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Aula: Corpus Iuris Civilis de Justiniano

ALBERGARIA, Bruno. Histórias do direito: evolução das leis, fatos, e pensamentos. 3ª ed. São
Paulo: Kindle, 2019 - Sum. p. 100-110 (pg. 115-122 pdf)

BLOCH, Marc. A sociedade Feudal. Lisboa: Edições 70, 2007 ( Cap. V)

Diocleciano 286 d.C opera a cisão administrativa do Império (Tetraquia)

Constantino - Ascenção de Bizâncio ou Constantinopla (Atual - Istambul)

Após uma Batalha contra o Pictos em 306 d.C a 312 d.C consolida sua posição e se converte ao
Cristianismo.

Teodósio – 380 d.C. Edito de Tessalônica

Oficialização do Culto Cristiano como

a religião central do Império.

O bárbaro Odoacro 476 d. C. depõe Romulo Augusto no Ocidente

Império Romano no Oriente: Bizantino

Contexto de fragmentação e reconquista no século VI

Código Justiniano confirma essa ideia, afirmando que “a suprema proteção do Estado
deve se apoiar em dois elementos: nas armas e nas leis, [...] uma vez que os assuntos militares
são salvaguardados pelas leis e as leis protegidas pelas armas” (JUSTINIANO APUD BAPTISTA,
2019)

O que interessa naquele momento histórico é o modelo de segurança jurídica fornecido no


século VI

Procópio de Cesaréia

História secreta (XI, 1) afirma que “assim que Justiniano assumiu o poder, tudo ficou
caótico, pois o que antes estava proibido por lei foi restaurado e os costumes que sempre
regeram a vida em sociedade foram erradicados”. Pior ainda, afirma o historiador, As decisões
dos magistrados pareciam inúteis e fracas, pois tinham seu juízo cativo de um único homem; os
que julgavam tomando decisões sobre as partes enfrentadas, votavam não naquilo que parecia
justo e adequado à lei, mas em função das relações de amizade ou de hostilidade (Procopius,
Historia Arcana, VII, 32)

A obra de Procópio traz:

Guerras de Justiniano e História Secreta

A imagem de Teodora

• Miafissista partidária de Timóteo III de Alexandria

• Em Antioquia conheceu uma dançarina da Facção Azul


• Tinha uma Filha e um filho Anastácio

• Filha de um treinador de ursos da fação verde do Hipódromo de Constantinopla

• Cipriota que trabalhou em bórdeis e ficou famosa pela lenda Leda e o ganso

Seu papel na Revolta de Nica (532 d.C.)

Teodora foi contra deixar o palácio dizendo que "do púrpura se faz uma fina mortalha",
sublinhando assim que seria melhor morrer como um imperador, lutando pelo trono, do que
viver com medo, escondido ou exilado.

Hipácio o sobrinho investido pelos revoltosos acabou morto juntamente a 30.000 rebeldes.

Justiniano, que se enamorou dela e queria se casar. Porém, ele não podia, pois era
herdeiro do trono do tio, o imperador bizantino Justino I, e uma lei romana do tempo
de Constantino proibia oficiais do governo de se casarem com atrizes. (hereditariedade
interditada)

Reformas de Teodora no corpo doutrinário jurídico do Imperador

A melhora dos direitos das mulheres foi substancial. Teodora fez com que leis fossem
aprovadas que proibiram a prostituição forçada e fechou bordéis.

Ela criou um convento no lado asiático


do Dardanelos chamado Metanoia ("arrependimento"), onde ex-prostitutas podiam se
sustentar com o trabalho. Expandiu os direitos das mulheres no divórcio e no direito de posse,
instituiu a pena de morte para o estupro, proibiu o abandono de crianças indesejadas, deu às
mães algum direito de guarda sobre os filhos e proibiu o assassinato de mulheres culpadas
de adultério. Procópio em seu panegírico conta que ela era naturalmente inclinada a ajudar
mulheres desafortunadas.

Corpus Iuris Civilis, quando o texto informa que “[...] somos [Justiniano e seus oficiais] inspirados
com o desejo que Deus nos conceda o domínio sobre o resto do que, sujeito aos antigos romanos
os limites de ambos os mares, eles mais tarde perderam por sua negligência” (Novelllae,30, 11,
2)

Direito como forma de pensamento estratégico na manutenção dos territórios


conquistados.

