos registrados ou averbados na
matrícula do imóvel usucapiendo e na matrícula dos imóveis confinantes, por algum dos entes pú-
blicos ou por algum terceiro interessado, o oficial de registro de imóveis remeterá os autos ao juízo

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 46 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

competente da comarca da situação do imóvel, cabendo ao requerente emendar a petição inicial


para adequá-la ao procedimento comum.”

Essa novidade não cria um dever à parte, pois, ainda que todos os requisitos do procedi-
mento extrajudicial de usucapião estejam cumpridos, há a opção de propor ação judicial.
Fique atento(a)!
Vamos treinar agora?

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 47 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

QUESTÕES DE CONCURSO
001. (FUNDEP/2017/MPE-MG/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO) Analise as seguin-
tes assertivas:
I – Contra a decisão que julgar o incidente de distinção entre a questão a ser decidida no pro-
cesso e aquela a ser julgada no recurso especial ou extraordinário afetado em primeiro grau, é
cabível, por determinação legal, o agravo de instrumento.
II – A parte poderá desistir da ação em curso no primeiro grau de jurisdição, antes de proferida
a sentença, se a questão nela discutida for idêntica à resolvida pelo recurso representativo da
controvérsia.
III – Contra a decisão que negar seguimento a recurso extraordinário que discuta questão
constitucional à qual o Supremo Tribunal Federal não tenha reconhecido a existência de reper-
cussão geral, ou a recurso extraordinário interposto contra acórdão que esteja em conformida-
de com entendimento do Supremo Tribunal Federal exarado no regime de repercussão geral,
caberá agravo em recurso extraordinário do art. 1042. Assinale a alternativa CORRETA:
a) Somente a assertiva I é verdadeira.
b) Somente a assertiva II é verdadeira.
c) Somente as assertivas I e II são verdadeiras.
d) Somente a assertiva III é verdadeira.

I – CERTA. É o que dispõe o art. 1.037, §§ 9º e 13, do CPC:

Demonstrando distinção entre a questão a ser decidida no processo e aquela a ser julgada no recur-
so especial ou extraordinário afetado, a parte poderá requerer o prosseguimento do seu processo.
(...) § 13. Da decisão que resolver o requerimento a que se refere o § 9º caberá: I – agravo de ins-
trumento, se o processo estiver em primeiro grau; II – agravo interno, se a decisão for de relator.
II - CERTA. Conforme disposto no art. 1.040, § 1º, do CPC: “A parte poderá desistir da ação em
curso no primeiro grau de jurisdição, antes de proferida a sentença, se a questão nela discutida
for idêntica à resolvida pelo recurso representativo da controvérsia”.
III - ERRADA. De acordo com o artigo 1.042 do CPC:

Cabe agravo contra decisão do presidente ou do vice-presidente do tribunal recorrido que inadmitir
recurso extraordinário ou recurso especial, salvo quando fundada na aplicação de entendimento
firmado em regime de repercussão geral ou em julgamento de recursos repetitivos.
Letra c.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 48 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

002. (VUNESP/2016/PREFEITURA DE ROSANA-SP/PROCURADOR DO MUNICÍPIO) João e


Maria litigam em ação indenizatória movida pelo primeiro em face da segunda. Em sentença
proferida em primeiro grau de jurisdição, a ação foi julgada parcialmente procedente, motivan-
do a interposição de recurso de apelação por ambas as partes. O Tribunal de Justiça do Estado
de São Paulo (TJ/SP), por meio de acórdão, confirmou a parcial procedência, mas omitiu-se
com relação a um dos pedidos do recurso interposto por Maria, consistente na reavaliação
e na redistribuição dos ônus da sucumbência. Assim, Maria opôs tempestivos embargos de
declaração, na mesma data em que João interpôs recurso especial. Em novo acórdão, o TJ/
SP manteve integralmente sua decisão. Nesse cenário, de acordo com o contemporâneo en-
tendimento do Superior Tribunal de Justiça, é correto afirmar que o recurso especial interposto
a) será normalmente processado, independentemente de qualquer nova providência por João.
b) deverá ser ratificado por João no prazo de 15 (quinze) dias, a contar da publicação do acór-
dão que julgou os embargos de declaração.
c) será considerado como não interposto, devendo ser novamente apresentado por João, no
prazo legal, sem alterações em seu teor.
d) é prematuro e não será admitido seu processamento, ressalvada a possibilidade de João
interpor novo recurso especial na forma adesiva.
e) deverá ser ratificado por João no prazo de 5 (cinco) dias, a contar da publicação do acórdão
que julgou os embargos de declaração.

a) Certa. De acordo com o disposto no art. 1.024, § 5º, do CPC:

Se os embargos de declaração forem rejeitados ou não alterarem a conclusão do julgamento an-


terior, o recurso interposto pela outra parte antes da publicação do julgamento dos embargos de
declaração será processado e julgado independentemente de ratificação.
b) Errada. Não há mais essa necessidade de ratificação. Lembre o teor da súmula 579 do STJ:
“Não é necessário ratificar o recurso especial interposto na pendência do julgamento dos em-
bargos de declaração quando inalterado o julgamento anterior.”
c) Errada. Não há necessidade de nova apresentação do recurso.
d) Errada. Não há mais essa questão de recurso prematuro na vigência do CPC de 2015.
e) Errada. Conforme vimos no item A, o recurso será processado independente de ratificação.
Letra a.

003. (IADES/2017/FUNDAÇÃO HEMOCENTRO DE BRASÍLIA-DF/DIREITO E LEGISLAÇÃO)


A respeito do recurso especial, assinale a alternativa correta.
a) É necessário ratificar o recurso especial interposto na pendência do julgamento dos embar-
gos de declaração, quando inalterado o resultado anterior.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 49 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

b) O relator, monocraticamente e no Superior Tribunal de Justiça, não poderá dar ou negar


provimento ao recurso quando houver entendimento dominante acerca do tema, sob pena de
supressão de instância.
c) Para fins do art. 105, parágrafo III, inciso a, da Constituição Federal, isto é, permissivo cons-
titucional referente à contrariedade a tratado ou lei federal, ou negativa de vigência, é cabível
recurso especial fundado em alegada violação de enunciado de súmula.
d) A divergência entre julgados do mesmo tribunal enseja recurso especial.
e) Consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o embargante suscitou, para fins de
pré-questionamento, ainda que os embargos de declaração sejam inadmitidos ou rejeitados,
caso o tribunal superior considere existentes erro, omissão, contradição ou obscuridade.

a) Errada. Lembra da questão anterior. As mesmas explicações aplicam-se aqui. Conforme art.
1024, § 5º, do CPC:

Se os embargos de declaração forem rejeitados ou não alterarem a conclusão do julgamento an-


terior, o recurso interposto pela outra parte antes da publicação do julgamento dos embargos de
declaração será processado e julgado independentemente de ratificação.
b) Errada. O item afronta o disposto na Súmula 568 do STJ: “O relator, monocraticamente e no
Superior Tribunal de Justiça, poderá dar ou negar provimento ao recurso quando houver enten-
dimento dominante acerca do tema.”
c) Errada. Nesse item, o examinador cobrou o conhecimento do teor da Súmula 518 do STJ:
“Para fins do art. 105, III, a, da Constituição Federal, não é cabível recurso especial fundado em
alegada violação de enunciado de súmula. STJ.”
d) Errada. Nesse item, o examinador cobrou o conhecimento do teor da Súmula 13 do STJ: “A
divergência entre julgados do mesmo Tribunal não enseja recurso especial.”
e) Certa. Nos termos do art. 1.025 do CPC: “Consideram-se incluídos no acórdão os elemen-
tos que o embargante suscitou, para fins de pré-questionamento, ainda que os embargos de
declaração sejam inadmitidos ou rejeitados, caso o tribunal superior considere existentes erro,
omissão, contradição ou obscuridade.”
Letra e.

