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Índice

Conceito de Liberdade e Direitos Humanos


Origem do Islamismo
Princípios do Islamismo
Instrumentos Árabes sobre direitos humanos
Declaração Islâmica Universal dos Direitos Humanos 1981
Declaração dos Direitos Humanos do Cairo 1990
Carta Árabe dos Direitos Humanos 1994
Lei islâmica Sharia
Mulheres no Islã

Trabalho de Direitos Humanos Arabes

Manuscrito do século VIII


Conceito de Liberdade e Direitos Humanos

O que é liberdade? Do latim libertas, -atis, de liber, “homem livre” por oposição
ao escravo. Definir a liberdade é, sem dúvida, um dos exercícios mais
arriscados a que os filósofos se entregam, no Dicionário da Academia das
Ciências de Lisboa, das treze acepções, a primeira aponta para: “a condição de
um ser que está isento de constrangimento, atuando consoante as leis da sua
natureza. Dizem que a maior busca dos direitos humanos é a busca pela
liberdade e igualdade entre os povos, porém devemos compreender que o
conceito de liberdade é mutável de acordo os valores e características sociais e
culturais de cada sociedade humana.
Libertas (latim para "liberdade") é uma deusa romana e a encarnação da
liberdade.

Representação de Libertas em uma moeda romana séc III antes de Cristo.

Por fim sobre a cultura que vamos falar a seguir no que confere sobre direitos
humanos, antes de criticar, devemos compreender que iremos tratar de uma
cultura tão milenar quanto a cultura ocidental, mas com características e
organização social diferente da nossa.
O conceito de liberdade sobre direitos humanos deve compreender e respeitar
as diferenças culturais e sociais de cada povo.
Origem do islamismo

Al-Caaba al-Musharrafah em Meca Arabia Saudita

Como mencionado, o islamismo surgiu no século VII, e, na tradição religiosa


muçulmana, o surgimento da religião aconteceu por meio de Muhammad
(mais conhecido em português como Maomé). O grande profeta do
islamismo nasceu em 570 d.C., e durante grande parte de sua vida trabalhou
como comerciante.

A vida de Muhammad mudou quando ele recebeu uma revelação do anjo


Gabriel, no que ficou conhecido na tradição religiosa muçulmana como Noite
do Destino. Os muçulmanos não adoram Muhammad, mas o consideram como
o último de uma série de profetas que trouxeram a revelação da mensagem de
Allah.

Muhammad nasceu e viveu grande parte de sua vida em Meca, onde,


depois da revelação do anjo Gabriel, ele passou a pregar a mensagem de
Allah. Na época, a Península Arábica era marcada pelo politeísmo, e a época
pré-Islã na tradição muçulmana é conhecida como jahiliah, ou época da
ignorância.

A pregação de Muhammad desagradou as autoridades locais por atacar o


politeísmo, e o profeta muçulmano e seus seguidores passaram a ser
perseguidos. Essa perseguição colocou em risco a vida de Muhammad e seus
seguidores, e, então, o profeta do Islã recebeu um convite para estabelecer-se
em Medina. Em 622, Maomé mudou-se para essa cidade, e esse evento ficou
conhecido como Hégira.

A Hégira é o marco que iniciou o calendário islâmico. Uma vez em Medina,


Muhammad começou a angariar forças o suficiente para formar um Estado na
cidade, com uma comunidade muçulmana conhecida, em árabe, como Umma.
Esse Estado muçulmano formado pelo profeta em Medina garantia a liberdade
religiosa para judeus, cristãos e adeptos do politeísmo.

Após travar inúmeras batalhas, Muhammad conseguiu conquistar a cidade


de Meca. Na tradição muçulmana, conta-se que a conquista da cidade foi
realizada de forma pacífica. Ainda em vida, Muhammad foi responsável pela
unificação da Península Arábica (até então a península não possuía unificação
política).

Muhammad faleceu em 632 d.C., e depois disso seus seguidores, os califas,


trataram de expandir a mensagem do islamismo por outras regiões da Ásia,
África e até da Europa.

