Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ALBERGARIA, Bruno. Histórias do direito: evolução das leis, fatos, e pensamentos. 3ª ed. São
Paulo: Kindle, 2019 - Sum. p. 100-110 (pg. 115-122 pdf)
Após uma Batalha contra o Pictos em 306 d.C a 312 d.C consolida sua posição e se converte ao
Cristianismo.
Código Justiniano confirma essa ideia, afirmando que “a suprema proteção do Estado
deve se apoiar em dois elementos: nas armas e nas leis, [...] uma vez que os assuntos militares
são salvaguardados pelas leis e as leis protegidas pelas armas” (JUSTINIANO APUD BAPTISTA,
2019)
Procópio de Cesaréia
História secreta (XI, 1) afirma que “assim que Justiniano assumiu o poder, tudo ficou
caótico, pois o que antes estava proibido por lei foi restaurado e os costumes que sempre
regeram a vida em sociedade foram erradicados”. Pior ainda, afirma o historiador, As decisões
dos magistrados pareciam inúteis e fracas, pois tinham seu juízo cativo de um único homem; os
que julgavam tomando decisões sobre as partes enfrentadas, votavam não naquilo que parecia
justo e adequado à lei, mas em função das relações de amizade ou de hostilidade (Procopius,
Historia Arcana, VII, 32)
A imagem de Teodora
• Cipriota que trabalhou em bórdeis e ficou famosa pela lenda Leda e o ganso
Teodora foi contra deixar o palácio dizendo que "do púrpura se faz uma fina mortalha",
sublinhando assim que seria melhor morrer como um imperador, lutando pelo trono, do que
viver com medo, escondido ou exilado.
Hipácio o sobrinho investido pelos revoltosos acabou morto juntamente a 30.000 rebeldes.
Justiniano, que se enamorou dela e queria se casar. Porém, ele não podia, pois era
herdeiro do trono do tio, o imperador bizantino Justino I, e uma lei romana do tempo
de Constantino proibia oficiais do governo de se casarem com atrizes. (hereditariedade
interditada)
A melhora dos direitos das mulheres foi substancial. Teodora fez com que leis fossem
aprovadas que proibiram a prostituição forçada e fechou bordéis.
Corpus Iuris Civilis, quando o texto informa que “[...] somos [Justiniano e seus oficiais] inspirados
com o desejo que Deus nos conceda o domínio sobre o resto do que, sujeito aos antigos romanos
os limites de ambos os mares, eles mais tarde perderam por sua negligência” (Novelllae,30, 11,
2)
529 Summa rei publicae é a revogação das constituições Anteriores e mesmo a de Teodósio
Compilação dos editos dos juriprudentes e Imperadores 138 d.c 529 d.C
12 Volumes dos quais o segundo é a base atual das compilações Direito Civil moderno
Livro I são consagrados às fontes do Direito, ao Direito de asilo e às funções dos diversos agentes
imperiais.
Logo após a compilação das Leges , ou seja, das constituições imperiais, iniciou-se a
compilação das Iuras , que representavam o Direito contido nas obras clássicas dos
jurisconsultos. Essas obras jurídicas eram consideradas fontes do Direito.
As Institutiones Justiniano dedica a obra à juventude ávida do estudo das leis (cupidae
legum Juventuti). Era, acima de tudo, um livro pequeno para iniciantes. Embora os textos de
Gaio, Ulpiano, Marciano e Florentino tenham servido como base na composição, o material
contém várias inovações advindas da reforma jurídica empreendida pelo imperador.
Ulpiano, nas suas Institutas, ou tal como aparece compilado no material do século VI,
informa que os sentidos do termo Ius é o que primeiramente um estudante da lei deveria saber,
e esse conhecimento possuía duas vertentes: a pública e a privada, sendo que “o Direito público
consistiria nas coisas sagradas, nas dos sacerdotes e dos magistrados, ou precisamente naquilo
que se refere ao estado da coisa romana”(BAPTISTA, 2019)
Diferentemente daquilo que se relaciona com o interesse público (publica utilitas), o interesse
privado seria tripartite, sendo derivado dos princípios do:
Ius se diferencia de fas, porque diz respeito à lei secular e não divina (embora a ordem do
humano e do divino pudesse se sobrepor), e também se distingue de lex, porque, num sentido
mais amplo, “foi pensada para comportar um forte elemento normativo, refletindo a relação
entre lei e justiça (iustitia)” (MOUSOURAKIS, 2007, p. 20).
