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O que é música?

A música é a arte dos sons, uma forma de organização desses sons de


maneira reflexiva. Se dá a partir de três pontos: ritmo, melodia e harmonia. A
música, assim, pode ser definida como uma combinação de som organizada
por seres humanos a fim de expressar vivências, sentimentos, pensamentos,
visões entre outras dinâmicas de um indivíduo ou de sua coletividade. Dessa
maneira, as variadas organizações de sons podem não necessariamente
conter todos os três pontos. Um batuque em algum objeto, ou um assovio,
quando organizados reflexivamente, são músicas.

Notas

Nota é uma vibração medida em hertz que se propaga no ar. Sua


execução se dá a partir de um objeto. A nota possui quatro características que
a definem: frequência, que é a altura da nota; timbre, que é a qualidade do som
e sua característica, quanto mais alta a frequência, mais aguda a nota é;
intensidade, que é o volume de uma nota em decibéis; tempo, que é a duração
que a nota soa.

Obs: A nota oficial como base para a afinação é a Lá em 440hz: por isso que o
diapasão está em lá.

Série harmônica

É necessariamente como um som, uma nota, se propaga no ar. Sua


propagação gera uma sequência de outras notas, outros sons após o som
fundamental tocado. A série harmônica é o som da natureza. Dentro de cada
nota, há outras notas que, quando juntadas, formam acordes. O eco, a
ressonância de uma nota propagada no ar geram outras notas em conjunto, na
calda da nota. Ex. ao se tocar um dó, se ouve no fundo um outro dó uma oitava
acima, um segundo harmônico que é um SOL, que é a quinta do DÓ, um
terceiro harmônico que é um SOL novamente e um quarto harmônico que é um
mi, a terça de DÓ. Juntando essas notas se tem o acorde de DÓ MAIOR.

Série harmônica da nota dó


DÓ1-DÓ2-SOL2-DÓ3-MI3-SOL3-SIb3-DÓ4
A série harmônica é de suma importância para entender a relação e interação
das notas. A junção das notas forma os acordes

Sistema temperado

O sistema temperado é um sistema de afinação utilizado na música


ocidental que divide a oitava em 12 intervalos iguais, conhecidos como
semitons. C-C♯-D-D♯-E-F-F♯-G-G♯-A-A♯-B (Tom, semitom, tom, semitom, tom,
semitom). Essa divisão igualitária permite a transposição de músicas para
diferentes tonalidades, facilitando a execução em diferentes instrumentos e
possibilitando a exploração de uma ampla variedade de acordes e escalas. No
sistema temperado, todos os intervalos são ligeiramente ajustados, em relação
à afinação pura, para que possam ser utilizados de forma equilibrada em todas
as tonalidades. Isso proporciona maior flexibilidade e versatilidade na música
ocidental, tornando o sistema temperado o padrão predominante.
Comas: Os "comas" e os "microtons" estão relacionados ao conceito de
afinação na música. O "coma" é uma pequena diferença de afinação que
ocorre quando se divide uma oitava em partes iguais, resultando em intervalos
ligeiramente desafinados. Existem 9 comas de um semitom a outro.
O sistema temperado “eliminou” esses comas, padronizando as divisões
de 12 semitons a partir de um ponto: a afinação em lá 440hz. Contudo, os
comas ainda estão presentes na maneira pela qual se constrói a música,
sobretudo as músicas que não se encontram nos centros do ocidente ou as
que não tiveram origem dali. Ver o Blues, que tem como linguagem principal a
relação entre a 3ª menor e a 3ª maior. O meio termo, a quase passagem de
uma terça menor para uma maior é o que dá identidade ao blues. Esse “entre
terças” não se encontra presente na divisão temperada. Sua busca em
instrumentos temperados, como no caso aqui a guitarra, é a partir de técnicas
como o bend. O funk carioca também possui alguns exemplos de comas que
foram suprimidos a partir do sistema temperado. Ver o “estou ficando
atoladinha”.

Cifragem
Na cifragem, os acordes são representados por símbolos ou letras
abreviadas colocadas acima da melodia. Esses símbolos indicam a estrutura
harmônica e a progressão de acordes da música. As cifras dão categoria aos
acordes. As cifras utilizam-se das letras do alfabete para sinalizar o acorde.
Começando por A e indo até G. Assim:
A B C D E F G
Lá Si Dó Ré Mi Fá Sol

A estratégia de memorização é pensar o lá como primeira nota, a


associando com a primeira letra, que é a A e indo até Sol, que é a G.

Outros sinais significativos são: m: menor, maj7: acorde maior com sétima
maior, #: sustenido, b: bemol, º: diminuta. Sustenidos e bemóis são chamados
de acidentes. Acordes tétrades possuem o número do intervalo. Ex: C6, F7M,
G#m. Acordes invertidos possuem o sinal /. Ex: D/F#, onde se inverte o acorde
de Ré maior. Esse acorde se chama de Ré com baixo no Fá sustenido.

A escala natural

A escala natural, também conhecida como escala maior, é uma escala


de sete notas que segue uma fórmula de intervalos específica. A fórmula da
escala natural é: Tom - Tom - Semitom - Tom - Tom - Tom – Semitom. "Tom"
representa um intervalo de tom inteiro, que é composto por dois semitons
consecutivos. "Semitom" representa um intervalo de semitom, que é
equivalente a um semitom ou meio tom. Por exemplo, se começarmos a escala
natural em dó, aplicando a fórmula, obteremos a seguinte sequência de notas:
Dó - Ré - Mi - Fá - Sol - Lá - Si – Dó. Essa sequência de notas representa a
escala natural de dó maior, seguindo a fórmula de intervalos mencionada
anteriormente. Vale ressaltar que essa fórmula se aplica a qualquer escala
natural, independentemente da nota inicial.