Princípios do islamismo

O islamismo é uma religião monoteísta, sendo assim, os muçulmanos


proferem que só existe um Deus, e ele é Allah. Para os muçulmanos, Allah é
onipotente, onisciente e o criador do Universo.

A crença em Allah é fundamental dentro dessa religião, e no Alcorão, o livro


sagrado dos muçulmanos (que também é conhecido como Corão), é
frequentemente encontrada a mensagem “em nome de Deus, o clemente, o
misericordioso”. Os muçulmanos também acreditam em profetas, isto é,
pessoas escolhidas para trazerem a mensagem de Allah.

Alguns dos profetas que os muçulmanos acreditam são:


● Adão

● Noé

● Abraão

● Moisés

● Jesus

● Muhammad

Os preceitos sagrados do islamismo estão compilados no Alcorão. Esse


livro foi compendiado durante 22 anos, de 610 d.C. a 632 d.C., e foi escrito
pelos seguidores de Muhammad. O profeta muçulmano recebia a revelação de
Allah, repassava-a a seus seguidores, que então a compilavam.

Outros escritos que são importantes no islamismo são a Torá, os Salmos e o


Evangelho (textos que fazem parte da Bíblia cristã). Os muçulmanos acreditam
que Allah julgará a todos em um julgamento final, que condenará ou salvará as
pessoas com base em suas ações em vida. Além disso, todos os
acontecimentos passam pela permissão de Allah. Os muçulmanos também
acreditam na existência de anjos.

Para os muçulmanos, existem três cidades sagradas: Medina, Meca e


Jerusalém. Meca é o local mais sagrado do Islã e onde fica a Caaba, uma
construção sagrada; Medina é onde fica o túmulo de Muhammad; e Jerusalém
foi a cidade à qual o profeta foi transportado por um Buraq, um ser mítico. Lá,
Muhammad encontrou Allah e outros profetas.

Instrumentos Árabes sobre direitos humanos

Declaração Islâmica Universal dos Direitos Humanos

1981

http://www.dhnet.org.br/direitos/anthist/declaracaoislamica.html

Declaração dos Direitos Humanos do Cairo 1990

http://hrlibriary.umn.edu/instree/cairodeclaration.html
Carta Árabe dos Direitos Humanos 1994

Uma primeira versão da Carta foi criada em 15 de setembro de 1994, mas


nenhum estado a ratificou. A versão atualizada (2004) da Carta entrou em vigor
em 2008, depois que sete dos membros da Liga dos Estados Árabes a
ratificaram.

Em 24 de janeiro de 2008, a então Alta Comissária da ONU para os Direitos


Humanos, Louise Arbor, disse que a carta árabe era incompatível com o
entendimento da ONU sobre os direitos humanos universais , inclusive no que
diz respeito aos direitos das mulheres e à pena de morte para crianças, além
de outras disposições da Carta. A carta está listada no site de seu escritório,
entre os textos adotados por grupos internacionais voltados para a promoção e
consolidação da democracia.

Em novembro de 2013, a Carta foi ratificada pela Argélia , Bahrein , Iraque ,


Jordânia , Kuwait , Líbano , Líbia , Palestina , Catar , Arábia Saudita , Síria ,
Emirados Árabes Unidos e Iêmen . A Carta foi criticada por estabelecer
padrões de direitos humanos na região abaixo do regime reconhecido
internacionalmente.

Em 2014, os estados da Liga Árabe elaboraram um tratado adicional - o


Estatuto da Corte Árabe de Direitos Humanos, - para permitir litígios
interestatais relativos a violações da Carta. O estatuto entrará em vigor após 7
ratificações. O primeiro país a ratificá-lo foi a Arábia Saudita em 2016.

A Declaração dos Direitos Humanos no Islam (DDHI), também conhecida como


Declaração do Cairo, é uma declaração por parte dos estados membros da
Organização da Conferência Islâmica que proporciona uma visão geral da
perspectiva muçulmana sobre os direitos humanos e fixa a Sharia como sua
fonte principal.

