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DAVID RICARDO E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA A ECONOMIA

MACEDO, Cleane Braga Silva1; MACEDO, Clodoaldo Carvalho2; REBOUÇAS, Diego Prates3;
NEVES, Leila Santos das4; SOUSA, Gleice Lacerda Queiroz5.

1. Graduanda em Gestão de Recursos Humanos - UNIP


2. Graduando em Gestão de Recursos Humanos - UNIP
3. Graduanda em Gestão de Recursos Humanos - UNIP
4. Graduanda em Gestão de Recursos Humanos – UNIP
5. Docente do Curso de Gestão de Recursos Humanos e Orientadora - UNIP

RESUMO

David Ricardo é considerado um dos fundadores do que se chama escola clássica da economia
política. O presente artigo apresenta em suma algumas das principais ideias e teorias constando
assim sua contribuição para a economia. Deste modo, são abordadas a teoria dos lucros, da renda
fundiária e da distribuição, teoria do valor-trabalho e a teoria das vantagens comparativas. A pesquisa
refere-se a uma investigação de caso explicativo, de um estudo descritivo, com olhar qualitativo.
Trata-se de uma análise histórica, objetivando: explicar, e mostrar os resultados através de estudos e
teorias desenvolvidas através de rigor lógico e o raciocínio dedutivo, e como essas teorias são
utilizadas atualmente.

Palavras-chaves: Teoria da renda fundiária. Teoria das vantagens comparativas. Teoria do valor do
trabalho.

INTRODUÇÃO

David Ricardo nasceu em Londres no ano de 1772, começou a trabalhar


desde cedo ao lado do pai, onde já demonstrava grande aptidão para os negócios e
aprendeu os conceitos básicos de finanças. Muito talentoso e beneficiado pela
rapidez de raciocínio, tornou-se logo cedo possuidor de grande reputação como
profissional do mercado financeiro.
Com o acumulo de riquezas deixou o mundo dos negócios para se dedicar
com exclusividade aos estudos da economia, nunca recebeu instrução econômica
formal, seu conhecimento foi adquirido através de leituras e reflexões, pois possuía
grande capacidade analítica e consistência lógica.
Seu primeiro contato com a economia política ocorreu com a leitura de A
riqueza das nações, em 1799, de Adam Smith, tendo se impressionado
profundamente com o livro. A partir daí pôs-se a estudar os temas econômicos com
afinco, desenvolvendo uma arguta percepção teórica para os problemas que já
vivenciara na prática. Sua primeira participação no debate público deu-se dez anos
depois, em 1809, tratando de questões de economia monetária (OS
ECONOMISTAS, p. 7) Debutou-se como escritor de economia, publicando “O Alto
Preço do Ouro, uma Prova da Depreciação das Notas de Banco” em 1810, o que lhe
deu grande prestígio. Escreveu ainda, “Ensaio Sobre a Influência de um Baixo Preço
do Cereal Sobre os Lucros do Capital”, em 1815. E em 1817 “Princípios da
Economia Política e Tributação”, em 1817 (reeditado em 1819 e 1821). Tornando-se
assim, conhecido por suas teorias.
O presente artigo tem como objetivo mostrar quais os resultados das teorias
apresentadas por David Ricardo, e suas contribuições para a economia no seu
tempo até os dias atuais.

METODOLOGIA

A pesquisa do ponto de vista de sua abordagem é considerada uma


pesquisa qualitativa, Referente aos objetivos, ela é tida como explicativa, já que
busca identificar os fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrência
dos fenômenos. Quanto ao procedimento o método utilizado é a pesquisa
bibliográfica que é feita a partir do levantamento de referências teóricas já
analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos
científicos, páginas de web.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Influenciado pelo liberalismo econômico, David Ricardo é consagrado