O objetivo maior de Justiniano era concentração de poderes mesmo com a limitação de


autonomia do papel do Imperador, ele seria a única fonte da lei

Império Romano no Oriente: Bizantino

Imperador Justiniano (483-565) 527 d. C - Nouus Iustinianus Codex

529 Summa rei publicae é a revogação das constituições Anteriores e mesmo a de Teodósio

A reforma Triboniana finalizada em 534 d. C.

Triboniano, e Teófilo e dez membros um grande Codex + João da Capadócia

Corpus Iuris Civilis (Corpo Jurídico Civil)


Codex / Digesto ou Pandectas / Institutas / Novelas

Codex - Promulgação 529/534 d.C.

Compilação dos editos dos juriprudentes e Imperadores 138 d.c 529 d.C

12 Volumes dos quais o segundo é a base atual das compilações Direito Civil moderno

Livro I são consagrados às fontes do Direito, ao Direito de asilo e às funções dos diversos agentes
imperiais.

Livro II Ius Civiles

O Livro II trata principalmente do processo.

Os Livros III a VIII tratam do Direito privado

O Livro IX versava sobre o Direito penal

Livros X a XII dispunham sobre Direito administrativo e fiscal.

Digesto ou Pandectas - Promulgação 533 d.C

Logo após a compilação das Leges , ou seja, das constituições imperiais, iniciou-se a
compilação das Iuras , que representavam o Direito contido nas obras clássicas dos
jurisconsultos. Essas obras jurídicas eram consideradas fontes do Direito.

As Institutiones Justiniano dedica a obra à juventude ávida do estudo das leis (cupidae
legum Juventuti). Era, acima de tudo, um livro pequeno para iniciantes. Embora os textos de
Gaio, Ulpiano, Marciano e Florentino tenham servido como base na composição, o material
contém várias inovações advindas da reforma jurídica empreendida pelo imperador.

O Digesto ou Pandectas é o trabalho mais longo e preserva os escritos dos juristas


clássicos. O livro está dividido em 50 seções, informando o nome do jurista e o trabalho do qual
os excertos foram retirados. O Digesto é, basicamente, uma antologia de excertos (BAPTISTA,
2019)

Institutas - Promulgação d.C. 533

Triboniano, Doroteu e Teófico

O Manual didático aprovado na Constituição Tanta

Eram 4 Volumes o principium e seus parágrafos.

Ulpiano, nas suas Institutas, ou tal como aparece compilado no material do século VI,
informa que os sentidos do termo Ius é o que primeiramente um estudante da lei deveria saber,
e esse conhecimento possuía duas vertentes: a pública e a privada, sendo que “o Direito público
consistiria nas coisas sagradas, nas dos sacerdotes e dos magistrados, ou precisamente naquilo
que se refere ao estado da coisa romana”(BAPTISTA, 2019)

Diferentemente daquilo que se relaciona com o interesse público (publica utilitas), o interesse
privado seria tripartite, sendo derivado dos princípios do:

ius naturale (comum a todos os animais),


ius gentium (que consolida o sujeito de direito, independentemente da sua cidadania política)

ius civile (segundo Ulpiano, é “nossa lei”, lei dos romanos).

Ius se diferencia de fas, porque diz respeito à lei secular e não divina (embora a ordem do
humano e do divino pudesse se sobrepor), e também se distingue de lex, porque, num sentido
mais amplo, “foi pensada para comportar um forte elemento normativo, refletindo a relação
entre lei e justiça (iustitia)” (MOUSOURAKIS, 2007, p. 20).

A lex, por definição, pertence a um tipo específico de relacionamento legal e é baseada na ius,
sem se confundir com ela.

NOVELAS - Promulgação 565 d.C.

Novellae Constitutiones: Trata-se de um conjunto tardio de pronunciamentos do


imperador feitos após o trabalho de compilação ser completado com a segunda versão do
Codex. No texto introdutório encontra-se escrito: “Nós não apenas melhoramos as condições
das antigas leis, mas também promulgamos novas” (Const. Summa, pr.)