Carta Árabe dos Direitos Humanos 1994

DIREITOS HUMANOS E ISLAMISMO: DIÁLOGOS ENTRE A DECLARAÇÃO


UNIVERSAL DE DIREITOS HUMANOS DE 1948 E A DECLARAÇÃO DE
CAIRO SOBRE DIREITOS HUMANOS NO ISLÃ DE 1990
A concepção islâmica de direitos humanos é distinta daquela do ocidente. As
divergências entre do-cumentos internacionais de cunho “universalista” e
aqueles islâmicos analisados na presente pesquisa estão pautadas na
verificação formal e no diálogo racional, os quais oferecem maiores
possibilidades de reflexão sem estabelecer juízo de valor. O problema de
pesquisa procura realizar uma análise crítica sobre a possibilidade de os
países de religião predominantemente islâmica do Oriente Médio estarem
submetidos à Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948. Nesse
sentido, no desenvolvimento da pesquisa, primeiramente, será apresentado um
panorama sobre a elaboração da Declaração de 1948 e os debates acerca de
alguns de seus dispositivos que entram em conflito com os países de religião
islâmica; posteriormente, será feito um comparativo entre a Declaração de
1948 e a Declaração do Cairo sobre Direitos Humanos no Islã de 1990; e, por
fim, a última parte se dedica a estabelecer um contraponto entre a influência da
religião islâmica no direito positivo dos países analisados. A hipótese sugerida
é a de que os países predominantemente islâmicos do Oriente Médio não
estão submetidos à Declaração Universal de Direitos Humanos de 1948, pois
ainda que sejam membros da Ordem das Nações Unidas, referido documento
não expressa os valores culturais e religiosos sob os quais é baseada a
legislação doméstica desses países. Os resultados corroboram a hipótese,
principalmente em razão da “universalidade” dos direitos humanos não
corresponder aos aspectos religiosos e culturais islâmicos. Para responder ao
problema proposto, adota-se como método de abordagem o indutivo,
utilizando-se da pesquisa bibliográfica e de dados presentes em relatórios da
Ordem das Nações U

Declaração dos Direitos Humanos no Islã

Declaração dos Direitos Humanos no Islã (DDHI) também conhecida como a


Declaração de Cairo (1990),[1] é uma declaração por parte dos estados
membros da Organização para a Cooperação Islâmica que proporciona uma
visão geral da perspectiva muçulmana dos direitos humanos, e tem a Charia
como fonte principal. A DDHI declara que seu objetivo é ser um guia para os
estados membros da OCI no campo dos direitos humanos. De maneira geral,
esta declaração é considerada uma resposta para a Declaração Universal dos
Direitos Humanos das Nações Unidas. Contudo, no seu Artigo 24 afirma:
“Todos os direitos e liberdades estipulados nesta Declaração estão sujeitos à
Xaria (lei islâmica)”.

História
Países predominantemente muçulmanos, como Sudão, Paquistão, Irã e Arábia
Saudita criticavam frequentemente a Declaração Universal dos Direitos
Humanos porque consideravam que não tomava em consideração o contexto
cultural e religioso dos estados não ocidentais. Em 1981, Said
Rajaie-Khorassani, representante do Irã pós-revolucionário na ONU, explicou a
posição do seu país diante da DUDH e afirmou que esta era uma “interpretação
secular da tradição judaica-cristã” e portanto não podia ser posta em prática
pelos muçulmanos sem infringir a lei islâmica.

A DDHI foi adotada em 5 de agosto de 1990 por 45 ministros de relações


exteriores da Organização para a Cooperação Islâmica para servir como guia
aos estados membros em relação ao tema dos direitos humanos.

