Fichamento do texto: VARGAS, S. O Teatro de Objetos: história, idéias e reflexões.
Móin-Móin - Revista de Estudos sobre Teatro de Formas Animadas, Florianópolis,
v. 1, n. 07, p. 027-043, 2018. DOI: 10.5965/2595034701072010027. Disponível em: https://www.revistas.udesc.br/index.php/moin/article/view/105965259503470107 2010027. Acesso em: 16 jul. 2023.
Tema: O surgimento, características e perspectivas do Teatro de Objetos
Objetivo: Destacar o Teatro de Objetos como uma forma de expressão artística
dentro do Teatro de Animação.
1. Introdução
A autora relata sua experiência ao descobrir o Teatro de Objetos, que despertou
sua curiosidade após fazer um curso com o renomado professor e bonequeiro Phelippe Genty. Após se familiarizar com o Teatro de Objetos, a autora desenvolveu uma paixão por essa forma de expressão artística, começando a explorar mais a fundo o mundo do teatro animado e se envolvendo na curadoria de festivais internacionais dedicados a essa forma de arte. Sua experiência na curadoria permitiu-lhe selecionar e apresentar obras notáveis de artistas talentosos de diferentes partes do mundo.
Esses festivais proporcionam um espaço para que artistas e companhias de
teatro animado compartilhem suas criações e troquem experiências uns com os outros. Eles se tornam plataformas importantes para o crescimento e desenvolvimento da forma de expressão teatral do Teatro de Objetos, permitindo que artistas aprendam uns com os outros, se inspirem mutuamente e expandam seus horizontes criativos.
2. O Teatro de Objetos e o Simbolismo
O termo "Teatro de Objetos" surgiu na década de 1980, quando artistas
começaram a explorar uma forma de teatro que se caracterizava pelo uso de objetos reais em cena. Esses objetos eram selecionados e manipulados pelos artistas para criar narrativas, expressar emoções e transmitir mensagens. O Teatro de Objetos oferece uma abordagem única que permite uma maior intimidade e revelação de questões pessoais por meio dos objetos selecionados.
Ao manipular objetos reais, o artista têm a oportunidade de explorar o simbolismo
e as múltiplas camadas de significado que esses objetos podem carregar. Os objetos podem representar memórias, emoções, personagens ou elementos da história. Ao utilizá-los no palco, os artistas podem criar conexões emocionais profundas com o público, uma vez que os objetos podem evocar lembranças e sentimentos compartilhados.
3. Manipulação dos Objetos
No Teatro de Objetos, objetos cotidianos como talheres, sapataria, objetos de
construção e outros elementos encontrados no dia a dia ganham destaque e se tornam o principal foco do trabalho cênico, em vez de utilizar bonecos ou marionetes. Nessa forma de teatro, a manipulação dos objetos não é o aspecto central, mas sim a associação metafórica que pode ser estabelecida entre esses objetos e as ideias que eles representam.
A manipulação dos objetos no Teatro de Objetos é discreta, muitas vezes
acontecendo de forma sutil e quase imperceptível para o público. O objetivo não é chamar a atenção para a habilidade do manipulador, mas sim permitir que os objetos ganhem vida própria e se tornem veículos para expressar narrativas e emoções. A ênfase está na relação simbólica e metafórica que pode ser estabelecida entre os objetos e as ideias que eles evocam, permitindo que o espectador crie sua própria interpretação e estabeleça conexões pessoais com as histórias que estão sendo contadas
4. Público Alvo
O Teatro de Objetos tem a flexibilidade de ser direcionado tanto para o público
adulto quanto para o público infantil, e cada um desses públicos apresenta suas particularidades. O autor destaca que, ao criar espetáculos de Teatro de Objetos, é importante considerar as características e as necessidades específicas de cada grupo de espectadores. No caso do público infantil, por exemplo, é necessário levar em conta a linguagem acessível, o ritmo dinâmico, o uso de elementos visuais cativantes e a narrativa clara e envolvente.
O autor também destaca a importância da individualidade do ator-autor no Teatro
de Objetos. Cada artista traz sua própria sensibilidade, estilo e perspectiva para a criação dos espetáculos.
5. Conclusão
Um dos aspectos destacados pelo autor é a importância da individualidade do
artista no Teatro de Objetos. Cada artista traz sua própria sensibilidade, criatividade e estilo para a seleção e manipulação dos objetos, resultando em abordagens únicas e distintas. A individualidade do artista contribui para a originalidade e diversidade dessa forma de expressão teatral.
Diante disso, a versatilidade do Teatro de Objetos é destacada como um
fator-chave para seu desenvolvimento contínuo. Essa linguagem teatral permite a criação de espetáculos para diferentes públicos e abordagens temáticas variadas. Além disso, o Teatro de Objetos pode ser combinado com outras formas de expressão, como música, dança e vídeo, ampliando ainda mais suas possibilidades artísticas e estéticas.