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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

CIÊNCIAS ECONÔMICAS
 
 
GUSTAVO DE MARTINI MARIZ - RA00331321

LUCAS MURARI ABOU ASSALI – RA00330889


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BIOGRAFIA DE DAVID RICARDO
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo, SP
2023
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................................... 2

2 BIOGRAFIA............................................................................................................................................. 4

3 CONTEXTO HISTÓRICO........................................................................................................................... 4

4 CÍRCULO SOCIAL..................................................................................................................................... 5

5 TEORIAS E IDEIAS................................................................................................................................... 5

5.1 TEORIA DO VALOR RICARDIANA..........................................................................................................................6


5.2 PREÇO E CONCORRÊNCIA CAPITALISTA..................................................................................................................6
5.3 TEORIA DA RENDA E DA TERRA...........................................................................................................................7
5.4 COMÉRCIO EXTERNO E PROGRESSO TÉCNICO.........................................................................................................7
5.5 PRINCÍPIOS DAS VANTAGENS COMPARATIVAS..........................................................................................................8

6 PRINCIPAIS OBRAS................................................................................................................................. 9

6.1 “O ALTO PREÇO DO OURO, UMA PROVA DA DEPRECIAÇÃO DAS NOTAS BANCÁRIAS”...................................................9
6.2 “PRINCÍPIOS DE ECONOMIA POLÍTICA E TRIBUTAÇÃO”.............................................................................................9

7 CRÍTICAS, DEBATES E TENSÕES............................................................................................................. 10

8 LEGADO............................................................................................................................................... 10

9 CONCLUSÃO......................................................................................................................................... 11

 
 
 
 
 
 
 
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1 INTRODUÇÃO 

Esta biografia falará de David Ricardo, influente economista, e considerado um grande


nome na economia clássica. Serão discutidos e explicados aspectos diversos de sua vida,
como círculo social, contexto histórico, e principais teorias.
O objetivo dessa biografia é aprender mais sobre esse grande nome da economia, que
serviu de base para muitos outros pensadores e escritores durante os séculos.
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2 BIOGRAFIA 

David Ricardo (1772-1823) nasceu em Londres em uma família anglicana, e, já muito


novo, com 14 anos era detentor de uma grande fortuna e operava na bolsa de valores de
londrina, influenciado por seu pai, Abraham Ricardo, que foi um bem-sucedido investidor.
Com 21 anos, separa-se de sua família e é deserdado pelo pai pois se converte ao unitarismo,
um ramo do catolicismo frequentemente associado ao protestantismo. Seus fundamentos
começaram com a negação da Trindade em favor do monoteísmo de Deus. Além de sua
conversão, Ricardo casou-se com Priscilla Anne Wilkinson, uma Quaker.
Em 1799, ao ler pela primeira vez A Riqueza das Nações, começou a se interessar e
escrever sobre questões de Economia Política. Seu prestígio acadêmico começou em 1809,
com a publicação de “O Alto Preço do Ouro, uma Prova da Depreciação das Notas de
Banco”.
Após sua aposentadoria em 1814, escreve outras obras, como o “Ensaio Sobre a
Influência de um Baixo Preço do Cereal Sobre os Lucros do Capital (1815) e o seu maior
sucesso “Princípios da Economia Política e Tributação” (1817).
Em 1819, já muito respeitado, Ricardo entra para o parlamento da Inglaterra, onde
identifica e denuncia excessos de finanças do governo inglês, que levaram a depreciação da
moeda. Em 1823, falece devido à uma infecção no cérebro.

3 CONTEXTO HISTÓRICO 

A Inglaterra passava por grandes mudanças estruturais, devido à Revolução Industrial.


A finalização do processo de cercamento, somada aos avanços tecnológicos, tais quais a
tecnologia a vapor, as estradas de ferro e o tear mecânico contribuíram para o surgimento das
primeiras fábricas modernas. A Revolução Industrial mudou o funcionamento da sociedade
inglesa e resultou em uma enorme precarização das condições dos trabalhadores das fábricas.
A miséria da classe trabalhadora da época foi um tópico muito recorrente nas discussões de
Ricardo.
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O ciclo econômico, nesta nova fase do capitalismo inglês, de tempos em tempos, havia
crises comerciais as quais arrochavam a lucratividade dos empresários e traziam o aumento do
desemprego, que piorava mais ainda as condições das populações urbanas. Havendo diversas
revoltas trabalhistas e agitação por parte dos trabalhadores que na época era tema de debate na
época em que Ricardo Viveu