004. (FUNDEP/2017/MPE-MG/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO) Analise as seguin-


tes assertivas em conformidade com as normas do CPC/2015:
I – Caberá ação rescisória, cujo prazo bienal será contado do trânsito em julgado da última
decisão proferida no processo cujo pronunciamento se busca desconstituir, caso o plenário do
Supremo Tribunal Federal considere inconstitucional lei ou ato normativo que serviu de funda-
mento único para a prolação da decisão.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 50 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

II – Se o relator, no Superior Tribunal de Justiça, entender que o recurso especial versa sobre
questão constitucional, deverá conceder prazo de 15 (quinze) dias para que o recorrente de-
monstre a existência de repercussão geral e se manifeste sobre a questão constitucional.
III – Declarada a incompetência absoluta, somente os atos decisórios serão nulos, remetendo-
-se os autos ao juízo competente. Assinale a alternativa CORRETA:
a) Somente a assertiva I é verdadeira.
b) Somente a assertiva II é verdadeira
c) Somente as assertivas I e II são verdadeiras.
d) Somente a assertiva III é verdadeira.

Afirmativa I) ERRADA. É cabível a ação rescisória na hipótese em que o plenário do Supremo


Tribunal Federal considera inconstitucional lei ou ato normativo que serviu de fundamento úni-
co para a prolação da decisão. No entanto, o prazo é contado do trânsito em julgado da deci-
são proferida pelo Supremo Tribunal Federal e não da última decisão proferida no processo
cujo pronunciamento se busca desconstituir.
Veja:

CPC
Art. 535. A Fazenda Pública será intimada na pessoa de seu representante judicial, por carga, remes-
sa ou meio eletrônico, para, querendo, no prazo de 30 (trinta) dias e nos próprios autos, impugnar a
execução, podendo arguir:
III – inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação;
§ 5º Para efeito do disposto no inciso III do caput deste artigo, considera-se também inexigível a
obrigação reconhecida em título executivo judicial fundado em lei ou ato normativo considerado
inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou
do ato normativo tido pelo Supremo Tribunal Federal como incompatível com a Constituição Federal,
em controle de constitucionalidade concentrado ou difuso.
§ 8º Se a decisão referida no § 5º for proferida após o trânsito em julgado da decisão exequenda,
caberá ação rescisória, cujo prazo será contado do trânsito em julgado da decisão proferida pelo
Supremo Tribunal Federal.
Afirmativa II) CERTA. É o que dispõe, expressamente, o art. 1.032, caput, do CPC:

Se o relator, no Superior Tribunal de Justiça, entender que o recurso especial versa sobre questão
constitucional, deverá conceder prazo de 15 (quinze) dias para que o recorrente demonstre a exis-
tência de repercussão geral e se manifeste sobre a questão constitucional.
Lembre-se de que aqui temos a aplicação do princípio da fungibilidade recursal.
Afirmativa III) ERRADA. Dispõe o art. 64 do CPC:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 51 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de contestação. (...) §
3º Caso a alegação de incompetência seja acolhida, os autos serão remetidos ao juízo competente.
§ 4º Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos de decisão proferida
pelo juízo incompetente até que outra seja proferida, se for o caso, pelo juízo competente.
Letra b.

005. (CESPE/2018/PGE-PE/PROCURADOR DO ESTADO) Em instância extraordinária, o rela-


tor do processo constatou que o advogado subscritor do recurso especial não tinha procura-
ção nos autos.
Considerando-se as disposições do CPC, o relator deve, nessa situação hipotética,
a) declarar o recurso inexistente.
b) oportunizar a regularização da representação processual.
c) oportunizar a regularização da capacidade processual do recorrente.
d) remeter o processo ao colegiado para decisão.
e) deixar de conhecer do recurso especial.

Conforme dispõe o art. 932, parágrafo único, do CPC: “Antes de considerar inadmissível o re-
curso, o relator concederá o prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vício
ou complementada a documentação exigível”.
Letra b.

006. (VUNESP/2018/TJ-RS/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO) O pedido de suspensão ao re-


curso especial poderá ser formulado por requerimento dirigido
a) ao presidente do tribunal local, no caso de prejuízo processual comprovado à parte recorrida.
b) ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, no período compreendido entre a
interposição do recurso e a publicação da decisão de admissão do recurso.
c) ao relator original do acórdão recorrido, se já distribuído o recurso.
d) ao tribunal superior respectivo, no período compreendido entre a interposição do recurso e
sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-lo.
e) ao vice-presidente do tribunal local, após a admissão do recurso e antes de sua distribuição no STJ.

Nos termos do art. 1.029, § 5º, III, do CPC:

§5º O pedido de concessão de efeito suspensivo a recurso extraordinário ou a recurso especial po-
derá ser formulado por requerimento dirigido:
III – ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, no período compreendido entre a in-
terposição do recurso e a publicação da decisão de admissão do recurso, assim como no caso de o
recurso ter sido sobrestado, nos termos do art. 1.037.
Letra b.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 52 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

007. (FCC/2018/DPE-AM/DEFENSOR PÚBLICO) O Ministro Relator de Recurso Especial nega


seguimento à impugnação recursal. Neste caso,
a) é cabível agravo interno.
b) é cabível agravo de instrumento.
c) é cabível agravo de admissibilidade.
d) é irrecorrível, a decisão.
e) são cabíveis somente embargos de declaração.

Conforme disciplina o art. 1.021 do CPC: “Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo
interno para o respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do
regimento interno do tribunal.”
Letra a.

008. (FAURGS/2016/TJ-RS/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/ADAPTADA) Considerando


o sistema e as normas específicas do Novo Código de Processo Civil, instituído pela Lei n.
13.105/2015, julgue o item:
O Novo Código possibilita o saneamento de vício formal que possa impedir a admissibilidade
de qualquer recurso, incluindo a desconsideração de vício formal de recurso especial ou extra-
ordinário tempestivo, desde que não seja considerado grave.

O art. 1.029, § 3º, do CPC dispõe que “o Supremo Tribunal Federal ou o Superior Tribunal de
Justiça poderá desconsiderar vício formal de recurso tempestivo ou determinar sua correção,
desde que não o repute grave”.
Certo.

009. (FCC/2016/SEGEP-MA/PROCURADOR DO ESTADO) No processamento de recurso ex-


traordinário e de recurso especial, findo o prazo para apresentação de contrarrazões, os autos
serão conclusos ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido que
a) realizará o juízo de admissibilidade e, se positivo, remeterá o processo ao Supremo Tribunal
Federal ou ao Superior Tribunal de Justiça, ainda que a matéria tenha sido submetida ao regi-
me de repercussão geral ou de julgamento de recursos repetitivos.
b) negará seguimento a recurso extraordinário ou a recurso especial interposto contra acórdão
que esteja em conformidade com entendimento do Supremo Tribunal Federal ou do Superior
Tribunal de Justiça, respectivamente, exarado no regime de julgamento de recursos repetitivos,
e dessa decisão caberá agravo interno.
c) negará seguimento a recurso extraordinário ou a recurso especial interposto contra acórdão
que esteja em conformidade com entendimento do Supremo Tribunal Federal ou do Superior
Tribunal de Justiça, respectivamente, exarado no regime de julgamento de recursos repetitivos,
e essa decisão é irrecorrível.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 53 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

d) negará seguimento a recurso extraordinário ou a recurso especial interposto contra acórdão


que esteja em conformidade com entendimento do Supremo Tribunal Federal ou do Superior
Tribunal de Justiça, respectivamente, exarado no regime de julgamento de recursos repetitivos,
e dessa decisão caberá agravo ao tribunal superior.
e) remeterá o processo ao Supremo Tribunal Federal ou ao Superior Tribunal de Justiça, onde
será realizado o juízo de admissibilidade.

a) Errada. Se a matéria tiver sido submetida ao regime de repercussão geral ou de julgamento
de recursos repetitivos, não haverá a remessa. Confira:
1.030, V do CPC:

V – realizar o juízo de admissibilidade e, se positivo, remeter o feito ao Supremo Tribunal Federal ou


ao Superior Tribunal de Justiça, desde que: a) o recurso ainda não tenha sido submetido ao regime
de repercussão geral ou de julgamento de recursos repetitivos;
b) Certa. Segundo o art. 1.030 do CPC:

Recebida a petição do recurso pela secretaria do tribunal, o recorrido será intimado para apresentar
contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias, findo o qual os autos serão conclusos ao presidente ou
ao vice-presidente do tribunal recorrido, que deverá: I – negar seguimento: b) a recurso extraordiná-
rio ou a recurso especial interposto contra acórdão que esteja em conformidade com entendimento
do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça, respectivamente, exarado no regi-
me de julgamento de recursos repetitivos; § 2º Da decisão proferida com fundamento nos incisos I
e III caberá agravo interno, nos termos do art. 1.021.
c) Errada. A decisão será recorrível por agravo interno.
d) Errada. O recurso cabível é o agravo interno.
e) Errada. Conforme o disposto no art. 1.030 do CPC, só haverá a remessa do recurso para o
STJ e STF se o recurso ainda não tiver sido submetido ao regime de repercussão geral ou de
julgamento de recursos repetitivos.
Letra b.

