GANHO DE FORÇA MÁXIMA EM PRATICANTES DE EXERCÍCIOS DE FORÇA RESISTIDO COM CARGA
Matheus Lazari Gomes da Silva1
Pedro Henrique Freitas Cardines2
RESUMO
A creatina, entre diversos outros suplementos presentes no mercado, vem se
destacando na área da nutrição e suplementação esportiva. Seu consumo, em conjunto com outros fatores como alimentação e treinamento adequados vem demonstrando grande capacidade de aumentar o desempenho em treinamentos de força. Com isso, este trabalho teve como objetivo, revisar estudos referentes ao tema supracitado e avaliar os efeitos do consumo desse suplemento. Os estudos foram selecionados utilizando-se de alguns critérios de inclusão e exclusão. Após realizada a revisão, chegou-se ao consenso de que a creatina, quando consumida em doses diárias, após um determinado período de tempo, auxilia no ganho de força.
Palavras-chave: Creatina. Ganho de força. Treinamento resistido com carga.
INTRODUÇÃO
A procura por suplementos alimentares ergogênicos que trazem benefícios a
saúde e auxiliam na melhora das capacidades físicas vem crescendo cada vez mais. Grande parte desta procura ocorre por jovens, mas também por adultos e idosos, devido a as alterações fisiológicas decorrentes do envelhecimento. O monohidrato de creatina é um dos suplementeos alimentares mais consumidos do mundo (GUALANO, BRUNO; ARTIOLI; LANCHA JUNIOR, 2008), sendo conhecido e utilizado por atletas profissionais há pelo menos 50 anos (WILLIAMS; BRANCH, 1998). A creatina desempenha um importante papel na síntese e ressíntese (turnover) de curto prazo do trifosfato de adenosina (ATP). Sua capacidade de fosforização com consequente formação da fosfocreatina (PCr), reação que pode ser revertida com consequente disponibilização do grupo fosfato para a formação do ATP é o mecanismo chave para a disponibilização de energia no metabolismo anaeróbico alático (ATP-CP).
CENTRO UNIVERSITÁRIO FILADÉLFIA
UniFil - 2022 ANAIS DO XVI SIMPÓSIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA ISSN 1982-3762
Essa propriedade caracteriza a creatina como uma excepcional fonte de energia
rápida e, desta forma, notadamente relevante quando se trata da contração muscular para esportes de força e potência (WILLIAMS; BRANCH, 1998). Tendo os fatos supracitados em vista, muitos artigos e pesquisas vem demonstrando a eficácia do consumo de creatina no âmbito esportivo, contanto que as dosagens sejam administradas de maneira correta para a obtenção do resultado esperado. O presente estudo visou buscar a relevância desse suplemento alimentar no meio esportivo através da análise de estudos com praticantes de musculação, enquanto a importância do mesmo, baseia-se em reforçar ainda mais os estudos já presentes, desenvolvendo um modelo teórico para indivíduos interessados em utilizar e aprofundar seus conhecimentos sobre este assunto.
MÉTODOS
Este estudo consistiu em uma revisão de literatura, a qual foi elaborada e
pesquisada nas plataformas MEDLINE (PUBMED), COCHRANE E SCIELO apenas, utilizando-se das seguintes estratégias de busca: (creatina OR nutrição OR “suplementação de creatina OR “creatina no ganho de força”) AND (musculação OR powerlifting OR “ganho de força máxima com auxílio de creatina” OR “creatina em exercícios resistidos com carga”). Foram inclusos na pesquisa apenas estudos realizados em seres humanos, homens e mulheres, com faixa etária entre 20 a 50 anos de idade, estudos de análises clínicas, pesquisas de campo e revisões de metanálises que continham revisões sobre os efeitos da creatina no ganho de força, ou qual sua importância para praticantes de exercícios resistidos com carga e os idiomas selecionados foram o inglês e o português.
DISCUSSÃO
Segundo Vilar Neto (2018) em suas revisões bibliográficas o protocolo de
administração seria de 20g/dia de 5 a 6 dias na fase de saturação e após isso, de 5g a 10g/dia na fase de manutenção, com essa saturação o resultado tem sido satisfatório aumentando a força máxima, resistência a fadiga e potência muscular em atletas, já dosagens de 2g a 4g/dia ou seja, dosagens baixas, não obtiveram resultados em relação ao grupo placebo da força máxima, da resistência a fadiga e a potência muscular.
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Contudo, investigando formas alternativas de suplementar com creatina, Burk e
colaboradores investigaram o efeito de doses baixas e contínuas (sem o uso da fase de saturação), e demonstraram em um estudo controlado por placebo, que a administração de 7,7g/dia de creatina por 21 dias era suficiente para a melhora da performance atlética (força, potência e resistência à fadiga) em jovens atletas colegiais do sexo masculino (BURKE et al., 2000).
CONCLUSÃO
Levando em consideração os estudos supracitados, é possível observar que
suplementação de creatina, quando realizada de forma crônica, em doses adequadas a cada indivíduo, auxiliou no ganho de desempenho e força em atletas e praticantes de exercícios e treinamentos de força resistidos.
REFERÊNCIAS
BURKE, D. G. et al. The effect of continuous low dose creatine supplementation on
force, power, and total work. Int J Sport Nutr Exerc Metab, v. 10, n. 3, p. 235-44, Sep 2000.
GUALANO, B.; ARTIOLI, G. G.; LANCHA JUNIOR, A. H. Suplementação de creatina e
metabolismo de glicose: efeitos terapêuticos ou adversos? Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v. 14, p. 478-478, 2008.
JUNIOR, T. P. S. Suplementação da creatina e treinamento de força: alteração da
resultante de força máxima maximorum, hipertrofia muscular e variáveis antropométricas, 2002.
VILAR NETONETO, J. O. Impacto da suplementação de creatina sobre a força
máxima, resistência à fadiga e função renal em praticantes de treinamento resistido. 2018. 102 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Médicas) - Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Ceará, 2018.
WILLIAMS, M. H.; BRANCH, J. D. Creatine supplementation and exercise
performance: an update. J Am Coll Nutr, v. 17, n. 3, p. 216-34, Jun 1998.