Ricardo também foi muito influenciado pela Revolução Francesa, e as políticas


liberais que a democracias constitucionais e parlamentos traziam. O economista era favorável,
tanto ao liberalismo político quanto econômico, e os defendeu incessantemente durante suas
obras

4 CÍRCULO SOCIAL 

Durante sua vida, David Ricardo conheceu diversos intelectuais e economistas, que o
influenciaram em suas teorias e pensamentos. Em 1808 conheceu o filósofo e historiador
escocês James Mill (1773-1836), que encorajou Ricardo a alargar o âmbito dos seus estudos
económicos e a publicar os seus Princípios de Economia Política, além de ajudar a torná-lo
porta-voz parlamentar da causa benthamista, em 1819.
Outro grande amigo e influenciador na vida de Ricardo foi o economista Thomas
Malthus (1766-1834). Eles se conheceram em 1811, quando David Ricardo fez críticas que
culpavam o Banco da Inglaterra pela inflação então em curso. Malthus fez uma análise sobre
as causas da inflação do banco da Inglaterra, contestando a alguns dos argumentos de
Ricardo, que faz uma tréplica. A partir desse momento, Ricardo e Malthus expuseram
incansavelmente um ao outro suas convicções contraditórias sobre suas diversas teorias
durante o tempo em que se conheceram, como a teoria do valor. Fora do âmbito acadêmico,
porém eles eram muito próximos, a ponto de que, em seu funeral Malthus teria dito que
considera Ricardo a pessoa que ele mais amava fora da família dele.

5 TEORIAS E IDEIAS 

Ricardo será dado como sucessor daquele em que originou todo o seu interesse em
economia, Adam Smith. O seu pensamento e a sua obra representam a maturidade da
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economia clássica. Viveu em um período de fé no avanço da ciência, a rigidez analítica de


sua obra contribuiu grandiosamente para colocar a economia política no eixo das disciplinas
chamadas científicas.

5.1 TEORIA DO VALOR RICARDIANA

Ricardo diz em “Princípios de Economia Política e Tributação” que uma mercadoria,


que tem utilidade, tem seu valor de troca derivado de duas fontes: sua escassez, e a quantidade
de trabalho necessária para produzi-la. Algumas mercadorias têm valor determinado apenas
pela escassez, pois nenhuma quantidade de trabalho pode aumentar a disponibilidade dessas
mercadorias, porém a maioria das mercadorias são reguladas pelo trabalho empregado em
obtê-las:
“Algumas mercadorias têm seu valor determinado somente pela escassez.
Nenhum trabalho pode aumentar a quantidade de tais bens, e, portanto, seu valor não
pode ser reduzido pelo aumento da oferta. Algumas estátuas e quadros famosos,
livros e moedas raras, vinhos de qualidade peculiar, que só podem ser feitos com
uvas cultivadas em terras especiais das quais existe uma quantidade muito limitada,
são todos desta espécie. Seu valor é totalmente independente da quantidade de
trabalho originalmente necessária para produzi-los, e oscila com a modificação da
riqueza e das preferências daqueles que desejam possuí-los. (p.24)”

5.2 PREÇO E CONCORRÊNCIA CAPITALISTA

A concorrência capitalista se dá que nenhuma mercadoria é medida nas necessidades


de consumo. Os preços oscilam por culpa da Oferta e da Demanda. O capital migra para os
setores de mais elevada remuneração sem abandonar as atividades de menor remuneração,
uma das principais diferenças da teoria de Ricardo e Smith. Apenas o novo capital migra,
obtendo o nome de Investimento, que gera um capital circulante. Há a introdução do capital
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bancário através do crédito viabilizando essa movimentação. O medo também ocorre na veia
dos investidores de capital, para eles manter-se num ganho de 2% em determinado setor onde
a flutuabilidade e oscilações dos preços é baixa, pode se tornar uma ideia melhor do que
investir em uma área aonde a taxa de lucro é 12%, porém, de maior risco e de extrema
concorrência. Ricardo notou conjuntamente que as taxas setoriais de lucro não precisam mais
se “igualar” às taxas de médias para diminuir a movimentação do capital.