A DDHI é acusado de não cumprir os pilares dos direitos humanos


internacionais, ao não defender a liberdade religiosa. O artigo 5 proíbe impor
qualquer restrição ao matrimônio, seja por razões de raça, cor ou
nacionalidade. É notável que a religião não está incluída nesta lista, logo
homens e mulheres podem ser impedidos de se casar por base de suas
religiões.

Lei islâmica Sharia

A Sharia é o sistema jurídico do Islã. É um conjunto de normas derivado de


orientações do Corão, falas e condutas do profeta Maomé e jurisprudência das
fatwas - pronunciamentos legais de estudiosos do Islã. Em uma tradução literal,
Sharia significa "o caminho claro para a água".

A Sharia serve como diretriz para a vida que todos os muçulmanos deveriam
seguir. Elas incluem orações diárias, jejum e doações para os pobres.

O código tem disposições sobre todos os aspectos da vida cotidiana, incluindo


direito de família, negócios e finanças.

A lei determina que homens e mulheres precisam se vestir "com modéstia". O


que isso quer dizer na prática pode variar muito, mas em geral significa que as
mulheres precisam cobrir no mínimo os cabelos. É comum que os espaços
sejam separados por gênero.
A lei também pode conter punições severas. O roubo, por exemplo, pode ser
punido com a amputação da mão do condenado. O adultério pode levar à pena
de morte - por apedrejamento.

A Organização das Nações Unidas (ONU) condena esse tipo de punição e


afirma que apedrejamentos são um tipo de "tortura', um tratamento "cruel,
desumano e degradante, e portanto claramente proibidos".

No entanto, a rigidez da Sharia e a forma como ela é aplicada pode variar ao


redor do mundo.

Nem todos os países muçulmanos adotam esse tipo de punição e pesquisas


indicaram que a opinião dos religiosos quanto a elas varia bastante ao redor do
mundo.

Tariq Ramadan, um estudioso muçulmano na Europa, advoga pelo fim dos


castigos corporais no mundo islâmico, argumentando que as situações sociais
em que eles foram criados já não existem mais.

Existem muitas versões da Sharia e sua aplicação varia enormemente no


mundo islâmico.

Ela pode tanto ser a base do sistema de Justiça em países islâmicos onde o
Estado não é laico - onde o Corão praticamente se torna a Constituição -
quanto servir apenas de orientação para ações privadas de muçulmanos em
países laicos.

Por exemplo, um muçulmano que vive no Reino Unido e está na dúvida do que
fazer se um colega o convida para um bar após o trabalho pode procurar um
estudioso da Sharia. Ele então receberá conselhos que garantam que seus
atos estão dentro do permitido pela sua religião.

No entanto algumas atitudes permitidas pela Sharia não podem ser aplicadas
por cidadãos privados em países laicos por serem ilegais nesses locais.
Alguns países não-laicos, como a Arábia Saudita, por exemplo, aplicam uma
forma rígida e punitiva da lei, onde homicídio e tráfico de drogas podem ser
punidos com morte e onde adúlteros podem ser apedrejados.

Já na Malásia, há muitas pessoas que não são muçulmanas e as dinâmicas


sociais e econômicas são diferentes, então há uma interpretação
completamente diferente da lei.

Direitos humanos para mulheres no Islã

Um relato das bravas atiradoras iranianas nos Jogos Militares

Exigência de véu e roupa que cobre o corpo todo faz do tiro a única
modalidade em que as mulheres podem competir no Irã

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As bravas atiradoras iranianas nos Jogos Militares

Exigência de véu e roupa que cobre o corpo todo faz do tiro a única
modalidade em que as mulheres podem competir no Irã

Por Flávia Ribeiro, do Rio de Janeiro 19 jul 2011, 19h10

A iraniana Elaheh Ahmadi, classificada para as Olimpíadas de Londres, em


2012: tiro é a única modalidade que se pode praticar com a roupa exigida em
seu país