A temática reinante das Novelas, que eram editadas em sua maioria em língua grega, versava
sobre Direito hereditário e matrimonial.

BLOCH, Marc. Os Fundamentos do direito. In: A sociedade Feudal. Lisboa: Edições 70, 2007

I . O império do costume

Se um juiz, na Europa pré-feudal dos começos do século IX, tinha de ditar o direito, o
seu primeiro dever era consultar os textos: compilações romanas, se o processo ia ser segundo
as leis de Roma; costumes dos povos germanicos, pouco a pouco, na sua quase totalidade,
postos por escrito; éditos legislativos, finalmente, emanados, em grande número, dos soberanos
dos reinos bárbaros,...

A existência e disseminação e a natureza das leis vigentes em um único volume.

Assim, ao lado do direito escrito, existia já uma zona de tradição puramente oral.

Laços de homem para homem, dentro do senhorio (mancipi) – feudalismo

Retorno do consuetudinário, dentro e fora do espaço “Romano”

Acabara-se as legislações escritas: Alemanha (reinados fortes) e França (reinados fracos) até 884
d.C. Duques da Baviera ou Normandia baixavam éditos locais.

As regras (escritas) tinham caído no esquecimento. Durante o século X, as leis bárbaras,


tal como as prescrições carolíngias, cessam pouco a pouco de ser transcritas ou mencionadas, a
não ser por fugazes alusões.

A explicação: a Língua - textos latinos limitados ao direito Canônico

Mas a organização jurídica não continha advogados e todos os chefes eram juízes. O que
equivale a dizer que a maioria dos juízes não sabia ler, sem dúvida uma má condição para a
conservação de um direito escrito.
A frase célebre de um arcebispo de Lyon, quando cinco personagens se encontravam reunidas,
na Gália franca, não havia de que se espantar se Romano por exemplo, Franco sálio, Franco
ripuário, Visigodo e Burgundo cada um deles obedecesse a uma lei diferente.

A exemplo:

Os Anglo-Saxões que não tinham sido obrigados a ter em conta as populações indígenas,
tinham-no ignorado sempre e a monarquia visigótica, desde 654, eliminara-o. Mas, sempre que
os direitos particulares estavam fixados por escrito, a força de resistência era grande.

Na Inglaterra os juízes sequer sabiam ler ou escrever. Segundo Bloch, após a conquista
normanda, pareceu necessário colocar ao alcance dos vencedores, ou pelo menos dos seus
clérigos, substância destes textos

Vejamos, por exemplo, um aglomerado rural. O estatuto familiar dos camponeses segue,
geralmente, normas mais ou menos semelhantes em toda a região circundante. O seu direito
agrário obedece, pelo contrário, aos costumes particulares da sua comunidade. De entre os
encargos que pesam sobre eles, alguns, que suportam como foreiros, são fixados pelos
costumes do senhorio, cujos limites estão longe de coincidir sempre com os da aldeia; outros,
que abrangem as suas pessoas, se são de condição servil, regem-se pela lei do grupo,
normalmente mais restrito, composto pelos servos do mesmo senhor que habitam o mesmo
local. Tudo isto, entenda--se, sem prejuízo de diversos contratos ou precedentes, umas vezes
estritamente pessoais, outras, capazes de transmitirem os seus efeitos de pais para filhos, ao
longo de toda uma linhagem familiar. Até mesmo quando, em duas pequenas sociedades
vizinhas e de contextura análoga, os sistemas de costume se tinham constituído originariamente
segundo linhas grosseiramente semelhantes, era fatal que, não se encontrando cristalizados
pela escrita, tivessem progressivamente divergido.

No caso Italiano:

No século XI eram mandados os nobres, ou filhos destes, a trabalhar para um


aprendizado do direito. Houve ali uma multiplicidade de obediências jurídicas até ao limiar do
século XII. Mas isto aconteceu à custa de uma estranha deformação. Com efeito, sendo cada vez
mais difícil determinar a lei que imperava neste ou naquele caso, introduziu-se o hábito de cada
pessoa especificar, no momento em que tomava parte num ato oficial, a lei à qual se
reconhecia sujeita e que, por vezes, variava segundo a vontade do contratante e conforme a
natureza do negócio.