5.3 TEORIA DA RENDA E DA TERRA

Um dos tópicos mais conhecidos em “Princípios de Economia Política e Tributação”


é a teoria da renda da terra. Nessa teoria, Ricardo define a renda da terra como uma fração do
produto da terra, paga a seus proprietários pelo uso das forças originais e indestrutíveis do
solo.
Para Ricardo, o pagamento da renda da terra surge no exato momento em que terras de
qualidade distintas são incorporaras à agricultura capitalista, já que quando houver apenas
terra de uma única qualidade, não haverá o pagamento da mesma. Assim, os agricultores
capitalistas vão sempre à procura da terra mais fértil e mais bem localizada.
“Quando uma terra de terceira qualidade começa a ser cultivada,
imediatamente aparece renda na de segunda, regulando-se como no caso anterior,
pela diferença entre as forças produtivas de uma e de outra. Ao mesmo tempo,
aumenta a renda da terra de primeira qualidade, pois esta deve ser sempre superior à
renda da segunda, de acordo com a diferença entre as produções obtidas numa e
noutra com uma dada quantidade de capital e de trabalho. A cada avanço do
crescimento da população, que obrigará o país a recorrer à terra de pior qualidade
para aumentar a oferta de alimentos, aumentará a renda de todas as terras mais
férteis.”
Desse modo, os preços de mercado da produção agrícola as, os salários das atividades
econômicas urbanas e taxas de lucro da economia como um todo são definidas pela
exploração capitalista na terra de menor qualidade.
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5.4 COMÉRCIO EXTERNO E PROGRESSO TÉCNICO

Segundo Ricardo, a introdução do progresso técnico, ou seja, avanço nas tecnologias


de produção é de extrema importância, pois aumenta a produtividade de todas as terras, além
de contribuir para a queda dos preços dos produtos de primeira necessidade e do valor da
cesta de consumo
“Parece, portanto, que o progresso numa indústria de um país tende a alterar
a distribuição dos metais preciosos entre as nações do mundo: tende a aumentar a
quantidade de mercadorias, aumentando, ao mesmo tempo, os preços no país em que
ocorreu o avanço.” (p. 102)
Ricardo, também fala sobre a importância do comercio exterior, que é a importação de
produtos agrícolas de países com terras de produtividade superior às terras de pior qualidade
do país importador. Suas influências no mercado são que o salário nominal pode cair e a taxa
de lucro volta a se elevar em todas as terras

5.5 PRINCÍPIOS DAS VANTAGENS COMPARATIVAS

Para falar da Teoria das Vantagens Comparativas, primeiro, é necessário entender


sobre a Teoria das Vantagens Absoluta: Diz que apenas o país mais eficiente na produção de uma
determinada mercadoria é o exportador desta mercadoria no comercio internacional, todos os outros são
importadores desta mercadoria.
Tendo isto em mente, a teoria das vantagens comparativas somente funciona quando
considera-se 2 países comercializados e apenas 2 produtos, ambos os países devem estar em
pleno emprego. Um país, exemplo, a Inglaterra, produz um determinado tecido, sendo que o
país está em pleno emprego, todos os habitantes trabalham para produzir este único produto.
Porém surge a ideia de produzir outra mercadoria além desta. O país em pleno emprego, caso
dívida a sua produção em 2 produtos ao invés de 1 somente, na intenção de aumentar o nível
de bem-estar da sociedade, deverá deslocar os trabalhadores da produção de tecido para a
produção do determinado produto. Logo, o custo social para produzir o segundo produto é a
redução do produto 1 (neste caso o tecido). Resultado da transferência da mão de obra, o nível
de bem-estar social cai. O custo social em ter 2 produtos sendo produzidos no país é a divisão
do produto 1 sobre o produto 2. Entre tudo não é somente tão necessária a produção deste
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determinado produto 2. Existe a opção de importar de outro país, a qual é paga pela
produtividade do produto 1. Caso o país escolha a importação do segundo produto, a
produtividade deste é dada pela divisão do produto 1 sobre o produto 2 no país que está exportando.

6 PRINCIPAIS OBRAS 

6.1 “O ALTO PREÇO DO OURO, UMA PROVA DA DEPRECIAÇÃO DAS NOTAS


BANCÁRIAS”

Escrito em 1810, foi a primeira obra publicada de Ricardo. Nele, o economista discute
a questão da inflação e da desvalorização das notas bancárias, explorando as causas e as
consequências econômica, e sugere que conter a emissão de moeda seria uma forma de conter
o aumento da inflação.
Na época em que Ricardo escreveu essa obra, a Inglaterra estava enfrentando um
aumento do preço do ouro em relação às notas de banco, o que levantava preocupações sobre
a desvalorização das notas e suas consequências econômicas. Ricardo argumentou que o
aumento do preço do ouro era um sinal claro de que as notas bancárias estavam se
depreciando em relação ao metal precioso.