Escala natural: Tônica – 2ª maior – 3ª maior – 4ª justa – 5ª justa – 6ª


maior – 7 ª maior (tom, tom, semitom, tom, tom, tom, semitom): C-D-E-F-G-A-
B-C.
Intervalos

Intervalos é o nome da distância entre as notas. Os intervalos podem ser


maiores, menores, justos, aumentados e diminutos.

 Intervalo maior: É um intervalo composto por dois tons inteiros,


como a diferença entre Dó e Mi. Possui uma sonoridade alegre
e aberta, frequentemente utilizada em progressões musicais de
resolução positiva.
 Intervalo menor: É um intervalo composto por um tom e um
semitom, como a diferença entre Dó e Ré bemol. Tem uma
sonoridade mais sombria e íntima, sendo comumente usados
para expressar emoções melancólicas.
 Intervalo justo: São intervalos que mantêm a relação exata
entre as alturas das notas, sem alterações cromáticas. Incluem
o uníssono (ou oitava justa), a quarta justa e a quinta justa. São
considerados consonantes e estáveis.
 Intervalo aumentado: É um intervalo maior que foi ampliado em
um semitom, criando uma sonoridade de tensão e instabilidade.
Por exemplo, a diferença entre Dó e Mi sustenido.
 Intervalo diminuto: É um intervalo menor que foi reduzido em
um semitom, resultando em uma sonoridade ainda mais
dissonante e tensa. Por exemplo, a diferença entre Ré e Mi
bemol.

Classificação dos intervalos


Classificação dos Nota Distância
intervalos
Tônica C
2ª menor C# Meio tom
2ª maior D Um tom
3ª menor D# Um tom e meio
3º maior E Dois tons
4ª justa F Dois tons e meio
4ª justa aumentada ou F# Três tons
5ª justa diminuta
5ª justa G Três tons e meio
5ª justa aumentada ou G# Quatro tons
6ª menor
6ª maior A Quatro tons e meio
7ª menor A# Cinco tons
7ª maior B Cinco tons e meio
Tônica ou 8ª justa C Seis tons

Obs: Em cima de um intervalo justo, o semitom tem o nome de aumentado. O


semitom abaixo da justa é diminuto. Partindo de um grau maior, a partir de um
semitom, se tem um intervalo aumentado. Ex: C-C#.

Ciclo das quintas

Outra maneira de construir a escala natural é a partir dos ciclos das


quintas. O ciclo das quintas é uma sequência de notas distanciadas por
intervalos de quinta justa. É usada na construção de escalas, logo para saber
os acidentes (notas com sustenidos e bemol).

Sua utilização é simples. É só dispor as cifras começando por C, logo,


Dó, tendo assim a escala natural de Dó maior. Assim: C-D-E-F-G-A-B-C. Agora
repete-se as mesmas notas começando com a quinta, ou seja, a G. Então
ficaria assim: G-A-B-C-D-E-F-G. A sétima nota a partir dessa disposição das
quintas ganha um sustenido. Repete-se as notas seguintes, colocando um
sustenido na sétima. Assim, forma-se a escala de Sol Maior: G-A-B-C-D-E-F#-
G. Agora a partir de G, faz-se o mesmo movimento: G-A-B-C-D-E-F#-G. A
quinta de G é D. Agora é só dispor a escala de Sol começando por sua quinta,
D e colocando a sustenido na sua sétima. D-E-F#-G-A-B-C#. Percebe-se que
juntou o sustenido que a escala de sol, a partir do ciclo de quinta de Dó. A
seguinte tabela vai dispor todas as escalas a partir da escala natural.

C D E F G A B
G A B C D E F#
D E F# G A B C#
A B C# D E F# G#
E F# G# A B C# D#
B C# D# E F# G# A#
F# G# A# B C# D# E#
C# D# E# F# G# A# B#
G# A# B# C# D# E# G
D# E# G G# A# B# D
A# B# D D# E# G A
E# G A A# B# D E

Ciclo das quartas

O ciclo das quartas é uma sequência de progressões harmônicas em


que cada acorde é formado a partir do acorde anterior, adicionando-se uma
quarta justa. Ao contrário do ciclo de quintas, que progride de forma
ascendente, o ciclo das quartas progride de forma descendente.
Aqui está o ciclo das quartas com todas as notas, começando em C:
C - F - Bb - Eb - Ab - Db - Gb - Cb - Fb - B - E - A - D - G

Essa sequência representa os acordes principais construídos em cada


uma das 12 notas da escala cromática, começando em C e progredindo em
quartas descendentes. Você pode continuar a progressão, adicionando quartas
justas para obter acordes mais distantes na sequência.
Se o ciclo das quintas usa o sinal sustenido o das quartas usa o ciclo
das quartas. No ciclo das quartas o que ganha o bemol é a quarta. Ex: C-D-E-
F-G-A-B/ F-G-A-Ab-B-C-D-E.

Tríade: a 1ª, a 3ª e a 5ª de uma escala natural. A junção desses


intervalos forma um acorde. Tocadas separadamente, forma-se um arpejo.

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