010. (VUNESP/2019/TJ-RJ/JUIZ SUBSTITUTO) Com base no tratamento conferido pelo Có-


digo de Processo Civil de 2015 aos recursos direcionados para o Supremo Tribunal Federal e
para o Superior Tribunal de Justiça, é correto afirmar:
a) da decisão que inadmite recurso extraordinário ou recurso especial em decorrência da apli-
cação de entendimento firmado em regime de repercussão geral ou em julgamento de recur-
sos repetitivos, cabe agravo em recurso extraordinário ou em recurso especial.
b) nos processos promovidos perante a justiça federal de primeira instância em que forem par-
tes organismo internacional e pessoa domiciliada no país, cabe agravo de instrumento dirigido

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 54 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

ao Superior Tribunal de Justiça das decisões interlocutórias previstas no artigo 1.015 do diplo-
ma processual.
c) se o Supremo Tribunal Federal considerar como reflexa a ofensa à Constituição afirmada
no recurso extraordinário, por pressupor a revisão da interpretação de lei federal ou de tratado,
inadmitirá o recurso interposto por se tratar de recurso exclusivamente cabível para corrigir
ofensa direta ao texto constitucional.
d) quando o recurso extraordinário ou especial fundar– -se em dissídio jurisprudencial, o recor-
rente fará a prova da divergência com a certidão, cópia ou citação do repositório de jurispru-
dência, oficial ou credenciado em que houver sido publicado o acórdão divergente, bastando,
nas razões recursais, transcrever a ementa do acórdão paradigma.
e) na hipótese de interposição conjunta de recurso extraordinário e recurso especial, uma
vez concluído o julgamento do recurso especial, os autos serão remetidos ao Supremo
Tribunal Federal para apreciação do recurso extraordinário ainda que este estiver prejudi-
cado, pois é da competência exclusiva do Supremo Tribunal Federal declarar a existência
de prejudicialidade.

a) Errada. Conforme se extrai do art. 1.030, I, “b”, c/c § 2º, do CPC:

Art. 1.030. Recebida a petição do recurso pela secretaria do tribunal, o recorrido será intimado
para apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias, findo o qual os autos serão conclusos
ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, que deverá: I – negar seguimento: a) a
recurso extraordinário que discuta questão constitucional à qual o Supremo Tribunal Federal não
tenha reconhecido a existência de repercussão geral ou a recurso extraordinário interposto contra
acórdão que esteja em conformidade com entendimento do Supremo Tribunal Federal exarado no
regime de repercussão geral; b) a recurso extraordinário ou a recurso especial interposto contra
acórdão que esteja em conformidade com entendimento do Supremo Tribunal Federal ou do Su-
perior Tribunal de Justiça, respectivamente, exarado no regime de julgamento de recursos repeti-
tivos. (...) § 2º Da decisão proferida com fundamento nos incisos I e III caberá agravo interno, nos
termos do art. 1.021.
b) Certa. Nos termos do art. 1.027, II, “b”, c/c § 1º, do CPC:

Serão julgados em recurso ordinário: (...) II – pelo Superior Tribunal de Justiça: (...) b) os processos
em que forem partes, de um lado, Estado estrangeiro ou organismo internacional e, de outro, Muni-
cípio ou pessoa residente ou domiciliada no País. § 1º Nos processos referidos no inciso II, alínea
“b”, contra as decisões interlocutórias caberá agravo de instrumento dirigido ao Superior Tribunal de
Justiça, nas hipóteses do art. 1.015.


O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 55 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

c) Errada. De acordo com o que dispõe o art. 1.033 do CPC:

Se o Supremo Tribunal Federal considerar como reflexa a ofensa à Constituição afirmada no recurso
extraordinário, por pressupor a revisão da interpretação de lei federal ou de tratado, remetê-lo-á ao
Superior Tribunal de Justiça para julgamento como recurso especial.
Lembre-se do princípio da fungibilidade recursal.
d) Errada. Não basta transcrever as ementas. Dispõe o art.1.029, § 1º, do CPC:

Quando o recurso fundar-se em dissídio jurisprudencial, o recorrente fará a prova da divergência


com a certidão, cópia ou citação do repositório de jurisprudência, oficial ou credenciado, inclusive
em mídia eletrônica, em que houver sido publicado o acórdão divergente, ou ainda com a reprodu-
ção de julgado disponível na rede mundial de computadores, com indicação da respectiva fonte,
devendo-se, em qualquer caso, mencionar as circunstâncias que identifiquem ou assemelhem os
casos confrontados.
e) Errada. De acordo com o que dispõe o art.1.031, caput, c/c § 1º, do CPC:

Na hipótese de interposição conjunta de recurso extraordinário e recurso especial, os autos serão


remetidos ao Superior Tribunal de Justiça.
§ 1º Concluído o julgamento do recurso especial, os autos serão remetidos ao Supremo Tribunal
Federal para apreciação do recurso extraordinário, se este não estiver prejudicado.
Letra b.

011. (VUNESP/2018/TJ-SC/JUIZ LEIGO) Carlos da Silva propôs ação de indenização por da-
nos morais e materiais em face de Rolando Gomes, que teria colidido na traseira de seu veícu-
lo, ocasionando avarias no bem e lesões corporais no autor. A ação tramitou no juizado cível e
foi julgada procedente para condenar o réu no ressarcimento dos danos materiais, mas foram
afastados os danos morais. A decisão foi confirmada pela turma recursal, mas Carlos da Silva
pretende insistir no recebimento da indenização pelos danos morais. Diante desses fatos, as-
sinale a alternativa correta.
a) Carlos poderá interpor recursos especial e extraordinário.
b) É possível a interposição de recurso extraordinário.
c) A decisão proferida no colégio recursal é sempre irrecorrível.
d) A única medida processual cabível contra esse julgado são os embargos de declaração.
e) Pode ser interposto recurso interno para o Tribunal de Justiça.

a) Errada. Conforme Súmula 203 do STJ: “Não cabe recurso especial contra decisão proferida
por órgão de segundo grau dos Juizados Especiais.”

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 56 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

b) Certa. Conforme Súmula 640 do STF: “É cabível recurso extraordinário contra decisão profe-
rida por juiz de primeiro grau nas causas de alçada, ou por turma recursal de juizado especial
cível e criminal.”
c) Errada. Cabe recurso extraordinário.
d) Errada. Cabe recurso extraordinário.
e) Errada. Não há previsão legal de recurso interno para o Tribunal de Justiça.
Letra b.

