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Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro

Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro

Cálculo IV – AD2 – Tutor

Questão 1 [2,5 pts]: São dados dois campos escalares u e v, definidos em um aberto contendo
D = {(x, y) ∈ R2 | x2 +y 2 ≤ 1} e que têm derivadas parciais contı́nuas. Defina dois campos vetoriais
   
~ ~ ~ ~ ~ ∂u ∂u ~ ∂v ∂v ~
F e G por F (x, y) = v(x, y)i + u(x, y)j e G(x, y) = − i+ − j. Encontre o
∂x ∂y ∂x ∂y
ZZ
valor de F~ · G
~ dx dy, sabendo que, na fronteira de D, u(x, y) = 1 e v(x, y) = y.
D
Solução: Temos
 
∂u ∂u ∂v ∂v
F~ · G
~ = (v, u) · − , −
∂x ∂y ∂x ∂y
∂u ∂u ∂v ∂v
= v −v +u −u
∂x ∂y ∂x ∂y
   
∂u ∂v ∂u ∂v
= v +u − v +u
∂x ∂x ∂y ∂y
∂ ∂
= (uv) − (uv).
∂x ∂y

Assim,
ZZ ZZ  
∂ ∂
F~ · G
~ dx dy = (uv) − (uv) dx dy.
D D ∂x ∂y
Então, pelo teorema de Green, temos
ZZ   I
∂ ∂
(uv) − (uv) dx dy = (uv)dx + (uv)dy.
D ∂x ∂y ∂D+

Como u = u(x, y) = 1 e v = v(x, y) = y em ∂D, então


ZZ   I
∂ ∂
(uv) − (uv) dx dy = y dx + y dy,
D ∂x ∂y ∂D+
ou
ZZ I
F~ · G
~ dx dy = y dx + y dy.
D ∂D+
Mas, aplicando o teorema de Green para a última integral, temos
I ZZ   ZZ
∂y ∂y
y dx + y dy = − dx dy = (0 − 1)dx dy = −A(D) = −π.
∂D+ D ∂x ∂y D
Logo,
ZZ
F~ · G
~ dx dy = −π.
D
Cálculo IV – AD2 AD2 – Tutor 2

Questão 2 [2,5 pts]: Uma partı́cula se move ao longo da curva lisa y = f (x) de (a, f (a)) a
(b, f (b)). A força que move a partı́cula tem magnitude constante k e sempre aponta no sentido
contrário ao da origem. Mostre que o trabalho realizado pela força é
F~ · d~r = k (b2 + (f (b))2 )1/2 − (a2 + (f (a))2 )1/2 .
R  
W = C

Solução: A força F~ aplicada em P = (x, y) é tal que kF~ (x, y)k = k. Como F~ (x, y) tem a mesma
~ = (x, y), então
direção e sentido do vetor OP
(x, y)
F~ (x, y) = k p ,
x2 + y 2
que é de classe C 1 em U = R2 − {(0, 0)}.
Z
O trabalho W é dado por W = F~ · d~r, onde C é parametrizada por
C

C : ~r(t) = (t, f (t)), a ≤ t ≤ b.


Donde ~r0 (t) = (1, f 0 (t)). Assim,

Z Z b
W = F~ · d~r = F~ (~r(t)) · ~r0 (t) dt
C a
Z b
(t, f (t))
= kp · (1, f 0 (t)) dt
a t2 + (f (t))2
b
t + f (t) f 0 (t)
Z
= kp dt.
a t2 + (f (t))2

du
Fazendo u = t2 + (f (t))2 , temos du = (2t + 2f (t)f 0 (t))dt, donde dt = .
2
Para t = a, temos u = a2 + (f (a))2 e para t = b, temos u = b2 + (f (b))2 . Logo,

Z b2 +(f (b))2
k
W = u−1/2 du
2 a2 +(f (a))2

k  1/2 b2 +(f (b))2


= 2 u a2 +(f (a))2
2
h 1/2 1/2 i
= k b2 + (f (b))2 − a2 + (f (a))2 ,

como querı́amos mostrar.