Numa palavra, por toda a parte uma mesma autoridade decidia, finalmente, sobre a sorte
reservada ao patrimônio jurídico da idade anterior: o costume, única fonte viva do direito de
então e que os príncipes, quando legislavam, apenas pretendiam interpretar.

II. As características do direito consuetudinário

O direito jurídico feudal se basea portanto, na ideia de que o que foi, tem por isso mesmo o
direito de ser.

Haveriam bons e maus costumes baseando-se na interpretação religiosa. Assim o direito dos
soberanos não necessariamente se alinhava a visão cristã

Por outras palavras, um costume parecia condenável, especialmente quando era muito
recente. Quer se tratasse da reforma da Igreja ou de uma questão entre senhores vizinhos, o
prestígio do passado só podia ser contestado se se lhe opusesse um outro passado ainda mais
venerável.

A maior parte dos tribunais contentava-se com decisões puramente orais. Se se


pretendia reconstituir o que se passara, procedia-se a um inquérito junto dos juízes, se ainda
viviam. Nos contratos, as vontades combinavam-se essencialmente por meio de gestos e, por
vezes, de palavras consagradas, por meio de todo um formalismo,...

O ritual da Vassalagem

A palavra, o gesto e os objetos

O servo - A promessa, declaração ou o compromisso

Immixtio manuum: mãos na mãos e ajoelhado se expressa a submissão

Homenagem/fidelidade

Sobre a Bíblia ou relíquias dos santos com o osculum selava-se o contrato publicamente.

O susserano

O enfeudamento a cessão do ramo, o punhado de terra e bastão alusivo

As taxas (regras do mancipi)

Corveia: Tratava-se do trabalho dos servos nas terras do senhor, no chamado Manso Senhorial,
em geral, três dias a cada semana.

Talha: Entrega de parte da produção dos servos ao senhor feudal, ou seja, de alimentos
produzidos pelos servos em seus lotes de terras, o Manso Servil.

Banalidade: Taxa paga pelos servos para a utilização de certos instrumentos do feudo
pertencentes aos senhores

Censo: Essa era uma taxa em dinheiro ou espécie (produtos da terra) paga somente pelos vilões,
uma forma de utilizarem alguns lotes do feudo para seu próprio sustento.

Capitação: Imposto por cabeça (per capita) pago pelos servos por cada integrante de sua família.

Mão Morta: Taxa paga pela família de um servo morto para que sua mulher e filhos
continuassem trabalhando no feudo.

Na Itália o Papel escrito existia mas era escriturado e passado de mãos em mãos como
elemento do testemunho

Nos Alpes o pergaminho somente registrava as testemunhas presentes.

Como a recordação prometia, evidentemente, ser tanto mais durável quanto mais
tempo os seus portadores permanecessem sobre esta terra, os contratantes, muitas vezes,
levavam crianças com eles.

Após muitas taxas de vinhos e pães cobrados sob o costume da tradição inventada.
Introduziu-se o hábito de redigir, em número crescente, os curiosos documentos a que os
diplomatistas chamam «escrituras de não-prejuízo».

Esta escrituragem é um Contra direito, ou seja, um documento escrito que nega a verdade
consuetudinária estabelecida de maneira moderna.

Numa palavra, a jurisprudência exprimia mais as necessidades do que os


conhecimentos. A primeira idade feudal, por dispor apenas de espelhos infiéis, no seu esforço
para imitar o passado, mudou muito rápida e profundamente, julgando conservar-se.

Este respeito pelo facto consumado agiu com força especial sobre o sistema dos direitos reais.

Durante toda a era feudal, é muito raro falar-se da propriedade, seja de uma terra, seja de um
poder de mando; muito mais raro ainda e fora da Itália isso nunca ocorre que um processo incida
sobre essa propriedade.

O que as partes reivindicam é, quase sempre, a saisine (posse de bens de raiz) (em alemão,
Gewere). No século XIII, até o Parlamento dos reis Capetos, dócil às influências romanas, cuidou,
em vão, de reservar o «direito de propriedade», ou seja, a contestação da propriedade, em todas
as decisões sobre a posse dos bens de raiz; não se viu que, de facto, o processo previsto desse
modo tenha sido começado.