012. (CETREDE/2019/PREFEITURA DE ACARAÚ-CE/PROCURADOR ADMINISTRATIVO)


Analise o seguinte fato hipotético: “Um município interpôs Recurso Especial contra acórdão
do Tribunal de Justiça. No exame de admissibilidade junto ao próprio Tribunal de Justiça,
o referido Recurso Especial foi inadmitido em razão de o acórdão recorrido ter aplicado
entendimento firmado em julgamento de recursos repetitivos perante o Superior Tribunal
de Justiça”. Nessa hipótese, marque a assertiva correta em relação ao recurso processual
cabível. Agravo
a) em recurso especial no prazo de 5 (cinco) dias, devendo os autos serem encaminhados,
após o processamento legal, para o Superior Tribunal de Justiça.
b) interno no prazo de 05 (cinco) dias, devendo os autos serem encaminhados, após o ofereci-
mento de resposta pelo interessado, para o Superior Tribunal de Justiça.
c) em recurso especial no prazo de 15 (cinco) dias, para o respectivo órgão colegiado do Tri-
bunal de Justiça.
d) interno no prazo de 15 (quinze) dias, para o respectivo órgão colegiado do Tribunal de Justiça.
e) em recurso especial no prazo de 15 (quinze) dias, e, não havendo retratação, o agravo será
remetido ao tribunal superior competente

a) Errada. Não cabe agravo em recurso especial conforme está disposto no art. 1.042, do CPC:

Cabe agravo contra decisão do presidente ou do vice-presidente do tribunal recorrido que inadmitir
recurso extraordinário ou recurso especial, salvo quando fundada na aplicação de entendimento
firmado em regime de repercussão geral ou em julgamento de recursos repetitivos.
b) Errada. O prazo para a interposição do agravo interno é de 15 (quinze) dias, conforme art.
1021, § 2º, do CPC:

§ 2º O agravo será dirigido ao relator, que intimará o agravado para manifestar-se sobre o recurso no
prazo de 15 (quinze) dias, ao final do qual, não havendo retratação, o relator leva-lo-á a julgamento
pelo órgão colegiado, com inclusão em pauta.
c) Errada. Cabe agravo interno nos termos do art. 1.021 do CPC.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 57 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

d) Certa. Conforme disposto no artigo 1.021 do CPC: “Contra decisão proferida pelo relator ca-
berá agravo interno para o respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento,
as regras do regimento interno do tribunal”.
e) Errada. Cabe agravo interno nos termos do art. 1.021 do CPC.
Letra d.

013. (COPS-UEL/2019/PREFEITURA DE LONDRINA-PR/PROCURADOR DO MUNICÍPIO) Em


relação aos recursos cíveis, atribua V (verdadeiro) ou F (falso) às afirmativas a seguir.
(  )
 Cabe agravo contra decisão do Presidente ou do Vice-Presidente do Tribunal recorrido
que inadmitir recurso extraordinário, salvo quando fundada na aplicação de entendimen-
to firmado em regime de repercussão geral ou em julgamento de recursos repetitivos.
 (  ) A decisão antecipada de julgamento parcial do mérito é impugnável por agravo de ins-
trumento.
 (  ) O preparo deve ser comprovado no ato de interposição do recurso pelo Município, sob
pena de deserção.
 (  ) Os embargos de declaração possuem efeito suspensivo, mas não interrompem o prazo
para interposição de recurso.
 (  ) A desistência, pelo recorrente, de recurso especial paradigma impede a análise de ques-
tão objeto de julgamento de recurso especial repetitivo.

Assinale a alternativa que contém, de cima para baixo, a sequência correta.


a) V, V, F, V, F.
b) V, V, F, F, F.
c) V, F, V, V, F.
d) F, F, V, F, V
e) F, F, F, V, V.

Assertiva I) VERDADEIRA, nos termos do art. 1.042 do CPC:

Cabe agravo contra decisão do presidente ou do vice-presidente do tribunal recorrido que inadmitir
recurso extraordinário ou recurso especial, salvo quando fundada na aplicação de entendimento
firmado em regime de repercussão geral ou em julgamento de recursos repetitivos.
Assertiva II) VERDADEIRA, conforme art. 356 do CPC: “O juiz decidirá parcialmente o mérito
quando um ou mais dos pedidos formulados ou parcela deles: (...) § 5º A decisão proferida
com base neste artigo é impugnável por agravo de instrumento.”

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 58 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

Assertiva III) FALSA, conforme art. 1.007, CPC:

§ 1º São dispensados de preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, os recursos interpostos


pelo Ministério Público, pela União, pelo Distrito Federal, pelos Estados, pelos Municípios, e respec-
tivas autarquias, e pelos que gozam de isenção legal.
Assertiva IV) FALSA, conforme art. 1.026 do CPC: “Os embargos de declaração não possuem
efeito suspensivo e interrompem o prazo para a interposição de recurso.”
Assertiva V) FALSA, conforme art. 998 do CPC:

O recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos litisconsortes, desistir
do recurso. Parágrafo único. A desistência do recurso não impede a análise de questão cuja reper-
cussão geral já tenha sido reconhecida e daquela objeto de julgamento de recursos extraordinários
ou especiais repetitivos.
Letra b.

014. (VUNESP/2019/SERTPREV-SP/PROCURADOR JURÍDICO) Assinale a alternativa corre-


ta sobre Recurso Especial e Extraordinário.
a) O Supremo Tribunal Federal não poderá desconsiderar vício formal de recurso tempestivo
de ofício.
b) O Supremo Tribunal Federal não conhecerá do recurso extraordinário quando a questão
constitucional nele versada não tiver repercussão geral, cabendo, neste caso, agravo de
instrumento.
c) O pedido de concessão de efeito suspensivo a recurso extraordinário ou a recurso especial
poderá ser formulado por requerimento dirigido ao tribunal superior respectivo, se já distribuí-
do o recurso.
d) Reconhecida a repercussão geral, o relator no Supremo Tribunal Federal determinará a sus-
pensão do processamento de todos os processos pendentes, individuais ou coletivos, que
versem sobre a questão e tramitem no território nacional.
e) Haverá repercussão geral sempre que o recurso impugnar acórdão que contrarie súmula ou
jurisprudência dominante do Superior Tribunal de Justiça.

a) Errada. Dispõe o art. 1.029, § 3º, do CPC: “O Supremo Tribunal Federal ou o Superior Tribunal
de Justiça poderá desconsiderar vício formal de recurso tempestivo ou determinar sua corre-
ção, desde que não o repute grave”.
b) Errada. A decisão do STF que não conhecer o recurso extraordinário por ausência de reper-
cussão geral é irrecorrível. Art. 1.035 do CPC: “O Supremo Tribunal Federal, em decisão irrecor-
rível, não conhecerá do recurso extraordinário quando a questão constitucional nele versada
não tiver repercussão geral, nos termos deste artigo”.
c) Errada. Nos termos do artigo 1.029, § 5º, do CPC:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 59 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

O pedido de concessão de efeito suspensivo a recurso extraordinário ou a recurso especial poderá


ser formulado por requerimento dirigido:
I – ao tribunal superior respectivo, no período compreendido entre a publicação da decisão de ad-
missão do recurso e sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento para
julgá-lo;
II – ao relator, se já distribuído o recurso;
III – ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, no período compreendido entre a in-
terposição do recurso e a publicação da decisão de admissão do recurso, assim como no caso de o
recurso ter sido sobrestado, nos termos do art. 1.037.
d) Certa. É o que dispõe o artigo 1.035, § 5º, do CPC:

Reconhecida a repercussão geral, o relator no Supremo Tribunal Federal determinará a suspensão


do processamento de todos os processos pendentes, individuais ou coletivos, que versem sobre a
questão e tramitem no território nacional.
e) Errada. De acordo com o artigo 1.035, § 3º, do CPC:

Haverá repercussão geral sempre que o recurso impugnar acórdão que:


I – contrarie súmula ou jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal;
II – (revogado);
III – tenha reconhecido a inconstitucionalidade de tratado ou de lei federal, nos termos do art. 97 da
Constituição Federal”.
Letra d.