Questão 3 [2,5 pts]: Uma chapa fina tem a forma de uma superfı́cie de revolução obtida girando
 √
a curva C = (0, y, z) ∈ R3 | z = ln y , 1 ≤ y ≤ 8 , em torno do eixo z. Calcule a massa de S,
sabendo que a densidade em cada ponto de S é proporcional à distância do ponto ao eixo z.
Solução: Uma parametrização de C é dada por

x(t) = 0, y(t) = t, z(t) = ln t, 1 ≤ t ≤ 8.

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Cálculo IV – AD2 AD2 – Tutor 3

Assim, uma circunferência de S transversal ao eixo z, tem raio y(t) = t e altura z(t) = ln t. Logo,
uma parametrização de S é dada por
S : ~r(t, θ) = (y(t) cos θ, y(t) sen θ, z(t)) = (t cos θ, t sen θ, ln t),
( √
1≤t≤ 8
com (t, θ) ∈ D :
0 ≤ θ ≤ 2π.
A massa M de S é dada por
ZZ
M= δ(x, y, z) dS,
S
p
onde δ(x, y, z) = k x2 + y 2 , k > 0.
Então,
ZZ p
M =k x2 + y 2 dS,
S
onde dS = k~rt × ~rθ k dt dθ.
Mas,
~k

~i ~j

1
~rt × ~rθ = cos θ sen θ = (− cos θ, − sen θ, t),

t
t sen θ t cos θ 0
e
p √
k~rt × ~rθ k = (− cos θ)2 + (− sen θ)2 + t2 = 1 + t2 .
Logo,
ZZ √ √
M = k t2 cos2 θ + t2 sen2 θ 1 + t2 dt dθ
D

ZZ Z 8 Z 2π
2 1/2 k 2 1/2
= k t(1 + t ) dt dθ = (1 + t ) 2t dθ dt
D 2 1 0

k 2  8 2kπ 3/2
· 2π · (1 + t2 )3/2 1 = 9 − 23/2

=
2 3 3
2kπ √
= (27 − 2 2) u.m.
3

Questão 4 [2,5 pts]: Seja a superfı́cie S = S1 ∪ S2 , onde S1 e S2 são dadas por:


S1 : y = 0 , 0 ≤ x ≤ 1 , 0 ≤ z ≤ 1 e S2 : z = 0 , 0 ≤ x ≤ 1 , 0 ≤ y ≤ 1 .
Calcule o fluxo do campo F~ (x, y, z) = (−3x4 , 2x+3y −2xy 2 z 4 , yz 3 −z 2 +1) através de S, indicando
a orientação escolhida para S.
Solução: Na figura 1 mostramos o esboço de S = S1 ∪ S2 e sua orientação.
Então,
ZZ ZZ ZZ
F~ · ~n dS = F~ · ~n1 dS + F~ · ~n2 dS
S S1 S2

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Cálculo IV – AD2 AD2 – Tutor 4

Figura 1: Esboço de S.
ZZ
Cálculo de F~ · ~n1 dS
S1
(
0≤x≤1 ∂y ∂y
Temos S1 : y = 0, (x, z) ∈ D1 : , ~n1 = ~j e, sendo = =0
0≤z≤1 ∂x ∂z
s   2  2
∂y ∂y
dS = 1+ + dx dz = dx dz.
∂x ∂z
Então,
ZZ ZZ
F~ · ~n1 dS = (−3x4 , 2x + 0 − 0, 0 − z 2 + 1) · (0, 1, 0) dx dz
S1 D1
ZZ Z 1 Z 1  1
= 2x dx dz = 2x dz dx = x2 0 = 1.
D1 0 0

ZZ
Cálculo de F~ · ~n2 dS
S2
(
0≤x≤1 ~ e, sendo ∂z ∂z
Temos S2 : z = 0, (x, z) ∈ D2 : , ~n2 = K = =0
0≤y≤1 ∂x ∂y
s   2  2
∂z ∂z
dS = 1+ + dx dy = dx dy.
∂x ∂y
Então,
ZZ ZZ
F~ · ~n2 dS = (−3x4 , 2x + 3y − 0, 0 − 0 + 1) · (0, 0, 1) dx dy
S2 D2
ZZ
= dx dy = A(D2 ) = 1.
D2

Logo, substituindo acima, temos


ZZ
F~ · ~n dS = 1 + 1 = 2.
S

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