6.2 “PRINCÍPIOS DE ECONOMIA POLÍTICA E TRIBUTAÇÃO”

Considerada a obra mais influente de Ricardo. Nela, ele apresenta suas teorias sobre o
valor, o comércio internacional, a renda da terra, a distribuição de riqueza, entre outros
tópicos e explora conceitos como a teoria do valor-trabalho e a teoria das vantagens
comparativas.
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Os principais problemas que o livro aborda divergem da “Riqueza das Nações” Para
Smith, a questão central era investigar as causas do crescimento nacional, fonte de estímulo à
acumulação de capital. Para Ricardo, a acumulação era uma questão relativamente simples,
pois era determinada pela manutenção da taxa de lucro em um determinado nível, com a
reinversão garantida.

7 CRÍTICAS, DEBATES E TENSÕES

Como dito anteriormente, Ricardo foi o inimigo intelectual de Malthus por toda a
vida, apesar de ser seu grande amigo. A principal questão social em que divergiam era o
conflito entre capitalistas e latifundiários. Ricardo sempre defende interesses burguês. As
principais questões teóricas nas quais eles diferiam eram a teoria do valor de Malthus e a
teoria da superprodução.
Um pensador que foi muito influenciado por Ricardo foi Karl Marx (1818-1883),
porém ele também formulou críticas às suas teorias. Marx argumentava que a teoria do valor-
trabalho de Ricardo era insuficiente e defendia uma análise mais abrangente das relações de
classe na economia, além de criticar alguns pontos sobre a teoria da renda e da terra, em “O
Capital”:
“Tomemos o caso da Inglaterra. Sua economia política clássica coincide
com o período em que a luta de classes 121/1493 ainda não estava desenvolvida.
Seu último grande representante, Ricardo, converte afinal, conscientemente, a
antítese entre os interesses de classe, entre o salário e o lucro, entre o lucro e a renda
da terra em ponto de partida de suas investigações, concebendo essa antítese,
ingenuamente, como uma lei natural da sociedade.” (p. 122)

8 LEGADO 

O legado de David Ricardo na economia é significativo e duradouro. Suas teorias e


ideias tiveram um impacto profundo no desenvolvimento da teoria econômica e moldaram o
pensamento econômico posterior.
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David Ricardo é lembrado por sua forte influência sobre as principais figuras da
economia neoclássica, mas também exerceu enorme influência sobre os economistas
marxistas
O economista Felipe Macedo de Holanda diz sobre sua importância:
“Um dos maiores economistas de seu tempo, David Ricardo foi
considerado ainda em vida o legítimo sucessor de Adam Smith no papel de difusor
da jovem ciência conhecida como Economia Política, (…) tendo muitas de suas
contribuições estabelecido as bases de um debate que se prolonga até os dias atuais.”
O legado de Ricardo é explicitado de maneira magistral pelo professor e economista
Paul Singer:
“Quase não há problema teórico atualmente debatido pelos economistas,
como o da teoria do valor, da repartição da renda, do comércio internacional, do
sistema monetário, que não tenha como ponto de partida as formulações expostas,
no começo do século XIX, por David Ricardo.”

Ele desafiou e influenciou muitos outros economistas de seu tempo e posteriores, e


suas ideias ajudaram a moldar o desenvolvimento da teoria econômica. Sua ênfase na análise
da distribuição de riqueza, comércio internacional e eficiência econômica continua a ser
relevante e objeto de estudo até os dias de hoje.
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9 CONCLUSÃO 

 
  Ricardo sendo considerado junto de Smith foram os principais fundadores do
liberalismo econômico e um dos maiores pensadores econômicos que já pisaram na gloriosa
Terra. Suas ideias ainda são pregadas hoje, mostrando-se influente nos dias atuais. Estudado e
pertinente em suas teorias que abriram ainda mais o campo de debates econômicos e no
avanço do estudo da economia política, que até então era bem primitiva. Seus estudos são
eternos e ficaram marcados para sempre na história e no legado da economia.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DE HOLANDA, Felipe Macedo. Os Economistas. São Paulo: Nova Cultural Ltda., 1996.

HUNT, Emery Kay. História do Pensamento Econômico: Uma Perspectiva Crítica. 3. ed.
Rio de Janeiro: GEN Atlas, 2021.

DORFMAN, Robert. Thomas Robert Malthus and David Ricardo. The Journal of Economic
Perspectives, 3. ed. 1989.

SWETSCHINSKI, D. M. Reluctant Cosmopolitans. Liverpool University Press, 2000.

MARX, Karl. O Capital: Livro I. São Paulo: Boitempo, 2014.

COUTO, Ana Cristina Lima COUTO, Joaquim Miguel; FREITAS, Carlos Eduardo de. A
visão clássica da ameaça do desemprego tecnológico. A Economia em Revista Volume 17
Número 1 Julho de 2009

SILVA, Tadeu Silvestre da. Notas Sobre a Economia Ricardiana. Artigos 13/2003
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