Durante o desfile das delegações na cerimônia de abertura dos Jogos Mundiais


Militares, sábado passado no Engenhão, uma mulher chamou a atenção.
Nasrin Jabbari, técnica da equipe feminina do Irã, carregava a bandeira do país
vestida com um xador, véu que a cobria inteira, da cabeça aos pés, deixando
apenas rosto e mãos de fora. Atrás, entre os atletas, três mulheres também
desfilavam completamente cobertas. Elaheh Ahmadi, 29 anos, Safieh
Sahragard, 26, e Narjes Enangholinejad, 27, formam a seleção iraniana
feminina de tiro, que ficou em 13º lugar por equipes na disputa de hoje de
carabina deitada de 50 metros – a Alemanha ganhou a medalha de ouro e o
Brasil ficou em 11º lugar.

“As mulheres no Irã praticam vários esportes, eu mesma jogo tênis quando não
estou treinando tiro. Só que é difícil para uma atleta iraniana evoluir por causa
do véu, a roupa restringe os movimentos. No tiro, não atrapalha em nada. Por
isso optei por ele”, explica Narjes, que atira há três anos. Apesar das
dificuldades, Narjes afirma que não se incomoda com o véu. “Todas usam, é
obrigatório, então acaba virando um hábito”, diz ela, antes de sorrir e comentar
que também é adepta do alpinismo: “Dá até para escalar montanhas. Mas aí o
vestido sobre a roupa é um pouco mais curto…”.

Mais de 60% dos estudantes universitários iranianos são mulheres. Em seu


país, elas trabalham e podem dirigir livremente, como Narjes faz questão de
salientar: “Se você for ao Irã, vai ver que nós levamos uma vida normal, só que
com o véu”. Em casa, a atiradora deixa os cabelos à mostra. Conta que as
regras da rua não se aplicam aos lares. “Depende de cada família, em algumas
até em casa as mulheres usam véus, em outras não. Eu não uso diante de
meu pai, irmãos, tios e primos”. Perguntada sobre se usa na frente de amigos
quanto está em casa, Narjes apenas sorriu.

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As bravas atiradoras iranianas nos Jogos Militares

Exigência de véu e roupa que cobre o corpo todo faz do tiro a única
modalidade em que as mulheres podem competir no Irã

Por Flávia Ribeiro, do Rio de Janeiro 19 jul 2011, 19h10

A iraniana Elaheh Ahmadi, classificada para as Olimpíadas de Londres, em


2012: tiro é a única modalidade que se pode praticar com a roupa exigida em
seu país
Durante o desfile das delegações na cerimônia de abertura dos Jogos Mundiais
Militares, sábado passado no Engenhão, uma mulher chamou a atenção.
Nasrin Jabbari, técnica da equipe feminina do Irã, carregava a bandeira do país
vestida com um xador, véu que a cobria inteira, da cabeça aos pés, deixando
apenas rosto e mãos de fora. Atrás, entre os atletas, três mulheres também
desfilavam completamente cobertas. Elaheh Ahmadi, 29 anos, Safieh
Sahragard, 26, e Narjes Enangholinejad, 27, formam a seleção iraniana
feminina de tiro, que ficou em 13º lugar por equipes na disputa de hoje de
carabina deitada de 50 metros – a Alemanha ganhou a medalha de ouro e o
Brasil ficou em 11º lugar.

As três voltam ao estande do Centro Nacional de Tiro Esportivo amanhã, para


as provas individuais, onde o destaque deverá ser Ahmadi, melhor atiradora
iraniana, já classificada para as Olimpíadas de Londres no ano que vem.
Ahmadi é tenente do Exército, assim como Narjes, enquanto Safieh é tenente
da polícia. Vestidas com o khimar, um véu mais curto do que o da treinadora,
calça e camisa de malha e um vestido por cima, são as únicas atletas do Irã –
país persa de religião muçulmana – nos Jogos, o que pode ser explicado
justamente pelas exigências de indumentária do país.

