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ANAIS DO XVI SIMPÓSIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

ISSN 1982-3762

EFEITOS DA SUPLEMENTAÇÃO CRÔNICA DE CREATINA NO


GANHO DE FORÇA MÁXIMA EM PRATICANTES DE EXERCÍCIOS
DE FORÇA RESISTIDO COM CARGA

Matheus Lazari Gomes da Silva1


Pedro Henrique Freitas Cardines2

RESUMO

A creatina, entre diversos outros suplementos presentes no mercado, vem se


destacando na área da nutrição e suplementação esportiva. Seu consumo, em
conjunto com outros fatores como alimentação e treinamento adequados vem
demonstrando grande capacidade de aumentar o desempenho em treinamentos de
força. Com isso, este trabalho teve como objetivo, revisar estudos referentes ao
tema supracitado e avaliar os efeitos do consumo desse suplemento. Os estudos
foram selecionados utilizando-se de alguns critérios de inclusão e exclusão. Após
realizada a revisão, chegou-se ao consenso de que a creatina, quando consumida
em doses diárias, após um determinado período de tempo, auxilia no ganho de
força.

Palavras-chave: Creatina. Ganho de força. Treinamento resistido com carga.

INTRODUÇÃO

A procura por suplementos alimentares ergogênicos que trazem benefícios a


saúde e auxiliam na melhora das capacidades físicas vem crescendo cada vez mais.
Grande parte desta procura ocorre por jovens, mas também por adultos e idosos,
devido a as alterações fisiológicas decorrentes do envelhecimento. O monohidrato de
creatina é um dos suplementeos alimentares mais consumidos do mundo (GUALANO,
BRUNO; ARTIOLI; LANCHA JUNIOR, 2008), sendo conhecido e utilizado por atletas
profissionais há pelo menos 50 anos (WILLIAMS; BRANCH, 1998).
A creatina desempenha um importante papel na síntese e ressíntese
(turnover) de curto prazo do trifosfato de adenosina (ATP). Sua capacidade de
fosforização com consequente formação da fosfocreatina (PCr), reação que
pode ser revertida com consequente disponibilização do grupo fosfato para a
formação do ATP é o mecanismo chave para a disponibilização de energia no
metabolismo anaeróbico alático (ATP-CP).

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Essa propriedade caracteriza a creatina como uma excepcional fonte de energia


rápida e, desta forma, notadamente relevante quando se trata da contração muscular
para esportes de força e potência (WILLIAMS; BRANCH, 1998).
Tendo os fatos supracitados em vista, muitos artigos e pesquisas vem demonstrando
a eficácia do consumo de creatina no âmbito esportivo, contanto que as dosagens
sejam administradas de maneira correta para a obtenção do resultado esperado.
O presente estudo visou buscar a relevância desse suplemento alimentar no meio
esportivo através da análise de estudos com praticantes de musculação, enquanto a
importância do mesmo, baseia-se em reforçar ainda mais os estudos já presentes,
desenvolvendo um modelo teórico para indivíduos interessados em utilizar e
aprofundar seus conhecimentos sobre este assunto.

MÉTODOS

Este estudo consistiu em uma revisão de literatura, a qual foi elaborada e


pesquisada nas plataformas MEDLINE (PUBMED), COCHRANE E SCIELO apenas,
utilizando-se das seguintes estratégias de busca: (creatina OR nutrição OR
“suplementação de creatina OR “creatina no ganho de força”) AND (musculação OR
powerlifting OR “ganho de força máxima com auxílio de creatina” OR “creatina em
exercícios resistidos com carga”).
Foram inclusos na pesquisa apenas estudos realizados em seres humanos,
homens e mulheres, com faixa etária entre 20 a 50 anos de idade, estudos de análises
clínicas, pesquisas de campo e revisões de metanálises que continham revisões sobre
os efeitos da creatina no ganho de força, ou qual sua importância para praticantes de
exercícios resistidos com carga e os idiomas selecionados foram o inglês e o português.

DISCUSSÃO

Segundo Vilar Neto (2018) em suas revisões bibliográficas o protocolo de


administração seria de 20g/dia de 5 a 6 dias na fase de saturação e após isso, de 5g a
10g/dia na fase de manutenção, com essa saturação o resultado tem sido satisfatório
aumentando a força máxima, resistência a fadiga e potência muscular em atletas, já
dosagens de 2g a 4g/dia ou seja, dosagens baixas, não obtiveram resultados em relação
ao grupo placebo da força máxima, da resistência a fadiga e a potência muscular.

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Contudo, investigando formas alternativas de suplementar com creatina, Burk e


colaboradores investigaram o efeito de doses baixas e contínuas (sem o uso da fase de
saturação), e demonstraram em um estudo controlado por placebo, que a administração
de 7,7g/dia de creatina por 21 dias era suficiente para a melhora da performance atlética
(força, potência e resistência à fadiga) em jovens atletas colegiais do sexo masculino
(BURKE et al., 2000).

CONCLUSÃO

Levando em consideração os estudos supracitados, é possível observar que


suplementação de creatina, quando realizada de forma crônica, em doses
adequadas a cada indivíduo, auxiliou no ganho de desempenho e força em atletas e
praticantes de exercícios e treinamentos de força resistidos.

REFERÊNCIAS

BURKE, D. G. et al. The effect of continuous low dose creatine supplementation on


force, power, and total work. Int J Sport Nutr Exerc Metab, v. 10, n. 3, p. 235-44, Sep
2000.

GUALANO, B.; ARTIOLI, G. G.; LANCHA JUNIOR, A. H. Suplementação de creatina e


metabolismo de glicose: efeitos terapêuticos ou adversos? Revista Brasileira de
Medicina do Esporte, v. 14, p. 478-478, 2008.

JUNIOR, T. P. S. Suplementação da creatina e treinamento de força: alteração da


resultante de força máxima maximorum, hipertrofia muscular e variáveis
antropométricas, 2002.

VILAR NETONETO, J. O. Impacto da suplementação de creatina sobre a força


máxima, resistência à fadiga e função renal em praticantes de treinamento
resistido. 2018. 102 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Médicas) - Faculdade de
Medicina, Universidade Federal do Ceará, 2018.

WILLIAMS, M. H.; BRANCH, J. D. Creatine supplementation and exercise


performance: an update. J Am Coll Nutr, v. 17, n. 3, p. 216-34, Jun 1998.

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