Saisine: uma posse tornada venerável pela duração.

Com efeito, sobre quase todas as terras e sobre muitos homens, pesava, naquele tempo,
(medieval/feudal) uma multiplicidade de direitos, diversos pela natureza, mas parecendo cada
um deles, na sua esfera, igualmente respeitável. Nenhum apresentava esta rígida exclusividade,
característica da propriedade do tipo romano.

Há os senhores seus foreiros, os servos da Gleba e assim indefinidamente quantas fossem as


possibilidades de investiduras feudais de compromisso homem a homem.

Este emaranhado hierarquizado dos laços entre o homem o solo provinha, sem dúvida,
de origens muito remotas. Não fora a propriedade quiritária, em grande parte da própria
Romania apenas uma fachada? O sistema, no entanto, desenvolveu-se nos tempos feudais com
vigor incomparável.

III. A renovação dos direitos escritos

A península Itálica manteve o estudo dos textos Romanos

No final do século XI, segundo o testemunho de um monge marselhes, verdadeiras


«multidões» se precipitam para as lições proferidas por equipas de mestres, mais numerosas e
melhor organizadas.

Irnerius a Chama do Direito de Bolonha

A crise da reforma gregoriana havia suscitado, em todas as profissões, um esforço de


especulação não só jurídica como política; não foi por acaso que a composição das grandes
compilações canónicas que ela inspirou diretamente foi exatamente contemporânea dos
primeiros trabalhos da escola bolonhesa.
Carlos Magno no chamado Renascimento Carolíngio século VIII (787 d.C.)

As artes liberais e o amadurecimento das universidades

O digesto

Corte do conde de Blois 1096 d.C.

Frederico Barba Ruiva na Germânia 1157 d.C. O restaurador

Placentino em Montepelier 1160 d.C.

Vacarius em Caterbury 1190 d.C.

A retomada dos Digestos e seu ensino não aconteceu, realmente, sem despertar vivas
inimizades. Fundamental secular, o direito romano, pelo seu paganismo latente, preocupava
muitos homens de Igreja.

Os próprios reis de França, ou os seus conselheiros, pelo menos depois de Filipe-


Augusto, parecem ter suspeitado das justificações que demasiado facilmente fornecia aos
teóricos da hegemonia imperial.

Na França do Sul, onde a tradição consuetudinária tinha conservado fortemente a influência


romana, os esforços dos juristas, ao permitirem daí em diante o recurso aos textos originais,
acabaram por elevar o direito «escrito» à categoria de uma espécie de direito comum que se
aplicava na falta de costumes expressamente contrários.

O mesmo aconteceu na Provença, onde o conhecimento do Código Justiniano parecia tão


importante, desde os meados do século XII, para os próprios leigos, que houve a preocupação
de lhes fornecer um resumo em língua vulgar.

Uma civilização menos ignorante tinha sede de escrita. Coletividades mais fortes
principalmente grupos urbanos reclamavam a fixação de regras cujo carácter flutuante se tinha
prestado a tantos abusos. O reagrupamento dos elementos sociais em grandes Estados ou em
grandes principados favorecia não apenas o renascimento da legislação, mas também a
extensão, sobre vastos territórios, de uma jurisprudência unificadora. Não era sem motivo que
o autor do Tratado das leis inglesas, na continuação da passagem citada atrás, opunha a prática,
muito mais bem ordenada, da corte real à desencorajante multiplicidade dos usos locais.

Códigos de posturas - Estatutos das cidades frente ao mundo agrário

Pisa – Norte dos Alpes – Inglaterra – Paris (França)

As matérias feudais começam a ser regimentadas ou publicadas pelos soberanos

O tratado de Renoul de Grenville, 1187 d.C.

O Espelho dos Saxões, 1121 d.C.

Felipe de Beuamanoir, 1283 d.C.

A um período singularmente agitado, a uma época de obscura e profunda gestação, vai


suceder-se, a partir da segunda metade do século XIl, uma era em que a sociedade tenderá para
organizar as relações humanas com mais rigor, para estabelecer, entre as classe, limites mais
nítidos, para apagar muitas variantes locais, para admitir, finalmente, apenas transformações
mais lentas.

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