015. (FCC/2019/DPE-SP/DEFENSOR PÚBLICO) O Superior Tribunal de Justiça reconhece a


multiplicidade de recursos questionando a aplicação de um determinado índice de correção
incidente sobre uma espécie de negócio jurídico. De acordo com a sistemática de recursos
especiais repetitivos,
a) a decisão que determina o sobrestamento dos processos em que se discuta o tema objeto de
recursos especiais repetitivos somente alcança os processos individuais, mas não tem o efeito
de suspender o andamento de processos coletivos, diante do interesse público subjacente.
b) o relator poderá requisitar aos presidentes ou aos vice-presidentes dos tribunais de justiça
ou dos tribunais regionais federais a remessa de um recurso representativo da controvérsia e,
caso constate que os recursos contêm outras questões além daquela que é objeto da afeta-
ção, decidirá primeiramente as demais questões antes de decidir sobre a questão repetitiva.
c) a decisão que determina a devolução para o Tribunal de origem, para o juízo de retratação
ou conformação, a fim de aguardar-se o julgamento de matéria submetida ao rito dos recursos
repetitivos, tem sido entendida pelo Superior Tribunal de Justiça como irrecorrível.
d) a decisão de afetação deverá indicar com precisão a questão que será submetida a julga-
mento e determinará o sobrestamento de todos os demais recursos sobre o tema em todo o
território nacional, mas não obstará o prosseguimento dos processos nos graus inferiores de
jurisdição.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 60 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

e) a parte que tenha o seu recurso especial suspenso na origem, caso demonstre distinção
entre a questão a ser decidida no processo e aquela a ser julgada no recurso especial ou
extraordinário afetado, deverá requerer o prosseguimento do seu recurso ao relator, no
tribunal superior.

a) Errada. Dispõe o art. 1.036, § 1º, do CPC:

O presidente ou o vice-presidente de tribunal de justiça ou de tribunal regional federal selecionará 2


(dois) ou mais recursos representativos da controvérsia, que serão encaminhados ao Supremo Tri-
bunal Federal ou ao Superior Tribunal de Justiça para fins de afetação, determinando a suspensão
do trâmite de todos os processos pendentes, individuais ou coletivos, que tramitem no Estado ou
na região, conforme o caso.
b) Errada. De acordo com o art. 1.037, CPC:

Selecionados os recursos, o relator, no tribunal superior, constatando a presença do pressuposto do


caput do art. 1.036, proferirá decisão de afetação, na qual: (...) III – poderá requisitar aos presidentes
ou aos vice-presidentes dos tribunais de justiça ou dos tribunais regionais federais a remessa de um
recurso representativo da controvérsia. (...) § 7º Quando os recursos requisitados na forma do inci-
so III do caput contiverem outras questões além daquela que é objeto da afetação, caberá ao tribu-
nal decidir esta em primeiro lugar e depois as demais, em acórdão específico para cada processo.
c) Certa. O posicionamento do STJ sobre o tema é esse:

é firme o entendimento, no âmbito desta Corte de Justiça, de que é irrecorrível a decisão


que determina a devolução dos autos ao Tribunal de origem, a fim de aguardar-se o jul-
gamento de matéria submetida ao rito dos recursos repetitivos ou da repercussão geral
(AgInt no AgInt no REsp 1423253/SC. Rel. Min. Raul Araujo. DJe 19/12/2018)

d) Errada. De acordo com o art. 1.037, CPC:

Selecionados os recursos, o relator, no tribunal superior, constatando a presença do pressuposto do


caput do art. 1.036, proferirá decisão de afetação, na qual:
I – identificará com precisão a questão a ser submetida a julgamento;
II – determinará a suspensão do processamento de todos os processos pendentes, individuais ou
coletivos, que versem sobre a questão e tramitem no território nacional;
III – poderá requisitar aos presidentes ou aos vice-presidentes dos tribunais de justiça ou dos tribu-
nais regionais federais a remessa de um recurso representativo da controvérsia.
e) Errada. Segundo o art. 1.037, CPC:

(...) § 9º Demonstrando distinção entre a questão a ser decidida no processo e aquela a ser julgada
no recurso especial ou extraordinário afetado, a parte poderá requerer o prosseguimento do seu
processo.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 61 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

§ 10. O requerimento a que se refere o § 9º será dirigido:


I – ao juiz, se o processo sobrestado estiver em primeiro grau;
II – ao relator, se o processo sobrestado estiver no tribunal de origem;
III – ao relator do acórdão recorrido, se for sobrestado recurso especial ou recurso extraordinário no
tribunal de origem;
IV – ao relator, no tribunal superior, de recurso especial ou de recurso extraordinário cujo processa-
mento houver sido sobrestado.
Letra c.

016. (VUNESP/2019/DAEM/PROCURADOR JURÍDICO) Considere a seguinte situação hipotética.


O Procurador Jurídico do Departamento de Água e Esgoto de Marília recebeu a intimação do jul-
gamento de um recurso interposto pela Autarquia que havia sido julgado improcedente. Dentro do
prazo legal, apresentou o Recurso Especial. Entretanto, após alguns dias, recebeu outra intimação,
informando o resultado do julgamento dos Embargos de Declaração apresentados pela outra parte.
Em face do exposto, assinale a alternativa correta.
a) Faz-se necessária a apresentação de novo Recurso Especial, independentemente do conhe-
cimento ou provimento dos embargos.
b) Será necessária a ratificação do Recurso Especial, mesmo que o julgamento dos Embargos de
Declaração não altere o resultado anterior, sendo desnecessária a apresentação de novo recurso.
c) Se alterado o julgado anterior pelo julgamento dos Embargos de Declaração, faz-se neces-
sária a apresentação de novo Recurso Especial; caso contrário, basta a ratificação do recurso
anteriormente apresentado.
d) Não será necessário ratificar o Recurso Especial interposto, caso o julgamento dos Embar-
gos de Declaração não altere o resultado anterior.
e) Se o recurso de Embargos de Declaração foi conhecido, independentemente do resultado,
faz-se necessária a apresentação de novo Recurso Especial.

No caso apresentando na questão, não há necessidade de apresentar novo recurso ou ratificar


o recurso já apresentado.

CPC
Art. 1.024.
§ 4º Caso o acolhimento dos embargos de declaração implique modificação da decisão embargada,
o embargado que já tiver interposto outro recurso contra a decisão originária tem o direito de com-
plementar ou alterar suas razões, nos exatos limites da modificação, no prazo de 15 (quinze) dias,
contado da intimação da decisão dos embargos de declaração.
§ 5º Se os embargos de declaração forem rejeitados ou não alterarem a conclusão do julgamento
anterior, o recurso interposto pela outra parte antes da publicação do julgamento dos embargos de
declaração será processado e julgado independentemente de ratificação.
Letra d.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 62 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

017. (UFMT/2018/PREFEITURA DE VÁRZEA GRANDE-MT/PROCURADOR MUNICIPAL) Tra-


tando-se de julgamento de recursos extraordinários ou especiais repetitivos, o novo Código
de Processo Civil (Lei n.º 13.105/2015) dispõe que, após selecionados os recursos represen-
tativos da controvérsia, fundada em idêntica questão de direito, o relator, no tribunal superior,
proferirá decisão de afetação, na qual determinará
a) a suspensão do processamento de todos os processos pendentes, individuais ou coletivos,
que versem sobre a questão e tramitem no território nacional.
b) a suspensão do trâmite de todos os processos pendentes, individuais ou coletivos, que
versem sobre a questão e tramitem no Estado ou na região, conforme o caso, de onde foram
remetidos os recursos selecionados.
c) o sobrestamento do julgamento de recursos, que versem sobre a questão e tramitem no
Estado ou na região, conforme o caso, sem prejuízo do andamento dos processos em pri-
meiro grau.
d) o sobrestamento do julgamento de recursos, que versem sobre a questão e tramitem no
território nacional, sem prejuízo do andamento dos processos em primeiro grau.

a) Certa. Nos termos do art. 1.037, CPC:

Selecionados os recursos, o relator, no Tribunal superior, constatando a presença do pressuposto do


caput do art. 1.036 proferirá decisão de afetação, na qual:
I – identificará com precisão a questão a ser submetida a julgamento;
II – determinará a suspensão do processamento de todos os processos pendentes, individuais ou
coletivos, que versem sobre a questão e tramitem no território nacional;
b) Errada. Ocorre a suspensão de processos em todo o território nacional e não apenas no
Estado ou na região, conforme art. 1.037, inciso II, do CPC.
c) Errada. Vide item B.
d) Errada. Os processos em andamento no primeiro grau também ficam suspensos.
Letra a.