A lex, por definição, pertence a um tipo específico de relacionamento legal e é baseada na ius,
sem se confundir com ela.
A temática reinante das Novelas, que eram editadas em sua maioria em língua grega, versava
sobre Direito hereditário e matrimonial.
BLOCH, Marc. Os Fundamentos do direito. In: A sociedade Feudal. Lisboa: Edições 70, 2007
I . O império do costume
Se um juiz, na Europa pré-feudal dos começos do século IX, tinha de ditar o direito, o
seu primeiro dever era consultar os textos: compilações romanas, se o processo ia ser segundo
as leis de Roma; costumes dos povos germanicos, pouco a pouco, na sua quase totalidade,
postos por escrito; éditos legislativos, finalmente, emanados, em grande número, dos soberanos
dos reinos bárbaros,...
Assim, ao lado do direito escrito, existia já uma zona de tradição puramente oral.
Acabara-se as legislações escritas: Alemanha (reinados fortes) e França (reinados fracos) até 884
d.C. Duques da Baviera ou Normandia baixavam éditos locais.
Mas a organização jurídica não continha advogados e todos os chefes eram juízes. O que
equivale a dizer que a maioria dos juízes não sabia ler, sem dúvida uma má condição para a
conservação de um direito escrito.
A frase célebre de um arcebispo de Lyon, quando cinco personagens se encontravam reunidas,
na Gália franca, não havia de que se espantar se Romano por exemplo, Franco sálio, Franco
ripuário, Visigodo e Burgundo cada um deles obedecesse a uma lei diferente.
A exemplo:
Os Anglo-Saxões que não tinham sido obrigados a ter em conta as populações indígenas,
tinham-no ignorado sempre e a monarquia visigótica, desde 654, eliminara-o. Mas, sempre que
os direitos particulares estavam fixados por escrito, a força de resistência era grande.
Na Inglaterra os juízes sequer sabiam ler ou escrever. Segundo Bloch, após a conquista
normanda, pareceu necessário colocar ao alcance dos vencedores, ou pelo menos dos seus
clérigos, substância destes textos
Vejamos, por exemplo, um aglomerado rural. O estatuto familiar dos camponeses segue,
geralmente, normas mais ou menos semelhantes em toda a região circundante. O seu direito
agrário obedece, pelo contrário, aos costumes particulares da sua comunidade. De entre os
encargos que pesam sobre eles, alguns, que suportam como foreiros, são fixados pelos
costumes do senhorio, cujos limites estão longe de coincidir sempre com os da aldeia; outros,
que abrangem as suas pessoas, se são de condição servil, regem-se pela lei do grupo,
normalmente mais restrito, composto pelos servos do mesmo senhor que habitam o mesmo
local. Tudo isto, entenda--se, sem prejuízo de diversos contratos ou precedentes, umas vezes
estritamente pessoais, outras, capazes de transmitirem os seus efeitos de pais para filhos, ao
longo de toda uma linhagem familiar. Até mesmo quando, em duas pequenas sociedades
vizinhas e de contextura análoga, os sistemas de costume se tinham constituído originariamente
segundo linhas grosseiramente semelhantes, era fatal que, não se encontrando cristalizados
pela escrita, tivessem progressivamente divergido.
No caso Italiano:
Numa palavra, por toda a parte uma mesma autoridade decidia, finalmente, sobre a sorte
reservada ao patrimônio jurídico da idade anterior: o costume, única fonte viva do direito de
então e que os príncipes, quando legislavam, apenas pretendiam interpretar.
O direito jurídico feudal se basea portanto, na ideia de que o que foi, tem por isso mesmo o
direito de ser.