“As mulheres no Irã praticam vários esportes, eu mesma jogo tênis quando não
estou treinando tiro. Só que é difícil para uma atleta iraniana evoluir por causa
do véu, a roupa restringe os movimentos. No tiro, não atrapalha em nada. Por
isso optei por ele”, explica Narjes, que atira há três anos. Apesar das
dificuldades, Narjes afirma que não se incomoda com o véu. “Todas usam, é
obrigatório, então acaba virando um hábito”, diz ela, antes de sorrir e comentar
que também é adepta do alpinismo: “Dá até para escalar montanhas. Mas aí o
vestido sobre a roupa é um pouco mais curto…”.

Mais de 60% dos estudantes universitários iranianos são mulheres. Em seu


país, elas trabalham e podem dirigir livremente, como Narjes faz questão de
salientar: “Se você for ao Irã, vai ver que nós levamos uma vida normal, só que
com o véu”. Em casa, a atiradora deixa os cabelos à mostra. Conta que as
regras da rua não se aplicam aos lares. “Depende de cada família, em algumas
até em casa as mulheres usam véus, em outras não. Eu não uso diante de
meu pai, irmãos, tios e primos”. Perguntada sobre se usa na frente de amigos
quanto está em casa, Narjes apenas sorriu.

O sorriso, por sinal, é constante nos lábios das meninas do Irã. Até quando
percebem que os olhares estão fixos em suas roupas, em viagens para
competições em países ocidentais. “Talvez os olhares incomodem quem não
acredita no véu. Eu acredito no Islã, então não me incomodo. Sorrio e nem
percebo”, diz Narjes, enquanto passa ao lado da equipe feminina de Bahrein,
todas também de véu, e lembra que há atletas de outros esportes de Bahrein
nos Jogos Mundiais Militares: “No país delas, o véu não é regra, então facilita
para outras atividades”.

O véu como opção – Dos 50 atletas que Bahrein trouxe para disputar os Jogos
Mundiais Militares, 12 são mulheres, distribuídas em atletismo, esgrima, vela,
taekwondo e tiro. Nem todas são muçulmanas, nem todas usam o véu. Não há
uma lei em seu país que exija que usem. As sargentos da polícia Lulwa
Alzayani, Aysha Hamad e Azza Alqassim, todas atiradoras de 26 anos, vestem
a hijab – uma espécie de lenço com que cobrem os cabelos, o mais leve dos
véus muçulmanos – porque querem.

“No meu país, não há obrigatoriedade. Temos pessoas de várias religiões lá,
não apenas muçulmanos, cada uma com seu costume. Usar ou não o véu é
uma decisão entre você e Deus. O Islã está no coração”, diz Azza. Aysha
afirma que o véu não atrapalha no tiro e confirma o que a companheira de
equipe disse: “É uma escolha”, diz ela. As três entraram para a Academia de
Polícia da cidade de Riffa há oito anos e, durante o curso, descobriram a
vocação e a precisão no tiro. Desde então, treinam de quatro a cinco horas por
dia. E, com outras 12 mulheres, formaram a primeira seleção feminina de tiro
do Bahrein, há seis anos. A equipe ficou hoje em 12º lugar na classificação
geral.

Sabemos também que existem casos no Irã em o descumprimento do uso do


véu para atividades sociais geraram sérias punições.

No Irã, é crime uma mulher ficar sem véu ou dançar em público. O país vive
uma onda de protestos desde a morte de Mahsa Amini, jovem presa por
supostamente usar o véu de forma errada.

A visão de uma mulher islâmica brasileira sobre os direitos humanos da mulher


por Haudrey A. Yasmine.

Observo que há muito equivoco com relação o papel da mulher no Islam.


Alguns acreditam que a mulher deve ser obediente para não ser açoitada,
ateada fogo, linxada ou que a mulher não pode sair de casa sozinha. Estes e
outros equívocos devem ser aos poucos desfeitos e acredito que canais como
este parecem ser pequenos, mas são de extrema importância para informar o
que parece muito turvo no momento.
As mulheres no Islam podem exercer sua independência, estudar, constituir
família, divorciar, trabalhar como qualquer outra mulher no planeta terra.