018. (VUNESP/2018/TJ-RS/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO) Recebida a petição do recurso


extraordinário, o recorrido será intimado para apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quin-
ze) dias, findo o qual os autos serão conclusos ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal
recorrido, que deverá
a) aplicar a súmula impeditiva de recurso, do tribunal local, se for o caso.
b) remeter os autos ao STF, independentemente de juízo de admissibilidade.
c) verificar se o recurso contraria súmula ou jurisprudência dominante do STF.
d) reconhecer se há repercussão geral das questões constitucionais DISCUTIDAS no caso, sob
pena de não admiti-lo.
e) sobrestá-lo se versar sobre controvérsia de caráter repetitivo ainda não decidida pelo STF.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 63 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

a) Errada. Haveria usurpação de competência do STF ou STJ caso o tribunal de 2º grau obstas-
se a interposição de RE ou REsp com base no entendimento sumular do tribunal local.
b) Errada. No RE e REsp permanece o duplo juízo de admissibilidade. Assim, o Presidente ou
Vice-Presidente do Tribunal deverão proceder a um prévio juízo de admissibilidade, conforme
art. 1.030, V do CPC.
c) Errada. A hipótese mencionada no item não se encaixa no previsto no artigo 1.030 do CPC.

CPC
Art. 1.030. Recebida a petição do recurso pela secretaria do tribunal, o recorrido será intimado para
apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias, findo o qual os autos serão conclusos ao
presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, que deverá:
I – negar seguimento:
a) a recurso extraordinário que discuta questão constitucional à qual o Supremo Tribunal Federal
não tenha reconhecido a existência de repercussão geral ou a recurso extraordinário interposto con-
tra acórdão que esteja em conformidade com entendimento do Supremo Tribunal Federal exarado
no regime de repercussão geral;
b) a recurso extraordinário ou a recurso especial interposto contra acórdão que esteja em conformi-
dade com entendimento do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça, respecti-
vamente, exarado no regime de julgamento de recursos repetitivos;
d) Errada. Cabe apenas ao STF a análise da existência de repercussão geral.
e) Certa. De acordo com o art. 1.030, inciso III, do CPC:

Recebida a petição do recurso pela secretaria do tribunal, o recorrido será intimado para apresentar
contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias, findo o qual os autos serão conclusos ao presidente ou
ao vice-presidente do tribunal recorrido, que deverá:
III – sobrestar o recurso que versar sobre controvérsia de caráter repetitivo ainda não decidida pelo
Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça, conforme se trate de matéria consti-
tucional ou infraconstitucional;
Letra e.

019. (VUNESP/2018/PGE-SP/PROCURADOR DO ESTADO) Em relação ao recurso de embar-


gos de divergência, é correto afirmar:
a) cabem embargos de divergência quando o acórdão paradigma for da mesma turma que pro-
feriu a decisão embargada, desde que sua composição tenha sofrido alteração em, no mínimo,
um terço dos seus membros.
b) é cabível nos processos de competência originária do Supremo Tribunal Federal.
c) é embargável o acórdão de órgão fracionário que, em recurso especial ou extraordinário, di-
vergir do julgamento de qualquer outro órgão do mesmo tribunal, sendo um acórdão de mérito
e outro que não tenha conhecido do recurso, embora tenha apreciado a controvérsia.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 64 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

d) não poderão ser confrontadas teses jurídicas contidas em julgamento de recursos e de


ações de competência originária.
e) se os embargos de divergência forem desprovidos, o recurso extraordinário interposto pela
outra parte antes da publicação do julgamento dos embargos de divergência sempre deverá
ser ratificado.

a) Errada. Nos termos do art. 1.043, § 3º, do CPC: “Cabem embargos de divergência quando
o acórdão paradigma for da mesma turma que proferiu a decisão embargada, desde que sua
composição tenha sofrido alteração em mais da metade de seus membros.”
b) Errada. Nos termos do art. 1.043, inciso I, do CPC:

É embargável o acórdão de órgão fracionário que:


I – em recurso extraordinário ou em recurso especial, divergir do julgamento de qualquer outro ór-
gão do mesmo tribunal, sendo os acórdãos, embargado e paradigma, de mérito;
c) Certa. De acordo com o art. 1.043, inciso III, do CPC:

É embargável o acórdão de órgão fracionário que:


III – em recurso extraordinário ou em recurso especial, divergir do julgamento de qualquer outro
órgão do mesmo tribunal, sendo um acórdão de mérito e outro que não tenha conhecido do recurso,
embora tenha apreciado a controvérsia;
d) Errada. Nos termos do art. 1.043, § 1º, do CPC: “Poderão ser confrontadas teses jurídicas
contidas em julgamentos de recursos e de ações de competência originária.”
e) Errada. Nos termos do art. 1.043, § 2º, do CPC:

Se os embargos de divergência forem desprovidos ou não alterarem a conclusão do julgamento


anterior, o recurso extraordinário interposto pela outra parte antes da publicação do julgamento dos
embargos de divergência será processado e julgado independentemente de ratificação.
Letra c.

020. (VUNESP/2019/PREFEITURA DE RIBEIRÃO PRETO-SP/PROCURADOR DO MUNICÍ-


PIO) Sobre os embargos de divergência, é correto afirmar que
a) não poderão ser confrontadas teses jurídicas contidas em julgamentos de recursos e de
ações de competência originária.
b) a divergência que autoriza a sua interposição é, apenas, aquela que diz respeito à aplicação
do direito material.
c) são cabíveis quando o acórdão paradigma for da mesma turma que proferiu a decisão
embargada, desde que sua composição tenha sofrido alteração em, no mínimo, um terço de
seus membros.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 65 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

d) o seu procedimento observará o quanto estabelecido no regimento interno do respectivo


tribunal superior.
e) a sua interposição suspende o prazo para interposição de recurso extraordinário por qual-
quer das partes.

a) Errada. Conforme dispõe o art. 1.043, § 1º, do CPC: “Poderão ser confrontadas teses jurídi-
cas contidas em julgamentos de recursos e de ações de competência originária”.
b  ) Errada. Dispõe o art. 1.043, § 2º, do CPC: “A divergência que autoriza a interposição de embar-
gos de divergência pode verificar-se na aplicação do direito material ou do direito processual”.
c) Errada. Determina o art. 1.043, § 3º, do CPC, que “cabem embargos de divergência quando
o acórdão paradigma for da mesma turma que proferiu a decisão embargada, desde que sua
composição tenha sofrido alteração em mais da metade de seus membros”.
d) Certa. Conforme dispõe expressamente o art. 1.044 do CPC: “No recurso de embargos de
divergência, será observado o procedimento estabelecido no regimento interno do respectivo
tribunal superior”.
e) Errada. Dispõe o art. 1.044, § 1º, do CPC: “A interposição de embargos de divergência no
Superior Tribunal de Justiça interrompe o prazo para interposição de recurso extraordinário
por qualquer das partes”.
Letra d.

021. (VUNESP/2019/CÂMARA DE MONTE ALTO-SP/PROCURADOR JURÍDICO) De decisão


proferida pelo relator em recurso de apelação caberá o seguinte recurso:
a) Recurso Extraordinário.
b) Recurso Ordinário.
c) Agravo de Instrumento.
d) Agravo Interno.
e) Embargos de Divergência.

Conforme dispõe o art. 1.021 do CPC: “Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo in-
terno para o respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do
regimento interno do tribunal”.
Letra d.