expoente de diversas suposições como A teoria do valor-trabalho, onde Ricardo
conclui: possuindo utilidade, as mercadorias derivam seu valor de troca de duas
fontes básicas: de sua escassez e da quantidade de trabalho necessária para obtê-
las (ibid:24), ou seja, o valor de determinado produto deve se a quantidade de
trabalho necessário para se produzir o bem, dependendo do grau de dificuldade,
tempo de trabalho e sua escassez. Ex.: diamante x água – a dificuldade em
encontrar, produzir e lapidar um diamante é muito maior do que um copo com água
(não entraremos no conceito de água como recurso natural e inesgotável, mas sim,
na facilidade que temos de encontrá-la). Ou até mesmo um vinho raro, que só é
produzido em determinado lugar, clima, onde o valor agregado é maior. Outra
conclusão altamente relevante tirada por Ricardo é o fato de um mesmo montante
de produto poder resultar de diferentes combinações de capital fixo e circulante. Por
outro lado, as diferentes durabilidades do capital fixo e as alterações no salário são
outros dois fatores a interferir de modo decisivo no valor da mercadoria.
Outro importante debate foi marcado pela participação de Ricardo — e
nasceu daí a redação dos Princípios de Economia Política e Tributação. A discussão
era sobre as “CornLaws”, leis inglesas que sobretaxavam os cereais importados
abaixo de determinado nível de preços. O objetivo destas leis era proteger os
produtores domésticos de cereais da concorrência externa, fazendo, no entanto,
com que os preços de importantes produtos da subsistência dos trabalhadores
ingleses ficassem mais caros. A ausência de renda nessa sociedade deve-se ao fato
de as terras serem abundantes, assim como o são a água e o ar: somente porque a
terra não é ilimitada em quantidade nem uniforme na qualidade, e porque, com o
crescimento da população, terras de qualidade inferior ou desvantajosamente
situadas são postas em cultivo, a renda é paga por seu uso (RICARDO, 1988, p.34).
Nesse estágio inicial, em que há ausência de renda fundiária, os lucros dos
industriais correspondem a uma parte considerável do preço do produto. Ferrenho
estudioso da questão agrícola da economia, A teoria da renda fundiária ou teoria
dos rendimentos decrescentes como também é chamada, foi aplicada na
agricultura, apesar de atualmente na economia ser aplicada em outras áreas.
Segundo David Ricardo, o crescimento populacional resultava no uso de terras
menos férteis, diminuindo o lucro dos capitalistas e aumentando o preço dos
alimentos, pois o custo de produção era alto. Quem coloca o preço no produto é o
último na terra ocupada. A pressão agrícola não era benéfica para a população, o
que mais pesava era o preço do alimento. Em suma, a teoria diz que quanto maior
for o crescimento populacional, maior é a pressão por uso de terras menos férteis,
isso aumenta o custo de produção dos alimentos e encarece o custo de vida da
população, este aumento do custo de vida, também diminuía o lucro dos capitalistas,
se este não for o dono da terra. E as soluções apresentadas foram: incentivar o livre
e controle populacional. Destacando a estimulo do livre comércio, há duas formas de
um país operar quando se está fazendo transações com outros países, ou pratica-se
o protecionismo, ou livre comercio. No protecionismo há restrições, pois protege-se
os produtores internos, com taxas, tarifas, cotas e barreiras fitossanitárias. Ex.: EUA.
Já o livre comércio não há nenhuma restrição, nem na importação nem na
exportação, ou seja, nada de tarifas, restrições fitossanitárias. Ex.: China, por ter
muita tecnologia e mão – de – obra disponível.
Não se pode falar da teoria das vantagens comparativas — a teoria de
comércio internacional de Ricardo, sem antes falar da teoria absoluta de Adam
Smith, as duas teorias buscavam explicar o comércio internacional, a teoria absoluta
dizia que um país só comercializa com outro quando tem uma vantagem de
produção de um produto e é ineficiente na produção de um segundo produto ao qual
o país parceiro é eficiente na produção. Ex.: o EUA é eficiente na produção de
carros, mas compra carnes de outros países. A teoria das Vantagens Comparativas
de Ricardo foi a base para a construção de toda uma vertente de teorias de
comércio internacional que dominou por muito tempo o debate econômico. O
atraente esquema lógico ricardiano fornecia o substrato para a defesa de um
sistema de comércio mundial ancorado no padrão-ouro e no livre-cambismo. David
Ricardo em sua teoria das vantagens comparativas dizia que mesmo que um país
seja mais eficiente no produção de todos os produtos, ele terá motivos para realizar
comércio internacional, pois se dedicará a produção do produto mais lucrativo, sem
o comércio internacional, cada país só seria capaz de produzir, e portanto, consumir.
A abordagem do comércio internacional, realizada por Ricardo, representou um
avanço significativo: O comércio exterior para uma nação seria vantajoso até mesmo
nos casos em que ela pudesse produzir internamente a custos mais baixos do que
os da nação parceira, desde que, em termos relativos, as produtividades de cada
uma fossem relativamente diferentes. Assim, a especialização internacional seria
mutuamente vantajosa em todos os casos em que as nações parceiras
canalizassem os seus recursos para a produção daqueles bens em que sua
eficiência fosse relativamente maior (Rossetti, 1994:758).

CONCLUSÕES

A nobreza capacidade de infundir sua verdade tornou David Ricardo o maior


representante da economia na análise clássica. Ricardo argumentava que nem a
quantidade de dinheiro num país, nem o valor monetário desse dinheiro, era o maior
determinante para a riqueza de uma nação. Segundo o autor, uma nação é rica em
razão da abundância de mercadorias que contribuam para a comodidade e o bem-
estar de seus habitantes. As soluções que apresentou sob a forma de contribuições
teóricas, serviram para modelar a forma como se conduziriam os estudos em
economia até os dias de hoje. Sua obra influenciaria decisivamente as teorias de
vários outros teóricos, mas também toda a corrente de economistas marginalistas
que surgiria no final do século 19 e que formaria a base da chamada economia
neoclássica, ainda nos dias de hoje.
REFERÊNCIAS

RICARDO, David. Princípios de economia política e tributação. Coleção: Os


economistas. São Paulo: Nova Cultural, 1996.
GONTIJO, Cláudio. As duas vias do princípio das vantagens comparativas de David
Ricardo e o padrão-ouro: um ensaio crítico. Rev. Econ. Polít. v.27 n.3 São
Paulo jul./set. 2007. Disponível em <https://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S0101-31572007000300006&lng=pt&nrm=iso> Acesso em 26
de abril de 20

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