A mulher muçulmana poderá sair sozinha a hora que lhe convier e qualquer
homem deverá (tem a obrigação de)abaixar seu olhar para uma mulher
muçulmana. Uma exceção a esta regra é a regra geral da sociedade atual em
que há o perigo de assaltos ou outro tipo de violência, mas não há relação com
a religião.

As mulheres no Islam têm facilidades e proteção que a religião proporciona. No


Islam, a mulher deve ser protegida e amparada em todos os aspectos, o
homem é o responsável pelo sustento e manutenção da família, a mulher se
quiser trabalhar fora pode ir sem problemas e o dinheiro de seu salário é
exclusivamente dela, ela poderá ajudar nas despesas em casa se quiser, o
homem não pode obrigá-la, inclusive é pecado se ele fizer isso.

Quanto às vestimentas são de opção da própria mulher, nenhum homem pode,


nem o próprio marido, impor qual vestimenta ou véu a mulher deverá usar, as
vestimentas também não tem a ver com a raça, apenas é um mecanismo de
proteção da mulher para não ser olhada de modo sexual, e a vestimenta
também tem a conotação de um “acordo” ou agrado para Deus, as mulheres
muçulmanas se sentem em perfeita harmonia em guardarem seus corpos e se
sentem protegidas, é motivo de orgulho sair com uma vestimenta islâmica e um
véu na cabeça. Além de ser muito confortável. Com relação ao calor posso
dizer que há tecidos bem leves e que não causam incomodo algum.

Mulheres podem exercer seu trabalho e manter seus estudos, inclusive são
encorajadas para isso, pois são elas que devem instruir os filhos e parentes
mais jovens. Mulheres devem sim ser cultas e trabalhadoras, existem mulheres
em todas as áreas na polícia, médicas, astronautas, engenheiras, enfermeiras,
arqueólogas, professoras, advogadas, antropólogas, matemáticas,
neurocientistas e outras que compõem inúmeras carreiras.

Importante frisar que excessos e atrocidades são cometidas em nome de


religiões e governos ou outros sistemas através dos tempos, mas importante se
faz sempre perseguir a verdade e a imparcialidade para que sejam tiradas
conclusões efetivas e concretas

A jovem Mahsa Amini foi detida pela Polícia da Moralidade no Teerã no dia 13
de setembro. Com apenas 22 anos, ela foi acusada de infringir o rígido código
de vestimenta feminino ao deixar uma mecha do cabelo aparecer. Mahsa
entrou em coma e faleceu três dias depois do ocorrido no hospital. O Irã
afirmou que a garota morreu devido a uma doença, mas sua família alega que
houve espancamento.
Crítica

A DDHI também é criticada por não apoiar a igualdade de gênero entre


homens e mulheres, pois parece reafirmar a superioridade do gênero
masculino. No artigo 6, é garantido as mulheres uma dignidade equivalente,
porém sem igualdade em outros tópicos. Além disso, o artigo supõe o marido
como o responsável de manter a família, sem uma obrigação similar com o
caso das mulheres. Finalmente, não faz nenhuma menção a prática
generalizada em alguns países islâmicos de homens terem várias esposas.

Adama Dieng, um integrante da Comissão Internacional de Juristas, criticou a


DDHI argumentando que a declaração ameaça gravemente o consenso
intercultural sobre qual se baseia os instrumentos internacionais dos direitos
humanos, a qual conduz a uma intolerável discriminação contra os não
muçulmanos e a mulheres. Argumenta além disso, que a declaração revela um
caráter intencionalmente omisso no que se refere aos direitos e liberdades
fundamentais, ocasionando que certas garantias não são cumpridas em vários
países islâmicos; práticas tais como o castigo corporal podem ser legitimadas
sob a lei islâmica.

Podemos concluir que as práticas de punições para quem infligir a lei islâmica
também varia de acordo com o país que as adota, sendo em alguns casos
mais extremos mais rígidas com aplicação de punições físicas como

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