022. (VUNESP/2017/PREFEITURA DE PORTO FERREIRA-SP/PROCURADOR JURÍDICO) X


ingressou com uma ação contra a empresa Y. X teve sua demanda julgada improcedente e por
isso recorreu. O desembargador relator, em decisão monocrática, não conheceu da apelação,
pois entendeu que esta não foi preparada adequadamente, não concedendo prazo para que X
sanasse o vício, determinando inclusive a certificação do trânsito em julgado. Ocorre que X é
beneficiária da Justiça Gratuita e por isso isenta de custas de preparo.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 66 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

A medida judicial cabível para que X questione a atitude do desembargador e consiga reverter
a decisão é
a) Agravo de Instrumento.
b) Embargos de Divergência.
c) Recurso Especial.
d) Recurso Ordinário.
e) Agravo Interno.

Como se trata de decisão monocrática do relator, o correto é o agravo interno, nos termos do
art. 1021 do CPC: “Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respecti-
vo órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento interno do
tribunal.”
Letra e.

023. (QUADRIX/2017/CFO-DF/PROCURADOR JURÍDICO) Com base em conhecimentos rela-


tivos a direito processual civil e à legislação correlata, julgue o próximo item.
A prioridade de tramitação dos procedimentos judiciais em que figure como parte ou interes-
sada pessoa com idade igual ou superior a sessenta anos é direito personalíssimo, que cessa
com a morte do beneficiado.

Nos termos do artigo 1.048 do CPC:

Terão prioridade de tramitação, em qualquer juízo ou tribunal, os procedimentos judiciais:


I – em que figure como parte ou interessado pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta)
anos ou portadora de doença grave, assim compreendida qualquer das enumeradas no art. 6º, inci-
so XIV, da Lei n. 7.713, de 22 de dezembro de 1988;
§ 3º Concedida a prioridade, essa não cessará com a morte do beneficiado, estendendo-se em favor
do cônjuge supérstite ou do companheiro em união estável.
Além disso, o artigo 71 do Estatuto do Idoso (Lei n. 10.741), prevê que:

É assegurada prioridade na tramitação dos processos e procedimentos e na execução dos atos e


diligências judiciais em que figure como parte ou interveniente pessoa com idade igual ou superior
a 60 (sessenta) anos, em qualquer instância.
§ 2º A prioridade não cessará com a morte do beneficiado, estendendo-se em favor do cônjuge
supérstite, companheiro ou companheira, com união estável, maior de 60 (sessenta) anos.
Errado.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 67 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

024. (FCC/2016/PGE-MT/PROCURADOR DO ESTADO) De acordo com as regras transitórias


de direito intertemporal estabelecidas no novo Código de Processo Civil,
a) uma ação de nunciação de obra nova que ainda não tenha sido sentenciada pelo juízo de
primeiro grau quando do início da vigência do Novo Código de Processo Civil, seguirá em con-
formidade com as disposições do Código de Processo Civil de 1973.
b) as ações que foram propostas segundo o rito sumário antes do início da vigência do novo
Código de Processo Civil, devem ser adaptadas às exigências da nova lei instrumental, à luz do
princípio da imediata aplicação da lei processual nova.
c) as disposições de direito probatório do novo Código de Processo Civil aplicam-se a todas
as provas que forem produzidas a partir da data da vigência do novo diploma processual, inde-
pendentemente da data em que a prova foi requerida ou determinada a sua produção de ofício.
d) caso uma ação tenha sido proposta durante a vigência do Código de Processo Civil de 1973
e sentenciada já sob a égide do novo Código de Processo Civil, resolvendo na sentença ques-
tão prejudicial cuja resolução dependa o julgamento do mérito expressa e incidentalmente, tal
decisão terá força de lei e formará coisa julgada.
e) o novo Código de Processo Civil autoriza, sem ressalvas, a concessão de tutela provisó-
ria contra a Fazenda Pública, derrogando tacitamente as normas que dispõem em sentido
contrário.

a) Certa. A ação de nunciação de obra nova consistia em um procedimento especial previsto
pelo antigo código de processo civil. Acerca dos procedimentos especiais previstos na lei an-
terior, dispõe o artigo 1.046, § 1º, do CPC:

As disposições da Lei n. 5.868, de 11 de janeiro de 1973, relativas ao procedimento sumário e aos


procedimentos especiais que forem revogadas aplicar-se-ão às ações propostas e não sentencia-
das até o início da vigência deste Código.
b) Errada. Mesma fundamentação legal da alternativa anterior. Ou seja, ações que tramitam
pelo rito sumário e que foram propostas na vigência do código anterior, terão aplicação da lei
vigente à época da propositura.
c) Errada. Dispõe o artigo 1.047 do CPC: “As disposições de direito probatório adotadas neste
Código aplicam-se apenas às provas requeridas ou determinadas de ofício a partir da data de
início de sua vigência”.
d) Errada. De fato, o artigo 503, § 1º, do CPC prevê que:

A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos limites da questão principal
expressamente decidida.
§ 1º O disposto no caput aplica-se à resolução de questão prejudicial, decidida expressa e inciden-
temente no processo, se (...).

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 68 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

Já o artigo 1.054 dispõe que essa regra só se aplica aos processos iniciados após a sua vi-
gência, não se aplicando, portanto, às ações propostas durante a vigência do código anterior
(Artigo 1.054 do CPC: “O disposto no art. 503, § 1º, somente se aplica aos processos iniciados
após a vigência deste Código, aplicando-se aos anteriores o disposto nos arts. 5º, 325 e 470
da Lei n. 5.869, de 11 de janeiro de 1973”).
e) Errada. Ao contrário do que se afirma, o artigo 1.059 do CPC determina que: “À tutela provi-
sória requerida contra a Fazenda Pública aplica-se o disposto nos arts. 1º a 4º da Lei n. 8.437,
de 30 de junho de 1992, e no art. 7º, § 2º, da Lei n. 12.016, de 7 de agosto de 2009”.
Letra a.

025. (VUNESP/2019/PREFEITURA DE FRANCISCO MORATO-SP/PROCURADOR) O Di-


reito Processual Intertemporal visa regular as situações ocorridas durante a transição entre
as regras do antigo Código de Processo Civil (CPC/73) e do novo Código de Processo Civil
(CPC/15). Considerando a complexidade do tema, o Superior Tribunal de Justiça editou regras,
bem como o CPC/15 editou as disposições finais e transitórias. A esse respeito, assinale a
alternativa correta.
a) Para os recursos interpostos para impugnar decisões publicadas a partir da vigência do
CPC/15, será possível o arbitramento de honorários sucumbenciais recursais.
b) Aos recursos interpostos sob a égide do CPC/73, caberá a abertura de prazo para correção
de vícios prevista no CPC/15.
c) Aos recursos interpostos com fundamento no CPC/73 e ainda não julgados, devem ser exi-
gidos os requisitos de admissibilidade recursal do CPC/15.
d) O modelo adotado pelo CPC/15 foi da metanorma de incidência parcial por isolamento de
fase processual: a lei processual nova será aplicada imediatamente, preservando-se os atos
praticados de acordo com a lei anterior.
e) Se a prova tiver sido requerida na vigência do CPC/73, mas for julgada na vigência do CPC/15,
segue-se a sistemática do CPC/15 em relação às disposições de direito probatório.

a) Certa. Nos termos do art. 14 do CPC: “A norma processual não retroagirá e será aplicável
imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situ-
ações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada.” Ainda, segundo dispõe o STJ
no enunciado administrativo 07, nos recursos interpostos para impugnar decisões publicadas
a partir de 18.03.2016 (data de início da vigência do CPC), será possível o arbitramento de ho-
norários sucumbenciais recursais.
b) Errada. O enunciado administrativo 05 do STJ prevê que nos recursos interpostos sob a
égide do CPC/73 (publicados anteriormente a 18.03.2016), não cabe a abertura de prazo para
correção de vícios prevista no art. 932 do CPC.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 69 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

c) Errada. Conforme o enunciado administrativo n. 1 do STJ, aos recursos interpostos com
fundamento no CPC/73 devem ser exigidos os requisitos de admissibilidade na forma nele
prevista.
d) Errada. O CPC de 2015 adotou o modelo de metanorma de incidência parcial por isolamento
de ato processual. A questão fala em isolamento de fase processual, o que não é correto.
e) Errada. De acordo com o disposto no art. 1.047 do CPC: “As disposições de direito probató-
rio adotadas neste Código aplicam-se apenas às provas requeridas ou determinadas de ofício
a partir da data de início de sua vigência.”
Letra a.

