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EL FASI, Mohammed e HRBEK, Ivan.

“O advento do Islã e a ascensão do Império


Muçulmano”. História Geral da África III. Brasília: Unesco, 2010, p. 39-67

Capítulo 2

 O capítulo tem por objetivo oferecer a descrição do surgimento do Islã p. (39)

Observações liminares

 A doutrina islâmica defende que os humanos atingiram um certo grau de perfeição e


não precisam mais de um guia, um profeta e o último foi o Muhammad ibn ‘Abd
Allāh p. (40)
 O Islã seria a tarefa de Deus para reconduzir a religião para o monoteísmo universal e
autêntico

A vida de Maomé

 Por volta do século VII, a Arábia era habitada por nômades, beduínos, que viviam em
comunidades dispersas, de mesma língua e cultura p. (41)
 Meca era o principal centro comércio e religioso
 Os judeus e cristãos estavam presentes na Arábia p. (42)
 Por volta de 610 Maomé recebeu as primeiras revelações de Deus, pelo anjo Gabriel
 Até 622 o profeta foi perseguido, pela oligarquia que o enxergava como uma ameaça,
ao colocar em dúvida as peregrinações religiosas tradicionais, que geravam lucro aos
comerciantes
 Quando Maomé migra para Medina, a cidade do profeta, em 622, se inicia o
calendário muçulmano p. (43)

Os ensinamentos do Corão

 O profeta recebia revelações sob a forma de versetos, reunidos em surratas


(capítulos), que se totalizaram 114. Esse conjunto é o Corão p. (43)
 Corão é uma “recitação”, não um “livro santo”. Não foi escrito por Maomé, é o Verbo
de Deus, é a voz da divindade máxima p. (46)
 Alá é o deus, Maomé é seu profeta. Monoteísmo absoluto
 O islã possui cinco pilares: p. (46-48)
1. Shahāda (“Não há outro Deus senão Alá e Maomé é o profeta de Alá.”)
2. Salãt (Rezar cinco vezes ao dia)
3. Saum (Jejum de prazeres materiais durante o ramadã)
4. Zakãt (Esmola aos necessitados, cerca de 2,5% a 10% do adquirido no ano)
5. Hadjdj (Peregrinação para Meca)
 No Dia do Juízo final os mortos se apresentam a Deus, para serem julgados e
enviados ao paraíso ou inferno p. (48)
 O islã proclama a igualdade para homens e mulheres, o homem que deve oferecer o
dote e presentes p. (49)

A sharī’a e o fikh

 O islã é mais que a religião, é a vida inteira de cada pessoa p. (49)


 Sharī’a é o código de conduta, as fontes são o Corão e o hadīth p. (50)
 Fikh é a ciência que codifica e explica as prescrições do Sharī’a
 Entre os séculos VIII e IX da era cristã o sistema de direito muçulmano foi escrito.
Desse direito surgiram quatro escolas: malikismo, o shafismo, o hanafismo e o
hanbalismo p. (51)
 Atualmente, as zonas geográficas de influência de cada escola são bem definidas
 A lei islâmica contém características do comportamento pessoal de cada indivíduo,
como o que é obrigatório, recomendado, proibido, indiferente, etc.
 O Estado não desempenhou o papel de legislador p. (52)
 Para o islã, o homem é independente de qualquer um para exercer sua fé, ele é seu
próprio “pastor” p. (52-53)
 O sufismo é uma vertente do islamismo que é mística, os seus adeptos tinham
tendencia a negligenciar os Sharī’a p. (53)
 Fraternidades surgiram dessa vertente, estas possuíam “marabutos” que se
consideravam santos e enganavam os inocentes com talismãs e amuletos

As seitas islâmicas

 Para o profeta, o modelo de governo mais adequado é a democracia, a autoridade


maior era denominada de “califa” p. (53)
 Ocorreu uma desavença entre dois califas e uma guerra civil eclodiu p. (53-54)
 O califado, para alguns (Seguidores de Ali, os xiitas), deveria ser exclusivo de certas
linhagens, para outros, qualquer pessoa adequada poderia ser um califa p. (54)
 Os imanes são chefes e mestres da graça divina, possuem habilidades sobre-humanas
e são os únicos capazes de conduzir a comunidade muçulmana, para os xiitas p. (55)
 Os sunitas representam 90% da população muçulmana p. (56)
 A diferença entre sunitas e xiitas consiste em: Ambos têm o fundamento no Corão e
Sharī’a, pórem os xiitas acreditam nos imanes e na sua razão, ao passo que os sunitas
acreditam no consenso da comunidade e a analogia

A postura do Islã frente aos não-muçulmanos

 Os cristão e judeus não se encaixam na necessidade de conversão ao islã, pois são os


detentores dos livros sagrados p. (57)
 Jihad não significa “guerra santa” e sim perfeição ulterior que deve ser atingida
 O mundo islâmico, Dār al- islām, é quando a ordem social e política é islâmica e o
culto é a religião pública, o que não significa que todos são muçulmanos p. (58)
 A esfera da guerra, Dār al- harb, se trata do restante do mundo que não está no poder
do islã
 A esfera das trevas, Dār al- sulh, é referente ao contato com Estados não-muçulmanos
de forma diplomática

A expansão do Islã; a grandeza e a decadência do califado

 Sob o reino dos quatro primeiros califas após a morte de Maomé, os árabes
muçulmanos se expandiram para fora da península arábica p. (59)
 Os árabes derrotaram o exército do Império Bizantino e Sassânida
 O final da guerra civil após a morte de um califa resultou no poder da dinastia
umayyade (Omíada) p. (60)
 Muitas áreas foram invadidas e dominadas pelos árabes, como a península ibérica, o
Egito, Norte da África, Síria, entre outros
 Todos os não-muçulmanos sob o controle árabe pagavam impostos, os muçulmanos
eram isentos e recebiam rendas alimentares p. (61)
 Os árabes eram nômades e por isso adotaram o sistema bizantino e sassânida de
administração que já estava vigente em cada local
 Um dos motivos da queda dos umayyade foi a permanecia de privilégios econômicos
e poder político por poucos, mesmo que grande parte já fosse muçulmana
 A revolução abássida instaurou o Império Islâmico, com apoio de muçulmanos não-
árabes, o qual distinguia as pessoas com base em critérios religiosos
 A capital sob os umayyade era Damasco, na Síria; sob os abássidas, o Império foi
transferido para o Iraque, onde foi fundada a cidade de Bagdá
 O controle dos abássidas foi fraco e as províncias africanas a Oeste do Egito foram
perdidas, assim como outros territórios p. (63)
 No século X da era cristã o Império Abássida sucumbiu a dinastia dos xiitas
Buwayhidas
 Desde o século IX os exércitos muçulmanos eram compostos por turcos e
predominaram por muito tempo na história política e militar p. (64)
 Em 1453 uma ofensiva muçulmana empreendida pelos turcos toma a cidade de
Constantinopla
 O período abássida proporcionou novos ramos da ciência religiosa, como a
jurisprudência e a teologia especulativa p. (65)
 A Mu’tazila foi um movimento intelectual que buscava justificar a fé islâmica por
meio da razão
 A Mu’tazila esteve presente na teologia sunita ortodoxa

Conclusão

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