Haveriam bons e maus costumes baseando-se na interpretação religiosa. Assim o direito dos
soberanos não necessariamente se alinhava a visão cristã
Por outras palavras, um costume parecia condenável, especialmente quando era muito
recente. Quer se tratasse da reforma da Igreja ou de uma questão entre senhores vizinhos, o
prestígio do passado só podia ser contestado se se lhe opusesse um outro passado ainda mais
venerável.
O ritual da Vassalagem
Homenagem/fidelidade
Sobre a Bíblia ou relíquias dos santos com o osculum selava-se o contrato publicamente.
O susserano
Corveia: Tratava-se do trabalho dos servos nas terras do senhor, no chamado Manso Senhorial,
em geral, três dias a cada semana.
Talha: Entrega de parte da produção dos servos ao senhor feudal, ou seja, de alimentos
produzidos pelos servos em seus lotes de terras, o Manso Servil.
Banalidade: Taxa paga pelos servos para a utilização de certos instrumentos do feudo
pertencentes aos senhores
Censo: Essa era uma taxa em dinheiro ou espécie (produtos da terra) paga somente pelos vilões,
uma forma de utilizarem alguns lotes do feudo para seu próprio sustento.
Capitação: Imposto por cabeça (per capita) pago pelos servos por cada integrante de sua família.
Mão Morta: Taxa paga pela família de um servo morto para que sua mulher e filhos
continuassem trabalhando no feudo.
Na Itália o Papel escrito existia mas era escriturado e passado de mãos em mãos como
elemento do testemunho
Como a recordação prometia, evidentemente, ser tanto mais durável quanto mais
tempo os seus portadores permanecessem sobre esta terra, os contratantes, muitas vezes,
levavam crianças com eles.
Após muitas taxas de vinhos e pães cobrados sob o costume da tradição inventada.
Introduziu-se o hábito de redigir, em número crescente, os curiosos documentos a que os
diplomatistas chamam «escrituras de não-prejuízo».
Esta escrituragem é um Contra direito, ou seja, um documento escrito que nega a verdade
consuetudinária estabelecida de maneira moderna.
Este respeito pelo facto consumado agiu com força especial sobre o sistema dos direitos reais.
Durante toda a era feudal, é muito raro falar-se da propriedade, seja de uma terra, seja de um
poder de mando; muito mais raro ainda e fora da Itália isso nunca ocorre que um processo incida
sobre essa propriedade.
O que as partes reivindicam é, quase sempre, a saisine (posse de bens de raiz) (em alemão,
Gewere). No século XIII, até o Parlamento dos reis Capetos, dócil às influências romanas, cuidou,
em vão, de reservar o «direito de propriedade», ou seja, a contestação da propriedade, em todas
as decisões sobre a posse dos bens de raiz; não se viu que, de facto, o processo previsto desse
modo tenha sido começado.
Com efeito, sobre quase todas as terras e sobre muitos homens, pesava, naquele tempo,
(medieval/feudal) uma multiplicidade de direitos, diversos pela natureza, mas parecendo cada
um deles, na sua esfera, igualmente respeitável. Nenhum apresentava esta rígida exclusividade,
característica da propriedade do tipo romano.
Este emaranhado hierarquizado dos laços entre o homem o solo provinha, sem dúvida,
de origens muito remotas. Não fora a propriedade quiritária, em grande parte da própria
Romania apenas uma fachada? O sistema, no entanto, desenvolveu-se nos tempos feudais com
vigor incomparável.
O digesto
A retomada dos Digestos e seu ensino não aconteceu, realmente, sem despertar vivas
inimizades. Fundamental secular, o direito romano, pelo seu paganismo latente, preocupava
muitos homens de Igreja.
Uma civilização menos ignorante tinha sede de escrita. Coletividades mais fortes
principalmente grupos urbanos reclamavam a fixação de regras cujo carácter flutuante se tinha
prestado a tantos abusos. O reagrupamento dos elementos sociais em grandes Estados ou em
grandes principados favorecia não apenas o renascimento da legislação, mas também a
extensão, sobre vastos territórios, de uma jurisprudência unificadora. Não era sem motivo que
o autor do Tratado das leis inglesas, na continuação da passagem citada atrás, opunha a prática,
muito mais bem ordenada, da corte real à desencorajante multiplicidade dos usos locais.