026. (FCC/2016/DPE-BA/DEFENSOR PÚBLICO) Sobre o direito processual intertemporal, o


novo Código de Processo Civil
a) retroage porque a norma processual é de natureza cogente.
b) torna aplicáveis a todas as provas as disposições de direito probatório adotadas, ainda que
requeridas antes do início de sua vigência.
c) vige desde o dia de sua publicação, porque a lei processual é de natureza cogente e possui
efeito imediato.
d) extinguiu o procedimento sumário, impondo a extinção de todas as ações ajuizadas sob
este procedimento, incluindo as anteriores à sua entrada em vigor.
e) não possui efeito retroativo e se aplica, em regra, aos processos em curso, respeitados
os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da nor-
ma revogada.

a) Errada. Dispõe o art. 14, do CPC, que “a norma processual não retroagirá e será aplicável
imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situ-
ações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada”.
b) Errada. Conforme o disposto no art. 1.047 do CPC, “as disposições de direito probatório
adotadas neste Código aplicam-se apenas às provas requeridas ou determinadas de ofício a
partir da data de início de sua vigência”.
c) Errada. O art. 1.045 do CPC dispõe que: “Este Código entra em vigor após decorrido 1 (um)
ano da data de sua publicação oficial”.
d) Errada. O CPC/15 revogou o procedimento sumário. No entanto, em relação às ações que já
estavam em curso, dispôs no art. 1.046, § 1º, que

as disposições da Lei n. 5.869, de 11 de janeiro de 1973, relativas ao procedimento sumário e aos


procedimentos especiais que forem revogadas aplicar-se-ão às ações propostas e não sentencia-
das até o início da vigência deste Código.


O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 70 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

e) Certa. D acordo com os seguintes artigos do CPC:

Art. 1.046. Ao entrar em vigor este Código, suas disposições se aplicarão desde logo aos processos
pendentes, ficando revogada a Lei n. 5.869, de 11 de janeiro de 1973.
Art. 14. A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso,
respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da
norma revogada.
Letra e.

027. (VUNESP/2019/CÂMARA DE SERRANA-SP/PROCURADOR JURÍDICO) Tratando espe-


cificamente de direito intertemporal processual, assinale a alternativa que está em consonân-
cia com a atual norma processual civil.
a) É regido pelos princípios da imediatidade e da retroatividade.
b) Não é adotado de forma explícita na lei.
c) Em regra, a norma processual retroagirá e será aplicável imediatamente aos proces-
sos em curso.
d) A lei nova pode incidir imediatamente sobre relações jurídicas preexistentes, ignorando os
efeitos que estas já tenham produzido.
e) A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso,
respeitadas as situações jurídicas já consolidadas.

a) Errada. O direito intertemporal processual, como regra, é regido pelos princípios da imedia-
tidade e irretroatividade.
b  ) Errada. O CPC trouxe um livro complementar para dispor sobre as disposições finais e transitórias.
c) Errada. Nos termos do art. 14 do CPC, a norma processual não retroagirá.
d) Errada. Devem ser respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.
e) Certa. Dispõe o art. 14 do CPC: “A norma processual não retroagirá e será aplicável imedia-
tamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações
jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada”.
Letra e.

028. (INÉDITA) Sobre as disposições finais e transitórias do CPC de 2015, é correto que:
a) O CPC de 2015 entrou em vigor 02 anos após a sua publicação oficial.
b) A tramitação prioritária do procedimento judicial em que figure como parte uma pessoa ido-
sa depende de deferimento pelo órgão jurisdicional.
c) Não se admite o incidente de desconsideração da personalidade jurídica no processo de
competência dos juizados especiais.
d) O Conselho Nacional de Justiça tem a incumbência de promover, periodicamente, pesquisas
estatísticas para avaliação da efetividade das normas previstas no CPC de 2015.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 71 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

a) Errada. O CPC de 2015 entrou em vigor após decorrido 01 ano da data da sua publicação
oficial, nos termos do artigo 1.045.
b) Errada. Na verdade, conforme o artigo 1.048, § 4º, do CPC, a tramitação prioritária indepen-
de de deferimento pelo órgão jurisdicional e deverá ser imediatamente concedida diante da
prova da condição de beneficiário.
c) Errada. Segundo o artigo 1.062 do CPC, o incidente de desconsideração da personalidade
jurídica aplica-se ao processo de competência dos juizados especiais.
d) Certa. É exatamente o teor do artigo 1.069 do CPC que aduz que “o Conselho Nacional de
Justiça promoverá, periodicamente, pesquisas estatísticas para avaliação da efetividade das
normas previstas neste Código”.
Letra d.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 72 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

GABARITO
1. c 11. b 21. d
2. a 12. d 22. e
3. e 13. b 23. E
4. b 14. d 24. a
5. b 15. c 25. a
6. b 16. d 26. e
7. a 17. a 27. e
8. C 18. e 28. d
9. b 19. c
10. b 20. d

Lídia Marangon
Lídia Marangon é defensora pública do Distrito Federal aprovada em 17º lugar. Bacharel em Direito pelo
Centro Universitário de Brasília (UniCEUB). Especialista em Direito Público pela Universidade Cândido
Mendes. Aprovada, dentre outros, nos seguintes concursos públicos: Defensoria Pública do DF, analista
processual do MPU, analista judiciária – execução de mandados do TJ-DFT, analista judiciária do STJ,
analista judiciária do TRT-2ª Região, técnica administrativa do TJ-DFT, técnica administrativa do TRF-1ª
Região, advogada dos Correios. Foi consultora jurídica da TV Justiça e apresentadora do programa Síntese.
Foi professora do curso de Direito do Centro Universitário Unieuro. Quando analista processual no MP-DFT,
atuou nas promotorias de Fundações e Família. Foi servidora do TRF-1ª Região, ocupando o cargo de chefe
de gabinete da Vice-Presidência. Foi servidora do TJ-DFT, exercendo função de assessoria em gabinete de
desembargador. Na Defensoria Pública do DF, é coordenadora do Núcleo de Brazlândia, com atribuições
perante a Defensoria Criminal.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 73 de 75
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Recurso Especial. Recursos Extraordinário, Aspectos Procedimentais Comuns aos
Recursos Extraordinário e Especial. Embargos de Divergência. Livro Complementar
Lídia Marangon

Finalizamos nossa jornada!


Espero que tenham gostado. Eu me identifico com você, querido(a) aluno(a). Sei o quanto
você luta e o quanto você quer vencer.
Eu, assim como você, nos meus momentos de estudo intenso, sabia exatamente em que
ponto eu queria chegar. E cheguei! Não desista. Lute, canse, chore, resmungue, desabafe e no
momento seguinte, volte a estudar.
Quantas vezes eu usei o choro como uma forma de aliviar a tensão? Foram tantas que nem
me recordo...mas logo em seguida, eu limpava as lágrimas e voltava firme ao meu propósito.
Pense nisso. Conheço pessoas que ainda estão na luta, assim como você e relembro o tanto
que é sofrível. Mas te garanto uma coisa: o sabor de conseguir não tem preço. É inesquecível.
Vale a pena cada segundo da sua vida investido em algo que te trará tantas boas coisas.
Quando seu nome estiver no diário oficial, me mande um alô (@prof.lidiamarangon). Eu
quero estar com você nesse momento de alegria, ainda que de forma virtual.
Conte sempre comigo.
Estou na torcida por você!
Um forte abraço e um sentimento caloroso de gratidão.
Lídia Marangon

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 74 de 75
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Felipe Castro - 40273700820, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

Você também pode gostar